O QUARTO PONTO Khinsu Savitri

“Oh, homem, silencia! Esconde‐te dentro de ti mesmo e procura conhecer o grande desconhecido que tu és.

Reconcilia‐te, pois, consigo mesmo e à sentinela avançada de tua integridade espiritual. Volve ao teu mundo interior e entra na posse de teu próprio Ser. Sim, possui‐te, porque não há maior conquista do que a conquista de si mesmo.” * – (Rubens C. Romanelli)

Ao penetrar na Senda, o discípulo deve eleger como objetivo principal a busca do “ponto do equilíbrio perfeito”, procurando de forma persistente e disciplinada estabelecer um lugar onde possam estar reunidos em íntima comunhão o MATERIAL e o ESPIRITUAL, permitindo ao discípulo exercer o perfeito e harmonioso domínio sobre eles, entregando‐se de forma perseverante ao culto do conhecimento de si próprio.

Não há nenhuma alternativa de trabalho que seja capaz de permitir um progresso real e consistente na direção da Senda, senão através da permanência nesse ponto de apoio perfeito, do qual o discípulo deve evitar se afastar, sob pena de vir a fracassar em seus propósitos de ascese mística.

O mundo material, o espiritual e o discípulo estão representados pelas três pontas do Triângulo. Nesse Triângulo formado pela matéria, o espírito e o discípulo, encontra‐se também o quarto ponto, ‐ O PONTO DO EQUILÍBRIO PERFEITO!

O quarto ponto é a representação da manifestação da LEI DO SILÊNCIO, um centro notável para onde convergem o Infinito Poder, a Luz, o equilíbrio absoluto e o conhecimento perfeito. É nesse núcleo de forças que o místico em comunhão Interior estabelece contato com o Ser.

Uma antiga expressão nos revela todo o poder oculto na Lei do Silêncio: “Entrem em silêncio e saibam que sou Deus! Pois é no silêncio que podeis encontrar Àquele que é a presença divina, o Eu Interior, o Ser.”

A prática do silêncio deve transformar‐se em um dos mais sagrados e elevados trabalhos para o discípulo, sendo capaz de remover completamente toda sua intranquilidade mental e os maus hábitos e atavismos vindos do passado, consequências do perverso materialismo e do fanático misticismo.

O desenvolvimento do hábito de permanecer alguns poucos momentos em seu centro de equilíbrio, representado pela Lei do Silêncio, aprendendo pouco a pouco a educar

e dominar as interferências de tudo que emana do seu “exterior”, será capaz de dotar o discípulo do perfeito domínio para permanecer em contato com a Luz do Centro do Equilíbrio Perfeito.

Qual é o trabalho que o discípulo deve se empenhar em realizar ao penetrar no Centro do Equilíbrio Perfeito, representação da Lei do Silêncio?

“Transmutar todo o desejo mundano, esse desejo que mora somente no corpo, veículo transitório do Ser e não em sua própria Individualidade, que é eterna e incorruptível; educar a percepção sobre toda sensação, olhando do mesmo modo para o prazer e para a dor, para o ganhar e para o perder, para a vitória e para a derrota, sem incorrer no erro da separatividade; abdicar da sabedoria fragmentária, destruindo o sentido da existência em separado, tornando‐se consciente do seu Ser interno, a divindade da sua Alma, estabelecendo a mais íntima e perfeita comunhão com o vosso único e verdadeiro mestre, ‐ aquele que reside em vosso próprio interior, vivendo assim em Unidade com o Eterno.” **

O PONTO DO EQUILÍBRIO PERFEITO, o quarto ponto do Triângulo, o Centro para onde convergem todos os recursos ESPIRITUAIS, MENTAIS e MATERIAIS do Ser, produzindo uma harmoniosa convergência de forças e poder, é o BARICENTRO do Triângulo, o ponto para onde convergem as perpendiculares baixadas desde um vértice até o lado oposto.

Paz Profunda.

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(*) Rubens C Romanelli, do livro “O Primado do Espírito”, 3ª edição, Divinópolis, MG. Editora Síntese, páginas 61‐63;

(**) Helena Petrovna Blavatsky, condensado e adaptado de “A Voz do Silêncio”, primeiro fragmento. Tradução de Fernando Pessoa.