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JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DE PRAÇAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA - NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2013 - ANO XII - NÚMERO 55 Conquistamos a promoção por tempo de serviço! Após a aprovação do PLC 42/13 pela Alesc, não haverá soldados com mais de 12 anos de serviço e todos os praças chegarão, no mínimo, a 3º sargento na ativa, a partir de 2015. Pág. 3 ... no dia seguinte, a deliberação foi entregue nas mãos do governador e dos secretários PÁGINAS 4, 5 E 6 Subsídio? Mais de 500 praças testemunharam o anúncio oficial das promoções sem limite de vagas Depois de seis horas e meia de assembleia, a decisão da imposição de ressalvas ao subsídio... Edição fechada no dia 26 de novembro

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Jornal da Associação dos Praças de Santa Catarina (Aprasc).

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Page 1: O Praça 55

JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DE PRAÇAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA - NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2013 - ANO XII - NÚMERO 55

Conquistamos a promoção por tempo de serviço!

Após a aprovação do PLC 42/13 pela Alesc, não haverá soldados com mais de 12 anos de serviço e todos os praças chegarão, no mínimo, a 3º sargento na ativa, a partir de 2015. Pág. 3

... no dia seguinte, a deliberação foi entregue nas mãos do governador e dos secretários

PÁGINAS 4, 5 E 6

Subsídio?Mais de 500 praças testemunharam o anúncio oficial das promoções sem limite de vagas

Depois de seis horas e meia deassembleia, a decisão da imposiçãode ressalvas ao subsídio...

Edição fechada

no dia 26 de novembro

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O Praça NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2013 - ANO XII - NÚMERO 55

EDITORIAL

EXPEDIENTEJornal da Associação de Praças do Estado de Santa Catarina (APRASC)Ano XII - nº55 - novembro/dezembro de 2013 - Tiragem: 11 mil exemplares - Distribuição gratuita e dirigidaTextos: Mirela Maria Vieira, Everson Henning e Elisandro Lotin de Souza Fotos: Mirela Maria Vieira, diretores, apoiadores, Agência Alesc, Centro de Comunicação Social da PM | Diagramação: Leonel Camasão (Mtb 3414/SC JP). Edição: Everson Henning e Mirela Maria Vieira | Jornalista Responsável - Mirela Maria Vieira (Mtb 0215/SC JP) | E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Raul Machado, 139 - CEP 88020-610 - Centro/Florianópolis-SC | Telefones: (48) 3223-2241/(48) 3039-0602 Site: www.aprasc.org.br | E-mail: [email protected] | Twitter: @ _aprasc | Facebook: www.facebook.com/aprascGestão Novembro 2012/Novembro 2015

Meritocracia, justiça e equilíbrio na carreiraAs promoções por tem-

po de serviço para os praças – 12 anos à cb e 20 anos à 3° sgt – significam muito mais que números de promovidos ou de divisas. Significam, principalmente, o fim de um signo maldito nos quartéis da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Mili-tar de SC: soldados com duas décadas de serviço sem pro-moção alguma e, consequen-temente, o fim das gerações de praças sem perspectivas na carreira. A partir de 2015, não teremos soldados com mais de 12 anos de serviço, nem ca-bos com mais de 20 anos nas corporações. Todos os praças de SC terão asseguradas, no mínimo, duas promoções na carreira.

Durante décadas imperou a idéia perversa nas corpora-ções militares de que os solda-dos não tinham direito a uma carreira, de que precisavam se submeter a concursos inter-nos para serem promovidos.

No início de 2006, após décadas de abandono das pro-moções dos praças, foi apro-vada a lei 318,que garantia a promoção contínua na carrei-ra dos praças e que foi elabo-

rada com intensa participação da Aprasc. Infelizmente, os comandantes da PM na época travaram o plano de carreira com o “fechamento” dos cur-sos, requisito essencial para efetivar as promoções. Sobra-vam vagas, mas faltava von-tade política e institucional para abrir os cursos.

Em 2011, o comando enca-minhou novo plano de carrei-ra, alterando a lei 318 e pre-vendo novamente a realização da seleção interna para cabo e sargento. Na época, a Aprasc montou uma comissão para elaborar projeto de carreira, mas as relações com o gover-no e com o comando ainda estavam tímidas, e a proposta encaminhada teve pouca par-ticipação dos praças. Por so-licitação da Aprasc e do Dep Sgt Soares, foi inserida na proposta a previsão de 30% das vagas para os mais anti-gos nos concursos internos para cabos e sargentos, sendo essa a única intervenção da entidade naquele projeto. A mesma proposta previa tam-bém a extinção do quadro especial, restando apenas a seleção interna como possibi-lidade de ascensão na carreira

O ponto de inter-rogação da capa

desta edição de “O Praça” certamente vai continuar em nossas cabeças até a integralização do subsídio, em dezembro de 2015. Será que o governo vai pagar? Será que teremos uma jornada de trabalho humana, sem o retorno da escravização nos quartéis? São perguntas que hoje povoam o imaginário dos praças da PM e do Bom-beiro de SC.

Mas, a interrogação desaparece quando a pergunta é sobre a luta da categoria e da diretoria du-rante esse processo longo e cansativo de negociação. Após centenas de reuniões com secretários, coman-

dantes militares, campa-nhas na mídia, outdoors, três assembleias gerais com 1.500, 2.400 e 1.000 pra-ças e 27 regionais, temos a certeza de que consegui-mos evitar derrotas maio-res e garantir conquistas.

O subsídio é um projeto dos delegados e oficiais, e foi “abraçado” pelo governo – ávidos por se livrarem do crescimento “vegetativo” da folha e dos penduricalhos. Nossa proposta salarial foi apre-sentada no início do ano e, basicamente, consistia na incorporação do valor das 40 horas extras + 50% de adicional noturno e adi-cional de periculosidade de 30% do soldo.

Até o final de julho,

insistimos com nossa proposta, mas ficamos iso-lados no momento em que delegados, oficiais, agentes da Polícia Civil e integran-tes do IGP fecharam com o subsídio. Dali para frente ficou claro que, caso a Aprasc insistisse na proposta, esta-ríamos brigan-do sozinhos e inevitavel-mente come-çaríamos um confronto aberto contra governo e comando.

Da primeira proposta de subsídio apresentada pelo comando até o projeto que foi encaminhado pelo governo à Alesc, não temos

Lutaremos com TODAS as ferramentas contra a escravização pelas escalas

dúvidas de que houve mui-tos avanços, tanto em valo-res quanto na manutenção de direitos. Retiramos do texto a previsão de até 72 horas de serviço por sema-

na, incluímos a manutenção do auxílio alimentação e o pagamento da ISA para os afastamentos médicos que têm como cau-sa a atividade PM ou BM.

Continuamos lutando para inserir no projeto o limite máximo de horas trabalhadas em 200 horas mensais para impedir abu-sos nas escalas e corrigir outros pontos, como a ava-

liação do comportamento. Contamos e precisamos do apoio massivo da categoria e, no que depender desta diretoria, lutaremos com todas as ferramentas con-tra as tentativas de escra-vização pelas escalas.

O subsídio certamente não vai resolver a situa-ção salarial dos praças. A questão salarial é uma luta eterna e temos a cons-ciência de que a Aprasc estará, em qualquer tempo, brigando por um padrão salarial adequado, não permitindo que a inflação reduza o padrão de vida dos praças.

Soldado Elisandro LotinPresidente da Aprasc

dos praças, o que traria nova-mente o risco de vermos com-panheiros se aposentando na graduação de soldado ou, no máximo, de cabo.

A palavra meritocracia foi exaltada desde então, se transformando em uma es-pécie de carro chefe das alte-rações no plano de carreira, linha mestra defendida pelo comando e repetida incessan-temente nos quartéis. As pri-meiras seleções internas reve-laram o óbvio: a maioria das vagas nos cursos de cb e sgt foram preenchidas pelos mais novos, soldados e cabos recém formados.

Nossa principal intenção com o projeto da “automáti-ca” foi de fazer justiça, evitar que centenas de praças ficas-sem décadas sem progredir na carreira. Além de reparar in-justiças contra os praças mais antigos, o projeto dá novo ânimo aos que ingressaram nos últimos concursos, pois agora têm a certeza de uma progressão mínima. Também está garantida a realização de cursos anuais com mínimo de vagas estabelecido em lei -300 vagas de cabo e 180 de sargen-to na PM, além de 90 vagas

de cb e 50 de sgt no Bombeiro -, proposta feita pelo coman-dante geral da PM durante as negociações com a Aprasc.

Não atingimos todos os objetivos nessa negociação, e vamos continuar defendendo nosso ideal de carreira úni-ca nas instituições – caminho mais eficiente para minimizar as divisões internas que tan-to prejudicam as corporações. Mas alcançamos um ponto de equilíbrio entre a merito-cracia e os interesses da co-letividade, na medida em que garantimos uma progressão mínima para todos os praças e ao mesmo tempo deixamos aberta a possibilidade de as-censão mais rápida através de

concursos.Nenhuma instituição so-

brevive valorizando apenas o indivíduo em detrimento da coletividade, especialmente no caso de corporações que realizam um trabalho impos-sível de ser feito de forma iso-lada, por mais brilhantes que sejam seus integrantes. Nossa maior vitória nesse projeto foi a conquista da valorização do coletivo, da maioria do efetivo das instituições, e principal-mente daqueles que estão há mais tempo esperando.

Parabéns a todos os futu-ros promovidos!

Soldado Everson HenningCoordenador de Imprensa

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O Praça NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2013 - ANO XII - NÚMERO 55

Promoção por tempo de serviço não tem limite de vagasDiretores trabalham para mudar avaliação do comportamento de “ótimo” para “bom”

O projeto constru-ído pela Aprasc

para garantir duas pro-moções por tempo de serviço durante a carrei-ra dos praças, sem limi-

tação de vagas, integra o pacote da segurança pública enviado pelo governo para análise da Assembleia Legislativa.

Com a possível apro-

A P r o c u r a d o r i a Geral do Estado

se comprometeu a re-examinar o projeto do Quadro de Oficiais Ad-ministrativos (QOA) e solicitou que a Aprasc e o Comando auxiliassem com teses comprovató-rias da constitucionali-dade da matéria. “Da parte da Procuradoria temos intenção de aju-dar a efetivar esse pro-jeto. Se no Brasil inteiro é assim, vamos tentar construir”, afirmou o procurador geral, João dos Passos.

Passos recebeu o vice--presidente da Aprasc, sargento Pedro Paulo Boff Sobrinho e o coor-denador de imprensa soldado Everson Hen-

QOA tem sinal verde da Procuradoria Geral do Estado

CARREIRA

vação do PLC 42.6/2013, todos os soldados da PM e do BM com 12 anos ou mais de efetivo servi-ço serão promovidos a cabo, e todos os cabos

com 20 anos e no míni-mo dois anos na gradu-ação, serão promovidos a 3º sargento. Todos aqueles que preenchem os requisitos na data de publicação da lei serão promovidos em janeiro de 2014; agosto de 2014 e janeiro de 2015. “Nossa proposta era de 10 e 15 anos, e comportamento bom. Mas, ainda assim é um avanço histórico”, avalia o coordenador de Imprensa Sd. Everson Henning, que auxiliou na elaboração do projeto negociado.

A Aprasc mantém a luta pela mudança na avaliação do comporta-mento, de “ótimo” para “bom”, e conseguiu re-

ning, no dia 7. Participaram também

do encontro, a convite da Aprasc, o deputado Sargento Amauri Soares (PSOL), o coronel Amo-rim e o coronel Kniss, representando respec-tivamente os comandos da PM e do CBM e o te-nente coronel Joel, chefe da P-1 do Estado Maior da PM.

Os diretores explica-ram a importância do QOA na carreira dos praças e sobre sua exis-tência consolidada na maior parte do território nacional.

Além disso, argumen-taram que sua institui-ção gera economia de re-cursos públicos, através do aproveitamento de

praças com larga expe-riência nas corporações para funções adminis-trativas do oficialato. O deputado Soares citou exemplos de várias ins-tituições militares pelo país que já efetivaram o

QOA, caso das forças ar-madas, que sempre tive-ram quadros de oficiais auxiliares destinados aos praças com qualifi-cação.

Os representantes dos comandos da PM e

do CBM afirmaram que as instituições têm todo interesse em realizar os cursos e que já existe previsão legal para efe-tivar o QOA, faltando apenas a liberação da PGE.

duzir de cinco para dois anos o interstício já pre-visto para a promoção de Cabo a 3º Sargento do Quadro Especial.

A lei garantirá ainda, no mínimo três cursos de Cb e três cursos de Sgt anuais, sendo 300 vagas para Cb, na moda-lidade à distância e 180 vagas para Sgt na PM; e 90 de Cb e 50 de Sgt no BM.

Além disso, a Aprasc conseguiu abrir mais uma porta para promo-ção: os Cbs e Sgts do QE poderão concorrer pelos 70% das vagas dos con-cursos internos, além dos 10% já reservadas para o QE.

“As instituições militares como um todo serão beneficiadas”, disse Lotin.

Reunião foi solicitada pela Aprasc

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O Praça NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2013 - ANO XII - NÚMERO 55

Aprasc briga por limite máximo de 200 horas mensais

Com remessa ao Poder Legislativo

anunciada para o dia 7 de novembro, dois dias depois da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) dos praças apro-var a proposta do subsí-dio impondo-lhe ressal-vas a serem negociadas, o projeto de lei comple-mentar instituindo a modalidade remunera-tória só foi encaminha-do no dia 12. Os cinco dias de intervalo entre o anúncio e a efetiva entrada no Parlamento, resultaram da intensa ação da diretoria que inclusive barrou o pro-tocolo dos projetos pelo secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni, na data anunciada.

Desta forma, conse-guiu reverter a mudança de última hora não acor-dada com a categoria e que prejudicava os sub-tenentes. (Confira a ta-bela do PLC do subsídio na página 6).

Esta alteração, segun-do o secretário da Fazen-da, Antonio Gavazzoni, foi inserida no projeto

na véspera da AGE dos praças. “Recebemos a cópia do projeto apenas poucas horas antes da nossa assembleia. Acha-mos que era um erro de digitação, mas confirma-mos que tinha sido alte-rado. Imediatamente, acionamos o secretário da Administração, Derly Anunciação, que disse desconhecer a modifi-cação e buscou informa-ções junto à secretaria da Fazenda”, relata o co-ordenador jurídico, Sgt

POLÍTICA SALARIAL / JORNADA DE TRABALHO

Edson Fortuna. No dia 6 de novem-

bro, comitiva da Aprasc integrada pelo presi-dente, Elisandro Lotin, Fortuna, Sd Everson Henning, coordenador de Imprensa e pelo 2º secretário, Sub Saul Ho-norato Filho, informou oficialmente o governo que os praças retirariam o apoio parcial ao proje-to caso se mantivesse a tabela com a “compac-tação”. A ação da dire-toria garantiu que o pro-

Subsídio: praças não aceitam retorno à “escravização”

Cronologia das negociações

Assembleia geral da categoria aprovou o projeto do subsídio com ressalvas no dia 5

Janeiro: Começam as reuniões para discussão da política salarial com os comandos - aqui, com o Comando Geral da PM - governo e Associações.

Fevereiro: Prosseguem as reuniões e cresce a mobilização dos praças, que realizam manifestação na Assembleia Legislativa, na leitura da mensagem do Poder Executivo pelo governador Raimundo Colombo.

O PACOTE DA SEGURANÇA Baixe a íntegra dos projetos em www.aprasc.org.br

POLICIAIS E BOMBEIROS MILITARES• Promoção (Plano de Carreira - automática) PLC 42.6/2013• Hora-extra PLC 43.7/2013• Subsídio da PM e Bombeiro - PLC 44.8/2013POLICIA CIVIL • Subsídio agentes - PLC 0046/2013• Subsídio Delegados - PLC 0047/2013 IGP• Subsídio - PLC 0045/2013

TETO DO PODER EXECUTIVO• Proposta de Emenda à Constituição 06/2013 - Altera o artigo 23 da Constituição estadual, estabelecendo o atrelamento do teto dos servidores do Poder Executivo ao salário do desembargador (Judiciário) e não mais ao salário do governador. A PEC vai beneficiar principalmente os servidores que recebem altos salários.

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As emendas da Aprasc

PLC 44.8/2013 - subsídio

1. Institui um limite máximo de 200 horas mensais trabalhadas;2. Antecipa o pagamento da incorporação dos abonos salariais, de março para janeiro de 2014;3. Antecipa o prazo de quitação do subsídio para o ano de 2104;4. Estabelece que deverá ser pago aos integrantes do Corpo Temporário de Inativos valor equivalente a 1/3 do subsídio da graduação do militar.5. Exclui o inciso VIII, do artigo 4º, para manter o adicional noturno;6. Exclui o inciso XI do artigo 4º, para manter o adicional de pós-graduação.

PLC 42.6/2013 - carreira

1. Modifica o critério de comportamento para a promoção, de ótimo para bom. 2. Suprime o § 11, do art. 3º, mantendo a antiguidade dos Cabos e 3º Sargentos do quadro especial ao passarem para o quadro da carreira.

A verdade sobre a compactação

Desde o começo do ano, a Aprasc

está negociando a ques-tão salarial, sempre aten-dendo as deliberações da base manifestadas nas assembleias gerais e regionais e trazidas pe-los diretores e apoiado-res regionais.

No período, várias propostas foram postas na mesa de negociação. A maioria delas embu-tia tratamento desigual entre oficiais e praças e destes com os agentes da Polícia Civil, além da extinção do direito dos subtenentes ao ven-cimento do 2º tenente quando da ida para a reserva remunerada, conquistado com a Lei 333/2006.

A diretoria da Aprasc avisou que sairia das negociações, rechaçan-do qualquer proposta

que aprofundasse o tra-tamento desigual entre praças, oficiais e agentes da Polícia Civil.

O governo refluiu do apoio inicial dado ao pleito dos oficiais. A Acors, buscando manter a Aprasc na mesa de ne-gociação, construiu uma proposta de compacta-ção que abrangia pra-ças e oficiais. E este foi o modelo debatido junto à Aprasc. “Temos cópia desta proposta da Acors e testemunhas de que este foi o modelo que a Aprasc aceitou discutir, mas que foi rejeitado com veemência pelo go-verno e pelo Comando Geral ainda em março, no começo das negocia-ções que duraram prati-camente o ano todo por conta da nossa estraté-gia”, assinala Elisandro Lotin.

Março à Julho: Acontece a primeira rodada de assembleias regionais e a primeira assembleia geral extraordinária da categoria, reunindo 1.500 praças que caminharam até o Centro Administrativo.

Agosto à outubro: A Aprasc propõe a promoção automática como condição para prosseguir nas negociações, e busca melhorias na proposta do subsídio. Acontece a segunda rodada de assembleias regionais.

Modelo de compactação discutido com a Acors 1. Mantinha, por uma questão de exigência de leis federais, os mesmos postos do oficialato e as mesmas graduações dos praças;

2. Compactava os postos para efeito de salário, sempre no mesmo valor previsto para o subsídio, da seguinte forma:

a. Coronel e Tenente Coronel b. Major e Capitão; c. 1º Tenente e 2º Tenente; d. Subtenente e 1º Sargento; e. 2º Sargento e 3º Sargento e f. Cabos e Soldados.

jeto do subsídio (PLC 44.8/2013) fosse encami-nhado para o legislativo, com as tabelas apresen-tadas aos praças nas 27 assembleias regionais realizadas entre agosto e outubro.

O projeto em tramita-ção mantém o auxílio--alimentação, retirado no início das negocia-

ções, e estabelece em seu artigo 9º a elaboração de lei específica para defi-nir jornada de trabalho, já em discussão com o governo e o Comando. “Esta mos discutindo a jornada de trabalho sob a ótica das horas traba-lhadas, não sobre esca-las ordinárias ou extra-ordinárias. Hoje, temos

Diretores informaram ao governo que se a tabela não mudasse, o apoio parcial dos praças ao subsídio cairia

direito às 40 horas ex-tras, que foram absorvi-das pela ISA na propos-ta do subsídio. Então, queremos que esteja no projeto o limite das 200 horas/mês, para impe-dir a volta das escalas escravizantes”, enfatiza Lotin.

As emendas aos proje-tos inserindo o teor das ressalvas da AGE dos Praças, foram articula-das de imediato, pela diretoria e pelo deputa-do Amauri Soares, que estão em plantão per-manente na Assembleia e em conversação com o governo para garantir que esteja na lei.

No dia 19, Lotin ocu-pou pela segunda vez esse ano a tribuna da Alesc para defender as mudanças propostas.

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Valores fixados no PLC 44.8/2013O subsídio começa

a ser implantado em agosto de 2014, jun-tamente com a ISA, até ser integralizado nos va-lores finais da tabela ao lado, aos quais devem ser somados os valores referentes ao vale-ali-mentação percebido pe-los praças.

Todas as gratificações (triênios, vintenária, pós-graduação), além das horas extras judiciais e quaisquer adicionais, foram suprimidos pelo que é designado “moda-lidade de remuneração”. A ISA incide sobre o 13º e o adicional de férias, mas não sobre a contri-buição previdenciária e o Imposto de Renda.

POLÍTICA SALARIAL / JORNADA DE TRABALHO

*Tabelas com os valores referentes a agosto de 2014 e dezembro de 2015 estão nos Anexos do PLC, disponíveis na íntegra no site da Aprasc.

*Tabela do subsídio integralizado em dezembro/2015A indenização por serviço ativo equivale a 17,6471% do valor do subsídio do respectivo posto ou graduação

ISA

Cronologia das negociações

Outubro: Com as negociações no ponto de esgotamento, na medida em que a Aprasc reiterava não ter pressa e rejeitou negociar sem o atrelamento do plano de carreira, delegados e oficiais buscavam convencer sobre as vantagens do subsídio. No final de outubro, Adepol convidou a Aprasc para reunião em sua sede, junto com Acors e Sinpol.

Novembro: No dia 1º, o comando anunciou oficialmente a promoção por tempo de serviço sem limite de vagas, idealizada pela Aprasc.

Novembro: No dia 5, cerca de mil praças participaram de mais de seis horas de debates na AGE em Florianópolis, deliberando por apoiar o projeto parcialmente, impondo-lhe restrições a serem negociadas com o governo, deputados e Comando.

Acordo beneficia mais antigosArticulada pela Aprasc e pelo gabinete do deputado Sargento Amauri

Soares (PSOL), junto com a deputada Ana Paula Lima (PT), no dia 29/10, emenda ao PLC 32/13, que define tempo mínimo de serviço ativo de 25 anos para os homens e 20 para as mulheres, determina que as novas regras valerão somente para os novos integrantes da PM e do BM. O acordo para garantir sua aprovação foi selado na tarde do dia 5/11, em reunião no Comando Geral, simultaneamente à Assembleia Geral Extraordinária (AGE) dos praças, de onde saiu a comitiva integrada pelo vice-presidente regional da Foz do Itajaí, Luis Fernando Soares Bittencourt, pelo coordenador de Patrimônio, Rodrigo de Souza e pelo deputado Soares.

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A Aprasc firmou convênio com a ABVO que oferece aos praças associados descontos de 20% no Curso de Especialização em Direito Público em nível de pós-graduação, certificado pela UNIVALI, e também preparatório para o con-curso de oficiais PMSC. São 17 parcelas de R$ 239,00.

O curso tem 372 horas/aula, em 12 meses, com aulas a cada 15 dias, sem-pre nas sextas à noite e aos sábados. Alunos do interior podem se hospedar gratuitamente na sede balneária da ABVO em Canasvieiras. Uma turma inicia as aulas no final de novembro. Mais informações: www.abvo.com.br ou pelo fone: (48) 3234 9866.Estão em estudo outros convênios.

Sobre a nossa saída do PDT e o ingresso no Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)

Amauri Soares, deputado estadual, ex-presidente da Aprasc, segundo-sargento da reserva remunerada.

No dia 28 de se-tembro de 2013,

um grupo de pessoas que por ironia da histó-ria responde pela dire-ção estadual do PDT se reuniu para deliberar pela expulsão deste de-putado do partido que já foi de Leonel Brizola e de Darcy Ribeiro. Eu, pra-ça, fundador e primeiro presidente da APRASC, eleito por duas vezes de-putado estadual, recebi esta expulsão como uma agressão política, covar-de e traiçoeira.

De certo modo, para mim, foi uma honra ser vítima deste ato covarde de expulsão.

Em primeiro lugar, porque ele é um ataque extremado dos que, ape-sar de traficar com seu próprio ideário herdado, sabem que nunca iriam nos desviar de nossas convicções político-ide-ológicas.

Em segundo lugar, porque as pessoas que decidiram me expulsar

abandonaram há muito tempo o melhor da tra-dição trabalhista. É coe-rente que os que traem o melhor do seu passado também reneguem as suas alianças e amizades mais saudáveis.

A última novidade é que a Justiça anulou o processo de expulsão que sofremos via Co-missão de Ética instala-da pela direção do PDT. O juiz Hélio do Valle Pereira declarou em sua sentença: “estou com o autor, enfim, quando diz que está sendo jul-gado por tribunal de ex-ceção”. Essa decisão cor-robora a existência de perseguição da direção partidária pedetista à esse parlamentar e com-prova a justa causa de nossa filiação no PSOL.

A nossa escolha do PSOL não foi aleatória, nem solitária. Foi fru-to de muita discussão com os companheiros. O PSOL é um partido que tem se posicionado, no âmbito nacional e esta-dual, em oposição ao la-tifúndio, ao monopólio e ao imperialismo - tudo que nós sempre comba-temos como atraso para

o desenvolvimento au-tônomo dos trabalhado-res. Mais precisamente em Santa Catarina, o PSOL sempre apoiou a luta dos praças.

Enquanto muitos vi-raram as costas, inclusi-ve as lideranças do PDT, os dirigentes locais e nacionais do PSOL sem-pre estiveram ao nosso lado. Também foram os primeiros a comparecer nas vigílias em defesa da luta dos praças e contra a criminalização do nos-so movimento de 2008.

Queremos agradecer aos pedetistas coerentes

com a luta, com os quais tivemos o privilégio de conviver nestes anos. Vale lembrar também que o mandato não é da direção do PDT e de ninguém em particular. O mandato é de todos trabalhadores e, em es-pecial, dos praças catari-nenses.

Nesse momento, mui-tos companheiros nos perguntam o que fare-mos em 2014. A verda-de é que não vai haver nenhuma decisão de cúpula. Vamos decidir sempre democrática e coletivamente.

Nesse sentido não é prudente declarar uma candidatura desde já, pois as candidaturas de-pendem de muitos fa-tores que, muitas vezes, não estão sob nosso total controle. Mas, de nossa parte, há duas certezas.

A primeira é que este companheiro poderá ser candidato a qualquer cargo eletivo, inclusive a governador do Estado.

E, a segunda, é que os praças terão um can-didato a deputado esta-dual para representar o profícuo e resoluto mo-vimento aprasquiano.

Curso da ABVO: 20% de desconto aos praças associados

Novo prazo para procurações

Foi prorrogado até o final do ano, o prazo para o en-caminhamento das procurações para a ação em anda-mento que busca os juros e correção monetária dos sa-lários atrasados do governo Paulo Afonso.

O processo está sob o número 023.03.025918-8 e tramita na Comarca da Capital, sob a condução dos ad-vogados Jeferson Alexandre Ubatuba e Pedro Augusto Lemos Carcereri. Recentemente, o juiz determinou que fossem informados os dados e juntadas as novas procu-rações dos associados que constam como beneficiários do processo. Informações detalhadas no site da Aprasc.

MANDATO

Aprasquianos manifestaram seu apoio ao representante dos praças na Alesc

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QUALIDADE DE VIDA

Em defesa da saúde dos Praças

Que tipo de doen-ças afetam mais

os praças? Quais as que mais causam afastamen-tos? O que pode ser feito?

Estas três perguntas são o ponto de partida das ações desencadeadas pela Aprasc nos últimos meses para definir for-

mas de cobrar do Estado as responsabilidades di-tadas pela Constituição Federal, pela Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Tra-balhadora, instituída no ano passado via Decreto pelo Governo Federal, e pela lei estadual 14.609,

Projeto vai nortear açõesA Aprasc pretende

contratar pesquisa para elaborar o diagnóstico das condições ambien-tais de trabalho dos praças, seu efeito sobre a sua saúde, as possibili-dades de redução de riscos e doenças que mais afetam os PMs e BMs.

Já está em análise proposta dos pesquisa-dores Elisa Ferreira, psi-cóloga especialista em Saúde do Trabalhador, e Elvis Dias, especialista em gestão ambiental do trabalho, que realiza-ram trabalho semelhan-te para o Sindiprevs

(sevidores federais da Saúde e Previdência) e o Sinergia (Eletrosul).

Os resultados da pesquisa irão subsidiar ações da Aprasc na

fiscalização e efetiva cobrança junto aos órgãos res-ponsáveis do cumpri-mento das leis federais e estaduais, dando em-

basamento para ações judiciais, denúncias ao Ministério Público e reivindicações junto ao Governo. Assim que for definida a realização do trabalho, a Aprasc infor-mará com antecedência para facilitar a partici-pação dos praças.

Assédio moral: campanha para reagir e denunciarA pesquisa em aná-

lise dará maiores sub-sídios para o plane-jamento de ações de combate ao assédio moral, no sentido de estimular os praças a reagir e denunciar. Seminários, pales-tras, elaboração de material impresso específico para o am-biente militar estão no planejamento.

Assunto proibido e difícil, pelas particu-laridades do Código Militar, a prática do assédio moral no âm-bito das corporações da Polícia Militar e do Bombeiro Militar, foi levado à discussão em evento público, nos dias 30 de se-tembro e 1º de outu-

bro. O presidente da Aprasc, Sd Elisandro Lotin, relatou casos e falou sobre o cotidia-no das corporações, em que o assédio moral é uma no 3º Seminário Catari-nense de Prevenção ao Assédio Moral no Trabalho.

No mesmo perío-do do evento, o 12º Batalhão da PM publi-cou ordem determi-nando o cumprimento dos atestados médi-cos no alojamento do quartel, sob pena de prisão.

A diretoria reagiu imediatamente ao receber a denúncia. Entrou com mandado de segurança para suspensão imediata

sancionada em 2009, que implantou o Pro-grama Estadual de Saú-de Ocupacional do Ser-vidor Público, até hoje relegado a um registro no papel. Em setembro, a Aprasc integrou-se ao Forum Parlamentar em Defesa da Saúde do Tra-

balhador, criado no ano passado, e participou de dois eventos importan-tes. Tanto na Audiência Pública sobre Saúde do Servidor Público, em 24 de setembro, quanto no Seminário sobre Assédio Moral no Trabalho, no dia 1º de outubro, o pre-sidente Elisandro Lotin expôs fatos comprovan-do as condições desu-manas a que são subme-tidos os profissionais da linha de frente da Segu-rança Pública em Santa Catarina.

“A maioria trabalha doente porque quase metade da sua remune-ração advém das horas extras, além da falta de equipamentos adequa-dos, caso dos kits indi-viduais de proteção que permanecem na con-dição de promessa do

governo, há mais de 10 anos, para 95%”, relatou Lotin aos presentes nos dois eventos.

Nas duas oportuni-dades, ele apresentou os únicos dados oficiais disponíveis referentes apenas à PM, quanto à saúde mental e sobre as fontes do estresse pro-fissional. Não há pesqui-sas ou dados acessíveis sobre os adoecimentos e afastamentos no Bom-beiro Militar.

Participaram dos de-bates os diretores do Patrimônio, soldado Ro-drigo de Souza, que inte-gra de forma permanen-te o Grupo de Trabalho relativo aos Servidores Públicos no âmbito da Frente Parlamentar, de Imprensa, Everson Hen-ning, além de outros di-retores e praças.

da ordem e fez a de-núncia formal do caso às Comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública da Assembleia Legis-lativa e da OAB/SC; ao Ministério Público do Trabalho/SC; ao Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Ce-rest) e aos Conselhos Regionais de Psicolo-gia e de Medicina.

Também conseguiu ampla divulgação do caso pela mídia, o que foi fundamental para a suspensão da ordem pelo Comando Geral. “Fizemos tanto barulho que o caso ganhou até repercus-são nacional”, com-pleta Lotin.

Na audiência pública na Alesc, Lotin denunciou condições desumanas do cotidiano dos praças

Diagnóstico vai embasar reivindicações junto ao governo