o modernismo e os seus -ismos

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MODERNISMO E OS SEUS -ISMOS Realizado por João Oliveira, Laura Carreira e Verónica Rodrigues – 12ºN

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Page 1: O Modernismo e os seus -ismos

MODERNISMO E OS SEUS -ISMOSRealizado por João Oliveira, Laura Carreira e Verónica Rodrigues – 12ºN

Page 2: O Modernismo e os seus -ismos

INTRODUÇÃO

O Modernismo foi uma corrente multidimensional que marcou a 1º metade do século XX. Foi um

romper a todos os níveis, a necessidade de renovar de reinventar levou á alteração de todos os

conceitos até então estabelecidos. A ciência, a filosofia, a literatura e as artes, foram os grandes

espelhos desta ruptura.

Com este trabalho pretendemos explorar o Modernismo, das suas origens ás suas vanguardas.

Page 3: O Modernismo e os seus -ismos

CONTEXTO HISTÓRICOMuito marcada pelos contrastes a passagem do século XIX para o XX foi um período de rupturas e

isso viu-se a todos os níveis. Por um lado surge uma Europa massificada, favorecida pelo

desenvolvimento de todo um novo conjunto de ferramentas tecnológicas que prometiam

progressos a diversos níveis; por outro lado gerou-se um clima pessimista típico de fim de século,

trabalhadores descontentes com as deploráveis condições de trabalho, países e continentes

tornando-se cada vez maiores palcos de fome, guerra e miséria.

Os intelectuais e artistas começam a evidenciar a necessidade de uma mudança radical, uma

reestruturação da sociedade e do próprio homem.

Page 4: O Modernismo e os seus -ismos

Há um corte com a tradicional noção de beleza da arte, conceitos e valores estéticos

renascentistas foram deixados de parte para se proceder á criação de técnicas revolucionárias.

Floresceu então á luz desta necessidade de ruptura uma nova grande corrente de criativos das

artes e das letras.

A estética que marca este século vai muito para além da teoria filosófica do belo e do bom gosto,

a estética manteve relação com a literatura, com as artes figurativas, com a música, mas também

abriu campo para inovações.

Page 5: O Modernismo e os seus -ismos

CONTEXTO ARTÍSTICO-CULTURALO Modernismo é criticado por um filosofo cujo pensamento irá influenciar toda a cultura do século. O

alemão Nietzsche vai colocar em questão todos os fundamentos morais e da Humanidade ocidental, com o

apoio da frase ‘’Deus está morto’’. O ocidente, segundo este, eram heranças da cultura grega e da tradição

judaico-cristã que não se enquadravam na sociedade contemporânea da época.

Paralelamente, a ciência vive uma revolução pelo austríaco Freud e o alemão Einstein. Freud cria a

Psicanálise, uma ciência que demonstra e explora a complexidade do Homem a partir do inconsciente, a

importância da sexualidade, bem como o significado dos sonhos. Já o físico Einstein, coloca em causa a maior

parte do conhecimento científico, que era definido como inquestionável, com a criação da teoria da

relatividade.

Page 6: O Modernismo e os seus -ismos

NA LITERATURA PORTUGUESAFernando Pessoa, Almada Negreiros e Sá-Carneiro são os principais nomes deste movimento estético.

Pertenceram à geração Orpheu que foi um núcleo importantíssimo de debate e encontros que contribuíram

para tão ansiado progresso cultural em Portugal.

Na escrita recusam se os temas poéticos já gastos, consideram-se os objectos ditos não-estéticos e do dia-a-

dia parte da arte, rejeita-se o código linguístico convencional, inventam-se novas linguagens literárias: desde

a desarticulação deliberada à densamente metafórica. As personagens deixam de ser heróis (quer clássicos

ou românticos), surge a ideia de perda do Eu num mundo tão confuso e contraditório (heterónimos),

enumeração caótica, fluxo da consciência e liberdade no uso dos sinais de pontuação. Todas elas

características fortemente marcadas pelo impulso de ruptura com as ordens vigentes.

Page 7: O Modernismo e os seus -ismos

ISMOS

FauvismoInterseccionismo

SuprematismoExpressionismo

FuturismoOrfismo

CubismoSensacionalismoAbstraccionismo

DadaísmoSurrealismo

Page 8: O Modernismo e os seus -ismos

FAUVISMO “Uma arte do equilíbrio da pureza e da serenidade,

destituída de temas perturbadores ou deprimentes” Henry Matisse

Do francês ‘les fauves’ (as feras) é uma corrente

artística de inícios do século XX manifestada sobretudo

em França.

Os temas são leves e simplistas, retratam a alegria de

viver.

A cor torna-se independente do real, era usada para

delimitar planos criar perspectiva e volume e tomou o

principal lugar na obra em detrimento das formas,

procurando a máxima expressão pictórica.

As figuras maiores deste movimento são:

Henri Matisse; André Dérain e Albert Marquet.

Harmonia em Vermelho Henri Matisse, 1908

Page 9: O Modernismo e os seus -ismos

SUPREMATISMO

O Suprematismo, surge como corrente do

Abstraccionismo Geométrico, na Rússia por volta de

1915-16.

O seu criador Casimir Malevitch procurava criar na

pintura a relação entre as formas e o espaço que as

circunda.

A pintura caracteriza-se pelo uso de formas geométricas

e de uma gama cromática restrita, constituída pelas

cores primárias e secundárias, pelo branco e o preto.

Para alguns autores, o Niilismo, que defende a negação

absoluta de qualquer realidade, foi decisivo para a

procura da verdade e da pureza, através do

aniquilamento e da negação do mundo presente. Esta

procura leva Malevitch a negar a sua própria pintura.

Quadrado Negro Sobre Fundo Branco Malevitch, 1918

Page 10: O Modernismo e os seus -ismos

INTERSECCIONISMOJacinto Prado Coelho, no Dicionário de Literatura,

descreve o Interseccionismo como um processo

modernista paralelo às sobreposições da pintura

futurista.

Surge na literatura pela mão de Fernando Pessoa.

É caracterizado pela intersecção de domínios

diferentes, através da mistura frásica de

fragmentos de situações ou percepções

ambientais, subjectivo com objectivo, interior com

exterior. Um exemplo deste movimento é o poema

‘’Chuva Oblíqua’’ de Fernando Pessoa. Para alem

da nitidez plástica de cada uma das imagens, outra

inovação deste movimento é a transição da

métrica tradicional para o verso livre e sem rima.

"Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito E a cor das flores é transparente de as velas de grandes naviosQue largam do cais..."

Chuva Oblíqua, Fernando Pessoa

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EXPRESSIONISMOFoi um movimento cultural das vanguardas europeias, de origem alemã. Fez frente ao

Impressionismo, ao Naturalismo e com o seu carácter positivo, fora defendido como uma arte

mais pessoal e intuitiva, com maior subjectividade. A predominação da visão interior do artista, a

‘’expressão’’ e o projectar da realidade, a ‘’impressão’’, leva a que a obra de arte seja um reflexo

directo do mundo do artista.

O expressionismo é entendido como a deformação da realidade como forma de expressão da

natureza e do ser humano, com primazia sentimental do artista. Os seus temas eram inclinados

para a melancolia, a evocação, a sátira e o patético.

Juntamente com o Fauvismo, a sua primeira manifestação é na pintura, embora tenha tido um

enorme leque artístico com a arquitectura, as artes plásticas, a literatura, a própria música, e com

grande destaque, o cinema alemão.

Page 12: O Modernismo e os seus -ismos

MossehausErich Mendelsohn - 1923

ARQUITECTURA

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PINTURA

Yellow CowFranz Marc - 1911

Page 14: O Modernismo e os seus -ismos

Anton Webern, compositor de‘’Segunda Escola de Viena’’

ArquitecturaErich Mendelsohn – Mossehaus (1923)

MÚSICA

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“Nosferatu” F.W. Murnau - 1922

CINEMA

Page 16: O Modernismo e os seus -ismos

Franz Kafka

LITERATURA

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FUTURISMO

Com o Manifesto Futurista, em 1909, do poeta e ideólogo fascista Marinetti, o Futurismo surge em Itália,

inicialmente na literatura até se estender às artes plásticas, à arquitectura, à música e ao cinema. O

próprio Marinetti, que a nível político foi um militante do Partido Nacional Fascista, afirmou que a

ideologia do partido estava presente no Futurismo.

O Futurismo rejeitava o moralismo e o passado, tendo como base a velocidade e o desenvolvimento

tecnológico dos finais do século XIX. Foi o mais radical movimento italiano, pois reforçava a era mecânica,

bem como a exaltação da guerra e da violência. Este movimento recusa a harmonia, o geometrismo do

cubismo, como o sensualismo das cores fauvistas.

Em Portugal, o Futurismo tem impacto com a geração de Orpheu. Os escritores Sá-Carneiro e Álvaro de

Campos (Fernando Pessoa) revelaram influências com alguns textos, nomeadamente, Ode Marítima. O

artista Santa-Rita, que introduziu o Futurismo, teve grande apoio de Almada Negreiros, com a I

Conferência Futurista.

Page 18: O Modernismo e os seus -ismos

“Cabeça (Santa Rita)”Guilherme de Santa Rita - 1910

PINTURA

Page 19: O Modernismo e os seus -ismos

Antonio Sant'Elia

ARQUITECTURA

Page 20: O Modernismo e os seus -ismos

Francesco Balilla Pratella

MÚSICA

Page 21: O Modernismo e os seus -ismos

Matinetii

LITERATURA

Page 22: O Modernismo e os seus -ismos

“Thaïs” Bragaglia

CINEMA

Page 23: O Modernismo e os seus -ismos

ORFISMO

O movimento designado como Orfismo, está ligado ao

cubismo. As suas obras tendem em oferecer um prazer

estético puro, uma construção que impressione os

sentidos e um significa temático, sublime. É designada

por arte pura. Embora usado no culto simbólico,

Guillaume Apollinaire aplica o termo a este movimento,

com referência a Orfeu, reflectindo o desejo dos artistas

envolvidos acrescentando um lirismo e uma cor ao

cubismo intelectual de Picasso e de George Braque.

A cor é o meio principal de expressão artística, na qual

Robert Delaunay e Frank Kupka, se destacam ao pintar

obras não-figurativas, fazendo uma analogia entre a

abstracção e a música.

Robert Delaunay

Page 24: O Modernismo e os seus -ismos

CUBISMO

Este movimento foi um dos mais importantes

para a História da Arte do século XX. Pablo

Picasso e Georges Braque iniciam uma pesquisa

de novos métodos e técnicas de representação

formal e espacial, com bases nas três dimensões

e nas leis de perspectiva do mundo físico.

O Cubismo é caracterizado pelo derrube dos

conceitos tradicionais de espaço e forma,

abrindo assim, caminho para a arte abstracta e

outros movimentos que mais tarde aparecerão.

A evolução deste movimento encontra-se em

três fases., o cubismo cézanne, o cubismo

analítico e o sintético.

Les Demoiselles d’Avignon Picasso - 1907

Page 25: O Modernismo e os seus -ismos

SENSACIONISMO

Considerada parte do Modernismo, esta corrente defende o princípio essencial da sensação – ou

seja que a sensação é a única realidade para nós. Entende a arte como a tentativa de criar uma

realidade inteiramente diferente da que as sensações do exterior e as dos interior nos sugerem

aparentemente. Fernando Pessoa e Sá-Carneiro foram o escritores que teorizaram este movimento.

“Multipliquei-me, para me sentir,

Para me sentir, precisei sentir tudo,

Transbordei, não fiz senão extravasar-me,

Despi-me, entreguei-me,

E há em cada canto da minha alma

um altar a um deus diferente.” Fernando Pessoa em Passagem das Horas

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ABSTRACCIONISMOO Abstraccionismo, surgiu na primeira década do séc. XX.

O seu grande mentor foi Wassily Kandinsky. Defendia a

obra de arte como independente à realidade e ao seu

criador. A arte não tinha nenhuma relação com a

Natureza, e usava uma linguagem puramente abstracta.

São pinturas não-figurativas, não manifestando a

realidade sensível ou a sua aparência, mas abstraindo

dessa realidade uma outra produzida pelo espírito: a das

linhas e cores associadas numa unidade coesa. Em

períodos anteriores, alguns artistas do cubismo e

futurismo atingiram uma arte abstracta, porém as obras

eram aindarepresentativas e figurativas.

“On White II “Kandinsky - 1913

Page 27: O Modernismo e os seus -ismos

DADAÍSMOO Dadaísmo surge em plena Guerra (1916) e assume-se como um movimento de ruptura com

todas as formas culturais do passado. Insurge-se contra a separação entre a arte e a vida. Neste

sentido, eleva ás categorias de obras de arte, simples objectos quotidianos. As principais formas

de expressão que se destacaram foi o Ready-made (Marcel Duchamp como principal precursor) e

o poema aleatório. A sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse

apenas o resultado do automatismo psíquico, seleccionando e combinando elementos por acaso.

Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o

caos.

“Dada is here, there and a little everywhere, such as it is, with its faults, with its personal

differences and distinctions which it accepts and views with indifference. We are often told that

we are incoherent, but into this word people try to put an insult that it is rather hard for me to

fathom. Everything is incoherent.”

Retirado do “Dada Manifesto”

Page 28: O Modernismo e os seus -ismos

READY-MADE

“Fonte”Marcel Duchamp - 1917

Page 29: O Modernismo e os seus -ismos

Gadji beri bimba

gadji beri bimba glandridi laula lonni cadorigadjama gramma berida bimbala glandri galassassa laulitalominigadji beri bin blassa glassala laula lonni cadorsu sassala bimgadjama tuffm i zimzalla binban gligla wowolimai bin beri bano katalominai rhinozerossola hopsamen laulitalomini hoooogadjama rhinozerossola hopsamenbluku terullala blaulala loooo

zimzim urullala zimzim urullala zimzim zanzibar zimzalla zamelifantolim brussala bulomen brussala bulomen tromtatavelo da bang band affalo purzamai affalo purzamai lengado torgadjama bimbalo glandridi glassala zingtata pimpalo ögrögööööviola laxato viola zimbrabim viola uli paluji malooo

tuffm im zimbrabim negramai bumbalo negramai bumbalo tuffm i zimgadjama bimbala oo beri gadjama gaga di gadjama affalo pinxgaga di bumbalo bumbalo gadjamengaga di bling blonggaga blung

De Hugo Ball

POESIA FONÉTICA

Page 30: O Modernismo e os seus -ismos

SURREALISMO. O Surrealismo deriva do Dadaísmo e começa a ser teorizado em 1924, por André Breton. Nos

seus escritos defende o sonho, e as visões alucinadas, como uma forma de conceber a realidade,

tão válida como o pensar e o sentir controlados pela razão. A psicanálise de Freud inspirou

profundamente este movimento artístico, onde se destacaram artistas como Max Ernst, Salvador

Dali e Magritte. O objectivo do sistema figurativo tradicional é completamente invertido: em vez

da realidade exterior, o artista procura expressar o seu mundo interior, nomeadamente através de

uma pintura ou escrita "automática" ou a representação mais elaborada dos seus sonhos

Page 31: O Modernismo e os seus -ismos

PINTURA

“The son of man”Magritte - 1964

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ARQUITECTURA

“La Pedrera”Antoni Gaudí – 1905/07

Page 33: O Modernismo e os seus -ismos

LITERATURA

“Beauty will be convulsive or will not be at all.”André Breton

Page 34: O Modernismo e os seus -ismos

CINEMA

“The son of man”Magritte - 1929

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CONCLUSÃO

Resumindo, definimos em poucas palavras em que consiste o Modernismo e em que contexto

surgiu; seleccionámos as vanguardas que considerámos mais importantes e abordámo-las a todos os

níveis que lhes diziam respeito (plástico, literário...).

É de realçar a importância do Modernismo para o início do século XX, bem como para a cultura

moderna. A pesquisa permitiu-nos alargar os conhecimentos que tínhamos sobre o Modernismo e os seus

artistas, que, divulgando uma noção completamente diferente da estética, causaram um grande impacto

quer positivo quer negativo nos seus contemporâneos.

Page 36: O Modernismo e os seus -ismos

Trabalho realizado por João Oliveira, Laura Carreira e Verónica RodriguesGrafismo e apresentação digital por Laura Carreira

Professora Marcela Neves – Português Outubro 2011