o pensamento de bion-1

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  • 7/28/2019 O Pensamento de Bion-1

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    O pensamento de Bion

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    A psicanlise de Freud, reorientada porMelanie Klein, foi a base da construo dopensamento de Bion.

    Seu ponto de partida foi a prpria experinciapsicanaltica que se apoia numa dificuldade detraduo/ transmisso.

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    Jamais o relato clnico reproduzfundamentalmente uma sesso, como oessencial de qualquer experincia emocional

    , alis, irreproduzvel e irrepresentvel deforma cabal. Lidamos apenas com fenmenos,no com a coisa em si; lidamos com o

    resultado de mltiplos, encadeados e infinitosprocessos de transformao, nunca com aorigem destas transformaes.

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    A coisa em si;

    A origem;

    A experincia emocional; A representao;

    A transformao.

    H entre estes registros espaos que vosendo modelados e construdos, e quedeterminam o campo da experincia.

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    Obras de maturidade (dcada de 1960)

    Learning from experience (1962);

    Elements of Psycho-Analysis (1963);

    Transformations (1965)

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    La rponse est le malheur de la question(Maurice Blanchet)

    A resposta a doena que mata a

    curiosidade (Bion)

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    O que , ou o que pode se ensinar, no queconcerne chamada transmisso dapsicanlise?

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    Ensinar diz o termo latino in-signare. O timoin tem duas possibilidades de compreenso

    e uso. A primeira a da negao, e a segunda a dentro de, em , ou para dentro.

    In-signare: levar pra dentro do signo, mastambm considerar a prtica do pensamento

    negativo, segundo o qual in-signare deve serlido como destruio do signo, de-significar.

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    Essa capacidade de destituir os signos de seussignificados, deixando-os no saturados eaptos a infinitas realizaes prpria do

    pensamento. O pensamento nasce da impossibilidade de

    contato com o objeto na sua plena presena;quem no tolera a ausncia do objeto, nopensa e no desenvolve o aparelho parapensar.

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    A prtica da psicanlise consiste em ajudar aoperar essa dessaturao do signo parapermitir o pensamento.

    O que subjaz suposio da possibilidade daanlise seguramente a crena em umatransformao que nos ponha em contatocom a realidade, com a origem, com os

    objetos como coisa em si, com o que chamarde O da experincia.

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    Mas, de O no pode haver representaoadequada. Pode, isto sim, haver um tornar-seO, e que o que se pode ambicionar a

    passagem de K (smbolo que nos remete aKnowledge, conhecimento) para O (smboloque nos remete a Origin, One, Object).

    Seria a passagem de um saber sobre para umvir a ser.

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    Anlise

    Na anlise, a experincia original sempre sofreo efeito de um processo criativo.

    Bion utiliza o termo realizao, pois qualquerrealizao j no mais corresponde experincia original, mas sim o produtocriativo de uma dada transformao.

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    Transformaes

    Todo trabalho de pensamento umatransformao.

    No caso de um sintoma, estas transformaespodem fazer com que das dores corporais (porexemplo, dores no joelho) apaream para osujeito como delrio (por exemplo nao delrio

    de auto-referncia de Kretschmer),conservando contudo, algo invariante.

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    a partir do cruzamento de transformaesque podemos perceber os invariantes, masque no temos ainda noo do estatuto do

    que estaria sendo transformado em primeirainstncia.

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    As transformaes (T) englobamtransformaes em termos de processo (T) eas transformes em termos de produtos (T).

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    Bion prope a noo de que os elementosmais primitivos da experincia anteriores aqualquer simbolizao, sejam nomeados de

    elementos . Tais elementos exigemsimbolizao, vale dizer, um processometablico capaz de convert-los empensamentos propriamente ditos: eles so

    como elementos de um sistema protomental,sendo assim, no podem ingressar e nem seconservar no psiquismo.

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    Na ausncia de um aparelho prprio parapens-los, eles (como fatos indigestos) seroevacuados.

    Isso o ocorre sob dominncia do princpio doprazer em que a nica via a da reduoimediata da tenso por meio da descarga.

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    Os elementos so em si mesmosincognoscveis e no armazenveis.

    o processoi de transformao que os digeree os simboliza, convertendo-os em elementos que podero, estes sim, ser armazenados eutilizados para o psiquismo.

    A funo de transformar elementos emelementos denomindada funo .

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    A funo uma funo de transformao.No entanto, dada a natureza incognoscvel doselementos , e do fato de Bion s chegar a

    eles por meio de uma deduotranscendental, a funo na verdadecriativa e jamais reprodutiva.

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    Revrie

    Quando a mente no est preparada parapensar estes protopensamentos, eles exigirouma mente alheia, como o caso da relao

    me-beb. Nesse caso, a capacidade de revrie da me

    exerce para o filho a funo .

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    A me pensa os protopensamentos(intensidades afetivas, sensualidades)disseminados no corpo do beb e evacuados

    para seu prprio corpo (por identificaoprojetiva), para devolv-los gradualmente aofilho mais elaborados, pensados -,

    constituindo na criana, progressivamente,um aparelho de pensar prprio.

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    A posio do analista

    O que caracteriza a posio do analista e suaatividade a lealdade ao vnculo K e suaconvico de que ele e o analisando sobrevivero

    verdade e ambos se fortalecero com ela. O que cura a verdade, embora no se trate da

    verdade no sentido mais convencional. Trata-se

    da capacidade anmica de acolher, entrar emcontato, reconhecer e nomear as experinciasemocionais.