o quintal produtivo de dona quena

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O quintal produtivo de dona Quena Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano • nº1821 8 Castelo do Piauí A agricultora Lucinete da Cruz Vieira, mais conhecida como Dona Quena, esposa do agricultor Emanuel Vieira Rocha e mãe de Joaquim, conta que sempre morou em regiões onde o acesso à água era difícil. Vinda do município de Novo Santo Antônio, há nove anos depois que casou, ela veio morar em Manoel dos Santos, em Castelo do Piauí e teve que continuar enfrentando o problema de acesso a água, até a chegada, em 2007, da cisterna de água para beber, do Programa Um Milhão de Cisterna. Eram 16 mil litros de água que a família usava para beber, cozinhar e para suprir as necessidades mais imediatas da família. Em 2013, a agricultora também foi contemplada com a cisterna para a produção de alimento do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Através do caráter produtivo, que integra o Programa, a família escolheu frutíferas para plantar em sua área produtiva. Por sugestão do esposo Emanoel ela escolheu manga goiaba, acerola, tangerina. A renda da família vem da agricultura familiar, da produção de milho, feijão e arroz, e agora da venda do que a agricultora produz no quintal de casa. Dona Quena conta que já mantinha em seu quintal seus canteirinhos de cebolas, coentro, tomate, pimentinha e pimentão, apenas para o consumo da família. Mas com água em casa, a produção foi aumentando e hoje ela vende e chega a lucrar cerca de R$ 50 reais, que ela diz parecer pouco, porem se somar com o que ela não gasta comprando temperos, já dá um lucro consideravelmente bom. Novembro/2014

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Dona Quena, esposa de Emanuel Vieira, conta que veio morar em Manoel dos Santos, em Castelo do Piauí, e teve que continuar enfrentando o problema de acesso a água, até a chegada, em 2007, da cisterna de água para beber, do Programa Um Milhão de Cisterna. Eram 16 mil litros de água que a família usava para beber, cozinhar e para suprir as necessidades mais imediatas da família.

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Page 1: O quintal produtivo de dona Quena

O quintal produtivo de dona Quena

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano • nº1821 8

Castelo do Piauí

A agricultora Lucinete da Cruz Vieira, mais conhecida como Dona Quena, esposa do agricultor Emanuel Vieira Rocha e mãe de Joaquim, conta que sempre morou em regiões onde o acesso à água era difícil. Vinda do município de Novo Santo Antônio, há nove anos depois que casou, ela veio morar em Manoel dos Santos, em Castelo do Piauí e teve que continuar enfrentando o problema de acesso a água, até a chegada, em 2007, da cisterna de água para beber, do Programa Um Milhão de Cisterna. Eram 16 mil litros de água que a família usava para beber, cozinhar e para suprir as necessidades mais imediatas da família.

Em 2013, a agricultora também foi contemplada com a cisterna para a produção de alimento do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Através do caráter produtivo, que integra o Programa, a família escolheu frutíferas para plantar em sua área produtiva. Por sugestão do esposo Emanoel ela escolheu manga goiaba, acerola, tangerina. A renda da família vem da agricultura familiar, da produção de milho, feijão e arroz, e agora da venda do que a agricultora produz no

quintal de casa.

Dona Quena conta que já mantinha em seu quintal seus canteirinhos de cebolas, coentro, tomate, pimentinha e pimentão, apenas para o consumo da família. Mas com água em casa, a produção foi aumentando e hoje ela vende e chega a lucrar cerca de R$ 50 reais, que ela diz parecer pouco, porem se somar com o que ela não gasta comprando temperos, já dá um lucro consideravelmente bom.

Novembro/2014

Page 2: O quintal produtivo de dona Quena

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Piauí

”As vezes eu saio vendendo em Santa Fé, São Matheus, as vezes as pessoas vem comprar aqui, e tem um senhor que sempre vem comprar pra revender”.

Dona Quena conta que nunca teve praga em suas plantações, e se um dia tiver ela já sabe que não pode usar produtos químicos, porque agrotóxicos fazem mal para saúde e que as pessoas já começam a ter consciência disso.

A família construiu um poço que veio somar os recursos hídricos da família. Mesmo assim, Dona Quena diz que não pode realizar ainda um sonho recente, que surgiu de uma visita de Intercâmbio que ela fez ao

município de Pedro II, o sistema de irrigação por gravidade. “Ali sim dava pra produzir muito para vender até em Castelo, mas é muito dependioso, precisa de muita água e a gente não tem água pra aquilo tudo”, lamenta a agricultora, que lembra também do esforço que é ter que aguar todos os dias planta por planta. Enquanto não consegue realizar seu sonho ela criou no seu quintal seu próprio sistema de irrigação.

Uma garrafa pet, com um pouco de água, uma estaca e um barbante formam o Sistemas de irrigação por gotejamento da agricultora. Uma maneira fácil, barata e eficiente de economizar água em uma região onde o líquido é precioso. Para fazer o sistema ela usa as garrafas de plásticos (pet) e faz um furo na tampa. As gotas molham as plantas de forma lenta, contínua e controlada e garantem uma boa economia de água.

Como conhece bem a realidade de quem precisa economizar água, devido a dificuldade de acesso a ela, toda água usada nos afazeres domésticos também é aproveitada para irrigar as plantas do quintal.