o pedido de nicolau - a anônima mais conhecida

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Grazi grazimancini.blogspot.com Talvez tenha começado com a gripe que Nicolau pegou há alguns dias, que o levou a ficar em repouso na casa de sua avó Ana. Ana sempre gostava de contar histórias para Nicolau, assim o tempo passava mais rápido. Entre essas histórias, havia uma que falava sobre um garoto chamado Luiz, que queria muito pilotar um avião, mas no aeroporto de sua cidade não haviam aviões (eles eram caros demais), apenas imensos balões. Luiz não se deixou abater: aprendeu a “pilotar” os balões e realizou grandiosos feitos. Talvez tenha sido na aula de português, onde Nicolau teve que interpretar a música “Sonho de Ícaro” (Voar, voar/ Subir, subir/ Ir por onde for). O fato é que Nicolau chegou para os seus pais e disse “Eu quero voar de balão”. Voar de avião era até uma coisa compreensível, mas de balão? Por que motivo uma criança de oito anos pediria isso? “Quero salvar a minha cidade dos inimigos, defender os justos e prender os malvados, como fez o Luiz”. E quem era esse Luiz? O novo Ben 10 da televisão ou seria seu mais novo amigo imaginário? “É um super-heroi de uma história que a vovó Ana me contou semana passada, quando estava doente”. Tinha quer ter algo a ver com a vovó Ana! Lugar de criança é em casa, e não num balão qualquer, a metros e mais metros do chão! Apesar do sacrifício de Nicolau, a única coisa que ele conseguiu foi um possível trato: “Se você se comportar até fazer dez anos, podemos até vir a rever seu pedido. Até lá, você só poderá voar em seus sonhos. E olhe lá!”. E foi então que Nicolau decidiu fazer outro pedido: “Posso fazer dez anos amanhã?”. Seus pais riram. “Isso meu pequeno, apenas o tempo poderá te dar”.

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para Nicolau, tudo é possível, basta apenas pedir.

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Page 1: O pedido de Nicolau - A anônima mais conhecida

Grazigrazimancini.blogspot.com

Talvez tenha começado com a gripe que Nicolau pegou há alguns dias,

que o levou a ficar em repouso na casa de sua avó Ana. Ana sempre gostava

de contar histórias para Nicolau, assim o tempo passava mais rápido. Entre

essas histórias, havia uma que falava sobre um garoto chamado Luiz, que

queria muito pilotar um avião, mas no aeroporto de sua cidade não haviam

aviões (eles eram caros demais), apenas imensos balões. Luiz não se deixou

abater: aprendeu a “pilotar” os balões e realizou grandiosos feitos.

Talvez tenha sido na aula de português, onde Nicolau teve que

interpretar a música “Sonho de Ícaro” (Voar, voar/ Subir, subir/ Ir por onde for).

O fato é que Nicolau chegou para os seus pais e disse “Eu quero voar

de balão”. Voar de avião era até uma coisa compreensível, mas de balão? Por

que motivo uma criança de oito anos pediria isso? “Quero salvar a minha

cidade dos inimigos, defender os justos e prender os malvados, como fez o

Luiz”. E quem era esse Luiz? O novo Ben 10 da televisão ou seria seu mais

novo amigo imaginário? “É um super-heroi de uma história que a vovó Ana me

contou semana passada, quando estava doente”. Tinha quer ter algo a ver com

a vovó Ana! Lugar de criança é em casa, e não num balão qualquer, a metros e

mais metros do chão!

Apesar do sacrifício de Nicolau, a única coisa que ele conseguiu foi um

possível trato: “Se você se comportar até fazer dez anos, podemos até vir a

rever seu pedido. Até lá, você só poderá voar em seus sonhos. E olhe lá!”.

E foi então que Nicolau decidiu fazer outro pedido: “Posso fazer dez

anos amanhã?”. Seus pais riram. “Isso meu pequeno, apenas o tempo poderá

te dar”.