o que fazer com meu home studio - guilherme cysne

72

Upload: jacques-oliveira-da-vitoria

Post on 17-Nov-2015

241 views

Category:

Documents


13 download

DESCRIPTION

Dicas para criar um home estúdio

TRANSCRIPT

  • Guilherme Cysne

    O que fazer com meu home studio?

    Um passo a passo para suas primeiras produoes

    Rio de Janeiro

    2015

  • Edio de Texto: Guilherme Cysne

    Reviso de Texto: Gabriel Dias

    Diagramao: Jssica Prates

    Proibida a reproduo sem autorizao expressa.

    Todos os direitos reservados

    Cysne Produes

    Email: [email protected]

    Home Page: http://www.cysneproducoes.com.br

    Guilherme Cysne, 2015

  • Dedicatria

    Dedico essa obra a Aaron Swartz, um heri recente, que de-dicou sua vida ao sonho de devolver humanidade seu bem mais precioso, o conhecimento.

  • Agradecimentos:

    Agradeo a todos os alunos que depositaram confiana em meu curso de home studio. Ele foi a fonte para escrever essa obra.

    Em especial, pelo suporte dado a essa empreitada, quero agradecer a Claudio Costa; Francis Mozart; Gabriel Dias, Jssica Prates, Leandro Stein; Raphael Trop; Vincius Gra-tivo; Zeff Matielli; e pelo incentivo minha iniciao no udio, quero agradecer ao mestre Adriano Giffoni.

  • Essa obra totalmente gratuita e no pode ser vendida, nem utilizada em atividades com fins lucrativos, sem autorizao do responsvel.

    O objetivo compartilhar conhecimento e impulsionar o cenrio da msica. claro que produzir esse tipo contedo uma tarefa que exige esforos. Como retribuio, peo para que o arquivo no seja compartilhado de forma direta. Ou seja, se pretende indicar esse material para outras pessoas, siga os seguintes passos:

    - Acesse o site www.cysneproducoes.com.br, copie e envie o link. Os downloads so contabili-zados e representam um incentivo para produo de novos materiais.

    - Ao citar o livro, utilze a hashtag #oquefazercommeuhomestudio. Assim forma-se uma rede de pessoas relacionadas obra.

    No deixe de seguir a pgina da Cysne Produes nas redes sociais e Youtube.

  • Prefcio.............................................................................................................................................................................9

    GravaoPasso 1- Conecte seu equipamento. Abra o software Reaper.........................................................................11

    Passo 2 - Selecione sua interface de udio..........................................................................................................14

    Passo 3 - Configure o projeto...................................................................................................................................15

    Passo 4 - Insira uma Track........................................................................................................................................17

    Passo 5 - Configure a Track para utilizao MIDI............................................................................................... 18

    Passo 6 - Insira um instrumento virtual na Track............................................................................................... 20

    Passo 7 - Configure o Buffer Size............................................................................................................................22

    Passo 8 - Configure e ligue o Metrnomo............................................................................................................. 24

    Passo 9 - Grave o item MIDI de bateria....................................................................................................................... 25

    Passo 10 - Configure uma nova Track para a gravao do baixo.................................................................. 26

    Passo 11 - Grave o item de udio do baixo.......................................................................................................... 28

    Passo 12 - Configure uma nova Track para a gravao da guitarra.............................................................. 29

    Passo 13 - Grave o item de udio da guitarra...................................................................................................... 30

    Passo 14 - Configure novas Tracks para a gravao do violo e vozes....................................................... 31

    EdioPasso 15 - Configure o editor de MIDI para a etapa de Edio............................................................................................33

    Passo 16 - Posicione as notas MIDI nas linhas do GRID.................................................................................. 34

    Passo 17 - Confira as intensidades das notas MIDI.......................................................................................... 35

    Passo 18 - Corrija o posicionamento dos transientes de udio de acordo com o GRID.......................... 37

    Passo 19 - Afine as linhas meldicas dos elementos da msica.................................................................. 39

    Passo 20 - Remova os rudos existentes entre as execues........................................................................ 41

    Passo 21 - Configure um Gate para remoo automtica dos rudos de uma Track.......................................... 42

  • MixagemPasso 22 - Alivie o processamento do seu sistema para a Mixagem............................................................45

    Passo 23 - Organize o projeto para otimizar a navegao............................................................................... 47

    Passo 24 - Estabelea a estratgia de Paneamento......................................................................................... 48

    Passo 25 - Estabelea o Plano de Volume entre elementos da Mixagem................................................... 49

    Passo 26 - Restrinja a faixa de freqncia de cada elemento........................................................................ 50

    Passo 27 - Estabelea um equilbrio entre os volumes das frequncias teis........................................... 51

    Passo 28 - Estabelea uma compresso corretiva para todas as trilhas.................................................... 53

    Passo 29 - Distribua as trilhas pelo Reverb......................................................................................................... 55

    Passo 30 - Distribua as trilhas pelo Delay............................................................................................. 57

    Passo 31 - Exporte a Mixagem................................................................................................................ 58

    MasterizaoPasso 32 - Confira e aprimore o comportamento de frequncias de sua Mix............................................ 61

    Passo 33 - Confira e aprimore o comportamento dinmico da sua Mix...................................................... 62

    Passo 34 - Eleve o volume total de sua Mix......................................................................................................... 63

    Passo 35 - Exporte a Masterizao....................................................................................................................... 65

    Consideraes............................................................................................................................................................. 67

    Tabelas de Equalizao................................................................................................................................................. 68

    Release.......................................................................................................................................................................... 72

  • 9

    Exteriorizar sentimentos e compartilh-los uma necessidade do ser humano. A msica cumpre bem esse papel.

    Por sculos a existncia de msica esteve limitada ao momento da execuo. Depois a humani-dade criou formas de gravar e reproduzir o som. Assim o instante musical pde ser eternizado em mdias. Surgia a msica produto, fornecida por uma indstria que atendia necessidade de consumir discos.

    Por dcadas gravar msica dependia de muita estrutura. Era caro, restrito. At que com a chegada dos computadores isso mudou e ento se popularizou os recursos de gravao, tor-nando-os domsticos. Nascia o Home Studio.

    Esse livro rene os conhecimentos principais para se operar um Home Studio. De forma bastante simples, prtica e objetiva, ir guiar o leitor pelas etapas da produo musical, esclarecendo as ferramentas necessrias para se iniciar e finalizar uma msica. Acredito que a concluso de uma produo, mesmo que de forma simples, fundamental para a formao dos alicerces do aprendizado. tambm combustvel para a pesquisa avanada.

    No se preocupe em ter conhecimentos prvios de udio. Imagine algum aprendendo a dirigir. Sem um instrutor para mostrar o funcionamento do carro e a metodologia da direo seria difcil tir-lo do lugar. Muitos tentam dirigir um Home Studio, mas desistem por falta de ins-truo. Este livro ser como uma autoescola. Em breve, com treino e dedicao, o leitor se tornar um condutor habilitado.

    Pronto? Ento vamos produzir msica!

  • Gravao 11

    Conecte seu equipamento. Abra o software Reaper

    - Instale a interface de udio no seu computador. Leia o seu manual de instrues;

    - Siga o esquema abaixo para a conexo do seu equipamento;

    - Abra o software Reaper.

    A figura acima mostra um esquema de ligao bem comum em home studio. Note que a interface de udio est no centro.

    Explicao:

    A msica uma reunio de vrios elementos sonoros. Se vamos produzir em um Home Studio precisamos registrar o som dentro do computador.

    Atualmente o mtodo mais comum de gravao consiste em registrar os elementos separa-damente. Ou seja, cada instrumento ou voz gera um arquivo musical independente.

    Na realidade, o som deve ser captado atravs de um microfone, ou captador de instrumento, e assim produzir um sinal eltrico que contm a informao sonora.

  • Gravao 12

    O computador no trabalha com sinal eltrico e sim com dados digitais, de forma que um aparelho chamado interface de udio faz essa adequao. Justamente, transforma a infor-mao eltrica em informao digital. A esse processo damos o nome de Converso.

    No ambiente do computador, um software que ir comandar os processos da produo musical desde a gravao do arquivo at a sua manipulao. A esse software damos o nome de Digital Audio Workstation (DAW). So muitos os tipos de DAW no mercado. Desde j adianto que no existem melhores ou piores, mera questo de adaptao do usurio.

    Neste livro utilizaremos o Reaper, um soft-ware moderno, que possui uma verso completa para avaliao com tempo bas-tante prolongado. Est disponvel no site:

    http://www.reaper.fm/.

    A figura acima mostra a tela principal do software Reaper.

    Reforo que os conceitos aqui tratados so universais e aplicveis a qualquer outro software.

    A figura acima mostra uma Interface de udio, tambm conhecida como Placa de udio.

  • Gravao 13

    Neste livro consideraremos a gravao hipottica de uma msica seguindo a estratgia de captao abaixo:

    - Bateria e instrumentos virtuais (gravao MIDI); baixo e guitarra (gravao em linha); violo e voz (gravao com microfones).

  • Gravao 14

    Selecione sua interface de udio

    - Dentro do Reaper, v a Options / Preferences / Audio / Device;

    - Escolha o sistema de som ASIO, se estiver usando um PC. Um Mac ignora essa etapa. Nesse caso a interface deve ser indicada no sistema operacional;

    - Selecione o driver ASIO da sua placa. O ASIO um sistema que possibilita usos mais avan-ados de aparelhos em udio;

    - Indique os canais inputs e canais outputs de sua placa que o Reaper oferecer como opes para seleo. Note, uma interface de udio uma central de conexes. Cabos com sinais eltricos entram para serem gravados (inputs) e saem para serem reproduzidos (output).

    A figura acima mostra a seo de configurao do dispositivo de udio na janela de preferncias do Reaper. Note que foi selecionado o sistema Asio e o intervalo de canais de entradas e sadas da interface que estaro disponveis no Reaper.

    Explicao:

    Para que o Reaper possa acessar nossa interface preciso indic-la como dispositivo de udio.

  • Gravao 15

    Configure o projeto

    - V a File/Project Settings;

    - Na aba Project Settings defina Sample Rate (utilizaremos 44.100 KHz); BPM (andamento da msica) e frmula de compasso;

    - Na aba Media defina Bit Depth (utilizaremos 24 bits) e a pasta de armazenamento dos ar-quivos gravados nesse projeto.

    A figura acima mostra a aba Project Settings na janela homnima e suas configuraes iniciais.

  • Gravao 16

    A figura acima mostra a aba Media na janela Project Settings e suas configuraes iniciais.

    Explicao:

    O Reaper trabalha com sistema de projetos. Normalmente cada msica ocupa um projeto. Assim, preciso ajustar os quesitos tcnicos de udio, bem como os quesitos musicais.

    Como vimos, a Converso o processo de transformao do sinal eltrico em dados de com-putador. O nvel de detalhamento do udio gerado (resoluo) definido pela frmula: Bit depth/Sample Rate. O padro atual de gravao 24/44.100.

    Note que quanto mais resoluo (detalhamento das informaes sonoras), maiores e mais pesados sero os arquivos gerados.

  • Gravao 17

    Insira uma Track

    - Clique com o boto direito na rea escura da tela principal e escolha a opo Insert New Track.

    A figura acima mostra as opes de insero de tracks no Reaper.

    Explicao:

    Track o nome dado ao painel de controle de cada elemento do projeto, representa um ins-trumento ou voz. Nesse livro tambm chamamos de Trilha.

  • Gravao 18

    Configure a Track para utilizao MIDI

    - Indique a entrada MIDI onde est conectado o teclado controlador;

    - Arme a Track (habilita para a gravao) e ligue a monitorao (permite ouvir o som que est sendo gerado).

    Explicao:

    No universo do Home Studio muitas ve-zes no se tem acesso, estrutura, ou ha-bilidade para se gravar um instrumento. Assim sendo, tornou-se comum a utili-zao de instrumentos virtuais via MIDI.

    MIDI uma linguagem que permite, por exemplo, que um dispositivo fsico en-vie informaes para um software. No home studio o exemplo mais comum a utilizao de um teclado controlador para operar um instrumento virtual.

    Para o Reaper reconhecer seu teclado, basta instalar corretamente o driver e ento habilitar o input na seo MIDI devices.

    A figura acima mostra a janela de configurao dos dispositivos MIDI

    A figura acima mostra (da esquerda para direita): o boto para armar a Track, o boto para seleo do canal de entrada e o

    boto para ligar a monitorao.

  • Gravao 19

    Outra forma de conexo MIDI atravs da interface de udio. Nesse caso o teclado ser ligado na entrada MIDI da interface via um cabo especfico para essa funo e a interface envia o sinal para o computador.

    No Reaper basta habilitar a interface como dispositivo MIDI. Essa opo tambm aparecer na janela de configurao de dispositivos MIDI.

    At aqui nenhum som ser gerado, pois a Track no possui um instrumento virtual.

  • Gravao 20

    Insira um instrumento virtual na Track

    - No painel de controle da Track clique no boto FX;

    - Na janela seguinte, clique em Add, busque por um plugin de simulao de bateria de sua preferncia.

    A figura acima mostra as opes de instrumentos virtuais, no menu Instruments da janela FX. Note que so apresen-tadas apenas as opes nativas do Reaper.

    Explicao:

    Resumidamente, plugins so softwares secundrios que rodam dentro da sua DAW. De ma-neira geral, voc baixa e instala o plugin como qualquer outro programa. Em um dado estgio da instalao voc guarda em uma pasta um arquivo de extenso especfica, (DLL, no caso do ambiente PC). Esse arquivo ser utilizado pela DAW para abrir o plugin.

    Resumindo, instala-se o plugin, guarda-se o arquivo em um diretrio e no Reaper indica-se onde est essa pasta. Bingo! Agora sua lista de plugins aumentou.

  • Gravao 21

    A figura acima mostra a janela de preferncias do Reaper na seo Plug-ins VST. Nela voc indica em quais pastas do seu computador esto armazenados os arquivos DLL dos seus plugins instalados. Com eles o Reaper pode acessar

    os plugins

    provvel que voc ainda no tenha plugins de simulao, visto que o Reaper no possui esse tipo de software nativo. Pesquise e baixe alguns softwares para experimentao.

    Como sugesto, organize todos os seus arquivos de conexo de plugins em poucas pastas. Por exemplo: DLL plugins 32 e DLL plugins 64.

  • Gravao 22

    Configure o Buffer Size

    - V a Options/ Preferences/ Audio/ Devices / Asio Configuration. Essa opo abrir o painel de controle de sua placa. O painel outro software independente que permite configuraes da placa;

    - Defina o Buffer Size para o valor de 256.

    A figura acima mostra o boto para acesso do painel de controle de sua interface. Note que o Reaper oferece um caminho alternativo de definio do Buffer Size que a caixa Request block size.

    Explicao:

    As configuraes acima previnem um atraso entre a execuo e o som produzido. O nome dado a esse fenmeno Latncia. Saiba que antes do som ser reproduzido pela Interface de udio, as informaes sonoras so processadas internamente. Esse processamento feito por pacotes de informaes. Quanto maior o pacote, mais tempo leva para reproduzir, ou seja, mais latncia.

    Para ouvir o som em tempo real basta diminuir o tamanho do pacote (256 um bom nmero para comear).

    Talvez voc tenha que acessar o painel de controle de sua placa por fora do Reaper. Caso isso seja necessrio, feche-o, ajuste a latncia e abra novamente o projeto.

  • Gravao 23

    Outra forma de configurar o Buffer definir o tamanho e selecionar a caixa Request block size, ainda na janela Preferences. Assim o Reaper solicitar que a placa funcione segundo a especificao.

  • Gravao 24

    Configure e ligue o Metrnomo

    - Para ligar o Metrnomo basta clicar no seu cone na barra de tarefas;

    - Clicando com boto direito possvel definir o Pre-roll (contagem preparatria, antes da gravao).

    A figura acima mostra a janela de configurao do metrnomo. Note a regulagem do Pre-roll para execuo de 2 com-passos antes do incio da gravao, na posio do cursor.

    Explicao:

    O Metrnomo uma ferramenta comum s DAW. Serve para marcar o andamento da msica, de forma que o executante possa tocar no tempo.

    O Pre-roll uma configurao que indica o nmero de compassos que sero reproduzidos antes de comear a gravao propriamente dita. Serve para o executante se preparar.

  • Gravao 25

    Grave o item MIDI de bateria

    - Posicione o cursor de tempo no ponto de incio da bateria na msica;

    - Aperte o boto Record ou use o comando Ctrl + R.

    Explicao:

    Depois de realizar toda a configurao, basta escolher o ponto de incio da gravao e acionar o boto Record.

    Perceba que no uma tarefa nada fcil executar levadas complexas de bateria utilizando um teclado. Existem pelo menos 2 alternativas para contornar esse problema:

    - Escrever as notas com o mouse; Insira um item de MIDI (menu Insert) e d um clique duplo para acessar o editor e, ento, posicione as notas segundo o Grid (linhas de subdiviso rtmica dos compassos).

    - Utilizar pacotes de itens MIDI prontos, os chamados MIDI Packs. Muitos softwares j pos-suem uma seo de levadas e viradas. Muitas empresas produzem pacotes avulsos. E, ainda, se estivermos tratando de uma msica j conhecida, talvez os arquivos MIDI da cano se encontrem disponveis para download.

    No existe unanimidade sobre como trabalhar uma bateria MIDI, explore os caminhos acima e escolha o que voc melhor se adapta.

    De qualquer forma, uma sugesto comear gravando bumbo e caixa com o teclado, em seguida completar escrevendo os pratos e viradas mo. Se tiver dificuldade com viradas utilize uma do banco de dados do seu software de bateria.

    Vale ressaltar que existe uma enormidade de instrumentos virtuais alm da bateria, como: pianos, teclados diversos, sintetizadores, instrumentos de cordas, naipes de metais, dentre muitos outros que podem enriquecer sua composio. Pesquise e experimente.

    Nesse ponto vamos considerar que talvez seu projeto tambm tenha a adio de outros ins-trumentos virtuais.

    A figura acima mostra o boto Record

  • Gravao 26

    Configure uma nova Track para gravao do baixo

    - Insira uma Track, selecione o canal do baixo, arme, ligue a monitorao;

    - Gire o boto de Gain do canal do baixo na sua interface at um ponto em que os momentos mais intensos da execuo variem numa faixa de -10 at 0 dB.

    A figura acima mostra a trilha de baixo pronta para a gravao. Note o canal selecionado.

    Explicao:

    Gravar em linha nada mais do que ligar um instru-mento direto sua interface de udio. Interfaces de Homes Studio normalmente possuem uma conexo dedicada a essa finalidade.

    O baixo um instrumento que funciona muito bem em linha. Vale ressaltar que esse mtodo comum, inclusive em grandes produes.

    Basta configurar uma Track como vimos anteriormen-te, porm, agora escolheremos o Input referente ao canal ao qual o baixo est conectado interface.

    O Reaper gravar um item de udio, esse o nome dado representao grfica dos trechos gravados dessa forma.

    O boto que girou o Pr Amplificador, ele tem a funo de ampliar o baixo sinal que natural-mente gerado por um instrumento, ou microfone.

    Ok. Mas porque precisamos disso? Simples. A princpio entenda que todo aparelho gera um nvel de rudo de fundo natural, que somado ao sinal. Entenda tambm que durante o pro-cesso de produo a msica vai ganhando volume, a fim de alcanar um padro comercial.

    Sendo assim, se a msica aumenta de volume, aumenta-se tambm o rudo associado s

    A figura acima mostra o boto verde, o pr am-plificador de uma interface de udio. Note a

    especificao Gain.

  • Gravao 27

    Tracks. Da a importncia do Pr Amplificador. Ele garante uma boa relao sinal x rudo, dei-xando o sinal bem mais alto que as sujeiras de fundo. Por isso, mesmo com o aumento de volume geral da msica o rudo permanece discreto.

    Ento quanto nvel de sinal necessrio para ter uma boa relao sinal x rudo?

    Para responder preciso entender outra condio do udio digital. Todo sistema digital possui um limite mximo de volume que ele suporta sem gerar distores desagradveis. A esse limite convencionou-se o valor de 0 dB. Dessa forma, no udio digital trabalhamos com uma escala negativa de dB (Decibel). Quanto mais distante de zero, mais negativo, mais baixo o volume.

    Logo, se queremos um sinal alto, precisamos que ele esteja prximo de 0 dB, mas sem clipar (distoro ao ultrapassar o limite). Basta rodar o boto do Pr, durante a execuo do arranjo a ser gravado e alcanar o ponto desejado.

    Por isso sugerido que, a princpio, use o parmetro de -10 a 0 dB para os picos de execuo. Essa no uma regra rgida e com o tempo ganha-se agilidade com esse passo.

    Para a medio, basta observar o Meter, medidor de volume da Track.

    A figura acima mostra o medidor de volume da Track. Note que o valor muito baixo, pois essa trilha foi recm colo-cada e est em repouso.

    Ateno! No Reaper o valor mais alto de volume da Track fixado. Por isso, lembre-se de sempre zerar o Meter, clicando sobre os nmeros, para garantir a leitura correta de diferentes momentos.

  • Gravao 28

    Grave o item de udio do baixo

    - Posicione o cursor de tempo;

    - Aperte o boto record.

  • Gravao 29

    Configure uma nova Track para a gravao da guitarra

    - Insira uma Track, selecione o canal da guitarra, arme, ligue a monitorao;

    - Siga os passos para inserir um instrumento virtual vistos na gravao MIDI, mas dessa vez busque pelo plugin de simulao de amp de sua preferncia. Fique atento! No Reaper, ampli-ficadores virtuais no aparecem na seo Instruments.

    Explicao:

    Nem todo instrumento produz resultado de timbre agradvel ao ser gravado em linha. Na verdade a condio do baixo no muito comum.

    Originalmente instrumentos com captadores, como a guitarra, por exemplo, foram feitos para serem ligados a um amplificador. Certo?

    Pois bem, algumas empresas criaram softwares de simulao de amps. Ou seja, sobre o sinal da linha so geradas as caractersticas do som de um amplificador.

    Uma dica, se o som da Track estiver abaixo ou acima dos demais elementos do projeto, basta fazer a adequao de volume na sada do amplificador virtual.

    Vale ressaltar que o baixo tambm pode ser utilizado com simulao de amp.

    Bom, agora s registrar um sinal de linha utilizando o amplificador virtual. Pesquise bastante, esse universo demais!

  • Gravao 30

    Grave o item de udio da guitarra

    - Posicione o cursor de tempo;

    - Aperte o boto Record.

  • Gravao 31

    Configure novas Tracks para a gravao do violo e vozes

    - Escolha o microfone adequado para sua fonte;

    - Posicione o microfone perto da sua fonte;

    - Insira uma Track no Reaper, nomeie, indique o canal do microfone, arme e ligue a monitorao;

    - Ligue a alimentao eltrica se estiver utilizando um microfone condensador;

    - Toque ou cante um trecho. D ganho no pr respeitando os parmetros citados anteriormente;

    - Aperte o boto record.

    Explicao:

    Algumas vezes vamos optar por usar microfones para captar instrumentos e vozes. Os ins-trumentos podem ser captados diretamente, como no caso dos acsticos (violo, ukulele) ou indiretamente, via microfonao de amplificadores.

    Atente para algumas consideraes sobre gravao com microfones:

    - Existem diferentes tipos de microfones. Os modelos mais comuns nos estdios so os din-micos e os condensadores. Saiba que eles possuem sensibilidades diferentes. Ou seja, para uma mesma fonte, um produz mais volume de sinal do que o outro. O dinmico menos sensvel que o condensador. Assim sendo, a princpio opte pelo condensador para gravar fontes de volume baixo (violo, ukulele...) e dinmico para gravar fontes de volume alto (am-plificadores, bateria...);

    - Adequar a sensibilidade do mic ao volume da fonte uma preocupao que est relaciona-da a manter uma boa relao sinal x rudo. Microfones dinmicos gravando fontes de baixo volume exigem um ganho acentuado de pr, o que tambm pode adicionar rudos do sistema;

    Isso mesmo, girar pouco ou muito o pr problemtico no quesito rudo.

    - Muitos elementos funcionam bem tanto com dinmicos quanto com condensadores. Vozes, por exemplo;

    - De maneira geral, em situao de estdio, evita-se a gravao das ambincias junto fonte original. O som do ambiente captado junto fonte pouco manipulvel. Assim sendo, a melhor estratgia gravar seco e criar uma ambincia virtual depois, via software.

    muito vlido estudar as diferentes tcnicas de microfonao.

  • Edio 33

    Configure o editor de MIDI para a etapa de Edio

    - Roll de notas: no menu View, altere o roll de notas para o modo named notes (mapa nume-rado), se estiver utilizando um instrumento percussivo, ou para o modo piano roll (teclas de piano), se estiver usando um instrumento no percussivo;

    - Formato das notas: no menu View / Piano roll notes, altere o formato das notas para diamonds ou triangles (drum mode), se estiver utilizando um instrumento percussivo, ou para retangles, se estiver utilizando um instrumento no percussivo;

    - Grid: Ajuste as linhas de subdiviso dos tempos da msica. A dica comear em subdiviso de semi colcheia (1/16 straigh). A correlao arranjo x grid fundamental para a edio de tempo e exige habilidade musical. Estude sobre ritmo.

    A figura acima mostra as configuraes iniciais do editor de MIDI. Pode ser acessado por duplo clique no item MIDI

    Explicao:

    Talvez voc esteja feliz com o resultado das suas gravaes at aqui. Mas entenda que dentro de um padro comercial so feitas exigncias para um resultado mais polido. Assim, a edio a fase que trata de aprimoramentos da gravao.

    Se voc utilizou um teclado para gravar trechos de itens MIDI, ento provavelmente voc ir querer melhorar sua execuo. Mas antes disso preciso configurar o editor de MIDI.

    A edio de MIDI segue dois raciocnios bsicos: corrigir tempo; corrigir a dinmica da execuo.

  • Edio 34

    Posicione as notas MIDI nas linhas do GRID

    - Abra o editor de MIDI, dando duplo clique

    - Estabelea um zoom horizontal (roda do mouse) para que se visualize bem todas as subdi-vises do tempo. Por exemplo, para um grid de 1/16 Straigh, cada tempo estar dividido em quatro partes iguais;

    - Utilize o mouse para posicionar as notas no grid correto. O boto Snap ir facilitar essa tarefa, uma vez que ele s permite movimentos de notas sobre as linhas do grid.

    A figura acima mostra um Item MIDI ocupando o compasso 1. Note os tempos, 1; 1.2; 1.3 e 1.4. No Grid de 1/16 foi dado zoom at que cada tempo aparecesse subdividido em 4 partes iguais. Tal configurao corresponde figura de

    ritmo semicolcheia. A grande maioria das clulas rtmicas so combinaes de semicolcheias.

    Explicao:

    Ao se gravar comum cometer deslizes de tempo, mesmo quando se utiliza o me-trnomo. Dessa forma podemos utilizar os recursos de edio MIDI para colocar as notas no lugar.

    O passo acima a forma manual de realizar esse trabalho. Simples, mas trabalhoso, correto?

    Uma forma mais rpida de fazer essa tarefa utilizar a funo Quantize. Ela aproxima as notas para o GRID mais prximo de forma automtica. Note ainda que ela oferece uma barra de intensidade, que varia de 0 a 100%, para voc dosar a preciso do posicionamento. Isso pode ser interessante para estilos mais orgnicos.

    Esse o mtodo mais comum para correo de tempo em itens MIDI.

    Para utilizar a funo Quantize basta seguir os passos abaixo:

    - Selecione um grupo ou todas as notas de um item MIDI (Ctrl + A);

    - Aperte a tecla Q.

    A figura acima mostra o boto de snap na barra de fer-ramentas do editor de MIDI.

  • Edio 35

    Confira as intensidades das notas MIDI

    - Corrija a dinmica da execuo. Para isso, altere o parmetro de Velocity conforme a ne-cessidade do arranjo.

    Explicao:

    Algumas vezes voc ir querer ajustar a fora das notas tocadas. Esse parmetro se chama Velocity. Ele varia de 0 a 127, numa escala relativa de intensidade. Associado aos nmeros existe um gradiente de cor que facilita a visualizao.

    Existem dois caminhos para se alterar o Velocity:

    - Barra de Velocity. uma linha sobre a nota MIDI. Permite ajuste individual de Velocity, ou em grupos de notas selecionadas. Ideal para ajustes finos.

    - Lane de Velocity. Lanes so faixas com funes definidas, abaixo do roll de notas MIDI, que permitem alteraes no comportamento do som. No caso da Lane de Velocity, cada nota possui uma barra vertical representante. Experimente marcar um grupo de notas, clicar no boto esquerdo do mouse e arrastar o cursor ao longo do espao da Lane. Esse mtodo excelente para criao de dinmicas para viradas de bateria, por exemplo.

    A figura acima mostra notas MIDI no Piano Roll escritas com intensidade crescente. Perceba a barra de Velocity (uma linha) em cada nota, os valores, o gradiente de cor e a representao de cada nota com uma coluna na Lane abaixo.

  • Edio 36

    Note que os instrumentos virtuais produzem sons bem polidos e precisos, de forma que no comum abordarmos raciocnios de limpeza de rudos ou afinao, como veremos na edio de itens de udio.

  • Edio 37

    Corrija o posicionamento dos transientes de udio de acordo com o Grid

    - Ajuste o Grid da tela principal, clicando com boto direito no cone correspondente na barra de tarefas. Uma sugesto comear com a opo 1/16;

    - Ajuste o zoom horizontal at ter boa visualizao das subdivises do tempo, mas sem exa-geros;

    - Ajuste o zoom vertical at ter boa visualizao dos picos da representao grfica do som;

    - Mova os picos mais relevantes para as linhas corretas do Grid. Normalmente os picos re-presentam o incio de cada nota ou acorde.

    Explicao:

    Como falamos, normalmente as execues possuem deslizes de tempo. Assim como nos itens de MIDI possvel corrigir o posicionamento dos itens de udio. Isso feito movendo o grfico do udio na tela principal do Reaper. Como mover?

    Pois bem, cada DAW oferece uma gama de ferramentas para a movimentao de itens. Ler o manual e assistir vdeo aulas bsicas sobre seu software preferido vai te dar domnio e habilidade nas escolhas das ferramentas.

    Dentro do universo do Reaper, utilize corte (tecla S) e reposicionamento dos transientes (Alt + arrastar) para notas isoladas e Stretch Markers (boto direito/ Insert Stretch Marker) para grficos mais uniformes.

    A figura acima mostra uma trilha de baixo e outra de guitarra que necessitam de edio de tempo.

  • Edio 38

    A figura acima mostra as mesmas trilhas anteriores. Porm agora, na primeira, foram utilizados os cortes e movimentos dos transientes com a funo Alt; e na segunda, a aplicao de Stretch Marker. Note que agora o incio das execues

    coincide com as linhas do Grid.

  • Edio 39

    Afine as linhas meldicas dos elementos da msica

    - Insert o plugin Melodyne na janela FX da trilha;

    - Aperte o boto Transfer e d play;

    - Utilize a ferramenta Pitch Tool para modificar a altura das notas da melodia. Basta utilizar o mouse para mover a nota e dar duplo clique para que ela se encaixe ao Grid.

    Explicao:

    Afinao deve ser uma preocupao global na produo musical. bem vindo tudo o que puder ser feito para garantir previamente a correta afinao da execuo, seja de instrumentos ou do canto. Ainda assim, mesmo com todos os cuidados, deslizes podem ser cometidos.

    Algumas ferramentas de edio foram desenvolvidas para lidar com esse problema, como o software Melodyne, por exemplo. Adianto que afinar grupos de notas simultneas ainda no alcanou bons resultados, de forma que a ferramenta funciona melhor para linhas meldicas simples.

    O programa ir gerar um grfico do trecho de udio lido. Essas notas podem ser movidas para o ponto correto da afinao.

    Clicando com o boto direito o Melodyne oferece uma srie de ferramentas que, alm da afinao, permitem alteraes no comportamento do som. De fato, um plugin com muitas possibilidades e merece ateno e estudo.

    A figura acima mostra o Melodyne com um grfico caracterstico. Note o boto Transfer e as ferramentas.

  • Edio 40

    Consideraes sobre o Melodyne:

    - Note que alcanar um bom resultado depende totalmente de uma boa execuo;

    - Os grficos muitas vezes so confusos, evite editar com os olhos. Altere apenas as notas que o ouvido detectar como problemticas;

    - Basicamente os grficos mostram o corpo da nota e a linha de modulao. A combinao de ambas define a afinao. A princpio, para obter um resultado natural, evite mudanas bruscas nas linhas;

    - Algumas vezes a leitura do software gera um nico corpo de nota para uma linha de modula-o sinuosa. Isso pode indicar que esse corpo deve ser dividido em duas notas independentes atravs da ferramenta Note Separation Tool;

    - Se as modificaes no agradarem ou se voc estiver na dvida basta resetar as notas para a posio inicial da leitura.

    A figura acima mostra uma situao que necessita da Note Separation Tool. Note tambm o caminho para resetar uma nota posio original da leitura.

  • Edio 41

    Remova os rudos existentes entre as execues

    - Recorte e apague o trecho problemtico.

    Explicao:

    Sons indesejveis normalmente so de duas origens: rudos naturais dos equipamentos, ins-trumentos, vozes; ou vazamentos de sons externos. A preveno crucial. A ateno deve ser redobrada, principalmente aos rudos que so percebidos em meio execuo. Esses so bem mais restritos nas possibilidades de correo.

    Nas ocasies em que os rudos acontecerem apenas nos intervalos entre uma execuo e outra, podemos utilizar tanto edies manuais localizadas quanto edies automticas para resolver o problema.

    Sim, para uma trilha com muitos trechos problemticos a tarefa seria rdua. Para essa situ-ao veremos a utilizao do Gate, um plugin bastante prtico para limpeza das tracks.

  • Edio 42

    Configure um Gate para remoo automtica dos rudos de uma Track

    - Insira um plugin de Gate na janela FX da trilha;

    - Altere gradativamente o parmetro Threshold. Perceba que, em um determinado momento, o som ser mutado.

    Explicao:

    Essa a funo do Gate. Ele um porto que se abre apenas para os sons acima do Threshold (limiar). Muito til para a situao descrita acima, de muitos vazamentos nos intervalos de execuo (metrnomo, rudos de fone, humers de distoro, dentre outros). Uma dica para configurar o Gate criar um loop (boto Repeat + Time Selection) em uma regio de rudo.

    Algumas vezes o Gate pode atuar de forma radical, fechando o volume de forma brusca e gerando artefatos no som. Um parmetro chamado Release pode construir um fechamento gradual e discreto do Gate.

    A figura acima mostra de cima para baixo: a faixa da Time Selection demarcando o loop, os parmetros Release, Threshold e o boto Repeat.

  • Edio 43

    Assim encerramos as noes bsicas sobre edio. importante reforar que editar exige treino e conhecimento musical.

    Com as fases de captao e edio construmos uma boa matria prima para a produo da msica. Agora podemos seguir com as fases de processamento desse material para cons-tituir nosso produto final.

    A primeira delas a Mixagem, que trata de misturar os elementos da msica. O objetivo fazer com que as Tracks convivam harmoniosamente e que a mistura possua uma boa cola, um bom acoplamento entre os elementos.

  • Mixagem 45

    Alivie o processamento do seu sistema para a Mixagem

    - Configure o Buffer Size para valores acima dos usados na gravao e edio. O valor de 512 um bom parmetro para iniciar. Aumente o Buffer conforme a demanda de sua placa. Geralmente percebemos essa necessidade ao ouvir uma reproduo falha da msica. Um som engasgado;

    - Renderize as Tracks e trate de desligar plugins que foram utilizados na gravao e edio. Por exemplo: amplificadores virtuais, plugins de edio, instrumentos virtuais MIDI.

    Explicao:

    No processo de mixagem temos uma alta demanda de uso de softwares. Assim preciso otimizar o poder de processamento do sistema. Fazemos isso elevando os valores de Buffer e desligando plugins que no sero mais alterados.

    Ao renderizar uma Track criamos uma nova. Um novo udio com o resultado sonoro dos plugins j aplicado. Aliviando, assim, nossa mquina do trabalho de mant-los ativos.

    A figura acima mostra o comando de renderizao de uma trilha com amplificador virtual.

    A figura acima mostra o resultado da renderizao. Perceba a nova trilha gerada (stem) a partir da trilha original abaixo, que continha um amplificador virtual. Note, ela foi mutada ao final e na sequncia desligou-se o boto FX, zerando a demanda de processamento daquele plugin. O resultado sonoro exatamente o mesmo, mas perceba a diferena do

    grfico.

  • Mixagem 46

    Vale ressaltar que alguns plugins so Multi Channel, como softwares de bateria, por exemplo. Resumidamente falando, eles permitem que cada elemento do software possua uma Track independente dentro da DAW.

    possvel ento renderizar cada uma dessas Tracks e desligar o plugin.

  • Mixagem 47

    Organize o projeto para otimizar a navegao

    - Confira a identificao das Tracks;

    - Rena grupos de elementos em pastas;

    - D cores aos grupos, clicando com o boto direito e selecionando Track Color.

    A figura acima mostra parte de um projeto de mix organizado. Repare a separao dos grupos de instrumentos por cores. Todas as trilhas de guitarra, em azul, esto alocadas dentro de uma pasta geral GUITAR. Note o subnvel indi-

    cando a pasta. Para cri-la basta selecionar as trilhas desejadas e arrastar em direo Track Folder.

    Explicao:

    Um projeto bem organizado facilita a navegao e poupa tempo.

  • Mixagem 48

    Estabelea a estratgia de Paneamento

    - Para cada Track, gire o boto de Pan e escolha seu posicionamento dentro do eixo horizontal da mixagem. Esquerda, centro, ou direita.

    Explicao:

    Parte de fazer as trilhas conviverem refere-se a encontrar um espao para cada uma delas dentro da mixagem.

    Mas calma. Como assim espao?

    Sim, existem fenmenos psico acsticos, ou seja, interpretaes do nosso crebro, que nos fazem perceber um espao virtual ao ouvirmos msica. Isso mesmo, todo o som sai de apenas 2 caixas de som, mas nosso crebro cria e interpreta como sendo todo um espao.

    Nas Tracks temos alguns controles diretos que posicionam elementos dentro do espao vir-tual. Um deles o controle de panorama (Pan), que permite uma alocao no eixo horizontal.

    Ento deve-se traar uma estratgia de paneamento para alcanar uma mixagem mais clara e com um espaamento harmonioso. Basicamente seguem-se dois raciocnios:

    - Posicione ao centro elementos principais: voz, solos, temas. Em seguida abra (coloque nas extremidades) elementos secundrios: bases, ornamentos;

    - Posicione ao centro elementos com muita massa sonora: bumbo, surdo, baixo.

    Estude as diferentes tcnicas, mas a vai uma sugesto para dar os primeiros passos:

    Centro: Bumbo, caixa, surdos, baixo, voz, solos.

    Extremidades: Overheads, Room, bases dobradas (guitarra, violes), timbres stereo (pianos, cordas, synths), arranjos e ornamentos gerais.

    A figura acima mostra o boto de Pan.

  • Mixagem 49

    Estabelea o Plano de Volume entre elementos da Mixagem

    - Para cada Track, mova o fader de Volume e estabelea a intensidade de cada uma dentro da msica.

    Explicao:

    Outro controle direto de posicionamento dos elementos da mixagem o fader de volume. Ele organiza o elemento no eixo de profun-didade, tambm chamado de Plano de Vo-lume.

    O plano de volume tem duas funes:

    - Estabelecer uma relao esttica de distncia entre os elementos. Alguns soam mais frente (prximos ao ouvinte), outros mais atrs (distantes do ouvinte).

    - Permitir uma margem de volume para os processamentos da Masterizao.

    Lembre-se que a mixagem no o ltimo estgio da produo. Dessa forma, o volume total da mix no deve ser o volume final da produo.

    Uma dica, utilize um plugin de medio de volume no Canal Master do Reaper e, para os mo-mentos mais enrgicos da msica, siga mais ou menos os seguintes parmetros: volume mdio da msica (Volume RMS - medidor lento que no representa os picos de intensidade) entre -22 a -17 dB.

    A figura acima mostra o fader de volume.

  • Mixagem 50

    Restrinja a faixa de freqncia de cada elemento

    - Para cada Track, insira um Equalizador na Janela FX, com filtro High Pass. Ajuste a frequ-ncia de corte.

    Explicao:

    O objetivo aqui retirar as pores de graves de cada elemento da mixagem, deixando esse grupo de frequncia estritamente para os elementos em que ele realmente necessrio.

    Assim temos em cada trilha apenas as frequncias teis, sem sobras de graves conflitantes.

    Coloque filtros High Pass com frequncias de corte cada vez mais altas, conforme as trilhas forem perdendo a prioridade sobre grupos de graves. Por exemplo, o bumbo de bateria domi-na a regio de sub graves, por isso, os demais elementos da instrumentao tero cortes de High Pass acima desse grupo (acima de 70 Hz).

    A figura acima mostra o equalizador nativo do Reaper. A banda nmero 1 est configurada como um filtro High Pass. A frequncia de corte escolhida foi a de 80 Hz. A nomenclatura High Pass (passa altas) indica que somente as pores

    acima do corte sero ouvidas.

  • Mixagem 51

    Estabelea um equilbrio entre os volumes das frequncias teis

    - Utilize as demais bandas do equalizador para equilibrar as frequncias teis;

    - Exagere o ganho de uma banda. Varra o grfico de equalizao para identificar a regio problemtica e ento reduza o ganho para corrigir o problema.

    Explicao:

    Entenda que o volume geral de um elemento a soma do volume de suas frequncias. Ou seja, as frequncias em cada trilha possuem ganhos distintos.

    Imagine os elementos como um terreno irregular. Ora temos montes, ora vales de frequncias. Assim a equalizao serve para identificar e tratar esses desnveis. Na prtica comum que as trilhas possuam algumas frequncias com volumes um tanto descontrolados e o equali-zador pode equilibr-las.

    As frequncias podem influenciar no timbre dos elementos e, por sua vez, na clareza da mixagem. Por exemplo, um som pode ser mais orgnico e sujo, ou mais cristalino e polido dependendo das propores de suas frequncias.

    Alm disso, uma preocupao global da mixagem ter uma boa cola entre os elementos, eles devem formar um bloco coeso, slido. De maneira geral, variaes excessivas de volu-mes fazem com que um dado elemento se descole desse bloco, dando um aspecto amador mixagem. Controlar excessos de frequncia deixa a trilha mais comportada e encaixada na msica.

    Assim conclui-se que o uso do equalizador cumpre pelo menos dois papeis importantes: limpar a mix e aumentar sua coeso.

    Sim, os dois ltimos passos citados so subjetivos. Na prtica, equalizar no uma cincia exata. Depende da habilidade do tcnico em julgar o udio, identificar problemas e baseado nas suas necessidades, estabelecer o uso da ferramenta mais apropriada.

    fundamental ter intimidade com os grupos de frequncia, com os fenmenos dentro de cada grupo e, ainda, com as ocorrncias mais comuns de cada fenmeno nos elementos da instrumentao. importante mirar os ouvidos para perceber os problemas no udio.

    Sugiro a seguinte classificao dos grupos de freqncia (lembrando que o ouvido humano possui uma extenso auditiva entre 20 e 22.000 Hertz):

    Sub 20 a 70 Hz

    Graves 70 a 200 Hz

    Mdio Graves 200 a 1000 Hz

    Mdio Agudos 1000 a 4000 Hz

    Agudos de 4000 a 20000 Hz

  • Mixagem 52

    A figura acima mostra as bandas posicionadas no limite de cada grupo de frequncia. Ou seja, os intervalos entre as bandas compreendem a poro que cada grupo ocupa no grfico de um equalizador.

    Podemos ainda citar alguns fenmenos caractersticos:

    - Ressonncias (90 a 200 Hz) - frequncias bem pontuais com ganhos bastante excessivos;

    - Booming (200 a 400 HZ) - reforo sonoro excessivo, parecido com as ressonncias, mas menos pontuais;

    - Muddy (400 a 600 HZ) - poro orgnica que confere naturalidade ao timbre, mas que ao mesmo tempo deixa o som lamacento, sujo, embolado, confuso. Tambm confere uma sen-sao de frouxido s peles de bateria, quando em excesso;

    - In Box ou Boxed (600 a 1000 HZ) - semelhante ao Muddy, mas um pouco mais agudo. Seu efeito um som encaixotado, preso, como um rdio pilha. Tambm tende a embolar o som;

    - Harsh (1000 a 4000 HZ) poro estridente que confere aspereza, acidez ao timbre;

    - Sibilncia (5000 Hz at 12000 Hz) estridncia excessiva na voz, causada pela pronncia da slaba S;

    - Air (10000 Hz em diante) poro bem aguda geralmente relacionada com a sensao de calor ou ar, nas trilhas.

    Mas como ganhar treino auditivo para perceber todos esses detalhes?

    No existe uma forma nica de praticar a audio, mas uma bastante eficiente o uso de receitas de bolo. Por isso sugiro a utilizao da Tabela de Equalizao, que se encontra no final deste livro. Ela se baseia nos elementos comuns de uma instrumentao popular. Aborda cada grupo de frequncia relevante para cada elemento, propondo uma manipulao.

    Note que um elemento pode soar menos interessante depois de sua alterao, ao se ouvido isolado. Mas lembre-se, o objetivo fazer o conjunto da mixagem soar bem.

    Vale lembrar que extremamente importante que, na fase de captao, o timbre esteja fun-cionando bem, coerente com os critrios estticos. Ou seja, forar a barra para moldar um timbre errado com o equalizador tende a no funcionar.

  • Mixagem 53

    Estabelea uma compresso corretiva para todas as trilhas

    - Para cada Track, insira um Compressor na janela FX, aps o Equalizador

    - Regule um valor baixo para o Attack de forma que o compressor seja gil, 3 ms um bom parmetro;

    - Configure o Ratio para o valor de 3:1, de forma que o Compressor no seja muito radical;

    - Desa a barra de Threshold at alcanar uma reduo de ganho entre 2 a 4 dB nas partes mais intensas. Uma dica: crie um loop em uma parte intensa para regular o Compressor;

    - Reajuste o plano de volume da Track.

    Explicao:

    Observamos a importncia de se manter um volume comportado das diferentes frequncias, dentro de cada trilha, a fim de manter a coeso da mixagem. Ou seja, saltos de volume des-colam nosso elemento da mix. Certo?

    O mesmo problema pode acontecer por variaes bruscas de intensidade da execuo.

    Aqui introduzimos o Compressor, que um processador de dinmica que nos ajuda a con-trolar as trilhas.

    O objetivo prioritrio do Compressor pressionar (comprimir) os pontos intensos de uma execuo. Menos variao significa mais controle, mais estabilidade do elemento.

    Para entender os parmetros vamos seguir o raciocnio:

    - Para reprimir os picos de volume assim que eles acontecem, o Compressor deve ser gil. O parmetro Attack controla o tempo de iniciao do Compressor. medido em milissegundos. Devemos escolher valores baixos;

    - O compressor deve ser forte o suficiente para pressionar os picos. O parmetro Ratio define a fora de atuao. uma grandeza adimensional, ou seja, no possui unidade. Para um vo-lume x do pico de execuo, ouviremos apenas uma frao definida pelo Ratio (2:1 - metade do volume original; 3:1 - um tero do volume original; 4:1 um quarto do volume original);

    - O Compressor deve atuar sobre os momentos intensos, ignorando os demais trechos da execuo. O parmetro Threshold define esse limite, ou seja, define o volume que serve de estmulo para a atuao;

    - Se vamos comprimir um instante intenso, ento haver uma perda de volume. Certo? O parmetro que mede as perdas da compresso o Gain Reduction e expresso em dB. Ou seja, atravs dele que conferimos o quanto nosso Compressor est atuando.

    Aps a atuao do Compressor teremos uma trilha mais compacta e comportada. O maior benefcio que agora conseguimos escolher um plano de volume com mais facilidade. Sem

  • Mixagem 54

    partes que se escondem, ou que sobressaem, exigindo um ajuste de volume a cada momento.

    Na finalidade corretiva o Compressor sutil. Por isso, sua utilizao em todas as trilhas da mixagem se torna bem-vinda, pois no compromete os timbres, s melhora a dinmica.

    A figura acima mostra o compressor nativo do Reaper e os parmetros configurados para uma compresso corretiva. Note a barra vertical vermelha que mostra a reduo de ganho.

    Alm do uso corretivo, o Compressor tambm uma poderosa ferramenta esttica que permite esculpir timbres. Sugiro uma pesquisa sobre as diferentes utilizaes estilsticas do Com-pressor, como compresso de impacto (lenta), compresso de corpo (rpida), compresso paralela, compresso multi banda.

  • Mixagem 55

    Distribua as trilhas pelo Reverb

    - Crie uma Track;

    - Insira um plugin de Reverb e selecione o preset de Room. A esse tipo de Track damos o nome de Bus Fx. Assim como um nibus (bus) ela receber vrios passageiros, que so os sinais de outras Tracks;

    - Clique no boto I/O do instrumento desejado e faa um envio (Send) de seu sinal para o Bus FX do Reverb. Repare que cada Send possui um fader exclusivo que serve para a dosagem do efeito na mix;

    - Ateno! No plugin de Reverb, garanta que est trabalhando apenas o sinal Wet (100% som de efeito). Geralmente a nomenclatura desse parmetro refere-se a Mix, Dry/Wet, Direct/Effect;

    - Repita os passos acima para o Reverb Plate ou Hall.

    Explicao:

    Uma forma interessante de incre-mentar uma mixagem adicionar plugins de efeitos aos elementos da msica, como Reverbs, Delays, Chorus, Phasers, Distortions, Pit-ch Shifters, dentre outros.

    De fato, pode-se aplicar um efeito direto na janela FX da Track de um elemento. Mas esse mtodo consome muito processamento, pois so abertos muitos plugins.

    Assim, como mtodo alternativo, utilizamos Bus FX, que nada mais do que uma Track de-dicada ao plugin de efeito, que ir receber o sinal das Tracks que se deseja afetar

    No Reaper o boto I/O, no painel de controle da Track, controla esses roteamentos. Ou seja, cria rotas de envio do sinal de um lugar para outro dentro do projeto.

    A vantagem principal a economia de processamento, uma vez que somente uma instncia

    A figura acima mostra o boto de se-leo de sinal de dois plugins distin-tos. Note que eles esto selecionando 100% do som com efeito. Ou seja, sem

    nenhum sinal original.

    A figura acima mostra uma trilha sendo enviada para um Bus Fx de Reverb. Note o boto I/O e a janela de roteamento, onde feito o

    envio (Send) da trilha para o efeito.

  • Mixagem 56

    de um plugin utilizada para vrias trilhas.

    Perceba que o Bus FX de fato um caminho paralelo ao som original do instrumento, ou seja, so dois elementos distintos que chegam independentemente ao Canal Master: o sinal original e o sinal afetado.

    Assim tomamos o cuidado de configurar o plugin de efeito de forma que ele s produza sinal afetado e no reproduza o sinal original. No queremos somas de sinal original, o que alteraria de forma negativa nosso plano de volume.

    A experincia auditiva no mundo real rica em informaes do ambiente. Assim, numa mi-xagem moldamos algumas dessas informaes para incentivar o crebro do ouvinte a criar a sensao de espaos fsicos ao ouvir msica.

    O Reverb um plugin que simula as reflexes do som pela sua interao com o ambiente.

    Para facilitar poderamos dividir os reverbs em dois grandes grupos, relacionados com o tempo de reverberao: Reverb Curto e Reverb Longo.

    - Reverb Curto (preset de Room): representam salas pequenas que produzem reflexo natu-ral discreta, que pouco se destaca da fonte original, funcionando apenas como um pequeno reforo sonoro.

    Lembre-se que na fase de gravao tivemos o cuidado de negar as ambincias naturais. Em contrapartida tudo fica demasiadamente seco. Assim o Reverb Room serve para dar mais realismo aos sons produzidos em estdio.

    Funciona bem para os elementos prioritrios da msica, aqueles mais frente nos planos de volume, como vozes, solos, temas. Por serem muito destacados, a secura virtual da gravao pode se tornar desconfortvel ao ouvinte.

    Reverb Longo (preset de Plate ou Hall): representa salas grandes que produzem reflexo natural acentuada. A funcionalidade desse tipo de efeito vasta. Por exemplo, pode-se alongar o som de uma caixa, dando mais durabilidade; pode-se ajudar na sensao de afastamento de um elemento secundrio; ou ainda, criar um clima mais apotetico, dramtico, a uma voz, ou solo.

    Experimente. No existem regras rgidas. possvel a combinao de Reverbs diferentes para uma mesma trilha.

    Vale ressaltar, que por efeito psicoacstico, poucos elementos com Reverb j do informa-o suficiente ao crebro para ele criar uma sensao de ambincia. Excessos deixaro sua mixagem molhada demais. Dessa forma, para cada parte da msica eleja alguns elementos chaves para passarem por Reverbs.

  • Mixagem 57

    Distribua as trilhas pelo Delay

    - Crie uma trilha;

    - Insira um plugin de Delay;

    - Garanta que est trabalhando apenas o sinal processado (Wet);

    - Clique no boto I/O do instrumento desejado e faa um envio (Send) para o Bus FX do Delay;

    - Configure Time Delay e Feedback;

    - Dose a quantidade de efeito atravs do Fader do Send.

    Explicao:

    Tambm podemos incluir o Delay no grupo dos efeitos de ambincia. Esse plugin simula o fenmeno de eco, que seria a repetio do som por interao com o ambiente.

    Os parmetros bsicos envolvidos so:

    - Time Delay define o intervalo entre as repeties;

    - Feedback define a realimentao do Delay. Ou seja, o tempo que as repeties permane-cem reproduzindo.

    Sugiro a utilizao de um Delay com funo Sync, que permite configurar o Time Delay base-ado em figuras de ritmo. Isso far com que o as repeties casem com o BPM.

    Vale comentar que o Delay possui outra funo interessante alm da criao de ambincia. Suas repeties deixam uma sensao mais convincente de que um dado elemento realmente pertence ao espao da msica. Digamos que o Delay aumenta a cola da mix. Ajuda a unir um elemento base.

  • Mixagem 58

    Exporte a Mixagem

    - Confira o comportamento de volume da sua mixagem. Lembre-se que preciso deixar uma margem para os processos da Masterizao. A princpio, sugiro os seguintes parmetros: volumes RMS de -22 a -17 dB, e volume de picos entre -6 a -2 dB;

    - V a File / Render;

    -Configure os seguintes pontos: exportar o canal master; stereo; todo o projeto; escolher um nome para o arquivo; escolher um diretrio; ajustar a converso para wav 24/44.1;

    - Clicar no boto Render.

    A figura acima mostra a janela de renderizao assinalando os ajustes bsicos.

  • Mixagem 59

    Explicao:

    Esse o ltimo passo da mixagem. Depois de toda transformao podemos agora exportar a nossa mixagem e gerar um nico arquivo de udio que compreende todos os processa-mentos. Damos a esse arquivo o nome de Mixdown. Ele ser a matria prima para a etapa de Masterizao.

  • Masterizao 61

    Confira e aprimore o comportamento de frequncias de sua Mix

    - Crie um novo projeto e importe o arquivo Mixdown. Basta arrast-lo para dentro do Reaper;

    - Insira um Equalizador no Canal Master do projeto;

    - Aborde primeiramente as extremidades do grfico com bandas Shelf, ou seja, defina a pro-poro de graves e agudos da msica. De maneira geral os graves determinaro o peso, en-quanto que os agudos o brilho. No existe regra e esta uma deciso totalmente estilstica;

    - Aborde os fenmenos de mdio graves (Booming, Muddy, In Box). - Confira tambm o efeito Harsh na regio de mdio agudos, que determina a aspereza da msica em geral.

    A figura acima mostra um grfico de masterizao. Note as elevaes das extremidades atravs dos Shelf.

    Explicao:

    Mesmo tratando individualmente cada trilha na mixagem possvel que a soma dos elemen-tos traga alguns excessos, deixando um reforo sonoro exagerado, ou sujeira. Ou ainda voc pode querer usar o Equalizador apenas para aprimorar a esttica da msica.

    A dica para toda equalizao de Masterizao no ser brusca. Ao final ser injetado um gran-de volume msica, de forma que pequenas modificaes tero resultados mais evidentes.

    A necessidade de ganhos ou atenuaes exageradas indica problema na mix. Retorne ao projeto de Mixagem e o corrija.

  • Masterizao 62

    Confira e aprimore o comportamento dinmico da sua Mix

    - Insira um Compressor no Canal Master (aps o Equalizador);

    - Configure para uma compresso corretiva (Attack rpido, Ratio leve);

    - Estabelea uma reduo de ganho suave, por volta de 2 a 3 dB nas partes mais intensas da msica.

    Explicao:

    A atuao do Compressor sobre os picos far a msica responder com uma presso a mais (punch), alm de melhorar o comportamento dinmico.

    verdade que muitos raciocnios diferentes, para extrair diferentes vantagens do Compressor, criaram tcnicas avanadas que combinam o uso de vrios Compressores (lentos, rpidos, multibanda) seja em srie, ou paralelo.

    Mas no se esquea: evolua dos processos mais simples para os mais complexos. O treina-mento auditivo ser muito mais eficiente e o poder de julgamento da atuao dessas tcnicas mais consciente.

  • Masterizao 63

    Eleve o volume total de sua Mix

    - Insira um Limitador (Limiter) no final da cadeia;

    - Configure o limite, o teto (Ceiling), para 0.1 dB;

    - Aumente o ganho do sinal de entrada at que o RMS das partes mais enrgicas da msica alcance uma mdia de -11 a - 8 dB.

    Explicao:

    O Limiter uma ferramenta nova at aqui. Ele bloqueia qualquer volume que tente ultrapassar um limiar estabelecido.

    No caso da Masterizao, ele garante que os picos no iro ultrapassar o limite de um sistema de udio digital, ao injetarmos volume a nossa msica, com finalidade de alcanarmos um parmetro comercial. Ou seja, com ele nosso projeto no ir clipar.

    Note que um Limiter de fato um Compressor muito radical. Se voc estabelece um teto e injeta volume empurrando os picos da msica contra esse teto, ento na prtica est com-primindo os picos.

    Por isso, comum que as consequncias de nveis elevados de injeo de ganho sejam: uma msica com pouca dinmica, cansativa de ouvir devido saturao excessiva ocorrida dentro do Limiter; e com partes que respiram (quedas bruscas de volumes), denunciando o Limitador.

    A figura acima mostra um Limiter inserido no canal Master de uma sesso de Materizao. Note direita, de cima para baixo: a reduo de ganho de -7.8 dB devido compresso; o volume RMS entre -10 e -8 dB; o limite de volume de sada estabelecido em -0.1 dB. Note esquerda, de cima para baixo: a injeo de 14.2 dB mix; o meter do Canal

    Master do Reaper provando que nada ultrapassa o teto de 0.1 estabelecido pelo Limiter.

  • Masterizao 64

    Lembre-se que depois da injeo do ganho final e da compresso sofrida no Limiter poss-vel que a mix mude de cara. No nenhum crime voltar aos processos para ajustes finos, ou at mesmo ao projeto de mixagem para refazer planos de volumes, dosagens de efeitos, dentre outros. Alis, provvel que isso acontea.

  • Masterizao 65

    Exporte a Masterizao

    - V a File / Render;

    - Configure os seguintes pontos: exportar o canal master; stereo; todo o projeto; escolher um nome para o arquivo; escolher um diretrio; ajustar a converso para wav 16/44.1;

    - Clicar no boto Render.

    Explicao:

    Perceba que 16/44.1 a converso padro do mercado. Muitos aparelhos podem no repro-duzir udios finalizados em outras resolues.

    Ento voc deve estar se perguntando o porqu de gravar com mais resoluo se no vamos poder us-la assim no final. Existem outras respostas para essa questo, mas uma delas que atualmente existe um processo chamado Dittering que, resumidamente, permite a adaptao de 24/44.1 para 16/44.1 com o mnimo de perda de qualidade. Basta ligar a funo Dither na janela de Render.

    A figura acima mostra a janela de renderizao da Masterizao com a opo de Dither selecionada. Note que a ex-portao foi configurada para 16 bits.

    Ponto pacfico sobre udio: no existe sala e monitorao 100% confiveis. O que soa muito bem em uma sala, ou sistema de sonorizao, pode soar mal em outras condies. Alis, isso muito comum.

    Dessa forma, importante ouvir a Master em vrias situaes diferentes antes de dar a pro-duo por finalizada. Oua em fones simples, caixas de computador, sons caseiros, no som do clube, no P.A de um palco, no carro. Pea opinio de amigos e profissionais de confiana.

    Faa isso por alguns dias. No se esquea de tomar notas. Ao final, basta fazer as correes, no projeto de mix e/ou master.

  • Masterizao 66

    Uma dica: escolha uma referncia. Uma msica de confiana, prxima em termos de estilo e resultado esperado, que sirva de base de comparao. Oua sempre as duas nos sistemas de avaliao.

    Nesse estgio, compare tambm com outras msicas da sua playlist. Muito provavelmente, se tudo correu bem at aqui, sua msica no ter mais aquela diferena desagradvel e voc ficar tecnicamente confortvel para expor sua obra.

    Ponto pacfico sobre udio: no existe sala e monitorao 100% confiveis. O que soa muito bem em uma sala, ou sistema de sonorizao, pode soar mal em outras condies. Alis, isso muito comum.

    Dessa forma, importante ouvir a Master em vrias situaes diferentes antes de dar a pro-duo por finalizada. Oua em fones simples, caixas de computador, sons caseiros, no som do clube, no P.A de um palco, no carro. Pea opinio de amigos e profissionais de confiana.

    Faa isso por alguns dias. No se esquea de tomar notas. Ao final, basta fazer as correes, no projeto de mix e/ou master.

    Uma dica: escolha uma referncia. Uma msica de confiana, prxima em termos de estilo e resultado esperado, que sirva de base de comparao. Oua sempre as duas nos sistemas de avaliao.

    Nesse estgio, compare tambm com outras msicas da sua playlist. Muito provavelmente, se tudo correu bem at aqui, sua msica no ter mais aquela diferena desagradvel e voc ficar tecnicamente confortvel para expor sua obra.

  • 67

    A ideia bsica dessa obra foi fornecer meios para o leitor iniciar e finalizar uma produo, pois acredito que udio s se aprende pondo as mos na massa. Porm, alcanar bons resultados depende de treinamento auditivo e este s pode ser adquirido atravs da repetio.

    Em minhas aulas presenciais o que fica claro que duas atitudes so diferenciais entre os bons e os maus alunos:

    - prtica frequente e gradual;

    - releitura dos textos.

    Por isso, utilize este livro como uma receita de bolo. Agora voc um aspirante a cozinheiro. Primeiro repita as receitas, depois, quando se tornar um grande chef, pode se aventurar em suas prprias criaes. Preguia de rever o contedo, excesso de achismo, mantm pessoas no mesmo nvel por muito tempo.

    Alm disso, faa um favor a si mesmo, FINALIZE seus trabalhos. Sim! muito provvel que por insegurana, excesso de preciosismo, voc volte insistentemente aos seus projetos, na tentativa de melhor-los. Assim nunca lana nada.

    fundamental seguir em frente, aceitar as limitaes, ser julgado, criticado, assimilar isso tudo e melhorar no prximo trabalho. No prximo. Lembre-se.

    Espero que esse material seja til, nos vemos em outra obra! Obrigado pela ateno.

  • 68

    BumboHiPass em 30.Garante a profundidade do bumbo

    Atenuao drstica**, com Bandwidth padro***, na regio Muddy (400 a 600). Isso ir retirar a poro frouxa e embolada do bumbo

    Ganho suave. Pode destacar o estalado do bumbo

    - -

    Caixa HiPass em 70

    Ganho suave na regio Booming (200 a 400) pode deixar a caixa mais pesada

    Ganho suave a mdio pode destacar o som da esteira, ou brilho geral dos harmnicos

    - -

    Tom HiPass em 70

    Tambores de maneira geral possuem trata-mento semelhan-te ao bumbo. Busque um ponto mais frouxo da pele e atenue acentuadamente

    Ganho suave pode destacar o ataque da pea

    Ressonncias excessivas podem ser atenuadas com banda notch drstica (um entalhe feito com valores baixos de Bandwidth)

    -

    SurdoHiPass em 30, se a inteno foi surdos pesados.

    Atenuao drstica**, com Bandwidth padro***, na regio Muddy (400 a 600). Isso ir retirar a poro frouxa e embolada do Surdo.

    Ganho suave pode destacar o ataque da pea

    Ressonncias excessivas podem ser atenuadas com banda notch drstica (um entalhe feito com valores baixos de Bandwidth)

    -

  • 69

    Over Head

    HiPass a partir de 600. Isso garante isolamento dos pratos

    -

    Atenuao suave a mdia pode resolver excessos de estridncia

    -

    Atenuao suave a mdia pode resolver excessos de estridncia

    RoomHiPass em 200. Garante a excluso dos graves

    - --

    LowPass em 4000. Garante a excluso dos agudos

    Baixo

    HiPass em 70. Garante a no competio com o sub do bumbo

    Atenuao drstica**, com Bandwidth padro***, na regio Muddy (400 a 600). Isso ir retirar a poro frouxa e embolada do baixo.

    LowPass em 5000. Pode eliminar rudos e chiados leves

    Ressonncias excessivas podem ser atenuadas com banda notch drstica (um entalhe feito com valores baixos de Bandwidth)

    Regio de destaque dos estalos da corda, ou som de palheta. Atenue ou acentue suavemente de acordo com o estilo.

    GuitarraViolo Bases

    HiPass de 120 a 200. Garan-te a no competio com o baixo

    Booming: atenu-ao suave pode amenizar o peso

    Muddy: atenu-ao suave/mdia pode desembolar o som

    In Box: atenuao mdia/acentuada pode desembolar o som

    Obs: usar valores baixos de Band-width

    Low Pass ou Low Shelf em 9000. Garante a no competio com pratos. Use com cuidado.

    Ressonncias excessivas podem ser atenuadas com banda notch drstica (um entalhe feito com valores baixos de Bandwidth)

    Atenuao suave a mdia pode resolver excessos de estridncia

  • 70

    GuitarraViolo

    Arranjos

    HiPass com o mnimo de graves. Sem prejudicar a esttica do timbre

    HiPass com o mnimo de graves. Sem prejudicar a esttica do timbre

    -

    Atenuao suave a mdia pode resolver excessos de estridncia

    Atenuao suave a mdia pode resolver excessos de estridncia

    --

    -Voz

    Principal

    Booming: atenu-ao suave pode amenizar o peso

    Muddy: atenu-ao suave/mdia pode desembolar o som

    In Box: atenuao mdia/acentuada pode desembolar o som

    Obs: usar valores baixos de Band-width

    Booming: atenu-ao suave pode amenizar o peso

    Muddy: atenu-ao suave/mdia pode desembolar o som

    In Box: atenuao mdia/acentuada pode desembolar o som

    Obs: usar valores baixos de Band-width

    Atenuao suave pode resolver excessos de sibilncia

    Low Pass ou Low Shelf em 9000. Garante a no competio com pratos. Use com cuidado.

  • 71

    BackingVocals

    HiPass de 200 a 400

    Qual sua posio na hierarquia de graves da mix? Ou, o que de fato aparece na mix?

    -

    Atenuao suave a mdia pode resolver excessos de estridncia

    Possui excessos de estridncia?

    --

    Possui excessos de ressonncia?

    Demais Elementos

    Booming: atenu-ao suave pode amenizar o peso

    Muddy: atenu-ao suave/mdia pode desembolar o som

    In Box: atenuao mdia/acentuada pode desembolar o som

    Obs: usar valores baixos de Band-width

    Booming: possui excesso de peso?

    Muddy/In box: o som orgnico interessa ou melhor desembo-lar?

    Os agudos so necessrios?

    Atenuao suave pode resolver excessos de sibilncia

    *Frequncias em Hertz (Hz)

    ** Valores sugeridos para ganhos e atenuaes: suave (at 3dB); mdio (entre 3 e 6 dB); acentuado (6 a 9 dB); drstico (mais do que 9 dB)

    *** Parmetros baseados no ReaEQ (equalizador nativo do Reaper)

  • 72

    Guilherme Cysne capixaba, natural de Vila Velha - ES, atualmente radicado no Rio de Janeiro - RJ. instrumentista desde a adolescncia, foi aluno dos professores: Adriano Giffoni (baixo), Turi Collura (piano), Stefane Arajo (guitar-ra). Ao longo de sua trajetria, trabalhou em diversas reas relacionadas ao universo da msica, como msico, compo-sitor, produtor executivo de eventos e shows, elaborador de projetos de lei de incentivo.

    Desde 2011, dedica-se s atividades da Cysne Produes, trabalhando como produtor musical e professor, no ensino de udio para home studio.