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O que as empresas

procuram e as universidades

não ensinam

Leila Navarro

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O que as empresas

procuram e as universidades

não ensinam

Habilidades emocionais e sociais para conseguir o êxito no mundo dos negócios

Leila Navarro

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www.nowtilus.com

© Leila NavarroEdição para português: Ivana de Sousa SantosTitulo original: O que a universidade não ensina e o mercado de trabalho exige

Edição espanhola:

© 2007 Ediciones Nowtilus, S.L. Doña Juana I de Castilla 44, 3º C, 28027 - Madrid

Editor: Santos RodríguezResponsável editorial: Teresa Escarpenter

Capa: Rodil&HerráizCoordenação editorial: Alejandra Suárez Sánchez de León (Grupo ROS)Realização de interiores e produção: Grupo ROS

Reservados todos os direitos. O conteúdo desta obra está pro-tegido por Lei, a qual estabelece penas de prisão e/ou multas, além das correspondentes indemnizações por danos e prejuí-zos, para quem reproduza, plagie, distribua ou comunique pu-blicamente, total ou parcialmente, uma obra literária, artística ou científica, ou cuja transformação, interpretação ou execução artística seja fixada em qualquer tipo de suporte ou comunica-da através de qualquer meio, sem a autorização necessária.

ISBN13: 978-849763-413-6Data de edição: Mayo 2007Depósito legal:

Impresso em EspanhaImpressão: Fareso S.A.

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Sumário

Introdução .................................................9

Autoconhecimento ..................................... 15

Propósito .................................................. 19

Valores .................................................... 23

Adaptabilidade .......................................... 27

Resiliência ................................................ 31

Assertividade ............................................ 35

Capacidade de reflexão .............................. 39

Aprendizagem contínua .............................. 43

Inteligência interpessoal ............................. 47

Boa comunicação....................................... 53

Respeito pela diversidade ........................... 57

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Automotivação .......................................... 61

Criatividade .............................................. 65

Proactividade ............................................ 71

Educação financeira ................................... 75

Preparação para a liderança ........................ 79

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Introdução

A cena é clássica: uma turma de universitários vestidos com togas pretas, a atirar chapéus

para o ar no final da cerimónia de graduação. Em quantos filmes, novelas e propagandas de tele-visão já viu isso acontecer? Esta cena é um sím-bolo de final feliz, a celebração de todos aqueles anos de esforço de um jovem (e da família, que geralmente paga os estudos) para conseguir o tão sonhado diploma do curso superior.

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Na ficção, formatura pode ser um chavão de happy end, mas, na vida real, é apenas o começo de uma aventura emocionante e desafiadora: a trajectória no mercado de trabalho. Desafiadora principalmente porque a universidade não pro-porciona todo o conhecimento e desenvolvimento de que precisamos para nos sairmos bem como profissionais. Estou a exagerar? Sabe que não.

Para começar, por melhor e por mais bem equipada conceituada que seja a faculdade que fizermos, já saímos dela desactualizados. À velocidade com que a humanidade avança em todas as áreas, basta um dia para que algo que acabamos de apren-der fique totalmente ultrapassado. Boa parte das novas informações é originada nas próprias uni-versidades, nos laboratórios e centros de pes-quisa académica, mas até que cheguem à sala de aula...

Se o conteúdo do ensino já sofre defasagem, que dizer então da forma! No dia-a-dia interagimos com a realidade virtual, acedemos a informação de qualquer parte do Globo instantaneamente e podemos comunicar com dezenas, centenas de

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pessoas ao mesmo tempo. A nossa mente expan-de-se, cria possibilidades, estabelece ligações entre os factos. Enquanto isso, os métodos de ensino continuam baseados na transmissão de conhecimento do professor para o aluno; somos muito pouco estimulados a usar a curiosidade, a aprender por conta própria, a desenvolver a nossa percepção pessoal sobre a realidade e a contribuir para a construção do conhecimento.

Essa situação está a mudar, mas ainda lenta-mente. Certa vez, li um artigo de jornal sobre mudanças na metodologia de ensino da medicina na Universidade de São Paulo (USP), uma das principais do País. Durante décadas, o ensino foi organizado em disciplinas e transmitido em aulas teóricas e expositivas, de modo que só depois de ter contacto com a teoria é que os alunos podiam partir para a prática. Depois de chegar à con-clusão de que essa metodologia já não era efi-ciente, a USP resolveu incorporar o modelo que algumas universidades estrangeiras já têm vindo a usar há algum tempo. Com o novo sistema, o currículo do primeiro ano não tem mais disciplinas específicas de medicina, e sim grandes módulos que dão aos alunos uma visão integrada da saúde

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humana. Começam o curso em contacto com a realidade de hospitais e centros de saúde, encon-tram problemas e levam as respectivas questões para a sala de aula – e é aí que recebem a teoria a partir da qual se tornam capazes de resolver as situações que encontraram.

É animador saber que existe a preocupação com a actualização dos métodos de ensino da medici-na, mas até que ponto está a acontecer o mesmo com outras profissões? Em quanto tempo as uni-versidades estarão a formar gente apta a inter-pretar a realidade em que vive e a criar soluções para os problemas que encontra? Por enquanto, o que mais vemos são profissionais em apuros quando solicitados a “pensar fora da caixa”, a resolver problemas, a propor soluções arrojadas e inovadoras. A vida académica não nos prepara para isso, e é disso que a empresa moderna mais precisa!

Mas não esperaremos que a universidade nos prepare para todas as situações que encontra-mos na vida profissional, pois essa não é a função dela, até porque, o estudo é importante – um dos

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pilares de sustentação da carreira –, mas não é tudo. Para ter sucesso no mundo do trabalho, cada vez mais precisamos de habilidades e atri-butos que não aprendemos a partir do ensino formal, mas sim de vivências, relacionamentos, do nosso próprio interesse em nos tornarmos seres humanos mais desenvolvidos, equilibrados e felizes. É disso que trata este pequeno livro. Se tiver interesse em saber o que é preciso para se desenvolver como profissional, convido-o a saber o que a universidade não ensina e o mercado de trabalho exige.

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Autoconhecimento

Isso, para mim, é básico. É o princípio de tudo. Desde o aparecimento da civilização, os sá-

bios de todos os tempos falam sobre a importân-cia do autoconhecimento, assunto explorado por ciências, doutrinas, filosofias e religiões. A bus-ca do autoconhecimento é um exercício para a vida inteira, e acredito que uma boa maneira de a iniciar é pelo reconhecimento de duas coisas: medos e talentos.

O medo é o sentimento mais limitador que existe, e se quisermos desenvolver-nos como profissionais e como seres humanos, precisamos reconhecê-los

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e superá-los. O medo do fracasso, por exemplo, fá-lo-á evitar toda a experiência que identifica a possibilidade de que algo não dê certo ou saia do controlo. Para evoluir no trabalho, porém, é importante sermos cada vez mais capazes de assumir riscos e ousar.

Outro medo muito comum é o da mudança. O ser humano bem que se sente confortável nas situações que lhe são familiares, mas, no dinâ-mico mundo em que vivemos, nada permanece familiar por muito tempo. Se não se conseguir desapegar do que é conhecido, rapidamente se tornará um profissional obsoleto.

Existe também o medo do que os outros pen-

sarão, o de não ser suficientemente bom, o de não

dar conta do recado... E na origem de todos eles,

certamente, está o medo de errar. No seu íntimo,

acredita que o erro o fará ser reprovado e rejei-

tado pelos outros, o que parece o fim do mundo

para o seu ego. Mas quem é que não falha nem

erra nesta vida? Não pode deixar que esse temor o

paralise, pois, para ter êxito na profissão, é fun-

damental experimentar coisas novas, e muito.

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Outro aspecto substancial do autoconhecimento

é a identificação dos seus talentos. Como todos

os seres humanos, faz certas coisas com natura-

lidade, facilidade e prazer; possui dons que, para

usá-los, não necessitam de nenhum manual de

instrução, mas será que sabe quais são? Se não

for capaz de responder a essa pergunta, sugiro

que comece a prestar atenção a tudo aquilo que

faz bem e aos elogios que recebe. Muitas vezes,

os outros vêem os nossos talentos melhor do que

nós mesmos; o reconhecimento deles é que lhe

permitirá exercer a profissão de maneira diferen-

ciada e com sucesso.

Observe o comportamento de pessoas que se des-

tacam numa determinada área de conhecimento

e entenderá isso rapidamente. Na engenharia,

por exemplo, há o engenheiro que se sobress-

ai como idealizador de soluções para o cliente;

outro é óptimo para desenhar projectos; existe

aquele que administra a execução de projectos

como ninguém; outro tem grande habilidade

para gerir equipas de trabalho, e por aí adiante.

O que mais poderia justificar essas diferenças se

não o talento de cada um?

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É bem verdade que, às vezes, o reconhecimento dos nossos talentos nos leva à conclusão de que precisamos mudar de profissão. Isso acontece com tantas pessoas que, a certa altura da vida, questionam por que não estão satisfeitas com o caminho que tinham vindo a seguir e resol-vem partir para algo novo! Não acho que passar por essa situação seja uma catástrofe, mas sim que seja necessário. Por isso, quanto mais cedo investir no autoconhecimento, identificando os seus talentos e os medos que podem limitar o seu crescimento na carreira, melhor. O sucesso acontece naturalmente para as pessoas que têm a coragem e a simplicidade de serem elas mesmas.

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Propósito

Já parou para pensar como escolheu o que queria fazer da vida? Se foi a partir de uma

motivação íntima, parecida com o sentimento de paixão, é bem provável que saiba qual é o seu propósito. Porque propósito é nada mais, nada menos do que isto: a convicção interior de que nascemos para fazer determinada coisa.

Se bem conheço o ser humano, porém, há uma grande hipótese de ter feito essa escolha a par-tir de factores externos, não internos. É assim com a maioria de nós, pois somos estimulados

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e ensinados a seguir os modelos de sucesso dos outros. Temos a tendência para escolher a carreira que parece mais promissora, pague melhor, dê poder ou status – a carreira, enfim, que nos leva aos mesmos resultados das pessoas bem-sucedidas.

O que raramente nos ensinam, infelizmente, é a questionarmo-nos: “O que realmente gostaria de fazer? O que me apaixona? Se não precisasse de me preocupar com a sobrevivência, o que escolheria para a minha vida?” Mediante estas perguntas, sugiro que reflicta se está ou não a seguir o seu propósito.

Para quem escolhe fazer o que realmente tem a ver consigo, a vida profissional flui mais facil-mente. É claro que a pessoa encontra obstácu-los, mas o facto de ser apaixonada pelo que faz dá-lhe energia para superá-los e vontade de se aprimorar cada vez mais. Outro sentimento muito presente em quem segue o respectivo propósito é o da relevância, que justifica e dá sentido às suas acções; quando sentimos que ela existe naquilo que fazemos, valorizamos mais o nosso trabalho e a nós mesmos.

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Agora, pense comigo: que empresa não gostaria de ter um profissional tão profundamente iden-tificado com o que faz? A pessoa que está firme relativamente ao respectivo propósito tende a trabalhar com seriedade, empenho e interesse na própria evolução. Tem, ainda, um forte sen-tido de compromisso, é de gente comprometida que as organizações precisam hoje em dia. Seguir o seu propósito, como vê, não só o tornará um profissional mais satisfeito, mas também muito desejado pelo mercado de trabalho.

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Valores

Ultimamente, temos ouvido falar cada vez mais de ética. Ética nas relações pessoais,

nas actividades empresariais, na política, no atendimento ao consumidor... Mas como defi-ni-la? Como distinguir um comportamento ético de um não-ético? É aí que entram os valores.

Valores são princípios que constituem um ideal de conduta e de moral, ou seja, um código de ética. De uma forma ou de outra, todos adquirimos valores – seja pela educação que recebemos,

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seja pelo ambiente que frequentamos ou mesmo pelo exemplo de pessoas que admiramos. Enten-demos que esses princípios são importantes para a convivência com os outros e a própria vida em sociedade.

Vejo duas questões relevantes em relação a este assunto. A primeira é que precisamos ter muito presente em nós mesmos quais são os nossos valores e reflectir se são adequados e suficientes para nos proporcionarem uma boa convivência com os outros. Uma pessoa pode ter como valo-res: a honestidade, a responsabilidade e a ordem, mas se não tiver a tolerância, poderá tornar-se rígida e impositiva; outra pode honrar os prin-cípios da paciência, da solidariedade e da com-paixão, mas se não tiver a auto-afirmação como valor, poderá ser manipulada pelas demais.

Será que precisamos, então, de uma imensa

lista de valores? Acredito que não. Ultimamente,

tem-se discutido muito quais são os princípios

básicos capazes de garantir o bem-estar da huma-

nidade e a sustentabilidade do Planeta. Acho

oportuno deixar aqui registados os doze valores

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fundamentais eleitos pela Universidade Espiritual

Mundial Brahma Kumaris: amor, cooperação,

felicidade, honestidade, humildade, liberdade,

paz, respeito, responsabilidade, simplicidade,

tolerância e unidade. Observe como muitos – se

não todos – valores de que nos possamos lem-

brar estão implicitamente incluídos nestes doze,

como: justiça, harmonia, verdade, rectidão, ser-

viço, autonomia, igualdade, solidariedade, com-

panheirismo, confiabilidade...

A outra questão importante com respeito a valo-

res é a coerência das nossas acções com os prin-

cípios que defendemos, ou seja, a integridade de

carácter. Infelizmente, muitos são aqueles que

deixam de lado os valores mais básicos e apelam

para o vale-tudo na hora de atingir objectivos:

ficar em vantagem em relação ao colega, subor-

nar autoridades para obter facilidades, beneficiar

uma pessoa em prejuízo de outra, usar meios ilí-

citos para obter resultados... Mas os valores não

são algo que se possa professar da boca para

fora. Só existem na medida em que os afirma-

mos com as nossas atitudes. Sem isso, não são

valores, somente discurso vazio.

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Mas porquê esta conversa toda sobre valores? O que isso tem a ver com a vida corporativa? Tem tudo a ver. As organizações modernas estão cada vez mais parecidas com pessoas: elegem uma missão (o equivalente empresarial do pro-pósito humano) e, entre outras coisas, definem os valores que nortearão o cumprimento dessa missão. Se um fabricante de medicamentos tiver como missão melhorar a qualidade de vida das pessoas e adoptar como valor o respeito pelo meio ambiente, não poderá, por exemplo, poluir rios com resíduos industriais.

Há de concordar comigo que uma pessoa que possui valores bem definidos e age em conformi-dade com eles está apta a entender os valores da empresa e a cuidar para que sejam respeitados. Além disso, um funcionário de princípios sólidos, íntegro e ético é alguém muito desejável de se ter por perto.

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Adaptabilidade

Em certo sentido, não é exagero comparar o mercado de trabalho com uma selva. Não se

pode negar que, em geral, há mais procura por empregos do que oferta por vagas, e quem qui-ser conquistar uma delas, precisa afiar as garras e mostrar competências, habilidades, experiên-cias e conhecimentos. Os mais bem preparados vencem a disputa por empregos, mas é ilusão pensar que isso bastará para mantê-los empre-gados. Para evoluir no instável ambiente da “selva”, também é de suma importância ter grande capa-cidade de adaptação.

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É natural que faça planos para a sua carreira, defina um objectivo a atingir e os passos que necessitam ser dados para chegar lá – cursos que tenham de ser feitos, competências a serem adquiridas, responsabilidades que devem ser conquistadas... Empenha-se em cumprir o seu roteiro, mas, de repente, a empresa em que tra-balha é comprada por outra e o plano vai para o espaço. As regras mudam, assim como a filosofia corporativa e as pessoas que lhe davam apoio. O que fazer? Adaptar-se às circunstâncias. Se não for possível prosseguir com o plano, será impres-cindível fazer ajustes para adequá-lo à nova rea-lidade da empresa.

Em situações menos drásticas, a adaptabilidade também é importante. O projecto ao qual se dedica pode ser suspenso, um chefe que lhe dá todo o apoio pode ser substituído por um osso duro de roer, pode ser transferido de departa-mento... Tantas situações imprevistas podem surgir no seu caminho! O que fazer? Adaptar-se às circunstâncias e partir para outro projecto, conquistar a confiança do novo chefe, negociar novas metas no novo departamento. É preciso ter flexibilidade para fluir no mundo corporativo,

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onde tudo pode mudar a qualquer momento, e assim continuar evoluindo.

Pode ter a impressão de que a adaptabilidade serve apenas para enfrentar catástrofes, mas não é só isso. Com ela, pode aproveitar opor-tunidades que aparecem na carreira e não esta-vam nos seus mais remotos sonhos. Conheço um profissional muito bem-sucedido que exerceu dezassete cargos em diversas áreas da empresa em que trabalha há mais de trinta anos. Agora, pergunte se ele ficou preso a planos quando sur-giu o convite para assumir um cargo novo? De maneira alguma! Boa parte das vezes, nem se achava completamente capacitado para exercer a função, mas correu atrás do conhecimento necessário e tratou de desenvolver o que lhe fal-tava para fazer face ao novo desafio.

Para se manter e evoluir no mundo corporativo, é fundamental entender que o que espera pode não acontecer e o que não espera pode aconte-cer. Nos dois casos, a adaptabilidade é um recurso precioso.

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Resiliência

Eu costumava falar em perseverança até con-hecer a palavra “resiliência”. Derivada da fí-

sica, significa a propriedade que alguns materiais têm de acumular energia quando submetidos a um grande esforço, voltando ao seu estado origi-nal sem qualquer deformação. Por muito tempo, este termo foi usado apenas para assuntos das ciências exactas até que a psicologia o descobriu e resolveu usá-lo para se referir àquelas pessoas que, depois de terem passado por situações dificíli-mas, não perdem a fibra nem a vontade de lutar. E assim, resiliência virou sinónimo de “ser duro na queda”.

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A pessoa resiliente tem grande capacidade para prosseguir com os seus objectivos, mesmo tendo de enfrentar crises, situações destabilizadoras e problemas graves. Segundo os psicólogos, parece até que a pessoa não só se ajusta à adversidade, mas também se fortalece (acumula energia) e consegue continuar a viver e a desen-volver-se. Muitas vezes, inclusive, descobre que possui forças e potenciais que nem sequer ima-ginava ter.

Se observarmos a vida das pessoas bem-suce-didas na profissão e nos negócios, veremos que a maioria delas tem essa qualidade. Citarei aqui um exemplo extremo: Seichiro Honda, fundador da megaempresa japonesa que leva o nome do mesmo. Acredita que, antes de dar certo com a Honda, o empreendedor fez sete tentativas de negócio e faliu em todas elas? É a velha história: pessoas de sucesso são reconhecidas pelo que fizeram e deu certo, mas sabe-se lá quantas ten-tativas frustradas, erros e fracassos cometeram até, enfim, dar certo...

Acredito que a chave para a resiliência está na forma como se interpretam as experiências difíceis

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e stressantes da vida. Se encarar as suas com pessimismo, reclamando como a vida é dura e injusta, gastará tanta energia com lamentações que não encontrará forças para enfrentar a situação nem uma saída. Na verdade, se lamentar a má sorte é porque não confia na sua capacidade para dar a volta por cima. Por outro lado, se enfren-tar crises e dificuldades não como catástrofes, mas como factos naturais da existência, poderá atravessar esses momentos com mais equilíbrio e consciência, aproveitando da melhor maneira possível a aprendizagem que lhe proporcionam. No final, sai fortalecido, e quanto mais se forta-lecer, menos temerá as crises e dificuldades que surgirem.

Na vida profissional, ser duro na queda é muito importante. O mundo globalizado é imprevisí-vel, e a qualquer momento podemos enfrentar situações críticas, turbulências, mudanças que inviabilizam os nossos projectos, até mesmo uma dispensa do trabalho. O mundo de hoje não nos oferece garantias de nada; nós é que temos de nos garantir, tendo a preparação necessária para enfrentar as situações inesperadas. A resiliência aliada à adaptabilidade dá-nos a possibilidade

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de crescer com a crise, aprender com o erro, ter sucesso com o fracasso e, principalmente, saber que sempre teremos a hipótese de tentar de novo.

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Assertividade

Quando entrei numa livraria e dei de caras com um livro chamado O vendedor pitbull,

fiquei a imaginar a que ponto está difundida a ideia de que é preciso ser agressivo nos negó-cios. Mas, sinceramente, não acho que a agres-sividade seja uma característica adequada para o comportamento de alguém no ambiente de tra-balho, mesmo que empregue em sentido figurado. A pessoa hostil, afinal, é ríspida, tenta ganhar tudo com gritos, não sabe ouvir nem tem consi-deração em relação aos sentimentos e necessida-des alheios, não sabe esperar, nem tolera erros, atropela os outros. Enfim, é uma conflituosa em potencial.

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A questão é que muita gente confunde agressivi-dade com algo completamente diferente, que é a assertividade – esta sim, uma qualidade impor-tante para quem deseja ter sucesso na carreira. Ser assertivo é expressar opiniões, necessida-des ou preferências de modo franco e directo. É ser capaz de dizer não àquilo que fere a sua integridade e contraria os seus valores, mas sem agredir nem desrespeitar o outro. Trata-se de uma qualidade que denota segurança e autocon-fiança, enquanto a agressividade é geralmente a expressão de uma personalidade insegura.

A pessoa assertiva defende as suas opiniões com clareza e honestidade, sem receio do que pensarão ou deixarão de pensar dela. Considero essa ati-tude fundamental no mundo corporativo, pois não se pode dizer ámen a tudo, “engolir sapos”, deixar de expressar opiniões por receio de des-agradar ou assumir as responsabilidades dos outros. Há quem considere estas atitudes como políticas, mas para mim são sinal de passividade e falta de compreensão do que significa ser profis-sional nos dias de hoje, quando se espera, cada vez mais, que as pessoas sejam capazes de tomar iniciativas, assumir riscos e responsabilidades.

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Acho muito difícil que alguém consiga ser asser-tivo em todas as situações da vida, assim como não há quem seja absolutamente submisso ou agressivo cem por cento do tempo. Cada um de nós tem mais facilidade em colocar-se em deter-minadas situações e com certas pessoas, o que significa que somos capazes de desenvolver a assertividade no ambiente de trabalho também.

Por onde começar? Acho que pela conscienti-zação do nosso direito a um tratamento respei-toso, independentemente da nossa posição social ou na hierarquia da empresa; direito de manter os nossos valores, expressar o que queremos e dizer não sem nos sentirmos culpados por isso; direito de errar, pensar antes de tomar uma decisão, pedir ajuda ou esclarecimento, mudar de opinião, direito de estabelecer os nossos pró-prios objectivos e trabalhar livremente para que eles se concretizem.

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Capacidade de reflexão

Em 2005, às vésperas do referendo sobre a proibição da venda de armas no Brasil, dis-

cutia-se nos meios de comunicação que muitos cidadãos tinham dificuldades em entender a per-gunta: “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil? Sim ou não?” Não é incrível que as pessoas façam confusão com algo tão simples? Depois, há aqueles que ficam zan-gados quando ouvem algum intelectual dizer que o Brasileiro tem preguiça para pensar.

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Deixando a questão da preguiça de lado, acho realmente que falta capacidade de reflexão à maioria das pessoas. E não são somente os Bra-sileiros: isso acontece com o mundo inteiro. O facto é que nos ensinam a ler e a escrever, a fazer cálculos e a memorizar conhecimentos, mas não a pensar nem a usar os sete tipos de pensamento de que o ser humano é capaz:

1 Pensamento dedutivo: que vai do geral ao particular. Ao partir de premissas gerais e aceites como verdadeiras, a pessoa chega a uma conclusão sobre um facto específico.

2 Pensamento indutivo: que vai do particular ao geral, ou seja, partindo de uma situação específica, a pessoa chega a conceitos gerais.

3 Pensamento analítico: no qual são analisadas separadamente as partes que formam o todo.

4 Pensamento sintético: em que se forma um todo a partir da reunião de suas partes.

5 Pensamento sistémico: que estabelece as relações entre as partes de um todo.

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6 Pensamento crítico: por meio do qual se questionam os factos.

7 Pensamento criativo: que produz ideias para desenvolver algo novo ou modificar o que já que existe.

Observe que se não soubermos usar esses sete tipos de pensamento de modo integrado, a nossa capacidade de reflexão fica bastante prejudicada. Para viver as situações mais quotidianas, talvez nos baste fazer deduções lógicas, generalizar factos, entender o todo a partir das partes ou as partes a partir do todo. Mas para compreender a realidade, discernir o que nos serve ou não e ser capaz de transformá-la, precisamos também de saber pensar criticamente, estabelecer relações entre factos e usar a nossa criatividade. Isto é de suma importância para a vida em todos os seus aspectos, com destaque para o profissional.

Quem não usa a respectiva capacidade de reflexão não produz ideias. Logo, não oxigena a mente, que fica ocupada com ideias preconcebidas, fixas, obsoletas, alheias, que não servem para nada... Com a mente assim, é de se esperar que a pessoa

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tenha dificuldades em evoluir no trabalho, pois apega-se ao que sabe, rejeita o que não sabe e resiste a tudo o que esteja além da sua com-preensão. Alguém com estas características tem dificuldades em manter-se empregado, pois hoje, nas empresas, quem não é capaz de evo-luir acaba descartado.

Felizmente, nunca é tarde para desenvolver a capacidade de reflexão. Trocar ideias com pes-soas areja a mente, colocando-o diante de visões diferentes dos factos. Não perca a hipótese de participar em debates e discussões, exercitando a sua capacidade para ouvir os outros e expres-sar as suas opiniões. Ler sobre filosofia também lhe fará muito bem. Aliás, muitos têm procurado livros sobre o assunto, pois ampliar a capacidade de reflexão está na ordem do dia.

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Aprendizagem contínua

Vejo claramente dois extremos nessa ques-tão. Um é o do profissional que pega no

respectivo diploma, arranja emprego e coloca o “burro à sombra”. Até participa numa ou outra formação que a empresa oferece, mas no que depender da própria vontade continuará a falar o seu inglês morolesse, a redigir relatórios cheios de erros de português, a consultar os mesmos livros que usou na faculdade e já é muito!

Sinto como se estivesse a “chover no molhado” quando falo na necessidade de continuarmos a aprender sempre, mas sei que algumas pessoas ainda não se convenceram disso. Aprender para quê se o que já sabem é suficiente para desem-penharem as suas funções? Não perceberam que

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precisam de continuar a aprendizagem para des-empenharem as funções ainda melhor e, sobretu-do, desempenharem funções novas.

No mundo do trabalho, a aprendizagem tem de ser contínua. Em parte porque o conhecimento evolui sem parar e o profissional tem, no mínimo, de se manter actualizado com as novas técnicas, conceitos e práticas da respectiva profissão. Por outro lado, porque o ser humano que é necessita de continuar a evoluir, adquirindo habilidades e desenvolvendo competências. Tudo o que servir para melhorar o desempenho deve interessá-lo – dominar plenamente uma língua estrangeira, aperfeiçoar as capacidades de relacionamento e negociação ou saber usar novas ferramentas de gestão, por exemplo.

Falta de tempo para estudar e dificuldade de acesso à informação já não são desculpas para alguém deixar de continuar a aprender. Hoje, podem-se fazer aproximadamente 400 cursos por e-learning (ensino à distância) oferecidos por escolas e universidades através da ligação à Inter-net. São aulas de aperfeiçoamento, graduação,

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pós-graduação e até MBA que o profissional pode receber no computador de casa ou do escritó-rio. Fora isso, boa parte do conhecimento de que precisa está disponível em livros – e para com-prá-los já não é preciso sair de casa. Basta pedir pela Internet.

No outro extremo da questão da aprendizagem contínua está o profissional com muitos cursos, diplomas e conhecimento de idiomas, porque deseja seguir as tendências do mercado. Adquire informação e qualificação sem reflectir se aquilo será útil para a carreira. Mas não é por aí, certo? Na ânsia de seguir as tendências de mercado, muitos são aqueles que criam um acumular de actividades, interesses e focos de atenção, que podem mais atrapalhar do que melhorar o des-empenho no trabalho.

Se for um profissional que vive à procura de aprendizagem, sugiro que questione até que ponto não está preocupado em acumular con-hecimento mais por pressão externa do que por convicção interna. Quer manter-se competitivo e, para isso, acredita que precisa de estar em

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pé de igualdade com os seus “rivais”. Mas será que não está tão empenhado em fazer o que os outros estão a fazer que nunca parou para per-guntar a si próprio do que na verdade precisa? Se determinado curso ou livro agregará algo à forma como desempenha o seu trabalho ou lhe trará benefícios?

Quando se trata de aprendizagem contínua, é fundamental discernir aquilo que na realidade precisa para realizar o seu propósito profissio-nal. No fundo, o conhecimento mais importante que deve ter é sobre si mesmo: pontos fracos que precisa suprir, pontos fortes que pode aper-feiçoar e o que deve desenvolver para ser um profissional mais completo.

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Inteligência interpessoal

Uma das habilidades profissionais mais valo-rizada no mundo corporativo actualmente

é manter bons relacionamentos com as pessoas em geral, de colegas a superiores e subordina-dos, de clientes internos e externos a fornece-dores.

Motivos para isso é que não faltam. As empresas necessitam de pessoas que trabalhem bem inte-gradamente, compartilhando conhecimentos e competências e também de pessoas capazes de ter um alto nível de relacionamento com clientes e parceiros de negócios, pois o bom atendimento

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está na ordem do dia. Já para o profissional, a habilidade de relacionamento soma pontos para a respectiva valorização no mercado de trabalho; é vista como sinal de inteligência emocional e equilíbrio e ajuda a fazer uma boa network, a rede de contactos profissionais que abre portas na carreira.

No entanto, relacionar-se bem é um assunto dos mais desafiadores para a maioria de nós. Per-gunte a um gestor de recursos humanos o que pediria ao génio da lâmpada mágica e muito prova-velmente diria: “Desejo que as pessoas de minha empresa se entendam!” Boa parte dos problemas corporativos está ligada às dificuldades de rela-cionamento, que travam o fluxo de informações, comprometem a produtividade, “azedam” o clima organizacional, provocam tensões, stress, des-entendimento e todo o tipo de picuinhas.

Para se vacinar contra isso, precisa investir na inteligência interpessoal, e a sua primeira lição é começar a encarar os relacionamentos como oportunidades para o seu próprio desenvolvi-mento como ser humano. Num relacionamento,

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as pessoas são espelhos umas das outras, e o que nos incomoda nos outros é justamente o que não apreciamos em nós mesmos, ou seja: os defeitos que vemos no outro são os mesmos que temos.

Para ilustrar esse conceito, costumo dizer às pes-soas que apontem o dedo indicador para a frente, estiquem o polegar para cima e deixem os três dedos restantes dobrados sobre a palma da mão. Esse gesto significa que aquilo que enxergamos no outro (indicador) existe três vezes mais em nós (dedos dobrados) e Deus (polegar) é teste-munha disso.

Suponhamos que tenha dificuldades em relacio-nar-se com pessoas autoritárias. Quando chegam com as ordens e exigências, fica transtornado e geralmente desentende-se com elas. Mas por que isso acontece? Porque a sua personalidade também tem um aspecto autoritário, que não aceita obedecer a ordens de ninguém. Se assim não fosse, não se incomodaria com o autorita-rismo dos outros nem entraria em conflito com eles. Poderia, aliás, lidar tranquilamente com os

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mandões que cruzam o seu caminho, usando a assertividade para impedir que eles cometam excessos.

Percebe como funcionam as coisas nos relacio-namentos? Então, em vez de ficar a discutir e a desentender-se com os outros, procure perce-ber os aspectos da sua personalidade que pre-cisam de ser trabalhados e ficar na sua, evitando entrar na sintonia das pessoas difíceis. Mantenha a consciência de quem é, o que quer e o que não quer. Pense antes de falar, segure as suas reacções automáticas e mantenha o controlo emocional e o discernimento. Na medida em que exercitar isso e ampliar a sua percepção sobre o que está em jogo nos relacionamentos, a sua habilidade de lidar com os outros aumenta cada

vez mais.

Felizmente, o jogo dos espelhos dos relaciona-

mentos tem um aspecto positivo. Quando procu-

ramos ver nos outros aquilo que têm de melhor,

mais nobre ou mais bonito, estamos a exaltar

as mesmas qualidades em nós. Comece a cha-

mar as pessoas de “poderoso” ou “poderosa” ou

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outro adjectivo positivo, a elogiar as qualidades e pontos fortes deles: verá que até as mais retraídas acabarão por se aproximar de si e por ficar muito à vontade na sua presença. Uso muito este recurso e digo-lhe com toda segurança que não falha.

O segredo para um bom relacionamento, na ver-dade, resume-se a dar aquilo que gostaríamos de receber do outro. Se quisermos respeito, ofereça-mos respeito; se quisermos amizade, ofereçamos amizade; se quisermos confiança, ofereçamos confiança. Se pensar bem, não é assim tão difícil...

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Boa comunicação

Acaba de ver como a habilidade de rela-cionamento é importante para o seu suces-

so profissional. Agora, trataremos da principal ferramenta que usa para se relacionar: a comu-nicação.

Comunicar-se é compartilhar algo com outra pessoa: uma informação, uma ideia, um senti-mento... E para que ela capte bem o que esta-mos a comunicar, é imprescindível que tenhamos a sensibilidade de nos colocarmos no lugar dela, de nos expressarmos de modo que possamos entender-nos e dar-lhe a oportunidade de se expressar também.

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Para promover o perfeito entendimento entre as pessoas, acredito que todo o diálogo deve se pau-tar pela objectividade, clareza e transparência de opiniões. Mas não basta saber falar. É igualmente importante saber ouvir, dando a oportunidade ao outro de se colocar, perguntar o que não enten-deu ou opinar sobre o assunto. Na teoria, estes conceitos são básicos, óbvios, mas na prática nem sempre são observados. As pessoas nem sempre se preocupam em se fazer entender e muito menos em estar abertas para ouvir.

A questão complica-se um pouco mais nestes tempos em que os contactos pessoais estão a ser substituídos pelos electrónicos – e-mail, tele-conferência e programas de mensagens. Até o telefone está a ficar de lado com as novas tec-nologias. O que antes só se resolvia com uma reunião hoje pode ser perfeitamente discutido por intermédio de programas de mensagens, como o Messenger. Cada vez mais, as pessoas usam a tecnologia como intermediária das suas interacções pessoais.

O problema é que ao trocar mensagens elec-trónicas, limitam a interacção a um punhado de

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caracteres num ecrã. Todos aqueles aspectos sub-jectivos da comunicação não-verbal – como: tom de voz, expressões corporais e faciais – ficam de lado. Devido à pressa de resolver as coisas, as pessoas abreviam palavras, eliminam acentos, deixam de lado maiúsculas, pontos, vírgulas... O que faziam com um diálogo pessoal ou por tele-fone agora fazem-no com uma mensagem breve, fria e impessoal. Acrescente-se a isso o facto de que muitas têm dificuldades em organizar as ideias num texto, escrever correctamente e com clareza; a troca de mensagens transforma-se em fonte potencial de confusões e polémicas. Aliás, as dificuldades dos profissionais em comunicação escrita são uma das grandes preocupações das empresas actualmente, pois trazem uma série de problemas – de simples mal-entendidos a pro-blemas de relacionamento e perdas de produtivi-dade ou de negócios.

Perceba que, se não estivermos atentos, tudo con-corre para empobrecer e truncar a nossa comu-nicação. Assim, para o bem dos seus relaciona-mentos no ambiente de trabalho, esteja muito atento à forma como comunica. Valorize o diá-logo, expressando as suas opiniões com clareza

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e permitindo que o outro também o faça. Sem-pre que possível, prefira o contacto pessoal, o pergunta-e-responde, o olho no olho, o aperto de mão, pois a velha e boa conversa presencial ainda é a melhor maneira de criar entendimento entre os seres humanos. E se tiver alguma difi-culdade em expressar as suas ideias aos outros, cuide disso. Melhore o português, faça um curso de expressão vocal, desbloqueie as suas inibições para falar. Como dizia o sábio Chacrinha: “Quem não se comunica se trumbica.”

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Respeito à diversidade

Com a globalização da economia, as empresas literalmente “caíram no mundo” e espalha-

ram as respectivas operações por países onde jamais sonharam estar. Tiveram de aprender a lidar com a multiplicidade de nacionalidades, cul-turas e raças que há no Planeta, e assim incorpora-ram o respeito à diversidade como um dos seus valores fundamentais. Logo, perceberam que a arte de conviver com o diferente não era apenas uma necessidade, mas também uma vantagem no mundo dos negócios. Ao se relacionarem, pes-soas de diferentes origens, experiências, culturas

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e visões de mundo têm muito que trocar, pro-duzindo um ambiente de trabalho fértil em ideias e aprendizagens.

Acho que percebeu qual é o seu papel nisto tudo, não é? Lidar positivamente com a diversidade é essencial para o bom desempenho de um profis-sional em qualquer empresa, ainda que não tra-balhe numa multinacional. Afinal, encontramos grande variedade de tipos humanos, com dife-renças de personalidade e opinião, em qualquer lugar. E isso também é diversidade.

Num ambiente de trabalho, é certo que encon-trará pessoas que pensam, agem, funcionam de modo diferente do seu. É do tipo objectivo, que gosta de ir directo ao assunto e não perde tempo com elucubrações? Pois sempre haverá por perto um colega mais criativo, do tipo que produz mui-tas ideias (e poucas que se aplicam). Ou será que é um profissional analítico, que se debruça sobre todas as possibilidades para resolver um problema até encontrar a melhor solução? Então, pode contar que terá de lidar com a impaciên-cia daquele colega que quer agilizar o processo,

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estabelecer prioridades e apressar toda a gente para cumprir rigorosamente o prazo.

O trabalho numa empresa é assim mesmo, um palco de conflitos, divergências e questiona-mentos. Mas desde que saiba lidar e posicio-nar-se em relação a isso, tudo bem! Há quem considere o conflito de opiniões como algo inde-sejável, quando, na verdade, é o combustível da criatividade e da quebra de paradigmas. O que pode existir de mais saudável para o progresso de uma equipa do que a boa discussão, em que pontos de vista divergentes são colocados e cri-ticamente analisados?

Costumo dizer que, neste mundo de quase sete mil milhões de pessoas, não há um só ser humano igual a outro. Ninguém é igual a si! A diversidade de nacionalidades, credos, raças, ideias, expe-riência e atitudes é que faz este Planeta ser tão cheio de possibilidades. Compreender este facto e ser capaz de lidar com ele é uma das coisas que faz diferença na trajectória de qualquer pro-fissional.

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Automotivação

Quando os nossos projectos vão de ven-to em popa, é boa a fase da empresa e

os resultados esperados são alcançados. Não é difícil arranjar motivação para o trabalho, mas sim manter o pico em tempos de crise, quando as vendas caem e um clima de preocupação se instala na empresa – ou mesmo em tempos “normais”, em que a alta competitividade do mercado gera pressões constantes por melhores resultados.

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Encontrar motivação para trabalhar em situações

adversas, enfrentando o baixo-astral de uma fase

crítica ou o stress de alcançar metas cada vez

mais altas, é vital para o profissional moderno, pois

não pense que poderá mudar de emprego sem-

pre que o clima da sua empresa aquecer. Nestes

tempos de economia globalizada, em que o cená-

rio dos negócios pode alterar-se radicalmente de

um dia para o outro e a competição é voraz, é

ingénuo acreditar que existem empresas imunes

a crises. Não conte com estabilidade e segurança

para ter sucesso na profissão! Problemas e tur-

bulências fazem parte do jogo, e o que precisa é

de aprender a automotivar-se para manter um

bom desempenho.

Não importa a situação que estiver a viver, cul-

tive pensamentos positivos logo ao despertar. As

atitudes que temos nos dez primeiros minutos

do dia determinam a qualidade de 80% do resto

daquele dia. Diga a si mesmo: “Hoje, apesar de

tudo, serei feliz”. Comece o dia com uma activi-

dade aprazível, como tomar um bom pequeno-

almoço, caminhar na praça perto da sua casa ou

outra coisa qualquer que o faça sentir-se bem.

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Ao chegar ao trabalho, cumprimente todos com bom humor. Compartilhe as boas energias que está a trazer e verá como pode melhorar o astral das pessoas. O humor facilita o encontro de soluções para os problemas e a superação dos desafios.

Outra coisa que ajuda muito é aprender a fazer um distanciamento das situações difíceis. Em vez de ficar empacado no problema e lutar com ele, abra o seu foco de visão; procure perceber todas as implicações que ele tem e analisá-lo sob vários ângulos. Costumo dizer que distanciar-se do impasse é como sobrevoar o congestiona-mento de helicóptero: sai do caos, vê a extensão e vê possíveis saídas. Depois disso, fragmente a solução do problema em etapas e estabeleça as metas a cumprir a cada dia. Seja realista: não queira resolver tudo de uma vez. Comprome-ta-se com o que é possível, o que é mais impor-tante ou o que é urgente. No final do dia, faça um balanço das metas que conseguiu cumprir e verá como sairá do trabalho aliviado. Pode ter ainda muita coisa para resolver, mas só o facto de constatar que está a resolver melhorará muito o seu ânimo.

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Muitos passam a vida a procurar evitar proble-mas, crises e dificuldades, ao passo que são jus-tamente essas situações as que mais têm poder de fortalecer a sua capacidade de automotivação. Quem acha que as empresas valorizam mais: o profissional que vive à procura de um mar de rosas ou o que enfrenta qualquer desafio?

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Criatividade

A inovação é o motor do mundo corporativo, pois para sobreviver num mercado alta-

mente competitivo, as empresas precisam de procurar constantemente novos produtos, ser-viços, soluções, processos, mercados... Agora, se a inovação for o motor, o combustível que o faz funcionar é a criatividade.

As empresas precisam de gente criativa. Há quem pense que essa característica seja um dom, uma qualidade com que se nasce. Se também achar isso, abandone desde já essa ideia limitadora.

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Qualquer pessoa pode desenvolver a criatividade desde que adopte algumas atitudes e práticas.

Para começar, passe a observar mais a reali-dade à sua volta. Pessoas criativas geralmente são atentas, ligadas aos pormenores, curiosas e questionadoras. São capazes de obter gran-de quantidade de informação a partir de qual-quer coisa: de pessoas e objectos a cenários e situações. Essa é uma habilidade fundamental para a solução criativa de problemas, que reque-rem uma análise da questão sob todos os pontos de vista possíveis. De quanto mais informação puder dispor, maiores serão as suas possibili-dades de gerar ideias. Ao praticar a capacidade de observação, abre a sua visão para observar muito além das aparências e daquilo que toda a gente vê. Cultive o costume de estar aberto para ver, ouvir e perceber tudo. Então, de repente, um grande desafio poderá surgir.

Outra coisa que favorece muito a criatividade é a atitude de sempre procurar fazer coisas diferen-tes, fora da rotina. Experimente um novo caminho para ir para o trabalho, assista a um canal de

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televisão que nunca viu, compre uma revista nova, converse com um desconhecido, enfim, dê a si mesmo a hipótese de se surpreender com algo novo todos os dias. No trabalho, mude a forma de encaminhar as coisas, procure alterna-tivas para simplificar tarefas, crie novos procedi-mentos. Fazer as coisas geralmente da mesma maneira nada mais é do que a exteriorização do modo como a sua mente trabalha, sempre a per-correr as mesmas e consagradas trilhas de racio-cínio. Ao abrir espaço para novas experiências, estará abrindo novas trilhas. Para que isso fun-cione, porém, poderá ter medo de experimentar. É natural que boa parte das ideias que tiver não funcione, outras até poderão produzir resultados indesejáveis. Mas se tiver receio de criar coisas que não darão certo, acabará reprimindo o seu potencial criativo. Assim, desenvolva a tolerância ao risco e ao erro.

Meditar favorece muito a criatividade. Prática milenar associada a religiões orientais e à busca de iluminação espiritual, a meditação tem sido muito usada, deste lado do mundo, como recurso para o equilíbrio mental e emocional. Quando meditamos, a mente acalma-se, o corpo relaxa e

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o coração bate a uma frequência mais baixa. Por alguns instantes, livramo-nos dos pensamentos, preocupações, de toda a sobrecarga mental que acumulamos na correria do dia-a-dia. Essa lim-peza da mente permite que organizemos melhor os nossos pensamentos e abre espaço para as ideias, que surgem mais facilmente quando esta-mos de “cabeça fresca”.

Entre as muitas técnicas de meditação que exis-tem, uma das mais simples consiste em procurar um local silencioso onde possa sentar-se con-fortavelmente com a coluna erecta, os pés bem plantados no chão e as mãos pousadas sobre as pernas. Feche os olhos, preste atenção à respi-ração e não pense em nada. Sempre que sur-girem pensamentos, basta deixá-los ir embora e tentar novamente o silêncio. Quinze minutos diários dessa prática deixá-lo-ão mais centrado e apto a ter ideias criativas.

A meditação é um canal para a intuição, aquela informação que surge do nada, como se uma lâm-pada se acendesse na nossa cabeça. Trata-se de um nível de percepção que todos nós temos, que

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nos liga à nossa sabedoria interior e traz respos-tas para as perguntas, certeza para as dúvidas, soluções para os problemas. Para algumas pessoas, manifesta-se como uma voz interior que transmite calma e segurança. Para outras, é um feeling ou sentimento de convicção. Há quem tenha uma sensação de bem-estar quando a intuição se manifesta. Até há algum tempo atrás, o assunto era tabu no meio corporativo, pois acreditava-se que o profissional tinha de ser ponderado e racio-nal. Hoje, a intuição não só é valorizada, como também estimulada, pois através dela temos insights criativos e podemos discernir a melhor decisão a tomar.

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Proactividade

Gosto deste conceito, proactividade, porque combina uma série de características essen-

ciais para o profissional moderno. Mas talvez por ser tão completo, o conceito nem sempre é bem compreendido pela maioria das pessoas, que fre-quentemente o confundem com iniciativa.

O significado de proactividade, tal como aparece no dicionário, é a capacidade de se antecipar a situações, necessidades e problemas futuros.

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Isso significa, para começar, que a pessoa proac-tiva tem sentido de prontidão. Antes de participar numa reunião, prevê as questões que as pessoas poderão fazer e levanta as informações neces-sárias para responder às mesmas. Antes que o cliente ligue para reclamar que uma entrega está atrasada, contacta-o e renegocia o prazo. Antes que a chefia lhe pergunte sobre o andamento de um projecto, produz um relatório para a colocar a par da situação. Ligada a tudo o que acontece à sua volta, é capaz de analisar o contexto das situações e imaginar cenários futuros, o que lhe permite tomar as atitudes que cabem em cada ocasião. É a partir da prontidão, portanto, que a pessoa proactiva age. A capacidade de iniciativa, sem dúvida, é parte do comportamento proactivo, mas está baseada na perspicácia e num apurado sentido de urgência.

Boa parte das vezes, proactividade implica agili-dade, pois de nada adiantaria antever o problema e tomar uma iniciativa se não houver rapidez na acção. O proactivo, portanto, é o oposto do procrastinador: não empurra com a barriga, e sim tenta resolver as coisas o mais depressa possível.

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Duas outras características importantes são: res-ponsabilidade e consistência. Sem elas, o sentido de urgência e a agilidade do proactivo poderiam gerar acções afobadas, estabanadas até. Mas como é uma pessoa responsável, trata de enca-minhar as coisas com o cuidado necessário e na altura certa, sem precipitação. E como tem con-sistência, as respectivas atitudes são apropria-das, firmes, adequadas à realidade.

Prontidão, antecipação, perspicácia, sentido de urgência, iniciativa, agilidade, responsabilidade e consistência estão implícitos no conceito de pro-actividade. Falta falar de mais um: comprome-timento, pois uma pessoa que tem todas estas características só pode mesmo ser profundamente comprometida com o que faz e com a empresa em que trabalha, não é?

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Educação financeira

Com excepção de quem tem formação ligada à economia, administração de empresas ou

contabilidade, a maioria das pessoas ingressa no mercado de trabalho com grandes deficiências em educação financeira, ou seja, não sabe lidar com dinheiro. Tanto é assim que não faltam espe-cialistas que dão cursos e têm livros publicados sobre o assunto, sugestivamente chamado de alfa-betização financeira.

Há quem pense que ter um emprego com salário fixo resolve a vida, mas isso é só um dos três

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aspectos da questão financeira: fazer dinheiro. O segundo diz respeito a gastar dinheiro – e aí a maioria complica-se, pois não tem o costume (nem a cultura) de fazer o orçamento pessoal ou familiar e prever os seus gastos. Daí a gastar mais do que se ganha é um “pulinho”, até por-que as facilidades de crédito oferecidas hoje em dia estimulam o endividamento em suaves par-celas mensais que carregam juros exorbitantes. Quando chega o fim do mês e o dinheiro não dá, recorre-se ao cheque especial e... Bem, é assim que muitos Brasileiros vivem.

A falta de planeamento orçamentário compromete seriamente o terceiro aspecto: guardar dinheiro. A pessoa com boa alfabetização financeira reserva uma parte do que ganha pensando no futuro – a compra de um imóvel, o pé-de-meia da reforma, uma poupança para viagens ou gastos extraordi-nários, por exemplo.

Só para lidar com esses três aspectos, que são a visão mais simplificada possível da educação financeira, as pessoas têm de saber fazer orça-mento e balanço, aprender a lidar com juros e

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impostos, planear compras, controlar despesas, entender sobre activos, passivos, investimentos, poupança, previdência privada e outros assuntos básicos que envolvem o mundo do dinheiro.

Tudo isto parece ser um assunto da sua vida par-ticular, que nada tem a ver com a profissional. Mas tem a ver sim! Com a crescente tendência para a gestão participativa nas empresas, mesmo os iniciantes na carreira corporativa envolvem-se com assuntos como: gestão de verbas, controlo de despesas, previsão de receitas e rentabilidade do negócio. Como lidará com essas questões se não tiver o mínimo de educação financeira? Além do mais, amanhã poderá resolver – ou precisar – de trabalhar por conta própria e saber trabalhar com dinheiro não será só uma habilidade profis-sional, mas uma imposição para a sua própria sobrevivência.

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Preparação para a liderança

Ao pensar sobre liderança, provavelmente vê-se daqui a algum tempo sentado numa

cadeira de espaldar alto, a comandar uma equipa, um departamento, quem sabe uma empresa inteira. Mas não vamos pensar em lide-rança como algo para o futuro, e sim para o pre-sente, nem entendê-la como algo que exerce em relação aos outros, mas em relação a si mesmo.

Ninguém pode ser um bom líder enquanto não tiver desenvolvido a capacidade da autoliderança, que é o governo sobre a própria vida. Para ser

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capaz de inspirar e motivar os outros, tem de ser automotivado e encontrar inspiração dentro de si mesmo. Para ter a habilidade de gerir conflitos da sua equipa, precisa antes saber gerir os seus próprios. Para manter o controlo de uma situação difícil, deve ter domínio sobre as emoções. Para ser capaz de conduzir os outros, tem de saber conduzir a si mesmo. Se reflectir a fundo sobre todas as qualidades que constituem um verda-deiro líder, verá que surgem no plano individual para depois serem exercidas no plano colectivo.

E por onde se começa a preparação para a lide-rança? Bem, sugiro que seja pelo autoconheci-mento, que se manifeste no exercício dos seus valores e gere um propósito para a sua existên-cia. Recomendo que desenvolva: adaptabilidade, resiliência, assertividade, capacidade de reflexão, automotivação, criatividade e proactividade. E que dê a devida atenção à aprendizagem contí-nua, ao respeito pela diversidade, à boa comuni-cação e à educação financeira.

Ora, ora, veja se não são justamente os atributos e capacidades de que precisa para ter sucesso no

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mundo corporativo! Mas é lógico: as empresas precisam, antes de mais nada, de bons líderes. Por que não se torna um deles?

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Leila Navarro

LEILA NAVARRO, Palestrante Motivacional e Comportamental, é fisioterapeuta formada pela USP e especialista em Medicina Comportamental pela Escola Paulista de Medicina. Empresária e presidente do Instituto de Pesquisa e Desenvol-vimento do Capital Humano (IPEDESCH).

Practitioner em Programação Neurolingüísti-ca; participou no Japão do Training Course on Solving Human & Organizational Problems for Brazil, pela Association for Overseas Technical Scholarship (AOTS); habilitada na Metodologia “CPS” (Creative Problem Solving) CPSI - Buffalo – USA; practitioner no Método Rolf de Integração Estruturada pelo Guild for Scructural Integration, Boulder.

Carinhosamente conhecida no meio corporativo como a “Viagra Empresarial”, as suas palestras são um estímulo para as pessoas atingirem a fe-licidade e sempre com bom humor.

Leila é uma das raras mulheres que compõem o cenário de palestrantes brasileiros, integrando

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o ranking dos 20 maiores palestrantes do país, divulgado pela revista Veja. Inclusive, ganhou o 8º prêmio Top of Mind - Fornecedores de RH, de 2005, na categoria Palestrante do ano.

Leila Navarro também é bem reconhecida no ex-terior. Suas palestras já foram apresentadas no Chile, Peru, Uruguai, Paraguai, México, Portugal, Espanha, Panamá e o Japão. Autora de 9 livros, é colunista, e escreve para várias meios de comu-nicação nacionais e internacionais.

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Outros volumes da colecção

Inspirado no self-em-ployment da língua in-glesa e no autoempleo da espanhola, auto-em-prego é o conceito que se refere a quem exer-ce a profissão por conta própria, transformando a sua expertise num produto oferecido a em-presas ou directamente ao mercado. Embora a maioria dos Brasileiros o exerça por necessida-de, devido à escassez de empregos, o trabal-ho independente pode ser uma “carta na man-ga” nestes tempos em que as empresas não dão conta de empre-gar todos os talentos que há no mercado; as relações de trabal-ho transformam-se e a autonomia é, cada vez mais, o que realmente

pode dar segurança ao profissional moderno. Mais do que uma forma de ganhar o pão de cada dia, é um caminho para a realização pessoal se encarado como uma opção de vida. O livro inclui ainda ideias de auto-emprego, algumas novíssimas, outras inusitadas e outras até conhecidas, mas com nova roupagem.

Neste volume, verá: o auto-emprego como tendência de futuro, as van-tagens, o que é preciso para ter sucesso e 101 ideias de auto-emprego.

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Para responder ra-pidamente às trans-formações do mun-do dos negócios, as organizações têm de mudar organogramas, repensar estruturas e cargos com frequên-cia, o que inviabiliza a manutenção de pla-nos de carreira para os funcionários. Hoje, cabe ao profissional planear e administrar a carreira, que não deve depender da empresa em que tra-balha e ter objectivos que não se relacio-nam com a conquista de cargos, e sim com a aquisição de com-petências e responsa-bilidades. Um profis-sional que segue essa

estratégia adapta-se facilmente tanto a mudanças de estrutura como de empresa. Pode até decidir fazer carreira fora das empresas, como independente ou empreendedor do próprio negócio.

O conteúdo deste livro é organizado na forma de perguntas, simu-lando um processo de autocoaching, que o levará a reflectir sobre os rumos que tem seguido, o que está a dar certo, o que não está e o que pode ser mudado.

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