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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017 ISSN 2236-1855 3577 O PURO, O BOM E O BELO: NORMALIZAÇÃO DOS PROFESSORES E O AMERICAN JOURNAL OF EDUCATION (1851-1858) 1 José G. Gondra 2 Aline Machado 3 Fernanda Fontes 4 Introdução Em 1882, os pareceres relativos à reforma da instrução primária e outras instituições complementares da instrução pública (1882/1883) desafia a técnica do parecer, seja pela dimensão do mesmo, seja pela erudição. Apoiado em vasta literatura e fontes de língua inglesa, francesa e portuguesa, este documento se constitui em observatório privilegiado para se compreender aspectos do debate relativo à escolarização inicial em escala nacional e transnacional em curso, mobilizados, à época, por Ruy Barbosa, Ulisses Machado Pereira Vianna e Thomas Bonfim Spinola. Nessa espécie de enciclopédia nacional, a comissão recorre à “enciclopédia” de outra nação, o American Journal of Education (AJE), publicado nos EUA entre 1855 e 1881, sob a responsabilidade de Henry Barnard. Chama atenção a circulação e uso do periódico norte americano e o fato dos autores usarem apenas o volume correspondente ao ano de 1880, condição para apoiar reflexões a respeito da infância, ensino obrigatório, tempo escolar, saberes e analfabetismo, ainda que os pareceres sejam diversos, vastos e rigorosos, recobrindo 275 temas, como afirmado por Lourenço Filho (2001). Neste estudo, analisamos a problemática da formação de professores, duplicada no dispositivo editado por Barnard, ele mesmo 1 Apoios: CNPq e FAPERJ 2 Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo. Professor Associado no Departamento de Ciências Sociais e Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-Mail: [email protected] 3 Pedagoga pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Integrante do Núcleo de Ensino e Pesquisa em História da Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. (NEPHE-UERJ).E-Mail: [email protected] 4 Graduanda em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Bolsista de Iniciação Científica, pelo CNPq, do Núcleo de Ensino e Pesquisa em História da Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. (NEPHE-UERJ).E-Mail: [email protected] Figura 1 - Capa do American Journal of Education, ano de 1856

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Page 1: O PURO, O BOM E O BELO: NORMALIZAÇÃO DOS … · movimento de normalização dos mestres, analisamos os dois volumes do livro Normal School (1851), de Henry Barnard, objeto de publicidade

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 3577

O PURO, O BOM E O BELO: NORMALIZAÇÃO DOS PROFESSORES

E O AMERICAN JOURNAL OF EDUCATION (1851-1858)1

José G. Gondra2 Aline Machado3

Fernanda Fontes4

Introdução

Em 1882, os pareceres relativos à reforma da instrução primária e outras instituições

complementares da instrução pública (1882/1883) desafia a técnica

do parecer, seja pela dimensão do mesmo, seja pela erudição.

Apoiado em vasta literatura e fontes de língua inglesa, francesa e

portuguesa, este documento se constitui em observatório

privilegiado para se compreender aspectos do debate relativo à

escolarização inicial em escala nacional e transnacional em curso,

mobilizados, à época, por Ruy Barbosa, Ulisses Machado Pereira

Vianna e Thomas Bonfim Spinola. Nessa espécie de enciclopédia

nacional, a comissão recorre à “enciclopédia” de outra nação, o

American Journal of Education (AJE), publicado nos EUA entre

1855 e 1881, sob a responsabilidade de Henry Barnard.

Chama atenção a circulação e uso do periódico norte

americano e o fato dos autores usarem apenas o volume

correspondente ao ano de 1880, condição para apoiar reflexões a

respeito da infância, ensino obrigatório, tempo escolar, saberes e

analfabetismo, ainda que os pareceres sejam diversos, vastos e rigorosos, recobrindo 275

temas, como afirmado por Lourenço Filho (2001). Neste estudo, analisamos a problemática

da formação de professores, duplicada no dispositivo editado por Barnard, ele mesmo

1 Apoios: CNPq e FAPERJ 2 Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo. Professor Associado no Departamento de Ciências Sociais

e Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-Mail: [email protected] 3Pedagoga pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Integrante do Núcleo de Ensino e Pesquisa em

História da Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. (NEPHE-UERJ).E-Mail: [email protected]

4 Graduanda em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Bolsista de Iniciação Científica, pelo CNPq, do Núcleo de Ensino e Pesquisa em História da Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. (NEPHE-UERJ).E-Mail: [email protected]

Figura 1 - Capa do American Journal of

Education, ano de 1856

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destinado ao aperfeiçoamento desta corporação e construção de uma agenda comum para os

problemas da educação estadounidense. Duplicação que se amplia, considerando-se a

publicidade de livros relativos às escolas normais no AJE. Como recurso para pensar o

movimento de normalização dos mestres, analisamos os dois volumes do livro Normal School

(1851), de Henry Barnard, objeto de publicidade nos volumes iniciais do AJE (1855-1858).

O volume I do livro se destina a observar o aparecimento das escolas normais em vários

estados e cidades dos EUA. O outro volume se destina às experiências promovidas em alguns

países e cidades europeias. Esta pauta se vê confirmada no periódico, insistindo, contudo, na

expansão e aperfeiçoamento da tecnologia destinada a formar para formar o docente puro,

bom e belo.

Neste texto, optamos por uma descrição geral dos dois livros, chamando atenção para o

debate acerca da forma a ser assumida pela Escola Normal. Com este investimento,

procuramos dar a ver as mediações em torno deste dispositivo nos EUA e na Europa, como

recurso para pensar as tensões e negociações voltadas para afirmar uma determinada

tecnologia de formação, articulada à outras estratégias de profissionalização do magistério e

racionalização da pedagogia.

Henry Barnard, Normal Schools e The American Journal of Education

Henry Barnard foi um norte-americano “poliédrico”, tendo

atuado na gestão, na política e na imprensa, uma longa folha de

serviços associada à problemática da educação5. Ocupou diversos

cargos como superintendente (1838-1842) e diretor da escola normal

(1851-1855) do Estado de Connecticut. Escreveu diversos impressos

para a melhoria da educação, direcionados à formação/modelação

dos docentes, dentre eles o livro Normal School (1851) e as revistas

The Connecticut common school journal and annals of educational

(1838-?) e American Journal of Education (1855-1881).

O livro Normal Schools, and other Institutions, Agencies, and

Means desingned for the Professional Education of Teachers6,

consiste em uma obra ilustrada sobre as formas de modelação da carreira docente; escolas

5 Cf, por exemplo, a biografia escrita por Macmullen, 1990. 6 Este material foi consultado em sua versão digitalizada, disponível em duas plataformas:

<http://www.googlebooks.com.br/> ou <http://www.achives.org/>. Acesso em: 31 mar. 2017.

Figura 2 - Capa do livro Normal Schools.

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normais, agências e instituições de professores. Tal impresso é datado de 1851, foi publicado

em Hartford, totalizando 669 páginas. Como outros escritos de Barnard, buscava ser uma

obra completa, podendo instruir de maneira integral o público leitor, além de se constituir

em uma peça valiosa da escrita da história da educação dos Estados Unidos da América. De

acordo com os estudos de Santos (2016) estes escritos de Barnard durante os primeiros 5

anos da década de 1850, direcionados especificamente aos professores, foram grandes

responsáveis pela compreensão do intelectual da necessidade de uma ação eficaz para a

qualificação docente, o que se realizaria através da sua revista enciclopédia American

Journal of Education.

O Normal School encontra-se estruturado em duas partes ou volumes. Na primeira, o

autor se debruça sobre os principais Estados norte-americanos, ou melhor, os que possuíam

ações específicas voltadas para a formação de professores, em especial as escolas normais, e

alguns relatos dos principais empreendimentos das Províncias Britânicas. Na segunda seção,

o foco recai sobre a Europa, nos países que, segundo a seleção de Barnard, mereciam ser

estudados e seguidos como exemplos.

Normal Schools, Part I – United States and British Provinces

A circular do livro, que antecede a introdução do primeiro volume, o qual trata dos

Estados norte-americanos e das Províncias Britânicas, apresenta o escrito como parte de uma

série de ensaios sobre as melhorias das common schools, autorizados pela lei a serem

difundidos em Connecticut. Buscava ser um conjunto de textos para o aperfeiçoamento

educacional incluindo os diversos departamentos como bibliotecas, professores, institutos,

escolas normais, etc.

Será dada certa atenção a estas instituições nas páginas seguintes, juntamente com a reedição de vários documentos e endereços que expõem a origem, a natureza e as vantagens das Escolas Normais e das suas instituições, agências e meios, para a profissão, educação e aperfeiçoamento de professores, nos Estados Unidos. (BARNARD, 1851, p.3)

Por volta de 1825, em diversas partes dos EUA, especificamente em Connecticut e

Boston, circularam nos jornais, e em formas de panfletos, textos defendendo a criação de

instituições próprias para a formação de professores. Anos depois, em 1829, outro panfleto

foi publicado reivindicando a melhoria dos Seminários de Aprendizagem, estabelecendo as

necessidades e vantagens de uma formação adequada para os professores. A partir da difusão

destas iniciativas, a importância da formação profissional dos docentes e da criação de uma

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instituição dedicada a este fim ganhou espaço entre os intelectuais e governantes. De acordo

com Barnard, depois de quatro séculos, a ideia das escolas normais estava quase totalmente

realizada nos Estados, resultante da promoção das primeiras ações voltadas para este fim.

A seguir apresentamos uma tabela elaborada por Henry Barnard onde constam os

locais, a data da fundação e a quantidade de escolas normais em Connecticut, Massachusetts,

New York, Pensilvânia, Rhode Island, Michigan e nas Províncias Britânicas. Na sequência,

apresentamos as principais ações de modelagem docente descritas pelo autor nos 5 Estados

que destaca e nas Províncias Britânicas7.

TABELA 1: ESCOLAS NORMAIS NOS EUA

Fonte: Normal Schools, 1851, p.3

Como se pode notar, a experiência de normalização dos professores para as “Common

schools” se inicia em 1839 e todas elas se localizam na chamada “Nova Inglaterra”,

considerada como a região mais avançada do “Novo mundo”8.

a) Connecticut

A história da criação das escolas normais do Estado de Connecticut iniciou em 1823

quando, pela primeira vez, o panfleto “Sugestões sobre a Educação”, de William Russel9, no

7 De modo geral, a narrativa se apoia em relatórios de homens da administração do aparato escolar, alguns de sua própria autoria, do legislativo e da própria legislação. Neste estudo, não é possível avançar na problematização da documentação coligida e do modo como Barnard opera com a mesma. Em linhas gerais, cabe chamar atenção para a seleção que realiza e para a profusão de recortes dos relatórios e legislação que emprega.

8 De acordo com Villela (1990, 2002), a primeira Escola Normal da América, inaugurada em 1835, funcionou em Niterói, à época capital da Província do Rio de Janeiro. A respeito das primeiras escolas normais no Brasil, cf. Gondra & Schueler, 2008 e Araújo, Freitas & Lopes, 2008; dentre outros.

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qual menciona a necessidade do estabelecimento de um seminário para professores. Em 1825

a imprensa continuou o seu trabalho de propagar a necessidade de profissionalização

docente, por meio de uma série de ensaios escritos por Thomas H. Gallaudett10. Entre os anos

de 1838 e 1849 diversas ações legislativas transcorreram em prol de uma instituição

específica para a formação inicial de professores, até que, em maio de 1849, foi sancionada a

lei que estabelecia a escola normal do Estado de Connecticut.

Em 15 de maio de 1849 na cidade de New Britain foi estabelecida a escola normal do

Estado de Connecticut, inaugurada exatamente um ano após e financiada através da doação

feita pelo Banco Central e por outro banco. A Escola estava localizada na cidade de New

Britain devido às possibilidades de locomoção proporcionada por uma estrada de ferro, a sua

posição geográfica central no Estado, pela disponibilidade de todas as escolas elementares se

tornarem escolas de prática para os neo professores e por fim pela oferta de um prédio

equipado e a quantia de 16.000 dólares de custeio. Henry Barnard era o diretor geral e

juntamente com um conselho composto de 8 curadores, que representavam os principais

locais do Estado, administravam a escola normal.

A admissão dos alunos da escola normal de Connecticut era realizada da seguinte

forma: os visitantes de cada sociedade escolar apresentavam dois candidatos (um de cada

sexo) que apresentassem boa saúde, moralidade impecável, talento educacional e alguns

conhecimentos. Estes, por sua vez, se apresentavam através de uma declaração

comprometendo-se a ensinarem nas common schools (escolas primárias) do Estado. Após a

aprovação nos exames eram admitidos na instituição, recebiam sua matrícula e livros-textos

gratuitos.

Os alunos eram divididos em 3 classes: juniores, onde revisavam os estudos das

common schools; medianos, que estudavam os conhecimentos mais elevados do ensino; e

sênior, que aprendiam a arte de ensinar e seu métodos, sobretudo, nas escolas de prática

anexas. Além disso, aos alunos que desejassem prosseguir nos estudos era oferecido um

aperfeiçoamento. Era promovida uma reunião de troca de experiências no aniversário da

instituição. Ainda era intenção da escola normal estabelecer relações sociais e profissionais

9 10 A respeito das relações e da força deste personagem na trajetória de Barnard, cf. Mcmullen (1990), Steiner

(1918) e Santos (2015).

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com diretores e pais, além de assistir os Institutos de Ensino Fundamental, as Associações e

reuniões escolares.

O edifício previsto para o alojamento da escola normal e das escolas de prática continha

três grandes salas de estudo, com nove salas de aula anexadas, um salão para palestras e

exposições, um laboratório para experiências químicas e filosóficas, um escritório para os

curadores principais conselheiros, uma sala para a biblioteca, e acomodações adequadas para

aparelhos, roupas, fornos, combustível, etc. Todo o edifício era montado e decorado da forma

mais substancial, com especial referência à saúde, o conforto e ao trabalho bem sucedido dos

alunos e professores. Além do edifício da Escola Normal, existiam três casas localizadas em

diferentes partes da cidade, para o alojamento das escolas primárias que deveriam funcionar

como “Escolas de Prática”.

A escola normal se multiplicaria e tornaria indispensável ao sistema escolar comum.

Converteria o ensino em um emprego permanente, contribuindo para verificar a “vocação”

dos alunos para a profissão. Os professores formados pela escola normal estimulariam os

demais a se qualificarem. Os salários dos professores bem qualificados aumentariam

gradualmente, assim como as condições de ensino seriam aprimoradas. Por fim, o último

efeito esperado indicava que os professores formados na escola normal auxiliariam a escrever

uma literatura profissional adequada ao sistema de common schools.

b)Massachusetts

Os primeiros apontamentos da necessidade de uma instituição para a formação de

professores surgiram em 1823, por intermédio de uma série de artigos publicado no

periódico “Boston Patriot”, inspirados na organização educacional europeia, sobretudo, a da

Alemanha. Em 1838 duas resoluções legislativas proveram o financiamento para a

qualificação dos professores. Deste modo, três escolas normais foram estabelecidas no

Estado de Massachusetts. A primeira foi estabelecida no dia 3 de julho de 1839 em Lexington,

no Condado de Middlesex, mas devido às acomodações insuficientes foi removida para West

Newton no ano de 1844, admitindo, a partir de então, somente o sexo feminino. A segunda

foi estabelecida em Barre no condado de Worcester, no dia 4 de setembro de 1839 e, pouco

tempo depois, removida para Westfield, no condado de Hampden,aceitando alunos de ambos

os sexos. A terceira escola também admitia meninos e meninas, tendo sido estabelecida no

ano de 1840 em Bridgewater.

Apesar das especificidades de cada instituição, existia o Regulamento do Conselho que

regia as três escolas normais. Este documento determinava que a admissão dos alunos exigia

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como pré-requisito uma declaração do desejo de tornar-se professor das common schools do

Estado. Quando a intenção do candidato era qualificar-se e não lecionar em Massachusetts, o

pagamento da taxa de matrícula se tornava obrigatório. Os requerentes ainda necessitavam

ser submetidos à aprovação intelectual e moral. Dos estudos constavam os saberes que

seriam posteriormente ensinados nas escolas distritais. Havia, ainda, um conselho de

visitantes que auxiliava na regência de escola e uma instituição modelo anexa com a

finalidade de ser um local de exercício da prática do ensino. Os traços principais de uma

instituição para ensino dos professores fundada pelo governo seriam: uma biblioteca,

professor principal e assistente nos diferentes departamentos, uma escola modelo anexa e

um conselho de comissários para resolver questões públicas.

A escola de West Newton era destinada somente a mulheres. A idade mínima para

ingresso era 16 anos e o tempo de permanência 4 períodos. Cada aluno devia ter ardósia e

lápis, livro em branco, Bíblia, Dicionário Compreensivo de Worcester e Geografia de Morse, o

restante dos materiais seria fornecido pela escola. Os estudos eram divididos pelos

departamentos matemático, filosófico e literário. A escola normal em Bridgewater, assim

como aquela em Westfield, recebia estudantes de ambos os sexos. A escola normal de

Westfield possuía sempre um quantitativo maior de alunos do sexo masculino. A escola

normal em Bridgewater foi elogiada por Horace Mann11 devido à excelência de seus

equipamentos e aparelhos.

As escolas normais eram representadas como o órgão mais importante para o avanço

da formação de professores e melhoria do ensino nas common schools, entretanto existiam

os Institutos de Professores que igualmente formavam docentes para as common schools do

Estado. Entre estes centros de normatização dos mestres, Barnard (1851) cita o Instituto

Americano de Instrução e o Seminário de Professores em Andover, as Academias, instituições

particulares, Associações de Professores e os periódicos educacionais.

A grande ênfase na formação dos professores se encontrava pautado em uma dupla

qualificação: o conhecimento a ser ensinado e a capacidade de comunicá-lo a outrem. As

escolas normais seriam a consumação do estabelecimento eficaz das escolas livres, pois a

reforma da educação popular, o entendimento da educação como uma ciência que merecia

atenção pública, passava obrigatoriamente pela qualificação dos docentes. Apesar das

inúmeras críticas em relação ao estabelecimento das escolas normais, sobretudo em relação a

sua inutilidade e custo, a maioria do povo de Massachusetts defendia que a estabilidade vital

11 Ver Mann ( 1865) e Santos (2013), dentre outros.

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de um Estado livre dependia da educação obtida nas common schools. Então era preciso

elevar o grau destes estabelecimentos, o que seria obtido com a qualificação dos professores.

c)New York

Entre os anos de 1825 e 1828 diversos escritos ressaltavam a importância da

qualificação dos professores para a realização de uma “educação completa” no Estado de New

York. Em 1827, um projeto de lei intitulado “Um ato para fornecer fundos permanentes para

as common schools, aumentar o Fundo de Literatura12 e promover a educação de professores”

propunha que o Fundo de Literatura fosse aumentado e que uma quantia destinada as

Academias incorporasse um seminário de formação de professores. Depois de aprovado em

1835 um plano estabeleceu os seminários de formação para professores nas Academias que,

em grande quantidade, aderiram à proposta.

As primeiras iniciativas para a qualificação dos professores consistiram em enxertar

departamentos nas Academias já existentes no Estado. Entretanto, o tempo confirmou o

fracasso dessa ação e, em 1836, o superintendente de educação de New York relatou que o

ideal era uma instituição exclusiva para o aprimoramento docente. Em 1840 as escolas

normais eram apontadas como a solução para o ensino dos conhecimentos e do saber em

como comunicá-los.

[...] no julgamento dos sucessivos superintendentes das common schools, dos regentes da Universidade e dos amigos mais eminentes e práticos da educação em todo o Estado, essas instituições, no agregado ou com referência àqueles especialmente designados, de tempos em tempos, para o desempenho deste importante dever, de abastecer as common schools com professores competentes, não conseguiram a realização desse objeto tendo, portanto, de voltar a linguagem do superintendente antes mencionada, "revelou-se inadequada para os fins propostos” [...) (BARNARD,1851, p.199)

No ano de 1844 a câmara dos deputados considerou o estabelecimento de uma escola

normal do Estado em Albany, financiada pelo governo e sob a direção do superintendente de

common schools e os regentes das universidades. A escola entrou em funcionamento em

dezembro do mesmo ano por um período experimental e somente em 1848, se tornou

permanente e um edifício para esta finalidade foi erguido.

A escola normal era destinada para ambos os sexos. No seu quadro de alunos, no ano

de 1848, havia estudantes de 14 municípios de New York. A idade mínima para as mulheres

era de 16 anos e, para os homens, 18 anos. Os candidatos deviam ser aferidos na sua condição

12 Fundo de literatura- Espécie de fundo educacional organizado pelo poder público com o objetivo de manutenção e melhoria das instituições educacionais do Estado.

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moral e habilidades para o ensino. O tempo de permanência da escola variava de 1 a 4

períodos. A matrícula e o livro texto eram gratuitos, assim como uma quantia para custeio

dos alunos. Instrumentos foram adquiridos para o ensino ilustrado de todos os saberes.

Havia, também, uma biblioteca equipada com livros associados à todos os ramos de ensino.

Os alunos podiam ficar hospedados como pensionistas, a baixo custo, em casa de famílias

selecionadas. A escola experimental anexa ao edifício da escola normal era a oportunidade

dos alunos vivenciarem a prática do ensino. As classes de estudos eram divididas em

juniores, médios e seniores, com disciplinas específicas para cada fase (assim como existiam

saberes específicos para homens e para mulheres). De forma geral, a matriz continha estudos

de leitura, soletração, gramática, aritmética, geografia e história.

d) Pensilvânia

Uma lei de 1818, com o objetivo de prover educação das crianças custeada pelo

governo, estabeleceu uma escola modelo para qualificar os professores para as common

schools. Em 1848 esta instituição se tornou uma escola normal, atendendo, aparentemente,

apenas o sexo feminino.

A admissão dos alunos era feita duas vezes ao ano, depois de comprovada a idade

mínima de 15 anos e de aprovação em teste oral e escrito. Os estudos consistiam em teoria e

prática do ensino, matemática, gramática, leitura, história, escrita, desenho, música,

instrução em filosofia natural, química e fisiologia. As escolas de prática anexas à escola

normal também eram uma realidade na Pensilvânia.

Após ter completado os estudos o aluno que possuísse as qualidades morais,

conhecimentos dos saberes a serem ensinados nas escolas elementares, capacidade de

comunicar o que sabia e as realizações literárias gerais; recebia o diploma de professor

qualificado.

e)Rhode Island

Entre os anos de 1843 e 1848 diversas medidas foram tomadas em Rhode Island para a

expansão e aperfeiçoamento da tecnologia destinada a formar para o ofício da docência.

Entre as ações estavam: a criação de bibliotecas destinadas à educação em cada cidade,

instituição de escolas modelos, o estabelecimento de institutos e associações de professores,

escola normal itinerante, escola normal, reuniões públicas sobre o tema da educação e

publicação de diversos tipos de impressos sobre educação. Além disso, em 1850 houve a

reorganização do curso de instrução na Universidade de Brown com a introdução do curso de

"Didática ou Teoria e Prática do Ensino".

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f)Michigan

A escola normal estadual foi estabelecida em 1849 e inaugurada em 1850. Foi

financiada pelo governo, através da apropriação de salinas cujo lucro era destinado à

manutenção da instituição. Ela atendia a ambos os sexos e tinha o objetivo de ensinar a arte

de educar, instruir nos conhecimentos da agricultura e mecânica, nas leis do país e nos

direitos e deveres dos cidadãos. A escola normal ficaria localizada em Ypsilanti, onde os

cidadãos ofereceram um edifício para o fim da educação.

g)Províncias Britânicas

As Províncias Britânicas compreendiam a Nova Escócia e o Alto Canadá. Em 1848 duas

escolas para a formação de professores foram estabelecidas na Nova Escócia por um período

experimental. Em 1850 essas duas instituições foram fundidas e a escola normal se tornou de

caráter permanente.

A Escola Normal Provincial do Alto Canadá foi estabelecida em Toronto, em 1846. No

ano de 1850 uma quantia de dinheiro foi destinada à construção de um prédio adequado para

a escola normal e a escola modelo. As novas instalações permitiriam os estudos de botânica,

química e ciência agrícola. Os empreendimentos do Alto Canadá, em dez anos, foram muito

superiores do que qualquer ação educacional dos EUA e mereciam ser referidos como uma

valiosa contribuição.

Normal Schools, Part II - Europe

Os capítulos deste volume são: Alemanha, Prússia, Saxônia, Wirtemberg, Hesse Cassel,

Nassau, Hanôver, Mecklemburgo Schwerin, Bavária, Baden, Áustria, Suíça, Holanda, Bélgica,

França, Irlanda, Inglaterra e Escócia. Assim, pode-se afirmar que a ênfase do autor era sobre

a Alemanha e Prússia. Estas aparecem logo no início do livro e suas regiões tem capítulos

independentes, o que não acontece com nenhum outro país. Também é bom salientar que a

península ibérica está ausente no Normal Schools Europe. Em virtude das limitações deste

texto, escolhemos focar no conteúdo sobre a Alemanha, Prússia e Inglaterra, pois são as que

recebem maior destaque no conjunto do volume II.

a) Alemanha e Prússia

Não há imagens das escolas normais, mas sim algumas descrições da arquitetura das

mesmas. Muitos capítulos mencionam o número de alunos e professores, mas seus nomes

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não são citados. Apresenta-se a identidade de alguns diretores, mas em forma de rodapé, sem

maiores informações. São poucos os casos em que o autor fala da obra/vida dos diretores.

Não há conteúdo relacionado às etnias, só em uma ocasião se falou da educação de

deficientes, em uma escola criada em 1828 que atendia a surdos-mudos. Os saberes são

praticamente os mesmos em todas as escolas normais da Alemanha e Prússia: religião, língua

alemã, leitura, escrita, aritmética, música, geometria e história natural. Algumas escolas

acrescentam outros saberes, mas a religião é o tipo de conhecimento que recebe maior ênfase

(Lutero e a bíblia são constantemente citados). Há muitas grades de dias e horários das

classes nesse livro.

A forma de ingresso nas escolas normais alemães não se processava de modo

homgêneo. Os alunos precisavam preencher alguns requisitos, como: idade (a maioria

precisava ter entre 17 e 18 anos), ser batizado, provar capacidade de estudar naquela escola,

pagar uma contribuição anual, etc. Um dos capítulos aponta a existência de cursos

preparatórios para ingressar nas escolas normais. A permanência nessas escolas normais

variava de 2 a 3 anos, onde, geralmente, nos primeiros anos se estudava teoria e, o último, a

prática em colégios de aplicação. Em algumas ocasiões os salários dos professores apareciam

explicitados.

Figura 1 – Grade com dias da semana e horários das aulas numa escola normal de Baden, Alemanha. Normal Schools and Other Institutions, Agencies and Means, Designed for the Professional Education of

Teachers. Part II - Europe, 1851, p. 136.

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O governo faz sua apropriação em auxílio local e financia e gradua os pagamentos de acordo com o caráter e a posição dos vários professores - desde que nenhum professor receba menos de 130 thalers no país e 140 nas cidades, além de uma residência. Em 1846, dos 2.142 professores, apenas 315 receberam menos de 130 thalers (equivalentes aqui a US $ 130), e todos, exceto 687, estavam encarregados não só durante o ano, mas permanentemente, e tinham residência". (BARNARD, 1851, p. 138)

b) Inglaterra

As matérias lecionadas são similares às alemães. Na Inglaterra, contudo, era comum o

aprendizado de línguas estrangeiras, principalmente o latim e grego. A questão religiosa se

eocntra presente, mas não com tanta intensidade como na Alemanha. É mencionado a

existência de uma escola para surdos mudos, “criminosos”, pobres e uma escola rural. O

autor ressalta a influência de outros países europeus, principalmente Suíça e França. Ingleses

iam a esses países visitar as escolas e inspetores franceses iam até escolas inglesas fazer

relatórios. Também cita bastante Pestalozzi, além dos métodos fônicos, admitindo esses

serem tratados em escolas alemães. Assim como na parte que trata da Alemanha, Há

referência às escolas preparatórias e que estas eram similares às holandesas. Nos exames

para ingressar nas escolas normais verificava-se se os alunos sabiam soletrar, fazer as

operações básicas aritméticas, etc. O custo para se manter nas escolas normais era, em

média, 20-25 libras. Algumas escolas cobravam uma taxa de 1 libra com a justificativa que

esse dinheiro iria para bibliotecas e museus.

Considerações finais

Neste exercício, foi possível perceber a afirmação o modelo escolar de formação e sua

expansão na Europa e Américas, bem como a diversidade das formas normais de preparo

prévio dos futuros mestres que, em linhas gerais, tensionam a aprendizagem pela prática

opondo-a ao que se desenvolve nas escolas e seminários de formação de professores.

Afirmação que se sustenta no argumento da profissionalização e racionalização da pedagogia,

condição para se desenvolver o gosto e amor pelo puro, bom e belo, imperativos que

deveriam integrar o ethos do professor bem formado, disposição permanente associada à

afirmação da escola e do ofício de ensinar.

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Referências

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Anexo 1

Recomendações extraídas do Relatório de Barnard quando foi superintendente da educação em Connecticut, contidas no livro Normal Schools (1851)