o novo futuro do cristianismo

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O NOVO FUTURO DO CRISTIANISMO A ÚLTIMA ESPERANÇA DA HUMANIDADE O MESSIAS Revdo. Sun Myung Moon 1

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Discurso do Rev Moon para o reavivamento da fé cristã.

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Page 1: O novo futuro do cristianismo

O NOVO FUTURO DO CRISTIANISMO

A ÚLTIMA ESPERANÇA DA HUMANIDADE

O MESSIAS

Revdo. Sun Myung Moon

Madison Square Garden, Estados Unidos, 18 de setembro de 1974.

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No Madison Square Garden, Estados Unidos, em 18 de setembro de 1974 perante uma multidão de mais de 25.000 pessoas, e onde mais de 15.000 tiveram que ficar do lado de fora por falta absoluta de espaço.

Rev. Sun Myung Moon é um profeta, um canal entre Deus e o homem, de acordo com o plano de Deus, ele foi escolhido para revelar a Sua Vontade para nossa era. Lemos na Bíblia:

“Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas”.( Amos 3:7).

A Vontade e o Ideal de Deus ainda não foram cumpridos, contudo Deus expressou claramente Sua determinação:

“Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei”. ( Isaias 46:11 )

A mensagem que Jesus não podia revelar: Em

“Se, tratando de coisas terrenas, não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais?” João 3:12

A revolução que Jesus trouxe para a humanidade 2000 anos atrás quando ele disse: “Se alguém não nasce de novo, não pode ver o reino de Deus”. “Eu vim para lançar fogo sobre a terra”. Lucas 12:49

Da mesma forma que Jesus falava com o fogo da verdade de Deus a mensagem do Rev Sun Myung Moon está acendendo o fogo do espírito de Deus.

© Copyright, 1974, by The Unification Church International

Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial

Rua Cardeal Arcoverde, 928 – Pinheiros – São Paulo – SP.

05408-001 – Tel.: 11- 3060-3610 – Fax: 11- 3060-8217

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www.familias.org.br

Conteúdo

• O Reino do Céu na Terra 5

• O Reino do Inferno — O Paraíso Perdido 6

• Salvação é Restauração 6

• A Preparação para a Vinda do Messias 7

• Onde Estás, meu Davi? 7

• A Bíblia é uma Mensagem em Código 9

• Jesus não Veio para Morrer numa cruz_________________10

• A Ignorância Matou Jesus 11

• Escravos da Letra do Antigo Testamento 11

• João Batista Era “o Elias que havia de vir” 13

• A Falha de João Batista 14

• Jesus, Esperado nas Nuvens do Céu 16

• A Crucificação — A Missão Secundária de Jesus 18

• A Aceitação de Jesus Traria o Reino de Deus 18

• A Crucificação Trouxe Apenas Salvação Espiritual_______ 29

• A Oração no Jardim do Getsêmani 20

• Como Acontecerá a Segunda Vinda do Messias? 22

• Significado Bíblico da Expressão “Nuvens do Céu” 25

• O Cumprimento do Propósito de Deus _____ 25

• Quem é o Rev. Sun Myung Moon? 28

• Um Movimento para a Paz 28

SENHORAS E SENHORES sinto-me muito feliz por estar aqui esta noite. Muito

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obrigado por terem vindo. Nesta noite estamos reunidos aqui no Madison Square Garden (New-York) em nome de Deus.

Meu tema desta noite é: O Novo Futuro do Cristianismo. Mas antes de começar gostaria de fazer uma observação pessoal. Eu não vim aqui para repetir o que vocês já sabem. Eu vim para revelar algo novo. Eu quero compartilhar com vocês uma nova revelação de Deus.

Existe um só Deus, um só Cristo, uma só Bíblia. No entanto, hoje, o mundo cristão encontra-se dividido em mais de 400 diferentes denominações. Partindo da mesma Bíblia há diferentes pontos de vista, com muitas diferentes interpretações.

O que nos interessa não é a interpretação humana da Bíblia, mas como Deus a interpreta, e qual é realmente a Sua vontade. Esta resposta deve vir de Deus na forma de uma revelação. Quero compartilhar esta revelação com vocês esta noite.

Uma vez que esta mensagem veio de Deus e revela Seu ponto de vista, o conteúdo pode naturalmente ser diferente do entendimento humano. Portanto, pode ser uma grande novidade para vocês. Mas precisamos de novas ideias— ideias de Deus — porque o homem já esgotou todas as suas próprias ideias. Esta é a razão da minha vinda aqui par lhes falar esta noite. Assim, peço a cada um de vocês para abrir suas mentes e seus corações a fim de que o espírito de Deus possa lhes falar diretamente.

Durante 2.000 anos, os cristãos de todo o mundo têm ansiado por um grande e culminante dia como está profetizado na Bíblia — o dia da Segunda Vinda do Senhor. Uma vez que isto foi prometido por Deus, a Segunda Vinda de Cristo será definitivamente cumprida.

Qual é a razão para a Segunda Vinda do Senhor? Ele vem para consumar a vontade de Deus. Então, qual é a vontade de Deus? Será que nós sabemos claramente o que é a vontade de Deus? Deus é eterno, imutável e absoluto e tem uma vontade que é também eterna, imutável e absoluta. No início, Deus tinha um propósito definido antes de criar o universo e este mundo. Este propósito foi a razão para a criação, e Ele começou a criação do universo e do homem para cumprir este propósito.

Segundo a Bíblia, depois que o primeiro homem e a primeira mulher foram criados, Adão e Eva, Deus lhes deu um mandamento. Esse mandamento foi: “Da árvore do conhecimento do bem e do mal não comereis, porque no dia em que dela comerdes, certamente morrereis.” (Gn. 2: 17).

Deus lhes pediu para obedecerem ao Seu mandamento. Deus queria dizer com isso que, pela obediência de Adão e Eva ao mandamento, Seu propósito seria cumprido. Porém Deus mostrou claramente a consequência da desobediência. Ele disse: “No dia em que dela comerdes, certamente morrereis”. O resultado da desobediência era a morte.

Contudo, Adão e Eva desobedeceram a Deus. A consequência foi o pecado do homem. O homem morreu espiritualmente, e o objetivo de Deus não foi realizado. O pecado do homem significa seu desvio do objetivo original que Deus tinha planejado. Adão e Eva deixaram de cumprir o propósito da sua criação. Depois de sua desobediência, Deus não tinha nenhuma escolha senão expulsar aquele homem e aquela mulher do Jardim do Éden.

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Jardim do Éden é a expressão simbólica do Reino de Deus na Terra. Adão e Eva não tinham mais o direito de serem cidadãos do Reino de Deus. Assim, foram expulsos para o inferno na Terra, que foi uma criação deles próprios.

O REINO DO CÉU NA TERRA

Se Adão e Eva tivessem obedecido a Deus, teriam estabelecido o Reino dos Céus na Terra. Como seria esse reino? Adão e Eva foram criados sem pecado, com o potencial para atingir a perfeição. Eles deveriam crescer até atingir a perfeição, obedecendo a lei de Deus. Enquanto estivessem crescendo até atingir a humanidade e até se tornarem homem e mulher perfeitos, suas relações seriam como irmão e irmã. Eles deveriam estabelecer a verdadeira tradição de fraternidade.

O que é a perfeição? É a total união do homem com Deus. O homem foi criado para ser o templo de Deus, no qual o espírito de Deus habitaria. Tal homem é divino, como Deus é divino. Este homem é santo como Deus é.

Jesus foi o primeiro homem perfeito. Esta perfeição é o estado ao qual Jesus se referia quando disse: “Acreditai que eu estou no Pai, e o Pai está em Mim.” (Jo. 14:11).

Quando vocês se tornarem unidos com Deus, Seu divino poder estará em vocês, e se tornarão perfeitos como Deus é perfeito. Por isso, Jesus ensinou que a meta do homem é ser perfeito como Deus é perfeito: “Vós, pois, sede perfeitos como é perfeito vosso Pai Celeste.” (Mt. 5:48).

Por que Deus criou um homem e uma mulher? Depois que tivessem atingido o estado de perfeição, Deus queria uni-los num casal celestial através da bênção do

matrimônio celeste. Deus tencionava começar Seu reino com Adão e Eva como os primeiros marido e mulher. Se isso tivesse se tornado realidade, a bênção de Deus para o crescimento e a multiplicação teria sido cumprida. Ele teria dado o poder para multiplicar Filhos de Deus. Esses filhos teriam nascido sem pecado e seriam perfeitos. O que eles seriam então? O pecado nunca teria surgido na raça humano. Tendo filhos, Adão e Eva teriam se tornado os verdadeiros pai e mãe centralizados em Deus — os Verdadeiros Pais da Humanidade.

Se Adão e Eva tivessem formado a primeira família centralizada em Deus, dela teria surgido uma tribo, uma nação e um mundo centralizados em Deus, nos quais só Deus seria o Senhor. Então teria reinado a perfeição desde o início e por toda a eternidade. Onde Deus criou Adão e Eva? Lá em cima, no espaço sideral? Fora do ambiente físico? Não, Deus os criou aqui mesmo na Terra. Por conseguinte, o florescimento da família de Adão traria a realização do ideal de Deus aqui sobre a Terra, e Deus teria Se tornado o centro da humanidade. Isto não teria sido outra coisa senão o Reino de Deus na Terra, no qual Deus viveria com o homem.

Se isso tivesse se cumprido no início, hoje não haveria raças e línguas diferentes. Pertenceríamos todos à única raça de Adão, sob a única tradição de Adão. A única língua de Adão seria a nossa língua universal. E, de fato, o mundo inteiro seria uma nação sob o domínio de Deus.

Assim, no Plano Original de Deus todos os homens deveriam nascer no reino de Deus na Terra. Deveríamos gozar a vida celestial na Terra. E, uma vez encerrada nossa vida terrena, seríamos elevados para o reino de Deus no céu espiritual onde viveríamos

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eternamente. Este era o plano original de Deus. Não haveria Satanás, o mal, nem o inferno neste mundo. Na verdade, Deus não criou o inferno para Seus próprios filhos. Nenhum pai faria uma prisão para seu filho logo ao nascer. Por que Deus criaria um inferno para Seus próprios filhos? Só o céu era a vontade original de Deus. Por causa do pecado, o homem perdeu seu valor original e tornou-se um lixo humano. O inferno é como uma lixeira. Mas ela se tornou necessária somente após a queda do homem.

O REINO DO INFERNO — O PARAÍSO PERDIDO

Examinemos a situação do homem e do mundo decaídos. Lemos em Jo. 8:44 que Jesus disse: “Vós sois filhos do demônio”.

Com a queda, o homem ficou sob a falsa paternidade de Satanás, que se tornou “o deus deste mundo”. O homem trocou de pais. Abandonamos o nosso verdadeiro pai, Deus, e nos unimos com o falso pai, Satanás. O primeiro homem e a primeira mulher tornaram-se filhos de Satanás. Sob a falsa paternidade de Satanás, Adão e Eva uniram-se num casamento ilegítimo, sem a bênção ou a ordem de Deus. E quando eles multiplicaram filhos, todos ficaram sob o domínio do falso pai. Todos nasceram como filhos do pecado, não como filhos de Deus. Portanto, a multiplicação de filhos do pecado desde Adão, de geração em geração, trouxe como consequência este mundo decaído, em estado de pecado.

Por não termos a Deus como centro, passou a existir um mundo de pecado, de desconfiança, de crime, de ódio e de guerra. E nós, nações e sociedades deste mundo, podemos nos destruir uns aos outros sem sentir dor. Este é o reino do inferno na Terra. O mestre deste mundo, de fato, não é Deus, mas

Satanás. Esta é a razão porque em João 12:31 diz que Satanás é o príncipe deste mundo.

Sabemos que Deus criou o homem. Mas Deus não é o mestre, porque o homem trocou-O por outro. O homem traiu Deus e uniu-se com o falso mestre, Satanás. Este Satanás tem sido o pai da humanidade.

A queda do homem trouxe uma grande tristeza ao coração do Pai Celeste. Deus perdeu tudo quando o homem se revoltou contra Ele. Esta é a razão pela qual lemos em Gênesis 6: 6. “O Senhor arrependeu-se de ter criado o homem sobre a Terra e Seu coração ficou ferido de íntima dor”.

Deus sofre porque um mundo oposto à Sua vontade tornou-se realidade. Se a intenção, o plano original de Deus tivesse se cumprido, Ele teria ficado feliz. Se as consequências da queda fossem o resultado do plano de Deus, por que Deus ficaria triste no Seu coração? Por que Ele teria Se arrependido de haver criado o homem?

SALVAÇÃO É A RESTAURAÇÃO

Deus todo poderoso é um Deus de amor, um Deus de misericórdia. Seu coração é compassivo e sofredor devido ao estado de morte de Seus filhos. Deus sabe que nenhum homem é capaz de quebrar suas cadeias e libertar-se do pecado por ele próprio. Ele sabe que há um só poder que é capaz de trazer o homem para a salvação: o próprio Deus. E Deus, na Sua misericórdia, está decidido a salvar este mundo.

O que é salvação? Salvação é simplesmente restauração. O que faz um médico para salvar seu paciente? Ele restaura o doente ao seu estado normal. Isto é uma cura. O que você faria para salvar uma pessoa que está se afogando? Você a salvaria,

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trazendo-a para fora da água, para a terra. Isto é uma salvação.

Do mesmo modo, a obra de salvação de Deus é simplesmente restaurar o homem do estado anormal decaído para o estado original de bondade. Portanto, salvação é equivalente à restauração. Deus está restaurando o reino do inferno para o Reino dos Céus. Na Bíblia, “Deus mostra claramente Sua determinação:”. Lemos (Is. 46:11) “O que Eu disse, farei; o que concebi, realizarei. Porque Eu Sou Deus e não há outro”.

Deus não disse: “Eu talvez faça”. Ele disse: “Eu farei”, mostrando Sua absoluta determinação para restaurar o homem e o mundo para o plano original. Como? Através do Messias.

Para restaurar a humanidade, Deus enviou Seu filho Jesus a este mundo como salvador — como o Messias. Há dois mil anos Jesus veio a este mundo como o autor da vida. Ele veio para transformar todos os homens pecadores em homens semelhantes a Cristo. Ele veio para restaurar o Reino dos Céus na Terra. Por conseguinte, Jesus proclamou como sua primeira boa nova: (Mt: 4: l7). “Arrependei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo”.

Com a vinda de Jesus, as pessoas estavam verdadeiramente no limiar do Reino dos Céus.

A PREPARAÇÃO PARA A VINDA DO MESSIAS

Porém, antes que Deus pudesse enviar Seu Filho para restaurar o mundo, Ele teve que preparar o caminho, passo a passo, começando com um indivíduo e expandindo para uma nação, tendo em vista estabelecer um Fundamento de Fé sobre o qual o Messias pudesse vir.

Em todo caso, este mundo tem sido o mundo de Satanás. Se o Messias viesse para a Terra sem um fundamento, uma preparação, o mundo satânico o destruiria. Por isso, Deus trabalhou diligente e cuidadosamente para estabelecer a nação e uma soberania sobre os quais Ele pudesse ter controle. A nação escolhida de Israel foi o resultado da preparação para o Messias.

Deus preparou a nação de Israel como uma “pista de aterrissagem” para o Messias. Sob o Fundamento de Fé de Israel, Deus pôde enviar Seu campeão, o Messias.

Do mesmo modo, o Cristianismo hoje, é a “pista de aterrissagem paralela” do Messias em sua Segunda Vinda. Os cristãos deverão formar um Fundamento de Fé para o retorno do Messias na hora final do cumprimento.

Hoje, mais do que nunca, o Messias é a esperança para o nosso mundo atribulado! A missão do Messias é consumar a restauração — tirar a humanidade decaída e sofredora deste mundo de maldade e restaurar o homem para a perfeição e bondade originais de Deus. Ele vem para destruir a soberania do mal que Satanás exerce sobre este mundo e, finalmente, estabelecer a soberania de Deus. Jesus veio como Messias há 2.000 anos com a finalidade de restaurar o Reino de Deus. Hoje, estamos aguardando a Segunda Vinda de Cristo. A finalidade da Segunda Vinda é precisamente a mesma: a restauração do reino original de Deus. Este é o único propósito e a única vontade de Deus.

Hoje, nós, os cristãos, somos o povo escolhido de Deus. Os cristãos são os colaboradores de Cristo. Portanto, estamos na posição de preparar um fundamento para o Senhor, dar-lhe as boas vindas e aceitá-lo quando ele vier, participando na sua missão de destruir Satanás da face da Terra e levar a salvação para toda a humanidade.

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Hoje, no entanto os cristãos não estão seguros acerca da vontade de Deus, sobre qual o objetivo da vontade de Deus. Estamos mais interessados na nossa salvação pessoal, no nosso próprio céu em qualquer lugar e na garantia do nosso pequeno ninho nesse céu. Mas este não é o procedimento que Deus espera dos cristãos.

ONDE ESTÁS, MEU DAVI?

Deus está procurando Seus campeões entre os cristãos do mundo de hoje. E o trabalho de Deus requer um espírito de sacrifício. Quantos cristãos estão dizendo agora: “Use-me como um cordeiro sobre Seu altar, e a partir do meu sacrifício salve este mundo?” Deus está em busca de um espírito de abnegação. Deus está procurando pelos carregadores de cruz do século XX. E os cristãos de hoje estão surdos em relação a este chamado.

Os cristãos de hoje estão clamando pelo “meu céu” e pela “minha salvação”. E quanto a Deus? Quanto ao resto do mundo? Vocês pensam que serão capazes de guardar seu pequeno pedaço de céu enquanto o resto do mundo está se desmoronando? Não!

Por outro lado, se todo o mundo for salvo, sua própria salvação não estará incluída?

Hoje, se as igrejas cristãs continuarem a seguir pelo mesmo caminho do egocentrismo, o espírito cristão está destinado a declinar. Antes de clamarmos pela nossa salvação, clamemos pelo cumprimento da vontade de Deus. Precisamos libertar Deus de Seu sofrimento e tristeza. Quando solucionarmos o problema de Deus, o problema do homem será automaticamente resolvido. Então, o fogo cristão verdadeiramente queimará por causa do coração angustiado de Deus, e não por nós mesmos.

Em 2.000 anos de história, os cristãos tiveram a grande oportunidade de conduzir o mundo inteiro para Deus. Mas os cristãos simplesmente não perceberam com clareza qual era a vontade de Deus. Não agiram quando a oportunidade lhes apareceu.

A mesma oportunidade está batendo à porta novamente. Desta vez a oportunidade chegou aos Estados Unidos. Se os cristãos americanos de hoje reconhecerem a vontade de Deus para os dias atuais e agirem em conformidade, poderemos virar o mundo de baixo para cima e de cima para baixo, e fazer descer o Céu à Terra. A hora da Segunda Vinda do Cristo está próxima. Todavia, não estamos conscientes dos sinais dos tempos.

Em vez de continuarmos orando e pedindo “Venha a nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu”, (Mt. 6:10) podemos agora agir conforme a vontade de Deus, fazendo deste céu uma realidade, porque já é chegada a hora marcada por Deus para a efetivação deste plano.

Cada um de nós faz parte do corpo de Cristo. Por isso, quando Cristo vier, seremos os membros de seu corpo vivo. Se cada um de nós está desejoso e pronto para pregar o seu corpo à cruz a fim de poder dar vida ao nosso mundo, então na verdade transformaremos este mundo no Reino dos Céus. Viver e morrer por Deus e por Cristo; este é o privilégio de ser cristão!

Lembrem-se: a vontade de Deus é salvar o mundo inteiro; não apenas os cristãos, não apenas as igrejas. Há um versículo universalmente conhecido na Bíblia, que aprendemos em nossos primeiros dias de catequese: “Pois Deus amou tanto o mundo que deu Seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não

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pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo. 3: 16).

A ênfase está na palavra “mundo”. Deus amou o mundo, não apenas uma igreja, os cristãos ou um povo em particular, mas o mundo inteiro. Por essa razão — para salvar este mundo — o Messias é enviado.

Se perguntassem ao nosso Senhor: “Tu és o salvador apenas dos cristãos?”, ele responderia: “Não! Sou o salvador de toda a humanidade”.

Se perguntassem a Deus: “O Senhor é o Deus dos cristãos?” Ele responderia: “Não! Sou o Deus do universo, o Deus de toda a criação, o Deus de todos os homens”.

Há dois mil anos o povo estava esperando a vinda do Messias, mas motivado por razões egocêntricas. Eles pensavam que o Messias viria como um conquistador militar para vingá-los e derrotar o Império Romano, recompensando Israel com grande glória e poder num sentido terreno. Eles simplesmente haviam perdido o sentido central de sua fé. Pelo contrário, o Messias veio para o povo de Israel a fim de usá-lo como instrumento de sacrifício para levar a salvação de Deus ao mundo inteiro.

Sim, Deus determinou-Se a restaurar o mundo inteiro e conduzir toda a humanidade para a bondade e a perfeição. Se Deus não pudesse fazer isso, então realmente Deus seria um Deus derrotado. Derrotado por quem? Por Satanás! Então, este Deus não seria Deus.

Ponha-se na posição de Deus. Quando Ele olha para o mundo cristão hoje, acho que não fica satisfeito. Ele vê que há uma grande batalha à frente que deve ser travada e vencida. Deus deve ter um confronto com o

formidável poder do inimigo, o poder de Satanás, o poder do pecado.

Por isso, Deus precisa de um Davi dos dias modernos para enfrentar esse Golias, Satanás. Não ouvem o apelo de Deus: “Onde está o meu Davi? Onde está você, meu Davi?” E Deus espera que os cristãos de hoje respondam: “Sim, meu Senhor! Eu sou o Seu Davi. Sua vontade será feita”!

Mas os cristãos deste mundo parecem dormir um sono profundo. Os poucos cristãos que parecem acordados estão empenhados em lutar entre si. O tempo da colheita já chegou neste cósmico outono, mas Deus não tem trabalhadores para enviar aos campos. Desde a queda do homem, Deus tem travado continuamente uma guerra divina contra o poder de Satanás. Esta guerra não acabou. A batalha final ainda está para chegar. Cristo está chegando pela segunda vez, como o comandante-chefe, para travar a batalha final. E essa hora já chegou. Todavia, como é triste! Nenhum soldado celestial está pronto. Os cristãos estão dormindo.

Até aqui, Deus pôde empenhar-Se numa “luta de guerrilha” contra Satanás, não numa guerra total. Porém, Deus tem Se preparado para um grande dia, um “Dia-D” Celestial – como o Dia-D do desembarque na Normandia quando Deus poderá lançar uma ofensiva maior possível. Esse dia é o dia da Volta de Cristo. Esse dia de Deus está perto! A Bíblia é o registro da preparação paciente de Deus, conduzindo a humanidade para a batalha final. O cumprimento da Bíblia é a vinda do Senhor; o regresso de Cristo nesse dia.

A BÍBLIA É UMA MENSAGEM EM CÓDIGO

O que é a Bíblia, mais precisamente? A Bíblia tem sido um livro de mistério.

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Contudo, a Bíblia contém a mensagem de Deus para o homem.

A Bíblia não usa uma linguagem clara, mas está escrita em símbolos e parábolas. Sabem por que Deus apresentou a Bíblia em símbolos e parábolas? Por que Ele não fala a verdade claramente?

Porque Deus tem lidado com o mundo do mal. Através dos tempos Deus tem escolhido cautelosamente Seus trabalhadores, ou campeões deste mundo de maldade. Abraão e Noé foram dois desses campeões.

E os campeões de Deus estiveram sempre em minoria absoluta no mundo do mal. Se Deus revelasse, aberta e claramente Sua estratégia, essa informação seria utilizada pelo inimigo contra Seus próprios campeões. Isso explica porque a Bíblia está escrita como uma mensagem codificada, para que só os agentes de Deus, Seus campeões, pudessem decifrá-la, não o inimigo.

Permitam-me fazer uma analogia. Para proteger sua segurança, os Estados Unidos enviam muitos agentes para além-mar a fim de colher informações vitais com respeito aos seus inimigos potenciais. Quando o quartel-general entra em comunicação com seus agentes além-mar, particularmente em território inimigo, devem fazê-lo aberta e claramente? Não. Ninguém seria tão ingênuo. Devem comunicar-se através de mensagens codificadas — mensagens secretas — para que o inimigo não possa decifrá-las.

Ao longo da história as pessoas justas não têm encontrado outra coisa senão sofrimento sobre esta Terra, simplesmente porque estão em território inimigo, e Satanás não quer que os agentes de Deus prosperem. Sempre que as forças de Satanás descobriram os representantes de Deus, tentaram destruí-los. Devemos compreender que Deus teve que

dar Suas instruções em mensagens codificadas. Assim, a Bíblia está escrita em símbolos e parábolas. Neste sentido, a Bíblia foi concebida para ser mesmo misteriosa. Então, como podemos compreender o verdadeiro significado daqueles símbolos e parábolas?

É simples, de certo modo. Se você é um agente liberado pelo seu quartel-general e deseja decifrar uma mensagem codificada, então você deve ter um livro de código ou comunicar-se diretamente com o quartel-general.

Justamente por isso, o significado dos símbolos e parábolas descritos na Bíblia somente podem se tornar claros quando nos comunicamos com o nosso “quartel-general”, que é Deus. Este é verdadeiramente o único caminho certo para podermos conhecer o profundo significado da Bíblia.

Há dois mil anos, nosso Senhor Jesus trouxe o projeto para a construção do Reino dos Céus na Terra. Todavia, ele não pôde falar claramente sobre seu plano, nem mesmo aos seus próprios discípulos. Jesus falava em termos figurados e por meio de comparações e parábolas. Por quê?

Jesus conhecia as circunstâncias sob as quais tinha de trabalhar. Havia a pressão política do Império Romano. Havia a monarquia reinante que se opunha a qualquer mudança. E havia também uma forte tradição e o sistema religioso implantado. Tudo isto poderia ser orientado contra a construção do Reino de Deus.

Jesus veio para acender no homem o fogo da revolução, que, no devido tempo, transformaria a estrutura e a vida da nação inteira. Mas ele não pôde falar claramente sobre nenhuma dessas coisas, nem mesmo para seus próprios discípulos. Ao invés disso,

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teve que falar em símbolos e parábolas acrescentando: “Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça.” (Lc. 14: 35).

Se vocês tentarem interpretar a Bíblia literalmente, palavra por palavra, letra por letra, sem compreenderem a natureza da mensagem codificada da Bíblia, estarão sujeitos a cometer um grave erro. Por isso hoje, nesta hora, o mundo cristão necessita de uma revelação de Deus. Deus deve revelar-nos Seu plano. Deve nos mostrar Seu horário e nos dar instruções de como fazer e o que fazer neste tempo. Na verdade Deus nos prometeu isso, dizendo em Amós 3:7 “Pois o Senhor Deus nada faz sem antes revelar Seu segredo aos seus servos, os profetas”.

Nesta noite encontro-me aqui no Madison Square Garden não por minha vontade, mas em obediência à vontade divina. Deus me chamou como Seu instrumento a fim de revelar Sua mensagem para Sua providência nos dias de hoje, cujo objetivo é formar um povo preparado para o grande dia do Senhor.

Nesta noite eu me deterei na revelação divina que se refere ao Segundo Advento — a questão mais importante do nosso tempo. E para compreendermos isto claramente, devemos primeiramente conhecer as circunstâncias da vinda de Jesus há 2.000 anos.

JESUS NÃO VEIO PARA MORRER NUMA CRUZ

Há um enigma na história que não teve ainda uma explicação adequada.

Durante 4.000 anos, antes da vinda de Jesus, Deus tinha preparado o povo escolhido de Israel para receber o Messias. Através de

Seus profetas, Deus havia avisado ao povo escolhido a fim de que estivesse preparado para receber o Messias. Deus estava trabalhando para criar uma expectativa e havia, de fato, um grande fervor messiânico em Israel. Na hora marcada, Deus cumpriu Sua promessa. O Filho de Deus, Jesus, veio para seu próprio povo no tempo marcado.

O que aconteceu depois? A História é a testemunha. Nós não o reconhecemos, rejeitamos ainda nos rebelamos contra ele, e finalmente o crucificamos. Por quê?

As igrejas cristãs dizem: “A resposta para essa pergunta é simplesmente esta: Deus enviou Jesus para morrer numa cruz. Portanto, a crucificação era a Vontade predestinada por Deus desde o início”.

Diante disso, gostaria de perguntar para os cristãos: O que farão quando Jesus voltar? Todos responderão com firmeza: “Nós o receberemos, lhe daremos as boas-vindas! E nos uniremos a ele!” Deixe-me perguntar ainda: “Irão crucificá-lo quando ele aparecer?” Sua resposta será: Não!

Se for assim, o que dizer do povo escolhido, o I Israel, de 2000 anos atrás? Se eles tivessem aceitado Jesus, como vocês dizem que fariam hoje, teriam crucificado Jesus? Não! Portanto, eles cometeram um erro! Foi devido à sua ignorância que eles crucificaram Jesus.

A vontade de Deus era que Seu povo escolhido aceitasse o Messias. Mas, ao invés disso, crucificaram-no passando a responsabilidade para outros ao dizerem que aquilo era a vontade de Deus. É ridículo! Do ponto de vista lógico, isto não é aceitável. Algo muito errado aconteceu. O que foi?

A IGNORÂNCIA MATOU JESUS

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O povo não conheceu quem era Jesus de Nazaré. Eles não o reconheceram como Filho de Deus. Se tivessem conhecido com clareza que Jesus era o Messias, o Filho de Deus, certamente não o teriam crucificado. “Ele veio para seu povo e seu próprio povo não o recebeu.” (Jo. 1: 11).

Considerem o testemunho do apóstolo Paulo: “Nenhum dos príncipes deste mundo compreendeu isto, porque se tivessem compreendido não teriam crucificado o Senhor da Glória.” (I Cor. 2: 8).

Se tivessem conhecido quem foi ele, não teriam crucificado o Senhor da Glória. Foi um erro. Foi a ignorância e a cegueira espiritual que mataram Jesus!

O mundo cristão ainda não compreendeu a verdade acerca do que realmente aconteceu no tempo de Jesus. Se o propósito de Deus ao enviar Seu Filho era para que ele fosse pregado numa cruz, por que Ele levaria tanto tempo para preparar o povo de Israel? Teria sido mais fácil para Deus enviar Seu Filho entre os descrentes, ou até entre os selvagens. Eles o teriam matado rapidamente, e a salvação teria chegado mais cedo.

ESCRAVOS DA LETRA DO ANTIGO TESTAMENTO

Assim sendo, façamos uma pergunta: “Por que os israelitas não souberam quem era Jesus?” Acreditem ou não, a primeira razão pela qual o povo escolhido de Deus não reconheceu Jesus como Messias foi o Antigo Testamento. Esta afirmação pode lhes causar um certo espanto. Mas o povo interpretou literalmente o Antigo Testamento. Eles não compreenderam que a Bíblia estava escrita em códigos. Não procuraram um livro de código. Ao invés disso, interpretaram literalmente a

Bíblia, palavra por palavra, letra por letra. Resumindo, tornaram-se escravos das letras do Antigo Testamento.

Deixem-me dar um exemplo: o livro de Malaquias, no Antigo Testamento, tem uma função paralela com o livro do Apocalipse, no Novo Testamento. Ele mostra claramente o horário e a descrição do último minuto de como o Messias virá. Em Malaquias 4:5-6 encontramos estas palavras: “Eis que vos enviarei Elias, o profeta, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor. E ele converterá os corações dos pais aos seus filhos e o coração dos filhos aos seus pais”.

Quem foi Elias? Elias foi um grande profeta de Israel que viveu aproximadamente 900 anos antes de Jesus, e que havia subido ao céu num carro de fogo através de um turbilhão de vento, segundo o Testamento Antigo. Por isso, o povo acreditava que Elias voltaria literalmente do céu azul num carro de fogo, anunciando a vinda do Filho de Deus. Era assim que o povo aguardava Elias. Mas Elias não voltou da maneira como eles esperavam. O povo escolhido de Israel nunca ouviu nada a respeito do regresso milagroso de Elias. Todavia, um dia ouviram um depoimento extraordinário. Um jovem de Nazaré, cujo nome era Jesus, estava sendo proclamado pelos seus discípulos como o Messias o filho de Deus.. Este era um anúncio inacreditável.

E qual foi a reação imediata do povo? “Impossível!”, exclamaram. “Como pode Jesus de Nazaré ser o Filho de Deus? Não ouvimos nenhum comentário sobre a volta de Elias.” Sem Elias aparecer, o Messias não poderia vir.

A fim de aceitar Jesus como Filho de Deus, os israelitas teriam que fazer pouco caso dos 4.000 anos de tradição e desprezar sua

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Bíblia. Mas ninguém quis ou ousou fazer isso. Naquele tempo o povo realmente não entendeu Jesus, o Filho de Deus. Disseram-lhe: Jo 10:33 “Não é por uma boa obra que te apedrejamos, mas por blasfêmia, porque sendo tu homem te fazes Deus”.

E pegaram pedras, prontos para apedrejar Jesus, o Messias. Além disso, quando Jesus operou muitos prodígios e milagres, o povo não honrou a Jesus. Ao invés, disseram: “É por Belzebu, chefe dos demônios, que este homem expulsa demônios.” (Mt. 12: 24).

Que tragédia! Jesus, o Filho de Deus, o príncipe da paz, foi menosprezado e considerado o príncipe dos demônios! Pôncio Pilatos, governador com grande autoridade em Roma, não queria crucificar Jesus, porque não encontrou nenhuma culpa nele. Contudo, o próprio povo de Jesus gritava: “Crucificai-o! Crucificai-o!”. O povo que Deus havia preparado para receber Jesus quis que ele morresse e que, ao invés dele, fosse libertado Barrabás, o criminoso. Terá sido esta a vontade de Deus? Não! Jesus foi vítima da ignorância e da cegueira do seu próprio povo. Eles interpretaram a profecia de uma forma errada; interpretaram mal o Antigo Testamento.

Imagine se Elias tivesse vindo de um modo sobrenatural, num carro de fogo descendo do céu, conforme o povo esperava. Isto teria criado uma grande sensação. Imagine Elias aparecendo diante da multidão e proclamando: “Este homem, Jesus de Nazaré, é de fato o Filho de Deus”. Estou certo de que todos se ajoelhariam e o adorariam ali mesmo. Quem ousaria crucificá-lo? Contudo esse milagre não era o significado da profecia de Malaquias sobre a vinda de Elias.

Na verdade, esta profecia foi um obstáculo ao sucesso da missão de Jesus. Quando os discípulos de Jesus foram por toda Israel ensinar a Boa Nova e proclamar Jesus como Filho de Deus, o povo repudiou suas palavras dizendo: ”Se Jesus é o Filho de Deus, onde está Elias? As escrituras dizem que Elias deve vir primeiro”.

JOÃO BATISTA ERA “O ELIAS QUE HAVIA DE VIR”

Os discípulos de Jesus não estavam suficientemente preparados para responder a esta pergunta. Com efeito, eles não estavam bem instruídos no Antigo Testamento. Afinal, eles eram humildes pescadores da Galiléia, cobradores de impostos e prostitutas. Assim, um dia, os embaraçados discípulos de Jesus decidiram encontrar-se com ele e pediram-lhe ajuda neste sentido. Isto aparece em Mateus 17: 10-13: “E os discípulos perguntaram-lhe: então, por que os escribas dizem que Elias deve vir primeiro? Ele replicou: Elias vem para restaurar todas as coisas; mas eu lhes digo que Elias já veio.” “Então os discípulos compreenderam que ele se referia a João Batista”.

Isto foi realmente um choque para os discípulos de Jesus. E logo compreenderam que, de acordo com a Bíblia, Jesus estava referindo-se a João Batista.

Elias era João Batista? Sim, Jesus assim o disse. Mas o povo escolhido de Israel nunca se convenceu disso. Eles disseram que tal afirmação era um ultraje!

Imaginemos a transposição destes acontecimentos para nosso tempo. Há 2.000 anos, João Batista era uma pessoa de enorme influência, gozando grande prestígio em toda

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Israel como um grande homem de Deus — assim como Billy Graham de hoje, um grande líder cristão.

Suponhamos, então, que um jovem cristão desconhecido aparecesse subitamente e começasse a proclamar-se a si próprio para o mundo como o Filho de Deus. Como estudioso das Escrituras você perguntaria: “Se tu és o Filho de Deus, onde está o prometido Elias?” Se esse jovem lhe dissesse: “Billy Graham é o Elias que havia de vir”. Qual seria sua reação? Você, indubitavelmente, diria que é impossível. Como pode Billy Graham ser Elias? Ele não veio do céu azul. Todos nós sabemos que ele veio da Carolina do Norte!

Decididamente, não podemos aceitar isso. Jesus enfrentou o mesmo tipo de descrença em sua época. O povo não aceitou João Batista como Elias, simplesmente porque ele não desceu do céu. O povo escolhido há 2.000 anos equivocou-se por sua própria crença, segundo a qual a profecia do regresso de Elias deveria ser cumprida literalmente; que Elias devia vir do céu. Eles foram vítimas da interpretação das letras do Antigo Testamento.

A FALHA DE JOÃO BATISTA

Contudo, Jesus continuou ensinando por todo Israel com poder e autoridade, apesar da opinião pública ser desdenhosa. O povo não podia fácil e simplesmente repudiar tal homem. Eles queriam estar seguros de si próprios. Por isso, decidiram perguntar ao próprio João Batista, e resolver suas questões de uma vez por todas. E assim fizeram como podemos ler : “E foram perguntar a João: Quem és tu? Ele confessou, e não negou; ele disse: “Eu não sou o Messias.” E perguntaram-lhe: Então quem és? És tu Elias? Ele respondeu:

Não sou. És tu um profeta? Ele respondeu: Não!” (Jo. 1: 19-21).

João Batista negou tudo. Ele disse: “Eu não sou Elias.” E até negou ser um profeta. Todos sabiam e o reconheciam como um profeta de Deus, mas ele disse: “Eu não sou um profeta”. Por quê? Ele avaliou a situação e sabia que Jesus era tratado pela sociedade como um proscrito. Jesus pareceu ser um homem falho, e João decidiu não se juntar a ele. Ele pensou que seria mais conveniente negar tudo.

Desse modo, João Batista pôs Jesus de lado fazendo dele um grande impostor, sem nenhuma defesa. Depois da negação de João, Jesus não tinha outro recurso a tomar neste sentido.

Por que Jesus foi crucificado? Primeiro, ele tornou-se vítima da interpretação literal do Antigo Testamento. Em segundo lugar, Jesus foi rejeitado e finalmente crucificado por causa do fracasso da missão de João Batista. Podemos ler que, enquanto esperava na prisão para ser degolado, João Batista, mandou dois de seus próprios discípulos até Jesus para fazerem a seguinte pergunta: “És tu aquele que está para vir ou devemos esperar por outro?” Mt 11:3.

É esta a pergunta de um homem que tem fé em Jesus como o Filho de Deus? Anteriormente João Batista havia testemunhado Jesus no rio Jordão: “Eu vi e sou testemunha de que este é o Filho de Deus.” (Jo. 1: 34).

No entanto, esta mesma pessoa, com a mesma língua, estava agora encarando Jesus com esta pergunta: “És realmente o Messias, ou esperaremos ainda por outro?” Quão desanimadora e dolorosa deve

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ter sido esta pergunta para Jesus! Que homem de tão pouca fé era João!

A missão de João Batista era muito importante para o cumprimento da missão do Messias. Deus enviou João especificamente para preparar o caminho do Senhor e dar-lhe um povo preparado. Esta era a responsabilidade de João, como precursor de Cristo.

Jesus dependia muito do sucesso da missão de João Batista. Assim, quando João veio para Jesus e lhe perguntou: “És tu realmente o Messias?” foi mais doloroso para Jesus do que se lhe tivesse apunhalado. O sentimento de raiva subjugou Seu coração. Jesus se recusou a responder “sim” ou “não” para uma tão inoportuna pergunta. Ao invés disso, Jesus disse: “Bem-aventurado aquele que não se escandalizar de mim.” (Mt. 11: 6).

Estas foram as palavras de Jesus para João quando viu que ele estava para declinar. Jesus estava realmente dizendo: “Pobre João, homem fraco! Tu já não tens mais fé em mim. Tu estás ofendendo o Filho de Deus. Tenho dó de ti, João.” Depois Jesus falou à multidão sobre João com muita indignação: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Então, que fostes ver? Um homem vestido de roupas delicadas? Reparai, aqueles que vestem roupas delicadas habitam nos palácios reais. Que fostes, então, fazer? Ver um profeta? Sim, eu vos digo, mais do que um profeta.” (Mt. 11: 7-9).

João era mais que um profeta, porque ele veio dar testemunho diretamente de Jesus, o Filho de Deus. Ele nasceu para uma missão extraordinária. Deus deu essa gloriosa responsabilidade para João. Que honra para

um homem ser considerado por Jesus “mais do que um profeta”! Contudo, João falhou em não fazer por disse em Mateus 11.11: “Em verdade vos digo, entre os nascidos de mulher não apareceu ninguém maior do que João Batista; no entanto, o menor no Reino dos Céus é maior que ele”.

João tinha descido de posição ao ponto de o menor no Reino dos Céus ser ainda maior do que ele. O significado dessa afirmação de Jesus tem permanecido misteriosamente velado. Os cristãos ainda não compreenderam seu verdadeiro sentido, porque não compreenderam que João Batista falhou em sua missão. Esta noite podemos saber o verdadeiro significado desta afirmação.

João Batista era o maior entre os nascidos de mulher devido à sua missão, que era testemunhar o Filho de Deus. Todos os profetas do passado haviam tido a mesma missão. Mas os profetas que vieram antes de João tinham dado testemunho do Messias com uma enorme distância de tempo entre eles e o Senhor.

João, entretanto, nasceu como contemporâneo de Jesus. Assim, ele teve o privilégio de testemunhar o Cristo vivo quando ele apareceu em pessoa. No que diz respeito à missão, João tinha a maior e mais gloriosa delas. Por isso Jesus disse que ele era mais que um profeta, o maior entre aqueles nascidos de mulher.

No entanto, no cumprimento desta missão, ele havia se tornado o menor; pois cometeu o mais miserável fracasso entre todos os profetas que tinham vivido antes dele, que estavam no mundo espiritual. Eles sabiam quem era Jesus. Mas João, não. Ele duvidou. Ele se tornou cético e finalmente cego quanto à identidade de Jesus. Por fim, ele falhou em

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manter seu testemunho pessoal sobre o Filho de Deus. Ele tornou-se um homem falho e, consequentemente, o menor de todos no Reino dos Céus.

Quero dar-lhes uma outra prova incontestável do fracasso da missão de João Batista. O povo disse a João: “Rabbi, aquele (Jesus) que estava contigo além do Jordão, de quem deste testemunho, está agora batizando, e todos vão ter com Ele.” João respondeu: “Ele deve crescer e eu diminuir.” (Jo. 3: 26.30).

Os cristãos interpretam estas palavras como prova de que João era verdadeiramente um homem humilde e um grande profeta. Acreditam que ele viu, em sua humildade, que Jesus deveria crescer, enquanto ele diminuiria.

Entretanto, muito pelo contrário, estas palavras provam a arrogância de João Batista. Se João tivesse seriamente levado Jesus em consideração como Filho de Deus, não teria tido outra alternativa senão unir-se com ele e segui-lo com todo o coração, quer chovesse ou fizesse sol. João teria se elevado ou declinado juntamente com Jesus, seguindo o mesmo caminho e destino. Esta passagem mostra-nos que, de fato, João Batista não seguiu Jesus. Ele tomou um caminho independente e separou-se de Jesus. Na verdade ele não levou Jesus a sério.

Finalmente João Batista foi decapitado. Ele poderia ter sido um glorioso mártir se tivesse sido decapitado por estar cumprindo sua missão, testemunhando e proclamando ao mundo que Jesus era o Filho de Deus! Mas ele foi decapitado porque se envolveu no escândalo de adultério da família do rei Herodes. Este assunto não era do interesse de João. A assistência ao Filho de Deus era sua única responsabilidade. Mas João desistiu

desta divina missão e sofreu uma vergonhosa morte sem significado. Esta verdade deve ser dita, mesmo que seja dolorosa.

Finalmente Jesus disse com relação a João: “Desde os dias de João até agora o Reino dos Céus é arrebatado à força, e somente os fortes o conquistam.” (Mt. 11: 12).

Isto significa que, por causa do insucesso da missão de João Batista o Reino que Jesus trazia, sofreu e ficou aberto à sua competição. Quando um campeão de Deus falha em sua missão, um outro deve tomar o encargo desta missão de acordo com seus méritos. Assim, homens de extrema e arrebatada fé, como Pedro, tomaram a posição de João pelos seus próprios méritos. Se João Batista tivesse sido um homem de grande fé, qual teria sido o resultado? Ele teria se tornado, na verdade, o discípulo principal do Filho de Deus, Jesus. Se Jesus fosse rei, João Batista teria sido seu Primeiro Ministro. Esta era a posição que Deus ordenara para João. Nesse caso, os doze apóstolos, os 70 discípulos e os 120 escolhidos teriam vindo entre os discípulos do próprio João. João deveria ter servido como mediador para trazer união e harmonia entre o povo escolhido de Israel e o Filho de Deus. Assim, quem ousaria crucificar Jesus nessas circunstâncias? Ninguém! A crucificação não teria acontecido.

Estou certo de que muitas pessoas que leem a Bíblia devem questionar sobre João: “Se ele foi um grande homem, por que não se tornou o discípulo principal do Filho de Deus?” O próprio Jesus esclareceu a missão que João Batista veio realizar: “Porque todos os profetas e a Lei profetizaram até João. E, se quereis acreditar, ele é o Elias que estava para vir.” (Mt. 11: 13,14).

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João Batista representava a consumação do Antigo Testamento, a Lei e os Profetas. Ele era o príncipe da Idade Antiga. Jesus veio como o príncipe da Nova idade. Se Jesus tivesse tido o apoio de João Batista, teria ficado sobre o firme fundamento da Era do Antigo Testamento. Então a Nova Era teria florescido no fértil solo das realizações da Era Antiga.

O Filho de Deus poderia ter estabelecido seu reino glorioso imediatamente. E João Batista teria sido a pedra angular desse reino.

Se João Batista tivesse seguido Jesus, também os destacados líderes daquela sociedade seriam os primeiros a aceitar Jesus como Filho de Deus. Nesse caso, quem teria crucificado o Senhor da Glória?

Quando Deus enviou Seu único filho a este mundo para estabelecer Seu Reino sobre a Terra, vocês pensam que Ele não queria que Jesus fosse seguido pelas pessoas mais capacitadas da época? Pensam que Deus queria que apenas os marginais da sociedade seguissem Jesus? Absolutamente não! Por causa do insucesso de João Batista é que se partiu o elo de ligação entre o Filho de Deus e seu povo. E, como consequência, só os pescadores, cobradores de impostos, prostitutas e leprosos é que seguiram Jesus. Isso trouxe grande amargura ao coração de Deus.

Quando o Senhor voltar a este mundo hoje, não é lógico que toda a hierarquia do Cristianismo — Bispos, Cardeais, Papa e todos os importantes líderes evangélicos — deva ser o primeiro grupo a lhe dar as boas vindas e apoio? Se eles seguirem o Senhor e se tornarem seus primeiros discípulos, a edificação do Reino de Deus será infinitamente mais fácil.

Vocês poderão dizer: “Com que autoridade o Rev. Moon fala? O que o faz tão seguro?” Eu tenho autoridade para dizer estas coisas. Deus me mostrou a verdade. Eu falei com Jesus. O próprio Jesus me mostrou estas verdades. Falei também com João Batista, no mundo espiritual. Ele próprio confirmou a autenticidade deste testemunho. Depois destas extraordinárias experiências espirituais, quando voltei para a realidade deste mundo físico, a Bíblia que eu lia tomou um significado totalmente diferente.

Mesmo que agora você não queira aceitar estas coisas como uma verdade, deve pelo menos suspender suas opiniões. Um dia todos saberão a verdade, porque todos morrerão. Cada um de nós irá para o mundo espiritual onde a verdade é como a luz do sol. Ninguém poderá escapar dela. Naquele dia todos verão a verdade total.

Contudo, bem-aventurado é aquele que tem suficiente humildade para aceitar a verdade enquanto tem oportunidade aqui na Terra. Seu conhecimento da verdade e de Deus aqui na Terra determinará sua vida eterna.

JESUS, ESPERADO NAS NUVENS DO CÉU

Há mais uma razão vital - a terceira - pela qual Jesus não foi aceito como Messias. Há 2.000 anos o povo escolhido de Israel esperava que o Filho de Deus viesse das nuvens do céu, como dizia a profecia de Daniel 7:13: “Contemplando sempre a visão noturna, vi aproximar-se sobre as nuvens do céu um ser semelhante ao filho do homem”.

Mas Jesus não apareceu milagrosamente das nuvens do céu. Ele nasceu de uma mulher, Maria, a esposa de José. O povo dizia: “Como pode esse Jesus ser o Filho de Deus? Ele não é mais do que um

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homem, como você e eu.” Esta foi outra esmagadora razão pela qual o povo escolhido rejeitou Jesus.

Alguém pode dizer que a profecia de Daniel não se referia à primeira vinda de Jesus, mas ao Senhor do Segundo Advento. Porém afirmo que este não é o caso, porque Jesus declarou solenemente que todos os profetas se consumaram em João Batista. Todas as profecias e a Lei dadas antes de João Batista tinham a finalidade de ser cumpridas no tempo de Jesus. Por isso a profecia da vinda do Filho do homem sobre as nuvens do céu referia-se à vinda de Jesus há 2.000 anos. Naquele tempo não havia o Novo Testamento, e pensamento da Segunda Vinda do Senhor não estava nem sequer na mente de Deus.

A profecia de Daniel causou muitas dificuldades ao ministério de Jesus. Podemos ver isto no Novo Testamento, onde o apóstolo João adverte: Em (II Jo. 7): “Muitos sedutores têm ido pelo mundo afora, os quais não proclamam que Jesus veio na carne. Quem assim afirma é o sedutor e o anticristo”.

Há 2.000 anos João dizia essas palavras aos que não aceitavam Jesus e que o rejeitaram, simplesmente porque ele era um homem com corpo físico. Não aceitaram Jesus porque esperavam alguém sobrenatural que aparecesse das nuvens. João condenou essas pessoas com palavras muito duras dizendo que elas eram “anticristo”.

Estas verdades históricas têm permanecido vedadas ao mundo cristão. Hoje, pela primeira vez, todas estas circunstâncias do ministério de Jesus estão vindo à luz. Sim, Jesus veio para cumprir a missão de trazer o Reino de Deus à Terra. Mas não o compreendemos e cometemos o grande crime de pregá-lo sobre a cruz. Foi uma grande

tragédia. Tempos depois dissemos que aquilo foi a realização da vontade de Deus. Como é irônico!

A crença de que Jesus veio para morrer na cruz tornou-se o próprio fundamento do Cristianismo. No entanto, esta errônea crença tem continuamente trespassado o coração de Deus durante os últimos 2.000 anos. O coração de Deus ficou despedaçado quando Adão rebelou-se contra Ele, e novamente quando o Seu Filho foi pregado na cruz no Monte Calvário. Infelizmente temos entendido muito mal sobre Deus e Jesus.

E por que esta verdade está sendo revelada somente neste tempo? Porque o tempo da Segunda Vinda de Cristo está perto. Além do mais Deus não quer que os cristãos cometam o mesmo erro que o povo da época de Jesus.

Só com a revelação da clara verdade do Pai Celestial é que todas as igrejas cristãs podem vir a se unir. Sim, a verdade faz com que nós sejamos um só. Quando conhecemos a verdade nós nos libertamos dos nossos conceitos errados e da nossa desunião. Agora a verdade clara sobre Deus está sendo revelada.

A CRUCIFICAÇÃO — A MISSÃO SECUNDÁRIA DE JESUS

A crucificação não era de modo algum a missão original do Filho de Deus, mas representou uma alteração no seu curso intencional. Foi uma missão secundária. Foi decidida no Monte da Transfiguração. Em Lucas. 9: 30-31 “Eis que dois varões falavam com ele: Moisés e Elias, os quais apareceram em glória e falavam de sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém”.

Pedro, o principal discípulo de Jesus, protestou violentamente quando soube que

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Jesus sofreria em Jerusalém e que seria crucificado, conforme lemos em Mateus 16:22: “Deus tal não permita, Senhor! Isso não te sucederá!” Mas Jesus respondeu-lhe imediatamente dizendo: “Afasta-te de mim, Satanás! Tu és um obstáculo para mim, pois não estás do lado de Deus, mas do lado dos homens.” (Mt. 16: 23) Os cristãos citam muitas vezes esta passagem como prova de que Jesus veio para morrer na cruz.

Muitos dizem: “Vê o que Jesus disse? Ele disse que veio para morrer. Esta é a razão porque ele repreendeu Pedro e o chamou de Satanás, porque Pedro se opôs à crucificação de Jesus” Mas hoje essa interpretação merece uma atenção especial. Jesus repreendeu Pedro depois de saber que Deus tinha mudado Seu plano e alterado a sua missão. Por causa da rejeição de Israel, Deus sabia que Jesus não poderia continuar sua missão original: a construção do Reino dos Céus na Terra - porque isto requeria a cooperação do povo. Nessa última fase do ministério de Jesus, Deus lhe pediu para cumprir apenas o limitado objetivo de uma salvação espiritual. Por conseguinte Jesus estava se preparando para o segundo objetivo. O pobre Pedro desconhecia esta alteração na missão de Jesus.

Jesus chamou Pedro de “Satanás” por que as palavras aparentemente confortadoras de Pedro, não estavam em conformidade com a vontade de Deus neste momento. Pedro falou cega e ignorantemente. Mas Jesus não podia de modo algum falhar na sua missão secundária — ou então sua vinda teria sido completamente em vão.

A ACEITAÇÃO DE JESUS TRARIA O REINO DE DEUS

Consideremos agora o que teria realmente acontecido se Jesus fosse aceito

pelo povo de Israel. Com efeito, ele seria o Rei daquela nação. Depois, como Rei de Israel, ele uniria os seus discípulos com todos os descendentes de Abraão, incluindo as doze tribos de Jacó e todas as tribos árabes. Todos formariam uma só família do Filho de Deus. Jesus teria estabelecido uma soberania celestial centralizada na nação escolhida de Israel. A Constituição do Reino de Deus seria promulgada no tempo de Jesus. Uma nação invencível teria sido estabelecida, na qual a soberania de Deus seria uma realidade. Esta nação, sob o domínio de Deus, que o primeiro Adão deveria ter começado, teria sido finalmente uma realidade com a vinda do último Adão - Jesus - como Rei. Até o Império Romano teria se humilhado perante o Reino de Deus. Esta é a profecia de Isaías: “Seu império será grande e a paz sem fim, sob o trono de Davi e sob seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, a partir de agora e para sempre”. “Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos.” (Is 9:7).

Mesmo depois da morte de Jesus, seus discípulos marcharam em direção a Roma de mãos vazias, sofrendo e derramando sangue. Mas durante o período de 400 anos o Império Romano desmoronou-se diante deste exército desarmado. Se Jesus não fosse crucificado, mas tivesse sido o comandante desse exército sagrado, todo o Império Romano ficaria sob a soberania de Deus naquele tempo. Nesta altura, o grande Império Romano era o centro do mundo. O plano de Deus para a salvação era restaurar o mundo inteiro. Assim, Deus tinha preparado Roma para ser o centro de todas as nações, para que, uma vez que o reino tivesse sido estabelecido em Roma, pudesse facilmente expandir-se para todo o mundo. Se Jesus pudesse estabelecer seu Reino dentro do Império Romano, através do poder e influência

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de Roma todos os cantos do mundo ouviriam a boa nova de Jesus durante sua vida na Terra.

Portanto, durante sua vida, Jesus teria estabelecido o Reino dos Céus na Terra A nação de Israel teria sido o centro glorioso do Seu Reino. Hoje não haveria o Cristianismo subdividido em Catolicismo Romano, Presbiterianismo, Metodismo e outras Igrejas de Cristo. Nada disso seria necessário. Não é necessário um veículo quando você já está no seu destino. Nós já seríamos cidadãos do Reino dos Céus. Não teria havido derramamento de sangue na história do Cristianismo - nem haveria um único mártir. Tampouco haveriam cruzes nas torres das igrejas.

Neste caso, não haveria razão alguma para a Segunda Vinda de Cristo, porque a missão do Messias teria sido consumada. Satanás deixaria de existir, e hoje, não haveria pecado sobre a Terra. Cada alma seria restaurada e teria nascido na bondade e perfeição de Deus. Para que o retorno de Cristo? Não haveria razão alguma para uma Segunda Vinda. Um médico não é necessário quando não há doentes para curar. Contudo, a triste realidade é que Jesus encontrou rebeldia. Com a desobediência de Adão e Eva, Deus não pôde cumprir Seu ideal no Jardim do Éden. E sem a cooperação do povo escolhido, Jesus não pôde estabelecer seu Reino na Terra.

A CRUCIFICAÇÃO TROUXE APENAS SALVAÇÃO ESPIRITUAL

Assim, Jesus teve de realizar sua missão secundária – a salvação espiritual. Deus permitiu que Seu Filho fosse um sacrifício, e isso foi necessário devido ao pecado e à cegueira do povo escolhido de Israel. Este foi o significado da crucificação.

Deus permitiu que Jesus morresse na cruz como um resgate pago a Satanás. Em

troca, pela ressurreição de Jesus, Deus poderia resgatar as almas dos homens, embora Ele não tenha podido dar uma redenção física.

Todavia, a vitória de Deus não foi na cruz, mas na Ressurreição. Foi esta a salvação que o Cristianismo ofereceu.

O Cristianismo também foi crucificado junto com a crucificação de Jesus. Na hora da tribulação do Senhor, ninguém permaneceu fiel a ele. Todos traíram Jesus. Até Pedro negou Cristo.

Contudo, com a Ressurreição até o Cristianismo reviveu. Durante 40 dias, Jesus alicerçou todas as peças quebradas do Cristianismo. Isto marcou o começo do Cristianismo contemporâneo.

Sim, nossa salvação vem da vitória da Ressurreição. Esta é a vitória de Cristo, sobre a qual o poder de Satanás não tem influência. Mas o corpo de Jesus foi oferecido como um sacrifício e resgate. E quando ele ofereceu seu corpo, ofereceu também o corpo da humanidade. Contudo, nossa salvação é limitada, constituindo-se numa redenção somente espiritual, porque a redenção do corpo não pôde ser consumada há 2.000 anos. Nosso mundo ainda sofre sob o poder de Satanás. O pecado ainda é muito forte e domina este mundo através dos nossos corpos.

São Paulo clamou com muita angústia em Romanos 7: 24-25: “Que homem infeliz e cruel eu sou! Quem há de libertar-me deste corpo de morte?

Graças sejam dadas a Deus por Jesus, nosso Senhor. Sou eu mesmo que, pela razão, submeto-me à lei de Deus, e pela carne, à lei do pecado”.

O apóstolo Paulo vivia na graça do Senhor. Mas mesmo assim, confessou que só poderia servir a Deus com sua mente, porém

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com seu corpo ele servia à lei do pecado. Seu corpo ainda estava para ser redimido; ele ainda estava sob a angústia do pecado.

O mesmo sucede conosco. Pela aceitação de Cristo temos salvação espiritual. Mas nossos corpos servem à lei do pecado no domínio de Satanás - até Cristo voltar e nos libertar da escravidão do pecado. O Senhor do Segundo Advento é o único que pode dar a salvação total, bem como a salvação espiritual e redenção dos nossos corpos.

O Cristianismo contemporâneo tem poder somente para dar a salvação espiritual. Ao contrário da nação de Israel, o Cristianismo não tem uma base física. Por isso o domínio de Deus no Cristianismo está firmado sobre um reino espiritual.

Por conseguinte, a grande esperança da humanidade é a Segunda Vinda do Messias. Esta é a esperança dos Estados Unidos e do mundo. Os Estados Unidos, esta nação cristã, deve despertar agora e preparar-se para o dia da vinda do Messias.

O Cristianismo nos Estados Unidos de hoje estão na mesma posição espiritual de Israel há 2.000 anos. Os Estados Unidos estão destinados a servir como pista de aterrissagem para o Messias no século XX. Deus quer abraçar o mundo. Mas para conseguir isso, Deus deve abraçar primeiro os Estados Unidos.

O papel dos Estados Unidos é paralelo ao do Império Romano de 2.000 anos. Do mesmo modo como Roma era o centro do mundo naquele tempo, os Estados Unidos são o centro do mundo moderno. Jesus tinha os olhos voltados para Roma, e quando Cristo voltar ele voltará seus olhos para os Estados Unidos.

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A ORAÇÃO NO JARDIM DO GETSÊMANI

Devido a tudo isto, nós, cristãos, não temos compreendido o verdadeiro espírito da oração de Jesus no Jardim do Getsêmani. No Jardim, Jesus disse aos seus discípulos: “Minha alma está numa tristeza de morte; permanecei aqui e vigiai comigo”. E, adiantando-se um pouco mais, caiu com a face por terra e orou: “Meu Pai, se é possível afasta de mim este cálice”. “Todavia não seja como eu quero, mas como tu queres”. (Mt. 26: 38, 39).

Jesus orou deste modo não apenas uma, mas três vezes. Ele estava numa tristeza de morte. Muitas pessoas no mundo cristão pensam que ele orou deste modo por causa de sua fraqueza humana, apesar de que sua missão era para morrer na cruz. Não há nada mais longe da verdade.

Durante o reinado dos imperadores romanos, centenas de milhares de cristãos foram martirizados. Eles não diziam: “Por favor, afaste de mim este cálice”.

Quando estava para ser crucificado Simão Pedro disse aos seus opressores: “Não sou digno de morrer da mesma maneira que o meu Senhor. Fazei-me um favor: Crucificai-me de cabeça para baixo” Ele não disse: “Por favor, afaste de mim este cálice”.

Quando Estevão, o primeiro mártir cristão, foi apedrejado até morrer, não disse: “Afaste de mim este cálice.” A Bíblia relata que ele morreu pacificamente orando pelos seus atormentadores.

À parte da Bíblia, Nathan Hale, um jovem oficial na Guerra da Revolução Americana, quando foi capturado e estava para

ser enforcado exclamou: “Apenas lamento ter uma só vida para dar pelo meu país.” Ele não disse: “Afaste de mim este cálice”!

Vocês acreditam que o Messias, Jesus, o Filho de Deus, seria mais fraco do que essas pessoas, especialmente se ele tivesse vindo com a única finalidade de morrer na cruz em troca da salvação do mundo? Não! Se este fosse o caso, ele não seria qualificado para ser o Messias. Na realidade, não temos compreendido Jesus.

A oração no Jardim do Getsêmani não foi proferida por nenhuma motivação egoísta, nem porque Jesus temesse a morte. Jesus estava preparado para morrer mil vezes seguidamente, se este fosse o único modo de conseguir a salvação para a humanidade.

Ele estava preocupado por causa de sua missão. Ele estava preocupado com o sofrimento do seu Pai Celestial. Estava preocupado porque previa as terríveis consequências de sua crucificação. Jesus sabia que sua crucificação não era a vontade original de Deus. Ele sabia que sua morte adiaria a realização do Reino dos Céus por outros 2.000 anos, e que durante este tempo a humanidade sofreria terrivelmente.

Ele sabia que, como ele, futuramente milhares de seus seguidores teriam que sofrer derramando seu sangue como mártires. Jesus sabia que Israel seria abandonado e desolado.

Mais que isso, ele queria levar com glória a vitória e o cumprimento de sua missão ao trono do Pai Celeste. Jesus não queria regressar com a crucificação. Ele não queria regressar para Deus deste modo, mas com um regresso triunfante.

Por isso, no Jardim do Getsêmani, Jesus fez sua última súplica desesperada a Deus

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pedindo: “Mesmo nesta última hora haverá algum meio através do qual eu possa permanecer na Terra cumprindo minha missão?” Se somos verdadeiros seguidores de Cristo devemos compreender a tristeza e a angústia que ele sofreu.

Além disso, se a crucificação fosse a plena vontade de Deus, o discípulo que traiu Jesus deveria ser considerado um herói e ser-lhe-ia atribuído uma medalha celestial, pois alguém teria que entregar o Filho de Deus ao inimigo, se é que teria que ser crucificado. Porém, Jesus disse de Judas: “Ai daquele por quem o Filho do homem vai ser entregue! Seria melhor que esse homem não tivesse nascido”. Mt. 26: 24.

E porque Jesus gritaria na cruz, “Meu Deus, Meu Deus, por que me desamparaste?” Mt. 27: 46.

Se a crucificação de Jesus fosse a vontade de Deus, ele deveria ter se sentido felicíssimo naquela altura dos acontecimentos. Ele deveria ter exclamado: “Deus, sinto-me honrado! Alegra-te Pai, sou vitorioso”!

O Cristianismo contemporâneo tem a concepção tradicional de que Jesus simplesmente veio para morrer na cruz. Esta é a maneira como os cristãos têm justificado o assassinato do Filho de Deus.

COMO ACONTECERÁ A SEGUNDA VINDA DO MESSIAS?

Hoje não acreditamos em nada que não tenha lógica. Deus é verdade, e a verdade é lógica por si mesma. Não pode haver perfeição na ignorância.

A oração dos cristãos não poderia ter posto Neil Armstrong na Lua. A verdade

científica era necessária. Eu próprio fui um estudioso de ciência, e reconheço que Deus é também o Deus da ciência. Portanto, Sua mensagem deve ser científica e lógica, capaz de convencer os homens do século XX.

Permitam-me chegar ao ápice do discurso desta noite analisando como se cumprirá a Segunda Vinda de Cristo.

Lemos em Mateus 24: 30: “Eles verão o Filho do homem vir sobre as nuvens do céu com poder e grande glória”.

Lemos também em Apocalipse 1:7 as seguintes palavras: “E eis que ele vem com as nuvens”!

Em I Tessalonicenses 5:2: “O dia do Senhor virá como um ladrão durante a noite”.

Uma profecia diz que o Senhor vem com as nuvens do céu, enquanto outra diz que ele virá como um ladrão na noite. Estas duas profecias estão de certo modo em conflito. Se ele vem como um ladrão, não pode ao mesmo tempo aparecer nas nuvens. Tomaremos então uma profecia e excluiremos a outra?

O povo escolhido de Israel há 2.000 anos não sabia que a mensagem de Deus estava escrita em forma de símbolos. Eles interpretaram a mensagem de Deus literalmente e cometeram um grande erro. E quando nós, cristãos, lemos o Novo Testamento, não devemos incorrer no mesmo erro. Temos de ler a Bíblia no espírito de Deus, e conhecer o verdadeiro significado dos símbolos e das parábolas.

Há 2.000 anos todos esperavam que Elias viesse no céu azul, mas ele não veio desse modo. E esperavam que o Messias viesse com as nuvens do céu, mas ele não veio assim. Hoje, os cristãos esperam que o Senhor

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do Segundo Advento venha nas nuvens. Porém há alguma garantia de que essa expectativa não lhes desapontará mais uma vez? Sejamos humildes e tenhamos nossas mentes abertas para aceitar ambas as possibilidades — sua vinda nas nuvens do céu e sua vinda como um ladrão durante a noite. Se você pensa apenas que a vinda do Senhor será nas nuvens e, no entanto sua expectativa não se realiza - porque ele vem como o Filho do homem em corpo físico – então provavelmente você cometerá o mesmo crime que os fiéis judeus cometeram há 2.000 anos.

Porém, se você é humilde e capaz de aceitar o Senhor como o Filho do homem em corpo físico - que é a única maneira dele poder vir como um ladrão - não há então possibilidade de ser enganado. Poderá então ter a certeza de encontrar o Senhor seja qual for o modo como ele virá.

Somente lhe será possível perder a oportunidade de ver o Senhor se ele vier como um ladrão. Se ele vier nas nuvens, você não tem nenhuma razão para se afligir. Nesse caso todos os olhos poderão vê-lo. As redes de televisão estarão seguras quanto a isso.

Porém devo lhes dizer que Deus não enviará Seu Filho literalmente com as nuvens do céu. Se você está olhando para o firmamento esperando pela Segunda Vinda do Messias, certamente ficará desapontado. Ele virá novamente como homem num corpo físico.

Esta é a revelação de Deus. Deixe-me testemunhar isto lendo algumas significativas profecias da Bíblia.

Em Lucas 17: 20, diz: “Sendo interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus”, Jesus lhes respondeu: "O Reino de Deus não vem com sinais para serem observados”.

Todos o veriam nas nuvens do céu. Mas Jesus disse que nós não observaríamos a vinda do Reino. Os judeus crentes viram a vinda do Messias? Não! Não viram porque ele veio como o Filho do homem encarnado.

Em seguida vamos considerar a mais extraordinária afirmação de Jesus. A maioria das pessoas pergunta: “A Bíblia diz isso?” Vejamos em Lucas 17:25, onde Jesus disse: “Mas primeiro o Senhor do Segundo Advento deve sofrer muito e ser rejeitado pela sua geração”.

Se o Senhor vem das nuvens do céu em poder e glória, ao som das trombetas dos anjos, quem ousará rejeitá-lo ou causar-lhe sofrimento? Estas são as palavras de Jesus. Ele sofrerá e será rejeitado porque vem como o Filho do homem encarnado. A princípio o povo terá dificuldade em reconhecê-lo como o Cristo.

Todas as igrejas cristãs e todos os devotos esperam a vinda do Senhor nas nuvens do céu. Todos estão olhando para o alto esperando pelo seu aparecimento. Mas se esta expectativa não se realizar e o Senhor aparecer inesperadamente como o Filho do homem dotado de um corpo físico - como Jesus veio a este mundo em sua primeira vez - o que acontecerá?

Primeiramente o povo o rejeitará e lhe causará sofrimento. Não haverá fé na Terra. No começo não haverá aceitação a Cristo. Muitos cristãos se armarão de pedras para apedrejá-lo e o chamarão de blasfemo e herege, e o acusarão de estar possuído por

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demônios. Estas foram as mesmas acusações feitas contra Jesus há 2.000 anos. Em Lucas 17: 26-27 lemos: “Como aconteceu nos dias de Noé, assim acontecerá também nos dias do Filho do Homem. Comiam, bebiam, os homens casavam-se e as mulheres davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca e veio o dilúvio, que os fez perecer a todos”.

Esta é descrição dos dias do Filho do Homem. E isto acontecerá quando o Senhor vier como o Filho do homem encarnado.

Como um homem, Jesus que está para vir anunciará o Reino dos Céus. Mas ninguém lhe dará atenção. De fato, o povo rirá dele, perseguirá e o ridicularizará fazendo toda espécie de mal contra ele.

Entretanto o mundo continuará do mesmo modo, preocupado com as coisas carnais - comendo, bebendo, casando - até o dia em que o Senhor será elevado ao trono de julgamento. Quando o mundo o reconhecer como o Senhor do Julgamento, será tarde demais. A arca se fechará. O julgamento afetará a todos imediatamente.

Agora escutem esta passagem onde Jesus disse: Lc. 18: 8 “Farei justiça prontamente, digo-lhes. Mas, quando o Filho do Homem voltar, encontrará fé na Terra”?

Jesus fez questão de perguntar se haveria fé na Terra quando Cristo voltasse. Por quê?

A história pode se repetir. Há 2.000 anos havia grande fé em Israel. Eles oravam nas sinagogas pela manhã, ao meio dia e à noite. Liam constantemente as escrituras escrevendo as nas lapelas e recitando-as todos os dias. Eles guardavam os Dez Mandamentos

e todas as leis mosaicas. Traziam suas dádivas para o templo e jejuavam muito.

Porém, quando o filho de Deus apareceu, eles falharam em reconhecê-lo e o puseram numa cruz. Jesus encontrou alguma fé no seu povo? Aos olhos de Jesus não havia absolutamente nenhuma fé sobre a Terra.

Assim, quando ele aparecer outra vez como Filho do Homem em corpo físico, igualmente poderá não haver fé sobre a Terra. Milhões de cristãos e milhares de igrejas nunca poderão ver o Filho do Homem, porque ele vem com um corpo físico. Mt. 7: 22, 23 diz: “Muitos dirão naquele dia: Senhor, senhor, não foi em teu nome que profetizamos, expulsamos demônios e fizemos muitos milagres? E então eu direi: Nunca lhes conheci; afastai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”.

O que quer dizer isto? Por qual razão estes cristãos devotos que clamam no nome do Senhor serão condenados como malfeitores? Que espécie de mal teriam cometido?

Durante o transcorrer da história muitos crimes e pecados têm sido cometido em nome do Senhor.

Não há melhor exemplo disso do que os acontecimentos no tempo de Jesus. O povo que conspirou para matar Jesus - e finalmente conseguiu crucificando-o numa cruz - era o mesmo povo que tinha fielmente seguido a palavra de Deus dia e noite. No entanto, quando o Filho de Deus os visitou, eles cometeram o pior crime da história. Mataram o único Filho de Deus, e o fizeram em nome do Senhor!

Do mesmo modo, quando Cristo vier outra vez como um homem em carne, como poderemos ter certeza de que os cristãos de

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hoje não serão os primeiros a jogar pedras contra ele? Hoje temos a mesma responsabilidade que o povo de há 2.000 anos. Não interessa quanto as nossas ações e orações sejam boas. Quando Deus enviar Seu Filho, se não o reconhecermos e nos unirmos com ele, Deus dirá: “Afastai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”.

Se for verdade que a história se repete, neste caso os cristãos modernos podem tornar-se os piores inimigos do Senhor do Segundo Advento. Eles podem tentar crucificá-lo novamente em nome do Senhor.

Todavia, ainda que a rejeição e perseguição iniciais possam ser muito severas, Cristo não voltará para ser crucificado novamente. O Senhor do Segundo Advento será vitorioso e finalmente será elevado ao trono do julgamento, julgando o mundo como o Senhor do Julgamento.

Quando ele subir ao trono, então todos os olhos o verão. Ele será inequivocamente reconhecido por todos. E aqueles que o acusaram e rejeitaram irão lamentar-se em lágrimas por causa do mal que lhe fizeram. Mas será tarde. O Senhor lhes dirá: “Eu nunca os conheci. Afastem-se de mim, malditos”.

O Senhor vem. E vem como um homem. Contudo, ele também vem com o poder e a glória de Deus, e julgará o mundo. Apenas os humildes serão abençoados. Os arrogantes verão o fogo inextinguível.

SIGNIFICADO BÍBLICO DA EXPRESSÃO “NUVENS DO CÉU”

Qual é o verdadeiro significado da expressão “nuvens do céu?” Consideremos ainda esta expressão, uma vez que a Bíblia está escrita em símbolos. Jesus

disse: “Eu sou a videira e vós, os ramos.” Esta é uma expressão simbólica.

De modo semelhante, “nuvens do céu” tem um significado espiritual, não físico. Lemos Ap. 17: 15: “As águas que viste, onde a meretriz está sentada, são os povos, nações, multidões e línguas”. A Bíblia indica que água é o símbolo para a multidão de homens decaídos.

O que são nuvens? São águas vaporizadas. Mas a água frequentemente é impura, suja, composta de muitos elementos estranhos. No entanto, quando evapora transformando-se em nuvens, elimina suas impurezas. Deste modo, aquelas pessoas que se evaporaram e se purificaram dentre as águas da humanidade estão simbolicamente na posição de nuvens do céu.

Jesus vem entre o povo preparado, o povo de Deus. Ele vem entre os consagrados, os cristãos renascidos, entre os purificados, elevados, limpos do pecado. Quando Jesus voltar à Terra eles formarão o fundamento do Reino de Deus. Este é o verdadeiro significado de nuvens do céu.

O CUMPRIMENTO DO PROPÓSITO DE DEUS

Os primeiros Adão e Eva: Como vocês sabem, Deus queria Seu Reino na Terra desde o início, começando com os primeiros Adão e Eva. Se eles tivessem sido verdadeiramente obedientes a Deus, teriam alcançado a perfeição. Deus os teria unido num matrimônio sagrado e estabelecido a primeira família na Terra, conforme Sua vontade. Esta família teria se tornado a pedra angular do Reino de Deus na Terra. Adão e Eva teriam sido os Verdadeiros Pais da humanidade. “Jardim do Éden” é a expressão simbólica desse Reino. Este mundo teria sido um mundo de alegria para Deus.

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Os segundos Adão e Eva: Porém os primeiros Adão e Eva falharam. Contudo, o ideal de Deus permaneceu o mesmo. Deus Se determinou a realizar este reino original e um mundo de alegria. De acordo com a história bíblica, 4.000 anos mais tarde Deus quis restaurar aquele reino na Terra através de outro Adão perfeito. Jesus era esse Adão perfeito. I Cor. 15: 45 nos diz: “O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante.” Jesus era o último Adão, ou o segundo Adão. Ele veio como perfeito Adão há 2.000 anos, no lugar do primeiro Adão que havia falhado.

Pela restauração apenas de Adão, não poderia haver o Reino. Deveria haver uma noiva, a Mãe - outra Eva. Assim, Deus tencionava que este perfeito Adão - Jesus – restaurasse sua noiva, a perfeita Eva. Isto teria sido a restauração da primeira família que tinha sido perdida no Jardim do Éden.

Os terceiros Adão e Eva: Por causa da rebeldia do povo escolhido de Israel, este plano não pôde ser realizado. Todavia, Deus está determinado a cumprir Sua vontade.

Desta forma, Ele prometeu o retorno de Cristo. Aproximadamente 2.000 anos se passaram desde a morte de Jesus. Agora Deus está mais uma vez disposto a enviar Seu Filho - na posição de Terceiro Adão. No decorrer da história Deus tem sempre cumprido Seu propósito na terceira tentativa. O número três é o número da perfeição. Desta vez Deus cumprirá definitivamente Seu ideal original, abençoando os aperfeiçoados Adão e Eva num matrimônio celestial, estabelecendo assim o fundamento para o Reino de Deus na Terra.

Este acontecimento culminante está profetizado no livro do Apocalipse como as bodas do Cordeiro. Refere-se ao Senhor do

Segundo Advento como o Cordeiro, o perfeito Adão. O Senhor vem como o Adão perfeito e restaurará a perfeita Eva. Então eles serão elevados e tornar-se-ão os Verdadeiros Pais da humanidade. Por fim, a alegria de Deus será completa.

Pouco antes de sua crucificação, Jesus disse a Pedro: “Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus, e tudo quanto ligares na terra ficará ligado nos céus, e tudo quanto desligardes na terra será desligado nos céus.” Mt. 16: 19.

O erro foi cometido aqui na Terra. O pecado foi cometido aqui na Terra. Portanto, o erro deve ser remediado e a eliminação do pecado deve ser efetivada aqui na Terra.

Jesus nos pediu para orar: “Venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na Terra como no Céu.” Na Terra está o problema. Esta é a razão pela qual Cristo deve voltar a esta Terra.

Muitos cristãos acreditam que quando o fim do mundo se cumprir, Deus destruirá tudo. O sol escurecerá, as estrelas cairão e a terra queimará. Então apenas os cristãos serão arrebatados no ar para começarem o milênio com Cristo.

Se Deus fizesse isso, Ele viria a ser um Deus de fracasso, porque Sua vontade original nunca seria cumprida aqui na Terra. Ele estaria abandonando esta Terra por causa de Satanás. Portanto Satanás viria realmente a ser vitorioso, enquanto Deus seria derrotado. Isto nunca acontecerá! Deus é todo poderoso. Ele não abandonará esta Terra. Aqui era para ser e será o Seu Reino. Vocês poderão ser os cidadãos do Reino dos Céus caso se encontrem com o Messias, que está para vir. Ele é a sua esperança; e a única esperança dos Estados Unidos e deste mundo.

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Porém, se vocês falharem em encontrá-lo, então não haverá esperança para o Cristianismo. O Cristianismo declinará. Seu fogo espiritual se extinguirá. As igrejas se tornarão túmulos do velho legado. Nosso mundo estará condenado.

Senhoras e senhores, eu vim aqui no Madison Square Garden esta noite em obediência à ordem de Deus. A Bíblia diz em Atos dos Apóstolos 2:17: “Nos últimos dias, diz o Senhor, derramarei o Meu espírito sobre toda a criatura". “Os vossos filhos e as vossas filhas hão de profetizar; os vossos jovens terão visões e Os vossos velhos terão sonhos”.

Estamos vivendo numa época incrivelmente extraordinária. O limiar de uma nova era! O céu está quase perto. E se vocês sinceramente clamarem a Deus, Ele lhes responderá.

Vocês devem urgentemente lhe pedir: “Como posso saber se as palavras do Rev. Moon são verdadeiras?” Não deixem que eu ou qualquer outra pessoa responda esta pergunta por vocês. Deixem Deus lhes responder diretamente.

Portanto, vão em paz e, por favor, peçam a Deus ansiosa e sinceramente.

A nova esperança para a humanidade é o Messias. E aquele grande e terrível dia do Senhor está próximo! Depende de nós se este dia será grande ou terrível. Se encontrarem o Messias, para vocês este dia será grande. Mas se falharem em encontrá-lo, para vocês este dia será de fato terrível.

Deus os abençoe. Muito obrigado!

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Quem é o Rev. Sun Myung Moon?

O Rev. Sun Myung Moon nasceu na Coréia do Norte, em 1920. De família extremamente religiosa Cristiano e, aos quinze anos de idade, enquanto orava em uma montanha próxima de sua aldeia na manhã da Páscoa de 1935, ele teve um encontro com Jesus Cristo. Neste ele recebeu o chamado de Deus para dedicar sua vida ao propósito de eliminar o sofrimento humano.

Para cumprir sua missão, durante vários anos fez uma fervorosa busca para encontrar a força, sabedoria e o amor necessários. Em 1945, após a libertação da Coréia da dominação japonesa, ele começou a pregar publicamente a existência de “Deus como criador do universo”.

Em 1954 fundou oficialmente a “Associação do Espírito Santo para Unificação do Cristianismo Mundial” (Igreja da Unificação) em Seul, na Coréia do Sul. Em 1960 ele recebeu a Bênção do Sagrado Matrimônio com a Sra. Hak Ja Han. Desde então, o Rev. e Sra. Moon têm dedicado suas vidas para a criação de famílias centralizadas em Deus e à construção da paz e harmonia. Em 1997 o nome da Igreja da Unificação mudou para a Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial.

Um Movimento para a Paz

A verdadeira paz e prosperidade não podem ser alcançadas somente através da ação política, do avanço da ciência ou do desenvolvimento espiritual apenas. Ela vai acontecer quando todos esses esforços forem reunidos. A Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial foi fundada pelo Rev. e a Sra. Sun Myung Moon para facilitar e acelerar o advento da era na qual a raça humana venha a viver em unidade como uma família, transcendendo as origens étnicas, localizações geográficas e culturais.

© Copyright, 1974, by The Unification Church International

Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial

Rua Cardeal Arcoverde, 928 – Pinheiros – São Paulo – SP

05408-001 – Tel.: 11- 3060-3610 – Fax: 11- 3060-8217

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NÚCLEO LIBERDADE

HIDEUMI SEKIGUCHI & NANCY A. SEKIGUCHI

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