“o otimista é um tolo. o pessimista, um chato. · eis aqui o resultado de um trabalho da...
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APRESENTAÇÃOEstamos em uma época em que a rapidez da informação e da comunicação
instantânea é incontestável e isso domina a rotina de nossos jovens.
Sinto muito orgulho de nossa equipe de professores da área de Linguagens, Códigos
e suas Tecnologias pelo incentivo dado aos nossos alunos, levando-os a refletir sobre o
fascinante mundo das palavras, pois é por meio delas que fluem nossos pensamentos e
nos expressamos para o mundo.
Eis aqui o resultado de um trabalho da parceria educador-educando: uma obra
representativa do talento, dedicação e criatividade.
Queridos alunos, sei que farão bom uso desta que é uma das dádivas com que fomos
abençoados: a capacidade de eternizar nossos pensamentos através de registros.
Somos palavras...
Palavra é sentimento.
NEUZA MARIA SCATTOLINIMantenedora e Diretora
SILVANA E. O. DA MATTA VÍVOLOProfessora de Gramática
PREFÁCIO
Quem começa a ler e, posteriormente, é também incentivado a escrever, percebendo
seu importante papel como leitor e autor, descobre tudo o que a palavra proporciona e,
com certeza, não para mais.
Quem adquire esses hábitos encontra com mais facilidade soluções e respostas
para suas questões pessoais, desenvolve o espírito crítico em relação ao
comportamento dos indivíduos, ao lugar em que vive e aos acontecimentos do mundo...
Desta vez o nosso homenageado é Ariano Suassuna que estaria completando 90
anos esse ano. Numa entrevista o dramaturgo, romancista e poeta declarou que todo
artista busca a imortalidade através de sua obra. "A arte é uma espécie de protesto
contra a morte", afirmou ele. Inegavelmente, sua obra continua mais atual e viva do que
nunca. Como não rir e, posteriormente refletir, ao resgatar, na memória, o enredo e as
peculiaridades da obra O Auto da Compadecida, protagonizada por personagens tão
envolventes, donos de brasilidade explicita como Chicó e João Grilo?
Aproveitem a fascinante oportunidade de conhecer um pouco mais de Ariano
Suassuna e de nossos alunos-escritores.
Boa leitura!
“O otimista é um tolo. O pessimista, um chato.Bom mesmo é ser um realista esperançoso.”
ARIANO SUASSUNA
SUMÁRIO
XII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
os6 Anos - Fundamental11
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O GRANDE SUSTO - Giulia Onishi Felix
MINHA INFÂNCIA - Gabriel Moreira Yanase Murakawa
TUCA E SUA NOVA FAMÍLIA - Amira Nascif de Oliveira
ARTHUR POR ARTHUR - Arthur Cieslak LimaO VOO ENGRAÇADO - Vitoria Rodrigues Palomares
GUILHERME E O SAPO - Guilherme Pereira Pazini de Freitas
BELLA - Gabriela Panta de PaulaA PONTE BAMBA - Laura Barros Eisinger
A DESCOBERTA NA GELEIRA - Lucas Castro Orbite
O HERÓI DOS PERIQUITOS - Rômulo de Almeida Biassio
19
20
18
QUEM ESTÁ AÍ? - Giovanna Carbone de Matos Nogueira
O MUNDO DE NOBLATIUS - Lunna dos Santos Mano
CACHORRO DE MARTE - Gustavo Bernardes Credie
TUCA, A CACHORRINHA QUE FALA - Vivian Alves Ruffier
UMA AVENTURA ANIMAL - Beatriz Naomi Aoki Nishida e Mariana Silva Aoki
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29 O PNEU FURADO - Mariana Silva Aoki
A GASTRONOMIA NA VIDA DE MARIANA - Mariana Lopes de Queiroz
COMO SUFOCAR A FAMÍLIA - Pedro Henrique Paulino Prates
RESPEITO - Pedro Morales Hiroishi
UM PEQUENO ESQUECIMENTO - Lívia Morita Nomoto
PERDI UMA CRIANÇA - Diana Giansanti Tavares
os7 Anos - Fundamental
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27
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O QUASE INCÊNDIO NO APARTAMENTO - Beatriz Bosco Tavares
O BURACO - Victor Maki Imanobo
PRESOS NO QUARTO - Thales Kenji Oi Bastos
DESESPERADOS NA ESPANHA - Gustavo Henrique Rivero Pasqualin
30FÉRIAS NA PRAIA - Giovanna Sayuri Iwamoto
os9 Anos - Fundamental
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52
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49
48
47
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43NOITE ESTRELADA - Manoela Achcar OliveiraVOCÊ - Dhaiany Silva Fiel
OBSESSÃO FATAL - Aline Cristina de Souza GarciaA NOITE ESTRELADA - Mitie Yoshitake Rocha
O AMOR DA INFÂNCIA - Helena Micucci Pires Amaral
CHUVA DE VIDA - Luana PanzutoO AMOR DE FANTASIAS - Rodrigo Santos Martines
O AMOR É A RECEITA - Caio Lopes Wakai
APARÊNCIAS - Julia Corazza VickA CASA Nº6 - Luana Panzuto e Lucas Monacelli Cipullo
PARAÍSO ESTRELADO - Beatriz Lehoczki Boneto
VOCÊ É O PRÓXIMO - Beatriz Lehoczki Boneto e Gabriela Freiman Del Villar
SUMÁRIO
XII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
os8 Anos - Fundamental33
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33
RELÓGIOS QUEBRADOS - Diego Irasaka
NOITE DE FESTA - Pedro Cintra Couto Zonta
QUINTAL - Gustavo Foltran Umbehaun
AS APARÊNCIAS ENGANAM - Vivian Negrini Portes de Almeida
FESTA JUNINA - João Victor Machado Teixeira
IMIGRANTES - Maria Gabriela Amaral Shintate
OPERÁRIOS - Carolina Ferreira de Sá
POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL - Laura Yone de Almeida BiassioVOCÊ NÃO VIU DE TUDO - Luisa Lopes de Azevedo
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ASSALTO À PATA ARMADA - Arthur de Morais D'Elboux
POEMA VALORIZADO - João Pedro Klouczek Santana Bulhões DiasRESPEITO - Victoria Tiemi Chen Ninomiya
POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL - Nathalia Capuano Evangelista
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a3 Série - Ensino MédioCUIDADO: O PORTUGUÊS É FEROZ - Beatriz Martins Barao Ishikawa
A PROSTITUIÇÃO E O QUE ESCORRE ENTRE OS DEDOS - Thaly Yukie Wachi Tamura
FAMA E A VAZIA EXISTÊNCIA HUMANA - Eric Batista SilvaA EDUCAÇÃO DA GERAÇÃO MILLENNIALS - Ananda Maria Petean Ferreira
O ESTADO E O CIDADÃO: A SAÚDE EM QUESTÃO - Vinicius Toshiaki Onzeki Katayama
EDUCAÇÃO: A VITRINE DE UM PAÍS DESENVOLVIDO - Maurício Devincentis Silva
SUMÁRIO
XII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
a1 Série - Ensino Médio57
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59
58
A "REDE" DO POVO DEMOCRÁTICO - Rodrigo Volpe Baistin
COMPRAR: QUAL É O LIMITE? - Carlos Akio Yonamine
UM OUTRO LADO DO CONSUMISMO - Fernanda Nishi Ribeiro
SALVE-SE QUEM PUDER (PAGAR) - Vitória Aranha de Medeiros
ESCRAVOS DO MATERIALISMO - Tiffany Ramirez Ruiz
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O CONSUMO INSERIDO NA SOCIEDADE MODERNA - Giovana Bernardes Credie
a2 Série - Ensino Médio
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FAMÍLIA MODERNA - Carolina Uehara Salomão
PAI E MÃE: ISSO É FAMÍLIA? - Priscila Cesarino Taddone
O CASTELO - Guilherme Háfez Knirsch Pereira
ALIMENTAR COM O VAZIO A SUA PRÓPRIA LACUNA - Giovana Mirna M. S. Gonçalves
INTOLERÂNCIA: HERANÇA DE SÉCULOS - Maria Júlia Segura de Azevedo
QUANDO SE TRATA DE FAMÍLIA, NÃO HÁ CERTO NEM ERRADO - Letícia Morgan Gentil
FEMINICÍDIO: EVOLUÇÃO E REGRESSÃO - Laura Naomi Lopes Wakai
Professora Maria Inez F. de Jesus
Fundamental6anosos
Difícil falar sobre nós mesmos!! Entretanto, mesmo estando no osinício de uma jornada emocionante e marcante, mesmo estando apenas no 6
Anos, estes alunos já demonstram saber o que querem para a vida deles, já nos
mostram o que querem e reconhecem, valorizam o seu passado, a sua pequena
história e que sonham com um futuro brilhante, que se inicia neste princípio de
adolescência. Esses são os nossos alunos que ainda, há bem pouco tempo,
“estavam na barriga da mamãe” e hoje já fazem parte da “turma do prédio”, como
eles mesmos dizem e se orgulham de chamar.
A própria história, a história dos amigos de classe, momentos de transição,
as novas responsabilidades, os heróis que parecem resolver todos os
problemas... quanta imaginação têm esses meninos e meninas com asas
imensas, alçando voos que prometem ser emocionantes, já que são abastecidos
pelo inesgotável combustível dos sonhos!
A seguir vocês poderão saborear as bonitas histórias de nossos alunos e osalunas dos 6 Anos desta edição anual do Prêmio Jovem Escritor e também
descobrir a riqueza que essas pessoas, tão especiais, podem nos oferecer nos
textos que seguem.
XII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
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O GRANDE SUSTO
Giulia Onishi Felix
Certa tarde, quando estava sozinha em casa, assistindo ao ''Fazendo a Festa'',
ouvi um barulho na cozinha. Andei devagar até lá, pois não sabia o que poderia ser.
Quando cheguei, vi um cachorro sobre duas patas, com uma garrafa na mão, a
geladeira aberta e um copo quebrado no chão.
- Quem é você? Como sou boba, o cachorro não vai responder, pois ele não fala!
- Falo sim! E aliás, sou uma cadela!
- Vo-vo-você fala?! Como? Por quê? Onde... Espere, como você entrou aqui se a
porta está trancada?
- Sou uma cadela espiã do FBI e tive um curso de fala para cães! Estou
investigando um caso e resolvi descansar aqui um pouco. Pulei o muro e, com uma
corda, vim escalando até este andar porque achei que estava vazio.
Eu estava de boca aberta, paralisada.
- Em que posso ajudar?
- Primeiro não conte para ninguém até eu resolver o caso! Pelos meus cálculos, o
suspeito está neste andar!
- Eu a ajudo!!!
- Ok! Então, vamos!
Rodamos o andar inteiro, até que:
- É aqui! – disse a cadela, em voz baixa.
- Mas como você vai entrar? – perguntei.
- Com este laser!
Então, ela fez um buraco na porta e, juntas, entramos.
Prendemos o suspeito no flagra, “com a mão na massa''. Chamei a polícia e os
policiais o prenderam.
Abracei a cadela, que estava super feliz.
- Agora tenho que ir! – disse a cadela.
- Mas espere, só um minuto, até agora, você não me disse o
seu nome! Aliás meu nome é Giulia.
- Ah, tá! Meu nome é...
PLIM! O elevador abriu com minha mãe e minha irmã
dentro. Eu contei a elas tudo o que havia ocorrido, pois elas
tinham ido ao supermercado.
- Tchau! Agora tenho que ir!
- Tchau! – Eu, minha mãe e minha irmã falamos.
A cadela entrou no elevador e, quando a porta estava fechando, ela
me disse:
- Meu nome é LILI!!!
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ARTHUR POR ARTHUR
Arthur Cieslak Lima
Eu não fui muito levado quando era pequeno e nem me lembro
muito da minha infância, mas me lembro dos meus 6 anos.
Nessa época eu estava em um país chamado Indonesia,
localizado na Ásia. Lá eu entrei em uma escola chamada ”I-
smile” e lá também foi onde eu aprendi a falar Inglês.
Na Indonesia eu fiz 6 anos e tive uma festa.Eu amei
essa festa! Eu também participei de uma peça do “Rei Leão”,
quando eu fiz o papel do Simba. Eu adorei atuar, pois foi uma
experiência incrível!
Acho que essas são as partes mais marcantes da minha infância, mas
é sempre bom olhar ao passado e ver seus erros e conquistas para ver
como melhorar, pois é assim que evoluímos na vida.
TUCA E SUA NOVA FAMÍLIA
Amira Nascif de Oliveira
Em uma tarde nublada, eu estava deitada no sofá, mexendo no celular, quando
ouvi o barulho de um copo se quebrando na cozinha. No caminho até a cozinha fiquei
pensando o que poderia ter causado aquele barulho. Será que era um ladrão ou a
minha mãe que já havia chegado mais cedo do supermercado?
Cheguei na cozinha e me deparei com uma cadela, bem pequena, da raça Jack
Russel, que me disse:
- Meu nome é Tuca. Fui pegar água gelada, mas o copo escorregou da minha mão.
Naquele momento eu paralisei, mas achei incrível aquele fato. Então lhe disse:
- Estou surpresa com você, Tuca!
- Também fiquei surpresa, Amira, pois você ficou espantada e mesmo assim me
recebeu muito bem! Na verdade, eu estou precisando mesmo é de uma família que
cuide de mim.
- Tuca, vou falar com a minha mãe, mas nós já estávamos querendo mesmo
comprar ou adotar uma cadela!
Nesse meio tempo, minha mãe chegou e perguntou-me:
- Que cadela é essa, Amira?
- Mãe, essa é a Tuca! Ela está precisando de um lugar para morar. Ela pode ficar
com a gente?
- Bom filha...é claro que pode!
Eu fiquei muito feliz, pois agora Tuca, minha mãe e eu formamos uma bela família.
XII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
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Colégio Montessori Santa Terezinha
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O VOO ENGRAÇADO
Vitoria Rodrigues Palomares
Tudo começou quando eu tinha sete anos. A minha mãe me contou que a gente ia
para o “Beach Park” e eu estava super animada, afinal, quem não estaria?
Tinha chegado o dia, nós fomos ao aeroporto, fizemos o check in. Entramos no
avião, o avião decolou. Até então tudo bem, mas sabe aquela hora, no meio do voo,
que bate aquela vontade de comer doce? Afinal, a comida do avião não é lá muita
coisa.
Eu peguei o pacote de balinhas “Fini” nas mãos e a minha mãe disse:
- Filha, quer que eu abra pra você?
Eu respondi:
- Não, mãe, eu consigo! Obrigada!
Na hora que eu abri, ''POM". Voou Fini para todos os lados. Não sobrou nenhuma.
Eu entrei embaixo do banco para pegá-las e fiquei entalada. Meus pais riram.
Mas no final, deu tudo certo.
Eu imagino até hoje a reação das pessoas da frente, quando as balas caíram nelas.
MINHA INFÂNCIA
Gabriel Moreira Yanase Murakawa
Quando eu tinha cinco anos, lembro-me de que recebia a visita do Papai Noel e ele
me dava muitos presentes.
Conforme fui crescendo, percebi características familiares no Papai Noel como
os olhos, o rosto, a voz e o meu avô nunca aparecia no Natal. Um dia eu descobri que o
Papai Noel era o meu avô e, a partir desse dia, ele nunca mais se vestiu de Papai Noel,
mas queria que ele se vestisse de novo.
Lembro-me também da viagem para a Bahia, quando fomos
eu, meu pai e minha mãe para o parque aquático e fiz amigos fora
de São Paulo.
Lembro-me também do meu aniversário de 7 anos, que
foi do tema Corinthians. Eu chamei todos os meus amigos
do Montessori, nós nos divertimos muito e foi muito
engraçado.
Também me lembro de que a minha tia casou-se em Punta
Cana, no dia 14 de novembro, na praia, e foi justo na “Super Lua“,
foi muito lindo. Eu nadei com os golfinhos, tubarão e no barco “Radikal“.
Neste ano houve a minha festa de 11 anos, chamei só os meus amigos
mais próximos e demos uma festinha pequena, jogamos vídeo game e
futebol.
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GUILHERME E O SAPO
Guilherme Pereira Pazini de Freitas
Certa tarde, fazendo meus deveres de casa, eu me surpreendi com uma voz fina e
metálica, que dizia:
- Esconda-me, por favor. Não quero me transformar em príncipe e muito menos
me casar com uma princesa! Esconda-me.
Era um pequeno sapo verde que, dizendo isso, saltou e foi cair bem ao lado do meu
caderno.
Assim que o sapo terminou de falar, dois guardas altos e fortes, com roupas
metálicas cobrindo o corpo inteiro e com lanças nas mãos, tocaram a minha
campainha e disseram:
- Senhor, pedimos que abra a porta para podermos investigar o local à procura de
um sapo.
Entrei em pânico. Coloquei o tal “anfíbio falante” na minha calça e abri a porta. Foi
bem nojento, mas não tive tempo de pensar, naquele momento.
Os cavalheiros entraram e investigaram tudo, mas não encontraram nada já que
eram muito ruins em fazer aquilo.
Assim que foram embora, tirei o sapo da calça e comecei a questioná-lo:
- Qual é o seu nome? De onde você é? Como chegou aqui? Para qual time você
torce?
- Meu nome é Felipe. Eu sou um príncipe de um reino distante chamado Magic
Kingdom que é cem por cento original. Ontem à tarde apareceu uma princesa que
disse ter comprado a propriedade e me achou um belo príncipe. Ela era feiosa de
doer e queria casar-se comigo. Não pensei duas vezes e fugi do reino, usando uma
poção que transformava pessoas em sapos. Um dos guardas me viu e me seguiu até
aqui e o meu time favorito é o São Paulo. Então ... pode me ajudar?
- Hum.... Está bem.
- Viva! Nessa cidade tem zoológico?
- Tem. Por quê?
- Preciso que me leve até lá e me deixe na parte dos
sapos.
Rapidamente escondi o príncipe na minha mochila e fui
ao zoológico.
A cidade estava cheia de guardas.
Quando chegamos ao ponto destinado, levei o sapo até a parte
dos anfíbios e o deixei lá.
Ele disse-me as últimas palavras antes de sair correndo:
- Adeus! Foi muito legal conhecer você!
- Para mim também ! Mas ainda tenho uma pergunta:
- Qual é o seu nome?
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- Meu nome é Guilherme.
- Obrigado, Guilherme! Adeus!
Depois saí correndo em direção à minha casa para terminar os meus deveres.
BELLA
Gabriela Panta de Paula
Lá estava eu, sentada no sofá, sozinha em casa, enquanto meus pais iam
trabalhar. Estava estudando, pois no dia seguinte teria prova.
Até que ouvi um estrondo. Um barulho de vidro vindo da cozinha e resolvi ir até lá.
Ao chegar, vi uma cadela da raça Jack Russel, linda, ainda filhote, que me disse:
- Desculpe-me! Eu fui pegar um copo d'água e ele escorregou da minha mão!
- Você fala? E é tão linda!
- Obrigada! Eu me sinto tão carente! Queria tanto ter um dono.... Um lugar para
morar... Alguém para brincar, sabe?
- Eu queria ter um cachorro.... Quer ser minha?
- Claro! – disse a pequena cadela saltitando.
- Então vou ligar para minha mãe! – Liguei para minha mãe e pus no viva-voz:
- Alô? Quem é?
- Oi, mãe! Está podendo falar?
- Claro, meu amor
- Então.... Apareceu uma cachorra linda aqui na cozinha, uma Jack Russel! E ela
fala!
- Sério? Põe ela na linha aí! – Entreguei o celular à cadelinha que, com sua voz fina e
suave, disse:
- Oi, qual é o seu nome?
- Oi...? Sou a Sandra...
- Posso ser sua? – Perguntou a cadelinha.
- Ok. Então.... Estou indo para casa agora!
Quando ela chegou, deparou-se com a linda cachorra e a
aceitou em nossa família. Decidimos que seu nome seria
Bella, por sua beleza e agora vivemos todos felizes e
unidos.
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A PONTE BAMBA
Laura Barros Eisinger
Três amigos estavam no acampamento Peraltas, em uma ponte bamba, que é
muito perigosa e, por esse motivo, estavam presos a uma corda e com capacete.
Eles se chamavam Rodrigo, Alice e João.
A Alice e o João estavam conversando sobre como o passeio estava sendo
divertido. Rodrigo, já que era xereta, estava escutando a conversa dos dois. Quando
ele se virou, deparou-se com um animal assustador: uma cobra naja.
Assustado, o Rodrigo gritou:
- Socorro! Uma cobra vai me atacar!
Seus amigos ouviram isso e se viraram, quando também se depararam com o
bicho assustador, então Alice, já que era a mais inteligente e corajosa, pegou seu
capacete e bateu na cobra por várias vezes. Os meninos só gritando de medo.
A cobra foi embora com medo da Alice. Depois eles puderam continuar sua trilha
em paz.
A DESCOBERTA NA GELEIRA
Lucas Castro Orbite
Dois amigos, Max com vinte anos e Nicky com 19 anos, foram escalar uma
montanha, mas não era qualquer montanha, era uma montanha gelada no Himalaia. A
ida estava marcada para 15 de novembro e já era 14 de novembro.
Enquanto se preparavam, Nicky lia sobre alguns mitos sobre aquela montanha.
Um dos mitos dizia que existia uma caverna misteriosa lá, mas ele nem ligou.
Quando chegou, finalmente, o dia de escalar, os amigos munidos de lanternas,
arpões e outros equipamentos de segurança e de sobrevivência, estavam diante
daquela enorme montanha de gelo. Eles começaram a escalar a
gigantesca montanha, até que Max sugeriu:
- Vamos parar para almoçar?
- Tá legal, mas vamos logo, não podemos demorar, pois
logo começará a nevar! – disse Nicky.
Aqueles dois se esqueceram do tempo naquela parada
e, como o previsto, começou a nevar.
- Pôxa, – disse Nicky – já começou a nevar? Temos de
continuar rapidamente.
A subida foi longa, mas no meio do caminho, houve uma avalanche e
ambos caíram em uma caverna subterrânea.
- Ai! Ui! Você está bem, Nicky? – gritou Max, preocupado.
- Sim, estou e você, Max?
- Um pouco dolorido, apenas.
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A dupla acendeu as lanternas e não viram nada, apenas duas paredes, o teto e o
chão. Eles seguiram por um corredor e perceberam que aquilo era um labirinto.
Aquela caverna era procurada há anos pelos cientistas especializados.
A neve ia soterrando a caverna atrás deles e eles tiveram de correr.
Foram correndo até que Max lembrou-se que trouxera consigo algumas
ferramentas, como picaretas e pás.
Com elas ambos escavaram um buraco para fora da caverna para não morrerem.
Já ao ar livre, eles continuaram a aventura, mas ficaram com trauma de cavernas
de montanhas geladas.
O HERÓI DOS PERIQUITOS
Rômulo de Almeida Biassio
Moisés é um menino bem legal que gosta de pássaros; ele tem dois periquitos
que se chamam Debby e Henri. Quando ele crescer, quer ser um veterinário para
cuidar dos animais.
Um dia ele estava passeando com Debby e Henri, quando, de repente, ele escutou
um barulho de animais fugindo e até os donos estavam fugindo! Moisés não estava
entendendo nada, e então ele perguntou para um homem ali perto:
- O que está acontecendo? Por que os animais estão fugindo?
- O Gilberto Barra Pesada está aqui!
- E quem é ele?
- Você não sabe? Ele é o maior contrabandista de animais da região! É melhor você
deixar seus periquitos em casa.
Moisés foi para casa e, antes que ele chegasse, Gilberto apareceu e pegou Debby
e Henri, prendendo-os, então disse:
- Humm, estas belezuras devem valer uma bela grana! Ah ha ha
ha!
- Devolva os meus pássaros, seu bobão! – Gritou Moisés.
Então, Moisés voltou correndo para casa, pegou o telefone e
sua bicicleta, pedalou o mais rápido possível, mas ainda
não pegou os periquitos. Ele continuou seguindo-o até que
teve que fazer uma manobra perigosa. Ele pegou impulso e
deu um grande salto para pegar Debby e Henri. Para parar o jipe
de Gilberto, ele segurou nas pontas e puxou com muita força.
Então ele pegou o jipe, ligou para a polícia e Gilberto logo foi preso.
Agora ele é conhecido como “Gilberto dentro da barra”!
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QUEM ESTÁ AÍ?
Giovanna Carbone de Matos Nogueira
Eu estava tranquila na minha casa, assistindo ao Netflix, bem na hora do
suspense... “Pow!!”
- Ah ah ah ah ! – eu gritei, acabando com o meu sossego.
Quando corri na cozinha para ver o que tinha acontecido, notei o copo preferido
da minha mãe, quebrado no chão, então gritei:
- Quem quebrou esse copo, vai pagar caro!
Foi quando vi aquela cachorrinha e, num piscar de olhos, perdi toda a raiva e, como
em um passe de mágica, ela começou a falar, então eu pensei em duas coisas:
primeiro, que eu deveria estar em outro mundo e, depois, menos provável, que aquela
situação era uma pegadinha. Então deixei a cachorra lá e fui me trocar, porque
aparecer na TV de pijamas não estava com nada, né?
Fui para o meu quarto, me troquei e voltei para a cozinha e, quando fui limpar os
caquinhos do copo, minha mãe bateu na porta.
“Ting tom” (barulho de campainha)
- Já vai, mãeeee!
“Au, au, au!” - latiu Tuca, a cachorrinha, a quem eu já dera até nome. Eu a levei para o
meu quarto, dei-lhe comida e água e fui abrir a porta para a minha mãe.
Jantei, tomei banho e fui dormir. Quando acordei:
- Confere, chefe! – disse Tuca e se “teletransportou”.
E até hoje guardo esse segredo.
O MUNDO DE NOBLATIUS
Lunna dos Santos Mano
Certa tarde, eu estava sozinha em casa, de pijama, lendo meu
livro. Quando fechei o livro e me levantei para ir dormir, ouvi um
barulho vindo da cozinha. Fui andando lentamente até lá, e já na
porta, encontrei um copo quebrado. Continuei andando
para ver o que encontrava e então achei uma cachorrinha.
Uma cachorrinha muito fofa, por sinal! Mas logo em
seguida, quando estava indo pegar algo para ela comer, disse:
- Meu nome é Tuca. Fui pegar um copo de água gelada, mas o
copo escorregou da minha mão...
Virei-me assustada, me segurando para não gritar, e disse:
- Como você sabe falar? E como entrou na minha casa?
- Simples. Eu sei falar porque sou do mundo de Noblatius. Estou na
sua casa, pois caí da minha espaçonave. Agora estou perdida nesse
planeta e só vou sair dele em 24 horas, quando minha espaçonave
voltará para me buscar.
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CACHORRO DE MARTE
Gustavo Bernardes Credie
Eu estava vendo televisão e já era bem tarde. Todos na minha casa já dormiam,
quando de repente, ouvi um barulho na cozinha e fui direto ver o que era.
Ao chegar lá havia uma cachorrinha que começou a falar comigo.
No momento fiquei apavorado, no momento me senti um bobão de ver a
cachorrinha falando, mas depois me acostumei com ela.
Então ficamos conversando:
- Quantos anos você tem? Você é de outro planeta?
Então ela disse:
- Tenho 5 anos e sou de Marte.
Eu disse:
- Como é Marte?
E ela respondeu:
- Era bem legal quando cheguei lá pela NASA, mas agora
está ficando chato, pois estão mandando homens para lá, para
fazerem experimentos para morarem lá, mas quero ficar
sozinha em Marte.
Ficamos conversando até meus pais acordarem.
Quando acordaram, eu os apresentei e perguntei-lhes se podíamos
ficar com ela, eles disseram que sim, mas ela falou que não podia, pois
tinha que voltar para Marte e que só veio para tomar água, pois em
Marte não tem. Ainda hoje ela vem me visitar para beber água.
Logo em seguida, Tuca completou:
- Por favor, esconda-me até minha nave voltar?
Meio resistente, eu concordei. Peguei então água gelada para ela e fui dormir.
No dia seguinte, fui procurar pela Tuca, mas não a encontrei, somente um bilhete
que dizia:
“Muito obrigada pela água e por esconder-me. Minha nave chegou antes do
esperado, o trânsito no espaço estava bom. Adeus.”
Eu então peguei-me rindo da minha própria loucura. Como assim uma cachorra
que sabe falar e escrever?
Eu ainda estava rindo, quando minha mãe chegou em casa. Mas parei de rir
quando ela perguntou-me:
- Lunna, o que o copo do meu casamento está fazendo quebrado no chão?
Respondi a primeira coisa que veio à minha cabeça:
- Acho que está tirando uma soneca...
Bom, isso não acabou muito bem, pois fiquei de castigo imediatamente, e nunca
mais vi aquela cachorra falante...
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TUCA, A CACHORRINHA QUE FALA
Vivian Alves Ruffier
Em uma tarde de outono, meus pais haviam saído, foram para uma festa e eu tive
que ficar sozinha.
Resolvi assistir a um filme na televisão para me distrair um pouco, até que ouvi o
barulho de um copo se quebrando diretamente da cozinha. Então fui correndo até lá
e me deparei com uma cachorrinha de não mais de 20 (vinte) centímetros, uma Jack
Russel, que me disse:
- Meu nome é Tuca. Fui pegar água gelada, mas o copo escorregou da minha mão.
Eu não estava entendendo nada! Uma cachorrinha falando que foi pegar água em
um copo? Então falei, tentando disfarçar minha insegurança:
- Oi, Tuca! Meu nome é Manu! Acho que você não vai conseguir beber água em um
copo. Aqui está uma tigela.
Mesmo falando isso, não me aguentei e perguntei:
- Como você consegue falar?
Tuca me pareceu um pouco surpresa com a pergunta, depois de ela dar uma
lambida em sua água, disse:
- Acontece com poucos, só algumas pessoas nascem com do “dom” de ouvir os
animais. Mas não ouvem todos os animais! No máximo ouvem dois. Acho que você
tem esse dom!
Gostei muito do que ela disse e pensei:
“Já que sou uma das únicas que tem esse dom, vou ficar com ela. Afinal, não tenho
irmãos!”
Pensando nisso eu disse:
- Tuca, você me parece ser bem legal. Você gostaria de morar comigo?
- Sim, eu adoraria! Mas, será que seus pais irão gostar? –
Perguntou Tuca.
- Boa pergunta. Acho que vão sim, eles já estavam pensando
em adotar um cachorrinho! - eu disse.
Tuca pareceu não acreditar, mas depois que eu repeti,
ela começou a pular de alegria! Então eu disse:
- Que tal nós terminarmos de assistir a um filme?
- Eba, vamos sim, Manu! – comemorou Tuca.
E até hoje eu e Tuca somos melhores amigas!
Professora Maria Inez F. de Jesus
Fundamental7anosos
Com o objetivo de diferenciar enredo de história nas narrativas
ficcionais, os textos produzidos seguem uma sequência com uma disposição
cronológica, ou não linear, usando a inversão da ordem dos fatos com saltos
no tempo, elipses e cortes, surpreendendo-nos pela criatividade.
Deixar que o outro se “apodere” da própria história ao narrar a sua história
em 3ª pessoa do discurso ou contando a história do outro como se fosse ele
próprio, narrando em 1ª pessoa um enredo que não foi vivido por ele mesmo,
uma experiência que resultou em textos envolventes.
Perceber a poesia como meio de demonstrar a opinião de uma forma
divertida ou sensível.
Criar narrativas de aventuras usando o fantástico e a ficção, como dar
características humanas a animais e opinar sobre fatos atuais, como a crise
política e econômica em nosso país.os
Os alunos dos 7 Anos homenageados deste ano conseguiram expressar
os seus sentimentos, emocionando-nos e enchendo-nos de alegria por
descobrir talentos tão jovens e cheios de criatividade.
XII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
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Colégio Montessori Santa Terezinha
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A GASTRONOMIA NA VIDA DE MARIANA
Mariana Lopes de Queiroz
No final de 2016, Mariana e todos os alunos de sua classe participaram de uma
aula experimental de gastronomia no colégio. Tratava-se de um novo curso
extracurricular oferecido pela escola onde estudavam.
Os professores aparentavam ser bastante experientes nessa área.
Após o término do ano, ela ficou bastante ansiosa para o início do curso e a
chegada do comunicado informando, finalmente, como seriam realizadas as aulas,
quando começariam e o valor.
As aulas iniciaram e vieram todos os tipos de comunicados possíveis, menos o
que ela mais esperava. No entanto, quando chegou, ela ficou super feliz.
Logo que retornou para casa, ela ligou para sua mãe e a informou que o
comunicado havia chegado. Sua mãe ficou bem contente, porém tinha uma
preocupação: não sabia se daria para ela fazer o curso, pois dependeria de como ela
retornaria da escola, uma vez que as aulas aconteceriam no período da tarde.
Algum tempo depois, sua mãe recebeu a ligação e lhe disseram que o transporte
escolar poderia levá-la de volta para casa. Então, é claro, que Mariana ficou feliz.
No primeiro dia de aula de gastronomia, ela estava muito ansiosa e, momentos
antes da aula iniciar, conversou com sua amiga sobre o que poderia acontecer e
ficaram sonhando.
Então chegou o momento; a professora chamou os alunos para o laboratório,
onde a cozinha experimental fora instalada.
Aline e Fernando, os professores, começaram a explicar como seriam as aulas e o
que fariam, isso a deixou bastante curiosa. Também disseram que preparariam
refeições de todas as regiões do mundo, e nesse mesmo dia apresentaram os
utensílios que usariam. Alguns ela nunca tinha visto.
Nas aulas seguintes, os alunos conheceram novas ervas e
especiarias e prepararam pratos típicos da França, da Espanha e
da Alemanha.
Mariana continua atualmente no curso de gastronomia
e espera que as próximas aulas sejam tão interessantes e
saborosas quanto as primeiras.
Ela tem aprendido muitas coisas e ajudado sua mãe no
preparo de alimentos/refeições em sua casa.
XII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
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COMO SUFOCAR A FAMÍLIA
Pedro Henrique Paulino Prates
Meu nome é Beatriz e eu tenho 18 anos. Sou prima do Pedro e da Letícia. Na minha
casa tem dois andares, no primeiro andar moram a minha e tia, prima e avó. Já no
segundo andar moramos eu, minha mãe e meu padrasto.
A família toda estava no segundo andar. O Pedro também estava porque ele
poderia dormir em casa.
Nós estávamos assistindo ao Netflix e então a minha tia disse:
- Será que tem alguém ali? Porque dizem que os gatos sentem isso!
Minha mãe, com muito medo, saiu correndo, acendeu a luz do corredor e disse:
- Não tem nada aqui! Espere! Tem sim, uma barata!
Então, num piscar de olhos, ela voltou correndo, mas a barata
estava nas costas dela e então o Pedro pegou o inseticida e
quase sufocou a gente, mas ele matou a barata.
DESESPERADOS NA ESPANHAGustavo Henrique Rivero Pasqualin
Gustavo e sua família estavam na Espanha, em Cualedro, na Espanha, onde a
maioria de seus familiares espanhóis moram.
Numa noite de lua cheia, Gustavo estava na casa de seus parentes e, por volta da
meia noite, ele e sua família decidiu voltar para onde estavam hospedados, mas,
quando já estavam do lado de fora da casa, olharam para o outro lado da calçada e
viram um lobo selvagem.
Eles ficaram preocupados com a presença do lobo, mas como sabiam o que o lobo
poderia fazer com eles, começaram a pisar mais de leve e, assim, saindo de fininho,
conseguiram entrar novamente na casa. Entretanto, ao chegarem em um dos
quartos, acharam uma cobra venenosa. Eles conseguiram matá-la e, para a sorte de
todos, nada de pior aconteceu naquele dia e naquela cidade “selvagem”.
XII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
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O QUASE INCÊNDIO NO APARTAMENTO
Beatriz Bosco Tavares
Era uma vez uma família que morava num prédio, num andar bem alto. Eles
fizeram uma reforma e trocaram as portas da frente e as dos fundos, mas ficaram
com as portas velhas e com os seus batentes na varanda.
Eis que um dia, após chegar do trabalho, o pai resolveu colocar todo o entulho na
churrasqueira para queimar, pois, segundo ele, aquilo estava ocupando muito
espaço. E assim o fez. Aquilo começou a pegar fogo de tal forma, que a chama saía
para fora da churrasqueira e chegava até o teto. A cadelinha da família foi a primeira a
perceber e, ao ver seu desespero, a mãe perguntou ao pai:
- Amor, quer que eu pegue um balde de água para você jogar aí?
- Precisa não, amor! Tá tudo sob controle!
Não passaram 30 segundos e o pai gritou:
- Águaaaaa!!! Alguém traz água!
As crianças (uma era asmática, para piorar) correram para o quarto, seguidas pela
cachorrinha, e abriram a janela para respirarem enquanto seus pais apagavam o
“quase incêndio” com baldes de água em meio a tanta fumaça.
O pai, depois de apagarem o fogo todo, prometeu nunca mais queimar nada na
churrasqueira, a não ser carvão para fazer churrasco.
RESPEITO
Pedro Morales Hiroshi
Eu respeito,
Respeito você, respeito a todos.
Respeito de um jeito
Que até você se surpreende!
Na minha casa,
Todos se respeitam,
Todos falam,
Todos amam!
Não é porque alguém
Tem alguma diferença,
Que não devemos respeitá-la.
Você respeita a minha cor, eu a sua crença.
Você respeita meu jeito, eu a sua religião.
Você respeita minha família, eu a sua.
Você respeita onde eu moro, eu também o respeito.
Você respeita minha casa e eu a sua.
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O BURACO
Victor Maki Imanobo
Dois dias antes do Ano Novo, Victor sempre viaja com sua família para o sítio de
sua batcham (avó em japonês), ela sempre chama seus filhos e netos para passarem
as festas juntos.
A batcham faz muita comida japonesa, eles fazem fila para preparar e comer
temakis.
O Victor, seu irmão, e duas primas vão à casa de seu tio e tia, que moram ao lado, e
lá usam o Wi-fi. Depois eles brincam de badminton, tênis de mesa, jogos de tabuleiro
e de guerra de travesseiros.
Quando chega a noite, todo mundo vai ao quintal e a Larissa começa a fazer
vídeos para seu canal do Youtube.
Quando o Victor era menor, mais ou menos com uns 6 anos, todos pegaram uma
vareta que soltava fumaça e saíram correndo. O Victor, que era arteiro, não
enxergava nada e acabou caindo dentro de um buraco raso. Ele achava que o buraco
era tão grande, que teve preguiça de sair de lá e ficou ali por uns 15 minutos, depois o
ajudaram a sair do buraco.
PERDI UMA CRIANÇA
Diana Giansanti Tavares
Um dia, quando eu estava no aeroporto de Miami, indo para Bermudas, o meu pai
e eu fomos almoçar e minha mãe ficou com minha irmã.
Certo momento, minha irmã saiu de perto de minha mãe e ela ficou tão
desesperada que largou todos os nossos celulares e aparelhos eletrônicos na mesa
do aeroporto para procurar por minha irmã. Quando minha mãe voltou para a mesa
para ligar para a polícia, eles não estavam mais lá!
Quando eu e meu pai retornamos, por sorte tínhamos
comprado um celular para a minha irmã, pois ela era a única de
nós que ainda não tinha aparelho celular.
Imediatamente o ligamos e telefonamos para a polícia.
Quando estávamos no meio da ligação, uma americana
estava com a minha irmã gritando “De quem é esta criança?”
Minha mãe pegou a minha irmã e fez uma espécie de
agradecimento diferente de tudo que eu conheço, mas o que
valia era que a minha irmã estava bem e conosco novamente.
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PRESOS NO QUARTO
Thales Kenji Oi Bastos
Era uma vez um menino chamando Thales, seu irmão, Enzo, e seu primo, Gabriel.
Os três estavam na casa de Thales e foram brincar no quarto do andar de cima, onde
havia muitos brinquedos.
Estavam bastante entretidos e não perceberam que, com a porta fechada, a
maçaneta caiu do lugar.
Quando finalmente resolveram voltar para o andar de baixo, notaram a maçaneta
e ficaram desesperados, pois não tinham como sair.
Enzo tentou encaixar a maçaneta no lugar, mas não conseguiu, pois não sabia
como fazê-lo. Gabriel sugeriu que pulassem pela janela, para caírem no jardim, mas
como eram pequenos, ficaram com medo. Já Thales, o mais esperto, pegou uma
corneta de brinquedo e usou para chamar os pais. E assim, conseguiram sair de lá.
UM PEQUENO ESQUECIMENTO
Lívia Morita Nomoto
Estávamos eu e meus pais em Orlando. Eles decidiram ir para a Disney com o
ônibus do hotel. Era a primeira e última vez que íamos de ônibus para algum lugar de
Orlando. Entramos no transporte e guardamos nossas malas, chegamos ao destino,
então todos desceram. Depois o veículo foi embora, junto com nossas mochilas.
Quando meu pai percebeu o ocorrido, me deu um susto, comecei a me desesperar por
dentro e por fora, ficava falando e pensando coisas do tipo:
- A gente vai morrer aqui!
É, eu não estava ajudando muito... mas minha mãe me acalmou, falando que o meu
pai estava com a carteira.
Algum tempo depois, o clima mudou e percebemos que ia
fazer frio, mas as jaquetas estavam nas mochilas. Entramos em
uma loja bonita e grande, mas não gostei de nenhuma daquelas
jaquetas. Minha mãe ficou brava e falou que gostando ou
não eu iria vestir uma daquelas. Eu vesti a primeira que
olhei e disse que poderia ser aquela; até que não era feia, tinha
nela os amigos do Mickey e o próprio, tinha cor vermelha como o
sangue.
Voltamos para o hotel e meu pai tentou falar sobre as mochilas
perdidas. Por sorte o moço as achou. Não sei como entendeu o inglês de
meu pai, mas elas estavam conosco novamente.
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UMA AVENTURA ANIMAL
Beatriz Naomi Aoki Nishida e Mariana Silva Aoki
Olá! Meu nome é Julia, tenho doze anos e sou a irmã mais velha. Tenho dois irmãos,
Mateus e Juliana, ele tem nove anos e ela tem sete anos.
Um belo dia, durante nossas férias, a nossa tia, chamada Carol, chegou com uma
proposta de nós pararmos de mexer no celular e irmos acampar.
Naquela tarde arrumamos as nossas malas para sairmos bem cedinho no dia
seguinte.
Ao chegarmos na floresta, montamos nossas barracas e fomos explorar a
natureza. Para nossa surpresa, encontramos um jacaré no meio do caminho. Saímos
correndo, como loucos, para as nossas barracas.
Já estava anoitecendo e nós achamos melhor cortar caminho, o que nós não
sabíamos é que no meio do percurso tinha um rio.
O rio estava com uma correnteza muito forte. Estávamos em quatro pessoas e o
desafio seria muito grande. Achamos uma corda na mochila de Mateus, atravessei
primeiro e amarrei a corda na árvore, para que todos atravessassem.
A aventura foi grande e, para nossa surpresa, no outro lado do rio havia uma
floresta tenebrosa. Já estava noite e nós não enxergávamos um palmo à nossa
frente.
Decidimos ficar ali na floresta mesmo, montamos novamente nossas barracas e
dormimos por lá mesmo.
Quando acordamos o lugar era belíssimo, repleto de cores, pássaros, borboletas,
joaninhas, entre outros. Após essa aventura voltamos para casa.
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O PNEU FURADO
Mariana Silva Aoki
Era um belo sábado, véspera de Páscoa, e eu estava ao lado de um ponto de
ónibus lotado. Estava cansada, pois tinha acabado de sair da faculdade.
Quando olhei para o lado, estava chegando um senhorzinho, muito velhinho, de
cabelos grisalhos. Este estava empurrando um carro que, aparentemente, estava
com o pneu furado. Ele encostou o carro no meio-fio e caminhou até uma borracharia
que tinha ali perto.
Alguns minutos depois, encostou um outro carro, atrás do carro do senhorzinho e,
de dentro, desceu um homem que olhou para mim e perguntou-me se eu tinha um
macaco. Eu respondi que não. Ele, então, disse-me que tinha e que usaria o dele.
Novamente ele virou-se para mim e perguntou-me se eu tinha um estepe, mas eu
nem sabia o que era estepe, então respondi que não tinha. Ele disse que usaria o dele.
O homem se virou e começou a trocar o pneu que estava furado no carro do
senhorzinho. E eu só ficava pensando se eles eram parentes para o homem estar
mexendo, sem nenhuma permissão, no carro do velhinho.
Então, graças a Deus, chegou o meu ônibus e eu fui para casa, aproveitar a Páscoa
com a minha família.
Quando cheguei em casa, o senhorzinho, dono do carro, estava lá e eu descobri
que ele era primo da minha mãe e que morava em Bauru.
Ele me contou que aquele homem que trocara o pneu dele, dissera que tinha
compulsão, não podia ver um pneu furado que já o trocava.
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FÉRIAS NA PRAIA
Giovanna Sayuri Iwamoto
Eu e a minha família estávamos no litoral de São Paulo, em uma colônia de férias
muito boa.
Para nossa tristeza, nos dias em que fomos, o céu estava cheio de nuvens escuras,
já anunciando chuva.
Era uma pena! Quando estava indo à colônia, tinha em mente o sorvete e a praia,
como sabia que isso não seria possível, eu fiquei triste, muito triste.
Cada dia naquela "mini-férias" era chato, cansativo e demorado. Quando olhava
pela janela o céu, via as nuvens lentamente andando e soltando suas gotas. Era sua
dança e suas lágrimas lamentando por mim, era isso o que eu pensava.
Estava só, minha mãe estava calma, falando para eu rezar para o céu abrir, meu pai
estava bravo por perder seus dias de sossego e meu irmão não parava de falar das
histórias de seus brinquedos, ou seja, só estávamos eu e a minha boneca, sozinhas,
em um quarto sem graça.
Por estar entediada, comecei a contar uma história à minha querida boneca Luh,
que sempre ficava encantada ao ouvir os contos de fadas que eu inventava, então
comecei:
- Era uma vez uma princesa que adorava ver o Sol e, todos os dias, ela o admirava,
vendo-o nascer e se pôr, no entanto, um dia a estrela rei não apareceu.
A princesa Lua ficou furiosa e triste ao mesmo tempo, pois tinha ficado só, na
escuridão. Algumas horas depois, o rei Sol apareceu e ao ver a Lua furiosa, ele
começou a se explicar. Disse que uma princesa de outro reino, da Terra, veio visitá-lo
e que não conseguiu ver a bela Lua.
A princesa, que tanto o admirava, continuava triste, então a estrela rei prometeu
que lhe daria imensas alegrias: filhos!
A Lua e o Sol tiveram muitos filhos, a quem visitam até hoje-
aponto para as estrelas do céu.
Depois de inventar aquela história, eu dormi e, ao acordar,
olhei para a janela e o Sol havia aparecido.
- A Terra não foi visitar o Sol hoje! - digo rindo e
segurando minha boneca.
Há várias maneiras de se contar uma história e, durante esse os
semestre, os alunos dos 8 Anos foram desafiados a fazê-lo por meio da
poesia, gênero textual que, inevitavelmente, deixamos às moscas na
correria dos dias. Uma pena, pois pode ser que treinar os olhos para a
linguagem subjetiva e mergulhar nas profundezas do sentido não sejam
tarefas fáceis, mas, certamente, como podemos constatar pelos textos
que aqui seguem, revela-nos mais sobre a capacidade do brincar do que
do pensar.
Essa competência, nossos alunos têm de sobra, esse é seu território, e
eu, como professora, torço para que ela nunca os abandone – e vice-versa
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Professora Leticia Amoroso Gregio
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RELÓGIOS QUEBRADOS
Diego Irasaka
Esses relógios quebrados me fazem lembrar,
Do tempo em que eu podia amar,
Sem ter que me preocupar,
Com as guerras do meu lugar.
Pois onde eu moro, o relógio anda,
Mas o lugar continua o mesmo,
Bombas explodem, tiroteios acontecem
E a paisagem vira só um cinzento.
E nós inocentes, olhamos os relógios
E vemos o tempo passar,
Com alguma única esperança
NOITE DE FESTA
Pedro Cintra Couto Zonta
A fogueira chamuscante
combinava com o céu estrelado
aproveitando a noite
junto ao seu lado
A quadrilha cantava e dançava
animados e bêbados de quentão
nada podia estragar
aquele dia de São João
As barraquinhas lotadas
as músicas acompanhadas pela sanfona
os chapéus de palha
as biribinhas que estouravam o chão
as crianças correndo
os doces caseiros
o bingo acontecendo
o correio elegante...
Num movimento incansável
a luz do luar
a multidão de gente
meu coração a palpitar
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QUINTAL
Gustavo Foltran Umbehaun
Um cantinho de sonhos,
De coisas mágicas.
Um lugar onde se encontra,
Toda a felicidade de criança.
Com chão de terra, ou cimento,
Brincadeira é o que não falta.
Meu cantinho preferido, meu refúgio mental,
e eternamente meu
Quintal
AS APARÊNCIAS ENGANAM
Vivian Negrini Portes de Almeida
A cada dia que passa
Uma novidade aparece
E a que eu vou te contar
Não é sempre que acontece
Um roubo feito por pessoas
Hoje em dia é normal
Passa dia, passa noite
É tudo sempre igual
Já um furto realizado por cachorros,
Para nós é impensável,
Pois em nossa visão,
São um tipo de animal muito amigável
Isso realmente aconteceu
E os dois cães foram encontrados
Pela polícia local,
Mas sem serem processados
Então minha gente,
É para parar e pensar
Que o inimaginável pode acontecer,
Pois as aparências podem enganar!
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FESTA JUNINA
João Victor Machado Teixeira
A fogueira está queimando
Toda a noite se ilumina
Alegria minha gente
Vamos à festa junina
O Zeca e a Maricota
Na quadrilha estão dançando
Enquanto o Manuel Banguela
A sanfona vai tocando
Zé do Brejo e Juninho da Grota
Estão xingando e brigando
Nada disso! É desafio!
Onde os dois estão cantando.
IMIGRANTES
Maria Gabriela Amaral Shintate
Vim de longe,
Do outro lado do mundo,
De outra cultura,
De outra etnia.
Quando cheguei nesse novo país,
Só havia eu,
Achei que fosse o primeiro,
Até que vi os outros chegarem,
Junto a eles vinha fumaça,
Que carregava a poluição das fábricas.
Eram pessoas estrangeiras como
eu.
Trabalhando mais do que podiam,
E também,
Se esforçando mais do que conseguiam,
Ah, coitados dos imigrantes.
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OPERÁRIOS
Carolina Ferreira de Sá
Vêm aí os trabalhadores!
Os operários com seus tratores
Tantas raças, tantas cores!
Todos com suas histórias e seus amores.
De onde vieram tantos imigrantes?
Da Rússia, da China, ou de Milão?
Eles são tão diferentes!
Nas fábricas, os encontramos de montão.
No nosso Brasil querido,
Muitos deles ajuda vieram buscar.
E eles se tornaram nossa raça
E aqui, virou seu lar.
POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL
Laura Yone de Almeida Biassio
Clement Vallandigham
Político e advogado
Dentro do tribunal
Se matou, o coitado
Foi de um jeito bem ruim
Tentando demonstrar
A inocência de tal vítima
Que poderia se matar
Clement pegou a arma
Para a cabeça ele apontou
Tentou falar algo antes
Mas sem querer ele atirou
É, não deu certo
O advogado foi para o céu
Mas pelo menos não foi em vão
Inocentou o réu
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VOCÊ NÃO VIU DE TUDO!
Luisa Lopes de Azevedo
Você acha que já viu de tudo?
Agora você não terá tanta certeza,
Preste atenção na história
Que eu contarei com clareza
Era quarta-feira em Chicago
Celebridades atuando,
Pessoas trabalhando,
E turistas visitando
A Sharpey,
Uma cachorra de aparência
Estava tramando algo
E parecia ser com muita competência
A loja do senhor Charles
Foi o lugar escolhido
O lugar preferido
De Sharpey e seu amigo
Chegaram à loja,
Foi Sharpey quem entrou
Fez cara de fofa
E logo depois, o pão, roubou
Depois do ocorrido
A polícia chegou
Com muita sorte
Ela não os processou
Agora lá estão os dois
Para a adoção
Tomara que uma alma boa
Tire-os daquela prisão
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POEMA VALORIZADO
João Pedro Klouczek Santana Bulhões Dias
ASSALTO À PATA ARMADA
Arthur de Morais D'Elboux
A cadelinha e seu comparsa
Foram até a lojinha
O cachorrinho vigiava
E ela dava uma furtadinha
Pegaram um saco de pão
E correram mais rápido que um foguete
Mas dois policias apareceram
Cada um segurando um porrete
Os pequeninos foram pegos
E tiveram que devolver o pão,
Mas por falta de tal, na delegacia,
Tiveram de comer apenas ração
Os dois foram julgados
Mas processados, não foram não
E depois desse furdúncio
Foram parar na adoção.
Meus valores são:
Minhas preferências,
Minha essência,
Minha própria ciência.
Prezo muitas coisas,
Como respeito
Pois este é meu conceito
Com minha grafia
Que é como serra na geografia,
Escrevo em meus versos minha biografia
A escrita que descreve minha vida
Sigo adiante
Como um mero aprendiz
Que mal sabe o que diz
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RESPEITO
Victoria Tiemi Chen Ninomiya
Hoje é domingo,
eu acordo cedo.
Para ir à feira,
mas sinceramente, tenho medo.
Pois, por 3 quarteirões,
tenho que passar.
E isso é complicado,
pois podem me assaltar.
As pessoas não têm,
respeito com outras.
Nem a uma senhora,
Nem a uma criança.
O motorista bebe,
umas latinhas.
Ele não respeita,
outras vidas.
Finalmente eu chego,
em minha moradia.
Hoje cheguei bem,
mas amanhã é outro dia.
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POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL
Nathalia Capuano Evangelista
Donald Trump
É o novo presidente.
Roubou o cargo de Obama,
Mas não é tão sorridente.
Em maio deste ano
Esse homem percebeu,
Que era muito ruim
E críticas recebeu.
Ele foi a Connecticut,
Em uma universidade.
Deu um grande discurso
Que chocou toda a cidade.
Em sua longa fala
Trump revelou.
Que agora é odiado
Por quem já o amou.
Agora ele diz
Que é o presidente
Mais maltratado da história,
Mesmo se achando inocente.
A mídia o detesta.
Fala de tudo que é negativo.
E diz que de pior presidente,
Já merece seu distintivo.
Com as palavras, se faz e se desfaz como se quer, pois, com
elas, podemos brincar de faz de conta e mudar de papel como se o
anterior nunca tivesse existido - habilidade (fácil de ser constatada)
invejável desses alunos cujos textos leremos a seguir. Em suas
produções, encontraremos narrativas de terror e poesias inspiradas em
obras de arte. São textos compostos por histórias que, apesar de
possuírem um cunho fantástico, nos ajudam a tocar a realidade de um
modo poético e divertido, e, portanto, mais útil.
O pensar criativo possui uma função essencial para qualquer tipo de
descoberta e isso se dá por meio do livre uso da linguagem, pois é ela que
nos possibilita criar mundos impossíveis graças ao seu “deslimite”.
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Professora Leticia Amoroso Gregio
XII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
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Colégio Montessori Santa Terezinha
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VOCÊ
Dhaiany Silva Fiel
És de dar inveja às estrelas
És o esplendor do mar
Tens o calor do Sol
És em quem vivo a pensar
És manhã de segunda
E noite de sexta-feira
És meu maior medo
Meu mais profundo desejo
Lembro-me daquela noite estrelada
Quando teve que partir
Meu amor, aqui na madrugada fria e calada
Estou buscando uma maneira de te sentir
Levar-te-ei pra onde quer que eu vá
Sei como gostas dos meus versos
Prepare a casa
Logo, estou indo te encontrar
NOITE ESTRELADA
Manoela Achcar Oliveira
Num amanhecer tão lindo
Num atardecer tão belo
Cai a noite com um céu estrelado
Não tinha nuvem para nenhum lado
Eu estava somente observando de minha janela
Que imagem linda era aquela
Decidi fazer uma quadro daquela paisagem
Ah, que bela cidade
Comecei pintando o céu com um azul vibrante
E as estrelas de amarelo, era emocionante
Ver tudo aquilo em minha frente
O ruim era só minha solidão ardente
Sem ninguém para dividir aquela cena
Só eu e as estrelas
Naquela noite surreal
Nem eu me sentia normal
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OBSESSÃO FATAL
Aline Cristina de Souza Garcia
Eram férias de verão e meus pais haviam me obrigado a ir acampar com os
populares da escola, pois seus pais eram amigos dos meus. Ainda pior do que
acampar era ter que ir com Leila, uma seguidora dos populares, com Peter, que não é
assim tão chato, e até que é inteligente, Jared que era um completo imbecil e
insuportável... Em compensação, é bonito e esse é um fator essencial para
impressionar uma garota, a garota que faz toda essa viagem valer a pena, seu nome é
Emma.
Assim que chegamos, escolhemos um lugar para acampar. Enquanto Peter e
Jared montavam as barracas, eu saí sozinho para dar uma olhada no local e percebi
que lá perto havia uma casa de aparência peculiar: velha e parecia abandonada.
Depois de observar por mais alguns minutos, fui chamar o resto da turma para ver,
mas, quando voltei com eles, havia um senhor e uma senhora que não estavam lá
antes. Eles entraram de modo que nos fez arrepiar e estavam carregando um grande
saco preto. Porém, já era tarde e nós nos retiramos para as cabanas.
No meio da noite escura, um feixe de luz atingiu nossos rostos, fazendo-nos
acordar; olhei meu relógio, eram duas da manhã. Então, silenciosamente, nós fomos
tentar descobrir de onde a luz tinha vindo e, ao olhar através dos arbustos, pude ver o
velho novamente com o saco preto. Nas mãos, levava a lanterna que havia nos
acordado. Decididamente, Jared sugeriu que entrássemos na casa. Todos
concordaram. Eu não achava boa ideia invadir a casa deles, mas era melhor do que
ficar sozinho no escuro.
Caminhamos pela mata iluminada pela lua e molhada pelo orvalho. Indo em
direção à casa, havia um espantalho horroroso, que, na hora em que vi, caí para trás e
Jared zombou de mim; sorte que Emma não tinha visto. Chegando
perto da casa, vimos uma placa de madeira escrita: “Propriedade
dos McCoy”. Notei que as paredes da casa eram dominadas por
trepadeiras. Também pude ver que a casa não tinha janelas,
apenas uma, onde supostamente era o sótão. Com um
rangido tenebroso, digno de filme de terror, Jared abriu a
porta de madeira. Entrando na casa, havia um grande
corredor em que pude ver dois quadros: de uma mulher, escrito:
“Rosa McCoy” e de um homem: “Andrew McCoy”. Nós seguimos o
corredor que dava em uma sala grande, com um sofá preto, no qual
Leila se deitou. Nós a ignoramos, entrando em um lugar que parecia a
cozinha e, quando começamos a olhar, um gemido, vindo da sala, ecoou.
Disparamos para lá, mas, quando olhamos o sofá, Leila não estava
mais ali.
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Em seu lugar, havia uma grande poça de sangue, e, quando iluminei a parede com
minha lanterna, estava escrito em sangue: “Quem entra não sai mais”. Jared riu, mas
pude ver o medo estampado em sua face. Tentando amenizar a situação, disse: “Deve
ser pegadinha, galera”. Todos os outros se entreolharam e Peter concluiu que não
podíamos sair da casa sem saber o que havia acontecido com Leila. Seguimos.
Deparamo-nos com um alçapão e uma escada que descia, mas resolvemos ir para
o sótão ao invés de descer. Subimos e encontramos um sótão imenso, cheio de
entulhos e ferramentas. Peguei um bastão de baseball e Emma se armou com uma
chave de fenda azul. No mesmo instante, ouvimos um estalo forte, e outro.
Decidimos sair dali, porém, Jared teimou, dizendo que não sairia até explorar todo
cômodo. Nós, então, o deixamos ali, mas, ao virarmos as costas, ouvimos um
grunhido e quando voltamos, Jared tinha sumido. Ao descermos desesperadamente
do sótão, acabamos caindo na outra escada que ia até o porão e fomos rolando até
embaixo, até o chão. A primeira coisa que vimos foi uma banheira com uma cortina.
Levantamos do chão e Peter, com um suspiro profundo, puxou a cortina. O que vimos
quase me fez vomitar meu próprio estômago, a sensação de medo e enjôo
dominaram meu corpo, de forma repentina, quando vi os corpos esquartejados de
Leila e Jared. Estávamos indo de volta para a escada, traumatizados com a
visão, quando uma luz ofuscante atingiu nossos olhos despreparados, e quando
olhamos para o lado, quase chorei de horror. Dois velhos horripilantes estavam
mutuamente devorando a perna de Leila. De longe, eles pareciam até idosos
normais, porém, vistos de perto, eram verdadeiros monstros. Ambos possuíam
enormes unhas, cabelos brancos mal cuidados, bocas repletas de dentes afiados e
lábios encharcados de sangue humano. Além disso, era possível ver uma camada
branca em seus olhos, demonstrando cegueira.
Nossa reação foi correr para a escada ainda aberta do sótão, pois a porta
principal estava muito longe e seríamos interceptados antes de
chegar, por isso, resolvemos subir. Ao chegarmos, não havia onde
se esconder, então, ficamos imóveis, já que sabíamos da cegueira
da velha. Peter, muito esperto, percebeu que apenas a
mulher havia subido, então, para distraí-la com o som, jogou
um martelo do outro lado do sótão. Rapidamente, quando a
velha foi em direção ao martelo, ele correu para a escada. A
idosa, escutando o som de seus passos, correu atrás. Eu e Emma
a seguimos, com intuito de salvar Peter. Eu fui rápido o bastante
para alcançá-la e, com o bastão em mãos, acertei o monstro bem na
cabeça, matando-o. O corpo foi rolando para os pés do velho, que estava
no porão, aproveitando sua “refeição”. Quando percebeu que sua
esposa estava morta, entrou em uma fúria inexplicável.
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Bem nesse momento, Peter, que estava na cozinha, derrubou uma panela,
fazendo barulho suficiente para chamar a atenção do velho cego, que disparou para
lá. Então, Peter, rapidamente, escondeu-se atrás de uma bancada e quando o
monstro foi passar, foi atingido por uma frigideira, bem no rosto. Peter, convencido
da morte do velho, apoiou-se na porta, ofegante, e disse: “Ufa, acho que acabou”. Mas,
assim que terminou a frase, um vulto apareceu atrás dele e a última coisa que pude
ver foram as garras do monstro atravessando o peito de Peter.
Nesse momento, então, lembrei da janela do sótão e das trepadeiras. Por isso,
puxei Emma até lá, quebrei o vidro com o bastão e começamos a descer as
trepadeiras. Eu fui primeiro e Emma, logo depois. Tive um momento de esperança,
que eu e ela conseguiríamos fugir, isso até o monstro aparecer na janela. Então,
Emma sacou a chave de fenda azul, olhou para mim com o rosto coberto de lágrimas e
balbuciou a palavra: ”salve-se”. Eu só compreendi quando ela cortou a trepadeira
abaixo de si. Enquanto caía, pude ver a cena de Emma, a única pessoa que eu
realmente gostava, sendo morta brutalmente pelo monstro, que agora, ia pular
sobre mim. Nesse instante, a chave de fenda que foi usada para cortar a trepadeira
caiu ao meu lado. Sem pensar, apontei a chave para o velho e fechei os olhos. Quando
os abri novamente, eu estava na grama e o monstro, ao meu lado, com a chave de
fenda encravada na cabeça.
Saí cambaleante. Como poderia? A única pessoa pela qual valia a pena morrer,
havia morrido por mim e eu não sabia o que fazer. Sabia que não conseguiria viver
com aquele peso na consciência e o desespero tomou conta de mim. Querendo ou
não, a culpa da morte dela foi toda minha... E de repente, em um instante, com todos
esses pensamentos, consegui entender as coisas loucas que aquele velho fazia e
percebi que queria ser como ele, um homem sozinho, sem capacidade de amar
VERDADEIRAMENTE outro ser. Inexplicavelmente, aceitei a loucura e ela se tornou
parte de mim. Iria descontar todo meu rancor e raiva em outras
pessoas. Afinal de contas, carne humana nem é tão ruim assim.
A NOITE ESTRELADA
Mitie Yoshitake Rocha
Na rua estou andando
No céu estou olhando
a noite estrelada
de fora da balada
Chego em casa
toda cansada e novamente
observo a noite estrelada
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Pego minha tela
e vejo o céu
nela
eu vou pintar
E já imagino
essa noite estrelada
como um “hino”
na minha tela pintada
Com várias cores
de aquarela
com uma em destaque
o amarelo de uma linda e brilhante estrela
O AMOR DA INFÂNCIA
Helena Micucci Pires Amaral
Quando somos crianças,
Olhamos para o céu e pensamos:
“Parece um salão, onde todos ensaiam a sua dança”
“São estrelas”, diz a mãe, e nós sempre concordamos
O tempo passa, as ideias são alteradas
Mas o céu continua encantando
Que adulto se importa se as estrelas são amadas?
As crianças grandes só valorizam a sentida dor
Hoje, o céu nunca esteve tão bonito,
Mas quem há de reparar
Neste lindo e verdadeiro mito?
Se eles não reparam nem o luar
O tempo passa, os humanos estão
machucados,
Só existe a iluminação dos postes.
E ninguém percebe que o céu não é mais
amado,
Não enquanto não chegar a hora da morte
Eles foram embora
O céu nunca esteve tão estrelado
Os astros nunca tiveram sua hora
Eles jamais foram valorizados
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CHUVA DE VIDA
Luana Panzuto
A noite está bela
Olhando pela janela
Vi estrelas, vi a lua
E crianças correndo na rua
O vento trouxe a chuva molhada
Mas a estrela continuava iluminada
De repente veio a escuridão
E eu ainda ali de plantão
Aquela paisagem era tão bonita
Que coloquei minha fita
Para tocar
E poder me expressar ao cantar
O sono chegou
E a música
É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito
UM AMOR DE FANTASIAS
Rodrigo Santos Martines
Quero ser aquilo que não tens,
Dar-te a chance de descobrir
O que não tem mais ninguém
E assim fazer-te sorrir.
Quero ser o seu melhor sol
E fazer de ti o meu girassol.
Olhar-nos-emos até o fim do dia
E para sempre haverá alegria.
Você será o meu maior baú
Que transbordará de surpresas.
Pode ser um mandacaru
E agir com amor ou braveza.
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O AMOR É A RECEITA
Caio Lopes Wakai
Amor, o amor é uma receita
Que com poucos ingredientes
Ou com vários pode ser feita
Ele pode ser simples
Ou pode ser complicado
Mas de qualquer jeito deve-se ter cuidado
Às vezes o amor
Pode permitir erros
Muitas vezes grandes
Muitas vezes pequenos
No final de tudo
Se vê o resultado
Pode ter dado certo
Mas pode ter dado errado
APARÊNCIAS
Julia Corazza Vick
Nunca nada é o que parece
Uma maçã não é uma maçã
Até que se prove o contrário
Até que tudo se escurece
Nada nunca foi igual
Nada nunca foi diferente
Mas o igual às vezes pode nos levar
para o baixo astral
E o diferente sempre anima a gente
As pessoas não percebem o que perdem
até não estar mais na sua frente
Mas a maçã que ali esteve um dia
Se foi como um sol ardente
Então a maçã não era uma maçã
E sim uma representação do amanhã
Que envelhece como uma anciã
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A CASA Nº6
Luana Panzuto e Lucas Monacelli Cipullo
Meu nome é Alex Parker e, por mais surpreendente que possa parecer, a história
que eu vou contar agora realmente aconteceu. Na época, eu trabalhava como
detetive particular e por causa disso um antigo amigo de faculdade pediu para que eu
fosse com ele até a casa que ele pretendia comprar, já que ele tinha ouvido boatos
sobre os antigos proprietários.
Algumas semanas depois que ele me ligou, eu fui com ele até o local. O número da
casa era 6 da rua 66. Parecia ser uma vizinhança agradável, as casas eram coloridas e
os jardins eram bem cuidados, com a exceção de uma, a casa número 6 era preta e
parecia estar apodrecendo. Encontrei meu amigo em frente à casa, seu nome é Luke
Winston, ele era alto e muito magro, com cabelos loiros platinados e, em seu rosto,
havia uma expressão de preocupação que nem mesmo a fumaça dos cigarros que ele
fumava compulsivamente poderia esconder.
Eu perguntei se ele tinha certeza que queria morar lá e ele respondeu
rapidamente que preferia morar ali do que na casa de seus pais, e pelo que ele disse
estava uma pechincha. Nós resolvemos entrar. A porta estava meio emperrada,
então eu a forcei com meu ombro. No momento em que eu consegui abrir, uma meia
dúzia de ratos saiu de dentro da casa, naquele instante eu soube que ele não iria
comprá-la. Eu abri a porta e entrei. O cheiro era horrível, era um cheiro de lugar
fechado misturado com mofo e fezes de rato, era azedo, quase indescritível; a casa
tinha um andar só, havia uma cozinha, uma sala, um quarto com banheiro e uma porta
que levava até o porão.
Nós fomos primeiro até a cozinha e, assim como toda a casa, as paredes e os
móveis estavam escuros por causa da sujeira. Era um local deprimente! Dentro da pia
havia, no mínimo, umas 50 baratas e para cada uma havia pelo menos
10 larvas; o fogão estava com algumas partes faltando, mas era
possível ver a abominação verde e marrom com poros e fungos
que um dia foi um pernil. Nós fomos até o quarto, lá havia
somente um colchão jogado no chão, mas metade já havia
sido devorado pelos famintos ratos que agora vivam na
casa. A porta para o banheiro estava entreaberta, e o cheiro
que vinha de lá era mortal. Eu empurrei a porta com minha perna
e foi a coisa mais horrível que eu já vi em toda a minha vida. Não
havia privada, somente um cano que levava direto para os
esgotos. As paredes do banheiro eram quase marrons, já que estavam
cobertas por baratas que se moviam tão freneticamente que faziam
com que parecesse que o banheiro se mexia e, dentro do banheiro,
havia uma banheira que tinha pelo menos uns 60 ratos, alguns vivos e
outros mortos.
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Os que estavam vivos estavam ou comendo os mortos ou estavam matando e
comendo as próprias fezes, Luke vomitou na hora.
Depois disso, nós fomos até a porta que levava até o porão, mas havia algo
diferente com ela. De toda a casa, ela era a única coisa que não estava escurecida, ela
estava completamente branca, como se alguém a limpasse todos os dias. Eu achei
estranho, mas achei melhor seguir em frente, no momento em que girei a maçaneta e
abri a porta, a casa inteira estremeceu. Por trás dela havia uma escada escura, eu e
Luke descemos e, no fundo da escada, havia uma sala gigante iluminada somente por
duas tochas. No canto oposto à escada, havia um sarcófago e, no exato momento em
que nosso pés tocaram o chão, a tampa do sarcófago caiu e, de dentro, saiu uma coisa
que não poderia ser um homem, era uma criatura com o corpo de homem, mas suas
mãos não terminavam em dedos, elas terminavam em garras e seu rosto não tinha
olhos, boca ou nariz, era um buraco negro. Na lateral desse buraco, pequenos vermes
brancos rastejavam; a criatura olhou para a nossa direção e começou a correr.
Quando ela estava perto de mim, eu dei uma cambalhota e me safei, mas Luke não
teve a mesma sorte, a criatura fincou suas garras em seus ombros e o ergueu no ar, foi
nesse momento em que eu puxei minha pistola e dei um tiro na cabeça do monstro.
Ela explodiu, porém, a casa começou a desabar e eu e Luke por muito pouco não
fomos esmagados,
Desde então, eu não tenho tido mais notícias dele, mas uma coisa é certa: eu
nunca mais investigo a casa de ninguém.
Essa historia foi retirada do diário de Alex Parker, que foi encontrado morto em
abril de 1997 por motivos não conhecidos
PARAÍSO ESTRELADO
Beatriz Lehoczki Boneto
Quando a noite cai
E o sol vai
Minhas ideias saem do papel
E se transferem para o céu
O paraíso estrelado
É a minha mais bela poesia
Cada estrela com a qual fico encantado
Preenche uma estrofe vazia
A noite é uma obra-prima
Nela fico imerso
A beleza do céu me anima
E construo cada verso.
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VOCÊ É O PRÓXIMO
Beatriz Lehoczki Boneto e Gabriela Freiman Del Villar
Fazia cinco anos que o meu avô tinha desaparecido. Cinco anos que a família
inteira sofria esperando que, algum dia, ele fosse entrar novamente pela porta de
casa. Enfim, decidimos dá-lo como morto e vender a casa onde ele vivia, junto aos
seus pertences. Não podíamos mais esperar.
Alguém precisava realizar essa tarefa e eu logo me ofereci para fazê-la, já que era
muito ligado ao meu avô e queria relembrar as tardes que passava na casa dele
quando era menor.
Depois de 5 horas de carro, cheguei à cidadezinha onde meu avô morava e,
seguindo por uma estrada de terra, avistei a casa dele: um lugar do qual eu só tinha
boas lembranças.
Desci do carro, abri a porta da casa e, ao entrar, senti um aperto no coração.
Estava empacotando alguns livros quando olhei pela janela e vi, do outro lado da
rua, uma casa velha, deteriorada e abandonada, a qual sempre fazia parte das
histórias que meu avô me contava.
Desde pequeno, queria explorá-la, mas não tinha coragem, porém, isso era
passado e não vi nenhum problema em atravessar a rua e entrar nela.
A porta estava entreaberta e o vento a fazia ranger, tornando aquela situação em
um cenário de filme de terror, porém não me importei e entrei, sem pensar duas
vezes.
A casa estava totalmente vazia e o piso de madeira parecia não suportar meu
peso. Além disso, as janelas batiam e eu sentia que não estava sozinho.
Quando olhei as paredes mais de perto, percebi que elas estavam repletas de
arranhões e mensagens de socorro que marcavam a madeira: “Eles estão por todo
lugar”, “Eu só quero sair”, “Parem”, “Não quero mais”.
Fiquei analisando, mais atentamente, aquelas frases e me
perguntando o que causava tamanho terror naquelas pessoas.
Além disso, notei que abaixo de cada uma havia o nome de quem
escreveu e, dentre eles, o que mais me chamou atenção
foi, por incrível que pareça, o nome de meu avô: Aiden
Clark.
Eu entrei em choque e estava muito assustado, porque “O
que havia naquela casa? ”, “ Quem eram aquelas pessoas e por
que meu avô estava envolvido? ", “O que elas estavam sendo
obrigadas a fazer? ”, “Quem estava por todo lugar? ”, “ Teria essa casa sido
responsável pela morte de meu avô? “.
Todas estas perguntas soavam em minha cabeça e, de repente,
senti meu corpo paralisar. Algo tinha me tocado, algo sombrio, algo
impiedoso.
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Saí correndo porta afora, sem nem olhar para trás e, naquele instante, cresceu em
mim, além do medo, um sentimento de responsabilidade por descobrir o que
acontecera com meu avô e de que forma aquela casa estava ligada.
Fui até a biblioteca local com a intenção de pesquisar sobre aqueles nomes
deixados na parede. No computador de lá, acabei descobrindo que todas aquelas
pessoas, com exceção de meu avô, tinham sido registradas como mortas. Com esta
informação em mente, entrei no carro e dirigi até o cemitério daquela cidadezinha.
Ao chegar, fui em busca dos túmulos e me surpreendi quando vi que eles estavam
alinhados e que o intervalo de tempo entre a morte de cada uma daquelas pessoas
era de 5 anos.
Fui passando o olhar pelas lápides, seguindo a ordem: Rose (1997), David (2002),
Daniel (2007) e... Aiden (2012)! Era real... Meu avô chegara ao fim e fazia 5 anos.
Eu não queria acreditar no que vi, então, comecei a cavar, a cavar e a cavar, até
encontrar o corpo de meu avô e despencar em lágrimas.
Estava ali, caído no chão, inconformado, quando, de repente, ao levantar o olhar,
notei que, ao lado da lápide dele, havia outra com o meu nome Caleb Clark, datando o
ano de 2017 (ano em que estava). Fiquei sem ar, sem reação e comecei a duvidar da
minha existência, porque, afinal, era meu túmulo que estava ali.
Não podia ficar parado, sem fazer nada e, então, comecei a cavar para descobrir o
que havia lá dentro e encontrei uma fita cassete. Não entendi o porquê de ela estar lá,
mas também não preferia encontrar um corpo.
Analisei melhor a fita e descobri que ela possuía um endereço escrito. Peguei o
carro e, por meio do GPS, cheguei em um local que eu logo reconheci: era aquela
mesma casa velha, deteriorada e abandonada.
Desci do carro e parei em frente à porta. Senti um calafrio e comecei a tremer,
pois algo me dizia que não iria acabar bem, mas tomei coragem e entrei. Até o
primeiro momento, tudo correu como da primeira vez: o piso
rangeu e a casa estava vazia, porém, enquanto a vasculhava, ouvi
um estrondo e me assustei. Olhei para trás e vi que a porta havia
se fechado sozinha. Olhei para frente e a escada do alçapão
desceu sozinha, quase me acertando.
De repente, notei que a fita havia sumido da minha mão
e comecei a escutar vozes vindas do alçapão. Subi a escada e
me deparei com uma TV bem antiga ligada, que reproduzia o
conteúdo da fita.
A televisão mostrava um vídeo que apareciam todas aquelas pessoas,
incluindo meu avô, jogando um jogo de tabuleiro esquisito.
Quando menos esperava, o vídeo começou a chiar e a falhar e a
escada do alçapão se fechou com tudo, me deixando trancado naquela
espécie de sótão.
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Mesmo com medo de uma possível resposta, perguntei se havia alguém ali e,
depois disso, escutei o que parecia ser uma roleta de jogo girando lentamente. Olhei
para o lado e o mesmo jogo que aparecera no vídeo estava lá, com uma seta
movendo-se em direção a letras, presentes no tabuleiro, que formavam a palavra
“Sim”.
Estava tentando me conformar com o que vira, quando a seta do jogo começou a
se deslocar novamente. Dessa vez, formando a frase “Sente e jogue”.
Fiquei amedrontado, mas não achava que o que estava acontecendo era real.
Pensei em fugir, porém não podia, já que estava preso no alçapão e,
misteriosamente, senti uma pressão sobre meu peito, que não me deixava respirar.
Em meio àquela falta de ar, a seta do jogo moveu-se pela terceira vez, apontando
para as letras que formavam: “Você não pode e não vai sair o jogo”. Foi aí, que me senti
na obrigação de sentar e jogar.
Encontrei, ao lado do tabuleiro, um manual de instruções que possuía cinco
tópicos: “O jogo possui vinte casas/ O peão deve se mover conforme o número de
casas determinado pelos dados/ Em cada casa que a peça do jogador parar, uma
pergunta deverá ser feita por ele em voz alta/ O jogo não acaba até que você chegue
na última casa do tabuleiro/ Chegando na última casa. Não consegui terminar de ler o
tópico final, porque o manual estava rasgado.
Lancei os dados e obtive o número 9. Movi meu peão e fiz a seguinte pergunta:
“Quem eram aquelas pessoas dos túmulos?”. Depois de alguns silenciosos segundos,
o jogo respondeu: “Pessoas curiosas que entraram nesta casa e encontraram seus
próprios túmulos, como você”.
Lancei os dados novamente e cheguei à casa de número 13, na qual perguntei: “O
que você fez com o meu avô?” e logo a seta me indicou uma resposta: “Ele apenas não
quis mais jogar”.
Lançando os dados pela terceira vez, desloquei o peão até a
décima sétima casa e, mesmo temendo a resposta, perguntei:
“Por que eu já tenho um túmulo no cemitério, se ainda estou
vivo?”, porém o jogo se recusou a responder, dizendo-me
que essa dúvida só poderia ser tirada na última casa.
Peguei os dados e joguei-os, na esperança de tirar o
número 3 e, então, chegar ao fim do jogo. Por sorte, sorteei o
número que queria e enfatizei a pergunta que fizera.
Assim como havia chegado ao final do jogo, eu chegara ao
meu fim, pois obtivera a seguinte resposta: “Da mesma forma que os
outros tiveram sua vez, você é o próximo”.
Professor Jorge Viana Moraes
Ensino Médio1sériea
Em um trabalho pouco conhecido do grande público, oriundo do período
em que fora professor de língua russa no Ensino Fundamental e Médio, Mikhail Bakhtin
(2013, p. 41-2) afirmava que “a língua tem ainda uma influência poderosa sobre o
pensamento daquele que está falando. O pensamento criativo, original, investigativo,
que não se afasta da riqueza e da complexidade da vida, não é capaz de se desenvolver
nas formas da linguagem impessoal, uniformizada, não metafórica, abstrata e livresca.
O destino posterior das capacidades criativas de um jovem depende muito da
linguagem com a qual ele se forma no ensino médio. O professor tem essa
responsabilidade”. Como professor, não só acredito nisso como também procuro
praticá-lo a todo tempo com meus alunos.
Já há algum tempo, tenho defendido a ideia segundo a qual os textos escolares, a
redação escolar, ou se quisermos uma denominação atualmente mais em voga, a
produção textual na escola, independentemente do gênero a que pertencem, são eles
mesmos textos fundantes de uma modalidade a que ouso denominar de micro gêneros,
ou micro circulação social de gêneros, uma vez que o próprio meio de circulação, a
finalidade e os interlocutores envolvidos nessa sua produção dialógica se dão
essencialmente na Escola, de forma reduzida, e exclusivamente para fins didáticos-
escolares. É o que veremos a seguir nos textos produzidos pelos alunos da 1ª Série do Ensino Médio.
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A "REDE" DO POVO DEMOCRÁTICO
Rodrigo Volpe Baistin
A democracia, forma de governo vigente no Brasil, tem se sustentado desde os
tempos da Grécia antiga, com seu conceito de que a própria população deve escolher
seus governantes. Mas, com a mudança social ocasionada pela internet, a população
teve sua vida modificada, o que também acarreta uma mudança na democracia e, se
for gerenciada corretamente, uma melhoria na gerência do Estado.
É perceptível o quanto a internet conectou as pessoas e evidenciou diferentes
mentalidades ao permitir a divulgação livre de opiniões e debates não presenciais.
Isso também significa um maior acesso a informações, desde a situação econômica
do país, até fofocas sobre os candidatos, com as quais todos podem se armar e assim
ter estofo para tomar as decisões mais prudentes com o rumo do Estado.
Nota-se que, como a democracia é "coisa do povo", assim como na Grécia, quanto
mais bem informado e racional for o povo, melhores serão os governantes a
representá-lo e melhor será o rumo do país. Entretanto, os novos meios de
comunicação não somente informam, como eventualmente glorificam opiniões
errôneas e acabam por divulgar uma visão embaçada de mundo. Entende-se que
cabe à própria população medir tais interações na internet e garantir o seu bom uso,
já que é ela quem divulga tanto informações, quanto opiniões.
Conclui-se que projetos como a "Webcitizen", ou seja, sites que incentivam e
possibilitam o engajamento cívico pela internet, são uma boa forma de se utilizar o
lado positivo dos novos meios de comunicação. Aponta-se, ainda, que iniciativas
populares para se evidenciar um mau governo ou informações errôneas, assim como
a divulgação de fatos verídicos não conhecidos, são de extremo auxílio para a
democracia como um todo.
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COMPRAR: QUAL É O LIMITE?
Carlos Akio Yonamine
Com o passar dos anos, o consumo desenfreado vem sendo cada vez maior,
gerando inúmeros problemas na sociedade, constantemente bombardeada por
anúncios de produtos. Em muitos casos, a aquisição dos itens vendidos não é
necessária, mas é feita para que os compradores se sintam melhores e com um bom
“status”, o qual, normalmente, não é duradouro.
Além disso, uma pesquisa da Northwestern University indicou que pessoas que
valorizam a riqueza, o “status” e bens materiais tendem a ser mais depressivas,
ansiosas e menos sociáveis, ou seja, o consumismo pode levar a população a
desenvolver sérios problemas (segundo a OMS, Organização Mundial da Saúde,
cerca de 121 milhões de pessoas sofrem com a depressão).
Sabe-se também que as forças individuais sofrem com a força de coerção, a qual
procura coagí-las a adotarem certos hábitos, que são prejudiciais, podendo resultar
na oniomania, a chamada “Doença do Consumismo”, cujos portadores se
caracterizam por comprarem compulsivamente, a exemplo da personagem fictícia
Helô, vivida por Giovanna Antonelli na antiga “novela das 21horas” da Rede Globo,
“Salve Jorge”.
Por fim, conclui-se que a compra excessiva não é benéfica, pois, além de
proporcionar enfermidades, também gera preocupantes danos ao planeta (poluição
de rios, do ar, destruição da camada de ozônio, entre outros), agravando a já difícil
situação pela qual a Terra está passando.
UM OUTRO LADO DO CONSUMISMO
Fernanda Nishi Ribeiro
Após a industrialização, foi criada uma mentalidade de que
quanto mais se consome, mais se tem garantias de bem-estar e
de valorização.
O consumismo consegue estar presente em todos os
lugares do mundo, já que na atualidade, infelizmente, as
pessoas são avaliadas pelo que possuem e não pelo que
são.
Alguns falam que é a força que move o dinheiro, outros
dizem que ele pode ser a causa de tanta fome no mundo, mas
esse tal consumismo é uma forma ruim de se viver na sociedade. A alegria
momentânea que a pessoa sente ao comprar algo que tinha desejo de
ter é rapidamente substituída pela frustração de ainda não ter o
bastante. Isso faz com que o indivíduo gaste mais e mais com o que
quer, porém, não necessita.
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Sabe-se que o consumismo impulsivo dos indivíduos também contribui no
aumento da violência. Furtos, roubos, estupros (não muito comuns, mas possíveis de
acontecer) e até mortes podem ser causadas por pessoas de classe baixa, que não
têm condições financeiras de comprar muitos objetos dados como “da moda”, por
inveja e/ou desejo de ter as mesmas coisas que um indivíduo de classe média alta
obtém. Mas não somente. Já se tornou até comum pessoas de classes mais
abastadas serem igualmente surpreendidas em atos ilícitos. Querer ter, consumir,
consumir a todo e a qualquer custo.
Então, conclui-se que o consumismo é um grande fator de contribuição para
grandes problemas que enfrentamos atualmente, como o aumento da violência e da
corrupção, conforme ilustrado, fazendo com que o mundo em que hoje vivemos fique
bem mais perigoso do que já foi.
SALVE-SE QUEM PUDER (PAGAR)
Vitória Aranha de Medeiros
Entre as várias práticas que contribuem para o funcionamento da economia, está
o consumo, porém as pessoas têm consumido de maneira descontrolada
ultimamente. Compram-se produtos dispensáveis não só devido à sensação de
prazer proporcionada pela compra, mas também pela ideia ilusória da necessidade
de ter sempre mais.
Propagandas de diversas empresas vendem essa ilusão de modo de vida
perfeito, que não é acessível a todos, atingindo também pessoas com condições
financeiras ruins e fazendo com que elas gastem o que não têm pelo que não
precisam. Dessa forma, vão se acumulando dívidas que interferem negativamente
em suas vidas.
A substituição constante de produtos por versões levemente
melhoradas, abandonando-se os antigos, processo que alguns
denominam de obsolescência programada, também é um fator
preocupante. Isso resulta no aumento da produção de lixo,
que ocupa espaço e prejudica o meio ambiente, afetado
também pela poluição das fábricas.
O desinteresse pelas consequências do consumo
excessivo revela a atual sociedade como consumista,
individualista e superficial, além de ter uma mídia manipuladora,
que incentiva esses valores. Assim, aquilo que é desnecessário torna-se o
básico para sobreviver.
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ESCRAVOS DO MATERIALISMO
Tiffany Ramirez Ruiz
Na sociedade moderna a relação entre imagem e texto é de extrema importância.
Nela o individualismo e o materialismo implicam na formação de uma população
totalmente maleável pelas mídias de massa.
Diante disso, o consumo exagerado distorce as relações sociais e o
comportamento entre as pessoas, que, por sua vez, se tornam alienadas pela
globalização, entendida como um dos processos de aprofundamento internacional
da integração econômica, social, cultural e política, que, segundo alguns afirmam,
teria sido impulsionado pela redução de custos dos meios de transporte e
comunicação dos países no final do século XX e início do século XXI, mas que, por
outro lado, gerou um impulso consumista sem retorno.
Um exemplo clássico dessa subordinação seria uma pessoa consumista trocar
os "produtos ultrapassados" a cada lançamento novo; sendo que, muitas vezes, não
possuem realmente a necessidade de trocá-los, processo também denominado de
obsolescência programada, que é a decisão do produtor de propositadamente
desenvolver, fabricar, distribuir e vender um produto para consumo de forma que se
torne o anterior obsoleto ou não-funcional especificamente para forçar o
consumidor a comprar a nova geração do produto.
A classe dominante possui também o desejo de ascensão, por isso, em sua
concepção, o shopping atua como um local de obtenção de toda felicidade e prazer. O
consumismo, neste sentido, é uma compulsão, que leva o indivíduo a comprar de
forma ilimitada; não é à toa que o universo contemporâneo é conhecido pelos
mercados como "sociedade de consumo".
Com a industrialização veio o desenvolvimento econômico nos moldes do
liberalismo e o consumo alienado. Além do mais, o acúmulo cada vez
maior de supérfluos leva a população à deterioração dos hábitos
e dos valores. A natureza também é prejudicada pelo consumo
porque produz no meio ambiente o aumento do volume de lixo.
Po d e - s e c o n c l u i r q u e a s p e s s o a s s e t o r n a m
gradualmente escravas do materialismo e que o sistema
gerou na sociedade a ilusória concepção de que o consumo
sem limites conduz ao bem-estar e é sinônimo de civilização,
realimentando a sede do consumo para ter à disposição um
mercado subordinador sempre disponível.
Ensino Médio2sériea
Nossos alunos têm encarado de modo bastante sério o trabalho
com o texto nas aulas de redação, lugar que tem sido transformado em
verdadeira oficina de produção textual, em que os textos descritivos, narrativos
e dissertativos são produzidos, discutidos, comentados e, eventualmente,
trocados entre eles. O fato é que estamos diante de textos que responderam de
modo bastante satisfatório às propostas que foram dirigidas aos seus autores.
Isso porque mais do que um lugar para escrever textos a serem corrigidos,
analisados, comentados e avaliados pelo professor (aspectos sem dúvida
também bastante importantes e naturalmente integrantes de todo o processo
de produção textual escrita na escola, mas que não são os únicos), as oficinas de
produção textual têm-se tornado um espaço adequado para a discussão de
ideias e de estratégias linguístico-discursivas de seus autores com seus pares e,
principalmente, de seus autores com o seu professor e de como essas ideias e
estratégias podem ser organizadas da melhor forma textualmente por escrito.
Já nos alongamos demais! Passemos a “fala” (melhor seria a escrita?!)
daqueles para quem este espaço verdadeiramente foi reservado. Que venham
os textos e seus autores!
Professor Jorge Viana Moraes
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O CASTELO
Guilherme Háfez Knirsch Pereira
Pálida... a lua repousa sobre a imagem à minha frente. Uma estrutura rígida
porém desregular, o castelo parece revidar meus olhares desconfiados como um
amargo adulto revida os olhares de fascínio de uma criança esperançosa. Insolente,
o opressor rouba para si a luz das estrelas impedindo-a de alcançar meus olhos que,
já angustiados, anseiam por claridade.
A densa noite engole a paisagem ao meu redor, a vila e seus moradores fogem de
minha vista. Até agora minha mente busca aplacar a imagem de crânios achatados, “o
que sofrem aqueles pobres aldeões apenas seus reflexos no espelho podem
enxergar”.
Tempo demais já se passou desde que aqui me pus a esperar, "Por que deveria um
conde tanto demorar para responder ao chamado de uma admiradora tão simples?",
me perguntava ansiosa no decorrer das últimas horas, porém estou determinada a
esperar o quanto for necessário por respostas. Um convite de um homem misterioso
como o conde por si só valia a delonga.
“Uma silhueta!” As palavras escapam de meu pensamento e ecoam pelo ar
pesado ao meu redor. O conde encontra-se a poucos passos de distância agora.
Westwest tem uma aparência cativante quando ornamentado pelas sombras de sua
edificação.
Castanho, a cor de seus olhos, olhos que adentram minha mente violentamente e
me preenchem com um sentimento de euforia, em contraste com o amargo desdém
que emana de sua presença, desdém de um ser cansado de ver seu reflexo nos olhos
de outra pessoa.
As orquídeas pálidas repousam mortas sobre meus pés com delicadeza,
lembrando-me das noites que passava observando a névoa se
desmanchar sobre tal castelo, com a esperança de um dia
dissolver-me em sonhos aos cuidados de suas paredes e seus
portões. Decido-me por feita e dou um passo adiante.
Aquele homem, seus jeitos, sua postura, me lembram
de minha ânsia por escapar de meu mundo e me afogar no
mistério, nas sombras, no enigma, no castelo, em nosso
castelo. O conde abre seus lábios lentamente, percebo no vento
uma melodia anunciando que há muito foi-se meu tempo...
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NAALIMENTAR COM O VAZIO A SUA PRÓPRIA LACUNA
Giovana Mirna Machado Soares Gonçalves
É irrefutável o fato de que o consumo é algo intrínseco ao capitalismo, sob o qual
grande parte da sociedade vive. Porém tal ação deve ser realizada
de maneira consciente, pois quando em exagero se torna um
complexo problema, o consumismo. Considerado por alguns
estudiosos uma doença, esse ato consiste em se comprar
algo com base em estética, ou pelo simples fato de estar
em promoção, sem considerar a necessidade de se obter
determinado produto, sem pensar no que realmente consiste
tal ação e os problemas por trás dela.
Esse consumo inconsciente tem como algumas de suas
causas a insegurança e a solidão; face a isto as pessoas procuram a
felicidade no que é material, em roupas, eletrônicos, cosméticos que
trarão um prazer momentâneo que logo se tornará um vazio e
novamente na tentativa de se sentirem “completas”, acabam
alimentando cada vez mais com o vazio a sua própria lacuna.
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FAMÍLIA MODERNA
Carolina Uehara Salomao
Antigamente, a definição de família era bem mais rigorosa do que hoje em dia,
como por exemplo, no que se diz respeito à “família tradicional”. Esse termo
restringia os direitos individuais de cada membro, fazendo com que todos
seguissem os mesmos “padrões sociais”. Afinal, o que o termo “família tradicional”
representa para a sociedade atual?
Na sociedade contemporânea não existe “certo” e “errado” em relação a muitas
questões, incluído nisso o atual conceito de família. Atualmente, existem diversos
tipos de família e cada cidadão entende o “certo”, ou não, da maneira com que foi
aprendido e vivido. Se hoje em dia existe preconceito referente a filhos serem de
pais separados, homossexuais ou de filhos adotivos, subentende-se que tenha sido
adquirido pelos antepassados.
Tendo em vista que é enorme a diversidade do que se entende por “família”, a
sociedade nem sempre dança conforme a música. Para muitos, já passou a época em
que todos deveriam ser aquilo que os pais eram ou gostariam de ser, mas, para
outros, a “família tradicional” de antigamente prevalece até hoje.
Sabe-se que da mesma maneira que a sociedade evoluiu em alguns aspectos, ela
estagnou em outros. A educação ainda é bem falha, com isso, o preconceito e a
discriminação continuam se sobressaindo. Não adianta uma sociedade mais liberal,
dependente do preconceito e da falta de direitos.
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Essa felicidade líquida, essa busca por algo que preencha o consumidor, de modo
inconsciente, alimenta graves problemas que não deveriam ser ignorados, como por
exemplo, as condições extremas em que vivem trabalhadores da indústria têxtil no
Camboja, trabalhando por muitas horas na tentativa de suprir a demanda de
indústrias produtoras em larga escala, por baixíssimos salários em busca da
sobrevivência. Ainda neste exemplo, pode-se perceber uma ilustração do conceito
marxista de “fetichismo de mercadoria”, isto é, na produção estimulada, o
trabalhador não identifica o produto final como fruto de seu trabalho.
Esse estilo de vida também acarreta a massificação da sociedade e a diluição das
identidades. A partir do momento em que, as pessoas justificam ou se baseiam no
que é material, em roupas, por exemplo, para mostrar e criar sua identidade, não
percebem que tais produtos não representam apenas a identidade de um indivíduo e
sim de uma série de pessoas que compram e utilizam aquilo. Desse modo, os
significados dessas palavras se perdem, e as pessoas passam a ser uma massa com
“identidade” semelhante, nas palavras do sociólogo Zygmunt Bauman:
“Paradoxalmente a individualidade precisa ser imposta por um aglomerado [...] O ato
para deixar de ser igual a todos seria deixar de ser indivíduo”.
Pode-se perceber que o consumismo é algo realmente complexo, de maneira que,
levado como estilo de vida por muitas pessoas, abre espaço para uma série de
implicações, tais como maior número de pessoas depressivas e infelizes, maior
número de pessoas compulsivas, intensificação de problemas em relações sociais
como é o caso dos trabalhadores citados, além de problemas nas relações
cotidianas, de forma que não ter o que está na moda é justificativa para a exclusão da
sociedade, havendo uma inversão de valores, ter acima do ser e acima de tudo o
parecer, na tentativa de se encaixar. Essa situação só mudará, quando as pessoas
passarem a enxergar a felicidade proveniente do que é material como irreal e se
tornarem consumidoras e não consumistas.
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PAI E MÃE: ISSO É FAMÍLIA?
Priscila Cesarino Taddone
De acordo com a sociologia moderna, a principal instituição responsável pela
formação intelectual de cada indivíduo é a família. Considera-se família como
instituição, pois é o mais influente meio pelo qual são estabelecidos os primeiros
contatos com as regras de comportamento de uma sociedade.
Ainda durante o século XIX, escritores como Eça de Queiroz e Machado de Assis
foram responsáveis por construir duras críticas ao modelo patriarcal de família em
algumas de suas ilustres obras. Na contemporaneidade, porém, continua sendo
possível presenciar casos de agressões e até mesmo rejeições por parte dos
indivíduos mais conservadores. Uma das principais causas além da criação dos pais
é a grande influência de doutrinas religiosas.
Já no século XXI, após a divulgação midiática de inúmeros casos de famílias não
patriarcais, considera-se a atitude de rejeição um ato preconceituoso. As
consequências de tais posturas podem variar de orientações até prisões.
Frequentemente são noticiadas ocorrências, principalmente de agressões
físicas devido a não aceitação de instituições familiares homossexuais com filhos
adotivos, entre outros, por pessoas que não as aceitam.
Como uma plausível solução a esse problema, além de projetos de
conscientização e aplicações mais severas das leis nesse quesito, seria a
participação e envolvimento das escolas na causa, tendo em vista que também são
influentes na formação do caráter e comportamento dos indivíduos.
Desse modo, espera-se que haja um progresso para que seja possível a cada
cidadão exercer sua liberdade de escolha de forma consciente.
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INTOLERÂNCIA: HERANÇA DE SÉCULOS
Maria Júlia Segura de Azevedo
Há muita hipocrisia advinda do Estado quando este intitula-se como "laico"; a
intolerância já tem seu início quando, neste contexto, se é possível observar que
bancadas cristãs têm muito poder e representatividade dentro de um governo.
Qual a probabilidade de uma convivência harmoniosa enquanto grupos
religiosos estão sendo tratados, até mesmo perante o Estado, de maneira
diferente?
O Brasil, dentro de um contexto histórico, foi colonizado de maneira cristã. Os
colonizadores eram extremamente ignorantes em relação às religiões indígenas, e
os forçavam a se converter ao catolicismo, sem levar em consideração toda a
história e crença pré-existente de um povo.
Passados mais de quinhentos anos, a cultura brasileira ainda apresenta
resquícios, mesmo que inconscientemente, de uma herança intolerante com o que
não se enquadra nos padrões europeus sob os quais o país foi colonizado; toma-se
como exemplo as religiões afro-brasileiras, principais vítimas de preconceito
religioso.
Uma possível solução - a longo prazo - para o fim desta problemática de
intolerância religiosa seria o incentivo, tanto nas escolas quanto nos espaços de
discussão, ao conhecimento das diferentes culturas e religiões existentes, para que
não haja a pré-concepção de algo que nem é sabido devidamente.
Uma outra solução - um pouco mais ambiciosa - seria o fim da bancada religiosa
no governo brasileiro, sendo que está declarado na Constituição que não pode haver
esse tipo de interferência, nem na legislação, nem nas matérias socioculturais deste
país.
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QUANDO SE TRATA DE FAMÍLIA, NÃO HÁ CERTO NEM ERRADO
Letícia Morgan Gentil
O tema família na sociedade contemporânea tem um sentido diferente daquele
que tinha anos atrás. Há diversos “tipos” e não só a “família tradicional”, com uma mãe,
um pai e filhos. Mãe ou pai solteiros, pais divorciados ou casados, não há certo nem
errado, todas as formas de família são legítimas.
Atualmente, família é constituída de diversas formas e não há modo certo como,
por exemplo, há 60 anos, se um casal homossexual quisesse se casar, era “jogado na
fogueira” pela sociedade. Hoje, em muitos lugares ainda se vive essa infeliz
realidade, mas já houve um avanço e diversos países já legalizaram o casamente
homossexual.
Outro exemplo é se uma mulher engravida e decide abortar, decididamente, ela é
julgada pela sociedade, pois dizem ser ilegítimo uma mulher recusar um filho.
A família contemporânea representa para a sociedade, um avanço na ideologia
do povo e como o mesmo se comporta em relação a isso, quebrando pensamentos
retrógrados e preconceituosos.
Há diversos movimentos a favor da família contemporânea, que são essenciais
na formação de uma sociedade e de pessoas com caráter.
Apesar de já ter ocorrido um grande avanço social em relação a esse movimento,
(por exemplo: em grande parte dos países é legal ocorrer o divórcio), o governo de
muitos países ainda intervém incisivamente nos assuntos de esfera familiar, e
emprega ideologias que não fazem sentido para a sociedade. Um governo que é laico
peca ao fazer esse tipo de imposição.
Neste sentido, para que realmente haja mudança é preciso que se aprovem leis
que tenham plena aplicabilidade, como a legalização do casamento homossexual, e
também que se conscientize a população, promovendo campanhas
publicitárias que alcancem diversos tipos de família e não apenas
a “família tradicional”, no sentido de mostrar que qualquer tipo de
família é valido.
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FEMINICÍDIO: EVOLUÇÃO E REGRESSÃO
Laura Naomi Lopes Wakai
O feminicídio tornou- se alvo cada vez mais constante de discussões ao redor do
mundo, e aos poucos passou a ser reconhecido como crime e problema global.
Feminicídio pode ser descrito como violência extrema decorrente do ódio e do
machismo na sociedade, trazendo graves consequências às vítimas que faz e
culminando diversas vezes em assassinato.
A própria História revela os constantes atos que apenas hoje chamamos de
feminicídio e classificamos como crime, mas que menos de um século atrás eram
tratados como algo normal, sinônimo de submissão aos olhos da sociedade. A
História sempre foi palco de atos machistas e registrou todo tipo de crueldade
imposta às mulheres apenas pelo fato de serem mulheres. O machismo permeia
desde as civilizações mais antigas e fossilizadas, como as sociedades vikings e
medievais, até os dias atuais, provando que a humanidade nada avançou nesse
aspecto e arrastou junto com sua evolução o ódio às mulheres.
Atualmente, embora não se queimem mulheres na fogueira, cometem-se atos de
equivalente porte, tais como assassinato, estupro, tortura, danos morais, abuso, uso
de violência e exploração sexual. As vítimas carregam para sempre as cicatrizes, ou
as carregam para o túmulo, ao passo que os agressores diversas vezes saem
impunes ao obrigar a mulher a não contar.
A solução não consiste apenas na elaboração de leis (que já se provaram
ineficientes tendo em vista o número de casos ocorridos), mas em tentativas de
reduzir o machismo e de tornar o respeito uma obrigação. Dessa forma, a educação
fornecida nas escolas deve ser a primeira a atuar na construção de um futuro que
inclua tais fatores.
É impossível erradicar o feminicídio, especialmente pelo fato de
tratar-se de um sentimento e possuir em sua esfera questões
religiosas e culturais, mas é possível educar e reduzir os índices,
ainda que seja um processo lento.
As mulheres já provaram várias vezes seu potencial,
coragem, importância e força (pode citar-se desde Joanna
D'Arc até as manifestantes brasileiras atuais, ou desde as
primeiras rainhas até as juízas nos tribunais), de forma que o
ódio a elas não é apenas injusto, é intolerável.
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O CONSUMO INSERIDO NA SOCIEDADE MODERNA
Giovana Bernardes Credie
Em pleno século XXI, muito se diz sobre consumo e consumismo, podendo-se
estabelecer diferenças entre eles. O consumo é natural e indispensável na
sociedade capitalista, contudo, quando ele se torna exacerbado, é denominado
consumismo. Este conceito está diretamente associado à crise de alteridade atual,
em que o indivíduo reconhece o outro através dos bens materiais que tem ou
aparenta ter, assim como apresentado em “A sociedade do espetáculo” do filósofo
Guy Debord.
Além do liberalismo econômico de Adam Smith, que defendia a livre
concorrência e a lei da oferta e da procura, a Revolução Industrial também possui
grande importância histórica, já que ambos influenciaram o sistema econômico da
sociedade contemporânea. Pode-se relacioná-los ao consumo, devido ao fato de um
favorecer o sentimento ilusório de necessidade através da mídia para assim
alimentar a concorrência e o outro que foi essencial para a mínima inclusão social das
classes menos favorecidas no sistema consumidor.
A obra “O Império do Efêmero” de Guilles Lipovetsky traz uma reflexão que
supera a lógica de diferenças sociais, quando o autor faz uma alusão à moda. Por sua
vez, ela está relacionada ao surgimento das sociedades democráticas, sendo assim,
um fenômeno também social. Novamente há uma referência ao consumo e ao
consumismo, à medida que ambos tecem uma rede de opções e oportunidades,
sejam elas associadas à moda, que está ao alcance de todos, ou a outros fatores.
Como conclusão, para que haja o desenvolvimento de uma sociedade, é preciso
uma sinergia entre a necessidade e a implantação de ideias de consumo do sistema
capitalista, assim, por um lado movimentando a economia e por outro, gerando cada
vez mais o aumento do consumismo.
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Professor Jorge Viana Moraes
Não importa se o universo de leitores é restrito; nossos alunos são
autores e pronto! E isso tem de ser levado em conta e muito a sério nas aulas de
produção textual. Óbvio que ao dizermos isso não estamos desconsiderando os
diversos discursos presentemente em circulação na sociedade, e com os quais os
textos de nossos alunos dialogam. Embora também não seja menos verdadeiro que
haja entre os agentes da comunidade escolar: professores, alunos, coordenadores,
orientadores pedagógicos, pais, enfim, todos os envolvidos neste processo de ensino-
aprendizagem da escrita, a convicção e a preocupação, compreensível e justa, de que
tais textos devam reproduzir situações e gêneros que, ao menos, se aproximem das
formas que normal e efetivamente, ocorrem e circulem nas sociedades
contemporâneas.
E no nosso caso em específico, os gêneros que levam à melhor preparação dos
estudantes para os principais concursos vestibulares do país, incluindo o ENEM: um
aspecto pragmático da questão, que jamais deve ser ignorado. Neste sentido, levando
em consideração esses dois pontos que trago aqui apenas como uma breve reflexão,
apresento também os textos que seguem adiante, produzidos pelos alunos da 3ª Série do Ensino Médio, cuja amostra é bastante significativa e nos dá uma boa ideia do
que se tem feito no âmbito da disciplina Redação em nosso Colégio.
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CUIDADO: O PORTUGUÊS É FEROZ
Beatriz Martins Barao Ishikawa
É fato que com a língua portuguesa precisa se tomar cuidado. Uma simples
palavra tem a capacidade de mudar o contexto inteiro ou, dependendo de como a
sentença é montada, o que deveria ser pejorativo, pode ser atenuado. Sendo assim,
no mundo contemporâneo, sempre se tem que estar atento ao uso politicamente
correto dos termos.
No Brasil, nota-se que muitos políticos usam o eufemismo na hora de fabricar um
discurso, porém, é importante destacar que esta figura de linguagem ajuda alienar
muitas pessoas. Na obra “Fedro” de Platão, é possível observar uma imensa crítica à
escrita justamente pelo motivo de um discurso de aparência ter como objetivo final
fazer as propostas e os fatos somente parecerem reais. Contudo, a população
humilde do país, na grande maioria das vezes, não consegue notar a irrealidade dos
textos políticos.
Já a política de purificação da língua portuguesa, apesar de ser algumas vezes
criticada, é necessária em uma sociedade miscigenada como a brasileira. O
politicamente correto serve como medida contra o preconceito e para que as
pessoas afetadas pelo uso incorreto de alguns termos vejam que sua luta está tendo
os efeitos tão esperados. Tendo tais alegações em mente, é possível dizer que os
indivíduos teriam que ser mais conscientes quanto à montagem de textos e
sentenças.
Em suma, o eufemismo muitas vezes é usado nos discursos políticos para
enganar a população e a linguagem politicamente correta faz com que as pessoas
fiquem mais cientes do preconceito enrustido na língua portuguesa. Levando em
consideração os fatos, é necessário a implementação, nas grades horárias
escolares, aulas que facilitem a identificação de discursos políticos
de aparência, além de recomendar-se que, desde pequenas,
crianças sejam expostas à política de purificação da língua e que
os meios de comunicação a adquira também.
O mundo pós-moderno pode ser hostil, entretanto, as
lutas do politicamente correto estão finalmente
alcançando seus ápices para uma língua portuguesa que não
discrimina ninguém.
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A PROSTITUIÇÃO E O QUE ESCORRE ENTRE OS DEDOS
Thaly Yukie Wachi Tamura
“Um conjunto de experiências atuais vividas por homens e mulheres de todo o
mundo”, afirma Marshall Berman sobre o significado de modernidade, na sua obra
clássica. Esse fenômeno pode, também, ser entendido como a condensação de
inúmeros eventos em um período muito curto. Tais experiências, eventos e
fenômenos provocaram, e permanecem provocando, alterações bruscas em valores
sociais.
Logo após as Revoluções Industriais, tornou-se cada vez mais evidente a
fetichização do bem material. A tecnologia avançou assustadoramente em poucas
décadas, sendo ela um dos fatores para a fusão dos valores sociais, antes sólidos,
agora líquidos. Ontem, era prestigiado aquele que possuía um celular da marca X. Já
hoje, o prestígio desse indivíduo foi transferido a outro, que possui um celular da
marca Y. “Os valores se tornaram líquidos”, afirma Bauman, transformaram-se de
tempos em tempos, de anos em anos, de meses em meses, de semanas em semanas,
e até, de dias em dias.
Consequentemente, se torna clara a prostituição do homem moderno, sendo
cada vez mais seduzido pelas infinitas propagandas que o bombardeiam
diariamente. O indivíduo passa a trabalhar cada vez mais para adquirir algo que não
necessita, que logo será desvalorizado, ultrapassado. Enquanto isso, os anúncios
deixam de vender, meramente, seus produtos, passando a comercializar um estilo de
vida fictício, no entanto muito almejado por grande parte da população.
Logo, apesar do consumo estimular o desenvolvimento tecnológico, sendo,
simultaneamente, um movido pelo outro, o primeiro - o consumo - em excesso chega
a ser prejudicial ao homem, que se torna cada vez mais fútil, deixando que se
escorram seus valores entre os dedos. Ele para de se enxergar como
humano, passando a ser somente mais uma peça no jogo do
consumo, regido pelo capitalismo. Como assegurado por Marx,
“tudo que é sólido desmancha no ar”. O que antes aparentava ser
tão firme, tão sólido, no caso, o homem e seus valores,
agora é desmentido pela modernidade avassaladora.
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FAMA E A VAZIA EXISTÊNCIA HUMANA
Eric Batista Silva
Reconhecimento, notoriedade, fama. Uma preocupação social fútil que
assombra o homem moderno. A modernidade líquida, a instabilidade presente nela,
a impossibilidade de se estabelecer algo concreto, uma vez que ''tudo que é sólido se
desmancha no ar'', unido com a existência vazia e sem valor definido do ser humano, e
somado a uma sociedade de aparências, resulta numa necessidade compulsiva por
destaque.
Segundo a filosofia existencialista de Sartre, o ser humano ao nascer, não possui
outra natureza além da sobrevivência, ou seja, os seus valores são adquiridos ao
longo da vida. Com isso, seria justificado o motivo pelo qual a existência humana se
inicia vazia de objetivos, uma vez que a existência precede a essência, os ''objetivos
de vida'' seriam concepções adquiridas ao longo dela.
Mas como são adquiridos esses valores? Eles são adquiridos a partir do contexto
no qual a pessoa está inserida. Ao tomar os dias de hoje como referência, pode se
notar que a modernidade, com toda sua liquidez, é uma realidade instável, uma vez
que a todo momento, diversos valores são quebrados e muitos outros são
construídos. Quando o ser humano é lançado em meio a esse turbilhão chamado
modernidade, ele apresenta uma grande dificuldade em estabelecer uma base para
pautar sua vida, tornando sua existência não somente vazia, mas confusa.
A fama seria uma possível resposta para a conturbada existência humana, uma
vez que ela permite uma ascensão social, inflando o ego, proporcionando uma ilusão
que quebraria o sentimento negativo de vazio. Porém, essa busca cega proporciona
uma série de problemas, entre eles, uma sociedade pautada nas aparências.
Uma sociedade baseada nas aparências, na qual as pessoas querem que as
outras pensem sobre ela um determinado valor. Isso se torna
evidente quando são observadas as redes sociais, nas quais as
pessoas postam fotos, textos e imagens para construir uma
personagem sua para a sociedade, ainda que em essência esta
não corresponda à realidade.
A Fama é algo fútil, uma vez que ela só possui valor
enquanto a sociedade existir. Caso a raça humana deixe de
existir, ou as sociedades como são conhecidas se rompam, esse
esforço seria em vão, e os indivíduos sedentos por fama
acabariam esquecidos e insignificantes assim como os outros.
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A EDUCAÇÃO DA GERAÇÃO MILLENNIALS
Ananda Maria Petean Ferreira
Não é por menos que o atual modelo de educação nas escolas apresentou
dificuldades em ensinar os jovens de hoje, provenientes de uma sociedade que já
passou por uma revolução tecno-científica, criando um novo universo na atualidade,
o universo tecnológico. Este “novo universo”, que está diretamente conectado com a
nova geração, por muito tempo tentou ser banido do ambiente escolar. Nele, a
linguagem é diferente, as conversas são mais rápidas, e as notícias correm em uma
velocidade alucinante, tão veloz quanto a duração da paciência que esses jovens,
acostumados com o instantâneo, têm para manterem-se focados. Esta dificuldade
de manter a atenção gera o problema de os educadores obterem um rendimento
satisfatório dos alunos, incapazes de permanecerem focados nas salas de aula.
Abolir a tecnologia das escolas não é uma alternativa eficiente, assim como
descartar o uso de livros físicos e da manuscrita também não é. É necessário um
equilíbrio, mesclando o papel com o digital. Ter a capacidade de mostrar aos alunos
as aplicações práticas dos conteúdos, por intermédio de imagens e vídeos, é uma
nova maneira, possível de prender a atenção do estudante, complementando a
teoria dos livros com a percepção visual do aluno.
Embora a tecnologia seja um suporte aos professores, ela também se torna uma
grande vilã. A geração Millennials, correspondente àqueles nascidos entre 1980 e
2000, sente-se acomodada ao ter milhares de websites para pesquisar, e não se
preocupa com a veracidade das fontes; as notícias falsas ou superficiais lotam as
redes todos os dias, tendo isto em vista é necessário instruir os alunos no sentido de
eles entenderem a importância de uma pesquisa aprofundada e feita a partir de
fontes confiáveis. Os conhecidos “smartphones” também se apresentam como
vilões nas salas de aula, sendo um objeto propício a tirar a atenção do
estudante, e, apesar de a maioria das escolas possuírem regras
proibindo seu uso, diversas vezes elas não são respeitadas.
Concluindo, a tecnologia pode auxiliar sim na educação, mas
desde que a utilizem de maneira produtiva. Para o melhor
aprendizado dos alunos, os professores devem
recomendar sempre materiais complementares para os
estudantes pesquisarem, indicando sempre quais são os
melhores sites de pesquisas que sejam confiáveis. Os celulares
têm que ser utilizados em sala de aula para finalidades didáticas,
com autorização do professor, e em qualquer outra ocasião seu uso deve
ser repudiado durante as aulas. Sendo assim, é preciso maior
fiscalização dos profissionais da educação sobre seus alunos, para
assegurar que nenhum aparelho eletrônico esteja sedo usado de
maneira indevida no ambiente escolar.
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O ESTADO E O CIDADÃO: A SAÚDE EM QUESTÃO
Vinicius Toshiaki Onzeki Katayama
Desde a antiguidade, o Estado e o indivíduo já eram caracterizados e dotados de
noções que os levaram à uma formação ou junção conhecida como sociedade, que
ainda mantém a sua forte presença historicamente “padronizada” na atualidade.
Sobre este termo “sociedade”, há nele um fato capcioso na relação entre Estado e
cidadão, remetendo ao pensamento de Zygmunt Bauman, um sociólogo polonês que
produziu uma frase reflexiva sobre este fato: “A preocupação com a administração
da vida parece distanciar o ser humano da reflexão moral”.
Nota-se que na maior parte do tempo, dentro da sociedade, o interesse do
Estado é promover uma boa economia, estrutura e poder de modo geral, a fim de
manter relações diplomáticas e econômicas com outros lugares. Já o cidadão
normalmente se submete à maior parte das ações do Estado, caso não esteja em
uma situação considerada para ele “desconfortável”. No entanto, pela falta de
estabilização dentro da população junto ao Estado, consequentemente há
acidentes, desastres naturais, surtos de doenças e entre outros problemas como
produto da “fragilidade conectiva” da sociedade “por si só”, levando ao intenso
individualismo, logo, não reconhecendo problemas de aspectos morais.
Partindo de exemplos com o da saúde pública, podemos notar que há certos
casos de doenças em que, enquanto pequena parte da população está infectada, a
mobilização do Estado em relação a esta situação é praticamente nula. E ainda que
haja algumas pessoas ajudando neste sentido, a grande parte dos cidadãos que
estão em um estado, diríamos, mais “confortável”, isto é, em melhores condições
sociais e econômicas, estes, na maioria das vezes, não auxiliam outros que
necessitam de ajuda. Já quando há um surto ou até mesmo uma endemia, o Estado e
os cidadãos se mobilizam de maneira eficaz e rápida, começando a
se prevenir. Tais situações descritas não ocorrem somente nas
doenças, como também podem ocorrer em desastres naturais e
acidentes pela falta de cuidados que poderiam reduzir as
chances de acontecer.
Levando-se em conta o que foi observado, acredita-se
que o Estado e o cidadão são um só, pelo fato de terem uma
formação de união ou coalizão entre estes aspectos, e é
importante ressaltar que para ter um vínculo e uma saúde mais
intensos dentro da sociedade, é necessário que se fortaleçam as
conexões entre indivíduos e o próprio Estado, para um maior
pensamento solidário, diminuindo a individualidade, e construir um
novo progresso consciente e aberto.
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EDUCAÇÃO: A VITRINE DE UM PAÍS DESENVOLVIDO
Maurício Devincentis Silva
Muito se tem discutido acerca da crescente pobreza presente atualmente na
sociedade brasileira. A atual crise econômica representa uma séria ameaça aos
avanços na redução da pobreza e da desigualdade, o que complementa o fato do
Brasil ser um país subdesenvolvido.
Ao se examinarem alguns dados, verifica-se que 66% dos brasileiros ganhem até
R$ 2034,00, dos quais 30,36% recebem menos de R$ 1356,00. Além disso, estudos
apontam que os “novos pobres” surgirão em maior quantidade nas áreas urbanas,
apesar das áreas rurais possuírem uma concentração de pobreza maior.
Pode-se mencionar, por exemplo, que estatísticas apontam para o fato de que em
2017, o número de pobres no Brasil deve aumentar de 2,5 milhões para 3,6 milhões.
Em consequência disso, vê-se, a todo instante, uma queda constante do valor da
moeda nacional, fazendo com que empresários não queiram investir no Brasil e com
isso só piore a nossa economia.
Em face a essa realidade, é imprescindível que todos se conscientizem e se
sensibilizem de que a pobreza é um grande problema no Brasil e seu combate é mais
do que necessário. Segundo Aristóteles, a educação tem raízes amargas, porém
seus frutos são doces, logo se houver um maior investimento na educação, haverá
um melhor preparo para o mercado de trabalho e assim o ciclo de pobreza no Brasil
irá diminuir.
PARA QUEM LEVA A EDUCAÇÃO A SÉRIO E FAZ DA VIDA UM ETERNO APRENDIZADO
www.santaterezinha.com.br / www.facebook.com/santaterezinhaSanta Terezinha
RIOSSETNOM
OIGÉL
OC
Sinceros agradecimentos da equipe de Português aos colegas das
demais áreas do conhecimento e à equipe técnico-pedagógica, pela
presença constante e incentivo diário.
EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICAMantenedora e Diretora-geral - Neuza Maria Scattolini
Gerente Administrativa - Maria Iocca
Coordenadora Pedagógica (Fundamental II e Médio) - Branca Denigres Fausto
Orientadora Educacional (Fundamental II e Médio) - Ivete Fierro Araújo Segabinazzi
EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESA
Professora Leticia Amoroso Gregio
Professora Luciane dos Santos
Professor Lucas Medrado
Professor Jorge Viana de Moraes
Professora Maria Inez Ferreira de Jesus
Professora Silvana E. O. da Matta Vívolo
Professora Valéria Maceis
DESIGNER GRÁFICO - Silvio da Matta