o processo de auditoria

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Instituto Serzedello Corrêa Aula 1 Introdução à auditoria Tópico 3 O processo de auditoria Abril, 2012 Auditoria Governamental Módulo 1: Fundamentos de Auditoria

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A auditoria pode ser vista como um processo?Quais seriam os insumos, os recursos, os requisitos e os produtos?Quais os elementos deste processo?E quais as fases de uma auditoria e as atividades desenvolvidasem cada uma delas?Para responder a essas questões, vamos estudar o processo deauditoria, seus elementos e suas fases.

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  • Instituto Serzedello Corra

    Aula 1Introduo auditoriaTpico 3 O processo de auditoria

    Abril, 2012

    Auditoria GovernamentalMdulo 1: Fundamentos de Auditoria

  • RESPONSABILIDADE PELO CONTEDOTribunal de Contas da UnioSecretaria Geral da PresidnciaInstituto Serzedello Corra

    2 Diretoria de Desenvolvimento de Competncias Servio de Educao a DistnciaSUPERVISOPedro KoshinoCONTEUDISTAAntonio Alves de Carvalho Neto TRATAMENTO PEDAGGICOAna Carolinha Dytz Fagundes de Moraes

    Salvatore PalumboRESPONSABILIDADE EDITORIALTribunal de Contas da UnioSecretaria Geral da PresidnciaInstituto Serzedello Corra

    Centro de DocumentaoEditora do TCUDIAGRAMAOHerson Freitas

    Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Ministro Ruben Rosa

    Copyright 2012, Tribunal de Contas de Unio

    Permite-se a reproduo desta publicao, em parte ou no todo, sem alterao do contedo, desde que citada a fonte e sem fins comerciais.

  • [ 4 ] Auditoria Governamental

    TPICO 3 O processo de auditoria

    A auditoria pode ser vista como um processo?Quais seriam os insumos, os recursos, os requisitos e os produtos?Quais os elementos deste processo?E quais as fases de uma auditoria e as atividades desenvolvidas em cada uma delas?

    Para responder a essas questes, vamos estudar o processo de auditoria, seus elementos e suas fases.

    A fim de facilitar o estudo, este tpico est organizado da seguinte forma:

    Ao final dos estudos deste tpico, esperamos que voc tenha condies de descrever o processo de trabalho da auditoria, seus elementos e fases.

    TPICO 3 O processo de auditoria 41. O processo de auditoria 511 Em que consiste o processo de auditoria 9111 Objetivo, escopo e questes de auditoria 1012 Fases do processo de auditoria11Planejamento 11Execuo 13Relatrio14Sntese 15Referncias 16

  • [ 5 ]Mdulo 1 - Aula 1 - Tpico 3: O processo de auditoria

    1. O processo de auditoria

    Antes de estudarmos o processo de auditoria, veremos algumas definies de processo:

    Processo

    Conjunto de atividades inter-relacionadas ou in-terativas que transforma insumos (entradas) em produtos (sadas).

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS (2005, n. 3.4.1)

    Conjunto de atividades, funes ou tarefas iden-tificadas, que ocorrem em um perodo de tempo e que produzem algum resultado.

    Metodologia IDEF - Integration Definition for Function Modeling (1970 apud MARANHO e MACIEIRA, 2004, p.61)

    Sequncia de passos, tarefas e atividades que con-vertem entradas de fornecedores em uma sada, adicionando valor s entradas, transformando-as ou usando-as para produzir alguma coisa.

    Dianne Galloway, em Mapping Work Process (1994? apud MARANHO e MACIEIRA, 2004).

    A partir dessas definies, possvel enxergar a auditoria como um processo que transforma

    informaes sobre: situaes encontradas; objetos; e critrios de auditoria.

    achados de auditoria; propostas de aes

    corretivas; e outras informaes com

    valor agregado

    em

    Insumos Produtos

    destinados aos clientes da auditoria

    Leitura complementar:

    Leia o tpico AUDITORIA

    GOVERNAMENTAL, do

    ttulo BASES CONCEITUAIS,

    das Normas de Auditoria

    do TCU (BTCU Especial

    29/2010, p. 12 a 14).

  • [ 6 ] Auditoria Governamental

    Por essa razo, as Normas de Auditoria do TCU conceituam a auditoria como sendo:

    Auditoria Processo sistemtico, documentado e independente de se avaliar objetivamen-te uma situao ou condio para determinar a extenso na qual critrios so atendidos, obter evidncias quanto a esse atendimento e relatar os resultados desta avaliao a um destinatrio predeterminado.

    So definies importantes contidas nesse conceito:

    Processo sistemtico

    A auditoria um processo de trabalho planejado e metdico, pautado em avaliaes e finalizado com a comunicao dos resultados.

    Processo documentado

    O processo de auditoria deve ser documentado e padroniza-do por meio de procedimentos especficos, de modo a asse-gurar a sua reviso e a manuteno das evidncias obtidas. A entidade deve formalizar um mtodo para executar suas au-ditorias, estabelecendo os padres que elas devero observar, incluindo regras claras quanto documentao.

    Processo independente

    Para assegurar a objetividade e a imparcialidade nos julga-mentos, a auditoria deve ser realizada por pessoas com inde-pendncia em relao s organizaes, programas, processos, atividades, sistemas e objetos examinados.

    Avaliar objetivamente

    Os fatos devem ser avaliados com a mente livre de vieses. A avaliao objetiva leva a julgamentos imparciais, precisos e confiana no trabalho do auditor.

    Condio A situao encontrada pelo auditor durante a execuo do trabalho de auditoria.

    Critrio de auditoria

    Referencial a partir do qual o auditor faz seus julgamentos e fundamenta sua opinio. Podem ser tcnicos, operacionais ou normativos.

    Achado ou constatao

    Discrepncia entre a situao encontrada e o critrio de auditoria.

    EvidnciasElementos de comprovao da discrepncia (ou no) entre a situao encontrada (ou condio) e o critrio de auditoria (situao ideal).

    Relatar resultados

    O resultado de uma auditoria reportado ao cliente por meio de parecer ou relatrio, dependendo do caso, por in-termdio dos quais o auditor comunica o objetivo, o escopo, a extenso e as limitaes do trabalho, as constataes ou achados, as avaliaes, opinies e concluses, e as recomen-daes ou determinaes propostas.

    O conceito de auditoria como processo envolve

    significado maior do que o

    seu enunciado pode, em

    princpio, sozinho explici-

    tar. necessrio explorar

    suas partes para obter um

    entendimento completo

    do seu todo.

  • [ 7 ]Mdulo 1 - Aula 1 - Tpico 3: O processo de auditoria

    Tem-se, ento, a viso sistmica do processo de auditoria:

    O Processo de Auditoria

    A partir da viso da auditoria como um processo, conforme ilustrado na figura acima e com base no prprio conceito de processo, possvel identificar os seus elementos.

    Planejamento Execuo Relatrio

    Leis e normas sobre Auditoria

    Normas e Padres de Auditoria

    Procedimentos e tcnicas de

    Auditoria

    Objetivo e Escopo da Auditoria

    Auditores Colaboradores CompetnciasInstalaes/ sistemas/softwares

    sobre objetos

    sobre critrios

    sobre situaes

    Achados de Auditoria

    Concluses de Auditoria

    Propostas de aes corretivas

    Requisitos

    Informaes Resultados

    Font

    es d

    e Inf

    orm

    ao

    Clien

    tes d

    a Aud

    itoria

    Recursos de transformao

  • [ 8 ] Auditoria Governamental

    Elementos do processo de auditoria

    Requisitos do processo

    So as disposies normativas em geral quanto ao trabalho de auditoria, tais como as normas de auditoria emanadas dos rgos regulamentadores, leis, normas e regimentos dos rgos de controle interno e externo, os padres de trabalho estabelecidos pela prpria entidade de auditoria e controle, bem como o objetivo e escopo de cada trabalho de auditoria em particular.

    Insumos do processo

    Os insumos do processo de auditoria, isto , suas entradas, ou aquilo que ser utilizado para produzir os resultados, so es-sencialmente informaes. Abrangem informaes sobre:

    objetos da auditoria (organizaes, programas e atividades governamentais, bem como sobre relevncia, materialidade eriscos);

    critrio de auditoria (disposies normativas e padres tcnicos e operacionais aplicveis aos objetos auditados);

    condies ou situaes reais encontradas em objetos de auditoria.

    Fornecedores do processo

    So os provedores das informaes requeridas. Na meto-dologia do TCU estes fornecedores so denominados fontes de informaes e consistem em sistemas organizacionais e estruturadores do Governo Federal, legislao e normas espe-cficas, rgos de controle e gestores pblicos, mdia etc.

    Recursos do processo

    Dizem respeito a todos os recursos materiais, tecnolgicos e humanos necessrios para realizar o trabalho de auditoria, incluindo as competncias tcnicas em termos de conhecimen-to, habilidades e atitudes dos auditores e demais profissionais que concorrem para a produo do resultado da auditoria.

    Produtos do processo

    Os produtos do processo de auditoria podem ser entendi-dos como informaes com valor agregado, materializadas em pareceres e relatrios. So as constataes ou achados, as avaliaes, opinies e concluses e as recomendaes ou determinaes propostas.

    Clientes do processo

    A entidade ou a pessoa que requisitou a auditoria e que vai analisar criticamente os resultados, podendo, inclusive, ser o prprio auditado. Normalmente so os rgos ou as pessoas que compem a gesto superior da entidade, conselhos de administrao e fiscal, e, no setor pblico em particular, os dirigentes pblicos, os relatores e colegiados de tribunais e conselhos de contas, os chefes de poderes, o parlamento e, em ltima instncia, a sociedade.

  • [ 9 ]Mdulo 1 - Aula 1 - Tpico 3: O processo de auditoria

    1.1 Em que consiste o processo de auditoria

    O processo de auditoria no setor pblico no diferente do processo de auditoria em geral. Consiste na utilizao de um mtodo estabelecido e na aplicao de um conjunto de procedimentos e tcnicas com o objetivo de se obter informao e conhecimento para subsidiar as concluses, opinies e propostas do auditor sobre resultados, desempenho e regularidade da gesto de organizaes, programas e atividades governamentais.

    Mtodo

    o modo, formalmente estabelecido, de executar o trabalho de auditoria, incluin-do o planejamento, a execuo e a comunicao de resultados (normas, padres, manuais, tcnicas metodolgicas).

    Exemplos:

    Portaria TCU 280/2010, Normas de Auditoria do TCU;Portaria TCU 90/2003, Padres de Auditoria de

    Conformidade, estabelece o mtodo de realizar a maioria dos trabalhos de auditoria do TCU;

    Portaria TCU 144/2000, Manual de Auditoria Operacional;Instruo Normativa SFC 01/2001, define diretrizes,

    princpios, conceitos e aprova normas tcnicas para a atuao do SCI do Poder Executivo.

    Procedimentos de auditoria

    So verificaes e averiguaes previstas num programa de auditoria, que detalham o modo de como se obtero respostas s questes de auditoria.

    o modo de proceder para aferir a discrepncia, ou no, de uma condio em relao a determinado critrio de auditoria.

    Detalham os exames que o auditor dever executar para analisar as informaes necessrias formulao de seu julgamento e fundamentar suas concluses e propostas.

    Descrevem em pormenor o que deve ser feito e como deve ser feito, indicando os testes de observncia e os testes substantivos que sero aplicados e as tcnicas de auditoria que sero utilizadas.

  • [ 10 ] Auditoria Governamental

    Tcnicas de auditoriaPrescritas nos procedimentos de auditoria, as tcnicas so as prticas, os meios ou as ferramentas utilizadas para obteno e tratamento das informaes e dos diferentes tipos de evidncias que daro suporte s afirmaes do auditor.

    Exemplos: indagao oral ou escrita (questionrios e entrevistas);exame ou anlise documental;conferncia de clculos;inspeo fsica etc.

    As tcnicas de auditoria sero objeto de uma aula especfica do mdulo de planejamento de auditoria deste curso.

    Objetivo, escopo e questes de auditoria

    Para o desenvolvimento a contento das fases e atividades do processo de auditoria que sero tratadas a seguir, necessrio que o objetivo e o escopo da auditoria tenham sido definidos preliminarmente (NAT, 67), para que equipe possa, na fase do planejamento operacional, conhec-los, delimit-los e desenvolv-los apropriadamente, assim como definir a estratgia metodolgica a ser adotada, estimar os recursos, os custos e o prazo necessrio realizao da auditoria (NAT, 68 a 72).

    O objetivo deve ser entendido como a questo fundamental de auditoria a ser respondida, embora deva ser expresso de forma declarativa e no de questionamento. Representa o propsito da auditoria por que e para que ela ser realizada sendo o principal elemento de referncia para o trabalho em todas as fases (planejamento, execuo e relatrio). o objetivo que determina a natureza (regularidade ou operacional) e o tipo de auditoria e condiciona a delimitao do escopo e a metodologia a ser adotada.

    O objetivo da auditoria (isto , a sua questo fundamental), a depender de sua abrangncia, deve ser desdobrado em tantas questes de auditoria quantas sejam necessrias para respond-lo. Dessa forma, as questes de auditoria representam o detalhamento do objetivo, circunscrevendo a abrangncia da auditoria e estabelecendo os limites do trabalho.

    Na elaborao das questes que comporo o programa de auditoria, deve-se tomar todo o cuidado para no extrapolar ou restringir o objetivo de auditoria definido, de forma a no ampliar ou reduzir o escopo necessrio ao seu alcance. O Escopo a delimitao estabelecida para o trabalho e expresso pelo objetivo, pelas questes e pelos procedimentos de auditoria, no seu conjunto (NAT, 92).

    Leitura complementar:

    Para uma melhor

    compreenso desses

    conceitos fundamentais,

    sugere-se a leitura dos

    tpicos I.1. Objetivo

    da auditoria e I.2.

    Questes de auditoria,

    das Orientaes

    para Auditorias de

    Conformidade (BTCU

    Especial 3/2010, p.9).

  • [ 11 ]Mdulo 1 - Aula 1 - Tpico 3: O processo de auditoria

    1.2 Fases do processo de auditoria

    O processo de auditoria se desenvolve em trs fases. Cada uma dessas fases integrada por atividades, que sero detalhadas no decorrer deste curso, e so descritas sucintamente a seguir, para que voc tenha uma viso geral do processo.

    Processo de Auditoria

    Planejamento Execuo Relatrio

    Planejamento

    Ao nos referimos ao planejamento de auditoria, devemos levar em conta trs dimenses:

    Planejamento geral de longo prazo(mais de 1 ano)

    Planejamento geral de curto prazo (anual)

    Planejamento em relao a um

    trabalho de auditoria individual

    Planejamento estratgico

    Planejamento ttico

    Planejamento operacional

    Planejamento de todas as atividades de auditoria que sero realizadas em perodos determinados e incluem mtodos de seleo, hierarquizao e priorizao de objetos de auditoria, com base em critrios de relevncia, materialidade e risco, dentre outras tcnicas de alocao de recursos

    Primeira fase de uma auditoria em particular

    Dimenses

  • [ 12 ] Auditoria Governamental

    Enquanto o planejamento estratgico e ttico dizem respeito determinao de todas as atividades que sero desenvolvidas na unidade ou no rgo de auditoria, sendo, portanto, responsabilidade de seus dirigentes, o planejamento operacional de responsabilidade da equipe de auditoria e constitui uma etapa fundamental para o sucesso do trabalho, sendo imprescindvel que seja alocado o tempo adequado para a sua realizao, pois a tentativa de abrevi-lo muitas vezes redunda em problemas na fase de execuo, que podero provocar um acrscimo no tempo total de realizao, alm de repercusses negativas na qualidade.

    Observe, na ilustrao das fases do processo de auditoria, que h uma seta de retroalimentao da fase de execuo para a fase de planejamento do processo de auditoria. Isso significa que o produto final desta fase, o programa de auditoria, dever ser sempre ajustado quando surgirem, na fase de execuo, questes relevantes que justifiquem a alterao.

    A fase de planejamento operacional de uma auditoria em particular ser objeto do segundo mdulo deste curso. Assim, apenas para uma compreenso geral, descrevem-se sucintamente a seguir as atividades bsicas dessa fase, indicando-se os dispositivos das Normas de Auditoria do TCU em que o assunto tratado com mais detalhes.

    Construo da viso geral do objeto da Auditoria (NAT, 89 a 91)

    Levantamento preliminar de informaes com vistas ao co-nhecimento e compreenso do objeto de auditoria e do am-biente organizacional em que ele se insere.

    Inclui conhecer organogramas, fluxogramas, estudar a le-gislao e normas e identificar sistemas que do suporte ao objeto.

    Identificao e avaliao de objetivos, riscos e controles (NAT 71 e 72)

    As normas de auditoria relativas execuo dos trabalhos estabelecem que, para determinar a extenso e o alcance da auditoria, o auditor deve examinar e determinar o grau de confiabilidade do controle interno. O novo paradigma da auditoria baseada em risco modifica um pouco essa abor-dagem ao deslocar o foco dos controles para os riscos que eles devem mitigar. Assim, os auditores antes de avaliarem os controles internos, devem avaliar os objetivos do negcio, da unidade, do processo, programa, projeto, sistema ou da atividade que ser objeto do exame de auditoria, procurando identificar os riscos mais relevantes a eles associados, para em seguida identificar e testar os controles que a gesto ado-ta para mitigar tais riscos.

  • [ 13 ]Mdulo 1 - Aula 1 - Tpico 3: O processo de auditoria

    Elaborao do programa de Auditoria (NAT 94 a 97)

    O programa de auditoria o plano de ao detalhado do tra-balho que o auditor dever executar em campo para atingir o objetivo da auditoria. Os programas de auditoria podem ser:

    padronizados (programa-padro): quando elaborado para utilizao em todos os trabalhos da mesma nature-za, isto , que pode ser reutilizado. Aplica-se a objetos de auditoria que no se alteram, ou que sofrem apenas pequenas alteraes de um rgo ou entidade para ou-tro, como os processos organizacionais de apoio ou as atividades e procedimentos fortemente regulamentados, como, por exemplo, os processos de licitao e os atos de pessoal;

    especficos: quando elaborado para cada trabalho em particular. A necessidade de se elaborar programas espe-cficos ocorre quando o objeto de auditoria no tem um modo padronizado de funcionamento, ou seja, quando as funes, unidades, processos, sistemas, programas, projetos e atividades da organizao apresentam varia-es em seu modo de realizao ao longo do tempo, im-pedindo que um programa-padro seja aplicado.

    Elaborao preliminar de papis de trabalho (NAT 109 a 116) e do plano ou projeto de Auditoria (NAT 70, 94 (incio) e 95, I e IV)

    Consiste na preparao preliminar de papis de trabalho que sero preenchidos ou completados durante os trabalhos de campo, tais como, questionrios, roteiros de entrevistas, che-cklists, mapas de processos, planilhas, modelos, matrizes de planejamento e de possveis achados, matrizes de identifica-o de riscos e controles etc.

    O plano ou projeto de auditoria pode incluir, dentre outros preparativos, a elaborao de agenda de reunies a ser pro-posta/homologada junto aos gestores e agentes dos processos e atividades que sero examinados, assim como de cronogra-ma de execuo dos trabalhos na unidade. Em se tratando de trabalhos mais complexos, tambm se pode incluir a prepa-rao de uma apresentao para os gestores e/ou agentes da entidade auditada, esclarecendo os objetivos, o escopo e a se-quncia proposta para execuo dos trabalhos.

    Execuo

    Nesta fase, tambm conhecida como trabalho de campo, dado que predominantemente executada nas dependncias da entidade auditada, o programa de auditoria executado mediante a aplicao dos procedimentos e tcnicas estabelecidos na fase de planejamento.

  • [ 14 ] Auditoria Governamental

    nesta fase em que o auditor, por meio de uma sequncia lgica de atividades estabelecidas no programa de auditoria os procedimentos de auditoria realiza testes, coleta evidncias, desenvolve os achados ou constataes e documenta o trabalho realizado, tudo com observncia das normas, do mtodo ou dos padres de auditoria, com vistas elaborao do relatrio de auditoria.

    A fase de execuo de auditoria constitui o terceiro mdulo especfico deste curso.

    Relatrio

    O relatrio o produto final do processo de auditoria. o instrumento formal e tcnico por intermdio do qual a equipe de auditoria comunica o objetivo e as questes de auditoria; a metodologia utilizada; os achados de auditoria; as concluses; e as propostas de encaminhamento.

    Composta basicamente de trs atividades, a elaborao, reviso e distribuio do relatrio, o trabalho desta fase da auditoria exige a observao de uma srie de requisitos, critrios e atributos em relao comunicao, linguagem, aparncia e preciso do relatrio, que sero vistos detalhadamente no quarto e ltimo mdulo deste curso.

  • [ 15 ]Mdulo 1 - Aula 1 - Tpico 3: O processo de auditoria

    Sntese

    Neste tpico, vimos que o processo de auditoria consiste na utilizao de um mtodo e na aplicao de um conjunto de procedimentos e tcnicas com o objetivo de se obter informao e conhecimento para subsidiar a opinio do auditor.

    Da viso geral do processo de auditoria, pode-se abstrair que ele composto dos seis elementos seguintes:

    Disposies normativas

    Requisitos

    Informaes

    InsumosFontes de

    informao

    Fornecedores

    Auditores, sistemas...

    Recursos

    Relatrios, pareceres...

    Produtos

    Principal e seus representantes

    Clientes

    O processo de auditoria se desenvolve em trs fases:

    1. planejamento atividades bsicas: obteno da viso geral do objeto de auditoria; identificao e avaliao de objetivos, riscos e controles; elaborao do programa ou projeto de auditoria; elaborao preliminar de papis de trabalho;

    2. execuo: o programa ou projeto de auditoria executado mediante a aplicao dos procedimentos e tcnicas estabelecidos na fase de planejamento. O auditor realiza testes, coleta evidncias, desenvolve os achados ou constataes e documenta o trabalho realizado, observando as normas, o mtodo ou os padres de auditoria;

    3. relatrio - atividades: elaborao, reviso e distribuio do relatrio.

    Essas fases sero vistas detalhadamente no decorrer deste curso, nos mdulos 2, 3 e 4. Mas antes, neste mdulo introdutrio, voc ainda aprender a interpretar e aplicar as normas de conduta e de prtica do trabalho de auditoria e a avaliar controles internos de objetos deauditoria.

  • [ 16 ] Auditoria Governamental

    Referncias

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR ISO 9000 : Sistemas de gesto da qualidade : fundamentos e vocabulrio. So Paulo, 2005.

    BRASIL. Ministrio da Fazenda. Secretaria Federal de Controle Interno. Manual do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. Anexo Instruo Normativa n 01, de 6 de abril de 2001. Disponvel em: < http://www.cgu.gov.br/Legislacao/Arquivos/InstrucoesNormativas/ IN01_06abr2001.pdf>. Acesso em: 08 jul. 2010.

    ______. Tribunal de Contas da Unio. Instruo Normativa 49/2005. Dispe sobre as fiscalizaes realizadas pelo TCU, Braslia, DF, 13 de dezembro de 2005. Disponvel em: < http://www.tcu.gov.br/Consultas/ Juris/Docs/judoc/IN/20090206/INT2005-049.doc>. Acesso em: 08 jul. 2010.

    ______.______. Tribunal de Contas da Unio. Portaria 280/2010. Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da Unio, Braslia, DF, 08 de dezembro de 2010. Disponvel em: . Acesso em: 19 jan. 2011.

    ______.______. Tribunal de Contas da Unio. Portaria 90/2003. Padres de Auditoria de Conformidade, Braslia, DF, 06 de maro de 2003 (com anexo atualizado pela Portaria Segecex 26/2009). Disponvel em: . Acesso em: 08 jul. 2010.

    ______.______. Tribunal de Contas da Unio. Portaria Adplan 1/2010. Orientaes para Auditorias de Conformidade, Braslia, DF, 25 de janeiro de 2010. BTCU Especial 3/2010, 9 fev. 2010. Disponvel na biblioteca do curso.

    ______. ______. Regimento interno do Tribunal de Contas da Unio. Boletim do Tribunal de Contas da Unio, Braslia, DF, ano 40, n. 1, 13 fev. 2007. Disponvel em: . Acesso em: 08 jul. 2010.

  • [ 17 ]Mdulo 1 - Aula 1 - Tpico 3: O processo de auditoria

    CASTANHEIRA, Nuno Miguel Caeiro. Auditoria interna baseada no risco: estudo do caso portugus. Dissertao (Mestrado em Contabilidade e Auditoria) -- Universidade do Minho, Braga, 2007. Disponvel em . Acesso em: 3 Abr. 2010.

    CERQUEIRA, Jorge Pedreira de; MARTINS, Mrcia Copello. Auditoria de sistemas de gesto: ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, ISO/IEC 17025, SA 8000, ISO 19011:2002. Rio de Janeiro : Qualitymark Editora, 2004.

    CHAVES, Renato Santos. Auditoria e Controladoria no setor pblico: fortalecimento dos controles internos: com jurisprudncia do TCU. Curitiba : Juru, 2007.

    CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Auditoria: Origem, evoluo e desenvolvimento. Revista Contbil & Empresarial Fiscolegis, Aracaju, 2006. Disponvel em: . Acesso em: 11 mar. 2010.

    CRUZ, Flvio da. Auditoria Governamental. So Paulo: Atlas, 1997.

    DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 10. ed. So Paulo: Atlas, 1998.

    DISTRITO FEDERAL. Ministrio Pblico de Contas do. Do parecer Reviso de Proventos. Art. 6 da Lei n 39/89. Transposio para o cargo de fiscal de obras. Necessidade de comprovar-se o exerccio de atividade de fiscalizao. Declarao acostada aos autos que no satisfaz a exigncia da lei. PARECER MP/TCDF - 3.0244/99, Braslia, DF, 15 de maro de 1999. Relator: Jorge Ulisses Jacoby Fernandes. Disponvel em: < http://www.jacoby.pro.br/votos/ poder_policia.html>. Acesso em: 08 jul. 2010.

    FRANCO, Hilrio; MARRA, Ernesto. Auditoria contbil. So Paulo: Atlas, 1992.

    FREITAS, Carlos Alberto Sampaio de. Curso bsico de auditoria. Braslia: TCU, Instituto Serzedello Corra, 2001. Curso presencial.

  • [ 18 ] Auditoria Governamental

    INTEGRATED Definition Methods. Integration definition for function Modeling. Disponvel em: < http://www.idef.com/>. Acesso em: jun. 2010.

    MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 28. ed. atual. por Eurico de Andrade Azevedo, Dlcio Balestero Aleixo e Jos Emmanuel Burle Filho. So Paulo: Malheiros, 2003.

    MILESKI, Helio Saul. O controle da gesto pblica. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.

    MARANHO, Mauriti; MACIEIRA, Maria Elisa Bastos. O processo nosso de cada dia: modelagem de processos de trabalho. Rio de Janeiro : Qualitymark Editora, 2004.

    MOTTA, Joo Maurcio. Auditoria: princpios e tcnicas. 2.ed. So Paulo: Atlas, 1992.

    PACHECO, Marcela Soares; OLIVEIRA, Denis Renato de; GAMBA, Fabrcio La. A histria da auditoria e suas novas tendncias: um enfoque sobregovernanacorporativa.In:SEMINRIOSEMADMINISTRAO FEA-USP, 10., 2007, So Paulo. Disponvel em: . Acesso em mar: 11 mar 2010.

    PETERS, Marcos. Implantando e gerenciando a lei Sarbanes Oxley: governana corporativa agregando valor aos negcios. So Paulo : Atlas, 2007.

    S, Antonio Lopes de. Teoria da contabilidade superior. Belo Horizonte: Unio de Negcios e Administrao, 1994.

    SLOMSKI, Valmor. Controladoria e governana na gesto pblica. So Paulo: Atlas, 2007.

    THE INSTITUTE OF INTERNAL AUDITORS (IIA). Prticas para o exerccio profissional da auditoria interna. Traduo: Jos Juarez de Paula Freire. So Paulo: Audibra, 2004.

    TPICO 3 - O processo de auditoria1. O processo de auditoria 1.1 Em que consiste o processo de auditoria1.2 Fases do processo de auditoria

    SnteseTPICO 3 O processo de auditoria1. O processo de auditoria1.1 Em que consiste o processo de auditoriaObjetivo, escopo e questes de auditoria1.2 Fases do processo de auditoriaPlanejamentoExecuoRelatrio

    Sntese do tpico 3Referncias