o parágrafo padrão

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A estruturação do parágrafo (Parágrafo-padrão) O parágrafo-padrão é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada idéia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. O parágrafo é indicado por um afastamento da margem esquerda da folha. Ele facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar convenientemente as idéias principais de sua composição, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios. O tamanho do parágrafo Os parágrafos são moldáveis como a argila; podem ser aumentados ou diminuídos, conforme o tipo de redação, o leitor e o veículo de comunicação em que o texto vai ser divulgado. Se o escritor souber variar o tamanho dos parágrafos, dará colorido especial ao texto, captando a atenção do leitor, do começo ao fim. Em princípio, o parágrafo é mais longo que o período e menor que uma página impressa no livro, e a regra geral para determinar o tamanho é o bom senso. Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para leitores de pouca formação cultural. A notícia possui parágrafos curtos em colunas estreitas, já artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais longos. Revistas populares e livros didáticos destinados a alunos iniciantes, geralmente, apresentam parágrafos curtos. Quando o parágrafo é muito longo, o escritor deve dividi-lo em parágrafos menores, seguindo critério claro e definido. O parágrafo curto também é empregado para movimentar o texto, no meio de longos parágrafos, ou para enfatizar uma idéia. Parágrafos médios: comuns em revistas e livros didáticos destinados a um leitor de nível médio (2º grau). Cada parágrafo médio é construído com três períodos que ocupam de 50 a 150 palavras. Em cada página de livro cabem cerca de três parágrafos médios. Parágrafos longos: em geral, as obras científicas e acadêmicas possuem longos parágrafos, por três razões: os textos são grandes e consomem muitas páginas; as explicações são complexas e exigem várias idéias e especificações, ocupando mais espaço; os leitores possuem capacidade e fôlego para acompanhá-los. Tópico frasal A idéia central do parágrafo é enunciada por meio do período denominado tópico frasal (também chamado de frase-síntese ou período tópico). Esse período orienta ou governa o resto do parágrafo; dele nascem outros períodos secundários ou periféricos; ele vai ser o roteiro do escritor na construção do parágrafo; ele é o período mestre, que contém a frase-chave. Como o enunciado da tese, que dirige a atenção do leitor diretamente para o tema central, o tópico frasal ajuda o leitor a agarrar o fio da meada do raciocínio do escritor; como a tese, o tópico frasal introduz o assunto e o aspecto desse assunto, ou a idéia central com o potencial de gerar idéias-filhote; como a tese, o tópico frasal é enunciação argumentável, afirmação ou negação que leva o leitor a esperar mais do escritor (uma explicação, uma prova, detalhes, exemplos) para completar o parágrafo ou apresentar um raciocínio completo. Assim, o tópico frasal é enunciação, supõe desdobramento ou explicação. 1º ano 1º ano 1º ano 1º ano A estruturação do parágrafo A estruturação do parágrafo A estruturação do parágrafo A estruturação do parágrafo ago ago ago ago/07 /07 /07 /07 Mérope Mérope Mérope Mérope Nome: Nome: Nome: Nome: Nº: Nº: Nº: Nº: Turma: Turma: Turma: Turma: Redação Redação Redação Redação

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O Parágrafo Padrão

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  • A estruturao do pargrafo

    (Pargrafo-padro)

    O pargrafo-padro uma unidade de composio constituda por um ou mais de um perodo, em que se desenvolve determinada idia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundrias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.

    O pargrafo indicado por um afastamento da margem esquerda da folha. Ele facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar convenientemente as idias principais de sua composio, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estgios.

    O tamanho do pargrafo

    Os pargrafos so moldveis como a argila; podem ser aumentados ou diminudos, conforme o tipo de redao, o leitor e o veculo de comunicao em que o texto vai ser divulgado. Se o escritor souber variar o tamanho dos pargrafos, dar colorido especial ao texto, captando a ateno do leitor, do comeo ao fim. Em princpio, o pargrafo mais longo que o perodo e menor que uma pgina impressa no livro, e a regra geral para determinar o tamanho o bom senso.

    Pargrafos curtos: prprios para textos pequenos, fabricados para leitores de pouca formao cultural. A notcia possui pargrafos curtos em colunas estreitas, j artigos e editoriais costumam ter pargrafos mais longos. Revistas populares e livros didticos destinados a alunos iniciantes, geralmente, apresentam pargrafos curtos.

    Quando o pargrafo muito longo, o escritor deve dividi-lo em pargrafos menores, seguindo critrio claro e definido. O pargrafo curto tambm empregado para movimentar o texto, no meio de longos pargrafos, ou para enfatizar uma idia.

    Pargrafos mdios: comuns em revistas e livros didticos destinados a um leitor de nvel mdio (2 grau). Cada pargrafo mdio construdo com trs perodos que ocupam de 50 a 150 palavras. Em cada pgina de livro cabem cerca de trs pargrafos mdios.

    Pargrafos longos: em geral, as obras cientficas e acadmicas possuem longos pargrafos, por trs razes: os textos so grandes e consomem muitas pginas; as explicaes so complexas e exigem vrias idias e especificaes, ocupando mais espao; os leitores possuem capacidade e flego para acompanh-los.

    Tpico frasal

    A idia central do pargrafo enunciada por meio do perodo denominado tpico frasal (tambm chamado de frase-sntese ou perodo tpico). Esse perodo orienta ou governa o resto do pargrafo; dele nascem outros perodos secundrios ou perifricos; ele vai ser o roteiro do escritor na construo do pargrafo; ele o perodo mestre, que contm a frase-chave. Como o enunciado da tese, que dirige a ateno do leitor diretamente para o tema central, o tpico frasal ajuda o leitor a agarrar o fio da meada do raciocnio do escritor; como a tese, o tpico frasal introduz o assunto e o aspecto desse assunto, ou a idia central com o potencial de gerar idias-filhote; como a tese, o tpico frasal enunciao argumentvel, afirmao ou negao que leva o leitor a esperar mais do escritor (uma explicao, uma prova, detalhes, exemplos) para completar o pargrafo ou apresentar um raciocnio completo. Assim, o tpico frasal enunciao, supe desdobramento ou explicao.

    1 ano1 ano1 ano1 ano A estruturao do pargrafoA estruturao do pargrafoA estruturao do pargrafoA estruturao do pargrafo agoagoagoago/07/07/07/07 MropeMropeMropeMrope

    Nome:Nome:Nome:Nome: N:N:N:N: Turma:Turma:Turma:Turma:

    RedaoRedaoRedaoRedao

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    A idia central ou tpico frasal geralmente vem no comeo do pargrafo, seguida de outros perodos que explicam ou detalham a idia central.

    Exemplos:

    Ao cuidar do gado, o peo monta e governa os cavalos sem maltrat-los. O modo de tratar o cavalo parece rude, mas o vaqueiro jamais cruel. Ele sabe como o animal foi domado, conhece as qualidades e defeitos do animal, sabe onde, quando e quanto exigir do cavalo. O vaqueiro aprendeu que pacincia e muitos exerccios so os principais meios para se obter sucesso na lida com os cavalos, e que no se pode exigir mais do que esperado.

    A distribuio de renda no Brasil injusta. Embora a renda per capita brasileira seja estimada em U$$ 2.000 anuais, a maioria do povo ganha menos, enquanto uma minoria ganha dezenas ou centena de vezes mais. A maioria dos trabalhadores ganha o salrio mnimo, que vale U$$ 112 mensais; muitos nordestinos recebem a metade do salrio mnimo. Dividindo essa pequena quantia por uma famlia em que h crianas e mulheres, a renda per capita fica ainda mais reduzida; contando-se o nmero de desempregados, a renda diminui um pouco mais. H pessoas que ganham cerca de U$$ 10.000 mensais, ou U$$ 120.000 anuais; outras ganham muito mais, ainda. O contraste entre o pouco que muitos ganham e o muito que poucos ganham prova de que a distribuio de renda em nosso pas injusta.

    FORMAS DE SE DESENVOLVER O PARGRAFO:

    Tpico frasal desenvolvido por enumerao

    Exemplo:

    A televiso, apesar das crticas que recebe, tem trazido muitos benefcios s pessoas, tais como: informao, por meio de noticirios que mostram o que acontece de importante em qualquer parte do mundo; diverso, com programas de entretenimento (shows, competies esportivas); cultura, por meio de filmes, debates, cursos.

    Tpico frasal desenvolvido por descrio de detalhes.

    o processo tpico do desenvolvimento de um pargrafo descritivo:

    Era o casaro clssico das antigas fazendas negreiras. Assobradado, erguia-se em alicerces o muramento, de pedra at meia altura e, dali em diante, de pau-a-pique (...) porta da entrada ia ter uma escadaria dupla, com alpendre e parapeito desgastado. (Monteiro Lobato)

    Tpico frasal desenvolvido por confronto

    Trata-se de estabelecer um confronto entre duas idias, dois fatos, dois seres, seja por meio de contrastes das diferenas, seja pelo paralelo das semelhanas. Veja o exemplo:

    Embora a vida real no seja um jogo, mas algo muito srio, o xadrez pode ilustrar o fato de que, numa relao entre pais e filhos, no se pode planejar mais que uns poucos lances adiante. No xadrez, cada jogada depende da resposta anterior, pois o jogador no pode seguir seus planos sem considerar os contra-ataques do adversrio, seno ser prontamente abatido. O mesmo acontecer com um pai que tentar seguir um plano preconcebido, sem adaptar sua forma de agir s respostas do filho, sem reavaliar as constantes mudanas da situao geral, medida que se

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    apresentam. (Bruno Betelheim, adaptado)

    Tpico frasal desenvolvido por razes

    No desenvolvimento, apresentamos as razes, os motivos que comprovam o que afirmamos no tpico frasal.

    As adivinhaes agradam particularmente s crianas. Por que isso acontece de maneira to generalizada? Porque, mais ou menos, representam a forma concentrada, quase simblica, da experincia infantil de conquista da realidade. Para uma criana, o mundo est cheio de objetos misteriosos, de acontecimentos incompreensveis, de figuras indecifrveis. A prpria presena da criana no mundo , para ela, uma adivinhao a ser resolvida. Da o prazer de experimentar de modo desinteressado, por brincadeira, a emoo da procura da surpresa. (Gianni Rodari, adaptado)

    Tpico frasal desenvolvido por anlise

    a diviso do todo em partes.

    Quatro funes bsicas tm sido atribudas aos meios de comunicao: informar, divertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito difuso de notcias, relatos e comentrios sobre a realidade. A segunda atende procura de distrao, de evaso, de divertimento por parte do pblico. A terceira procura persuadir o indivduo, convenc-lo a adquirir certo produto. A quarta realizada de modo intencional ou no, por meio de material que contribui para a formao do indivduo ou para ampliar seu acervo de conhecimentos. (Samuel P. Netto, adaptado)

    Tpico frasal desenvolvido pela exemplificao

    Consiste em esclarecer o que foi afirmado no tpico frasal por meio de exemplos:

    A imaginao utpica inerente ao homem, sempre existiu e continuar existindo. Sua presena uma constante em diferentes momentos histricos: nas sociedades primitivas, sob a forma de lendas e crenas que apontam para um lugar melhor; nas formas do pensamento religioso que falam de um paraso a alcanar; nas teorias de filsofos e cientistas sociais que, apregoando o sonho de uma vida mais justa, pedem-nos que sejamos realistas, exijamos o impossvel. (Teixeira Coelho, adaptado)

    Bibliografia:

    FIGUEIREDO, Luiz Carlos. A redao pelo pargrafo. 1 edio. Braslia: Editora UnB, 1995.

    DELMANTO, Dileta. Escrevendo melhor. 8 srie. 1 edio. So Paulo: Editora tica, 1995.

    TUFANO, Douglas. Estudos de redao. 4 edio. So Paulo: Editora Moderna, 1996.

    G:\Editorao\Ped2007\Redao\Fichas\Ficha 07-3C.doc

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