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  • 7/23/2019 o Mundo Dos Indo-europeus - S Texto

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    O Mundo dos Indo-Europeus

    por Alain de Benoist

    Legio Victrix- 6 de dezembro de 2013

    Mais de 450 milhes de representantes da espcie Homo Sapiens vivem na Europa. Herdeiros deuma mesma cultura, eles tambm tm uma origem comum. Seus ancestrais so indo-europeus.

    O termo Indo-Europeu pertence estritamente ao campo da lingustica, e secundariamente etnologia. Comeou a ser usado no final do sculo XIX, na poca em que foram publicados ostrabalhos de Franz Bopp, Alexander von Humboldt e Jacob Grimm sobre o estudo comparativodos principais sistemas lingusticos falados na Europa (exceto o lapo, o finlands, o hngaro e obasco). A partir de uma correlao de formas, esse mtodo comparativo deduziu (atravs de umasrie de operaes semelhantes ao clculo das propores aritmticas) uma linhagem que

    implicava na necessidade lgica de uma origem comum. Em outras palavras, as atuaislnguas-filhas europeias tm uma mesma lngua-me: o indo-europeu. Foi uma descobertaessencial, que liga o passado mais remoto com o corao do presente imediato.

    Graas ao enorme esforo dos linguistas, a gramtica, a sintaxe e o lxico do indo-europeupuderam ser parcialmente restaurados. Por conveno, distinguem-se trs etapas sucessivas dessalngua: o protoindo-europeu, o indo-europeu comum (fase precedente s primeiras disperses) eo indo-europeu tardio ou vtero indo-europeu, quase certamente falado em uma rea que seestende desde as estepes russas ao norte do Cspio at as margens do sudeste bltico.

    Alm de uma ampla gama de lnguas desaparecidas atualmente (Ilrio, macednio, hitita,tocariano, vneto, trcio-frgio, etc.), a famlia de lnguas derivadas do indo-europeu comum

    compreende as formas arcaicas das lnguas indo-ricas (snscrito, hindi, pali, persa antigo), bemcomo o grego, o albans e todos as lnguas eslavas, blticas, celtas, germnicas e latinas.

    Os pesquisadores no tardaram a questionar sobre a origem dos povos que falavam essas lnguasao sair da pr-histria.

    Considera-se entoescreve Bosch-Gimperaa existncia de um povo primitivo (o Urvolkda escola alem), cujo bero (Urheimat) seria localizado na fronteira entre a sia e a Europa,falando uma lngua original (Ursprache), cujos dialetos derivam das lnguas indo -europiashistricas.

    Duas teses sobre a Urheimat

    Inmeras polmicas, nas quais nunca estiveram ausentes as implicaes polticas, mantiveram-sesobre a questo da origem ou da Ptria Ancestral dos indo-europeus.

    A linguagem constitui a base mais forte para estabelecer as indicaes precisas. O indo -europeucomumobserva novamente Bosch-Gimperaabrange uma srie de termos que designam umaflora, uma fauna e um clima prprio das regies temperadas, mais midas do que secas e maisfrias do que quentes (...) Muitas lnguas indo-europeias utilizam palavras prximas para designar

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    os mesmos animais: urso, lobo, castor, esquilo; as mesmas rvores: btula, faia, salgueiro; eoutros termos gerais: mel, frio, gelo, neve. Tudo isso certamente sugere que os dialetosindo-europeus, antes de sua disperso, eram falados por indivduos que habitavam uma regiotemperada, arborizada e continental ".

    A ideia de uma origem asitica dos indo-europeus, levada a diante em 1888 por Max Mller emais tarde por Arbois de Jubainville, CF Keary e William Ripley, j no mais defendida pelospesquisadores srios, que se enfrentam em duas escolas.

    A tese nrdica, ou germnica, baseia-se nas caractersticas somticas atribudas aos povosindo-europeus pelos textos antigos. Essas caractersticas (cabelos loiros, olhos azuis ou claros,estatura alta, lbios finos, queixo proeminente, dolicocefalia , etc . ) so especficas das sub-raasnrdicas, formadas a partir de um substrato cro-magnoid em um territrio localizado entre asmargens do Mar do Norte e o Bltico e sua Hinterlndia . Em 1878, Theodor Poesche situa aUrheimat na Litunia atual; olituano parece ser, de fato, a lngua indo-europeia viva maisprxima do indo-europeu original. Aos argumentos antropolgicos so acrescidos os argumentoslingusticos e arqueolgicos, Karl Penka (Die Herkunft der Arier, 1886) situa o local de

    nascimento dos indo-europeus no norte da Alemanha e na Escandinvia meridional. Suas tesesso completadas por Isaac Tylor (1888) e Hermann Hirt (Die Urheimat der Indogermanen,1892). Em 1902 , Gustaf Kossinna , fundador da revista Mannus, prope uma Ptria Ancestrallocalizada na regio central da Alemanha . A validade da tese nrdico-germnica ser aceita porHarold Bender, Hans Seger, Schachermeyer, Gustav Neckel, Ernst Meyer, Julius Pokorny (ogrande restaurador da lngua celta original), Stuart Mann, etc. Tambm foi recentementereproposta por Nicolas Lahovary, Paul Thieme e o grande historiador do snscrito Raim ChandraChaim (The most ancient Aryan Society, 1974).

    A segunda tese, e a mais corroborada pela arqueologia, a de uma Urheimat, localizada naRssia meridional. Otto Schrader apresentou-a pela primeira vez em 1890, seguido por V.

    Gordon Childe (The Aryans, 1926), Walter Schulz (1955), R.A. Crossland (1957) e, sobretudo,pelo grande pr-historiador espanhol Pedro Bosch-Gimpera, que escreveu em 1961: O grupotnico que formaria os povos indo-europeus manifestou-se em meados do primeiro Neoltico. Oindo-europeu um povo nascido dentro do Neoltico, e suas primeiras representaes materiaisevidenciadas pela arqueologiadatadas aproximadamente no V milnio a.C.so estritamenteNeolticas. Essa funo parece corresponder a determinados grupos tnicos do sul da Rssiacontempornea (Os Indo-europeus, de 1961).

    A ideia de uma Ptria Original no sul da Rssia foi particularmente defendida pela arquelogaMarija Gimbutas em seus trabalhos dirigentes publicados desde 1954. Para Gimbutas, os povosnmades da cultura Kurgan (os Kurgan so a primeira manifestao conhecida dos tmulosfunerrios), que a partir do quarto milnio antes de Cristo penetraram na bacia do Danbio apartir do Leste e formariam a cultura balcnica vtero-europeia, a primeira a ser desenvolvidaindependentemente tanto das culturas neolticas da Europa Ocidental, quanto daquelas nascidasna Mesopotmia (proto-sumrias) e na bacia do Mediterrneo, so os indo-europeus. A culturaKurgan de natureza indo-europeia, e os seus representantes devem ser considerados osprimeiros indo-europeus.

    As duas teorias no so irreconciliveis. Um autor como Ward Goodenough (Pastoralism andIndo-European Origins, 1970) props interpretar os povos Kurgan como uma simples extenso

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    pastoril de uma cultura indo-europeia que se desenvolveu na Europa setentrional; ou seja, umaparte desses povos que, depois de destruir a cultura paleoltica europeia , teriam descido at o sul(os povos do machado de guerra ou Streitaxtvlker ) difundindo primeiramente as tcnicasda pedra polida e depois da metalurgia do bronze , e que haviam sido os ancestrais dos luvitas,hitittas e gregos micnicos . Elementos dessa cultura permaneceriam na Europa Central antes de

    formar os contigentes de uma dispora subsequente . Essa teoria, muito convincente paraAdriano Romualdi, lgica para Hans Krahe, que distingue, no nvel lingustico, entre a lnguavtero-europeia (Altereuropasch no confundir com os povos europeus antigos[paleolticos ou neolticos, no indo-europeus, como os lgures] sobre os quais Marija Gimbutasfala) e o indo-europeu (Indogermanisch) propriamente dito . Tambm conta com o favor deJames Mallory, autor de um dos mais recentes ensaios sobre a questo (A short history of theIndo-European Problem, 1974). A Ptria Original poderia ento situar-se em uma reacircunscrita entre o Elba e o Vstula, limitado ao norte pela pennsula da Jutlndia e ao sul pelosMontes Crpatos .

    Estru turas sociais

    Histricamente atestados desde o segundo milnio antes de nossa era, os indo -europeusdeixaram uma longa histria para trs. A arqueologia diz que remontam desde o incio doNeolticoBosch-Gimpera explica. As razes de sua formao tnica situariam-se noMesoltico.

    Cerca de 8.000 a.C. Geipel ressalta, as geleiras escandinavas finalmente se reitram para onorte. As Ilhas Britnicas so separadas do continente. O Bltico une-se com o Mar do Norte. Atundra d lugar s florestas de conferas. A Europa passa a ter um clima temperado.

    A partir do segundo Neoltico, os grupos indo-europeus j so semi-sedentrios. Os homensdedicam-se pecuria, as mulheres e os jovens praticam uma agricultura rudimentar. Esse novotipo de economia sucede a outro modo de vida: o dos grandes caadores, que praticam onomadismo sobre territrios muito extensos e cujos membros so agrupados de acordo com aidade. O resultado uma exploso demogrfica que causaria uma transformao completa davida social.

    o momento em que os genos, ou grandes famlias de carter exogmico termo derivado daraiz indo-europeia eg-, que designa a ideia de si mesmo; cf. Latim ego , comeam a seassociar mutuamente, a fim de preservar as propriedades hereditrias em comum e evitar adisperso dos jovens e vlidos. Cada genos, ento, estabelece ou refora a regra exogmica e aorganizao patrilocal no mbito de uma srie de parcerias tribais com os demais genos, atravsde alianas seladas por casamentos segundo uma estrutura relativamente rgida, com base emobrigaes e benefcios recprocos. Sendo composta por no mais do que homens livres, os

    bem-nascidos (ingnuo = in genos), os genos se convertem em uma comunidade desangue. Como tal, distingue-se da comunidade econmica, o domos da raz indo-europeiadms, que o conjunto formado pelos genos e a nova classe de no-proprietrios, escravos ouservos livres. Em um nvel superior, uma distino semelhante se estabelece entre o wenos(raz ewg- , que significa ns cf. ingls we, o alemo wir) ou comunidade ataravs daaliana resultante da unio de vrios genos, e a comunidade econmica correspondente, oweikos ( cf. latim vicus, castelhano villa).

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    Posteriormente, as estruturas sociais mais complexas (cidades-Estado, reinos, etc.) foramestabelecidas sobre a mesma base, o povo se definia assim como uma extenso do ns, comoum conjunto de homens e mulheres ligados uns aos outros por laos. A noo de ethnos(Indo-europeu sw-edh-nos-) deriva diretamente de swe-, ou seja, da comunidade de sangueassegurada pelo cmbio de matrimnios no interior do wenos.

    Na base, o sistema social fundamentalmente patriarcal. O genos define-se pela identificao doego paterno, representante de uma linhagem que remonta at Deiwos Pitar, o Pai do Alto,ou seja, o Deus Supremo. Se, em certas sociedades primitivas do tipo agrcola, uma morte ritual (a morte do pai na doutrina de Freud) simboliza a destruio da filiao paterna e assegura avalidade da nica descendncia matrilinear, entre os indo-europeus, o nascimento do pai naafiliao simbolizado pelo ritual do couvade. O pai engendra simbolicamente e reconhece aofilho fazendo-o passar sobre (ou seja, entre ) as pernas, simulando o nascimento. Novocabulrio do indo-europeu comum, a me (mater est fortemente associada ao princpiomaterial) que traz ao mundo. Apenas o Pai engendra, ou seja, introduz no seio dosgenos. O engendrar e o genos compartilham a mesma raz (gen-).

    O soberano eleito

    Onde as circunstncias incentivam os genos a adquirir uma autoridade geral, essa recainecessariamente sobre um dos patriarcas, um dos chefes de genos eleitos por consenso. O rei para seus sditos o que um pai para seus filhos ( Aristteles ). O Rei (raz reg -, com o sentidode elevado; cf. latim rex, cltico rix, snscrito raj) eleito por seus pares, seus iguais.Em determinado perodo histrico, essa delegao passa de provisria para permanente,tornando-se ento uma monarquia hereditria. Originalmente, o rei est sujeito ao controle dospatriarcas, no seio de um conselho de notveis ou assembleia, semelhante ao sahba dosindo-arianos, gersia dos helenos, ao senadoromano, thing germnico, althing celta,etc. O rei eleito por seus iguais, aos quais est sujeito, enquanto governa em nome de Deiwos

    Pitar, Pai do Alto (em grego Zeus Patr [ pronuncia-se Tseus Pater], em latim Deus IovisPater, mais tarde Jpiter ). A forma elementar de soberania entre os indo -europeus umaespcie de aristodemocracia, na qual o monarca exerce uma funo religiosa e poltica,inseparveis uma da outra. Toda sociedade indo-europeia uma sublimao dos genos, onde acoeso social assegurada pela projeo da estrutura original em uma superestrutura poltica ereligiosa. Termos inseparveis, porque entre os indo-europeus a sociedade dos deuses umaprojeo da sociedade dos homens. O culto cvico tambm uma extenso do culto domstico,responsabilidade do pai.

    Pastores, agricultores e guerreiros, os indo-europeus trabalham a cermica e praticam ametalurgia. A arqueologia evidencia que domesticaram o cachorro, foram os primeiros a montarcavalos e utilizavam bois como animais de carga, escreve Bosch-Gimpera. Os rebanhos sosmbolo de prosperidade. O termo indo-europeu peku- designa a riqueza pessoal (cf. latimpecunia, fancs pcule) e o gado (cf. latim pecus, snscrito pasu, gtico fehu).

    A viso de mundo

    Os trabalhos dos indo-europestas, particularmente de Georges Dumzil, tm demonstrado aexistncia, inclusive antes das primeiras disperses, de uma ideologia indo-europeia comum,de uma estrutura mental especfica formada pela mesma viso de mundo que se manifesta em

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    uma concepo particular de religio, sociedade, soberania, das relaes entre os homens e entrehomens e deuses, por uma teologia, liturgia, poesia e literatura pica comuns. Essa ideologia,escreve Dumzil, obra de pensadores cujos sucessores so os brmanes indo-arianos, osdruidas celtas e os colgios sacerdotais romanos. (A ideologia tripartida dos indo -europeus,1958).

    No domnio da poesia, as obras de Antoine Meillet e Roman Jakobson, ampliadas posteriormentepor Calvert Watkins e Donald Ward, revelaram estruturas anlogas entre as literaturas grega,vdica, eslava e irlandesa, o que s pode ser explicado por uma herana comum e pressupem aexistncia, nas primeiras comunidades indo-europeias, de uma corporao de cantores-poetas,semelhantes aos ollaves irlandeses ou aos escaldos da velha Escandinvia.

    Sobre a sociedade indo-europeia, Donald Ward (On the poets and poetry of Indo-Europeans,1973) retomou a distino frutfera, introduzida por Margaret Mead (Cooperation andcompetition among primitive peoples, 1937), entre shame cultures ou culturas da vergonha eguilty cultures ou culturas da culpa. Nas culturas da vergonha, a noo tica fundamental a honra, o poder de olhar para si mesmo. Essa tica de honra implica em uma ligao directa com

    o meio scio-cultural; um ato desprezvel mancha a honra do nome e, portanto, envolve osancestrais e descendentes. Nas culturas da culpa, a culpa objetivada por um terceiro supremo,que interioriza e individualiza a sano; os dogmas revelados definem uma moral do pecado. Deacordo com Ward, a noo de vergonha, comum aos gregos, latinos, celtas e alemes, tipicamente indo-europeia, em oposio noo de pecado, caracterstica dos grandes sistemasmetafsicos universalistas de origem abramica e semita.

    Caractersticas especficas

    Toda a histria da antiga Europa construda em torno de duas grandes ondas migratrias dosindo-europeus. A primeira situa-se entre 2.200 e 2.000 antes da nossa era. dela que procedemas sociedades irnicas e vdicas, o imprio hitita e os reinos da plancie da Anatlica, ascivilizaes histricas dos gregos e latinos, os celtas e os germnicos. Ao oeste, os indo-europeusocupam a pennsula Ibrica, Glia, as Ilhas Britnicas e Escandinvia. Ao sul, de acordo com acronologia tradicional, a cidade de Roma foi fundada em 753 a.C. Ao leste, um ramo dos povosindo-europeus (tocarianos) adentraram alm das fronteiras atuais da China, deixando ssuainfluncia nos reinos brbaros do norte dopas. O fillogo Hans Hensen mostrou que palavraschinesas como mi ( mel), yen ( ganso), ch'yan ( co; cf. francs chien), ma (cavalo),tm origem indo-europeia.

    Graas utilizao de cavalos e carros de combate, os povos indo-europeus se lanam, em ondassucessivas, para conquistar o mundo. Durante sculos, uma das caractersticas do homem debem seria a posse de um cavalo, que transmite a imagem do cavalheiro, dos equites

    romanos, do reiter germnico, do chavalier dos francos. No entanto, Nicolas Lahovarysublinha, necessrio considerar todas essas conquistas como um resultado maior do que amera superioridade militar. As condies materiais devem ser interpretadas como resultado decertas qualidades psicolgicas, fora de carter dos indivduos e, por extenso, do grupo tnico.No h mais nenhum outro segredo acerca da prodigiosa expanso dos povos indo-europeus custa dos povos inteligentes cuja civilizao, em muitos casos, estava mais desenvolvida do quea prpria.

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    Depois de recordar a histria dessas migraes, um caminho do outro, de um modo bastanteresumido e confuso, John Geipel examina a distribuio das caractersticas fsicas prprias dosantigos europeus: estatura, cor dos olhos e cabelos, ndices ceflico e faciais, etc.

    Em alguns casos, suas observaes obtm resultados inesperados. Pode ser significativo, porexemplo, que nas regies da Europa, onde ainda h uma sobreposio vertical das mandbulasque no foi suplantada pelo avano da mandbula superior, so precisamente as regies onde asconsoantes silbicas (como o th anglo-saxo) so utilizadas na fontica das lnguas locais.

    O parentesco interetnolgico de povos indo-europeus confirmado pela distribuio especficados grupo sanguneo O (45-75%), A (5- 40%) e B (4-18 %).

    John Geipel tambm estudou a fisionomia dos europeus atuais, antes de se aprofundar no estudodas raas da Europa, diante do qual toparia inevitavelmente com fortes argumentos poucocientficos.

    O homem que chega Europa antiga j ummestio, e ns, seus descendentes, no somosoutra coisa. Porm, todo indivduo um mestio na medida em que o resultado de um certonmero de cruzamentos, comeando por seus pais. Geipel subestima a ingenuidade de seupblico se pretende fazer com que acreditem que as caractersticas raciais so sempre relativas.

    A raa uma noo dinmica e estatstica. definida pela frequncia mdia de um certo nmerode genes que determinam, em uma dada populao, as caractersticas ou predisposiesfisiolgicas, patolgicas e psicolgicas. Propor substituir este termo pelo de linha defrequncia, como Professor Livingtone, apenas um jogo de palavras, porque precisamente nacombinao das linhas de frequncia onde os antroplogos extraem a definio racial dosprincipais grupos humanos.

    Georges Montandon foi o primeiro, em 1933, a substituir a ideia de homogeneidade racial pela

    de raa pura, expresso equivocada sem valor cientfico e, alm disso, fcil de refutar. Ofenmeno humano caracterizado por uma crescente diferenciao cada vez maior facilmenteobservvel, e no h como assumir que a indiferena de origem um fato histrico (JooGeipel).

    Geipen tambm garante que a lnguagem e a etnia no exercem nenhuma influncia um sobre ooutro. Isso certamente verdade para o exemplo proposto (os negros anglfonos da Amrica doNorte). No entanto, o reaparecimento da morfologia prpria das lnguas africanas (aglutinantes)nos dialetos antilhanos ou no black english (a gria dos guetos negros dos EUA) no deixa deser revelador.

    De tempos em tempos, o contexto varia. O advento que foi a Revoluo Neoltica provocou a

    implementao de grupos humanos que, at o momento, tinham permanecido isolados durantetodo o perodo de formao das raas. Esse isolamento condiciona a diferenciao racialGiorgio Locchi escreve, assim como um isolamento lingustico condiciona uma extremadiferenciao da lngua. seguro dizer que no final dessa era da humanidade (no fim daglaciao de Wrm), cada grupo racial corresponde a uma lngua especfica( Linguistique etsciencies humanines, em Nouevelle cole, Abril de 1968).