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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O PAPEL DO GESTOR DE RH NO PROCESSO DE INSERÇÃO DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Por: Leila Navarro de Santana Orientador Prof. Ms Mary Sue Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O PAPEL DO GESTOR DE RH NO PROCESSO DE

INSERÇÃO DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA NO

MERCADO DE TRABALHO

Por: Leila Navarro de Santana

Orientador

Prof. Ms Mary Sue

Rio de Janeiro

2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

POS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O PAPEL DO GESTOR DE RH NO PROCESSO DE

INSERÇÃO DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA NO

MERCADO DE TRABALHO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “latu

sensu” em Gestão de Recursos Humanos.

Por:. Leila Navarro de Santana

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AGRADECIMENTOS

. . . aos amigos, parentes, colegas de turma, aos amigos especiais que me ensinaram e inspiraram, profissionais do IBDD, Roberto Pinto e João Carlos.

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DEDICATÓRIA

Dedico ao meu pai Edison, a minha mãe Tarcisa, minha tia Rosângela e ao meu lindo amor Antonio Luiz.

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RESUMO

Este estudo pretende apresentar o problema da inserção dos portadores de deficiência no mercado de trabalho. Para tanto, será feito um breve histórico de como a deficiência foi encarada da pré-história até a contemporaneidade. Terá também um enfoque na construção social acerca dos preconceitos e estigmas e suas conseqüências na construção da identidade dos portadores de deficiências. Para mostrar então, articulações acerca da importância da sociedade e das empresas na melhoria, aumento e realização efetiva das contratações, logo, inclusão dos portadores de deficiências no mercado de trabalho.

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METODOLOGIA Para a realização da monografia foi utilizadas pesquisas

bibliográficas, leituras de periódicos e observação do objeto de estudo.

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SUMÁRIO INTRODUÇAO 08

CAPÍTULO I - Uma Breve História sobre a Deficiência 09

CAPÍTULO II – Preconceito e Estigma 18

CAPÍTULO III – Empresa e sua Responsabilidade Social 23

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA 33

ANEXOS 34

FOLHA DE AVALIAÇÃO 35

ÍNDICE 36

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INTRODUÇÃO

No decorrer da história, os povos rejeitaram, estigmatizaram,

discriminaram e até exploraram os portadores de deficiência, os escondiam,

atribuíam às deformidades sentido divino ou pecaminoso. Assim sendo as

deficiências tem raízes no social e no sentido que as pessoas lhe oferecem.

Neste sentido o problema da dificuldade da inserção dos portadores de

deficiência no mercado de trabalho, é aqui visto como responsabilidade da sociedade,

das empresas e sua área de recursos humanos e das políticas públicas. Todos estão

envolvidos diretamente no processo. A falta de esclarecimento, preconceitos e

ausência de vontade de respeitar e viver o diferente, produz a estigmatização e o

isolamento os portadores de deficiência. Estas atitudes dificultam, a construção de

uma identidade independente, capaz e de igualdade na diferença.

Estudos mostram que a maioria dos portadores de deficiência querem

e podem trabalhar, porém, pouquíssimos conseguem um trabalho formal, com

vínculo e menos ainda permanecem neles.

O sistema de cotas é precário e não consegue deixar de estar apenas

no papel, suas falhas são utilizadas como justificativa de não contratação pelos

empregadores. Estes, carecem de esclarecimento acerca das potencialidades os

portadores de deficiência.

A baixa escolaridade dos portadores de deficiência dificulta a inserção

no mercado de trabalho, sendo então, de crucial importância o apoio de instituição de

qualificação profissional neste processo e a atenção das empresas, estimuladas pela

área de recursos humanos, para auxiliar e aumentar o número de contratações desses

talentos.

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1. UMA BREVE HISTÓRIA SOBRE A DEFICIÊNCIA

A ocorrência de deficiências está presente desde os primeiros dias do

homem sobre a terra. Este dado pode ser verificado através de desenhos em cavernas

com representações de corpos mutilados e também através do estudo dos ossos pré-

históricos que indicam a existência de patologias incapacitantes.

O cotidiano dos habitantes do período primitivo era marcado por lutas

a fim de defender suas cavernas e obter alimentos através das caças, com isso o

homem estava sujeito a situações que colocavam sua integridade física em risco,

ocasionando amputações, fraturas mal solidificadas, queimaduras, cegueira, surdez,

problemas ortopédicos, etc.

Os feridos eram socorridos pelo grupo e caso não viessem a falecer,

poderia ficar com seqüelas, que o tornava limitado para as atividades principais: caça

ou guerra.

Imagina-se que os homens vítimas de alguma seqüela sobreviviam,

(não eram eliminados) por terem alguma utilidade em outras atividades ou por

superstições, uma vez que, foram encontradas representações em paredes, vasos ou

ruínas de pessoas com deformidades.

1.1 Males Incapacitantes nas Culturas Antigas

Segundo os médicos do Antigo Egito, as doenças, os problemas

mentais graves e as deficiências físicas eram provocadas por demônios, maus

espíritos ou por pecados cometidos em vidas anteriores e que deviam ser pagos. Em

decorrência destas crenças eles não podiam sofrer atitudes de isolamento ou

eliminação, a menos por intervenções dos deuses, ou por poderes divinos que eram

passados aos médicos-sacerdotes, que utilizavam exorcismos, encantamentos,

poções, pomadas ou até intervenções cirúrgicas.

Estudos verificaram a existência de diversas formas de deficiências no

Antigo Egito. Apesar deste povo ter sido considerado o mais saudável da

antiguidade, por sua dieta e clima ensolarado, pode ser comprovado através de

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exames em múmias a incidência de várias doenças e uma delas era uma infecção nos

olhos podendo levar à cegueira. Tal era a gravidade do problema que o Egito foi

conhecido por muito tempo como a “Terra dos Cegos”. Outras lesões que podiam

tornar o homem limitado, foram descobertas através de estudos paleontológicos no

Egito Antigo:

• Artrite Crônica;

• Espondelite Deformante

• Mal de Pott

• Pé Vaso Eqüino

• Hidrocefalia

• Gota

• Esteosarcoma

• Fraturas

• Amputações

1.2 Penalidades Mutiladoras do Egito Antigo

Dentre outras penalidades por crimes, a mutilação foi aplicada durante

muitos séculos na civilização egípcia. Na maioria dos casos a mutilação atingia os

membros ou outra parte do corpo com os quais o condenado havia cometido seu

crime. O condenado carregava até a morte uma forte marca que divulgava o castigo

no intuito de impedir que outros agissem contra a lei.

1.3 Discriminação para com os Hebreus

Entre os antigos hebreus, as doenças crônicas, a deficiência física ou

mental e deformações, estavam relacionadas a um certo grau de pecado.

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Na passagem bíblica (Lev.21:16-24) há a ordem de

Moisés aos sacerdotes:

Disse mais o Senhor a Moisés: Fala a Arão, dizendo: Ninguém dos teus descendentes, nas suas gerações, em quem houver algum defeito se chegará para oferecer o pão do seu Deus.

Pois nenhum homem em quem haver defeito se chegará: como homem cego, ou coxo, ou de rosto mutilado, ou desproporcionada, ou homem que tiver o pé quebrado ou mão quebrada, ou corcovado, ou anão, ou que tiver ferida no olho, ou sarna, ou impinges, ou que tiver testículo quebrado.

Nenhum homem da descendência de Arão, o sacerdote, em quem houver algum defeito se chegará para oferecer as ofertas queimadas do Senhor; ele tem defeito; não se chegará para oferecer o pão do seu Deus.

Comerá o pão do seu Deus, tanto do santíssimo quanto do santo.

Porém até ao véu não entrará, nem se chegará ao altar, porque tem defeito, para que profane os meus santuários, porque eu sou o Senhor, que o santifico.

Assim falou Moisés a Arão, aos filhos deste e a todos os filhos de Israel. (Levinítico 21:16-24)

1.3.1 Código de Hamurabi

Integrando o acervo do Museu Louvre, em Paris, está o original

código de Hamurabi. São 3.600 linhas escritas. Sua primeira parte refere-se a

propriedades e a segunda a pessoas. Estes pontos indicam ordens de punições nele

contidas.

Eu, Hamurabi, chefe designado pelos deuses, Rei dos Reis, que conquistei as cidades do Eufrates, introduzi a verdade e eqüidade por todo o país e dei prosperidade ao povo. De hoje em diante” . . . . . . “Se alguém apagar a marca de ferro em brasa de um escravo, terá seus dedos cortados” . . . . . .”Se um médico operar um patrício com faca de bronze e causou-lhe a morte, ou abriu-se a órbita do olho e causou-lhe a destruição terá sua mão cortada” . . . . . . “Se um escravo disser ao seu dono: “Tu não és meu Senhor”, seu senhor provará que o é e cortará sua

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orelha” . . . . . .”Se um homem bater em seu pai, terá as mãos cortadas” . . . . . . “ Um olho por um olho, um dente por um dente. Trata-se de justiça sem piedade. Se um homem tira um olho de um patrício, também seu olho será tirado; se ele quebrou o osso de um patrício, seu braço será quebrado. As classes inferiores da sociedade também merecem compensações. Se ele tirou o olho ou quebrou o osso de um plebeu, ele deverá pagar uma miná de prata; se foi de um escravo, pagará metade do preço . . . (Silva, 1987, p. 77-78)

1.4 A Deficiência entre os Gregos

As deficiências ocorriam devido aos acidentes e ferimentos

conseqüentes das guerras, prisioneiros de guerra com deficiências físicas, punições

e castigos contra crimes, deficiências congênitas ou adquiridas por doenças ou

acidentes da vida civil e laboral por falta de proteção.

Apesar de existir entre o povo grego a posição de que a criança

defeituosa de nascença não deveria sobreviver e sim ser eliminada pelos pais, como

na tentativa de Hera, mulher de Zeus de matar Hefesto (o deus grego do fogo, das

artes manuais, da metalurgia e das indústrias) portador de deficiência física nas

pernas, as pessoas acometidas de algum defeito físico ou sensorial eram

encorajadas a aprender e desempenhar tarefas úteis e poderem ser valorizados por

suas competências: Hefesto, era um valorizado artesão/ourives.

1.5 A Grécia e sua Incipiente Lei que Assistia os Deficientes

Sólon (640 a 558 a.C.) grande estadista, criou uma lei que favorecia

as pessoas acidentadas e vítimas de ferimentos graves e mutilações nas batalhas

que Atenas freqüentemente se envolvia. Tal determinação previa vantagens de

diversas naturezas, especialmente relacionadas ao sustento. Lei de Sólon “soldados

feridos gravemente e os mutilados em combate serão alimentados pelo estado”.

Não tardou para aparecer pessoas que tentavam se enquadrar nessas

vantagens, obrigando, Atenas a iniciar uma espécie de perícia, verificada na

afirmação de Aristóteles (384 a 322 a.C.) aos membros do Conselho Ateniense, em

seu trabalho relativo à Constituição de Atenas:

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O Conselho passará agora a examinar o problema dos deficientes. Existe de fato, uma lei que estabelece que o ateniense cujos bens não ultrapassam três minás e cujo corpo esteja mutilado ao ponto de não lhe permitir qualquer trabalho, seja examinado pelo Conselho e que seja concedido a cada um deles, às expensas do Estado, dois óbulos por dia para a sua alimentação. E existe um tesoureiro dos deficientes, designado para tal. (apud Silva p.99).

Este benefício não era totalmente de caráter paternalista, além de se

verificar a impossibilidade para o trabalho, referia-se a um direito por servir à

Pátria.

Aristóteles com sua atenção voltada para o problema de forma mais

abrangente contribuiu para que o beneficio fosse aos poucos estendidos para os

portadores de deficiência ou de incapacidade para o trabalho independente do que

havia causado. Eventualmente o benefício se estendia aos pobres.

1.6 Políticas de Prevenção

Hipócrates (460 a 377 a.C.), experiente médico, utilizava a

“ginástica terapêutica” – também antecessora da fisioterapia. Pioneiro na tarefa de

separar a superstição e o misticismo da realidade dos fatos em medicina. Sua vasta

experiência contribuiu para o uso de medidas preventivas a defeitos físicos em

crianças pequenas.

Na obra “Politics” de Aristóteles, o filósofo faz a afirmação taxativa

de que as crianças em idade tenra deveriam usar aparelhos mecânicos que

fortificavam os membros a fim de prevenir defeitos neles, em decorrência de

acidentes, brincadeiras ou quedas.

1.7 Roma – Deficiências e o Direito Humano

A garantia ou a negação dos direitos era determinado nos primeiros

dias de vida, segundo a vitalidade da criança. Deformações de nascença consistia

na incapacidade do direito.

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Encontrava-se registrado em obras de Sêneca ( 4 a.C a 65 d.C) que

os recém-nascidos com deformidades físicas eram mortos por afogamento. Os

romanos justificavam a eliminação dos recém-nascidos deformados pela

necessidade de acabar com tudo que é prejudicial, inútil, doente ou insalubre.

O direito daquele homem romano se estabelece com o corte do

cordão umbilical, o extermínio era exercitado antes deste ato quando, segundo eles,

ainda não era sujeito de direito.

No entanto o infanticídio legal não era praticado com regularidade.

Os bebês eram abandonados às margens do rio Tibre e as pessoas empobrecidas se

apossavam destas crianças a fim de utilizá-las para a obtenção de mais esmola.

A esmola chegou a ser um negócio muito rendoso em Roma antiga. Na verdade foi tão rendoso que houve épocas em que foram realizados raptos de crianças patrícias muito novas, para serem mutiladas ou deformadas a fim de se tornarem pedintes nos templos, nas praças e nas ruas de Roma e das outras importantes cidades do vasto Império Romano. Certamente foi por motivos dessa natureza que durante a decadência do Império, os patrícios que ocasionalmente tinham filhos defeituosos, sabedores dessas histórias, passaram a usar das prerrogativas dadas pelo instituto do “pátria potestas” para eliminar a vida desses recém-nascidos, não correndo eles mais o risco de se tornarem mendigos e de terem seus corpos deformados.(Silva, 1987, p. 130).

1.8 O Cristianismo

Com o nascimento da Igreja Cristã, nos conteúdos, balizavam as

atitudes frente aos desfavorecidos. A doutrina se preocupava com a caridade,

valorização da pobreza, humildade, sentimento fraternal, de forma incondicional.

A criação dos primeiros hospitais cristãos demonstrava a prioridade

que a Igreja Cristã dava às atividades voltadas a assistência das pessoas pobres e

marginalizadas. A igreja colocava a hospitalidade como a virtude mais importantes

dos bispos.

Nos primeiros tempos da Igreja Cristã houve um significativo impulso ao sentimento fraternal entre os

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cristão, não importando em nada a situação social ou nacionalidade, fosse ela romana, grega, egípcia, franca, hebréia ou de qualquer outra natureza. A minoria foi aos poucos adquirindo mais e mais adeptos para transformar em pouco mais de três séculos maioria absoluta, principalmente na Europa e no Oriente Médio.

E houve, com a implantação e solidificação do Cristianismo, um novo e mais justo posicionamento quanto ao ser humano em geral, ressaltando a importância devida a cada criatura como um ser individual e criado por Deus, com um destino imortal – o que, sem dúvida, muito beneficiou os escravos e todos os grupos de pessoas sempre colocadas de lado e menosprezadas na sociedade romana, tais como os portadores de deficiências físicas, antes consideradas como meros pecadores ou pagadores de malefícios feitos em vidas passadas, inúteis, possuídos por maus espíritos, ou simplesmente como seres que, em muitos casos, deveriam continuar sendo eliminados ao nascer, segundo as leis e costumes que Roma recomendavam há séculos. (ibdi, p. 154)

1.9 Idade Média

Durante os anos 500 até o final do século X a Igreja Cristã

vigorava e com seu conservadorismo e segurança, cujos manteve a cultura

clássica, ameaçada pelo estado de ignorância da Europa e de muitos pontos do

Oriente Médio, bem como atitudes de povos invasores e contrários aos

ensinamentos deixados pelos grandes pensadores gregos e romanos.

1.9.1 O Castigo da Mutilação

A mutilação como castigo era um costume bastante comum em

quase todas as culturas até o século VII d. C, todos se apropriavam de tal direito

e assim puniam criados, escravos, empregados com a mutilação de parte do seu

corpo, de modo que todos pudessem ver, envergonhando o infrator e

intimidando possíveis novos infratores.

Durante os primeiro séculos da Idade Média no ano de 666, o

Concílio de Mérida, em Portugal tenta encerrar este tipo de punição pelo menos

em relação aos bispos e sacerdotes.

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1.9.2 O Destino dos Deficientes na Idade Média

Em decorrência de todo o mistério e crendices que circundavam o

nascimento de crianças deformadas, a maioria delas eram separadas das demais.

Com o tempo estas pessoas foram sendo aceitas com uma espécie de bobo da

corte nos castelos por serem consideradas como divertidas, traziam sorte e

afastavam demônios. Podiam por vezes participar dos segredos dos senhores e

devido a servil obediência cumprir ordens criminosas.

1.10 O Renascimento

Entre os séculos XV e XVII, surge uma série de questionamentos

e tentativas de explicar e conceber o mundo que se contrapunham ao naturalismo

inerente às concepções tradicionais e religiosas.

A dúvida pairava sobre a mente dos homens. A popularização da

cultura através das poesias, pinturas, música e arquitetura, provocava a paixão

pela vida proibida e pecaminosa.

Esse importantíssimo movimento marca na história da

humanidade o renascimento do valor do homem – o Humanismo. A partir deste

espírito esclarecedor incipiente, pelo menos no campo das idéias, o homem se

sentia menos preso, mais potencializado, livre das crenças de que seu sacrifício,

pobreza e bondade lhe garantiria o paraíso.

Essa renovadora concepção de homem atingia também os mais

pobres e marginalizados. O portador de deficiência começava a vislumbrar uma

nova etapa. Sua penosa história na era das trevas, ignorância e superstições até o

fim da idade Média, parecia estar se modificando para um esclarecimento,

valorização e mudança.

Todo este movimento em direção a humanização incentivou

mudanças positivas, conquistas por parte daqueles que sofriam de alguma

deficiência ou doença. No que tange a medicina, tanto a evolução desta ciência,

quanto o aprimoramento da ortopedia como especialidade, como também, não se

pode deixar de citar a construção de hospitais e a alteração de sua funcionalidade

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– antes como abrigo de doentes – para o tratamento e cura dos pacientes. A

preocupação com a educação dos surdos e dos cegos que ganha efeitos nos

séculos XVII e XVIII.

Vale lembrar que, as influências do progresso técnico e científico

desta época, não alterava a vida de todos, apenas as pessoas que dispunham de

recursos, podiam realmente ter um acesso efetivo aos tratamentos

especializados. A grande maioria dos pobres continuava sua luta por alimentação

e sobrevivência através da mendicância.

1.11 Revolução Intelectual e suas Responsabilidades

Como já comentado anteriormente o Humanismo, ou seja, este

movimento racional das idéias, rompeu com os pensamentos relacionados com

superstições, crendices e sobrenatural. Como conseqüência disto, a sociedade

começa a entender os problemas de forma não naturalista e, inevitavelmente

começa a reconhecer sua responsabilidade para com os marginalizados e com os

portadores de deficiências. Inicia-se um olhar sobre a minoria diferenciado

daquele caritativo, voluntário e assistencialista. Conclui-se então, que eram

necessárias organizações destinadas não apenas à proteção, mas principalmente

ao estudo dos problemas e dificuldades, tratamentos e alternativas. Nascia a

idéia de reabilitação. Começava a se defender a idéia de que os portadores de

deficiências físicas deveriam receber cuidados médicos e serviços especiais de

forma que pudesse ser garantido, na medida do possível uma vida digna e de

acordo com suas aspirações. Fica evidente neste pensamento a influência da

filosofia humanista aliada ao progresso da medicina.

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2. ESTIGMA E PRECONCEITO

Diante da presença de infinitas diferenças individuais, elegemos certos

atributos como aceitáveis e não aceitáveis, mesmo que ambos sejam indesejáveis.

Ora, o que se evidencia com isso é que, de acordo com a expectativa normativa, de

acordo com o que valorizamos, classificamos como apreciativo ou depreciativo e que

estigmatizará o indivíduo, posicionando-o em um lócus de incluído ou excluído.

Logo, o atributo não fala por si, a categoria de valor é estabelecida de acordo com a

linguagem das relações, de acordo com o que se aprecia ou não em determinado

lugar, momento histórico ou grupo.“Um estigma é, então, na realidade, um tipo

especial de relação entre atributo e estereotipo” (Goffman, pág13).

Em decorrência deste estigma imputado ao indivíduo diferente, ele

pode se comportar e oferecer respostas diversas:

- Tentando compensar sua diferença, dedicando um esforço individual na

execução de atividades que sua deficiência não impediria. Colocando-se em

uma posição de intelectual, super produtivo, altamente concentrado,

responsável, etc.

- Poderá também se apoiar na deficiência para obter ganhos secundários, ou

seja, utilizar seu atributo de exclusão para justificar suas insatisfações com a

vida, com as pessoas, relacionamentos, e até se proteger de responsabilidades

sociais.

- O estigmatizado pode também perceber as privações que sofreu como uma

graça divina, na crença de que o sofrimento pode ensinar e dignificar.

2.1 Insegurança

O contato de pessoas estigmatizadas com os ditos normais, na maioria

das vezes é envolta de tensões. A simples previsão de tais contatos poderá levar os

normais a esquematizar a vida de forma a evitá-los. Para os estigmatizados isto será

horrível.

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Quando ocorre este encontro, especialmente quando tentam manter

uma conversação, ocorre uma das cenas fundamentais, pois, fatalmente ambos os

lados enfrentarão diretamente as causas e efeitos do estigma. “O indivíduo

estigmatizado pode descobrir que se sente inseguro em relação à maneira como os

normais o identificarão e o receberão” (ibid, p.23).

Nestes contatos os portadores de diferenças têm diversos sentimentos.

Podem achar que estão sempre em exibição, sendo avaliados a cada fala ou ato. Ao

mesmo tempo em que, erros ou enganos incidentais, podem ser interpretados por

eles, como uma expressão direta de seu atributo diferencial. Estas situações podem

fazer com que o estigmatizado sinta que, estar entre os normais o expõe muito a

invasões e assuntos indiscretos. Este desagrado em se expor pode ser aumentado por

estranhos que se sentem livres para travar conversas inconvenientes e cruéis.

A questão que se coloca não é a da manipulação da tensão gerada

durante os contatos sociais e, sim, da manipulação de informação sobre o seu defeito.

Exibir ou não, contar ou não, mentir ou não?

2.2 O Corpo Incorpora

A informação social divulga a informação sobre o indivíduo, sobre

suas características, calcificando-as em categorias. Estas informações não levam em

consideração os estados de espírito, sentimentos ou intenções que também o compõe.

Essa informação, assim como signo ou o sinal que faz o papel de

transmiti-la, é reflexiva e corporificada, ou seja, é transmitida pela própria pessoa a

quem se refere, através de expressão corporal na presença imediata daqueles que a

recebem. Boa parte dos signos que transmitem a informação, podem ser acessíveis de

forma repetitiva, buscados e absorvidos no quotidiano, esses signos podem receber o

nome de símbolos.

A informação coletiva divulgada por qualquer símbolo particular pode

confirmar aquilo que outros signos nos dizem sobre o sujeito, completando a imagem

que se tem dele, de forma redundante e segura.

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Símbolos de estigma são especialmente para despertar a atenção de

uma degradante discrepância de identidade, com uma redução conseqüente no valor

do indivíduo.

Estar com alguém é chegar em algum lugar em sua companhia,

caminhar com ele na rua, sentar-se em sua mesa. A questão é que, em certas

circunstancias, a identidade social daqueles com quem o indivíduo está acompanhado

pode ser usada como fonte de informação sobre a identidade social de quem o

acompanha. Supõe-se que acompanhar um portador de deficiência, por exemplo, seja

penoso, que se está fazendo para ajudar, ou se está por pena. Transmite-se a imagem

de que seu acompanhante é uma pessoa muito boa, pois, que fardo! Isso tem como

conseqüência, o afastamento de várias pessoas em relação aos portadores de

deficiência, principalmente ao que de refere a namoro.

2.3 Se Esconder da Visibilidade

A visibilidade de um estigma particular é levantada pela questão do

encobrimento. Até que ponto o estigma está adaptado para fornecer, para comunicar

que um indivíduo o possui. O que pode ser dito sobre a identidade social de um

indivíduo em sua rotina diária e por todas as pessoas que ele encontra, será de grande

importância para ele. Os resultados de um encontro em público serão ínfimas em

contatos particular e familiares, mas em cada contato haverá algumas conseqüências

que, tomadas em conjunto, podem ser enormes.

A informação repetitiva disponível socialmente sobre o estigmatizado

é a base sobre a qual ele deve decidir qual será o plano de ação a desenvolver e

aplicar quanto ao estigma que possui.

A visibilidade de um estigma deve ser diferençada de sua “possibilidade de ser conhecido”. Quando um estigma de um indivíduo é muito visível, o simples fato de que entre em contato com os outros levará o seu estigma a ser conhecido. Mas se outras pessoas conhecem ou não o estigma de um indivíduo depende de um outro fator além de sua visibilidade corrente, ou seja, de que elas conheçam, ou não, previamente o indivíduo estigmatizado – e esse conhecimento pode estar baseado em mexericos

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sobre ele ou num contato anterior com ele durante o qual o estigma mostrou-se visível. (ibdi, p. 59).

Não é uma tarefa fácil encarar todas as expectativas que o outro tem

sobre o sujeito. Lidar com o olhar categorizante, estigmatizante, requer muita

maturidade, autoconhecimento e principalmente auto-estima. As pessoas ditas

normais se sentem desconfortadas no contato com os portadores de deficiência, pois,

carregam consigo um profundo desconhecimento, por isso lançam um olhar

estigmatizado, reduzido, opressivo e que faz o portador de deficiência sentir-se

envergonhado de sua posição. Os seres humanos tendem a assumir atitudes

preconceituosas quando não conhecem as características das pessoas com que

interagem. Como o que aparece em primeiro lugar são as limitações, ou o que se

procura ver primeiro, as pessoas tendem a formar uma atitude negativa, e estender

essa atitude para toda a personalidade dos portadores de deficiência, o que é claro,

não tem o menor fundamento. Tais atitudes dificultam os encontros entre diferenças,

criam uma aura desnecessária, imputando ao indivíduo valores pejorativos, impondo

a ele que se esconda por vergonha de não satisfazer o que o outro espera.

Quando a sociedade pratica generalizações infundadas, gera-se um

conjunto de situações sociais que afeta a vida dos portadores de deficiência. De uma

certa maneira, a limitação se agrava. Muitos deles são vistos aos olhos dos

observadores como doentes, incapazes, quando, do seu lado, eles cultivam com ardor

a firme noção de que são absolutamente capazes ou não, de trazer felicidade ou não,

de errar ou não, como todos os seres humanos.

2.4 De quem é a Estética?

Assim como o trabalho, e a beleza, a forma física também sempre

foram muito valorizadas. Modernamente, tais atributos são ainda mais importantes,

pela maioria dos grupos sociais, como indicadores de sucesso. Nesse contesto, a

deformidade, as limitações e os defeitos são vistos como empecilhos do sucesso.

A supervalorização desses atributos, é claro, afeta a vida de grande

parte dos portadores de deficiência.

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As deformações causam uma certa repulsa para quem observa pela

primeira vez. As reações iniciais das pessoas têm uma grande importância no

relacionamento social que se segue.

As relações humanas costumam ser formadas, em grande parte, pela

primeira impressão. E, nesse caso, chamam mais atenção as deformidades do que os

valores, sentimentos, emoções. Logo, as deformidades vêm antes das pessoas, para

quem não sabe percebê-las. Assim é composta a visão desumana e estereotipada das

pessoas. Assim é que se coloca na sociedade a cruel imposição de quem pode e quem

não pode, quem é bonito e quem não é, quem se quer do lado ou no grupo ou não, ou

seja exclusão a partir dos valores impostos e suas conseqüentes dicotomias.

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3. A Empresa e sua Responsabilidade Social

Durante longo período, os portadores de deficiência física foram

encarados como necessitados do atendimento assistencialista, de entidades

filantrópicas. Suas limitações eram vistas como um problema individual, e que pouco

poderiam ser aliviadas através de uma efetiva participação da sociedade.

Por preconceito, indiferença, superstição e medo, muitas pessoas

evitavam o contato social e o relacionamento profissional com portadores de

deficiência. Ainda hoje, devido à persistência de desinformação e inadequação das

condições de arquitetura, transporte e comunicação, muitas pessoas produtivas

continuam sem condições de competir no mercado de trabalho.

A verdade é que a maioria dos portadores de deficiência apresenta limitações superáveis mediante pequenas acomodações no local de trabalho, na arquitetura e nos meios de transporte. Apesar disso, a maioria continua com menos chance de trabalhar; quando trabalham, ganham menos e apresentam uma enorme insegurança no emprego.(Stoddard e outros, 1998).

Este fenômeno mundial tem diversas causas. De um lado, a falta de

qualificação. De outro, a falta de esclarecimento. E, sobre tudo, a falta de estímulos

que facilitam a sua contratação.

Os profissionais que têm obtido bons resultados na colocação de

portadores de deficiência no mercado de trabalho afirmam que, para tanto, são

necessários três tipos de ações. Em primeiro lugar, a preparação dos candidatos. Em

segundo lugar, o esclarecimento dos empregadores. Em terceiro lugar, o ajuste da

comunidade.

3.1 Ocupação dos Deficientes no Mercado de Trabalho

Uma grande parcela dos portadores de deficiência não faz parte da

força de trabalho. Dentre eles se incluem os que têm limitações muito severas, os

afastados temporariamente, os aposentados por razão de deficiência, os muito idosos

e os desalentados.

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Dentre os que faz parte da força de trabalho, apenas uma parcela

trabalha de maneira regular e contínua. Os demais nunca trabalharam ou entram em

episódios repetidos de desocupação. Essas observações valem para a maior parte dos

países do mundo e, em especial, para o Brasil, onde as políticas públicas que cuidam

da inserção e retenção no mercado de trabalho são muito insipientes.

O número de portadores de deficiência é bem expressivo. A ONU

estima que 15% da população mundial apresenta algum tipo de limitação: leves,

moderadas e severas. Isto significa quase 700 milhões de pessoas.

Os portadores de deficiência se concentram nos países mais pobres.

As deficiências, no mundo, decorrem de guerras, violência e acidentes de transito;

famílias carentes e com muitos filhos; analfabetismo e falta de informações; falta de

conhecimento sobre a deficiência; programas inadequados; canalização de recursos

para serviços altamente especializados e irrelevantes para as necessidades da maioria

dos portadores de deficiência.

Mais de 400 milhões de portadores de deficiência vivem em zonas

que não dispõem dos serviços necessários para ajudá-los a superar as limitações.

Quanto mais desenvolvido o país, menor o grau de dependência dos

portadores de deficiência. A difusão mais ampla dos equipamentos de apoio, a

arquitetura adequada, transporte acessível, o esclarecimento das pessoas, facilita suas

vidas e diminui a dependência a outras pessoas.

3.1.1 Educação, Necessidade para a Inserção

Os portadores de deficiência sofrem restrições em termos

educacionais, o que dificulta a sua inserção no mercado de trabalho. A proporção

dos que se educam adequadamente é pequena. Este problema, é claro, compromete

seriamente as chances de as pessoas ingressarem e permanecerem no mercado de

trabalho. A baixa escolaridade afeta a conquista de um emprego para qualquer

pessoa. No caso dos portadores de deficiência, o problema se agrava, devido ao

conjunto de fatores limitadores, como, o descaso da sociedade e as inadequações

arquitetônicas e de transporte.

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Seria de fundamental importância para a atenuação do problema da

baixa qualificação dos portadores de deficiência, que cursassem escolas regulares,

pois a inclusão com as demais crianças estimulam os portadores de deficiência. A

desqualificação dos docentes, corrobora para o entrave do acesso ao ensino.

Professores mal preparados tendem a criar uma reação de temor, agravando a

condição de medo dos portadores de deficiência.

No que tange à profissionalização, o quadro é igualmente preocupante. Em 1998, o Programa Nacional para Pessoas Portadores de Deficiência coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, como parte do PLANFOR, investiu cerca de R$ 4 milhões (US$ 3,3 milhões ao câmbio da época) para treinar apenas 21 mil portadores de deficiência em cursos de massagista, artesanato, marcenaria, auxiliar de cozinha, fotografai, estética, telemarketing, rádio chamadas, informática para cegos, fabricação de cadeiras de rodas, bengalas e outros equipamentos, minhocultura, olaria, panificação, jardinagem, reciclagem de papel, etc. (Pastore, 2000,p. 77-78)

Vale lembrar que, apenas educação não garante inserção no mercado

de trabalho. Porém, ajuda na empregabilidade, o desemprego atinge muito mais os

de escolaridade baixa. Nos períodos de economia difícil, a recessão e excesso de

oferta de mão-de-obra, as empresas têm oportunidade de selecionar pessoas com

mais qualificação. Nos períodos de retomada do crescimento, as mudanças

tecnológicas passam a exigir mais competência. Nos dois casos a educação é

condição sine qua non, mas sem a conscientização de que os portadores de

deficiência são pessoas capazes de trabalhar, assim como qualquer outro que tenha

um ambiente preparado e com condições para desempenhar a tarefa, o problema

persistirá. Esta conscientização depende da sociedade como um todo, dos

empresários e das pessoas envolvidas com área de recursos humanos da empresa,

uma vez que, é responsável pela seleção de pessoas, podendo assim mostrar a

importância de tais contratações para a direção da empresa e para o corpo funcional

de toda a organização, afim de que todos se preparem para receber e incluir outros

funcionários, com limitações e qualificações como qualquer um.

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3.2 Tecnologia, Emprega ou Desemprega?

O desenvolvimento tecnológico pode ter conseqüências positivas e

negativas para o emprego. Seu resultado dependerá do ambiente em que ela

acontecer. Quando seus benefícios são apropriados por poucos, o que acontece em

regimes monopolistas que enfrentam leis trabalhistas rígidas, o seu efeito é

destrutivo, quando muitos têm proveito, o regime é flexível, a economia é estável e

não excludente, o impacto é construtivo.

Logo, para que se avalie o efeito final das tecnologias, não basta

somente examinar a queda da oferta de emprego decorrentes dela. É necessário

investigar os efeitos do deslocamento de mão-de-obra e criação de atividades e

postos de trabalho em outros setores.

A educação está diretamente relacionada com a facilitação da

readaptação da mão-de-obra ao desenvolvimento e implantação de novas tecnologias

e aos empregos.

A implantação de novas tecnologias exige mais qualificação, e é claro

que esta demanda também atinge os portadores de deficiência. As novas tecnologias

exigem mão-de-obra preparada, capaz de transferir conhecimentos de uma área para

outra, sobretudo qualificados. Essa é a tendência geral do mercado de trabalho.

Essa exigência do mercado de trabalho pode ser compreendida pela

pressão que as empresas recebem ao adotar novas tecnologias e novas formas de

trabalhar para poder vencer a feroz competição que emerge na economia globalizada.

Nunca a educação foi tão crucial para as pessoas conseguirem um emprego e,

sobretudo, para continuarem nele.

Este quadro mostra como é especialmente complexo para as pessoas

que, além de baixa escolaridade, é portadora de alguma limitação física, mental ou

sensória. A superação dessas dificuldades vai levar algum tempo, e demandará um

grande esforço por parte da sociedade/empresa, não só para educar melhor, mas

também, para assumir sua responsabilidade social em relação os portadores de

deficiência.

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3.3 Sistema de Cotas

O sistema de cotas é adotado por vários países desenvolvidos e nestes

nota-se uma forte inclinação de mudança na sua filosofia.

O objetivo do sistema de cotas é garantir aos portadores de deficiência

uma oportunidade de construir suas vidas de forma mais próxima da vida dos que

não são portadores. Isso envolve inúmeras atividades como: educação, treinamento,

vontade de empregá-los, tolerância às diferenças, adaptações, etc.

A integração dos portadores de deficiência no trabalho depende da

capacidade e da boa vontade de um grande número de evolvidos que têm de investir

tempo, dinheiro, esforço e compreensão. Como afirma Pastore (2000), medidas

tópicas e isoladas estão longe de conseguir mobilizar a enorme sinergia que se faz

necessária nesse complexo desafio.

3.3.1 Flexibilidade às Cotas

A marca das mudanças nesse processo é a flexibilidade, buscando

criar condições para que cada um colabore dentro da sua realidade. Cotas isoladas,

que se aplicam a todas as empresas, sem exceções e sem estímulos, estão deixando

de ter importância. Assim as cotas mais articuladas entram no lugar dos sistemas de

cotas anteriores.

Processos de recrutamento e seleção muito rígidos, podem

estigmatizar os portadores de deficiência, por isso vêm sendo gradualmente

substituído por sistema baseados no voluntarismo e na educação. Aliado a estas

mudanças e mais importante é prover condições de trabalho que se adaptem às

necessidades dos portadores de deficiência como, por exemplo, o tempo parcial,

flexibilidade de horários, trabalho por telefone, internet e outros.

As discussões e controvérsias acerca das cotas tendem a continuar. Os

empregadores, em sua maioria se opõem ao sistema. As entidades de apoio os

portadores de deficiência acreditam que é a melhor forma de ajudá-los. Porém,

pesquisas mostram que, em todos os países onde há cotas, o sistema vem perdendo a

sua localização central no interior das redes de apoio aos portadores de deficiência.

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Este sistema tem pouca eficiência quando o empregador não quer ou

não pode admitir portadores de deficiência. As mais variadas desculpas são

utilizadas para justificar a impossibilidade destas contratações. Elas elevam os

requisitos de qualificação para o preenchimento da vaga em aberto, alegam falta de

preparo dos candidatos portadores de deficiência, etc.

Além disso a empresa pode estar com o quadro de pessoal completo, e

assim sendo não terá necessidade de mais funcionários, tendo que demitir

empregados já admitidos para contratar um portador de deficiência. Esta situação

causaria um grande conflito entre os empregados da empresa e os candidatos aos

postos de trabalho.

Enfim, o sistema de cotas só auxilia no aumento do número de

contratações os portadores de deficiência, quando é flexível.

3.4 Como as Empresas Podem Ampliar as Oportunidades de Trabalho?

O sistema de cotas obriga as empresas no Brasil com mais de 100

funcionários admitir em seu quadro de pessoal de 2% a 5% de portadores de

deficiência qualificados.

Para o cumprimento das imposições do sistema de cotas, o mercado

brasileiro teria que contratar um número de os portadores de deficiência, bem acima

da oferta atual, quando se leva em consideração a qualificação dos mesmos. Então

como se pode abrir espaço para os portadores de deficiência no mercado de trabalho,

diante dos impedimentos alegados?

A inserção e retenção os portadores de deficiência no mercado de

trabalho, como já foi explanado, depende de outras providências: preparar o

portador, educar e conscientizar o empregador, adequar o ambiente, preparar os

funcionários existentes na empresa. Para o empregador, a primeira e mais importante

previdência é a de se conscientizar que, mais do que o cumprimento de uma lei, a

facilitação da entrada dos portadores de deficiência no mercado de trabalho faz parte

de sua responsabilidade social, o gerente de recursos humanos tem papel crucial

neste processo.

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Os portadores de deficiências que vivem em nossa sociedade têm de

receber apoio para contribuir produtivamente à economia do país e construir suas

carreiras.

O problema da educação novamente será focado, pois, merece grande

consideração, uma vez que, é muito cômodo para as empresas justificarem a não-

contratação pela não existência de pessoas devidamente qualificadas para o

preenchimento da vagas.

Na realidade as empresas devem sair deste local de justificativa e

começar a enfrentar de forma efetiva e participativa na solução do problema da baixa

qualificação os portadores de deficiência. Para tanto as empresas deverão que se

envolver com programas de qualificação e treinamento dos futuros candidatos. Sem

esse envolvimento, a dificuldade no recrutamento persistirá e as empresas serão

autuadas.

A contratação os portadores de deficiência está obrigando as empresas

brasileiras a implantar e desenvolver políticas internas em quatro áreas:

• Superação das Apreensões

Separar os conceitos dos preconceitos. De nada adianta o

cumprimento da lei, se os diretores, chefes, gerentes e os demais funcionários não

entenderem, a importância e os porquês das contratações. Caso contrário, eles

acabarão recrutando a contra gosto, e marginalizando os contratados. Recomenda-se

que o assunto seja amplamente debatido com as áreas repensáveis da empresa,

expondo francamente suas concepções para que possam ser trabalhadas e corrigidas,

papel fundamental da área de recursos humanos.

• Encontrar Trabalho Certo para as Pessoas Certas

O recrutamento e seleção de pessoas com necessidades especiais,

deve ser muito bem planejado. Deve-se descrever bem o cargo que a pessoa irá

exercer, identificar as atividades que irá desempenhar para que nem o funcionário

nem a empresa sejam prejudicados. Tanto o cargo quanto a pessoa devem estar

preparados para um receber o outro.

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A preparação dos funcionários de um modo geral é fundamental.

Recomenda-se locar os portadores de deficiência junto com pessoas que possam

auxiliá-las na fase inicial. Como por exemplo, mulheres, pessoas mais esclarecidas,

calmas, menos ansiosas, tolerantes.

• Preparação do Ambiente de Trabalho

Essa preparação refere-se a providencias físicas, educacionais e

sociais. Uma vez a contratação efetuada, a empresa deve fazer as modificações

arquitetônicas, aquisição e instalação de novos equipamentos, adaptação dos atuais,

planejamento para emergências, orientação espacial do ambiente, sinalização,

iluminação, horários flexíveis bem como a conscientização dos colegas, a fim de

facilitar a inclusão.

• Recrutamento e Retenção

Tanto o recrutamento como a retenção são tarefas difíceis, mas há

alguns procedimentos que podem auxiliar no recrutamento, por exemplo:

Organizações especialistas em identificar pessoas qualificadas e de qualificá-las.

Escolas onde é possível encontrar possíveis portadores de deficiências qualificados.

O processo de recrutamento tem que ser bem honesto e transparente.

O candidato não pode ser iludido. O setor de recrutamento deve explicar que tem

uma vaga aberta, explicando qual a atividade a ser desempenhada, expondo

claramente as exigências da função. As informações e resultados finais positivos ou

negativos devem ser passadas a todos sem discriminação.

A retenção do candidato selecionado é tão delicada quanto o

recrutamento. Toda as mudanças devem ser aplicadas, a empresa precisa se

organizar para absorver este talento. O ajustamento não pára e envolve uma atenção

permanente aos obstáculos que impedem a produtividade deste novo talento.

Nos primeiros meses o aprendizado e reaprendizado é para todos. A

empresa e os colegas de trabalho devem estar preparados e motivados a ampliar os

limites de tolerância para com as pessoas com diferenças, no caso, os portadores de

deficiência.

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CONCLUSÃO

Percebe-se a partir deste estudo que, a questão da inclusão do portador

de deficiência sempre existiu em quanto problemática complexa no decorrer de toda

a história da humanidade. Faz-se uma breve viajem pela história das principais

civilizações desde os primórdios e verificou-se as explicações, fundamentadas em

superstições a fim de justificar preconceitos que se arrastam até os dias de hoje.

O mercado de trabalho reflete toda uma atitude alimentada no passar

de todos esses anos. Para os portadores de deficiência a maioria das portam se

fecham, eles devem se esconder, pois, não há lugar para “incapazes” para o amor,

para o convívio social, principalmente no trabalho onde o lema é a produtividade, ou

seja, trabalhar mais, cada vez mais rápido, produzindo cada vez mais, com cada vez

menos custo.

O desafio é grande para todos, para os portadores de deficiência é

importante entender e ser capaz de aceitar as suas características. A realização

humana na depende apenas de estatura beleza ou forma física mas, sobretudo, com

fundamento na inteligência, respeito e competência. Esse é o desafia da sociedade

contemporânea, enxergar as pessoas em sua totalidade e não apenas como portadora

de uma determinada limitação que, na maioria das vezes, desaparecem mediante a

menor ação social, de boa vontade e de tolerância.

No mundo do trabalho a exclusão das pessoas com necessidades

especiais são mais evidentes. Eles podem até estar preparados para o trabalho, mas,

mesmo assim é comum serem rejeitados por serem os portadores de limitações,

mesmo não afetando o desempenho no trabalho, mas por simples preconceito e

desconforto ao compartilhar o mesmo espaço. os portadores de deficiência são vistos

como doentes. As pessoas que os cercam tendem a ver suas vidas de modo trágico.

os portadores de deficiência devem demonstrar que isso é falso, por mais difícil que

seja suas vidas, dispõem de energia, vida e vontade para superar as limitações

quando a sociedade ajuda a oportunizar.

Os avanços da medicina e da ciência psicológica não bastam para

remover os impedimentos e problemas das deficiências, pois grande parte deles é

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produto social. A sociedade que não provê os devidos ajustamentos acaba

aprisionando os portadores de deficiência dentro seu mundo próprio.

A conscientização da sociedade, o esclarecimento das pessoas, o

esforço das instituições sociais e empresariais são fundamentais para a redução dos

preconceitos a garantir uma inclusão os portadores de deficiência na vida social e no

trabalho. Aos os portadores de deficiência cabem ações para auxiliar a reduzir

também estes preconceitos, tarefa nada fácil para quem vive em um mundo onde

tudo o que é jovem, belo e vigoroso é que é bom, valoroso e tem utilidade.

O Brasil está despreparado quanto às políticas sociais são

desarticuladas em relação os portadores de deficiência. As leis são modernas e

compreensivas, mas não conseguem fazer com saia do papel, não funcionam

efetivamente. A caminhada do país é árdua para passar das leis para políticas

estimuladoras.

As políticas de apoio os portadores de deficiência necessitam

considerar que o importante nas ações deve ser o seu humano que tem limitações

superáveis. Para tanto, não basta baixar decretos ou leis. É preciso negociação entre

as partes envolvidas neste sistema. Os problemas dos os portadores de deficiência

será resolvido com criatividade no campo das políticas públicas, mentalidade

empresarial. Possuir uma alteração física não pode ser objeto de descriminação ou de

maior importância. A limitação é comum a todos e deve ser encarada. Por isso

encarar os preconceitos deverá vir mais do campo social do que do individual. A

deficiência é mais um problema social do que individual, uma vez que, a sociedade

cria barreiras que tornam as pessoas deficientes.

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BIBLIOGRAFIA

SILVA, Otto Marques. A epopéia ignorada – a pessoa deficiente na história d ontem

e de hoje. São Paulo, CEDAS, 1986.

AQUINO, Júlio Groppa. Diferença e Preconceito. São Paulo, Sumus, 1998

GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada.

Rio de janeiro: Zahar, 1982.

PASTORE, José. Oportunidade de trabalho para portadores de deficiência. São

Paulo: LTr, 2000.

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ANEXOS

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE

O PAPEL DO GESTOR DE RH NO PROCESSO DE

INSERÇÃO DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA NO

MERCADO DE TRABALHO

Por: Leila Navarro de Santana Orientador: Prof. Ms. Mary Sue Assinatura do avaliador: Conceito:

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I

UMA BREVE HISTÓRIA SOBRE A DEFICIENCIA 09

1.1 – Males Incapacitantes na Culturas Antigas 09

1.2 – Penalidades Muliladoras do Egito Antigo 10

1.3 – Discriminação para com os Hebreus 10

1.3.1 – Código de Hamurabi 11

1.4 – A Deficiência entre os Gregos 12

1.5 – A Grécia e sua Incipiente Lei que Assistia os Deficientes 12

1.6 – Políticas de Prevenção 13

1.7 – Roma – Deficiência e o Direito Humano 13

1.8 – O Cristianismo 14

1.9 – Idade Média 15

1.9.1 – O Castigo da Mutilação 15

1.9.2 – O Destino dos Deficientes na Idade Média 16

1.10 – O Renascimento 16

1.11 – Revolução Intelectual e suas Responsabilidades 17

CAPÍTULO II

ESTIGMA E PRECONCEITO 18

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2.1 – Insegurança 18

2.2 – O corpo Incorpora 19

2.3 – Se Esconder da Visibilidade 20

2.4 - De quem é a Estética 21

CAPÍTULO III

A EMPRESA E SUA RESPONSABILIDADE SOCIAL 23

3.1 - Ocupação dos Deficientes no Mercado de Trabalho 23

3.1.1 – Educação, Necessidade para a Inserção 24

3.2 - Tecnologia, Emprega ou Desemprega? 26

3.3 – Sistema de Cotas 27

3.3.1 – Flexibilidade às Cotas 27

3.4 – Como as Empresas podem Ampliar as Oportunidades de Trabalho? 29

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA 33

ANEXOS 34

FOLHA DE AVALIAÇÃO 35

ÍNDICE 36