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Ano VIII N.º 36 | 4 de Junho | 2017 O ROSTO MATERNO DO ESPÍRITO SANTO Quando falamos de alguém, temos sempre um rosto à nossa frente. Por isso, gostamos guardar uma fotografia de uma pessoa amada e significativa, quer seja na carteira, no telemóvel ou num livro. Confesso que gostava ter uma fotografia do Espírito Santo, para me lembrar dos dias em que Ele entrou na minha vida através do Baptismo, do Crisma e da Ordem. Três unções indeléveis, três momentos (infância, adolescência e juventude) em que as « energias do Ressuscitado» foram derramadas na minha vida, assim como desceu no dia de Pentecostes na comunidade dos Apóstolos reunidos no cenáculo. A Bíblia fala do Espírito Santo por meio de imagens: o vento, a água e o fogo. Mas eles não têm rosto. Vemos e sentimos os efeitos, mas não a cara. O mesmo acontece com o Espírito Santo: é para se ver com os olhos do coração e não com os olhos do corpo. O evangelista São João diz que o Espírito Santo consola, exorta, ensina - «Não vos deixarei órfãos» (Jo 14,26), ouvimos dizer no domingo passado – é esta a atitude de uma mãe para com os seus filhos. E São Paulo afirma que é o Espírito Santo que nos ensina a balbuciar o nome de Deus: Abba, papá. É Ele também que nos ensina a dizer que «Jesus é o Senhor» (1Cor 12,3). E é Ele, ainda, que nos ensina a rezar, «com gemidos inefáveis» (Rom 8,26). O Espírito Santo – na equipa divina da Santíssima Trindade representa de maneira extraordinária o rosto materno de Deus. Ele é a ternura, o carinho, o gerador da vida. Por isso, Macário, teólogo cristão da Síria do século IV, escreveu que «o Espírito Santo é nossa mãe, porque o Paráclito, o Consolador está pronto a consolar-nos como uma mãe consola o seu filho e porque nós renascemos dele». No dia de Pentecostes, estavam reunidos todos os povos e todas as culturas então conhecidas. O Espírito Santo desce para criar comunicação e comunhão de Deus para os homens, depois da «Babel» - confusão criada pelos homens entre eles. O Espírito Santo cria um novo relacionamento acima da nacionalidade, da raça, da cultura, da religião, da situação económica. O Espírito fala, deveras, a língua do amor e da reconciliação. Contudo, nesta nossa época, tão avançada na tecnologia da comunicação e tão moderna no pensamento e na produção económica, assistimos a uma barbárie para com o ser humano e para com o mundo, a nossa «casa comum». A começar por cada um de nós, precisamos de contemplar com os olhos do coração o rosto materno do Espírito Santo, que com o seu olhar de amor e de misericórdia consola, exorta, ilumina, aquece, conforta, irradia os seus dons. «Veni Sancte Spiritus» - Vem, Espírito Santo. frei Fabrizio

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Page 1: O ROSTO MATERNO DO ESPÍRITO SANTO co.pdf · O Espírito Santo desce para criar comunicação e comunhão de Deus para os homens, depois da «Babel» - confusão criada pelos homens

Ano VIII N.º 36 | 4 de Junho | 2017

O ROSTO MATERNO DO ESPÍRITO SANTO

Quando falamos de alguém, temos sempre um rosto à nossa frente. Por isso, gostamos guardar uma fotografia de uma pessoa amada e significativa, quer seja na carteira, no telemóvel ou num livro. Confesso que gostava ter uma fotografia do Espírito Santo, para me lembrar dos dias em que Ele entrou na minha vida através do Baptismo, do Crisma e da Ordem. Três unções indeléveis, três momentos (infância, adolescência e juventude) em que as «energias do Ressuscitado» foram derramadas na minha vida, assim como desceu no dia de Pentecostes na comunidade dos Apóstolos reunidos no cenáculo. A Bíblia fala do Espírito Santo por meio de imagens: o vento, a água e o fogo. Mas eles não têm rosto. Vemos e sentimos os efeitos, mas não a cara. O mesmo acontece com o Espírito Santo: é para se ver com os olhos do coração e não com os olhos do corpo.

O evangelista São João diz que o Espírito Santo consola, exorta, ensina - «Não vos deixarei órfãos…» (Jo 14,26), ouvimos dizer no domingo passado – é esta a atitude de uma mãe para com os seus filhos. E São Paulo afirma que é o Espírito Santo que nos ensina a balbuciar o nome de Deus: Abba, papá. É Ele também que nos ensina a dizer que «Jesus é o Senhor» (1Cor 12,3). E é Ele, ainda, que nos ensina a rezar, «com gemidos inefáveis» (Rom 8,26). O Espírito Santo – na equipa divina da Santíssima Trindade – representa de maneira extraordinária o rosto materno de Deus. Ele é a ternura, o carinho, o gerador da vida. Por isso, Macário, teólogo cristão da Síria do século IV, escreveu que «o Espírito Santo é nossa mãe, porque o Paráclito, o Consolador está pronto a consolar-nos como uma mãe consola o seu filho e porque nós renascemos dele».

No dia de Pentecostes, estavam reunidos todos os povos e todas as culturas então conhecidas. O Espírito Santo desce para criar comunicação e comunhão de Deus para os homens, depois da «Babel» - confusão criada pelos homens entre eles. O Espírito Santo cria um novo relacionamento acima da nacionalidade, da raça, da cultura, da religião, da situação económica. O Espírito fala, deveras, a língua do amor e da reconciliação. Contudo, nesta nossa época, tão avançada na tecnologia da comunicação e tão moderna no pensamento e na produção económica, assistimos a uma barbárie para com o ser humano e para com o mundo, a nossa «casa comum». A começar por cada um de nós, precisamos de contemplar com os olhos do coração o rosto materno do Espírito Santo, que com o seu olhar de amor e de misericórdia consola, exorta, ilumina, aquece, conforta, irradia os seus dons.

«Veni Sancte Spiritus» - Vem, Espírito Santo. frei Fabrizio

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SOLENIDADE DO PENTECOSTES

Tempestade! Fogo! Portas arrombadas! O Pentecostes é a irrupção do Espírito Santo na vida dos discípulos que vão deixar-se transformar em todas as dimensões do seu ser. O Pentecostes continua! Mas não estamos muitas vezes, face a este Espírito Santo, como diante de uma ameaça nuclear?

Ousamos, enfim, deixar-nos irradiar por Ele sem qualquer protecção? Adaptado de http://www.dehonianos.org/

1ª Leitura (Actos 2, 1-11) «Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar» Salmo 103 (104) Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovai a face da terra. 2ª Leitura (1 Cor 12, 3b-7.12-13) «Todos nós fomos baptizados num só Espírito, para formarmos um só Corpo»

Aclamação

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis

e acendei neles o fogo do vosso amor.

Evangelho (Jo 20, 19-23 ) «Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós: Recebei o Espírito Santo»

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos».

Palavra da salvação

Sequência

Vinde, ó santo Espírito,

vinde, Amor ardente,

acendei na terra vossa luz fulgente.

Vinde, Pai dos pobres:

na dor e aflições,

vinde encher de gozo

nossos corações.

Benfeitor supremo

em todo o momento,

habitando em nós

sois o nosso alento.

Descanso na luta

e na paz encanto,

no calor sois brisa, conforto no pranto.

Luz de santidade, que no Céu ardeis,

abrasai as almas

dos vossos fiéis.

Nenhuma engrenagem, sistema, método, estrutura, congregação, delegação, grupo, movimento, diocese, sínodo,

conclave... funcionará se não se deixar mover pelo Espírito.

Sem a vossa força

e favor clemente, nada há no homem

que seja inocente.

Lavai nossas manchas,

a aridez regai,

sarai os enfermos

e a todos salvai.

Abrandai durezas para os caminhantes,

animai os tristes,

guiai os errantes.

Vossos sete dons

concedei à alma do que em Vós confia:

Virtude na vida, amparo na morte,

no Céu alegria.

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Peregrinação da Catequese ao Santuário de Fátima e Valinhos

Um passeio para lembrar que “Temos Mãe” Cinco autocarros da Unidade Pastoral Franciscana partiram no sábado, dia 27 de maio, para a Cova da Iria, no âmbito da Peregrinação a Fátima. O evento, que contou com a presença de crianças, catequistas, pais e freis, teve como tema ‘Temos Mãe!".

Em entrevista ao Conchas, uma mãe destacou a importância destes eventos para as crianças e famílias renovarem as energias com Maria: “Foi bom estarmos juntos e podermos ver que os santos Francisco e Jacinta foram miúdos, tiveram uma casa simples e pobre, mas hoje são santos. Deus preocupa-se e quer mesmo todos.”

Com famílias cristãs da paróquia de São Maximiliano Kolbe viajou também uma família hindu. O espírito inter-religioso de Fátima ficou notório nas palavras e gestos destas pessoas: “Eu sou hindu, mas adorei estar com esta Igreja. São pessoas simpáticas, alegres e não senti que fosse estranha. Acolheram-me muito bem. Gostei de tudo,

mas gostei ainda mais de poder estar com a nossa mãezinha e mãe de Jesus, Maria. Ela é especial. Sem Ela, nós ficamos fracos. Gostei também de ir à missa e ver como as crianças, os pais e os animadores gostam de Jesus. Foi tudo muito bom.”

Ao longo do dia, o programa foi preenchido com momentos de música e oração durante a viagem, de brincadeiras na hora do almoço, de silêncio e cultura no Santuário através de um circuito especialmente preparado para todos conhecerem mais curiosidades religiosas daquele espaço sagrado. O ponto alto foi a celebração da eucaristia. À tarde visitou-se o lugar onde viveram os três pastorinhos, Valinhos.

Um dos sete motoristas que viajaram connosco afirmou, no final do encontro, que se sentia cheio: “Sou o Pepe, espanhol, e saio desta vossa peregrinação muito cheio... cheio de alegria, de oração e, acima de tudo, sensibilizado pela vossa união desde os mais jovens aos mais velhos, passando pelos catequistas e senhores padres. É bom ver cinco autocarros em que não se nota a diferença. Pareceu um só. Parabéns!”

D. Manuel Clemente desafia cristãos a serem “família” para excluídos

O cardeal-patriarca de Lisboa celebrou em Alcobaça a Festa Diocesana da Família, no dia 28, e desafiou os cristãos a serem sinónimo de “família” para todos quantos hoje vivem como excluídos no meio da sociedade.

Na homilia da eucaristia, D. Manuel Clemente recordou os homens e as mulheres que hoje enfrentam contextos de “desagregação” e “distanciamento”. “Hoje numa sociedade que tem tantas coisas boas e promissoras, mas também tantas solidões, tantos restos de famílias, de pessoas que vivem sós porque os parentes vivem longe, ou porque já não os têm, reforcemos

o leque familiar, porque isto é estar ao lado de Deus como biblicamente se revela, como nos criou, como nos recriou em Cristo”, sublinhou.

Numa festa que teve como tema ‘A alegria do Amor’, retirado da exortação apostólica que o Papa Francisco dedicou a todas as famílias, D. Manuel Clemente lembrou que “a família é a chave da Igreja”, porque nasceu a partir da própria experiência de Cristo “na família de Nazaré, no “contacto com Maria sua mãe e José o seu pai adotivo”. Notícia adaptada da Agência Ecclesia

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9-12 Junho | Festa de Santa Clara 11 Jun: NÃO HÀ MISSA ÀS 9H00 NEM ÀS 10H30! (Procissão às 10h seguida de missa campal às 11h) 13h—Almoço comunitário Inscrições até dia 9 de Jun no Cartório a Igreja de Sta Clara .

11 Junho Dom | Domingo da Santíssima Trindade

13 Junho Ter | Solenidade de Santo António Missas e bênção do pão de Sto. António: - 10h em Sta. Beatriz - 10h30 em Sta. Clara - 11h no Bairro das Salgadas

15 Junho Qui | Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo Procissão do Corpo de Deus na Cidade, 17h no Largo da Sé

19 Junho Seg | 21º aniversário da consagração da Igreja de Sta. Clara

23 Junho Sex | 24º aniversário da consagração da Igreja de S. Maximiliano

24 Junho Sáb | Solenidade do Nascimento de São João Baptista

25 Junho – 8 Julho | Capítulo Provincial Frades

FESTAS 2017

UNIDADE PASTORAL FRANCISCANA

30 de Junho - 2 de Julho FESTA DE SANTA BEATRIZ Em destaque: Domingo 2 - Eucaristia solene às 10h, seguida de procissão às 11h (Bairro da Amendoeiras). 7-9 de Julho FESTA DE SÃO MAXIMILIANO Em destaque: Domingo 9 - Eucaristia solene às 10h, seguida de procissão às 11h (Bairro do Condado).

94 velas

Os escuteiros do Corpo Nacional de Escutas sopraram no sábado as 94 velas que assinalaram os anos de existência desta que é a maior organização de juventude do nosso país. “Foi um momento importante para celebrar os 94 anos desta associação, revisitando a sua história e lançando pistas para o seu futuro, rumo ao centenário que acontece já em 2023”, realçou o chefe nacional, Ivo Faria. Noticia adaptada da Agência Eclésia