E a LUZ Brilhou nas trevas...

Autor: Pe. Aderbal Galvão de Sousa

Música: Ameno de Eric Levi

... E as trevas, não compreenderam (Jo 1,5).

Este versículo do prólogo do evangelho de São

João é uma grande profecia para sua época, como

para a nossa, mais de dois milênios depois.

No tempo em que o “Verbo se fez carne”, os

homens viviam entre sombras, perdidos no meio

de erros, buscando a Verdade sem encontrá-la.

Não ouviam as advertências dos mensageiros

divinos nem identificavam a vontade de Deus,

através dos sinais dos tempos. A cegueira do

orgulho e a obstinação da auto-suficiência não

lhes permitiram distinguir o falso do verdadeiro.

Por isto, deram muitos passos errados e percorreram

vários caminhos que os desviaram da rota certa.

Eles não estavam preparados para acolher a Luz, daí tanta dificuldade

em reconhecer o Salvador no Menino de Belém.

Os de coração mais aberto a Deus foram sensíveis

ao mistério. As escamas caíram dos olhos, e eles

compreenderam que se tratava de uma Criança

diferente.

20 séculos se passaram, e os homens não avançaram

muito na identificação do Redentor. A mesma escuridão

envolve os nossos dias em que a justiça está de férias e

a honestidade é vista como peça de museu.

Ter mais é a grande meta do momento, estimulada

pelo consumismo, o vilão da nossa era. Finalmente, o

prazer aprisiona as pessoas, enfraquecendo o caráter

e fazendo com que só busquem o que lhe dá

satisfação.

Neste contexto, que é o reverso do projeto de Deus, a

Luz continua brilhando, o Salvador faz seus apelos, e

a Igreja não recua no anúncio do evangelho.

Todavia os Homens

continuam surdos à

Palavra de Deus e não

reconhecem a

necessidade de modificar

a sua maneira de viver.

Diariamente o que a mídia mais divulga são notícias

desanimadoras. No campo das relações humanas, a

justiça ainda não ocupa o lugar devido, gerando a

violência que não poupa ninguém.

A família se desestrutura, o individualismo

penetra em todos os ambientes, ameaçando os

direitos humanos cada dia menos respeitados. No

mundo da política, os escândalos se multiplicam,

a corrupção é revoltante, e os cidadãos íntegros

dificilmente encontram alguém em quem confiem

e mereça seu voto.

Mas como cristão é o

homem da esperança, ele

continua apostando no

Reino que Jesus

inaugurou, sentindo-se

chamado a participar da

sua realização.

Percebe a gravidade da situação, porém sabe

que a força de Deus supera a iniqüidade

humana. Por isso, celebra o Natal com

entusiasmo e alegria, procurando ser numa

sociedade de tantos erros, tanta discórdia e

maldade, uma vela acesa, apontando para a

gruta de Belém onde nasceu um Menino que

veio ensinar a todos o caminho do amor e da

paz.

Paroquianos e

paroquianas, leitores da

Folha de São Pedro, todo o

povo de Deus que forma

essa família sagrada,

preparem-se para o Natal

que se aproxima como

bons cristãos, para receber

a Luz do mundo, num

mundo de tantas trevas.

Que o Senhor Menino sempre os

abençoe e enriqueça suas vidas com

a plenitude da sua ternura.