o movimento sofista capítulo 6

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O MOVIMENTO SOFISTA CAPÍTULO 6 A arte da retórica

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O MOVIMENTO SOFISTA

CAPÍTULO 6A arte da retórica

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O SURGIMENTO DOS SOFISTAS Os sofistas despontam no cenário grego quando a

reflexão filosófica substitui as questões sobre a natureza e as leis que regem o cosmos, ocupando-se dos temas pertencentes aos homens.

As questões políticas, éticas e gnosiológicas constituem os principais temas da agenda de discussões dos filósofos dos séculos V e IV a.C.

Ocorre também uma significativa transformação geográfica e política que estabelece uma nova ordem nas cidades gregas.

Destaca-se nesse período, a cidade-Estado de Atenas, que desde o fim da guerra contra os persas, se consolida como capital intelectual, política e econômica do mundo grego.

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O SURGIMENTO DOS SOFISTAS O aparecimento de uma revolução intelectual que

tem no movimento sofista sua perfeita tradução. Os sofistas encontram o solo perfeito para propagar

suas ideias e desferir duros golpes contra o pensamento tradicional sustentado pela religião e pelas cosmologias.

Os deuses já não intervêm em nosso mundo, e de que nós os verdadeiros responsáveis por construir e preservar os valores que orientam nossa vida.

Será natural que o homem mais forte, ou seja, aquele que desenvolve a habilidade para o apropriado emprego das palavras, prevaleça sobre o mais fraco, e que essa imposição em nada contrarie a ordem natural do mundo.

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O SURGIMENTO DOS SOFISTAS A democracia ateniense deu-se de forma gradual e

contou com importante participação de grandes nomes da cultura ocidental como: Sólon (640-560 a.C), Clístenes (615-550 a.C) e Péricles (500-429 a.C)

Foi com Sólon que temos, sob o ponto de vista legal, o primeiro movimento em direção à experiência democrática em Atenas.

Introduziu a participação de funcionários públicos nas discussões realizadas nas assembleias para diminuir a influência das famílias aristocratas sobre o Estado.

Seu projeto visava impor leis que seriam válidas para todos os membros das cidades.

Procurou tornar as assembleias um fórum fundamental de discussões sobre a necessidade de incentivar o comércio.

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O SURGIMENTO DOS SOFISTAS Clístenes dá prosseguimento às reformas iniciadas

por Sólon e consegue vencer as resistências, ultrapassando a tirania de Pisístrato e removendo as últimas resistências antidemocráticas.

É correto afirmar que com ele se estabelece propriamente a pólis ou espaço político onde se constituiria a natureza do Estado propriamente dito.

Deriva de seu mandato a criação da boulé e da eclésia. A boulé é o espaço onde o povo pode participar ativamente da vida pública. A eclésia é a assembleia geral em que as questões fundamentais, como declaração de guerra, proposta de declaração de paz.

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O SURGIMENTO DOS SOFISTAS. Com Péricles, entre 440 e 404 a.C., é que a

pólis ateniense atinge seu período mais glorioso, consolidando a democracia.

As tendências que se desenvolviam nos anos anteriores se consolidam no mandato de Péricles.

Atenas destaca-se por representação plena de todo potencial cultural do povo grego. Ao tempo de Péricles, a tragédia, as artes, as técnicas, a medicina e a sofistica encontram, em Atenas, o local apropriado para florescer.

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OS SOFISTAS E AS QUESTÕES SOBRE O HOMEM Os sofistas por muito tempo ignorados esquecidos

pelos historiadores da filosofia. Essa indiferença em relação ao movimento sofista

pode ser explicada por motivos de ordem histórica e razões teóricas.

A maioria das obras produzidas pelos sofistas não chegou até nossos dias.

São conhecidos os nomes de 26 sofistas que atuaram entre os anos 460 e 380 a.C.

Temos fragmentos considerados autênticos, de apenas 3 sofistas. Protágoras (492-422 a.C.), Górgias (485-380 a.C.) e Antífon falecido por volta de 411 a.C sua data de nascimento é desconhecido.

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OS SOFISTAS E AS QUESTÕES SOBRE OS HOMENS.

Dessa forma, boa parte de nosso conhecimento de nosso conhecimento sobre esses autores provém de relatos de seus opositores.

Como acontece com duas das figuras mais importantes da filosofia, Platão e Aristóteles.

A maioria dos historiadores, influenciada pelos relatos negativos, principalmente de Platão e Aristóteles, desprezava as contribuições dos sofistas.

Foi só no fim do século XIX que o movimento sofista começou a ser cuidadosamente estudado, o que acarretou o abandono dos preconceitos desse movimento.

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OS SOFISTAS E AS QUESTÕES HUMANAS Livre dos juízos negativos que no passado

condenaram o movimento sofista, os historiadores da filosofia indagaram: o que significa a palavra sofista?

O termo sofista remete às palavras gregas sophos e sophia, que são comumente traduzidas como sábio e sabedoria.

A sabedoria é uma habilidade de fazer determinada coisa. Sábio é aquele que fazia bem uma determinada coisa.

Sábio é um perito em uma arte específica, dotado de uma habilidade própria.

Com o passar do tempo, a palavra sábio vasi se distanciando da palavra sabedoria.

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OS SOFISTAS E AS QUESTÕES HUMANAS. A palavra sábio pode ser usada somente para aquele que

sabe que, que conhece as razões, que domina uma determinada teoria.

Sabedoria significa o saber como, o saber técnico dependente de habilidades.

Todos aqueles que se apresentam como mestres e modelos para o povo merecem o título de sábios.

Os novos sábios do mundo grego, além de escreverem, também se empenham em ensinar.

Acreditam ser dotados de uma habilidade especial que deviam a todo custo comunicar.

Os sofistas encontraram muito trabalho em Atenas no século V a.C, onde, graças ao advento da democracia, a criação das assembleias surge um lugar apropriado para disseminar suas técnicas e habilidades para se tornar um bom orador.

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OS SOFISTAS E AS QUESTÕES HUMANAS Os sofistas aparecem como professores capazes de

ensinar a arte de discorrer com propriedade sobre os mais variados temas.

Persuadindo os interlocutores a aceitar suas opiniões sobre as questões em debate.

No século de Péricles, sofista significa, portanto, professor profissional que fornecia instrução aos jovens mediante pagamento.

Os sofistas não se caracterizam como um movimento doutrinário , mas por um modo de ensinar.