Bol. San. Veg. Plagas, 34: 433-447, 2008

OTROS TEMAS

O projecto Interfruta II e os problemas fitossanitários que afectamas fruteiras na ilha Terceira, Alores

D. J. H. LOPES, R. CABRERA, D. AGUIN-POMBO, P. BORGES, R. PIMENTEL, M. ZORMAN, N.MACEDO, M. C. F. CARVALHO, L. ORNELAS, J. T. MARTINS, J. D. MUMFORD, A. M. M. MEXIA

O Projecto Interfruta II é um projecto apoiado pelo programa Interreg desen-volvido nas Ilhas da Madeira, Tenerife (Canárias) e Terceira (Ayores) destinado a con-tribuir para a promoyáo da fruticultura e viticultura nestas trés regióes insulares, apli-cando técnicas que contribuam decisivamente para o conhecimento e procura desolugóes, numa vertente de prospecyáo das pragas-chave, fauna auxiliar, doenyas e vírusque afectam essas culturas.

Dentro dos problemas fitossanitários que afectam as culturas estudadas, através daidentificagáo das pragas-chave de cada cultura foi utilizada a observayáo visual e amonitorizaÇáo através de armadilhas com feromona sexual e placas cromotrópicas.Na prospecyáo da fauna auxiliar foi utilizada a técnica das pancadas e a armadilhaMalaise.

Após a identificayáo das pragas-chave, centrou-se a investigayáo sobre as maisimportantes. Na mosca-do-Mediterráneo (C. capitata Wied.), usando os SIG, foi monta-da uma rede de armadilhas em toda a ilha. Na bananeira, centrou-se a investigayáo nogorgulho-da-bananeira (Cosmopolitus sordidus Germar) e nas tripes. No castanheiro, obichado-da-castanha (Cydia splendana Hubner) procedeu-se á sua monitorizayáo utili-zando armadilhas com feromona sexual e a quantificayáo dos prejuízos que causa nosfrutos. Nas macieiras, os principais problemas decorrem da preseno de aranhiyo ver-melho (Panonychus ulmi Koch), traya-oriental (Cydia molesta Busck), bichado (Cydiapomonella L.), afídeos e tripes. Os resultados obtidos permitiram construir uma base dedados fitossanitários de diagnóstico da Macaronésia (PROFITOMAC) que se encontradisponível on-line em www.interfruta.net

Neste trabalho apenas se apresentam os resultados obtidos nos estudos realizadossobre as pragas e fauna auxiliar.

D. J. H. LOPES, R. PIMENTEL, M. ZORMAN, N. MACEDO. Universidade dos Ayores. Cen-tro de Biotecnologia dos Ayores, Departamento de Ciéncias Agrárias, Secyáo de Pro-tecyáo de Plantas. 9701-851 Terra chá, dlopes@notes.angra.uac.ptP. BORGES. Universidade dos Ayores. Centro de Investigayáo e Tecnologia Agrária dosAyores, Departamento de Ciéncias Agrárias, 9701-851 Terra chá, pborges@mail.angra.uac .ptR. CABRERA. Universidade de La Laguna, Unidad Docente e Investigadora de Fitopato-logia, Departamento de Biologia Vegetal, Faculta de Biologia, 38206 La Laguna- Tene-rife- Canárias. rcabrera@ull.esD. AGInN-Pomuo. Universidade da Madeira. Departamento de Biologia. Penteada, 9000-390 Funchal, Madeira, aguin@uma.ptM. C. F. CARVALHO. FRUTER, Associayáo de produtores de frutas, de produtos hortíco-las e florícolas da ilha Terceira, Canada Nova 32, Santa Luzia, 9701- 130 Angra do Hero-ísmo, conceicao.filipe@mail.telepac.ptL. ORNELAS, J. T. MARTINS. Divisáo de Protecyáo das Culturas, Serviyo deDesenvolvimento Agrário da Terceira, Vinha Brava - 9700-236 Angra do Heroísmo,Maria L.N.Silva@azores.gov.ptJ. D. MUMFORD. Imperial College of Science, Technology and Medicine. Department ofEnvironmental Science and Technology, Silwood Park, Ascot, United Kingdom, j.mum-ford@ imperial .ac .uk

434 D. J. H LOPES. el al.

A. M. M. MEXIA. Universidade Técnica de Lisboa, Instituto Superior de Agronomia.Departamento de ProtecÇáo de Plantas e Fitoecologia. Tapada da Ajuda,amexia@isii.tal.pt

Palavras-chave: SIG. Profitomac, fauna auxiliar, fruteiras, pragas-chave.

INTRODUCÁO

O project° INTERFRUTA II é um projec-to de cooperagáo inter-regional entre trésregióes insulares (Agores, Madeira e Caná-rias), que tem como principal objectivo decontribuir para a promogáo da fruticultura eviticultura, particularmente nas culturas docastanheiro, macieira, bananeira e da vinha,procurando urna melhoria dos conhecimen-tos sobre estas culturas, aplicando técnicasque contribuam decisivamente para a procu-ra de solugóes para os principais problemase melhorando significativamente quer a for-magáo quer a difusáo das informagóes dainvestigagáo e dos técnicos para o produtormelhorando, quer a sua produgáo quer o seurendimento agrícola.

Com esta parceria entre as trés regióespretendeu-se potenciar todos conhecimentose metodologias de investigagáo utilizadas emcada uma das trés regióes. Para aumentarainda mais esta cooperagáo e ampliar adifusáo de informagáo, todos os resultadosobtidos fazem parte de urna base de dadosfitossanitários de diagnóstico da Macaroné-sia (PROFITOMAC), ferramenta essencialpara técnicos e produtores na identificagáode todos os problemas que afectam estas cul-turas. Paralelamente, tém vindo a realiza-rem-se jornadas temáticas e pequenos cursosde formagáo prática para técnicos e produto-res sobre cada urna das culturas, aproximan-do e divulgando assim os resultados de todoo trabalho de investigagáo junto de quem autiliza no campo. No ámbito das actividadesde divulgagáo de toda a informagáo produzi-da foi l'inda criada urna página Web do pro-jecto (www.intefruta.net ) (LoPEs et al.,2006).

O INTERFRUTA II desenvolve-se, nasilhas Terceira, da Madeira e de Tenerife, peseembora o facto de algumas das acgóes deste

projecto estarem a ser desenvolvidas, emsimultáneo, nas trés diferentes regióes e quepermitem definir o ámbito geográfico daintervengáo do projecto, corno sejam: a rea-lizagáo de dois testes de dispersáo commachos da mosca-do-Mediterráneo esterili-zados provenientes da Biofábrica (programaMadeira-Med) na Ilha Terceira; a prospecgáodas espécies de bichado-da-castanha e suaidentificagáo na Universidade da Madeira; aaplicagáo e validagáo de modelos de pre-visáo de doengas ao nível da vinha desenvol-vidos pela Universidade de La Laguna com asua testagem na Ilha de Tenerife e na IlhaTerceira; a colaboragáo com a Diviso deBananicultura, da Ilha da Madeira, para odesenvolvimento de ensaios quer de regaquer de densidade de plantagáo na iIba Ter-ceira (LoPEs et al., 2007).

Como referido, no início, no ámbito dasactividades de investigagáo deste projectoestáo a ser estudadas quatro culturas (castan-heiro, macieira, vinha e bananeira), em trészonas da Ilha Terceira (Angra do Heroísmo,Porto Judeu/Sáo Sebastiáo e Biscoitos).

O projecto está a desenvolver-se em trésfases: a primeira abrangeu os primeiros trésmeses serviu maioritariamente para defi-nigáo de metodologias para cada um dosobjectivos e actividades a desenvolver, ela-boragáo de fichas de campo e definigáo daestrutura da base de dados PROFITOMAC;urna segunda fase, que está a decorrer, edesenvolver-se-á por 24 meses, maioritaria-mente envolve todo o trabalho de campo elaboratório; e urna terceira fase nos trésmeses finais do project°, já em 2008, deanálise e interpretagáo dos resultados obti-dos, elaboragáo de formas de divulgagáo deresultados e realizagáo do l" CongressoRegional de Fruticultura, onde será apre-sentado todo o trabalho realizado e os resul-tados obtidos.

BOL. SAN. VEG. PLAGAS, 34,2008 435

É objectivo global do project°, aumentaro interesse pela fruticultura e viticulturadando respostas aos problemas que afectamos produtores que exploram as culturas damacieira, bananeira, castanheiro e vinha, nostrés Arquipélagos e em especial nas l'has daMadeira. Tenerife e Terceira. Pretende-seainda suprir a falta de conhecimentos quecontlicionam a produtividade, qualitativa equantitativa, para se definirem com clareza eobjectividade as estratéeias adequadas parao fomento da fruticultura e viticultura, con-tribuindo para tuna melhoria da produláo, demodo a satisfazer necessidades de mercado ede consumidores e valorizando a produÇáolocal de malá, banana, castanha e vinho(LoPEs et al, 2006).

MATERIAL E MÉTODOS

Para o estudo dos problemas fitossanitá-rios a metodologia utilizada na estimativa derisco quantitativa foi a observaÇáo visual e orecurso a armadilhas quer cromotrópicasquer com feromona sexual.

Na macieira para a avalialáo da evoluÇáopopulacional do aranhilo vermelho (Panony-chus ulmi), praga-chave da cultura da maciei-ra, na estaÇáo Invernal, a amostragem baseou-se na recolha de 60 /ramos ou varas (cada varacom dois gomos) por pomar, recolhidas naaltura da poda, para contabilizar o número deovos viáveis e no viáveis. Posteriormente, naPrimavera foi realizada urna amostragem de20 folhas por pomar (13 amostras = 260 fol-has) com urna periodicidade inicial quinzenale depois semanal, foi realizada a prospecgáodas formas móveis de ácaros.

Ainda na macieira foi realizada a a ya-liaÇáo das populalóes e dos períodos de pre-serna da TraÇa-oriental (Cydia molestaBusck) e bichado (Cydia pomonella), duaspragas-chave desta cultura. Para isso utiliza-ram-se armadilhas Delta com feromonasexual colocada cm base de cola, na razáo deurna por pomar.

Na cultura da bananeira, foram desenvol-vidos dois trabalhos de investigaláo. O pri-meiro através do conhecimento das popu-

Inlies do gorgulho-da-bananeira (Cosmopo-litus sordidus), praga-chave desta cultura cmcuja monitorizaláo foi utilizada a armadilhaCosmotrack com feromona sexual especificade agregaÇáo, nos 6 pomares estudados edistribuídos pela zona de Angra, Porto Judeue S. Sebastiáo. Em cada um destas parcelasexperimentais foram colocadas 4 armadilhasdistribuídas, urna por parcela, com urnaobservagáo semanal e urna mudano de con-teúdo (água e sabio), semanalmente e deforma regular para contabilizar o número deadultos aí capturados. O segundo relativo áevoluÇáo das populagóes de tripes nos seispomares estudados pertencentes ás trészonas analisadas, utilizando para o efeitodois tipos de placas cromotrópicas (amarelae a azul).

No castanheiro, nas seis parcelas experi-mentais analisadas para estudar o ciclo bio-lógico do bichado-da-castanha (Cydia splen-dana), praga-chave desta cultura, foram uti-lizadas armadilhas Delta com feromonasexual. Para a avalialáo dos prejuízos causa-dos pelas lagartas de C. splendana foramrecolhidas 2.500 castanhas cm cada urna daszonas estudadas. Posteriormente, no labora-tório estes foram abertos e observado o seuinterior para determinaÇáo das percentagensde infestaÇáo.

Ainda no estudo das pragas-chave desta-ca-se o estudo da mosca-do-Mediterráneo(Ceratitis capitata Wied.), praga que afectavarias culturas entre as quais a macieira, cmque foi aprofundado o conhecimento da suadistribuiÇáo cm toda a ilha Terceira, atravésda sua monitorizaÇáo através da montagemde urna rede de armadilhas Jackson comferomona sexual para atracÇáo de machos ede armadilhas Easy Trap, com atractivo ali-mentar (3C-Lure), destinadas á captura dasfémeas. Assim. entre os O e os 200 metros dealtitude, em redor de toda a ilha, cobrindourna superfície de cerca de 15.677 Ha (cercade 4% da Ilha Terceira) foi implementadaurna rede de armadilhas com recolha quinze-nal. A rede foi numa primeira fase montadavirtualmente com recurso ao ArcGis 8, deacordo com uma grelha de 1 km 2 . Numa

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D. J. H LOPES, eta!.

segunda fase procedeu-se á sua colocaÇáo nocampo recorrendo a um GPS conectado a umcomputador portátil com o ArcGis 8 instala-do onde se teve urna percepÇáo espacial maisprecisa da colocaÇáo das respectivas arma-

dilhas, respeitando deste modo as pressupos-tos da rede (Fig. 1).

Para o levantamento da fauna auxiliar pre-sente em cada cultura, recorreu-se á colo-caláo, durante urna semana, de urna arma-

Figura 1. EvoluÇáo da percentagem de ocupnáo de folhas por formas móveis de P. oilmi nos seis pomares de macieirasestudados, na Ilha Terceira, em 2006.

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Figura 2. Evoluyáo das capturas de traca-oriental (C. molesta) e bichado (C. pomonella) nos seis pomares de macieirasestudados, na Ilha Terceira, em 2006.

dilha Malaise que é constituída por urnatenda de rede com o encaminhamento dosinsectos que ai entram para um recipiente naextremidade superior, que depois de devida-mente etiquetado sofria posterior triagem doseu conteúdo, conservado em álcool a 70%.Para um conhecimento ainda maior da ento-mofauna presente foi aplicada outra técnica,a dos batimentos (ou das pancadas) nos 6pomares de macieiras, bananeiras e castan-heiros e 7 parcelas de vinha. Para o efeitoforam realizados 10 batimentos por pomar,cm duas épocas, urna em Setembro e outracm Outubro de 2006. Já cm laboratório as

amostras foram congeladas e de seguida pro-cedeu-se á sua triagem e todos os artrópodesrecolhidos foram conservados cm tubos comálcool a 70% até se proceder á sua completaidentificaláo.

RESULTADOS E DISCUSSÁO

Nas macieiras os principiais problemasfitossanitáros resultaram da presenca de aran-hico-vermelho, traca-oriental e bichado(LoPEs e tal., 2005a, 2005e). Em relacáo aosácaros, a avaliacáo Invernal da evolucáo popu-lacional do aranhico vermelho (Panonychus

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438 D. J. H LOPES. et al.

uhni), através da análise das amostras degomos verificou-se que nos pomares que nor-malmente tém posteriormente elevadas densi-dades de formas móveis, a existéncia de umnúmero elevado, quer de ovos viáveis quer deinviáveis (cerca de 200 de cada). A prospecÇáofolhear primaveril permitiu registar que as for-mas móveis de P. ulmi, surgem nos pomaresem Majo e normalmente em Agosto e Setem-bro registam-se as suas maiores densidadespopulacionais, atingindo em alguns pomaresos 100% de folhas ocupadas (Fig.1).

As primeiras capturas de adultos daTrala-oriental (C. molesta) em macieirasregistaram-se apenas no més de Julho e assu-miram particular importáncia no més de

Setembro, com cerca de 60 adultos captura-dos, na zona dos B i sc oi tos (Fig. 2). 0 Bicha-do (C. pomonella) outra praga importanteque afecta as macieiras mas normalmentecom menores níveis populacionais que atrala-oriental, neste estudo os seus adultossurgiram mais cedo, observando-se o seupico populacional logo no més de Julho (Fig.2) e atingiram níveis populacionais superio-res (73 adultos) e com a sua maior incidén-cia também na zona norte da Ilha (Biscoi-tos).

Na bananeira os problemas mais gravesforam provocados pela presenla de elevadasdensidades populacionais quer de adultos dogorgulho-da-bananeira (Cosmopolitus sordi-

Figura 3. Evolucáo das capturas de adultos de gorgulho-da-bananeira (Cosmopolitas sordidus Germar) nos seispomares de bananeiras estudados, da Ilha Terceira. em 2006 e 2007.

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Figura 4. EvoluÇáo populacional de tripes capturadas cm placa cromotrópicas (amarelas e azuis) nas parcelas debananeiras das trés zonas estudadas da Ilha Terceira, em 2006.

dus Germar) quer de tripes (FIGUEIREDO &

LOPES, 2005, LORES el al., 2006). Em reina°á evolugáo populacional do adulto do gor-gulho-da-bananeira constata-se que estapraga está presente nos pomares de bananei-ras normalmente a partir de Malo, registandoos adultos o seu pico populacional no més deJunho (Fig.3), com um máximo de 829 adul-tos capturados no pomar de S. Pedro/Angra(B5) e os 574 cm Bicas (B6) (Fig. 3). Osdados obtidos permitem afirmar que a zonamais afectada da l'ha Terceira por esta pragaé a exposta a Sul (Angra).

Ainda na bananeira, mas em relagáo áevolugáo das populagóes de tripes, nos seispomares estudados pertencentes ás trészonas analisadas, pode-se observar que dasduas placas ensaladas (azule amarela) aplaca azul foi a que registou o maior númerode capturas de tripes, na zona de S. Sebas-tiño, com a captura de 93 adultos, no totaldos cinco meses analisados (Fig. 4).

É importante referir que as populagóes detripes estiveram presentes nas parcelas de

bananeira desde Majo a Setembro nos poma-res, registando urna maior abundáncia deJulho a Setembro (Fig. 4).

No castanheiro, a praga que causa osmaiores prejuízos nos frutos é o bichado-da-castanha, com valores que rondaram, cmmédia, os 40 % de infestagáo da castanhaproduzida (Fig. 6). A colocagáo das armadil-has Delta com a feromona sexual específicapermitiu, por um lado conhecer o período deaparecimento e presenga dos adultos nas par-celas (Fig. 5) e por outro, a abundancia popu-lacional existente cm cada urna das trés zonasestudadas da Ilha (Fig.6). Analisando a curvade voo dos adultos de C. splendana (Fig. 5),verifica-se que o seu pico populacional oco-rre a meados de Setembro, com um total decapturas por armadilha perto dos 140 adultos(Fig.5). Este estudo permitiu ainda determi-nar a altura mais adequada para a colocagáodas armad i I has no campo destinadas á captu-ra dos adultos desta praga, tendo-se concluí-do que as mesmas deveráo ser colocadas ameados de Junho e que devem apenas ser

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D. J. H LOPES, el al.

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Figura 5. Evolugáo das capturas dos adultos de C. splendana. por meses, na Ilha Terceira, em 2006.

retiradas no fim do més de Outubro, alturaem que coincide com o início da época deapanha do fruto, de modo a diminuir as per-centagens de infestagáo dos frutos. O més deSetembro, ao registar o máximo de capturas(Fig.5), surge como o ideal para urna futuraimplementaláo de qualquer ensaio de limi-taláo populacional desta praga, quer pelaaplicaÇáo do método da confuso sexual,quer através da captura em massa.

Com base nos dados obtidos a partir dascapturas de adultos nas armadilhas e compa-rando duas parcelas diferentes, Terra-chá edo Posto Santo, verifica-se o maior númerode capturas de adultos registou-se exclusiva-mente nas zonas expostas a Sul (Fig.6).Comparando estes dados com os obtidos nosBiscoitos, exposto a Norte, verificou-se quenessa exposiÇáo as capturas foram muitoescassas (Fig.6).

Avaliando os prejuízos causados pelaslagartas de C. splendana, em cada uma dasduas zonas estudadas (Terra-chá e Biscoi-tos), pela avaliaÇáo das percentagens de

infestaÇáo dos frutos obtidas neste trabalho,é de referir que a percentagem de castanhasnáo infestadas foi sempre superior á dasinfestadas (Fig.7). No entanto, verifica-seque na zona da Terra-chá, a percentagem deinfestagáo atinge quase os 40% (Fig.7). Defacto, esta percentagem de infestaláo é maiselevada nas zonas altas com 38% e 36%, res-pectivamente (C1 e C2), relativamente ázona baixa (C5) com 24%.

Na zona dos Biscoitos. apesar dos doisadultos aí capturados, foi nula a percentagemde infestaÇáo obtida a partir da amostragemdos frutos (Fig.7). Na zona da Terra-chá, queteve a percentagem de infestaÇáo mais eleva-da, ultrapassando os 40%, tal facto podeestar relacionado com os diferentes microcli-mas existentes nas zonas estudadas, É dereferir que no foi encontrada qualquercorrelaÇáo directa entre o local de maiorescapturas de adultos com os respectivos pre-juízos nos frutos.

Da monitorizaÇáo dos adultos da mosca-do-Mediterráneo, a partir da rede de armadil-

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441

Figura 6. Distribuicáo do total das capturas de adultos de C. splendana pelas trés zonas de castanheiros estudadas, naIlha Terceira, em 2006.

Figura 7. Percentagem de infestagáo de frutos por C. splendana, a diferentes altimetrias, nas duas zonas estudadas, nalIha Terceira, em 2006.

442 D. J. H LOPES, el al.

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Figura 8. Mapa digital com as manchas da evolucáo acumulada das capturas de adultos machos da mosca-do-Mediterráneo (Ceratitis capitata Wied.), na Ilha Terceira.

Figura 9. Mapa com as manchas da evoluÇáo acumulada das capturas de adultos fémeas da mosca-do-Mediterráneo(Ceratitis capitata Wied.), na Ilha Terceira.

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Figura 10. EvoluÇáo das capturas de adultos (machos e fémeas) da mosca-do-Mediterráneo (Ceratitis capitata Wied.),por freguesia, na Ilha Terceira.

Figura 11. Evoluqáo populacional dos adultos (machos e fémeas) da mosca-do-Mediterráneo (Ceratitis capitata Wied.),por meses em toda a Ilha Terceira.

444

D. J. H LOPES, et al.

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Quadro 1. Entomofauna auxiliar presente nos pomares de bananeira, macieira, castanheiro e nas parcelas de vinha.

BOL. SAN. VEG. PLAGAS. 34,2008 445

has construída através dos Sistema de Infor-magáo Geográfica, foi possível obter mapasdigitais da evolugáo temporal das capturas dosadultos machos (Fig.8) e fémeas (Fig.9) quepermitem concluir que tém sido registadascapturas á volta de toda a Ilha e os dados obti-dos permitem ainda, por cores, identificar ele-vados focos de infestagáo em trés zonas prin-cipais: urna grande área em Angra do Heroís-mo; outra no Porto Martins; e ainda outra nosBiscoitos (LOPES & FIGUEIREDO, 2005, LOPES

et al., 2005a, 2005b, 2005c, LOPES et al., 2006,PIMENTEL et al., 2005) (Fig. 8 e 9). Registam-se também elevadas capturas no meio urbano,nomeadamente, na cidade de Angra do Hero-ísmo e no centro da cidade da Praia da Vitória(Fig.8 e 9).

Através dos dados das armadilhas da redefoi ainda possível conhecer a evolugáo das cap-turas dos adultos de C. capitata por freguesia(Fig. 10) e a evolugáo populacional dos seusadultos, por meses, em toda a Ilha (Fig.11).

Da análise e identificagáo das espécies deartrópodes recolhidos através da armadilhaMalaise e dos batimentos (técnica das pan-cadas), foi possível elaborar, pela primeiravez, um quadro resumo com as espécies quecompóem a biocenose de cada urna quatroculturas estudadas (macieiras, bananeiras,castanheiros e vinhas (Quadro 1). No entan-to, no que diz respeito á vinha, e devido aostratamentos fitossanitários que foram reali-zados, constata-se que esta é a cultura cuja adiversidade de fauna auxiliar é a mais baixa.Pelo contrario, no castanheiro, encontra-seurna grande diversidade de artrópodes.

AGRADECIMENTOS

- Ao Governo Regional dos Agores peloapoio financeiro a todo este trabalho atravésdo Programa INTERREG — IIIB ao abrigodo projecto INTEFRUTA II (código05/MAC/3.11A4);

- Aos Govemos Regionais dos Agores e daMadeira, através dos seus Servigos de Desen-volvimento Agrario e Direcgáo de Servigosde Investigagáo Agrícola e Biofábrica do pro-grama Madeira-Med, respectivamente;

- A todos os parceiros envolvidos noprojecto INTERFRUTA II e á UniversidadeTécnica de Lisboa através do InstitutoSuperior de Agronomia; á Universidade deTrás-os Montes e Alto Douro e á EscolaSuperior Agrária de Ponte de Lima, portoda a parceria activa demonstrada na ela-boragáo de toda a metodologia utilizada emtodos os trabalhos de investigagáo desen-volvidos;

- Á Cooperativa FRUTER, por todoempenho colocado na promogáo e apoiodado, o que permitiu a concretizagáo desteprojecto de cooperagáo inter-regional.

- A todas as pessoas envolvidas nos tra-balhos, de campo e laboratório, desde osinvestigadores, passando pelos técnicos, bol-seiros de investigagáo e fruticultores envol-vidos neste projecto.

- Ao Eng." Fernando Ilharco, á Prof. Dou-tora Célia Mateus e á Eng.' Maria do AnjosFerreira pela preciosa ajuda cm todas asidentificagóes realizadas no ámbito deste tra-balho.

RESUMEM

LOPES, D. J. H. R. CABRERA, D. A. POMBO, P. BORGES, R. PIMENTEL, M. ZORMAN. N.MACEDO, M. C. F. CARVALHO, L. ORNELAS, J. T. MARTINS, J. D. MUMFORD, A. M. M.MEXIA. 2008. El proyecto interfruta II y los problemas fitosanitarios que afectan a los fru-tales en isla Terceira, (Azores). Bol. San. Veg. Plagas, 34: 433-447.

El Proyecto Interruta II es un proyecto financiado por el programa Interregdesarrollado en las islas de Madeira, Tenerife (Canarias) y Terceira (Azores), destinadoa contribuir a la promoción de la fruticultura y la viticultura en estas tres regiones insu-lares, aplicando técnicas que contribuyan al conocimiento y búsqueda de soluciones,desde el punto de vista de prospección de plagas clave, fauna auxiliar y enfermedadesque afectan a esos cultivos.

Para la identificación de plagas claves de cada cultivo fue empleada la observaciónvisual y monitorización a través de trampas con feromona sexual y placas cromotrópi-

446 D. J. H LOPES, et al.

cas.para los estudios sobre fauna auxiliar se empleó la recogida directa y las trampasMalaise. En el caso de los hongos se realizó una observación visual para localización desíntomas y recogida de muestras para la posterior identificación en laboratorio. En laprospección de virus y fitoplasmas se usaron técnicas moleculares.

Después de la identificación de las plagas clave, la investigación se centró sobre lasmás importantes. En el caso de la mosca del Mediterráneo (Ceratitis capitata Wied.),usando SIG se instaló una red de mosqueros en toda la isla. En la platanera la investiga-ción se centró sobre el picudo negro (Cosmopolitus sordidus Germar) y en los trips. Enlos castañeros se realizó la monitorización de (Cydia splendana Hubner), bichado de lacastaña, usando trampas con feromona sexual y se cuantificó los daños causados en losfrutos. En los manzaneros los principales problemas son la araña roja (Panonychus ulmiKoch), traza oriental (Cydia molesta Busck), bichado (Cydia pomonella L.), pulgones ytrips. Los resultados obtenidos han permitido elaborar una base de datos fitosanitarios dediagnóstico de la Macaronesia (PROFITOMAC) que se encuentra disponible on-line enwww.interfruta.net .

En este trabajo se presentan los resultados obtenidos en los estudios realizados sobreplagas y fauna auxiliar

Palabras clave: SIG, Profitomac, fauna auxiliar, frutales, plagas clave.

ABSTRACT

LOPES, D. J. H, R. CABRERA, D. A. POMBO, P. BORGES, R. PIMENTEL, M. ZORMAN, N.MACEDO, M. C. F. CARVALHO, L. ORNELAS, J. T. MARTINS, J. D. MUMFORD, A. M. M.MEXIA. 2008. The Interfruta II Project and the survey and study of the phytosanitaryproblems that affect fruit areas in Terceira Island, Azores. Bol. San. Veg. Plagas, 34: 433-447.

The INTERFRUTA project is financed by the European Commission Interreg III-BProgramme and was developed for the islands of Madeira, Tenerife and Terceira for theimprovement of fruit and vineyard production in these three Atlantic regions. The pro-ject goal is a better knowledge of the phytossanitary problems that affect apples, bananas,chestnut and vineyards, applying methods that will contribute to solutions based on thesurvey of key pests, diseases and beneficial organisms.

Among he phytossanitary problems present in the three fruit crops and vineyards themost important key pests were identified and analyzed it's evolution using mainly directobservation of predefined parts of each plants and sexual and food attractants in specifictraps and cromotropic glue traps. For the beneficial organism survey techniques such asBeating and Malaise trap were implemented.

After identify the key pest on each culture all the work was centrecron those. Fruit fly(C. capitata Wied.) adults were monitored using traps with sexual lures and food attrac-tants in a net of traps around the island of Terceira up to 200 meters altitude built usingGIS. In banana plantations the most damaging pests were banana weevil (Cosmopolitussordidus Germar) and thrips. In chestnut the pest that causes the most severe damage isChestnut tortrix (Cydia splendana Hubner) and because of that and with the goal ofknowing the periods of it's presence in the orchards we monitored the adults using trapswith sexual lure. In apple orchards the most important problems were red mites (Panony-chus ulmi Koch), oriental fruit moth (Cydia molesta Busck), codling moth (('ydiapotnonella L.), aphids and thrips. With the information collected it was possible to createa phytosanitary diagnostic database for the Macaronesian islands (PROFITOMAC) thatis on-line at www.intefruta.net .

In these anide are only presented the results obtained from the survey studies madeconceming pests and beneficial insects

Key words: GIS. Profitomac, fruit fly, beneficial insects, fruits trees, key-pests.

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(Recepción: 30 noviembre 2007)(Aceptación: 10 junio 2008)