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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” “O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E O SUPERVISOR ESCOLAR” KATIA DE ANDRADE MENDES ORIENTADOR: Nelsom J.V. de Magalhães RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL FEVEREIRO DE 2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDESPRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAISPROJETO “A VEZ DO MESTRE”

“O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

E O SUPERVISOR ESCOLAR”

KATIA DE ANDRADE MENDES

ORIENTADOR: Nelsom J.V. de Magalhães

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

FEVEREIRO DE 2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDESPRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAISPROJETO “A VEZ DO MESTRE”

“O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

E O SUPERVISOR ESCOLAR”

KATIA DE ANDRADE MENDES

Trabalho monográfico apresentado como

requisito parcial para a obtenção do Grau

de Especialista em Supervisão Escolar.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

FEVEREIRO DE 2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDESPRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAISPROJETO “A VEZ DO MESTRE”

KATIA DE ANDRADE MENDES

“O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICOE O SUPERVISOR ESCOLAR”

Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para a obtenção do

Grau de Especialista em Supervisão Escolar.

___________________________________KATIA DE ANDRADE MENDES

APROVADO POR:___________________________________

Nelsom J. V. de Magalhães

___________________________________

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

FEVEREIRO DE 2002

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i

DEDICO , CADA PÁGINA DESTA

MONOGRAFIA , À MINHA MÃE ILTA QUE É

A “MUSA INSPIRADORA DO MEU VIVER ” ,FAZENDO-ME VER E PENSAR QUE FEL IZ É

QUEM INVESTE EM EDUCAÇÃO POIS

COLHERÁ OS FRUTOS ; A EXCELÊNCIA NO

TRABALHO E A AUTO -REALIZAÇÃO .

“HO N R A A T E U P A I E T U A M Ã E P A R A

Q U E T E V Á B E M , E V I V A S M U I T O T E M P O

S O B R E A T E R R A . ” (EF E S I O S 6.2)

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A GRANDE META E ANSEIO DOS HOMENS E MULHERES DE TODOS OS TEMPOS É A

FELICIDADE É A FORÇA IRRESISTÍVEL DA FELICIDADE QUE NOS ATRAI, MOVENDO-NOS COM

INTENSIDADE E ENERGIA TAIS QUE CONTINUAMENTE QUEREMOS SER MAIS, QUEREMOS

SUPERAR OS NOSSOS PRÓPRIOS LIMITES E TRANSCENDER ...

FELIZ É QUEM ENXERGA LONGE E SABE PARA ONDE CAMINHA, CHEGARÁ AO SEU

DESTINO SEM PERDER-SE NOS ATALHOS; FELIZ É QUEM ESTIMULA A PARTICIPAÇÃO A INOVAÇÃO

E A CRIATIVIDADE, E SERÁ DESPERTADO A CADA DIA PELO SOM MARCANTE DAS IDÉIAS

VITORIOSAS; FELIZ É QUEM INVESTE NA EDUCAÇÃO E NO DESENVOLVIMENTO CONTÍNUO DOS

SERES HUMANOS, CAMINHARÁ A PASSOS LARGOS COMO GIGANTES E COLHERÁ PRIMEIRO OS

MELHORES FRUTOS; FELIZ É AQUELE QUE CRIA COMUNIDADES VIVAS ONDE TODOS ENSINAM E

TODOS APRENDEM, CONVIVERÁ COM PESSOAS FELIZES E MOTIVADAS PARA O CRESCIMENTO,

PARA A TRANSFORMAÇÃO, PARA A BUSCA A CONQUISTA DE MELHOR PRODUTIVIDADE; FELIZ É

QUEM INCANSAVELMENTE BUSCA A PERFEIÇÃO, A EXCELÊNCIA NO TRABALHO E NA VIDA

PESSOAL EM TODAS AS SUAS DIMENSÕES, VERÁ OS MAIS DISTANTES SONHOS CORRENDO AO

SEU ENCONTRO PARA ABRAÇÁ-LO NA REALIDADE; FELIZ É AQUELE QUE SE PREOCUPA. E SE

OCUPA COM A QUALIDADE DE VIDA DOS SEUS COLABORADORES E COM O BEM COMUM, QUE SE

DOA E SE PROPÕE A CONSTRUIR UMA NOVA SOCIEDADE, SENTIRÁ EM TODO TEMPO, ORGULHO

DE SER HUMANO.

(ROBSON SANTARÉM)

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDESPRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAISPROJETO “A VEZ DO MESTRE”

RESUMO DO TRABALHO MONOGRÁFICO APRESENTADO COMOREQUISITO PARCIAL PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA EM

SUPERVISÃO ESCOLAR.

KATIA DE ANDRADE MENDES

“O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICOE O SUPERVISOR ESCOLAR”

ORIENTADOR: Nelsom J. V. de Magalhães

A monografia ora apresentada através de uma análise reflexiva daimportância da elaboração do Projeto Político Pedagógico e da atuação doSupervisor Escolar no seu desenvolvimento. Analisa-se, também, o referencialcurricular, tece-se uma análise dos conteúdos da educação escolar, do processoensino aprendizagem fundamentado numa proposta construtivista e a avaliação eo projeto político pedagógico. Foram analisados os depoimentos de professores,especialistas em educação, pessoal administrativo e responsáveis pelos alunos.Incorpora-se todo respaldo teórico (análise bibliográfica) com tais depoimentos. Aopção por tal metodologia implicou numa visão particular da temática. Não sebuscou encontrar o sentido de educação e escola, mas os vários sentidos que seabrigam sob esses temas e compreender os processos que determinam apermanência de uns e o apagamento de outros. Conclui-se a monografia em favorde uma educação para a participação, plural e ética, como uma espécie deantídoto às formas de autoritarismo que impregnam os discursos sobre aeducação, alertando sobre os riscos de se cair num ecletismo neutro, em queninguém tem razão, em que não há razão, em que tanto faz corno tanto fez.Projeto Político Pedagógico & o Supervisor - Educação / Escola / Participação.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASILFEVEREIRO DE 2002

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ÍNDICE

página

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 5

CAPÍTULO 2

REFERENCIAL CURRICULAR PARA CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO E SEUS OBJETIVOS ..................................................................... 8

CAPÍTULO 3

UMA ANÁLISE DOS CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR

(PREVISTOS NO P. P. P.) ................................................................................. 12

CAPÍTULO 4

O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM FUNDAMENTADO NUMA PROPOSTA

CONSTRUTIVISTA ............................................................................................ 16

CAPÍTULO5

A AVALIAÇÃO E O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ........................................... 20

CAPÍTULO 6

CONCLUSÃO .................................................................................................... 23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 25

ANEXOS .......................................................................................................... 26

ANEXOS ACADÊMICOS ...................................................................................... 29

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Tema: Educação

Delimitação do Tema: Elaboração, execução e avaliação.

Justificativa:

O coletivo da escola deve refletir sobre um ensino em que o conteúdo seja

visto como meio para que os alunos desenvolvam as capacidades que lhes

permitam produzir e usufruir dos bens culturais, sociais e econômicos.

Objetivos:

Mostrar a importância do supervisor escolar dentro do contexto pedagógico.

Geral: Mostrar que o supervisor escolar está diretamente inserido no projeto

político-pedagógico da escola.

Específico: Expor que o supervisor escolar enquanto articulador de uma proposta

pedagógica tem em suas mãos uma grande meta, considerando também as

necessárias mudanças da atualidade; o compromisso de cidadania com a

educação popular.

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Problema:

Como estabelecer rumos devido aos grandes desafios que são as necessárias

mudanças da atualidade, o compromisso de cidadania com a educação dentro

da realidade da comunidade escolar?

Formulação da Hipótese:

Levar a participação de todos os elementos da escola em busca de uma

educação ética e de qualidade.

Metodologia:

A presente pesquisa emprega dados bibliográficos de diferentes autores e

estudiosos com base histórica e contemporânea, bem como trabalho de

pesquisa de campo.

Fundamentação:

Teórica: Sabendo a importância da elaboração do projeto político-pedagógico e

da atuação do supervisor escolar dentro deste processo, tece-se uma análise

dos conteúdos da educação em busca de uma educação de qualidade em

favor da participação de todos que estão inseridos neste contexto escolar:

escola e comunidade como uma espécie de antídoto às formas de

autoritarismo que impregnam os discursos sobre educação.

Bibliográfica:

COLL (1997), HERNÁRDEZ (1998), JONES (1998), VALE (1995), BUSQUETS

(1997), fazem parte da fundamentação bibliográfica para as análises teóricas

desta monografia.

Conteúdo do Trabalho:

O capítulo 2 menciona a importância de uma Escola de Qualidade com objetivos

propostos e a proposta pedagógica coletivamente construída na escola, na

comunidade é o norteador desta tarefa político-pedagógica.

O capítulo 3 nos apresenta uma proposta pedagógica que expresse clara e

objetivamente os valores coletivos assumidos, deve contemplar as prioridades

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estabelecidas pela equipe, a partir das necessidades levantadas e registradas, da

definição dos resultados desejados.

O capítulo 4 nos mostra uma escola como sendo uma entidade coletiva situada

num certo contexto, com práticas, convicções, saberes que se entrelaçam numa

história própria e de permanente mudança.

O capítulo 5 opta por uma avaliação com um novo e permanente olhar entre os

projetos de trabalho articulados pela supervisão escolar e que terão uma interface

com o cotidiano do aluno.

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CAPITULO 2

REFERENCIAL CURRICULAR PARA CONSTRUÇÃO DO

PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO E SEUS OBJETIVOS

A articulação da comunidade escolar para construção do Projeto Político-

Pedagógico é uma garantia emergencial que deve ser respaldada pela atuação

do Supervisor Escolar, haja vista a sensibilização, por parte deste, do

reconhecimento de que enquanto membros responsáveis são os reais

protagonistas, considerando sua elaboração e operacionalização do projeto.

Este trabalho aponta para a organização dos trabalhos pedagógicos da

escola, pois a partir do estabelecimento de rumos, definições de caminhos,

posicionamentos diante da postura filosófica da unidade escolar, garante-se nele

um local de diálogo, debate, corroboradores. para uma reflexão coletiva sobre os

aspectos educacional, social, cultural e político, levando-se em conta as

mudanças ocorridas em diversos campos da vida.

O Supervisor Escolar enquanto articulador de uma proposta pedagógica

tem em suas mãos um grande desafio, considerando também as necessárias

mudanças da atualidade, a revitalização do compromisso de cidadania com a

educação popular.

Propõe-se para o desenvolvimento dessa temática as reflexões

fundamentais para a atuação na Educação Infantil, Educação Especial e no

Ensino Fundamental; mais do que questionar que escola querermos, que

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educação oferecer, que aluno ajudar a formar, que sociedade construir, vale

refletir inicialmente como Arroyo (1999, CONED) cita: “... que juventude temos...”

A construção de uma escola de qualidade, comprometida com o

desenvolvimento de aprendizagens essenciais e de sua autonomia implica, dentre

outras medidas abertas, a criatividade da equipe escolar: valer-se de diferentes

formas de registro e acompanhamento de aprendizagem dos alunos, inclusive

com a garantia de mecanismo de auto-avaliação; organizar suas tarefas

suplementares adequadas, para possibilitar variadas formas de trabalho escolar;

desenvolver o trabalho pedagógico.

Lógico que, em sala de aula através de uma combinação de atividades

comuns e diversificadas; modificar a dimensão das turmas, os critérios de

composição das mesmas, a rigidez dos horários, dos programas e regulamentos,

das formas de os alunos trabalharem em grupo e aperfeiçoar os ambientes e

materiais de aprendizagem; criar ou reformular os serviços de apoio aos alunos

com dificuldades específicas de desenvolvimento e aprendizagem, que

necessitam dedicação e esforços especiais dos professores e oportunidades de

interação com os colegas; dotar as escolas das condições necessárias (salas,

materiais, orientação dos professores etc.) para a recuperação paralela.

A proposta pedagógica coletivamente construída em cada escola, é o

norteador desta tarefa. A luz de sua proposta pedagógica, cada escola deverá

elaborar seu regimento, que vai definir formas de avanço dos alunos na

organização escolar e todos os procedimentos de classificação e reclassificação

dos mesmos, para que possa produzir efeitos legais. É o Regimento Escolar,

portanto, que disporá sobre a avaliação, promoção, reprovação por freqüência

insuficiente, progressão continuada e/ou parcial, classificação, reclassificação ou

outras formas de avanço do aluno na organização escolar.

A solução deve ser muito bem planejada institucionalmente pela equipe

escolar e discutida com a comunidade de alunos e pais. A revitalização dos

Conselhos de série, de classe e outros colegiados é fundamental para uma

análise critica das situações de aprendizado realizada em reuniões em que sejam

discutidas as dificuldades de aprendizagem dos alunos e as formas de superá-las,

assim como os programas de reforço e de avaliação que tenham sido efetivados.

Um esforço de chamamento dos pais para com eles discutir as dificuldades dos

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alunos e das turmas nesse processo, com o exame dos resultados de avaliação

do aproveitamento e da assiduidade da classe, e dos procedimentos de

recuperação adotados, podem servir para levantar novas alternativas de atuação.

Planejar igualmente os procedimentos pedagógico-administrativos para

organização, desenvolvimento e avaliação das classes de aceleração de estudos

para alunos com atraso escolar pode possibilitar que seja resgatada a dívida de

uma organização tradicional, seletiva e excludente criada para eles.

Cada escola conhece ou pode conhecer seus problemas concretos e a

força que deve mobilizar para resolvê-los, com a participação direta de sua equipe

com envolvimento do sistema. Assim, a cada escola, uma proposta e, a cada

proposta, uma solução, sem perder de vista que o acesso ao conhecimento é um

benefício social a que crianças e jovens têm direito e é razão de ser da própria

escola.

O ano de 1998, trouxe muitas propostas de avanço em direção à

construção de uma concepção de cidadania voltada para o desenvolvimento

pleno da pessoa, seu preparo para o exercício dessa cidadania e sua qualificação

para o trabalho. Esta concepção, em torno da qual, os profissionais de Educação,

têm trabalhado, encontra-se contemplada na Constituição de 1988, que reafirma a

Educação como direito de todos e dever do Estado e da família, a ser promovido

e incentivado com a colaboração da sociedade.

A Lei de Diretrizes e Bases — LDB, recentemente promulgada, evidencia

a necessidade de desburocratizar a Educação, promovendo a descentralização

do sistema imprimindo maior autonomia aos estados, municípios e às escolas.

Essas medidas facilitarão o alcance de alguns objetivos, como: promover a

integração do aluno na rede cultural e tecnológica da atualidade, à medida que

procura oferecer condições que potencializem as capacidades individuais e

disponibilizem recursos para uma escola mais eficaz.

A LDB dispõe sobre a responsabilidade da escola em promover amplas

condições e oportunidades de aprendizagem, estabelecendo a possibilidade de

avanço nos cursos e nas séries, escolas de tempo integral, capacitação de

profissionais da Educação, aceleração para alunos com atraso escolar, estudos

de recuperação e maior autonomia das escolas de Ensino Básico e das

Universidades. Ao mesmo tempo em que reforça a necessidade de propiciar a

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todos a formação básica comum, confere maior flexibilidade no trato dos

componentes curriculares.

O exercício da cidadania exige o acesso de todos à totalidade de recursos

culturais relevantes para intervenção e participação responsável na vida social.

Para que a escola atenda a esses objetivos, torna-se necessário uma proposta

educacional que expresse a busca da qualidade da formação a ser oferecida a

todos os estudantes. A escola, mais do que nunca, é um espaço social

privilegiado de construção de conhecimentos, significados éticos necessários e

constitutivos das ações de cidadania.

É preciso ter em vista uma formação de estudantes capazes de adquirir e

desenvolver novas competências, em função de novos saberes que se produzem

e que demandam um novo tipo de profissional, preparado para poder lidar com

novas tecnologia e linguagens, capazes de responder a novos ritmos e

processos. Isso impõe novas demandas para a escola; mais do que nunca é

preciso garantir condições para que o alumio se instrumentalize para um processo

de educação contínua e permanente.

O supervisor educacional deve ser um estimulador para a necessidade de

aprendizagem continua do professor, acompanhando paralelamente a dinâmica

do movimento científico e cultural em que está inserido, para que possa participar

e nele interferir.

A escola enquanto um espaço de formação e informação deve possibilitar

o desenvolvimento de capacidades que permitam compreender o produto das

culturas nacionais e universais. A aprendizagem dos conteúdos deve

necessariamente favorecer a inserção do aluno no dia-a-dia das questões sociais

que marcam cada momento histórico e em um universo cultural maior.

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CAPITULO 3

UMA ANÁLISE DOS CONTEUDOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR

A prática escolar destaca-se de outras práticas educativas por constituir-

se de ações intencionais sistemáticas, planejadas e continuas ao longo do tempo.

Exige, portanto, que a equipe escolar se reuna para discutir e construir uma

proposta pedagógica, promovendo o estudo e a reflexão contidas sobre as

experiências acumuladas, evitando repetir rotinas que se constróem ao acaso em

definição de metas, pontos de chegada e marcos do caminho a serem percorridos

por toda a comunidade escolar.

Sendo o supervisor escolar um agente estimulador, sensibilizado com o

resgate da função da escola enquanto espaço de condições para que todos os

alunos desenvolvam suas capacidades e aprendam os conteúdos necessários

para construir instrumentos de compreensão da realidade e participação em

relações sociais, políticas e culturais diversificadas e cada vez mais amplas.

Cabe ao supervisor escolar o estabelecimento de um plano de trabalho

contemplador das perspectivas já delineadas, auxiliando na reflexão coletiva da

escola sobre o planejamento de trabalho.

O levantamento dos pontos fundamentais em torno dos quais se

desenvolverá o plano de trabalho, deve ter como ponto de partida uma análise

sobre a situação de aprendizagem dos alunos, torna-se fundamental uma vez que

é em torno do desenvolvimento deles que giram as ações da escola. O supervisor

escolar deve sensibilizar para a relevante permanência e desempenho dos

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alunos, disponibilizados em diferentes instrumentos utilizados para a Avaliação,

tanto do ponto de vista qualitativo como do quantitativo.

Número de alunos de cada classe, número de alunos promovidos na

classe/disciplina, números de alunos evadidos/retidos, número de alunos

participantes de estudos de recuperação, número de alunos promovidos após

estudos de recuperação, outros dados de desempenho dos alunos (SAEB —

Sistema de Avaliação do Ensino Básico, e outros) são os pontos fundamentais em

torno dos quais deve inspirar um projeto pedagógico na escola.

A partir dos dados levantados percebe-se a possibilidade de constatação

da situação real de desempenho dos alunos e, consequentemente, a definição de

partida para o trabalho a ser desenvolvido com vistas a alcançar as metas

consideradas prioritárias pelo coletivo da escola.

O supervisor escolar articulando o coletivo da escola planeja uni trabalho

diferenciado, a favor de todos os alunos. Após a identificação das necessidades

das crianças e dos jovens, os educadores podem procurar desenvolver o trabalho

de maneira flexível, dentro de um padrão metodológico que mobilize interesses,

ative a participação, desafie o pensamento, instale o entusiasmo e a confiança,

possibilite acertos, valorize os avanços e melhore a auto-estima. Tais princípios

passam a ser diretrizes da atuação do professor, numa busca de tornar

significativo o processo ensino-aprendizagem.

Uma proposta pedagógica que expresse clara e objetivamente os valores

coletivos assumidos, deve contemplar as prioridades estabelecidas pela equipe, a

partir das necessidades levantadas e registradas, da definição dos resultados

desejados, incorporando a auto-avaliação no desenvolvimento do trabalho.

Segundo a Secretaria de Educação (São Paulo, 1998, pág. 321):

“... É a possibilidade de continuamente fazer e retomar o planejamento

que confere sentido às ações cotidianas, permite o conhecimento das

ações desenvolvidas pelos diferentes professores, serve de base para o

diálogo e a reflexão de toda a equipe escolar e aponta necessidades de

participação da comunidade.

A proposta pedagógica da escola já delineada define suas necessidades

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e conveniências, o supervisor escolar articulado com o coletivo da escola definirá

todos os seus passos: objetivos, metas, meios, recursos, critérios etc., O exercício

de autonomia da escola será maior à medida que aumentarem a participação e o

envolvimento do coletivo de educadores da escola.

A construção da proposta pedagógica da escola demanda uma reflexão

sobre os conteúdos a serem selecionados, que amplie a concepção de conteúdo

para além de fatos e conceitos, e passe a incluir procedimentos, valores, normas

e atitudes, reafirmando a responsabilidade da escola com a formação ampla do

aluno. O coletivo da escola deve refletir sobre um ensino em que o conteúdo seja

visto como meio para que os alunos desenvolvam as capacidades que lhes

permitam produzir e usufruir dos bens culturais, sociais e econômicos.

As novas concepções, atitudes e representações já abordadas,

importantes aspectos organizacionais estão envolvidos na nova concepção de

avaliação.

Cabe a escola organizar-se para possibilitar formas variadas de trabalho

escolar, com acompanhamento e registros da aprendizagem dos alunos,

garantindo também mecanismos de auto-avaliação. O desenvolvimento do

trabalho pedagógico em sala de aula deve ser realizado através da combinação

de atividades comuns e diversificadas, de forma que possibilite aos alunos o

trabalho cru grupos, em ambientes mais adequados e com materiais de

aprendizagem específicos. A criação ou reformulação de serviços de apoio aos

alunos é imprescindível. A organização do espaço escolar deve estar

fundamentada nas necessidades de desenvolvimento da proposta de trabalho

considerada necessária. A melhor organização e utilização do tempo e dos

espaços serão resultado de nossas concepções de escola como um lugar para

ensinar e aprender.

A análise critica das situações de aprendizado, bem como as discussões

sobre como superar as dificuldades, sobre como será a avaliação e reforço por

exemplo, devem ser muito bem organizadas pela equipe escolar. Urge o

envolvimento dos pais e da comunidade, a revitalização dos Conselhos de

Classe, Grêmios e Associação de Pais e Mestres (APMs), fundamentais para a

análise da situação escolar e discussão das formas de superar as dificuldades

encontradas.

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Cada escola com seus problemas concretos e participação direta de sua

equipe escolar e da comunidade temido como grande articulador o supervisor

escolar, deverá planejar os procedimentos pedagógicos-administrativos para a

organização, desenvolvimento e avaliação de sua proposta pedagógica.

Tal proposta, construída coletivamente será o fio condutor da tarefa

citada.

De posse de sua proposta pedagógica, cada escola deverá elaborar seu

regimento, definidor das formas de avanço dos alunos e todos os procedimentos

para sua classificação e reclassificação, bem corno os instrumentos e

mecanismos a serem utilizados no encaminhamento do aluno para a turma mais

adequada à sua idade e nível de desempenho. Segundo a SE/SP (1998): “... O

regimento escolar deverá dispor sobre avaliação, promoção, reprovação ou outras

formas de avanço na organização das turmas.”

A partir das prioridades destacadas pelo coletivo da escola na elaboração

da proposta pedagógica, será possível elencar e encaminhar as necessidades

verificadas pelo grupo em relação a demanda de educação continuada, para

atender ao atual contexto de mudanças.

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CAPÍ TULO 4

O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM FUNDAMENTADO

NUMA PROPOSTA CONSTRUTIVISTA

O projeto pedagógico da escola é apenas uma oportunidade para que

algumas coisas aconteçam e dentre elas o seguinte: tomada de consciência dos

principais problemas da escola, das possibilidades de solução e definição das

responsabilidades coletivas e pessoais para eliminar ou atenuar as ralhas

detectadas, o que é muito difícil.

A necessidade teórica e prática de expressões estatísticas ou abstratas e

da utilidade que elas possam ter para orientar práticas de ensino são muito pouco

conhecidas e ocorrem em situações escolares muito diferentes.

É muito freqüente ouvir-se que houve uma deterioração da escola pública

a partir de sua maciça expansão nos últimos trinta anos. Essa alegação

aparentemente banal e simples, tem contudo uma pressuposição altamente

discutível e provavelmente falsa.

Alimenta-se a idéia de que havia uma instituição social chamada “escola

pública” que cumpria a contento certas funções sociais e que, agora, essa mesma

instituição está decaindo com relação a essas mesmas funções.

Pressupõe-se que as entidades “escola pública de trinta anos atrás” e

“escola pública de hoje” sejam a mesma instituição, que antes cumpria bem as

suas funções e agora, não.

Cabe ao supervisor articular a seguinte reflexão: de que critérios

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dispomos para afirmar a identidade institucional entre a escola de ontem e a de

hoje?

Segundo Gusdorf in Jones (1998, pág. 145):

“... Nenhum, a não ser que inconscientemente comparemos uma

instituição social com um organismo que, com o tempo,

envelhece ou degenera. De um vegetal ou de um animal,

podemos dizer que com o tempo eles envelhecem ou degeneram

e que esse processo pode ser acelerado ou retardado por

condições internas ou externas. Mas a instituições sociais não

são organismos e é muito discutível considerá-las,

metaforicamente, como tais.

A instituição escolar de ontem é diferente da de hoje, mudou a clientela,

mudaram os professores. Mudaram práticas escolares, etc. Mudaram também

valores, condições sociais, políticas, econômicas, etc. Tal quadro de mudanças

ignora-se, fazendo-se uni lance retórico que não avança nem um pouco na

compreensão das mudanças ocorridas.

Vale lembrar que na escola de ontem, o professor e seus poucos alunos

tinham a mesma estratificação social e partilhavam valores e maneiras de viver.,

função docente à semelhança de uma preceptoria. Para Azanha in COLL (1997,

pág. 173): “... seria ocioso comparar, em termos de eficiência, práticas

preceptoriais com práticas escolares... trata-se de elementos próprios de relações

pedagógicas que tiveram,, origem em situações sociais distintas nas quais

prevaleciam concepções de educação diferentes.”

Até hoje a concepção do professor, principalmente do licenciado, é

tributária dos ideais educativos associados à figura e ao papel do preceptor

(mestre, mentor).

Numa formação docente prepeptorial a qual além do domínio da disciplina

a ensinar, prevalece uma visão psicológica do educando; os elementos didáticos

que se associam a essa formação são condicionados por essa visão, porém nisso

reside uma dificuldade séria, para que esse professor, supostamente preparado

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para um trabalho de ensino individualizado, compreenda que a tarefa educativa

da escola tem desafio que ultrapassa os limites do ensino e aprendizagem de

disciplinas.

Considerando como ponto de partida: a escola pública é uma instituição

social muito específica com uma tarefa de ensino eminentemente social que, por

isso mesmo, exigiria um esforço coletivo para enfrentar com êxito as suas

dificuldades por que essas dificuldades são antes institucionais que de cada

professor.

De acordo com a lida cotidiana do supervisor escolar, detectou-se que há

uni conjunto de professores preparados bem ou mal, para um desempenho

individualizado e que, por isso, resistem à idéia de que os próprios objetivos

escolares são socioculturais e que até mesmo o êxito mio ensino de uma

disciplina isolada deve ser aferido em termos da função social da escola. Gusdorf

in Jones (1998, pág. 152) respalda tal afirmação quando afirma que: “... o

professor de latim precisa compreender que antes de ser professor de latim, ele

precisa ser professor, isto é, ele é membro de uma comunidade escolar com

objetivos e um alcance social que vão além do ensino de qualquer disciplina.”

É possível que um professor isolado se aperfeiçoe no conhecimento de

sua disciplina mas não enquanto professor de uma dada escola. O

aperfeiçoamento do professor precisa ocorrer, no quadro institucional em que ele

trabalha, já que as dificuldades de seu trabalho de ensino, apenas eventualmente

serão metodológicas ou didáticas. Não fosse assim, não se compreenderia que o

bom professor em uma escola seja mau numa outra ou vice-versa; no entanto

isso é freqüente.

Para Azanha in Coll (1997, pág. 179):

“... a melhoria do ensino é sempre uma questão institucional e uma

Instituição social, como é a escola, é mais do que a simples reunião de

professores, diretor e outros profissionais. A escola ... é uma entidade

coletiva situada num certo contexto, com práticas, convicções, saberes

que se entrelaçam, numa história própria em permanente mudança...

mundo é um conjunto de vínculos sociais fruto da seleção ou da rejeição

de uma multiplicidade de valores pessoais e sociais..”

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A idéia de um projeto pedagógico, visando à melhoria desse munido com

relação às suas práticas especificas, será uma ficção burocrática se não for fruto

da consciência e do esforço da coletividade escolar. A escola precisa ser assistida

e orientada sistematicamente para o ensino de sua disciplina, mas para a tarefa

coletiva do projeto escolar.

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CAPÍTULO 5

A AVALIAÇÃO E O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Considerando os princípios norteadores do projeto político pedagógico,

vale ressaltar a importância do papel do supervisor escolar, no que diz respeito à

sensibilização para uma análise reflexiva e discursiva de cada um deles, além do

comprometimento que há de se adquirir a partir do seu estudo com toda a

comunidade escolar.

A igualdade é um dos princípios que resguarda o acesso à permanência

como sistema educacional; a qualidade para todos, enquanto um mecanismo não

excludente, ou seja sem evasão e/ou repetência; a gestão democrática um

princípio constitucional que abrange as dimensões pedagógica, administrativa e

financeira; outro principio constitucional é a liberdade — associado à autonomia

de aprender, ensinam, pesquisar e de divulgar o saber.

A valorização do magistério é mais um, que incide sobre uma análise da

formação do profissional da educação, suas condições de trabalho, capacitação e

remuneração.

Ressalta-se, ainda, as fundamentações legais, previstas na Lei de

Diretrizes e Bases da educação Nacional, Lei 9394/ 96, relativas ao projeto

político pedagógico:

Artigo 12: Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos

de integração da sociedade com a escola (Inciso VI) e informar aos pais e

responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos alunos, bem corno sobre a

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execução de sua proposta pedagógica (Inciso VII).

Artigo 13 : Colaborar com as atividades de articulação da escola com as

famílias e a comunidade (Inciso VI).

Artigo 14: Participação das comunidades escolar e local em conselhos

escolares ou equivalentes. (Inciso II).

Artigo 32: O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de

solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

(Inciso IV).

Artigo 42: As escolas técnicas e profissionais, além dos seus cursos

regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a

matricula à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de

escolaridade.

No que concerne à avaliação a fundamentação legal do projeto político

pedagógico, de acordo com a Secretaria Estadual de Educação tem na prática

desafiadora, com acompanhamento permanente do professor que se compromete

com a busca da compreensão das dificuldades do educando. Promovendo a

construção e a organização do conhecimento a partir de desafios aos alunos

compreendendo suas dificuldades e o conhecimento do processo de cognição

dos mesmos.

Opta-se por uma Avaliação mais qualitativa, que respeite a diversidade e

às inteligências múltiplas, a partir de práticas inovadoras, pois ela deverá ser um

instrumento de transformação social.

Uma avaliação com um novo e permanente olhar, que articule referenciais

originais de julgamento com um juízo de valor. Um registro de valores

significativos, retratando avanços alcançados pelos educandos.

Caminhando para a construção dos conhecimentos, com base no

cotidiano do aluno, transformando-se, assim, a realidade. Definindo: o que se

julga? por que se julga? corno se julga?

Quanto a organização curricular oriunda de tais perspectivas avaliatórias,

incidirá sobre um currículo de formação da consciência critica, que emancipe e

humanize cada vez mais o homem.

Nesse processo reflexivo, contínuo e diagnóstico corrobora-se para o

crescimento de uma escola cidadã com um comprometimento de toda

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comunidade escolar: direção, professores, alunos, pais, funcionários,

comunidade.

Urna avaliação centrada no desenvolvimento da habilidades o

competências, objetivo atual do novo ensino médio, uma construção coletiva

enriquecedora.

Os projetos de trabalho articulados pela supervisão escolar terão uma

interface com o cotidiano do aluno, suas vivências, sua cultura, através de

relações inter e transdisciplinares.

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CAPÍTULO 6

CONCLUSÃO

Berger e Luckmann in Coll afirmam (1997, pág. 198):

“... a Integração interna de uma instituição social depende em grande

parte do conhecimento primário que os seus membros têm a respeito da

própria instituição ... às práticas, num sentido amplo, que se traduzem nas

rotinas nos saberes, nas crenças e nos valem que impregnam as relações

sociais e definem papéis e expectativas no quadro institucional”

Essas idéias são importantes para o que nos interessa neste trabalho,

porque o projeto pedagógico é no fundo, um esforço de integração da escola num

propósito educativo comum, a partir da identificação das práticas vigentes na

situação institucional. Não apenas as práticas estritamente de ensino, mas

também todas aquelas que permeiam a convivência escolar e comunitária. É de

todo esse universo de práticas discursivas e não discursivas que é preciso tomar

consciência para compatibilizá-las com os valores de uma educação democrática.

Num projeto pedagógico tudo é relevante na teia das relações escolares,

porque todas elas silo potencialmente educativas ou deseducativas. Ensinar bem,

por exemplo, não é apenas ensinar eficientemente uma disciplina, mas é também

o êxito em integrar esse ensino aos ideais educativos da escola. O importante é a

motivação e o empenho comum numa reflexivo institucionalmente abrangente e o

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firme propósito de alterar práticas nos sentidos indicados por essa reflexão; não

há fórmulas prontas e convém não esperar auxilio de uma inexistente ciência dos

projetos ou de roteiros burocratizados; a elaboração do projeto pedagógico

pressupõe um exercício de autonomia.

Considerando-se os princípios norteadores do Projeto Político

Pedagógico de igualdade, no que concerne ao acesso à permanência na Escola,

a qualidade para todos - sem evasão e/ou repetência e a uma gestão

democrática, enquanto um princípio constitucional, que abrange as dimensões

pedagógica/administrativa e financeira; liberdade associado à autonomia de

aprender, ensinar, pesquisar, divulgar o saber, além da valorização do magistério

no que tange á formação, condições de trabalho, capacitação, remuneração.

A atuação do supervisor escolar mio contexto atual objetiva uma análise

do sistema de ensino, considerando seu contexto sócio-político-cultural. Prevê-se

os seguintes impasses: reflexão sobre esta realidade, o que é a escola, professor

único responsável pelo processo sistemático desenvolvido na escola. Onde a

escola seja o local cujo saber transmitido é processado sistematicamente, a partir

de sua tradição e normas de comportamento de acordo com a sua estrutura

social.

Considera-se enquanto entraves ao projeto político pedagógico: a falta de

cultura na elaboração de projetos, o aspecto competitivo, a falta de articulação

dos órgãos governamentais tempo para reflexão da prática do professor.

Constituem-se os elementos básicos do planejamento: aluno, professor,

objetivos, conteúdos, uma opção política, crença, cuja seleção dos conteúdos

dizem respeito a democratização do saber para qualidade do ensino e tendo na

avaliação uma relação professor-aluno para uma ação diretiva, um planejamento

participativo - administração da pluralidade que perpassam sobre as atuações,

para tornada de decisões coletiva.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUSQUETS, Maria Dolors. Temas Transversais em Educação. São Paulo: Ática,

1997.

COLL, César. Psicologia e Currículo. São Paulo: Ática, 1977.

HÉRNANDEZ, Fernando. A organização do Currículo por Projetos de Trabalho.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

JONES, J. S. Globalização e Interdisciplinaridade. Porto Alegre: Antes Médicas,

1998.

Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais.

Introdução. Brasília: MEC/SEF, 1998.

VALE, Maria Irene Peneira. As questões fundamentais da Didática. (enfoque

político-social construtivista). Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1995.

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ANEXOS

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ENTREVISTA

1 - Papel do Supervisor Escolar na construção do Projeto Político Pedagógico:

(a) sensibilizador de toda a comunidade escolar

(b) executor do Projeto Político Pedagógico

(c) fiscalizador do Projeto Político Pedagógico

2 - Como contribuir para uma escola de qualidade?

(a) valendo-se de todas as formas de acompanhamento da aprendizagem

(b) desenvolvendo o trabalho pedagógico

(c) outros

3 - Conto garantir o aspecto de cidadania na unidade escolar?

(a) garantindo a todos os recursos culturais

(b) através de proposta educacional que busque a qualidade de forma

(c) outros

4 - O que serão os conteúdos curriculares garantidos e discutidos tio Projeto

Político Pedagógico?

(a) meios de desenvolvimento das capacidades dos educandos

(b) possibilidades de produzir c usufruir dos bens culturais, sociais e

culturais

(c) outros

5 - O que poderia ser a possibilidade de uma educação continuada prevista no

Projeto político Pedagógico?

(a) um real atendimento ao contexto de mudanças

(b) uma oportunidade de continuidade no processo, sem bloqueios

(retenção)

(c) outros

6 - Tipos de avaliação a serem articulados no Projeto político Pedagógico:

(a) avaliação quantitativa

(b) avaliação qualitativa

(c) avaliação desafiadora

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APURAÇÃO DOS RESULTADOS

Número de Entrevistados = 30 (trinta)

Sexo: Feminino = 19 (dezenove)

Masculino = 11 (onze).

Participantes: Professor = 10 (dez)

Especialistas em Educação = 06 (seis)

Pessoal Administrativo = 05 (cinco)

Responsáveis (pelos Alunos) = 09 (nove)

Respostas

Nº da Pergunta Professor Especialista Pessoal

Administrativo

Responsável

(dos Alunos)

01 B A A C

02 A B A A

03 C B A A

04 B A A C

05 B A B A

06 C C B A

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ANEXOS ACADÊMICOS