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) o quedocumenta fonteoral: a a~ao da memória * N este capítulo, procurarei mostrar que as formas de concepc;:aodo passado sao também formas de a(:do. Conceber o passado nao é ape- nas selá-lo sob determinado significado, construir para ele urna inter- pretac;:ao;conceber o passadoé também negociar e disputar significa- dos e desencadear ac;:oes.Para tornar isso mais claro, comecemos por um exercício de definic;:aodo estatuto da história oral enquanto fonte. Resíduode a~ao Em um artigo intitulado "Reflexoes sobre a teoria das fontes", o historiador Peter Hüttenberger sugere dividir os vestígios do passado em dois grupos: os resíduos de ac;:aoe os relatos de ac;:ao.lO típico resíduo de ac;:aoseria o clássico documento de arquivo - pedac;:ode urna ac;:aopassada -, enquanto o relato de ac;:ao,posterior a ela, pode- * Urna versao resumida deste artigo foi apresentada na mesa-redonda "Ouvir e narrar: métodos e práticas do trabalho com história oral", durante o II Seminário de História Oral realizado pelo Grupo de História Oral e pelo Centro de Estudos Mineiros da Faculdade de Filosofia e Ciencias Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, de 19 a 20 de setembro de 1996. 1Húttenberger, 1992. l

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o quedocumentaa fonteoral:a a~aoda memória*

N este capítulo, procurarei mostrar que as formas de concepc;:aodopassado sao também formas de a(:do. Conceber o passado nao é ape-nas selá-lo sob determinado significado, construir para ele urna inter-pretac;:ao;conceber o passadoé também negociar e disputar significa-dos e desencadear ac;:oes.Para tornar isso mais claro, comecemos porum exercício de definic;:aodo estatuto da história oral enquanto fonte.

Resíduode a~ao

Em um artigo intitulado "Reflexoes sobre a teoria das fontes", ohistoriador Peter Hüttenberger sugere dividir os vestígios do passadoem dois grupos: os resíduos de ac;:aoe os relatos de ac;:ao.l O típicoresíduo de ac;:aoseria o clássico documento de arquivo - pedac;:odeurna ac;:aopassada -, enquanto o relato de ac;:ao,posterior a ela, pode-

* Urna versao resumida deste artigo foi apresentada na mesa-redonda "Ouvir e narrar: métodose práticas do trabalho com história oral", durante o II Seminário de História Oral realizado peloGrupo de História Oral e pelo Centro de Estudos Mineiros da Faculdade de Filosofia e CienciasHumanas da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, de 19 a 20 de setembrode 1996.

1Húttenberger, 1992.

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o que documenta a fonte oral 35

E o que a entrevista documenta enquanto residuo de a(ao? Emprimeiro lugar, ela é um resíduo de urna ac;ao interativa: a comunica-

c;ao entre entrevistado e entrevistador. Tanto um quanto o oUtro temdeterminadas idéias sobre seu interlocutor e tentam desencadear de-

terminadas ac;oes:seja fazer com que o outro fale sobre sua experien-cia (o caso do entrevistador), seja fazer com que o outro entenda o

relato de tal forma que modifique suas próprias convicc;oes enquantopesquisador (o caso do entrevistado).

Em segundo lugar, a entrevista de história oral é resíduo de urnaac;ao específica, qual seja, a de interpretar o passado. Note-se que, sechamo isso de a(aO é porque estou indo um pouco além da constatac;aoinicial de que a entrevista é urna construc;ao do passado. Tomar a en-trevista como resíduo de ac;ao, e nao apenas como relato de ac;oespassadas, é chamar a atenc;ao para a possibilidade de ela documentaras ac;oesde constituic;ao de memórias - as ac;oesque tanto o entrevis-tado quanto o entrevistador pretendem estar desencadeando ao cons-

truir o passado de urna forma e nao de outra.

Memóriacomoacontecimentoe a~ao

Quando se fala de memória no campo da história oral, muitas

vezes lanc;a-se mao de indefinic;oes atraentes, que garantem a manu-tenc;ao de certo fascínio em relac;ao a matéria. Em alguma medida,

esse pendor para o hermetismo tem fundamento: é difícil saber o queé a memória, como da se constitui e se processa no conjunto das

atividades cognitivas do homem. O assunto já ocupou diversos pensa-dores, desde a Antigüidade, havendo até aqueles que qualificassem amemória como um sexto sentido entre as faculdades cognitivas.4

Lutz Niethammer, em um texto sobre questoes metodológicasda história oral, distingue dois níveis de memória, a ativa e a latente. A

primeira seria aquela de que sempre precisamos e que está permanen-

temente a disposic;ao - como, por exemplo, a idéia que se tem da vida

4 É o caso, por exemplo, de Hobbes, em Natureza humana (1658).

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como um todo -, e a segunda, a memória que necessitaria de recons-

trw;6es e associa~6es para ser recuperada. 5

Para os propósitos deste texto, importa destacar nao o processo

cognitivo de rememora~ao e esquecimento, mas a possibilidade de setomar a a~ao de constitui~ao de memórias como objeto de esmdo.

Para tanto, retornemos um raciocínio desenvolvido por Michael

Pollak no início de seu anigo "Memória, esquecimento, silencio", pelo

qual a idéia de memória coletiva tal como definida por MauriceHalbwachs sofre urna espécie de inversao. Se, para Halbwachs, na li-nha de Durkheim, a memória coletiva era um fato social a ser tomado

como coisa - na medida em que fundamentava e refor~avaos senti-mentos de pertencimento ao grupo -, agora, diz Pollak, trata-se de

investigar, antes de mais nada, como os fatos sociais se tornam coisas.

Isto é, antes de a memória coletiva ser positivamente dada, cumpre

verificar como ela se tomou fato positivo. Em suas palavras:

Nao se trata mais de lidar com os fatos sociais como coisas, mas

de analisar como os fatos sociais se tornam coisas, como e por

quem eles sao solidificados e dotados de dura~ao e estabilidade.

Aplicada a memória coletiva, essa abordagem irá se interessar

portanto pelos processos e atores que intervem no trabalho de

constitui~ao e de formaliza~ao das memórias.6

Está em jogo aqui o caráter factual da memória; estaD em jogo

as possibilidades oferecidas pela história oral no sentido de se investi-

gar a memória lá onde ela nao é apenas significado mas também acon-

tecimento, a(do.

O próprio Pollak usa urna noc;:ao interessante que nos ajuda a

compreender essa idéia: a noc;:ao de memórias em disputa. Na cons-

titui~ao das memórias de partidos políticos, sindicatos ou outros ti-

pos de organiza~ao, diz Pollak, há todo um trabalho de enquadra-

5Niethammer, 1985.

6 Pollak, 1989, p. 4.

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mento e de manutenc;ao da memória, que consiste em privilegiar acon-

tecimentos, datas e personagens dentro de determinada perspecti-va.7 Assim, por exemplo, no caso do movimento da Resistencia Fran-

cesa, duas memórias concorrentes entraram em competic;ao após ofim da guerra: a dos comunistas e a dos gaullistas. Estes últimos,

tendo vencido a disputa, acabaram fazendo coincidir suas datas eseus heróis com os da memória nacional. Jean Moulin, líder da Re-

sistencia que poucos conheciam pessoalmente nos anos 1950, pás-

sou a ser conhecido por todos depois que seu corpo foi trasladado

para o Panthéon.8

A idéia de um trabalho de enquadramento da memória ajusta-se

bem a enfase que procuro dar aqui a idéia de urna a(éio da memória.

No caso das entrevistas de história oral, podemos falar de um trabalho

de enquadramento e de manutenc;ao da memória levado a cabo tanto

pelo entrevistado quanto pelo entrevistador. Como o próprio Pollak

chamou a atenc;ao, nao é de modo algum natural Calarsobre sua vida a

outrem, a nao ser que se esteja "numa situac;ao social de justificac;ao

ou de construc;ao de [si] próprio".9 O entrevistado deve estar conven-

cido a respeito da "própria utilidade de falar e transmitir seu passa-

do",lO utilidade que faz parte, a meu ver, da própria ac;iioque o entre-vistado tenciona desencadear.

Mas nao é isso que preocupa Pollak. Para ele, a especificidadeda história oral é o fato de ela mostrar, através das memórias indivi-

duais, os limites do trabalho de enquadramento da memória. Este se-ria o caso das memórias silenciadas durante o stalinismo e de todo

tipo de memória que ele chama de "coletiva subterranea", em

contraposic;ao a "memória coletiva organizada".ll

7 Na verdade, Pollak fala de dois trabalhos: o primeiro, de enquadramento da memória, e o

segundo, que chama o "trabalho da própria memória em si", que consiste em manter a coerencia,

a unidade e a continuidade da memória enquadrada (cL Pollak, 1992, p. 206). Para efeito de

mera simplificat;:áo, reúno ambos sob a mesma designat;:áo de "trabalho de enquadramento e demanutent;:áo da memória".

8 VerPollak, 1992.

9 Ibid., p. 213.

lO Pollak, 1989, p. 13.

II Ibid., p. 8.i

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Armadilhasda "memóriaoficial"

Todos concordamos quanto a potencialidade da história oral em

permitir o acesso a urna pluralidade de memórias e perspectivas do

passado. Creio, contUdo, que devemos evitar polariza<;:6es do tipo"memória subterranea" versus "memória organfzada", ou ainda histó-

ria ou memória "oficial" versus história ou memória "popular". Como

tais polariza<;:6essao facilmente sujeitasa' simplifica<;:6es,corre-se orisco de, com elas, transformar a história oral em missao e o pesquisa-

dor em missionário encarregado de contrapor memórias "dominadas"a memórias "dominantes".

A oposi<;:aoentre "memória dominante". e "memória dominada"

nao é cristalina, como bem mostrou o próprio Pollak. No caso, por

exemplo, da memória da Segunda Guerra, verifica-se que o gaullista,membro da Resistencia "dominado" pelos nazistas, passa a ser o "do-

minan te", porque ganhou, dos comunistas, a disputa pela "memóriaoficial". Do mesmo modo, urna associa<;:aode sobreviventes de um

campo de concentra<;:ao,isto é, um grupo "dominado" por excelencia,elabora claramente urna memória "dominante" quando, contactada

por Pollak, seleciona e indica os membros que podem ser entrevista-dos: apenas aqueles cujos testemunhos nao entram em choque com a

imagem que a associa<;:aoquer passar de si mesma e da história dos

deportados, excluindo-se os que foram deportados por crimes, porhomossexualismo e por prostitui<;:ao.12

Nao atentar para essas nuan<;:as pode levar o pesquisador a

participar ativamente do trabalho de enquadramento da memória,tomando-o como bandeira, numa clara revela<;:aodas a<;:6esque pre-

tende desencadear. É o caso, por exemplo, de alguns estudos sobre a

memória de exilados e presos políticos durante a ditadura militar no

Brasil. Sem desmerecer a iniciativa de registrar as histórias e as me-

mórias dessas pessoas, chama aten<;:aoa insistencia com que se con-

trapóe urna "memória social", que se estaria ajudando a construir, a

12 Pollak, 1989, p. 10 e 12.

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urna "memória oficial" sobre o regime militar. Em muitos casos, otrabalho de pesquisa é visto como urna missao, dado o fato de o

passado ainda nao ter sido suficientemente elaborado pela socieda-de. Justamente por isso ainda nao é possível, a meu ver, falar de urnamemória oficial e de outra subterranea ou dominada. No que concerne

ao período da ditadura militar, as diferentes memórias estao em ple-no processo de disputa, no qual se insere a a(do de pesquisadores ede seus en~revistados.

Para evitar a polarizar,;aosimplificadora entre memória "oficial"ou "dominante", de um lado, e memória "genuína" ou "dominada", de

outro, é preciso ter em mente, portanto, que há urna multiplicidade dememórias em disputa. O próprio Pollak chamou a atenr,;aopara issoquando observou "a existencia, numa sociedade, de memórias coleti-

vas tao numerosas quanto as unidades que compoem a sociedade".13Robert Frank, seu colega no InstitUt d'Histoire du Temps Présent, pro-pos urna classificar,;aoem quatro níveis, que vai desde a memória oficialda na(do, passando pela memória dos grupos (dos atores, dos partidos,das associar,;oes,dos militantes de urna causa etc.) e pela memória eru-dita (dos historiadores), até a memória pública ou difusa.14 AlessandroPortelli, finalmente, chama a atenr,;ao para o fato de, em sociedadescomplexas, os indivíduos fazerem parte de diversos grupos e, portan-to, deles extraírem as diversas memórias e organizá-Ias de formaidiossincrática.15 Em sua análise do massacre de Civitella Valdi Chiana,

em que 115 civis italianos foram mortos em um único dia pelos ale-maes em junho de 1944, Portelli fala de memória dividida, mas isso nao

significa um conflito entre a "memória comunitária pura e esponta-nea" e aquela "oficial" e "ideológica". "Na verdade", diz ele, "estamoslidando com urna multiplicidade de memórias fragmentadas e interna-

mente divididas, todas, de urna forma ou de outra, ideológica e cultu-ralmente mediadas."16 Essa diversidade constitui, portanto, a melhoralternativa para evitarmos a polaridade simplificadora entre "memó-ria oficial" e "memória dominada".

13 Pol~ak, 1989, p. 12.14 Frank, 1992.

15 Portelli, 1996, p. 127.16Ibid., p. 106.

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o específicoda históriaoral

Tentemos ajustar o foco sobre aquilo que a fonte oral documen-

ta, lembrando o raciocínio de Pollak de que é preciso investigar comoo fato social se transforma em coisa.

Robert Frank considera que a história oral pode contribuir para

urna história objetiva da subjetividade. Isso implica que o pesquisadordeve ter como objetivo ir além da simples hislória do acontecimento,

interessando-se também pela história da memória desse acontecimentoaté nossos dias. Eis o motivo:

Porque o conhecimento do passado dito "objetivo" nao basta

para expiicar o presente, sendo preciso acrescentar-Ihe o co-

nhecimento da percep.;ao presente do passado. Esse "presente

do passado" é precisamente a memória, e o estudo academico

dessa última permite melhor compreender a identidade que ela

tem por fun.;ao estruturar.17

A posÜ;ao de Robert Frank reforc;a a idéia de que a memória é

também fato, passível de ser objetivamente estudado. E tomar a me-

mória como fato permite entender como determinadas concepc;óes do

passado se tornaram coisas, sem o que as explicac;óes do presente per-manecem insuficientes.

Alessandro Portelli desenvolve reflexao igualmente relevante ao

contestar a opiniao de um pesquisador, Pietro Clemente, sobre a me-mória do massacre de Civitella Val di Chiana. Clemente teria assinala-

do que, diversamente do historiador, o antropólogo "está mais inte-ressado 'nas representac;óes de urna comunidade do que na verdadedos fatos ou na tendencia dos valores"'. 18 Assim, saber se o massacre

de Civitella teve como culpados membros da Resistencia Italiana quehaviam assassinado dais soldados alemaes no interior dos limites da

cidade, ou os próprios alemaes, nao teria tanta importancia para Cle-

17 Frank, 1992, p. 67.

lB Portelli, 1996, p. 107.

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mente, já que a própria comunidad e já havia construído sua represen-ta~ao sobre o trágico episódio.

Dando um passo além da simples constata~ao do passadoconstruído, Portelli sublinha a necessidade de tomarmos os "fatos" do

historiador e as "representa~óes" dos antropólogos juntos, pois, deoutro modo, nao saberemos distingui-Ios.

Representa~óes e "fatos" nao existem em esferas isoladas. As re-

presenta~óes se utilizam dos fatos e alegam que sdo fatos; os fatos

sao reconhecidos e organizados de acordo com as representa~óes;

tanto fatos quanto representa~óes convergem na subjetividade

dos seres humanos ~sao envoltos em sua linguagem.19

Ou seja, mais urna vez, trata-se de procurar compreendercomo

os fatos sociais se tornam coisas - ou, no caso específico, como as"representa~óes" se tornam "fatos". E Portelli completa:

Talvez essa intera~ao seja o campo específico da história oral,

que é contabilizada como história com fatos reconstruídos, mas

também aprende, em sua prática de trabalho de campo dialógicoe na confronta~ao crítica com a alteridade dos narradores, a

entender representa~óes. 20

Podemos praticar essa intera~ao com um exemplo. Em algumas

pesquisas de história oral desenvolvidas na Alemanha e na Fran~a,chamou a aten~ao dos pesquisadores o fato de a cronologia relativa aoperíodo da Segunda Guerra Mundial aparecer diferenciada nas entre-vistas. Na Alemanha, o ano de 1933 - ano da ascensao de Hitler ao

poder, como chanceler - nao foi mais importante, para muitos entre-vistados, do que os anos de 1934, 1935 e 1936, nos quais se encerra o

desemprego em massa em virtude do crescimento da indústria béli-ca.21 E na Fran~a, o 8 de maio de 1945 - que marca o fim da Segunda

19 PorteJli, 1996, p. 111; grifo do autor.20 Ibid.

21 Herbert, 1985.

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Guerra - para muitos nao foi tao importante quanto a libertal;aodeParis na segunda metade do ano anterior.22 Devemos interpretar es-

sas diferen¡;:ascomo provas de que as memórias individuais sao resis-tentes ao trabalho de enquadramento da "memória oficial"? Ou que as"represental;oes" sobre aqueles anos importam mais do que os "fa-tos"? Evidentemente que nao.

O mais importante nesse tipo de diversidade cronológica é es-tarmos atentos a própria diferen(a entre as cronologias "nacionais", no

caso, e as de grupos ou indivíduos. O fato de os entrevistados alemaesnao se lembrarem com clareza do ano de 1933 nao significa, em abso-

luto, que ele só importe para a "história oficial". É preciso que "fato"(1933) e "represental;oes" (1934, 35, 36) sejam tomados juntos, para

podermos tratar objetivamente a história da memória desses anos. Éimpossível saber o que o ano de 1935 significa sem considerar o ano

~ \~~~"~~ v,e~~~.de\a diferenl;~ de cr?nolog.ias aju~a a compreender

a própria ascensao do nazismo - que fez mniro mats ~ ;;;;.:;~passou a se reverter em estabilidade e bem-estar social e económico,do que quando foi predominantemente política.

Podemos, pois, concluir, com relal;ao a especificidade da histó-

ria oral: sua grande riqueza está em ser um terreno propício para o

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