o seguro de vida e a previdÊncia privada complementar ... · o espÓlio –natureza de heranÇa...
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O SEGURO DE VIDA E A PREVIDÊNCIA PRIVADA
COMPLEMENTAR (VGBL E PGBL) COMO
MECANISMOS LÍCITOS DE PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO
LUIZA TRANI MELLO CRUCIANI
SEGURO DE VIDA
Orlando Gomes – é o contrato “pelo qual uma
parte, denominada segurador, em contraprestação
ao recebimento de certa soma chamada
prêmio,se obriga a pagar à outra parte, ou
intitulada aquela, segurado, uma
terceiro,
quantia
determinada, sob a forma de capital ou de renda,
quando se verifique o evento previsto”.
AS MODALIDADES DO SEGURO DE VIDA
o seguro de vida stricto sensu;
o seguro de sobrevivência;
o seguro misto.
O SEGURO DE VIDA
O capital segurado pode ser livremente estipulado pelo
proponente que, inclusive, pode contratar mais de um seguro
sobre o mesmo interesse (art. 789 do CC).
O evento “morte” pode ser tanto a vida do segurado, quanto
de outra pessoa, hipótese na qual o proponente é obrigado a
declarar, sob pena de falsidade, o seu interesse pela
preservação da vida do segurado (art. 790 do CC). Presume-
se o interesse quando o segurado é cônjuge, companheiro,
ascendente ou descendente (§ único do art. 790 do CC).
Impossível estipular contrato de seguro de vida de menor de
14 anos de idade,por força do artigo 109
Decreto-Lei n° 2.063/40.
O SEGURADOR
O segurador é aquele que suporta o risco, assumido mediante o
recebimento do prêmio e, exatamente por isso, deve ter
capacidade financeira e estar o seu funcionamento autorizado
pelo Poder Público.
Atividade sujeita a fiscalização da SUSEP (Superintendência de
Seguros Privados – autarquia supervisora, vinculada ao MF).
Sociedade anônima, mediante prévia autorização do
Governo Federal (art. 24 do Decreto-lei 73/66, Decreto 60.459/67
e art. 757, § único do CC).
O SEGURADO
É a pessoa que se obriga ao pagamento do prêmio, para se
prevenir de um risco.
Pessoa física.
O PRÊMIO PAGO PELO SEGURADO
Contribuição periódica (ou única) paga pelo segurado
ao segurador.
O prêmio - prazo limitado, ou por toda a vida do
segurado (art. 796 do CC).
O Segurador, no seguro individual, não terá ação para
cobrar o prêmio vencido, cuja falta de pagamento nos
prazos previstos, acarretará, conforme se estipular, a
resolução do contrato, com a restituição da reserva já
formada, ou a redução do capital garantido
proporcionalmente ao prêmio pago (§ único do artigo
796 do CC).
O SINGLE PREMIUM e a FRAUDE A LEGÍTIMA
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da
herança, constituindo a legítima.
Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão,
abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos
bens sujeitos a colação.
“A existência, pois, de herdeiros necessários, implica uma certa limitação do de cujus no
momento de fazer seu testamento, uma vez que, em razão deles, só pode dispor de
metade de seu patrimônio, bem como está impedido de excluí-los, por sua livre e
espontânea vontade, da herança a ser recebida” – Débora Gozzo
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no
momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor de metade da
herança.
BENEFICIÁRIO
O beneficiário é a pessoa física ou jurídica designada para
receber o capital assegurado no contrato de seguro de vida,
mas que não é parte no referido contrato.
A instituição de beneficiário é lícita e deve ser respeitada, salvo
quando o segurado tiver renunciado expressamente tal
faculdade ou, ainda, se o seguro tiver como causa declarada
a garantia de alguma obrigação (art. 791 do CC).
BENEFICIÁRIO
“... O pagamento da indenização prevista no contrato de seguro de vida
deve ser efetuado para o beneficiário constante do contrato, face à livre
opção feita pelo segurado, sendo que somente diante da ausência dessadeclaração será pertinente eventual discussão de cunho sucessório - Apelo
improvido" (STJ. Ag: 1377567, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA,
Data de Publicação: DJ 11/03/2011 – grifos nossos).
“...A 2º Seção do Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento no
sentido de que deve ser respeitada a cláusula contratual mediante a qual osegurado estabeleceu o beneficiário do seguro de vida. (AgRg no AREsp
2.320/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, DJe 14/02/2014 – grifos nossos).
BENEFICIÁRIO
O beneficiário pode ser substituído a qualquer tempo, pelo segurado, por
ato entre vivos ou de última vontade, isto é, testamento (art. 791, CC).
Caso o segurador não seja oportunamente cientificado da substituição,
desobrigar-se-á pagando o capital segurado ao antigo beneficiário, nos
termos do parágrafo único do artigo 791 do CC.
Há entendimento contrário, sustentado por João Marcos Brito Martins:
“.. as seguradoras, visando ao exato cumprimento da lei, ..., deverão exigir
comprovação dos beneficiários sobre a existência ou não de testamento. E,
em caso positivo, aguardar-se-á a abertura do mesmo a fim de se cerificar
se existe ou não substituição de beneficiários. É a norma. Ademais, quem
paga mal, paga duas vezes”.
BENEFICIÁRIO
A falta de indicação de beneficiário, ou se por qualquer motivo não
prevalecer a que for feita, permitirá que o capital segurado seja pago por
metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o restante aos herdeiros
do segurado, obedecida a ordem de vocação hereditária (art. 792 do CC).
Na falta de cônjuge/companheiro ou herdeiro, serão considerados
beneficiários os que provarem que a morte do segurado os privou dos meios
necessários à subsistência (parágrafo único do artigo 792 do CC).
Finalmente,
beneficiário
o companheiro poderá ser instituído diretamente como
se o segurado, ao tempo da contratação era separado
judicialmente, ou já se encontrava separado de fato (art. 793 do CC).
SEGURO DE VIDA E ACIDENTES PESSOAIS -AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM
PAGAMENTO -INSTITUIÇÃO EM FAVOR DA COMPANHEIRA COM QUEM O
SEGURADO VIVIA APÓS SEPARAÇÃO DE FATO DA EX-ESPOSA -VERBA DEVIDA À
BENEFICIÁRIA. Prevalece a instituição de seguro em favor da companheira
instituída como beneficiária do seguro, que vivia em união estável com o segurado
casado, separado de fato da mulher. RECURSO PROVIDO. (TJ-SP - APL:1551537920078260002 SP 0155153-79.2007.8.26.0002, Relator: Antonio Nascimento,
Direito Privado, Data deData de Julgamento: 14/12/2011, 26ª Câmara de
Publicação: 19/12/2011).
BENEFICIÁRIO
não podem ser indicadas comoPessoas que
beneficiárias:
Aquelasque estiverem legalmente inibidas de
receber doação do segurado (art. 550 do CC);
Aquelas que estiverem incapacitadas de suceder,
nos termos do artigo 1.814 do CC (indignidade
depende de decisão judicial).
DISPENSA DE INVENTÁRIO PARA PAGAMENTO DO BENEFÍCIO
No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado
não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança para todos os fins de
direito, nos exatos termos do art. 794 do CC.
“...O seguro de vida não integra o espólio por não constituir herança, mas direito do
beneficiário, razão pela qual não é caso de determinação de depósito do valor nos autos
de inventário. Ademais, ainda que não haja expressa atribuição ao beneficiário do
seguro, na falta de pessoa indicada, o seguro será pago aos beneficiários legais (art. 792
do Código Civil), de modo que a manutenção da decisão agravada não importa em
prejuízo à agravante. Decisão mantida. Recurso não provido” (TJ-SP, Relator: Carlos
Alberto Garbi, Data de Julgamento: 20/05/2014, 10ª Câmara de Direito Privado – grifos
nossos).
INVENTÁRIO. Seguro de vida contratado pelo 'de cujus'. Benefício levantado pelos
beneficiários. Possibilidade. Valor que não integra o patrimônio do espólio. Decisão
mantida. Recurso improvido. (Agravo de Instrumento nº 0171813-81.2012.8.26.0000, 6ª
Câmara de Direito Privado TJSP, Rel. Des. Fortes Barbosa, j. em 31.01.2013).
DISPENSA DE INVENTÁRIO PARA PAGAMENTO DO BENEFÍCIO
Maria Helena Diniz:
“A soma estipulada como benefício no seguro de vida ou de
acidentes pessoais para o caso de morte não se sujeita às dívidas
do segurado, nem se considera herança (CC, art. 794), visto que
reverterá em favor do beneficiário, não se integrará, portanto, ao
espólio, nem mesmo poderá ser penhorada ... para todos os
efeitos”.
AGRAVO DE INSTRUMENTO – ACORDO – SEGURO FACULTATIVO – VERBA QUE NÃO INTEGRAO ESPÓLIO – NATUREZA DE HERANÇA RECHAÇADA – HOMOLOGAÇÃO DA TRANSAÇÃO. -Seguros de vida e de acidentes pessoais por morte que não integram o patrimônio dofalecido – estipulação em favor de terceiro que não se confunde com a herança, semrazão para a incidência de ITCMD ou para a competência do juízo do inventário –
inteligência do artigo 794, do Código Civil; AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (TJ-SP - AI:22039239420158260000 SP 2203923-94.2015.8.26.0000, Relator: Maria Lúcia Pizzotti, Data deJulgamento: 28/10/2015, 30ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 30/10/2015).
INVENTÁRIO. PEDIDO DE DEPÓSITO DE VALORES REFERENTES À SEGURO DE VIDACONTRATADO EM VIDA PELO DE CUJUS. NECESSIDADE DE ABERTURA E ANÁLISE DE SINISTRO.VALOR QUE NÃO INTEGRA O PATRIMÔNIO DO FALECIDO, SEGUNDO O QUE DISPÕE O ART.794 DO CÓDIGOCIVIL. No caso dos autos, a agravante requereu a abertura do inventário dos bens deixadospor seu filho, Pediu o depósito do valor de seguro de vida, contratado pelo falecido emvida, nos autos do inventário para fins de sobrepartilha. O seguro de vida não integra oespólio por não constituir herança, mas direito do beneficiário, razão pela qual não é casode determinação de depósito do valor nos autos de inventário. Ademais, ainda que nãohaja expressa atribuição ao beneficiário do seguro, na falta de pessoa indicada, o seguroserá pago aos beneficiários legais (art. 792 do Código Civil), de modo que a manutençãoda decisão agravada não importa em prejuízo à agravante. Decisão mantida. Recurso nãoprovido. (TJ-SP - AI: 20689166720148260000 SP 2068916-67.2014.8.26.0000, Relator:CarlosAlberto Garbi, Data de Julgamento: 20/05/2014, 10ª Câmara de Direito Privado, Data dePublicação: 22/05/2014).
NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA
O capital das apólices de seguro de ou pecúlio pago por morte
do segurado, são isentos de imposto de renda, nos termos do art.
6°, XIII da Lei 7.713/88:
Art. 6°. Ficam isentos do imposto de renda os seguintes
rendimentos percebidos por pessoas físicas:
(...)
XIII - capital das apólices de seguro ou pecúlio pago por morte do
segurado, bem como os prêmios de seguro restituídos em qualquer
caso, inclusive no de renúncia do contrato;
PEDIDO DE ALVARÁ QUANDO O BENEFICIÁRIO É MENOR DE IDADE
“...Justamente por não integrar o conceito de herança, o prêmio do seguro de vida
depositado em favor da beneficiária menor não se sujeita a liberação nos autos do
inventário e somente pode ser movimento com autorização judicial, na via própria,
comprovada a destinação em benefício da menor. NEGARAM PROVIMENTO. UNÂNIME”
(Agravo de Instrumento Nº 70051568384, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em 13/12/2012).
“...Descabe autorizar a expedição de alvará judicial para levantamento de importância
relativa a seguro de vida depositada em nome de menor de idade, quando não se
evidencia imprescindível para suprir as necessidades básicas... (TJSC 2013.052127-4.
Relator: Denise De Souza Luiz Francoski, Data De Julgamento: 16/09/2013, Primeira
Câmara De Direito Civil Julgado).
“...No caso dos autos, não há notícia acerca de eventual conflito de interesses entre a
menor e sua genitora, nem mesmo discussão quanto à correção do exercício do poder
familiar, daí porque inexiste motivo plausível ou justificado que imponha restrição a mãe,
titular do poder familiar, de dispor dos valores recebidos por menor de idade. 6. Recurso
especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, provido” (STJ, Relator: Ministro
MARCO BUZZI, Data de Julgamento: 18/04/2013, T4 - QUARTA TURMA).
ALVARÁ. Seguro de vida. Indenização depositada em conta corrente em nome dos
beneficiários que são menores impúberes representados nos autos por sua genitora.
Compete aos pais a administração dos bens dos filhos menores (CC, art. 1.689, II).
Levantamento que deve se dar mediante a necessidade ou interesse dos menores.
Ausente comprovação de que os valores serão utilizados em benefício dos menores.
Genitora que recebeu juntamente com eles quantia considerável, podendo utilizá-la
para saldar as dívidas que alega ter. Sentença mantida. Recurso desprovido. (TJ-SP -
APL: 00133118620098260020 SP 0013311-86.2009.8.26.0020, Relator: Milton
Carvalho,
Data de Julgamento: 10/06/2015, 13ª Câmara Extraordinária de Direito Privado, Data
de Publicação: 10/06/2015).
Alvará Suplicante que é a única herdeira De cujus que deixou seguro de vida, verbas
rescisórias e conta de FGTS/PIS Sentença de procedência parcial que determinou a
expedição de alvará para levantamento do valor relativo ao PIS/FGTS e autorizou o
recebimento de verbas rescisórias Falta de nomeação de beneficiário do seguro de
vida coletivo Menor que é única herdeira e genitor que faleceu solteiro Inteligência do
art. 792 do Código Civil Recurso provido em parte determinando-se a expedição do
alvará para que o valor referente ao seguro de vida em nome do de cujus seja
depositado em conta poupança em nome da apelante, podendo ocorrer o
levantamento dos valores ali depositados quando esta atingir a maioridade ou por
pedido justificado. (TJ-SP - APL: 9922920108260060 SP 0000992-29.2010.8.26.0060,
Relator: Helio Faria, Data de Julgamento: 07/11/2012, 8ª Câmara de Direito Privado,
Data de Publicação: 10/11/2012).
O RECONHECIMENTO DE FILHO POST MORTEM E O SEGURO DE VIDA
AGRAVO DE INSTRUMENTO - Sucessão - Inventário - Seguro de Vida
- Recebimento do valor da indenização pelos herdeiros, dada a
ausência de indicação de beneficiários - Pretensão formulada por
filha, reconhecida post mortem ao recebimento de parte do
capital levantado - Pedido formulado nos autos de inventário -
Impossibilidade - Valor que não integra o patrimônio do espólio -
Inteligência do art. 794 do CC. Decisão mantida. Recurso
improvido. (TJ-SP, Relator: James Siano, Data de Julgamento:
15/12/2010, 5ª Câmara de Direito Privado).
“Logo, não se autoriza a inclusão da indenização de seguro de
vida no esboço de partilha, devendo a agravante valer-se da via
adequada para salvaguardar o seu direito, caso entenda viável”.
OS BENS SONEGADOS E O CAPITAL SEGURADO
SONEGAÇÃO DE BENS INVENTÁRIO. Ausente indicação de seguro
de vida em grupo e seguro DPVAT recebidos em decorrência do
falecimento do "de cujus“. Valores não pertenciam ao falecido
Direitos devidos aos beneficiários em razão de seu óbito -
Indenização que não integra a herança - Sentença confirmada
Aplicação do art. 252 do Regimento Interno deste Tribunal
RECURSO NÃO PROVIDO. (TJ-SP - APL: 00020966520118260369 SP
0002096-65.2011.8.26.0369, Relator: Elcio Trujillo, Data de
Julgamento: 19/08/2014, 10ª Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 19/08/2014)
A LEGITIMIDADE DOS BENEFICIÁRIOS E NÃO DO ESPÓLIO
PARA AJUIZAR AÇÕES CONTRA A SEGURADORA
“...A indenização decorrente do seguro de vida não integra a
herança, portanto o espólio não é parte legítima para ocupar o
polo ativo da ação de cobrança que visa ao recebimento de dita
importância...” (Apelação Cível Nº 70057006207, Sexta Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Ney Wiedemann Neto, Julgado em 28/11/2013).
“...O espólio é
securitária, direito
parte ilegítima para pleitear a indenização
que é reservado, unicamente, à beneficiária
apontada no contrato (TJ/SP. Apelação nº 0003550-72.2005.8.26.0278, 35ª
Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Artur Marques, j. em 30.09.2013).
OS PLANOS VGBL E PGBL
O VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e o PGBL (Plano
Gerador de Benefícios Livres) são planos por sobrevivência (de
seguro de pessoas e de previdência complementar aberta,
respectivamente) que, após um período de acumulação de
recursos (período de diferimento), proporcionam aos investidores
(segurados e participantes) uma renda mensal - que poderá ser
vitalícia ou por período determinado - ou um pagamento único.
A PREVIDÊNCIA PRIVADA COMPLEMENTAR
Aberta: na qual os
comercializados por
planos, ou “produtos”, são abertamente
bancos e seguradoras, que após aaprovação da SUSEP, podem ser adquiridos por qualquer pessoa
física ou jurídica.
Fechada: também conhecida como fundos de pensão, são planos
criados por empresas e voltados exclusivamente aos seus
funcionários, não podendo ser comercializados para quem não é
funcionário daquela empresa.
ComplementarPrevidência
vinculada ao Ministério
A competência para fiscalizar os planos fechados é da
Superintendência Nacional de –
daPREVIC, que é uma autarquia
Previdência Social.
A DIFERENÇA ENTRE OS PLANOS VGBL E PGBL
tratamento tributário;
ambos os casos, o imposto de renda incide apenas no momento do resgateou recebimento da renda;
no VGBL o imposto de renda incide apenas sobre os rendimentos e no PGBL o
imposto incide sobre o valor total a ser resgatado ou recebido sob a forma de
renda;
no caso do PGBL, os participantes que utilizam o modelo completo de
declaração de ajuste anual do I.R.P.F podem deduzir as contribuições do
respectivo exercício, no limite máximo de 12% de sua renda bruta anual;
os prêmios/contribuições pagos a planos VGBL não podem ser deduzidos na
declaração de ajuste anual do I.R.P.F e, portanto, este tipo de plano seria
mais adequado aos consumidores que utilizam o modelo simplificado dedeclaração de ajuste anual do I.R.P.F ou aos que já ultrapassaram o limite de
12% da renda bruta anual para efeito de dedução dos prêmios e ainda
desejam contratar um plano de acumulação para complementação de
renda.
A INDICAÇÃO DE BENEFICIÁRIO E O RECEBIMENTO DAS
QUANTIAS SEM A ABERTURA DE INVENTÁRIO
Art. 79. No caso de morte do participante ou segurado dos planos
e seguros de que trata o art. 76 desta Lei, os seus beneficiários
poderão optar pelo resgate das quotas ou pelo recebimento de
benefício de caráter continuado previsto em contrato,
independentemente da abertura de inventário ou procedimento
semelhante (Lei 11.196/2005).
“...Previdência privada, na modalidade VGBL, que não integra a
herança” (TJ-SP - AI: 0098326-78.2012.8.26.0000, Relator: José
Joaquim dos Santos, Data de Julgamento: 04/09/2012, 2ª Câmara
de Direito Privado, Data de Publicação: 05/09/2012).
APELAÇÃO. AÇÃO DE SONEGADOS. Haverá sonegação quando aquele que,
relacionado com a herança, ocultar maliciosamente bens no processo de inventário.
Inocorrência. Planos de previdência privada relacionados nas Primeiras Declarações.
Lisura da atuação da inventariante, que não precisaria arrolar os contratos, porquanto a
previdência privada, na modalidade de VGBL, não integra a herança. Inteligência do
artigo 794, do Código Civil. Sentença mantida. Negado provimento ao apelo.(TJ-SP - APL:
00148145720138260100 SP 0014814-57.2013.8.26.0100, Relator: Fábio Podestá, Data de
Julgamento: 28/05/2015, 5ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 28/05/2015).
A PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE OS PLANOS VGBL/PGBL E O
SEGURO DE VIDA
VGBL/PGBL – reserva individualizada do capital, tendo os
investidores direito de receber o valor aportado, acrescido dos
rendimentos e descontadas as despesas operacionais da
instituição financeira que opere o plano. Maior semelhança com
um investimento (possibilidade de resgate das contribuições).
Seguro de vida – os prêmios são pagos à Seguradora que, por
sua vez, assume o risco de gerenciar a ocorrência dos sinistros
dos seus segurados e não devolver os prêmios vertidos
(transferência do risco).
O PGBL E O VGBL COMO INVESTIMENTO E A SUA
PENHORABILIDADE
Contribuições periódicas a entidade de previdência
complementar tendo, em realidade, direito a receber,
mediante a ocorrência do sinistro ou a solicitação do
resgate, o valor das prestações depositadas, acrescido de
rendimentos, subtraídos os impostos e custos de
manutenção pela instituição financeira.
Art. 833. São absolutamente impenhoráveis: VI – o seguro
de vida”
O PGBL E O VGBL COMO INVESTIMENTO E A SUA
PENHORABILIDADE
Efetivamente, a impenhorabilidade da remuneração da pessoa natural deve ser
"limitada àquela quantia necessária à subsistência da família" (Araken de Assis,
Manual da Execução, ed. RT., 12ª edição, p. 253-25), de sorte que será afastada
quando devedor (titular da retribuição pecuniária) lhe confira feiçãoexclusivamente patrimonial, destinando-lhe a investimento; qual pode tomar
diversa formas, seja em ações, fundos de investimento, ou mesmo em fundos de
previdência VGBL, com no caso. Ou seja, o excesso da remuneração percebida
pela pessoa (saldo obtido após o custeio das despesas destinadas à
subsistência da família) indica existência de poupança financeira, plenamentepenhorável, nos termos do art. 649, I c/c art. 655-A do CPC (Ag 1.379.493 – SP.
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino DJ 02/05/2012).
EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DILIGÊNCIAS. PENHORA. EXPEDIÇÃO
DE OFÍCIO. CNSEG. VGBL E PGBL. CARÁTER ALIMENTAR. RELATIVIDADE. 1. O
caráter alimentar dos valores investidos a título de PGBL e VGBL deve ser
analisado casuisticamente, observando se apenas se presta a garantirnecessidades básicas de subsistência ou se tem finalidade de engordar o
patrimônio ou de servir de precaução para futuras, eventuais e incertas
2. Diante disso, é possível permitir expedição de ofício ànecessidades.
CNSEG, para que o credor e o juízo possam conhecer as condições
econômicas do devedor, que não pode se utilizar desses investimentos parase furtar ao seu dever de pagar. 3. Cuidando-se de informação protegida
pelo sigilo bancário, viável a expedição de ofício requerida, postergado,
para depois, a análise acerca da impenhorabilidade ou não dos valoresencontrados. 4. Recurso parcialmente provido. (TJ-SP - AI:
20840579220158260000 SP 2084057-92.2015.8.26.0000, Relator: Melo Colombi,Data de Julgamento: 18/06/2015, 14ª Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 19/06/2015).
Execução – cédula de crédito bancário - não localização dos devedores e de bens
passíveis de penhora - pretensão do exequente de pesquisa e penhora de saldo de
VGBL e PGBL – admissibilidade – planos de fundo de previdência privada que não
ostentam caráter de verba alimentar – jurisprudência TJSP/STJ - agravo provido. (TJ-SP -
AI: 22064242120158260000 SP 2206424-21.2015.8.26.0000, Relator: Jovino de Sylos, Data
de Julgamento: 11/11/2015, 16ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
12/11/2015).
AGRAVO DE INSTRUMENTO – Execução de título extrajudicial – Decisão que indefere
pedido do exequente de expedição de ofício à SUSEP para localização de
aplicações/valores de um dos executados em previdência complementar (VGBL ou
PGBL) – É possível a penhora de valores depositados em planos de previdência privada
(PGBL e VGBL), por ser instituto de caráter hibrido que assume feição de aposentadoria
complementar e de seguro, no entanto, não se enquadrando inicialmente nas
hipóteses do art. 649, IV e VI do CPC – Precedentes desta 15ª Câmara de DireitoPrivado - Decisão reformada - Recurso a que se dá provimento nos termos do art. 557,
do CPC, com determinação. (TJ-SP - AI: 21499953420158260000 SP 2149995-
34.2015.8.26.0000, Relator:
José Wagner de Oliveira Melatto Peixoto, Data de Julgamento: 31/07/2015, 15ª
Câmara
de Direito Privado, Data de Publicação: 01/08/2015).
O PGBL E O VGBL INTEGRAM A HERANÇA?
“...Assim, percebe-se que o VGBL, embora não tenha a natureza
jurídica de seguro de vida, pode assumir tal característica, motivo
pelo qual a jurisprudência deste E. Tribunal de Justiça tem aplicado
a esta espécie de contrato, por analogia, a regra do art. 794, do
Código Civil, que estabelece que ... Entretanto, esta solução não é
adequada à hipótese dos autos. Isto porque, pelo que se infere do
caso concreto, ao transferir recursos financeiros de outras
aplicações – tais como DI e CDB ... – para o VGBL, a autora da
herança pretendeu, apenas, utilizar referido plano como forma de
diversificar seus investimentos financeiros, de modo a lhe assegurar
uma maior rentabilidade” (TJ-SP AI nº 0251582-41.2012.8.26.0000,
Relator: Egidio Giacoia, Data de Julgamento: 19/02/2013, 3ª
Câmara de Direito Privado).
"APELAÇÃO CÍVEL. Direito de sucessão. Pretensão das filhas do 'de cujus' de
obrigar a companheira do falecido, beneficiária de plano de previdência
privada, a restituir a metade do valor recebido, sob alegação de prejuízo à
legítima. Sentença de improcedência. Inconformismo das autoras.
Acolhimento. Valores depositados em conta destinada à previdência
privada (VGBL) que, no caso, possui feição de mero ativo financeiro, o qual
integra o acervo hereditário. Falecido que transferiu grande parcela de seu
patrimônio para referido fundo de investimento quando já contava com
avançada idade e indicou a ré como exclusiva beneficiária. Impossibilidade
de se atribuir, no caso, caráter de previdência privada ou de seguro de vida.
Ausência de risco e de capital segurado. Ré que, na condição de
beneficiária, levantou o valor consistente na soma dos aportes realizados
pelo falecido. Feição de mero investimento que impõe a procedência do
pedido, sob pena de se possibilitar fraude à sucessão legítima. Ônus da
sucumbência carreado à ré. Procedência da ação. Sentença reformada.
Recurso provido."(v.18473).
(TJ-SP - APL: 10154902320148260562 SP 1015490-23.2014.8.26.0562, Relator:
Viviani Nicolau, Data de Julgamento: 19/05/2015, 3ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 19/05/2015).
“A cobrança de imposto ITCMD sobre os valores depositados
em planos de previdência está sub judice. O RJ pretende
cobrar o imposto, mas as instituições financeiras não
concordam. O governo fluminense exige que as seguradoras
retenham o imposto antes que os valores depositados em
VGBLs passem aos herdeiros da pessoa que morreu. As
empresas, por sua vez, afirmam que ele é um seguro e que não
pode ser considerado herança para efeito de cobrança de
impostos. Como se sabe, um dos atrativos do VGBLs é o
planejamento sucessório, uma vez que não entram em
inventários”.
Fonte: http://www.migalhas.com.br/informativo/3913 em 27 de julho
de 2016.
COMO DESCOBRIR SE O FALECIDO POSSUÍA SEGURO DE VIDA
OU PREVIDÊNCIA PRIVADA?
CNSEg - Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais,
Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização, que foi
criada no dia 20 de agosto de 2008, em assembleia, pelas Federações
associativas de Seguros Gerais (FenSeg), de Previdência Privada e Vida
(FenaPrevi), de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e a de Capitalização
(FenaCap).
Telefone para contato (21) 2510-7777 – solicitar contato com o Jurídico –
formulário.
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