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O novo mercado para a agroindústria: retorno à origem Paulo A. Niederle [email protected]

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O novo mercado para a agroindústria:

retorno à origem

Paulo A. [email protected]

ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

1. CONTEXTO

2. QUALIDADE E PROCESSOS DE QUALIFICAÇÃO

3. APROPRIAÇÃO DE VALORES

4. INDIÇÕES GEOGRÁFICAS DE ORIGEM

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sistema Agroalimentar

Crítica ética e estética à

padronização e artificialização

da produção e do consumo alimentar.

Espaços para a emergência de

experiências inovadoras.

CRESCIMENTO E DIVERSIFICAÇÃO DE CIRCUITOS

“ALTERNATIVOS” DE PRODUÇÃO E CONSUMO

NOVOS ESPAÇOS PARA PRODUTOS COM FORTE ENRAIZAMENTO

SOCIOCULTURAL NOS TERRITÓRIOS

NOVAS OPORTUNIDADES PARA A AGROINDÚSTRIA E A AGRICULTURA FAMILIAR

AGROINDÚSTRIA RURAL E

AGRICULTURA FAMILIAR

Fonte: Projeto PGDR-UFRGS/IPEA/IBGE (2011). Organização: Roni Blume

AGROINDÚSTRIA

AGREGAÇÃO

DE VALORMERCADO

DESENVOLVIMENTO

QUALIDADE DIFERENCIADA

CONSUMIDORES

Aumento das expectativas sociais e demanda por produtos com

características qualitativas específicas.

Novas oportunidades de mercado para produtos que:

Preservam o meio ambiente e a biodiversidade;

Promovem equidade social;

Valorizam a artesanalidade da produção;

Promovem tradições e características vinculadas à origem geográfica;

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“QUALITY TURN”

Produtos artesanais, tradicionais, caseiros, coloniais,

orgânicos, agroecológicos, indicação geográfica, sustentáveis,

religiosos (hallal), sem OGM (“qualidade zero”).

Noções correntes de qualidade tornam-se obsoletas. Apelam a um novo

conjunto de valores: origem, saúde, forma de produção, igualdade social.

Mercados, redes e novos movimentos sociais econômicosMovimentos de produtores e consumidores assumem papel relevante,

contrapondo processos de dessingularização dos alimentos com discursos e

práticas inovadoras (consumo politizado).

Tecnologia/Sanidade/Saúde

Equidade/Justiça socialEcologia/Meio Ambiente

Tradição/Patrimônio/Origem

Tecnologia/Sanidade/Saúde

Equidade/Justiça socialEcologia/Meio Ambiente

Tradição/Patrimônio/Origem

Tecnologia/Sanidade/Saúde

Equidade/Justiça socialEcologia/Meio Ambiente

Tradição/Patrimônio/Origem

QUALIDADE COMO VALOR

DINÂMICAS DE APROPRIAÇÃO E REAPROPRIAÇÃO

Caso clássico: orgânicos / agroecológicos

Fonte: Revista Veja. Fonte: Rede Xiquexique

DINÂMICAS DE APROPRIAÇÃO E REAPROPRIAÇÃO

Alimentos tradicionais / de origem

Fonte: Clóvis Dorigon (EPAGRI)

“PRODUTOS COLONIAIS”

1616

APROPRIAÇÃO PELOS

SEGMENTOS INDUSTRIAIS

RETORNO À ORIGEM

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS DE ORIGEM

Proteção, diferenciação e

agregação de valor para os

produtores

“Sinal distintivo” para os

consumidores

Reconhecimentos para os

territórios

Instrumento específico de

distinção qualitativa

Solicitações de Registro (até 03/04/2012):

29 Denominações de Origem;

35 Indicações de Procedência

Registros concedidos (até 03/04/2012):

6 Denominações de Origem (2 Brasileiras)

17 Indicações de Procedência

Produto

PessoasLocal

Reputação, qualidade e tipicidade

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS DE ORIGEM

Fonte: FAO-SINER-GI

Identificação dos recursos locais materiais e imateriais e seus potenciais

Qualificação do produto por meio da definição de regras de produção: regulamento de uso

Remuneração do produto pelo mercado consumidor (geração e distribuição do valor agregado)

Reprodução dos recursos locais garantindo sustentabilidade do sistema

O CICLO VIRTUOSO DA QUALIDADE BASEADA NA ORIGEM

21

GESTORES PÚBLICOS

ONG’s

PESQUISA e EXTENSÃO

OUTRAS ATIVIDADES ECONÔMICAS

TERRITÓRIO

PRODUTORESCONSUMIDORES

LOCAIS

PROCESSADORES

DISTRIBUIDORES

CONSUMIDORES

CADEIA

PRODUTIVA

Fonte: FAO-SINER-GI

I. Descrição do produto e dos processos de produção

II. Demonstração do vínculo do produto com sua origem

III. Delimintação da área geográfica

IV. Mecanismos de controle e “certificação”

Normas, regras, convenções definindoprodutos, pessoas, técnicas relevantes

FORMATANDO O “MERCADO”

REGULAMENTO DE USO: CONSTRUÇÃO DE COMPROMISSOS VALORATIVOS

Qualidade

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INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA VALE DOS VINHEDOS

REGULAMENTO DE USO: CONSTRUÇÃO DE COMPROMISSOS VALORATIVOS

1997 2000 2007

SISTEMA DE

CONDUÇÃO

“TRADICIONAL” EM PÉRGOLA

SISTEMA DE

CONDUÇÃO

“MODERNO” EM

ESPALDEIRA

CULTIVAR ISABEL

CULTIVAR MERLOT

CULTIVAR ISABEL

CULTIVAR MERLOT

Indicação Geográfica e Modernização

dos Sistemas de Produção

Padrões de Identidade Enológica

Técnica de viticultura e vinificação

Padrão de qualidade industrial

Vinícolas adequadas às regras da DO: 8

Vinhos adequados às regras da DO: 11

Integração vertical da produção

27

Fotos: TIAGO QUEIROZ/AE. Estadão

INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA VALE DO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO

Regulamento de Uso define que as

normas da Produção Integrada de

Frutas (PIF) correspondem aos

requisitos da Indicação de

Procedência (Art. 5).

INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA PELOTAS (PÊSSEGO) (PROJETO EM DISCUSSÃO)

Foto: Carlos Alberto Flores

Discussão sobre a possibilidade do

Regulamento de Uso da IG definir as normas

da Produção Integrada de Frutas (PIF) como

requisitos básicos.

INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA VALES DA UVA GOTHE

Figura Herança genética da uva GoetheFonte: European Vitis Database (apud Mariot, 2003).

IGS E PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO NATURAL

ESPAÇO / PAISAGEM, BIODIVERSIDADE, MEIO AMBIENTE

JALAPÃO - TO (CAPIM DOURADO)

PAMPA GAÚCHO DA CAMPANHA MERIDIONAL (CARNE)

LITORAL NORTE GAÚCHO (ARROZ)

Fotos: Carlos Nabinger

INDICAÇÕES DE PROCEDÊNCIA

JALAPÃO (CAPIM DOURADO)

GOIABEIRAS (PANELAS DE BARRO)

PELOTAS (DOCES)

Indicação Geográfica e salvaguarda do patrimônio imaterial

INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 57/2011 - MAPA

Maturação de queijos artesanais por período inferior a 60 dias.

Define requisitos para sua produção, garantindo a qualidade do produto e

atendendo aos aspectos de sanidade e saúde pública.

Restrita a queijarias situadas em regiões certificadas ou

tradicionalmente reconhecidas.

Exige pesquisas e estudos específicos, que devem ser realizados

por comitês técnico-científicos designados pelo ministério.

INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA SERRO

Bem comum / Valorizaçãodo

Patrimônio Cultural Imaterial

Acesso a mercados, preço

prêmio, agregação de

valor e redução de custo

Eficiência técnica,

certificados de conformidade

Sistemas de produção

ecológicamente sustentáveis

Terroir, Costumes e Tradições

locais

INDICAÇÃO

GEOGRÁFICA

AS JUSTIFICAÇÕES QUE LEGITIMAM OS PROJETOS DE IGS

Bem comum /

Patrimônio Cultural

Imaterial

Acesso a mercados, preço

prêmio, agregação

de valor

Sistemas de produção

ecológicamente

sustentáveis

Eficiência técnica,

certificados de

conformidade

Terroir, Costumes

e Tradições

locais

AS JUSTIFICAÇÕES QUE

LEGITIMAM OS

PROJETOS DE IGS

CONSIDERAÇÕES FINAIS

i. Padrões de qualidade definindo o formato do mercado

ii. Coexistência de sistemas de julgamento (conflitos e sinergias)

iii. Aumento da escala e riscos de descaracterização

iv. Tipicidade ligada ao terroir versus tipicidade técnica

v. Valorização no mercado e riscos de sobreexploração

vi. Elevação do nível de exigências e riscos de exclusão

vii. Distribuição do valor agregado na cadeia e no território

Contato:

[email protected]