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O renascimento do clube de clássicos tradicionais É comum dizer que a vida na escola é cor de rosa. Conforme o ano de 2000 chega ao fim, o dia em que corresponde à descrição definida por um dicionário japonês não esta mais tão longe. No entanto, nem todos os estudantes do ensino médio desejam ter uma vida cor de rosa, quer se trate de ficar estudando, praticando esportes ou ter algum romance, sempre haverá algumas pessoas que preferem uma vida cinzenta em vez de tudo isso, eu sei muito pouco por mim próprio, mas posso dizer que é uma maneira muito solitária de viver a vida. Aqui estava eu puxando conversa sobre isso com o meu velho amigo Satoshi Fukube, estávamos na sala de aula que era preenchida com os raios do pôr do sol. Como sempre Satoshi tinha um sorriso no rosto enquanto dizia: Eu também penso isso, aliás, eu nunca soube que você era tão masoquista. Como ele estava infelizmente errado. Então, protestei: Você acha que a minha vida é cinzenta? Eu disse isso? Houtarou, seja estudando, praticando esportes ou qual era o outro...? Romance? Eu acho que você não estava querendo mudar para nenhum deles. Bem, não sou uma pessoa exatamente retrógrada também. Satoshi deu um grande sorriso e falou: Você só esta economizando energia, né? Eu confirmei com um bufo, está tudo bem desde que você entenda que eu não odeio ser uma pessoa ativa, simplesmente não gosto de desperdiçar minha energia com qualquer coisa. Meu estilo é economizar energia para a melhoria do planeta. Em outra palavras: Se eu não tenho algo a fazer, não faço e se tenho algo, faço rapidamente. Quando falei meu lema Satoshi encolheu seus ombros, como de costume. Quer se trate de economia de energia ou de cinismo, é a mesma coisa, não é? Você já ouviu falar do instrumentalismo 1 ? 1 O instrumentalismo defende que as nossas percepções, ideias e teorias científicas não necessariamente refletem o mundo real com precisão, mas são instrumentos úteis para explicar, predizer e controlar nossas experiências.

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Page 1: O renascimento do clube de clássicos tradicionais · O por do sol iluminava a sala de geologia, que também era a sala do Clube de clássicos, já havia alguém lá dentro. Um estudante

O renascimento do clube de clássicos tradicionais

É comum dizer que a vida na escola é cor de rosa. Conforme o ano de 2000 chega ao

fim, o dia em que corresponde à descrição definida por um dicionário japonês não esta mais

tão longe.

No entanto, nem todos os estudantes do ensino médio desejam ter uma vida cor de

rosa, quer se trate de ficar estudando, praticando esportes ou ter algum romance, sempre

haverá algumas pessoas que preferem uma vida cinzenta em vez de tudo isso, eu sei muito

pouco por mim próprio, mas posso dizer que é uma maneira muito solitária de viver a vida.

Aqui estava eu puxando conversa sobre isso com o meu velho amigo Satoshi Fukube,

estávamos na sala de aula que era preenchida com os raios do pôr do sol. Como sempre

Satoshi tinha um sorriso no rosto enquanto dizia: — Eu também penso isso, aliás, eu nunca

soube que você era tão masoquista.

Como ele estava infelizmente errado. Então, protestei: — Você acha que a minha vida é

cinzenta?

— Eu disse isso? Houtarou, seja estudando, praticando esportes ou qual era o outro...?

Romance? Eu acho que você não estava querendo mudar para nenhum deles.

— Bem, não sou uma pessoa exatamente retrógrada também.

Satoshi deu um grande sorriso e falou: — Você só esta economizando energia, né?

Eu confirmei com um bufo, está tudo bem desde que você entenda que eu não odeio

ser uma pessoa ativa, simplesmente não gosto de desperdiçar minha energia com qualquer

coisa. Meu estilo é economizar energia para a melhoria do planeta. Em outra palavras: — Se eu

não tenho algo a fazer, não faço e se tenho algo, faço rapidamente.

Quando falei meu lema Satoshi encolheu seus ombros, como de costume.

— Quer se trate de economia de energia ou de cinismo, é a mesma coisa, não é? Você

já ouviu falar do instrumentalismo1?

1 O instrumentalismo defende que as nossas percepções, ideias e teorias científicas não

necessariamente refletem o mundo real com precisão, mas são instrumentos úteis para explicar, predizer e controlar nossas experiências.

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— Não.

— Em resumo, isso significa que para alguém como você, que não possui interesse em

especial, apenas observando o fato de que você não pertence a nenhum clube aqui em

Kamiyama, a Santa Terra de Atividades Extra Curriculares do Ensino Médio, faz de você uma

pessoa cinzenta.

— O que? Você está dizendo que a morte de assassinato não é diferente de morte por

negligência?

Satoshi respondeu sem hesitar: — De certa perspectiva, sim. Apesar de ser um assunto

completamente diferente se você está tentando convencer uma pessoa morta que sua morte é

devido à sua negligência para poder exorcizar a alma dela.

Bastardo atrevido. Mais uma vez eu olhei pra pessoa na minha frente. Fukube Satoshi,

meu velho amigo, digno adversário e rival mortal, é muito “pequeno” para um cara normal. Até

como um estudante do ensino médio, ele poderia ser confundido como um fraco de aparência

feminina, mas ele é totalmente diferente no interior. É muito difícil explicar o que essa

diferença é, de qualquer forma, ele é diferente. Além de ele ter um sorriso o tempo todo, ele

sempre foi visto como um pé no saco, bem como seu atrevimento, sua marca registrada. Ele

também é um membro do Clube de Artesanato, não me pergunte o porquê.

Discutir com ele é apenas um desperdício de energia, acenei minha mão para significar

o fim da conversa.

— Sim, que seja. Vamos para casa agora.

— Sim, você está certo. Eu não tenho qualquer atividade do clube hoje ... talvez eu vá

para casa.

Quando Satoshi estendeu sua cintura, de repente ele percebeu alguma coisa e olhou

para mim.

— “Vamos para casa?” Isso é algo raro de se ouvir de você.

— O que?

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— Se você vai pra casa, iria normalmente ter feito isso antes mesmo de pronunciar

essa frase? Só que o negócio que você tem depois da escola, quando você não está afiliado a

nenhum clube?

Eu levantei minha sobrancelha e tirei um pedaço de papel do bolso interno direito da

jaqueta do uniforme. Depois calmamente entreguei a Satoshi, seus olhos se arregalaram de

espanto. Não, ele está exagerando. Não é como se ele estivesse realmente surpreso, embora

seja verdade que os seus olhos se arregalaram. Satoshi é bem conhecido por essas reações

exageradas.

— O quê?! Não acredito nisso!

— Satoshi, se comporte.

— Este não é um formulário para inscrição de clube? Estou muito surpreso. O que

aconteceu para o Houtarou querer participar de um clube...

É verdade que isso é um formulário para inscrição de clube, ao ver o nome do clube

Satoshi levantou as sobrancelhas.

— O Clube de Clássicos ...?

— Já ouviu falar dele?

— Claro, mas, por que o Clube de Clássicos? Você de repente encontrou um interesse

pela literatura clássica?

Agora, como eu devo explicar isso? Cocei a cabeça e peguei outro pedaço de papel do

bolso interno esquerdo. Era uma carta com caligrafia rabiscada, entreguei a Satoshi.

— Leia.

Satoshi pegou prontamente a carta e começou a ler, e como esperado, começou a rir.

— Haha, Houtarou, agora é problemático. Um pedido de sua irmã, hein? De jeito

nenhum você poderia recusar isso.

Por que ele parecia tão alegre? Por outro lado, eu estava muito consciente de que

mostrava uma expressão amarga. Esta carta do correio aéreo da Índia chegou esta manhã foi a

tentativa de fazer ajustes no meu estilo de vida.

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Oreki Tomoe é sempre assim, envia cartas para atrapalhar a minha vida.

“Houtarou, salve o Clube de clássicos, a juventude da sua irmanzona.”

Quando eu abrirá o envelope e li brevemente a carta esta manhã, tomei conhecimento

de seu conteúdo autocentrado. Eu não tinha obrigação de salvar as memórias da minha irmã,

mas ...

— Qual o forte da sua irmã? Jujutsu?

— Aikido e Taiho-jutsu. Pode ser muito doloroso quando se tem a intenção de

machucar.

— Sim, minha irmã é estudante universitária proficiente tanto academicamente

quando nas artes marciais, não estava contente com a conquista de apenas o Japão e decidiu

sair e desafiar o mundo também. Não seria sábio de incorrer em sua fúria.

Então, novamente, enquanto eu poderia tentar resistir com o pouco de orgulho que

tinha, era também verdade que eu tinha poucas razões para me opor a ela. Na verdade minha

irmã estava acerta ao apontar que eu não tenho nada melhor para fazer de qualquer maneira.

Eu decidi que eu poderia muito bem ser um membro do clube invisível, em vez de um

estudante não afiliado: — Submeti a ficha de afiliação ao clube essa manhã.

— Você sabe o que isso significa, Houtarou?

Satoshi disse enquanto olhava para a carta da minha irmã. Eu suspirei e disse: — Sim,

não parece haver nenhuma vantagem com isso.

— ... Não, não é isso que eu quis dizer.

Estranhamente alegre. Ele bateu a carta com as costas de sua mão e disse: — Não

existem membros do Clube de Clássicos, certo? Isso significa que só você terá a sala do clube

só para você. Isso não é ótimo? Uma base secreta dentro da escola para o seu próprio uso.

Uma base secreta?

— ... Isso é uma forma interessante de interpretar a situação.

— Você não gosta disso?

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Que raciocínio estranho, Satoshi estava basicamente dizendo que eu poderia ter minha

própria base secreta particular na escola. Eu nunca poderia chegar a tal ideia. Um espaço

privado, hein? Não é como se eu realmente desejo tal coisa e me esforçar para isso... Mas não

é tão ruim se ele vem como uma vantagem. Eu peguei a carta de volta do Sathoshi e falei: —

Não é tão ruim, acho que posso dar uma olhada.

— Que bom, boas oportunidades estão sempre lá para você experimentar.

As oportunidades estão ai para serem experimentadas, né? Bem, ele entende a minha

personalidade. Eu sorri amargamente e peguei minha bolsa de ombro.

Eu ainda era fiel ao meu próprio lema.

Os gritos da equipe de atletismo podiam ser ouvidos das janelas aberta.

— ...Luta! Luta! Luta! ...

Eu não gostaria de me envolve nesse desperdício de energia. Não me interpretem mal,

eu não estou dizendo que a economia de energia é a melhor opção, não estou dizendo que

pessoas muito ativas são burras.

Fui em direção à sala de Clube de clássicos enquanto eu ouvia seus gritos. Eu

caminhava ao longo do corredor de azulejos em direção ao terceiro andar. Depois de conhecer

o zelador que estava carregando uma grande escadaria, perguntei-lhe onde a sala do Clube de

clássicos estava, e foi direcionado para a sala de aula de Geologia, no quarto andar do Bloco de

Aulas Especiais.

Esta escola, Colégio Kamiyama, não tinha um número abundante de alunos nem área

de campus grande.

O número total de alunos era algo em torno de mil. Enquanto a escola oferece

currículos para os exames de admissão à universidade como todos os ensinos médios, não era

particularmente notável por seu nível acadêmico. Em outras palavras, é uma escola normal,

por outro lado, a escola tinha um número extraordinariamente grande de clubes (como o

Clube de Aquarela ou o Clube A Capella, bem como o Clube de clássicos), também é conhecida

pelo animado festival cultural anual. Dentro das terras do campus há três grandes edifícios. O

Bloco Geral que abriga as salas de aula regulares, o Bloco de Aulas Especiais com suas

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finalidades especiais e ao ginásio. Isso é muito normal mesmo. Há também o Dojô de artes

marciais e o deposito do equipamento esportivo. O quarto andar do Bloco de fins especiais,

onde a sala do Clube de clássicos está localizada, é relativamente remota.

Enquanto xingava o desperdício de energia, atravessei o corredor de ligação e subia as

escadas para o quarto andar, onde eu encontrei rapidamente a sala Geologia. Sem hesitar, eu

continuei a deslizar a porta aberta, mas descobriu que estava trancada. Isso era de se esperar

já que a maioria das salas especiais estão sempre trancadas, peguei a chave que eu peguei

emprestado com antecedência, a fim de economizar energia e abri a porta.

Depois de virar a fechadura, eu deslizei a porta aberta. A Sala de Geologia estava vazia,

o pôr do sol podia ser vista de sua janela para o oeste.

Eu disse vazia? Não, acontece que não era o que eu esperava.

O por do sol iluminava a sala de geologia, que também era a sala do Clube de clássicos,

já havia alguém lá dentro.

Um estudante estava de pé ao lado da janela, olhando para mim. Era uma menina.

Enquanto “graciosa” e “pura” não eram exatamente as primeiras palavras que me

vieram à mente ao vê-la, não havia outras palavras que eu poderia pensar para descrevê-la

adequadamente. Seu longo cabelo negro corria seus ombros, e seu uniforme de marinheiro lhe

convinha muito bem. Ela era alta para uma menina, provavelmente mais alto do que Satoshi.

Enquanto estava claro que ela era uma garota do ensino médio, seus lábios finos e figura

abandonada reforçou essa imagem antiquada de uma menina de escola séria que aparecia em

minha mente. Entretanto, as pupilas eram grandes e em vez de ser graciosa era cheia de

energia.

Era uma garota que eu não reconheci.

No entanto, ao me ver, sorriu e disse: — Olá. Você deve ser Oreki-san do Clube de

Clássicos, certo?

— ... Quem é você?

Perguntei francamente, embora eu nunca fui bom interagindo com os outros, eu não

tinha a intenção de tratar alguém que acabei de conhecer pela primeira vez com frieza.

Enquanto eu não sabia quem ela era, por alguma razão, ela parecia saber quem eu sou.

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— Não se lembra de mim? Meu nome é Chitanda, Chitanda Eru.

Chitanda Eru. Mesmo com o nome que ela me deu, eu ainda não tenho a menor ideia

quem ela era. A propósito, Chitanda é um nome bastante raro e seu primeiro nome, Eru. Seria

impossível eu esquecer esse nome.

Olhei mais uma vez para a garota chamada Chitanda. Depois de me certificar de que

não a conheço, eu respondi: — Eu sinto muito, mas não acho que vou me lembrar de quem

você é.

Apesar de manter seu sorriso, ela inclinou a cabeça, aparentemente confusa.

— Você é Oreki-san, certo? Oreki Houtarou de Classe 1-B?

Eu balancei a cabeça.

— Eu sou da classe 1-A.

Então você se lembra agora? Era o que ela parecia estar insinuando... Minha memória

é tão ruim assim?

Espere. Eu sou de classe B e ela é da classe A, havia alguma chance de nos ter

conhecido antes? Até dentro da mesma série, não era possível para os estudantes de

diferentes classes interagirem uns com os outros. A única chance de chegar a fazê-lo era

através de atividades de clube ou amigos. Eu não tinha tais ligações com ambos. Deve ter tido

algo que envolveu todo o coro docente, a única coisa que consigo pensar é a cerimônia de

abertura da escola no início do semestre. Além disso, não acho que jamais fui apresentado a

alguém de fora da minha classe.

Não, espere. Eu me lembro. É isso, não havia chances de nos interagir com outras

classes durante as aulas. Se ele envolve a utilização de equipamento especial, então é mais

viável ensinar mais do que uma classe, ao mesmo tempo. Isso deve significar que foi durante

os assuntos EF ou matérias relacionadas a arte.

Durante o ensino médio, não seria também aulas de formação profissional, mas como

esta escola é uma escola principalmente acadêmica, está fora da equação. E EF é separado por

sexo, de modo que resta...

— Será que nós tivemos aulas de música juntos?

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— Sim, é isso!

Chitanda acenou com a cabeça.

Apesar de ter sido quem descobriu isso, eu estava surpreso. Por causa do meu orgulho

devo confessar que eu só assisti uma vez a essas aulas opcionais de artes desde que me

inscrevi aqui. Por isso, era naturalmente impossível eu me lembrar de todos os rostos ou

nomes!

Mas, por outro lado, essa menina chamada Chitanda conseguiu se lembrar de mim

depois de me ver apenas uma vez, por isso aqui esta a prova viva de que não era exatamente

impossível... Deixe-me dizer isso, ela deve ter possuído um nível assustador de memória e

observação.

Ainda assim, tudo pode ser uma coincidência também.

Diferentes pessoas poderiam interpretar significados diferentes ao ler o mesmo artigo

do jornal. Eu recuperei meus sentidos e perguntei: — Então, Chitanda-san, que te traz a sala de

geologia?

Ela rapidamente respondeu: — Eu já me inscrevi ao Clube de clássicos, então eu pensei

que eu deveria vir para cumprimentá-lo.

Juntou-se ao clube de Clássicos, em outras palavras, um membro.

Naquele momento eu queria que ela adivinha-se como eu estava me sentindo. Se ela

entrar para o clube, isso significaria o fim do meu espaço privado, bem como ter que cumprir

minha obrigação com a minha irmã. Eu não tinha nenhuma razão para se juntar ao clube de

clássicos. Suspirei dentro do meu coração... Foi um esforço inútil. Apesar de pensar isso,

perguntei: — Por que você entrou no clube de clássicos também?

Eu não queria entrar neste clube! Eu tentei transmitir essa mensagem implícita na

minha pergunta, mas parecia que ela não entendeu.

— Bem, eu tenho razões pessoais para me juntar a esse clube.

Ela ainda fugiu minha pergunta. Inesperadamente esta tal de Eru Chitanda é bastante

suspeita.

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— E você, Oreki-san?

— Eu?

Isso é que é complicado. Como devo responder a ela? Eu não acho que ela vá entender

que vim aqui por causa de uma ordem da minha irmã. Mas como eu comecei a pensar sobre

isso, percebi que ela realmente não precisa saber a razão.

De repente, a porta se abriu e uma voz trovejou para dentro: — Ei, o que é que vocês

estão fazendo aqui?

Ele era um professor. Provavelmente patrulhando o campus após o horário escolar.

Com um corpo firme e pele bronzeada, ele parece ser um professor de educação física. Embora

não estivesse carregando uma espada de bambu, não seria estranho imaginá-lo com uma.

Enquanto ele está muito além do seu auge, ele ainda tem aquele ar de autoridade ao seu redor.

Chitanda deu um passo para trás quando o professor deu um grito de repente ao

chegar, mas voltou ao seu sorriso de sempre. Então começou a cumprimentar o professor.

— Boa tarde, Morishita-sensei.

Ela fez uma saudação perfeita, do jeito que ela inclinou a cabeça com a velocidade

certa e ângulo. Vendo como ela manteve suas maneiras, independentemente de onde estava,

eu não pude evitar, mas senti inveja dela. O professor chamado Morishita ficou em silêncio por

um curto tempo, atordoado por sua cortesia, mas logo voltou a falar em voz alta novamente.

— Eu vi a porta aberta assim eu vim para ver o que estava acontecendo. O que você

está fazendo, entrando na sala de aula sem permissão? Qual é o seu nome e classe?

... Hmph, sem permissão, hein?

— Sou Oreki Houtarou de Classe 1-B. Aliás, Sensei, este é o quarto clube de clássicos e

eu tenho temo que você interrompeu as atividades do nosso clube.

— O Clube de Clássicos...?

Sem esconder suas suspeitas, ele continuou — eu pensei que tinha sido dissolvido.

— Bem, isso foi antes de hoje. Foi reativado nesta manhã. Você pode confirmar com o

nosso professor supervisor, uhmm …

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— Ooide-sensei.

— Sim, você pode confirmar com Ooide-sensei.

Uma explicação apropriada no momento apropriado. Morishita rapidamente baixou o

volume.

— Ah, vejo, bem, podem continuar o que estavam fazendo.

— Mas você apenas nos viu.

— E se lembrem de devolver a chave quando vocês terminarem.

— Sim, senhor.

Morishita mais uma vez, virou-se para olhar para nós, antes de fechar a porta com

força. Chitanda mais uma vez, encolheu seu corpo ao som alto, mas em seguida delicadamente

sussurrou — ele é …

— Hum?

— Ele é muito alto para um professor.

Eu sorri, de qualquer maneira acho que não tenho mais negócios aqui.

— OK, agora que foram feitas as apresentações vamos voltar para casa?

— Hein? Nós não estamos tendo quaisquer atividades hoje?

— Bem, eu estou indo para casa.

Peguei minha bolsa de ombro, que não tem muita coisa nela, e virei às costas para

Chitanda.

— Eu vou contar com você para fechar a porta. Você não quer que ele grite daquele

jeito de novo, né?

— Eh?

Eu esta para deixar a sala de geologia.

Ou melhor, eu fui detido pela voz exigente da Chitanda.

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— Por favor, espere!

Eu me virei para olhar para Chitanda, que parecia como se tivesse sido dito algo

completamente impensável e disse francamente — eu, eu não posso fechar a porta.

— Por quê?

— Porque eu não tenho a chave.

Ah, sim. A chave está comigo. Não havia que muitas chaves sobressalentes disponíveis

para ser emprestadas Então eu peguei a chave do bolso e segurei-a em sua direção.

— Aqui, você cuida... Desculpe, eu quero dizer, por favor, cuide disso, Chitanda-san.

Mas Chitanda não respondeu. Ela simplesmente olhou para a chave pendurada no meu

dedo, e em pouco tempo ela inclinou a cabeça e perguntou: — Oreki-san, por que você está

carregando isso?

Ela está com alguns parafusos a menos na cabeça?

— Bem, eu não poderia ter vindo sem uma chave... Espere um minuto... Desculpe, mas

como você entrou nessa sala, Chitanda-san?

— A porta não estava trancada quando entrei, eu pensei alguém tinha entrado antes

de mim, então eu não precisei de uma chave para entrar.

Entendo. Desde que a menos que ela receba uma carta de um ex-membro como eu,

ela não teria sabido que não havia outros membros no Clube de Clássicos.

— É mesmo? Quando cheguei a porta estava trancada.

Acontece que foi um erro eu proferir tão despreocupadamente, como a expressão nos

olhos de Chitanda mudou instantaneamente e seu olhar se tornou nítido. É só imaginação

minha ou a pupilas ficaram maiores?

Diferente a minha expressão assustada, ela lentamente me perguntou: — Quando

você disse que a porta estava trancada, você quer dizer que a porta que você veio?

Me senti confuso com a mudança da expressão da menina, eu assenti. Consciente ou

inconscientemente, Chitanda deu um passo em minha direção.

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— Então isso significa que eu estava trancada aqui dentro, né?

O som de tacadas feito pela equipe de beisebol podia ser ouvido dentro da sala. Eu não

tinha mais o que fazer dentro da sala, mas Chitanda parecia querer falar mais um pouco

comigo então coloquei a minha bolsa de ombro em uma mesa próxima.

Trancada aqui dentro, era o que Chitanda tinha dito... É isso mesmo?... Eu parei para

pensar um pouco. Não me lembrava de trancar a porta, então a resposta foi simples.

— Não foi você que trancou a porta por dentro?

No entanto Chitanda balançou a cabeça e negou.

— Eu nunca fiz isso.

— Bem, a chave está comigo. Quem mais poderia ter trancado a porta além de você?

— Bem, há momentos em que as pessoas se esquecem de que elas trancaram a porta

ou não.

No entanto Chitanda não parece estar prestando atenção a minha explicação, e de

repente apontou logo atrás de mim.

— A propósito, é o seu amigo ali?

Eu me virei, e encontrei a silhueta de um uniforme preto por trás da porta semiaberta.

Seu olhar rapidamente encontrou-se com o meu. Lembro-me de ver aqueles olhos

castanhos que olham como se estivessem sorrindo, então eu levantei a voz e gritei: — Satoshi!

Isso é um hobby doentio que você tem, escutando as conversas de outras pessoas!

A porta foi aberta e, como esperado, a pessoa que entrou foi Fukube Satoshi.

Parecendo completamente envergonhado, ele disse descaradamente: — Bem, desculpe. Eu

não tinha a intenção de escutar.

— Você pode não ter tido a intenção, mas fez de qualquer maneira.

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— Pode ser, mas eu simplesmente não poderia deixar de ver o normalmente inativo

Houtarou gastando seu tempo com uma menina em uma sala de aula especial durante o pôr

do sol. Eu não quero acabar perdendo essa oportunidade.

O que ele está falando?

— Eu pensei que você já tinha ido para casa.

— Sim, eu estava preste a ir, mas daí eu vi você com uma garota dentro dessa sala.

Acho que ainda sou inexperiente como um voyeur.

Eu ignorei comentários do Satoshi sobre nos ver, já que é a sua forma habitual de

brincadeira. No entanto, para as pessoas que não estão acostumadas com essas piadas alegres,

podem acabar levando a sério.

E parece que a Chitanda foi enganado com isso.

— Eh, eh, eu...

Sua expressão calma de um tempo atrás havia desaparecido, sendo substituído por um

olhar confuso. Ela parece ser do tipo que coloca suas expressões no rosto, ela parece estar

dizendo: “Olha, eu estou me sentindo nervosa agora” com um olhar nervoso. Era divertido ver

ela assim, mas não podia deixar isso desse jeito muito tempo.

Felizmente, para expor piada de Satoshi, tudo o que você precisava fazer era perguntar

a ele: — Você está falando sério?

— Claro que não.

— Ufa — Chitanda deu um suspiro de alívio. Esse era o lema de Satoshi: Piadas são

para ser feitas no local, então qualquer mal-entendido pode ser explicado imediatamente.

— ... Oreki-san, quem é ele?

Após se recuperar de piada de Satoshi, Chitanda pediu um minuto. Acho que eu

deveria introduzir Satoshi para ela, ou não vamos chegar a lugar nenhum. Eu disse

rapidamente — oh ele? Ele é Fukube Satoshi, um pseudo-humano.

A introdução mais adequada possível e Satoshi parecia ter encarado ela de bom humor.

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— Haha, ótima introdução, Houtarou. Prazer em conhecê-la. Quem é você?

— Chitanda, Chitanda Eru.

Ao ouvir o nome de Chitanda, Satoshi deu uma reação inesperada. Pela primeira vez,

ele realmente ficou sem palavras. Para alguém tão falante como Satoshi, era raro vê-lo assim.

— Chi, Chitanda-san? Você é a Chitanda?

— Hmm? Eu não sei a qual Chitanda você pode estar se referindo, mas eu acredito que

eu sou a única com esse nome na escola.

— Então deve ser isso. Estou surpreso.

A surpresa de Satoshi era genuína, se ele foi surpreendido, então eu deveria estar

também. Eu aprendi há algum tempo que este homem tem uma maneira de descobrir todos os

tipos de informações. No entanto, o que foi que o fez tão surpreso? Eu não podia sequer

imaginar.

— Ei Satoshi, o que foi dessa vez?

— O que foi?!... Eu sei que você não é bem informado, mas você está me dizendo que

você nunca ouviu falar do clã Chitanda?

Desta vez, Satoshi balançou a cabeça e suspirou de forma exagerada. Claro, esta era

uma das formas de Satoshi brincar. Eu sei que ele é extremamente bem versado em todos os

tipos de conhecimento inútil, eu não era de estar todo envergonhado em ser ignorante em um

deles.

— O que tem a família da Chitanda-san?

Balançando a cabeça de forma satisfatória, Satoshi começou a explicar.

— Apesar de haver muito poucos velhos clãs prestigiados na cidade de Kamiyama, os

mais proeminentes são os quatro ‘Clãs exponenciais’. A Juumonji (十 文字) Clã que executa o

Santuário Arekusu, o Sarusuberi (百日 红) Clã que opera as livrarias, o Chitanda (千 反 田) Clã

com suas grandes fazendas e o Manninbashi (万人 桥) Clã da montanha. O primeiro Kanji de

seus sobrenomes é representado pelo expoente 10 (十 百 千万), portanto eles são chamados

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de clãs “exponenciais”. Os únicos clãs que chegam perto desses são o Clã Irisu que dirige o

hospital local, e o Clã Toogaito com sua posição dominante no campo da educação.

Estupefato, pisquei desconfiado e perguntei: — Quatro Clãs? Satoshi, você está falando

sério?

— Que rude. Alguma vez menti sobre coisas como esta?

Se o que Satoshi diz é verdade e é bem provável que seja. No entanto, os clãs de

prestígio nestes dias? Enquanto Satoshi ainda estava de cara amarrada, Chitanda veio em seu

auxílio.

— Uhmm, eu ouvi falar essa história antes. Embora eu não esteja muito certa sobre a

minha família ser um famoso clã.

— Então, é tudo verdade?

— Mas esta é a primeira vez que eu ouvi falar sobre o quatro “Clãs exponenciais”.

Enquanto eu olhava para Satoshi, ele apenas deu de ombros.

— Eu não disse.

— Mas isso foi tudo inventado, né?

— Bem, eu sempre quis ver uma lenda.

Como se quisesse fechar o tópico da conversa Satoshi bateu as palmas e disse: — De

qualquer forma, Houtarou, qual é o problema aqui?

Você com certeza é curioso. Em vez de fazer uma explicação demorada, fiz um breve

resumo sobre tudo.

Já estava ficando escuro então Chitanda foi para fora acender as luzes.

Depois de ouvir a história, Satoshi cruzou os braços e começou a gemer.

— Hmm, é um caso estranho.

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— Como assim? É que a Chitanda esqueceu que ela trancou a porta, não é?

— Não, é estranho.

Satoshi descruzou os braços e bateu palmas.

— Ultimamente, as escolas têm sido muito exigentes sobre como seus campus estão. O

gerenciamento das salas de aulas esta sendo um tanto incômodo para a escola. Caso você não

tenha notado, nenhuma das salas de aula aqui pode ser trancada por dentro. A razão é para

que os alunos não façam qualquer coisa suspeita aqui dentro.

Após a explicação triunfante de Satoshi uma suspeita veio a minha mente. Eu sei que o

Satoshi pode ser um especialista em conhecimentos triviais mas ele não está um pouco

demais? Considerando que ele estava nessa escola a menos de um mês.

— Como você sabe sobre isso?

— Bem, eu estava tentando me esconder em uma sala de aula, a fim de experimentar

algo na semana passada, mas daí eu descobri que a porta não podia ser fechada por dentro.

— Você sabe? Eu acho que o designer das portas da escola foi projetado para prevenir

de pessoas como você possam “fazer coisas suspeitas”.

— Pode apostar.

Nós rimos. Com resultado de nossas risadas seca, Chitanda deu um passo para trás.

Percebendo isso, eu limpei minha garganta e disse: — Deve ter algo errado com a fechadura da

porta. Bem esta ficando de noite então, vamos para casa.

Levantei-me da mesa que eu estava sentado...

Senti alguém pegar meu ombro. Eu me virei e vi Chitanda, que de alguma maneira se

aproximou de mim por trás sem eu perceber.

— Por favor, espere.

— O que foi agora?

— Estou curiosa sobre isso.

Ao ver a cara da Chitanda tão perto da minha eu estremeci.

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— Então?

— Por que eu estava trancada aqui dentro?... Se eu não estava trancada por dentro,

como eu consegui entrar?

O olhar da Chitanda tinha um tipo de poder que parecia que não iria aceitar uma

resposta tola. Sentindo-me oprimido por isso, eu respondi humildemente: — O que tem?

— Se foi o erro de alguém, então de quem é? E como é que eles acabam me

prendendo por engano?

— Não, eu acho só que há algo de errado com a fechadura...

— Não consigo parar de pensar nisso!

Ela disse avançando, me obrigando a dar um passo para trás. No começo eu pensei

Chitanda era uma espécie de dama elegante, mas foi apenas minha primeira impressão com

base na sua aparência. Agora eu percebi que eu estava olhando para seu verdadeiro eu.

Especialmente seus grandes olhos cheios de vida, que estão em contraste com o seu aspecto

global. Aqueles olhos refletiam sua verdadeira natureza. “Não consigo parar de pensar nisso”,

essa frase fez o “clã exponencial” ir de uma dama para uma criança morrendo de curiosidade.

— Por que isso aconteceu? Oreki-san, e Fukube-san, vocês vão me ajudar a pensar

sobre isso?

— Bem, eu tenho que...

— Parece interessante.

Interrompendo-me, Satoshi aceitou seu desafio imediatamente. Como esperado do

Satoshi, mas — estou indo para casa. Não estou interessado.

Vai sem explicação para mim, é um desperdício de energia. E se eu não tenho que fazer

isso, eu estou fora.

No entanto, Satoshi, que deve saber o meu modo de funcionamento muito bem, disse:

— Ah, vamos lá, Houtarou, nos ajude. Eu faria se eu pudesse, mas eu não posso tirar

conclusões apenas com base no meu próprio banco de dados.

— Isso é estúpido, eu sou…

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Como eu estava prestes a continuar, Satoshi olhou para o lado. Seguindo seu olhar, vi

Chitanda.

... Ugh.

Com a boca bem fechada, e os punhos apertando sua saia, ela olhou para mim. Eu

inconscientemente dei mais um passo para trás, para longe dela. Se estivéssemos comparando

a intensidade das personalidades, ela não perderia para minha irmã.

Um aviso do Satoshi: É melhor você deixar seus caprichos de lado dessa vez.

Olhando alternadamente entre para Chitanda e Satoshi, eu assenti suavemente para

Satoshi, escolhi seguir o seu conselho. Caso contrário, poderíamos cair em desgraça sobre nós

mesmos.

— ... Sim, eu acho que é interessante. Vou pensar sobre isso.

Eu não tinha escolha a não ser dizer isso, em um tom inexpressivo. No entanto, essa

resposta foi o suficiente para a Chitanda relaxar seu olhar.

— Oreki-san, você já pensou em alguma coisa?

— Calma ai, o Houtarou é do tipo que primeiro pensa depois faz. Depois que ele

arrumar os seus pensamentos ele pode fazer as coisas

Para de falar tanto, é só que fazer antes de pensar nunca é bom.

E então eu comecei a pensar.

Quando Chitanda entrou na sala, a fechadura estava aberta. No entanto, quando eu

cheguei ela estava claramente fechada.

Se contarmos com o que o Satoshi disse, a Chitanda nunca poderia ter se trancado por

dentro. No entanto, em vez de ter sido de propósito, pode ser que isto foi o resultado de uma

ação inconsciente. Por exemplo: a porta estava em um estado semifechado quando a Chitanda

entrou na sala e a mola dentro da fechadura deve de alguma forma ter sido acionada depois

que ela entrou e acabou se trancando.

Depois de explicar esta teoria, Chitanda inclinou a cabeça enquanto pensava no seu

julgamento, embora Satoshi imediatamente levantou sua voz.

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— Isso seria impossível. Não há nenhuma maneira de que as fechaduras em Kami2

poderiam ter sido postas em uma condição semifechado com base em seu design. A chave não

teria saído.

Não há espaço para meio termo, não é?

Se esse for o caso então alguém fechou a porta intencionalmente. Então eu perguntei:

— Você se lembra há quanto tempo entrou nesta sala?

Chitanda pensou um pouco e disse: — Logo antes de você. Cerca de três minutos, eu

acho.

Três minutos, é muito pouco tempo, a Sala de Geologia é o lugar mais remoto em Kami.

Agora isso está ficando complicado. Eu estava começando a pensar tudo de novo

quando de repente Chitanda gritou: — Ah!

— O que foi, Chitanda-san?

— Eu sei. Pense nisso, quem mais tem a chave?

— Hein? Quem?

A Chitanda tinha um ar alegre em seu sorriso... Por alguma razão, eu tinha um mau

pressentimento sobre isso. Como esperado a nossa senhorita se virou e disse: — Oreki-san, é

claro. Ele tem a chave.

Como previsto. Em vez de concluir que foi uma boa dedução, ela percebeu algo e disse:

— Ah, mas isso é mesmo possível? Oreki-san não é uma pessoa confiável?

Deve-se dizer esse tipo de coisa quando ela esta na sua frente? Enquanto eu estava

sem palavras, Satoshi riu e disse: — Bem, eu não sei se o Houtarou é uma pessoa confiável,

mas eu não acho que ele é do tipo de pessoa que se divertiria em prendê-la aqui dentro. Ele

não tem nada a ganhar.

Você me conhece muito bem. Eu não faria nada que não me beneficiaria.

Isto significa que não fui eu quem trancou a porta.

2 Estão se referindo ao colégio aqui.

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Então... quem foi?

Eu não entendo isso. Então comecei a coçar a cabeça.

Eu nem sequer tenho a menor ideia. Por alguma razão, me senti culpado, então

perguntei: — Isso não é bom. Você tem alguma pista?

— Pista? O que você quer dizer com isso?

— Uma pista é uma pista.

Satoshi ajudou a elaborar a minha explicação mega simplificada.

— Uma coisa que é diferente do normal. Você notou qualquer coisa que se parece

diferente ou estranho, Chitanda-san?

— Hmm, agora que você mencionou…

Há algo diferente?Eu não estava exatamente esperando muito, Chitanda estava

olhando ao redor da sala de Geologia antes de virar o olhar para baixo e disse gentilmente: —

Há um tempo atrás, eu ouvi alguns sons vindo de debaixo dos meus pés.

Sons?

Então alguém tranco a porta? Eu não fazia ideia.

Não, se esse não for o caso?

Entendi. De alguma forma eu finalmente consegui entender, Satoshi notou a minha

expressão e disse: — Houtarou, você parece ter percebido alguma coisa.

Eu silenciosamente peguei minha bolsa de ombro.

— Onde você está indo, Oreki-san?

— Nós estamos indo para testemunhar a reconstituição da cena do crime. Se tivermos

sorte, podemos chegar a ver.

Senti Chitanda me seguindo freneticamente e Satoshi estava logo atrás dela, sem

dúvida.

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Já era muito tarde e o tempo para fechar a escola se aproximava. A equipe de beisebol

podia ser claramente vista arrumando o seu equipamento. Chitanda e Satoshi, que eu já

deveria ter deixado para trás há muito tempo, acabaram me alcançando. Ou melhor, eles

estavam me seguindo.

Chitanda caminhava ao meu lado e perguntou: — Diga-nos já. Como é que você

descobriu?

Satoshi também perguntou: — Ela esta certa, você sabe que é sem segredos entre nós.

Pare de dizer algo tão grave. Sem virar a cabeça, eu disse: — Não é exatamente um

segredo. Só que é tão simples que não requer muita explicação.

— Pode ser simples para você, Oreki-san. Mas eu ainda não consigo entender.

Chitanda fez beicinho... Embora seja incômodo para explicar, fugir de perguntas

também é um desperdício de energia. Arrumei minha mochila e me perguntei por onde devo

começar.

— Tudo bem, que tal se eu disser que você estava trancada por alguém que estava

usando uma chave mestra?

Quando eu disse algo que era um fato a mim, a voz Chitanda estava surpresa. Parece

que vamos ter de começar as explicações daqui.

— Ehh? Como assim?

— A Sala de Geologia está localizada longe do campus. Se alguém trancá-la dentro com

a chave normal, ele precisa voltar para a sala com as chaves, antes eu poderia ter emprestado.

Três minutos seria muito curto para qualquer um tentar fazer isso.

— Entendo, então deve ter sido outra chave já que só tem uma chave normal, a única

que sobra é a chave mestre.

Exatamente. E naturalmente é de se esperar que a chave mestra normalmente não

poderia ser usados pelos alunos. Além disso, existe outra informação decisiva.

— Chitanda-san, você disse que ouviu algo vindo do andar abaixo de você, certo?

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— Sim

— Se o som vem do chão do quarto andar, o que você normalmente teria pensado em

primeiro lugar?

Satoshi, que parecia bastante descontraído, respondeu: — O som vem do teto do

terceiro andar?

— Certo. E isso é o nosso usuário chave mestra.

A única pessoa que iria trabalhar na fixação de coisas sobre os limites da sala de aula

após o tempo de aula seria…

— Estou impressionada que você conseguiu descobrir o que é o zelador.

Chitanda disse, embora concordasse ansiosamente.

A pessoa que vimos no terceiro andar foi o zelador, que estava carregando uma grande

escada. Como ele surgiu a partir de uma sala de aula, ele colocou a escada no chão e tirou uma

chave do bolso. E diante de nossos olhos, ele começou a bloquear as portas das salas de aula

do terceiro andar, uma por uma. Em outras palavras, ele primeiro tinha desbloqueado todas as

portas da sala de aula, então começou a fazer o trabalho no interior das salas. Depois de feito

ele foi e fechou as salas. Se alguém ficasse dentro da sala por azar ela acabaria sendo presa...

como a Chitanda.

Quanto ao que ele estava fazendo na sala, eu não tinha ideia. Passar por tantas salas de

aula carregando uma grande escada com essa, pode ser que ele estava trocando as lâmpadas

das salas de aula, ou talvez verificando os alarmes de incêndio ou algo assim. De qualquer

forma, a questão da Chitanda está, em grande parte, resolvida.

E portanto, caso encerrado.

— Ta vendo, eu disse que ele conseguia fazer as coisas se organizasse sua mente.

— Você está certo. Estou impressionada.

Eu não me acho incrível... Afinal, foi Satoshi que me contou sobre o sistema das chaves,

enquanto era Chitanda que percebeu que o som vinha de baixo. Oh, bem, eles podem pensar o

que quiserem de mim. De qualquer forma, eu fui feito para passar por todos os problemas,

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mas ao olhar para Chitanda e vendo admiração honesta refletindo em seus olhos, acabei

engolindo todas as queixas que possa ter tido.

— Bem, de qualquer maneira. Mesmo que você estivesse em um ambiente interno, eu

ainda não entendo como você não ouviu a porta ser trancada.

No entanto Chitanda não tomou isso como uma crítica ou sarcasmo e apenas sorriu.

— Bem, eu poderia explicar isso. Eu estava... sim, eu estava olhando para que a

construção pela janela.

Ela disse e apontou para um edifício à beira da estrada. Foi o Dojô Artes Marciais. Era

um edifício que parecia ser de madeira, desgastada após ser exposta aos elementos por tanto

tempo.

— Parece que você está realmente fascinada por isso.

— Não, é só que eu acho este edifício é bastante misterioso.

— Hmm.

Eu não vejo como este edifício seja misterioso, mas Satoshi parecia ter entendido

alguma coisa quando ele murmurou: — Bem, isso não parece particularmente de velho.

— Sim, é.

É isso mesmo? Poderia ser, mas por que ela tinha sido distraída por um prédio antigo,

eu não tinha ideia se ela estava sendo elegante ou apenas despreocupada.

Em pouco tempo, chegamos a um semáforo vermelho. Como nós, havia outros

estudantes saindo da escola.

— A propósito, não nos apresentamos propriamente ainda. Chitanda suavemente disse.

— Apresentar apropriadamente...

— Sim, o Clube de Clássicos vai iniciar as suas atividades a partir de agora. Vamos nos

divertir juntos.

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O Clube de clássicos! Eu esqueci completamente sobre isso! Era para eu só ir dar uma

olhada na sala do clube, mas foi tudo em vão com a entrada da Chitanda no clube... Mas tudo

isso é agora, em retrospectiva. Minha entrada já foi apresentada e posteriormente arquivada

no registro. Nesta escola, que era impossível sair de um clube depois de entrar ele, deveria

esperar um mês para sair.

Enquanto eu abaixava minha cabeça, Chitanda virou-se para sorrir para Satoshi.

— Você esta entrando no clube de Clássicos, Fukube-san?

Satoshi cruzou os braços e parecia que ele estava pensando, mas logo respondeu: —

Bem, parece interessante. Tudo bem, eu estou dentro.

— Vai ser um prazer conhecê-lo, Fukube-san.

— Não, o prazer é todo meu... Prazer em conhecê-lo também, Houtarou.

Olhei zombeteiramente a Satoshi, que decidiu se fazer de bobo.

Comecei a andar à medida que o semáforo ficou verde. Coloquei minha mão no bolso,

eu senti a carta dentro. Foi a carta da minha irmã. De fato, desde que esta carta de Oreki

Tomoe havia chegado, eu tinha essa sensação de que algo havia sido colocado em movimento.

Você está feliz agora, mana? Existem hoje três pessoas dentro de sua juventude, que é

o clube de Clássicos. O Clube de Clássicos tradicionais já foi ressuscitado. Esta também é,

provavelmente, o adeus aos meus dias pacíficos de economia de energia. O motivo é …

— Ah, sim, nós ainda não temos decidido quem vai ser o presidente ainda. Que

devemos fazer?

— Você está certo. Houtarou definitivamente não parece ser o presidente de um clube.

Essas pessoas provavelmente não irão colocar-se no meu caminho para economia de

energia. Se fosse apenas Satoshi sozinho eu ainda podia lidar com ele de alguma forma, mas o

principal problema é...

Nossos olhos se encontraram. Chitanda Eru sorriu com seus olhos grandes.

O principal problema é com esta senhorita aqui. Eu só tenho um sentimento vago

sobre isso.