o que É o setor de juventude

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Setor Diocesano da Juventude 1 Introdução Recentemente, tem ganha- do espaço a discussão sobre a necessidade de criar um Setor Juventu- de nas dioceses. As motivações são diver- sas, bem como as re- ações a favor e contra. Há pessoas que en- caram o Setor como uma solução para to- dos os problemas com evangelização da juven- tude na diocese; outras utilizam o Setor como justi- ficativa para reforçar alguns segmentos de juventude e minar a força de outros; outras, ainda, se fecham a qualquer tentativa de discussão sobre o assunto. Em muitos lugares, há dificuldade de entender exatamente o que seja o Setor, para que serve, como organizá-lo. Porém, observa-se que quando bem impostada a proposta já começa a ganhar força em muitas dioceses. De qualquer forma, a discussão sobre o Setor colocou em foco a evangelização da juventude, especialmente após a aprovação do Documento 85 da CNBB “Evangelização da juventude: Desafios e perspectivas pastorais”. Muitos bispos, padres, religiosas, agentes de pastoral e lideranças de segmentos juvenis têm solicitado à CNBB que apresente orientações para ajudar as dioceses a organizarem seu Setor. Este material pretende responder a essa solicitação. Não traz modelos nem uma receita pronta de Setor; apresenta elementos para que as dioceses reflitam a realidade da juventude e percebam a melhor maneira de organizar suas diferentes experiências de evangelização juvenil. 1 Este texto é fruto de contribuições diversas que chegaram ao Setor Juventude Nacional desde 2006, por motivação da 44ª Assembléia Geral da CNBB que teve como tema central a evangelização da Juventude. Foram muitas as contribuições que surgiram no esforço de clarear o entendimento e consolidar o Setor Juventude nas Dioceses. A Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, em atenção às solicitações das dioceses, preparou este material para aprofundar o tema no primeiro Encontro Nacional dos Acompanhantes Diocesanos de Jovens, tendo sido, anteriormente, encaminhado para apreciação e reações dos bispos responsáveis pelos jovens nos regionais. Agradecemos todas as pessoas e instituições que enviaram contribuições. Particularmente, agradecemos ao Eder D’Artagnan – por sua rica experiência e participação nas tentativas de organização do Setor Juventude da Arquidiocese de Montes Claros, MG e dinamicidade ao se propor a sintetizar todas as contribuições recebidas neste texto que nos é apresentado. À Comissão Colegiada de Assessoria do Setor Juventude nossa gratidão pela linha dada à redação: simples, profunda e esclarecedora. Igualmente, lembramos do Pe. Wilson Angotti - Assessor Nacional da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé pela leitura e ricas contribuições oferecidas ao texto. Foi grande o cuidado para preservar a autonomia de cada diocese na organização de seu próprio setor juventude! Esperamos que este texto seja uma boa notícia para toda a igreja e particularmente, para a igreja jovem!

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SETOR JUVENTUDE

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Page 1: O QUE É O SETOR DE JUVENTUDE

Setor Diocesanoda Juventude1

Introdução

Recentemente, tem ganha-do espaço a discussãosobre a necessidade decriar um Setor Juventu-de nas dioceses. Asmotivações são diver-sas, bem como as re-ações a favor e contra.Há pessoas que en-caram o Setor comouma solução para to-dos os problemas comevangelização da juven-tude na diocese; outrasutilizam o Setor como justi-ficativa para reforçar algunssegmentos de juventude e minar aforça de outros; outras, ainda, se fecham a qualquer tentativade discussão sobre o assunto. Em muitos lugares, hádificuldade de entender exatamente o que seja o Setor, paraque serve, como organizá-lo. Porém, observa-se que quandobem impostada a proposta já começa a ganhar força emmuitas dioceses.

De qualquer forma, a discussão sobre o Setor colocou emfoco a evangelização da juventude, especialmente após aaprovação do Documento 85 da CNBB “Evangelização dajuventude: Desafios e perspectivas pastorais”. Muitos bispos,padres, religiosas, agentes de pastoral e lideranças desegmentos juvenis têm solicitado à CNBB que apresenteorientações para ajudar as dioceses a organizarem seu Setor.Este material pretende responder a essa solicitação. Não trazmodelos nem uma receita pronta de Setor; apresentaelementos para que as dioceses reflitam a realidade dajuventude e percebam a melhor maneira de organizar suasdiferentes experiências de evangelização juvenil.

1 Este texto é fruto decontribuições diversas quechegaram ao Setor JuventudeNacional desde 2006, pormotivação da 44ª Assembléia Geralda CNBB que teve como temacentral a evangelização daJuventude. Foram muitas ascontribuições que surgiram noesforço de clarear oentendimento e consolidar oSetor Juventude nas Dioceses.A Comissão Episcopal Pastoral parao Laicato, em atenção àssolicitações das dioceses, preparoueste material para aprofundar otema no primeiro Encontro

Nacional dos AcompanhantesDiocesanos de Jovens, tendo

sido, anteriormente,encaminhado paraapreciação e reações dosbispos responsáveispelos jovens nosregionais.Agradecemos todas aspessoas e instituiçõesque enviaram

contribuições.Particularmente,

agradecemos ao EderD’Artagnan – por sua rica

experiência e participação nastentativas de organização do

Setor Juventude da Arquidiocesede Montes Claros, MG edinamicidade ao se propor asintetizar todas as contribuiçõesrecebidas neste texto que nos éapresentado. À ComissãoColegiada de Assessoria do SetorJuventude nossa gratidão pelalinha dada à redação: simples,profunda e esclarecedora.Igualmente, lembramos do Pe.Wilson Angotti - Assessor Nacionalda Comissão Episcopal para aDoutrina da Fé pela leitura e ricascontribuições oferecidas ao texto.Foi grande o cuidado parapreservar a autonomia de cadadiocese na organização de seupróprio setor juventude!Esperamos que este texto sejauma boa notícia para toda a igrejae particularmente, para a igrejajovem!

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2 cf. Doc. 85, 193.3 cf. Doc. 85, 195.4 cf. Doc. 85, 193 e anexo 5gráfico C.5 cf. Doc. 85, 196.6 cf. Doc. 85, 194-195.

1 - O que é o Setor Diocesano da Juventude?

Na CNBB, em âmbito nacional, o Setor Juventude é o espaçoque articula, convoca e propõe orientações para a Evangelizaçãoda Juventude, respeitando o protagonismo juvenil, a diversidadedos carismas, a organização e a espiritualidade para a unidade dasforças ao redor de algumas metas e prioridades comuns2 à luz dodocumento 85 “Evangelização da Juventude”, das Diretrizes Geraisda Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e Documento deAparecida. Há um bispo e um assessor responsáveis pelo Setorque, contando com a colaboração de uma equipe colegiadade assessores, respondem pela evangelização da juventude.

Na realidade diocesana, o Setor Juventude é um espaço decomunhão e participação para unir e articular todos ossegmentos juvenis diocesanos num trabalho conjunto. Amissão do Setor, nesse sentido, é favorecer a integração e odiálogo, além de propor algumas diretrizes comuns para aevangelização, considerando as necessidades de cadarealidade diocesana e as especificidades de cada segmentojuvenil3.

Fazem parte do Setor as experiências de evangelização juvenilexistentes na Diocese: Pastorais da Juventude, MovimentosEclesiais, Novas Comunidades, Congregações Religiosas quetrabalham com juventude, Catequese Crismal, PastoralVocacional, Pastoral da Educação, Pastoral Familiar e outrossegmentos eclesiais envolvidos com evangelização juvenil4.Nas dioceses onde há Centros e Institutos de Juventude,estes também podem fazer parte do Setor.

2 - Por que criar um Setor Diocesano da Juventude?

Em geral, costuma haver hostilidade entre os diversossegmentos de juventude de uma diocese, com resistências ecríticas mútuas às atividades realizadas, jeito de evangelizar,organização, espiritualidade... A criação do Setor Juventudepode favorecer o diálogo entre os segmentos, a partir dereuniões conjuntas, reflexões comuns e algumas atividadesassumidas coletivamente, em especial os eventos com caráterde massa5.

É preciso cuidado para que o Setor não queira substituir aorganização própria de cada segmento, nem unificar ametodologia, espiritualidade, história... Cada experiência deevangelização juvenil, mesmo participando do Setor, mantémsua organização e atividades próprias, com a novidade deprojetos e eventos assumidos e realizados coletivamente.Inclusive a diversidade é considerada uma riqueza e precisacada vez mais ser conhecida, acolhida e valorizada6.

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Assim, seriam objetivos do Setor:

Ser expressão eclesial e social da diversidade juvenil; Fortalecer e ampliar a ação evangelizadora da Igreja; Favorecer a integração e o diálogo entre os

segmentos juvenis da diocese; Propor algumas diretrizes, metas, prioridades e

atividades comuns para a evangelização, considerandoas necessidades de cada realidade diocesana e asespecificidades de cada segmento juvenil.

3 - Dificuldades para implementação do Setor:

Para que o Setor seja expressão da pluralidade juvenil, énecessário superar alguns limites e dificuldades:

Falta de clareza quanto à proposta. Mesmo entre aspessoas que reconhecem a necessidade de articulaçãodo Setor, percebe-se dificuldade para entender comoisso se daria na prática... Aí se entende porque há tantaprocura por uma “receita” que funcione na diocese. Aclareza sobre o Setor virá como fruto da discussãocoletiva a partir da realidade diocesana, com acontribuição dos responsáveis pelos diversossegmentos juvenis, com as orientações do Documento85, do Setor Juventude Nacional e outras da CNBB.

Ausência dos jovens na discussão sobre o Setor.Em vários lugares, a discussão sobre o Setor Juventudetem ficado restrita ao clero, religiosos e assessoresadultos. No entanto, a articulação terá sucessosomente se contar com a contribuição dos jovens eadultos envolvidos com as diversas experiências deevangelização juvenil. A convocação para este processodeve motivar os jovens a fazer parte do Setor, numapostura dialógica de ouvir os jovens e considerar abagagem sobre evangelização juvenil que eles/astrazem.

O Setor como tentativa de criar um “marco zero”na evangelização juvenil da diocese. Algumasdioceses têm discutido a criação do Setor Juventudesem considerar a história local de evangelização dajuventude. Para tornar o Setor um espaço de comunhão,o processo de criação precisa considerar o que já existede trabalho juvenil na diocese, sem buscar ahomogeneização das diversas experiências. Estasexperiências apresentam limites e problemas, mas suahistória e identidade devem ser respeitadas.

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7 cf. Doc. 85, 195.8 cf. Doc. 85, 196.

Diferentes modelos de organização juvenil. Ossegmentos juvenis não adotam uma forma única dese organizar; as instâncias de representação sãodiversas. É necessário que o Setor não se torne umamega-estrutura organizativa, nem pretenda substituira organização própria das Pastorais da Juventude, daRenovação Carismática, dos Vicentinos, dosFocolarinos, dos Movimentos de Adolescentes... OSetor Juventude Diocesano deve ser espaço derepresentação, para favorecer a comunhão no trabalhodas diversas experiências juvenis.

Diferentes concepções de evangelização. Emborahaja consenso de que o papel de todo segmentoeclesial é evangelizar são concepções diversas quefundamentam a prática: a experiência pessoal de Deus,a espiritualidade, a presença cristã no mundo. O SetorJuventude não deve existir para uniformizar asexperiências nem suprimir as diferenças; deve, sim,reforçar que o essencial na evangelização é odiscipulado e seguimento de Jesus.

Pouco ou nenhum investimento na evangelizaçãoda juventude. Muitas dioceses definem emdocumento que a juventude é uma prioridade, mas,na prática, não disponibilizam tempo, pessoas nemrecursos para o trabalho com jovens. A criação doSetor não resolve todas as questões que envolvem ajuventude. Para que o Setor funcione é importanteque os segmentos juvenis estejam bem organizados,que haja uma equipe de referência com clareza defunção e identidade e que esta equipe disponha dosrecursos necessários para caminhar junto asjuventudes.

Ausência de pessoas para acompanhar aevangelização juvenil. É escasso o número depessoas dispostas a caminhar com os jovens ecapacitadas para acompanhá-los nos processos deEducação na Fé. Para que o Setor caminhe é necessárioinvestir na formação de assessores que reconheçam adiversidade juvenil como riqueza; tenhamdisponibilidade para acompanhar os jovens e suasorganizações; demonstrem maturidade suficiente para,se necessário, mediar conflitos; e estejam dispostos atornar o Setor um espaço que soma forças para aevangelização juvenil na diocese.

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4 - O Setor Juventude como suporte para a evangelizaçãojuvenil na diocese:

A reflexão sobre o Setor Juventude possibilita que a IgrejaDiocesana avalie seu diálogo com os/as jovens, bem como avisão de juventude que tem norteado a ação diocesana. Se aslideranças têm uma visão negativa da juventude, se não acreditamno potencial juvenil é pouco provável que as iniciativas sejambem sucedidas. Para uma boa ação evangelizadora com ajuventude, é fundamental reconhecer que Deus também fala aomundo e à Igreja através dos jovens. “A evangelização da Igrejaprecisa mostrar aos jovens a beleza e a sacralidade da sua juventude, odinamismo que ela comporta, o compromisso que daqui emana, assimcomo a ameaça do pecado, da tentação do egoísmo, do ter e do poder”(doc. 85, 80). “O jovem é evangelizador privilegiado de outros jovens”(doc. 85, 62) e, por isso, Jesus Cristo deve ser apresentado comoaquele que “caminha com o jovem, como caminhava com os discípulosde Emaús, escutando, dialogando e orientando” (doc. 85, 54).

Segundo o Documento “Evangelização da juventude”, uma dasprincipais atribuições do Setor Juventude é estabelecer algumaslinhas pastorais comuns para os diversos segmentos juvenisatuantes na diocese7. “Tanto as pastorais como os movimentos, novascomunidades e congregações religiosas precisam se conhecermutuamente e, juntos, encontrar seu lugar na Pastoral de Conjunto daIgreja local, em comunhão com as orientações específicas do BispoDiocesano”(doc. 85, 195). O Setor Juventude Diocesano, nestaperspectiva, não é uma “superorganização” para promover muitoseventos e atividades, mas a unidade de todas as forças ao redor dealgumas metas e prioridades comuns para a evangelização juvenil8.

Dito isto, cabe distinguir o que é essencial e o que é secundárionas várias experiências de evangelização da juventude. Poressencial entendemos os elementos constitutivos daevangelização, aqueles que caracterizam a vida cristã; secundáriassão as opções que caracterizam o segmento e o diferenciam deoutras experiências. Na tradição latino-americana pós Medellín,fundamental na evangelização é o seguimento de Jesus Cristoem vista do Reino por ele anunciado. Para a Igreja do Brasil, o queé essencial na evangelização está expresso no objetivo geral dasDiretrizes da Ação Evangelizadora (2008-2011):

EVANGELIZARa partir do encontro com Jesus Cristo,

como discípulos missionários,à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres,

promovendo a dignidade da pessoa,renovando a comunidade,

participando da construção de uma sociedade justa e solidária,“para que todos tenham Vida e a tenham em abundância”

(Jo 10,10).

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Para os bispos do Brasil, estas orientações expressam o que éa ação evangelizadora. A metodologia para concretizá-la ficaem aberto, mas estão definidos todos os elementos essenciaisna evangelização: partir do encontro com Jesus Cristo comodiscípulo missionário; à luz da evangélica opção preferencialpelos pobres, tendo como foco a dignidade da pessoa, arenovação da comunidade e a participação na construção deuma sociedade justa e solidária para chegar ao fim que é agarantia da vida em abundância para todos. Caberá ao SetorJuventude da diocese definir suas diretrizes e ações comunsa partir deste objetivo, contribuindo para que cada segmentojuvenil possa assumir as diretrizes da ação evangelizadora daIgreja no Brasil.

O Documento de Aparecida, iluminando o processo deformação dos discípulos missionários, traz cinco aspectosque ajudam a entender como os jovens caminham nodiscipulado e seguimento de Jesus: O Encontro com Jesus Cristo,a Conversão , o Discipulado , a Comunhão e a Missão.Compreender a relação destes aspectos com a caminhadade fé dos jovens é fundamental para que o Setor se torne umsuporte para a evangelização na diocese, ajudando os diversossegmentos a ampliar sua ação evangelizadora e favorecer odiscipulado juvenil.

Considerando que os bispos da América Latina e Caribe,reunidos em Aparecida, enfatizaram a importância da vidacomunitária o Setor Juventude Diocesano deve, então, atuarnum movimento de mão dupla: favorecer a integração dosgrupos juvenis à igreja/comunidade e, por outro lado, ajudara Igreja/comunidade a se tornar espaço acolhedor para os/as jovens. Também é necessário pensar como o Setor poderádialogar com os outros organismos eclesiais – Conselhos,outras pastorais... – e se articular com organizações juvenisde caráter não eclesial – ONG’s, grupos culturais... Essasorganizações podem contribuir para que a açãoevangelizadora contemple as várias dimensões da vida dosjovens e responda à pluralidade e dinamismo da juventude.

5 - Orientações práticas para que o Setor Juventudefuncione na diocese:

A responsabilidade primeira de convocação dos segmentosjuvenis para articulação do Setor Juventude é do bispo,juntamente com o Conselho Diocesano de Pastoral. A pessoade referência para a evangelização juvenil na diocese convoca,coordena e anima a equipe responsável pela articulação doSetor Juventude, em nome do bispo diocesano.

Reafirmando que não há receita, a CNBB sugere alguns passospara ajudar a diocese a articular seu Setor Juventude:

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a) Fazer levantamento de todos os segmentos juvenisexistentes na diocese, bem como das pessoasdiretamente responsáveis por cada um deles.

b) Convocar as lideranças engajadas na evangelização dajuventude a contribuir no processo de articulação.

c) Indicar e liberar pessoas para acompanhar o processoaté que o próprio grupo defina sua forma e espaços deatuação como Setor Juventude .

d) Realizar reuniões e encontros com lideranças querespondem por estes segmentos. Nestas reuniões ouencontros: Criar espaços para que cada segmento

apresente sua identidade, metodologia detrabalho, atividades realizadas, opçõespedagógico-pastorais, paróquias ou espaçoseclesiais onde está presente, jovens envolvidosno trabalho, dificuldades enfrentadas, limitespercebidos... Estes espaços são privilegiadospara que os segmentos juvenis se conheçamreciprocamente e superem os preconceitos eestereótipos que nutrem em relação uns aosoutros.

Propiciar tempo de estudo, reflexão e discussãosobre o fenômeno juvenil e sobre as orientaçõesda CNBB para a evangelização, com assessoriacapacitada para abordar a pluralidade eespecificidade da juventude.

Possibilitar a socialização e troca de subsídios,material utilizado na formação, participação emeventos promovidos pelos diversos segmentos.

Discutir diretrizes comuns e estratégias parasuperar limites e enfrentar desafios.

e) Definir com o grupo a estrutura e papel do SetorJuventude na diocese: Qual será a composição? Quantos representantes por segmento juvenil? Que organograma é mais adequado à realidade

diocesana? Quem coordena? Por quanto tempo? Qual a função de cada representante no Setor? Que metas e atividades podem ser assumidas

em comum? Qual seria um calendário mínimo de reuniões

e atividades?

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f) Discutir os aspectos práticos do trabalho do Setor: Infra-estrutura: local, telefone, computador...? Pessoas de referência no Setor e para cada

organização de juventude? Recursos financeiros para material didático,

reuniões, outras atividades...?

g) Definir a equipe de assessoria e acompanhamentodo Setor, com representantes indicados pelosdiferentes segmentos juvenis.

6 - Princípios fundamentais para a organização do SetorDiocesano da Juventude:

Motivação, ao invés de imposição: a busca dediálogo com os diversos segmentos, ao invés de impora criação do Setor. Tal atitude abre mais possibilidadesde sucesso na articulação e integração entre eles.

Abertura à diferença: o pluralismo de carismas emetodologias, vivido na unidade, fortalece a açãoevangelizadora. As diferenças entre as experiênciascontribuem para o crescimento de cada uma.

Respeito ao específico de cada experiência: oscarismas próprios de cada experiência devem serrespeitados e considerados em suas riquezas e limites.

Postura dialógica em todo o processo: para cumprirseu objetivo de favorecer a comunhão e a unidade, oSetor deve constituir-se como espaço de diálogo entrejovens e adultos, leigos e clero, pastorais e movimentos.

Protagonismo juvenil: o formato do Setor Juventudedeve ser dado pelos/as jovens, num processo queconsidere a experiência evangelizadora deles/as e asnecessidades próprias da realidade diocesana.

Eclesiologia de comunhão e participação: aparticipação no Setor deve fortalecer o sentido depertença eclesial e de co-responsabilidade sobre amissão evangelizadora da Igreja. Se os jovens sereconhecem como fundamentais dentro desseprocesso, sentem-se motivados a ser protagonistas naIgreja e no mundo.

Créditos:Fotos: Arquivo da PJ da Arquidiocese deMariana/MGDiagramação: Gilberto Mendes[[email protected]]