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www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 358 | Periodicidade Quinzenal | 15 de Março de 2020 | Preço 4,00 Euros Sernancelhe vai ter Centro de Interpretação da Castanha Martaínha Águas termais da região Centro são eficazes no tratamento da rinite crónica Crónicas Rurais: Pastor por um dia ‘SERCIALINHO’: O MISTÉRIO ACABOU! Água estará em destaque na Feira Nacional de Agricultura 2020 Fórum Vê Portugal em Maio nas Caldas da Rainha

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Director: José Luís Araújo | N.º 358 | Periodicidade Quinzenal | 15 de Março de 2020 | Preço 4,00 Euros

• Sernancelhe vai ter Centro de Interpretação da Castanha Martaínha

• Águas termais da região Centro são eficazes no tratamento da rinite crónica

• Crónicas Rurais: Pastor por um dia

‘Sercialinho’:

o miStério acabou!

Água estará em destaque na Feira Nacional de Agricultura 2020

Fórum Vê Portugal em Maio nas Caldas da Rainha

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Ficha técnica

Ano XV | N.º 358Periodicidade: Quinzenal

Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515)E-mail: [email protected] | 968 044 320

Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, LdaSede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Redacção: Luís PachecoOpinião: Paulo Barracosa | Rita Barata |

Catarina SimõesDepartamento Comercial: Beatriz Fonte

Sede de Redacção: Lourosa de Cima3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400

E-mail Geral: [email protected]: www.gazetarural.com

ICS: Inscrição nº 124546Propriedade: Classe Média - Comunicação e

Serviços, Unip. LdaAdministrador: José Luís Araújo

Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social: 5000 Euros

CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339Detentor de 100% do Capital Social:

José Luís AraújoDep. Legal N.º 215914/04

Execução Gráfica: NovelgráficaR. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299

Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/

Tiragem Média Mensal: 2000 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da

responsabilidade dos seus autores.

06 Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza em Sagres

07 Água estará em destaque na Feira Nacional de Agricultura

08 Fim de Semana Gastronómico destaca cozido à Terras de Bouro

10 Caldas da Rainha será o palco do maior debate nacional sobre turismo

interno

12 Marca Serra da Estrela vai promover território de forma organizada

14 Gastronomia Tradicional é o tema do Prémio Literário Pedro da Fonseca

15 Índio Rei Encruzado Dão DOP Grande Reserva 2017 recebeu medalha

de Ouro

16 Chegou o novo Quinta das Marias Dão DOC Tinto SEM 2018

19 Vital e Uva Cão são oficialmente os progenitores da casta Sercialinho

22 Comissão vitivinícola quer vinhos do Algarve nos restaurantes da re-

gião

26 Cronicas Rurais: Um dia no monte II - Pastor por um dia

28 Águas termais da região Centro são eficazes no tratamento da rinite

crónica

30 Sernancelhe vai ter Centro de Interpretação da Castanha Martaínha

33 Acesso à Montanha do Pico com novas regras a partir de Abril

35 UPL promete revolucionar a agricultura em Portugal

36 Florestas estão a perder capacidade de retirar dióxido de carbono da

atmosfera

38 Semana do Mar 2020 com cartaz muito atrativo

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A água é tema central da 57ª Feira Nacio-nal de Agricultura/67ª Feira do Ribatejo,

que irá decorrer no Centro Nacional de Expo-sições, em Santarém, de 6 a 14 de Junho. A importância da água na agricultura é uma evi-dência, especialmente em Portugal que tem um clima mediterrânico e particularmente sujeito às alterações climáticas que se fazem sentir.

A FNA 20 é uma grande oportunidade comer-cial para os agentes que atuam no mercado, uma forma de reforçar a notoriedade e imagem das empresas e de realizar negócios. A presença no evento é garantia de uma ótima visibilidade como o comprovam os mais de 200.000 visitantes, a visi-ta dos principais responsáveis políticos e a notorie-dade mediática que o certame oferece através da presença de vários meios de comunicação social.

Exposição de Maquinaria agrícola

A exposição de maquinaria na Feira Nacional de Agricultura é um dos principais sectores do evento, que atrai não só os profissionais da área para conhe-cer as novidades, mas também muitos outros visitan-tes impressionados com a dimensão desta exposição que conta com as principais marcas do mercado.

Esta é uma área em que a tecnologia e a inovação es-tão sempre presentes e que possibilitará, decerto, inú-meros contactos e bastantes negócios aos expositores. A zona de Maquinaria Agrícola será um espaço privilegiado de promoção e de demonstração para que os interessa-dos possam observar no terreno as principais caracterís-ticas destes equipamentos.

em Vila do bispo de 2 a 5 de outubro

Festival oferece oportunidades únicas aos amantes da naturezaA décima primeira edição do Festival de Observação de Aves & Ati-

vidades de Natureza vai ter lugar de 2 a 5 de Outubro, altura em que os amantes da natureza rumam novamente a sul para dedicar qua-tro dias à Natureza.

O festival, organizado pela Câmara de Vila do Bispo em parceria com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e a Associação Almargem, vai, mais uma vez, oferecer um rol de oportunidades para os amantes da natureza descobrirem que o Algarve é muito mais do que praia. Cada edição do Festival é única, mas as atividades de ob-servação de aves, as caminhadas e as palestras fazem sempre parte do programa. Paralelamente, haverá também muitas iniciativas para as famílias, desde passeios para observar baleias e golfinhos até jo-gos e sessões de anilhagem.

Em Outubro, milhares de aves sobrevoam a zona de Sagres, a caminho dos seus territórios de invernada em África. Este é, sem dúvida, um dos principais atrativos deste evento, mas o convívio e a diversidade de atividades são também mais do que razões para centenas de pessoas regressarem ano após ano.

O programa e as inscrições serão anunciados em Agosto.

IndIgo Work: uma empresa de prestação de servIços agrícolas

A Indigo Work é uma empresa de prestação de serviços agrícolas, sedeada em Viseu, com o objectivo de responder às solicitações do sector. A empresa dispõe de mão de obra qualifi-cada para os diferentes trabalhos agrícolas, como tratamento e protecção de culturas (inclui a pulverização aérea); podas de árvores e de arbustos; transplantação de arroz e desbaste de beterrabas; colheita de produtos agrícolas; exploração de sistemas de rega; manutenção de solos em condições agrícolas e ambientais adequadas; aluguer de máquinas e equipamentos agrícolas com operador, mas também serviços de jardinagem.

Telefone: 964 167 119 | 966 026 566 | E-mail: [email protected]

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em Santarém, de 6 a 14 de Junho

Água estará em destaque na Feira Nacional de Agricultura

Fatores de produção

Paralelamente, realce para a presença de empresas que represen-tam outras áreas como agroquímicos, adubos, sementes, rações ou outros alimentos para animais e que encontram na FNA o espaço ideal de promoção dos seus produtos.

A Feira Nacional de Agricultura também é um espaço reservado a várias organizações do sector como associações, cooperativas agrí-colas, instituições e equipamentos, como é o caso da nave B. Neste espaço, os visitantes também podem conhecer empresas de refe-rência.

Salão Prazer de Provar

A Feira Nacional de Agricultura é a grande montra do mercado e representa o que de melhor se produz em Portugal contando com grande adesão dos principais operadores. Na Nave A, no Sa-lão Prazer de Provar, destacam-se os produtos agro-alimentares, equipamentos, acessórios ou serviços destinados a este merca-do com realce para as áreas destinadas aos vencedores dos Con-cursos Nacionais e ao Portugal Sou Eu, iniciativa que tem como objetivo a valorização dos produtos portugueses.

A FNA 20 não esquece as origens e o papel fundamental da tradição ribatejana. Por isso, o evento conta com várias ativi-dades equestres e taurinas como espetáculos, provas de cam-pinos, demonstrações de toureio, treinos de forcados, equita-ção do trabalho, dressage, concursos de saltos, entre outras.

Os visitantes da Feira Nacional de Agricultura também po-dem aproveitar o evento para descontrair assistindo a mo-mentos tradicionais como as largadas ou usufruindo de uma zona de diversão noturna que contará com vários bares e discoteca.

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nos dias 20, 21 e 22 de março, nos restaurantes aderentes

Fim de Semana Gastronómico destaca cozido à Terras de BouroO cozido à Terras de Bouro e a deliciosa aletria vão estar em desta-

que nos restaurantes aderentes aos “Fins de Semana Gastronó-micos”, iniciativa conjunta do Turismo do Porto e Norte de Portugal e dos municípios que promovem a região através da gastronomia.

A edição deste ano decorrerá em Terras de Bouro nos dias 20, 21 e 22 de Março e elevará, certamente, a importância da promoção deste concelho e das suas potencialidades gastronómicas. Os restaurantes aderentes à iniciativa estão disponíveis na página eletrónica do Mu-nicípio de Terras de Bouro.

As características naturais, patrimoniais e culturais do concelho, que são um fator decisivo para a forte procura turística que se re-gista, representam, a par da rica oferta gastronómica, elementos fundamentais na afirmação de Terras de Bouro enquanto destino de excelência na oferta do turismo de natureza, complementada com a diversidade e confeção das iguarias locais, nomeadamente, o cozido à Terras de Bouro e a deliciosa aletria.

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A cidade das Caldas da Rainha vai acolher, de 4 a 7 de Maio, a sétima edição do Fórum de Turismo Interno “Vê Portugal”. Esta

é uma iniciativa emblemática do Turismo Centro de Portugal, que todos os anos junta especialistas nacionais e internacionais para uma discussão alargada sobre os desafios colocados pelo turismo interno. As Caldas da Rainha sucedem a Viseu, Aveiro, Coimbra, Lei-ria, Guarda e Castelo Branco, as cidades que acolheram as edições anteriores, sempre com grande sucesso.

A apresentação do evento aconteceu na Galeria do Edifício do Turismo das Caldas da Rainha, com a participação de Pedro Ma-chado, presidente do Turismo Centro de Portugal, de Tinta Ferrei-ra, presidente da Câmara Municipal caldense, e de Hugo Oliveira, vereador com o pelouro do Turismo da mesma autarquia.

Na ocasião, Pedro Machado destacou a importância da reali-zação deste fórum, em especial face à situação delicada que o país atravessa neste momento, devido à ameaça do Covid-19. “Todos esperamos que em Maio se esteja perante um cenário normal de retoma da atividade turística. O Fórum Vê Portugal quer ser um sinal de esperança, num momento difícil para o país e para este setor. Esta região está habituada à adversi-dade e acreditamos que este evento, o maior que se realiza em Portugal sobre o mercado interno de turismo, representa um sinal positivo que vai assinalar essa retoma da atividade normal. Queremos um Centro de Portugal mais forte, mais robusto, mais competitivo, com resultados melhores de ano para ano”, sublinhou.

Tinta Ferreira, por sua vez, elogiou a escolha das Caldas da Rainha como palco do encontro de quatro dias. “A região

Oeste tem um conjunto de elementos icónicos e um posicionamento estratégico decisivo. As Caldas da Rainha, terra de água e de artes, é um destino com muitos espaços criativos para visitar. Além dis-so, reúne todos os requisitos para receber um fó-rum com estas características e oferecer as melho-res condições para que todas as iniciativas tenham sucesso e qualidade”, considerou.

A grande novidade da edição deste ano, que terá lugar no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, é o aumento da duração do Fórum Vê Por-tugal, que passa de dois para quatro dias. Este progra-ma alargado deve-se à realização de uma bolsa de con-tactos “One-To-One Meetings” e de uma visita guiada ao território.

O primeiro dia do encontro, o dia 4, será ocupado, precisamente, pela bolsa de contactos. Esta destina-se a operadores turísticos nacionais, empresários do setor da hotelaria e turismo, líderes de opinião e outros profis-sionais da atividade turística. O objetivo é incentivar os contactos de negócios entre os participantes, promover internamente o Centro de Portugal enquanto destino pri-vilegiado de produtos turísticos diferenciados e reforçar a importância do turismo interno no setor turístico em Por-tugal.

Os dias 5 e 6 serão preenchidos por sete painéis com te-mas diversos, em que especialistas nacionais e internacio-nais abordarão a situação atual do turismo interno. “Recur-

Vii Fórum Vê Portugal vai decorrer de 4 a 7 de maio

Caldas da Rainha vai ser o palco do maior debate nacional sobre turismo interno

sos Humanos | Valorização e Capacitação dos Recursos Humanos”, “Território | Sustentabilidade, Alterações Climáticas, Mobilidade, Coesão e Valorização Territorial”, “Estruturação e Qualificação de Produtos”, “Desenvolvimento e Qualificação da Oferta / Agentes Turísticos”, “Marketing Digital e Marketing Relacional”, “Internacio-nalização e Dinamização Comercial junto dos Mercados Externos” e “Investimento | Análise Prospetiva, Monitorização e Inovação e Networks de Stakeholders e Empreendedorismo” são os sete temas em análise. O programa completo pode ser consultado em https://turismodocentro.pt/ve-portugal-2020/ e o filme de apresentação do evento está disponível em https://vimeo.com/396689567.

Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, Albert Salman, presidente da Fundação “Green Destinations”, John T. Bowen, professor da Universidade de Houston, Mieke Broeders, mem-bro da Comissão Executiva da European Network for Accessible Tourism, Marta Poggi, consultora de Turismo Digital, Carlos Melo Brito, vice-reitor para a Investigação na Universidade Portuca-lense Infante D. Henrique, Tiago Phillimore, responsável pelas áreas de eCommerce e Digital da TAP, José Maria Júdice, Indus-try Manager- Travel da Google, Simon Press, Senior Exhibition Director da WTM London, Roberto Antunes, diretor executivo do NEST - Centro de Inovação do Turismo, Tim Vieira, da Iberia Hospitality Property Fund ou Francisco Calheiros, presidente da CTP – Confederação do Turismo de Portugal são alguns dos oradores já confirmados.

No dia 7, os oradores, convidados, jornalistas e operadores turísticos são convidados a integrar uma visita guiada a Cal-das da Rainha e à região Oeste.

Turismo do Centro volta a homenagear persona-

lidades em Jantar de Gala

Já uma tradição instituída em edições anteriores deste fórum, o Jantar de Gala “Vê Portugal” será um dos momentos altos do programa. Esta é a ocasião em que o Turismo Centro de Portugal homenageia personalidades que se destacaram no setor turístico nacional e regional.

Durante o Jantar de Gala serão também entregues os Prémios de Concurso de Empreendedorismo Turís-tico José Manuel Alves, instituídos pelo Turismo Centro de Portugal e que visam apoiar projetos inovadores no setor do Turismo, assim como os Prémios de Teses Aca-démicas, que incidem sobre o Centro de Portugal.

A participação no Jantar Gala “Vê Portugal”, tal como no Fórum, é gratuita e limitada, com obrigatoriedade de inscrição e sujeita a confirmação.

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A Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM--BSE) vai lançar a marca “Serra da Estrela” para promover o

território de forma organizada junto dos operadores turísticos. “O objetivo é ter a oferta sistematizada e organizada, para podermos promovê-la, para a podermos transportar para junto dos operado-res turísticos para capitalizarmos a vinda de mais turistas, de mais público, para estes territórios, sob esse chapéu da marca `Serra da Estrela`”, adiantou o presidente da CIM-BSE, Luís Tadeu.

Segundo o autarca, a marca “Serra da Estrela” foi apresentada em Lisboa, numa sessão que contou com a presença da ministra da Coesão territorial, Ana Abrunhosa, entre outros responsáveis.

Luís Tadeu referiu que a marca vai passar a ser o “chapéu” de promoção turística da CIM-BSE junto dos operadores do setor. “A Comunidade Intermunicipal pretende apresentar, de uma forma organizada e sistematizada, um produto turístico que reúna um conjunto diverso de ingredientes, desde o património natural, à parte cultural, aos eventos, à gastronomia, enfim, a tudo aquilo de muito rico e de muito bom que temos no nosso território dos 15 municípios, sob a bandeira da marca `Serra da Estrela` enquanto marca ícone deste território”, referiu.

A marca abrange todo o território da CIM-BSE e “será tra-balhada como chapéu de todo o conjunto de ações e de ini-ciativas que vão decorrer e já decorrem”. “É uma forma de organizadamente fazermos a promoção de todos esses even-tos e ao promovermos os eventos estamos a promover, ob-viamente, o território”, sublinhou.

A CIM-BSE, com sede na Guarda, é constituída por 15 municípios: 12 do distrito da Guarda (Almeida, Celorico da

Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algo-dres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso) e três do distrito de Cas-telo Branco (Belmonte, Covilhã e Fundão).

Luís Tadeu disse que a marca “Serra da Estrela” e “todos os elementos que lhe estão associados” serão “bandeira obrigatória na promoção de todos os eventos, em articulação com todos os agentes ligados à área do turismo, para a promoção do ter-ritório e dos eventos que ele encerra e das riquezas próprias”.

A CIM-BSE refere em comunicado que a marca “Ser-ra da Estrela” tem como objetivo “construir uma iden-tidade e linha de comunicação agregadora”, que per-mita, ao mesmo tempo, “potenciar a sub-região como um todo e promover o património natural e cultural único existente, assim como potenciar o crescimento de fluxos turísticos no país”. “Neste sentido, criou-se uma identidade simples, atual e dinâmica, que capitaliza dire-tamente os valores e o espírito do território convidando à descoberta deste destino em estado puro, 365 dias por ano - 366, se o ano for bissexto”, explica.

A marca “Serra da Estrela” está enquadrada no Projeto “Produtos Turísticos Integrados”, cofinanciado pelo Portu-gal 2020, Centro 2020 e União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

uma iniciativa da cim beiras e Serra da estrela

Marca “Serra da Estrela” vai promover território de forma organizada

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no concurso mundus Vini 2020

Índio Rei Encruzado Dão DOP Grande Reserva 2017 recebeu medalha de Ouro

O vinho branco Encruzado Dão DOP Grande Reserva Branco 2017, da gama Índio Rei, da Amora Brava, foi galardoado com a meda-

lha de ouro no Mundus Vini, um dos concursos mais renomados a nível mundial, que decorreu na Alemanha. No mesmo concurso a Amora Bra-va recebeu também a medalha de Ouro para o Índio Rei Red Label Dão DOP Grande Reserva Tinto 2015.

A marca Índio Rei da Amora Brava, a empresa de Susana de Melo Abreu e do enólogo Carlos Silva, tem vindo progressivamente a impor--se num mercado cada vez mais competitivo. A empresa, sedeada em Viseu, tem vindo a apostar cada vez mais nos concursos internacio-nais.

Susana Abreu diz que o Encruzado Dão DOP Grande Reserva Bran-co 2017 é “o vinho mais exclusivo” da gama, enquanto o tinto de 2015 “é um dos melhores ‘Reserva’ à venda no mercado nacional”.

A CEO da Amora Brava destaca também o trabalho de Carlos Silva, enólogo e sócio da Amora Brava, que “não deixa de surpreender”, até porque, no mesmo concurso, outros vinhos com a sua ‘chan-cela’ trouxeram “seis medalhas de ouro para a região do Dão, uma das quais associada ao título de melhor vinho branco do Dão”.

Neste concurso, foram atribuídas três medalhas à Soito Wines; uma medalha à Quinta de Chão de S. Francisco e outra à Julia Kemper Wines, produtores vitivinícolas têm a ‘chancela’ enoló-gica da Carlos Silva Vinhos, empresa de consultoria do enólogo.

alargado prazo do concurso até 31 de março

Gastronomia Tradicional é tema do Prémio Literário Pedro da Fonseca em Proença-a-NovaO prazo de entrega de trabalhos da terceira edição do Prémio

Literário Pedro da Fonseca foi alargado até ao próximo dia 31 de Março, mantendo-se, no entanto, a data de anúncio dos vencedores a 13 de Junho, Dia do Município, em Proença-a-Nova.

Assim, os textos devem ser enviados para os Paços do Concelho até ao último dia útil do corrente mês, estando o concurso aber-to a todos os cidadãos, desde que redigidos em Língua Portu-guesa. O regulamento, disponível aqui, define a forma como os trabalhos devem estar identificados e devem ser enviados bem como outros elementos operacionais inerentes ao concurso. Serão escolhidos vencedores nas categorias de prosa e poesia, cada um com prémio pecuniário no valor de 1.500 euros.

O palato – Gastronomia Tradicional é a temática deste ano e engloba as tradições e pratos típicos como a tigelada, o plan-gaio, o maranho, o pão e broa em forno de lenha, os que re-sultem da matança do porco, o afogado da boda, o cabrito assado, o bolo finto, as broas de mel, a salada de almeirão, as filhós, o queijo de cabra ou outros que derivem dos re-cursos do território e que nele sejam tradição. Esta escolha, à semelhança dos anteriores, tem como objetivo valorizar

o património material e imaterial do concelho, neste caso concreto, a cultura gastronómica.

Iniciado em 2016, deste concurso literário já resul-tou a edição de dois livros com os textos vencedores. Da primeira edição foram editados os textos de Maria do Rosário Cristóvão, na categoria de conto/prosa com “O Guarda das Janelas Verdes” e de Paulo Renato de Je-sus, na categoria de poesia, com “Ondulações sob Eros e Psyche: Estórias de uma mulher entre Zero e Infinito”; e da segunda edição: “Encomendação”, de Lucília Nunes, e “Gente de bem”, de Inês Montenegro, que venceram respetivamente nas categorias de poesia e prosa, e ainda a Menção honrosa atribuída ao conto “Outras Vidas” de Carlos Paixão Lopes.

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há várias novidades do produtor de oliveira do conde

Chegou o novo Quinta das Marias Dão DOC Tinto SEM 2018O Quinta das Marias Dão DOC Tinto SEM 2018 é o mais recente lan-

çamento do produtor de Oliveira do Conde, Carregal do Sal, na região do Dão, num projeto que, segundo Peter Eckert, visa produzir um vinho sem sulfitos adicionados.

A Quinta das Marias, que tem, desde 2017, a ‘chancela’ enológica de Luís Lopes, está a fazer novas apostas. Brevemente chegará ao merca-do um rosé feito com uvas da casta Alfrocheiro. Luís Lopes diz que “é um vinho fresco, aromático e com pouca cor, fruto de uma prensa-gem relâmpago, que esperamos seja bem recebido pelos consumido-res”. Foram produzidas apenas 1300 garrafas.

Mas há também um novo branco Encruzado, da colheita de 2019. “É um grande vinho”, refere Luís Lopes, que se mostra “satisfeito”, com o produto final. “É um vinho fresco, com boa acidez, com a mesma intensidade de sabor que o 2018, mas é mais aromático”, diz o enólogo, confiante que “os consumidores irão gostar ainda mais que o do ano passado”.

Luís Lopes está na Quinta das Marias desde Agosto de 2018 e o seu primeiro trabalho neste produtor foi “fazer o lote dos vinhos de 2017”, dos quais o Cuvée TT e o Alfrocheiro já estão engarrafa-dos e à venda. “O Touriga Nacional 2017 foi a minha seleção das melhores barricas que havia na adega e em Maio de 2019 fiz o lote final”, diz o enólogo. São quatro mil garrafas que chegaram brevemente ao mercado.

Mas uma das novidades mais ‘aclamada’s no início de 2020 da Quinta das Marias é o novo Barcelo 2018, “um vinho surpreen-de, com um aroma complexo, consistentemente seco no pala-to e moderadamente pesado”, como o definiu o site https://bellevue.nzz.ch. “Tem um teor alcoólico moderado de 12,5%, muito fresco, elegante, bem estruturado e termina com um final longo e mineral”, acrescenta a publicação, salientando ser uma “raridade promissora”, das quais existem apenas 260 garrafas. Barcelo 2018 resultou de uma fermentação espon-tânea com leveduras silvestres, envelhecido em barril usado e engarrafado sem filtragem.

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inspirado nas heranças do Dão

Sogrape lançou novo Quinta dos Carvalhais Branco Especial

Todo o esplendor da região do Dão e o seu enorme potencial para vinhos brancos de guarda é revelado no novo lote de Quinta dos

Carvalhais Branco Especial. Um vinho que exalta os padrões de qualidade das vinhas da Sogrape na região, num blend elegante, difícil de esquecer.

Este vinho traz consigo uma extraordinária herança do Dão, onde o estágio de vinhos brancos se fazia por longos períodos, em velhos to-neis de carvalho, atravessando várias condições ambientais ao longo do ano e confirmando a excelência da região na produção de vinhos brancos.

Na sua quarta edição, Quinta dos Carvalhais Branco Especial reúne uma combinação de 45% Encruzado, 28% Gouveio, 13% Semillon e 14% de outras castas igualmente típicas da região, resultando num vinho denso e austero, que se apresenta na boca com uma grande amplitude aromática. A acidez é muito viva e está muito bem equili-brada com a riqueza de aromas terciários e com as notas de carva-lho conferidas pelos anos de vida em barrica. Sem dúvida, um lote que faz jus aos seus antecessores!

A enóloga responsável pelos vinhos da marca apresenta este Branco Especial como mais um “grande branco da Quinta dos Car-valhais”. Para Beatriz Cabral de Almeida, “esta é mais uma prova do compromisso que assumimos de explorar o máximo potencial de um terroir de excelência. Além disso, é extraordinário poder acompanhar e observar a evolução dos nossos brancos, que nos dá a conhecer vinhos cheios de frescura e com acidez muito mar-cante”.

O lote que está na base deste Branco Especial reúne a com-plexidade climatérica das oito colheitas de que é composto e o resultado é entusiasmante. É um vinho com um volume ex-traordinário e um final de boca fresco, elegante e harmonioso. “É muitíssimo gastronómico e versátil. Difícil de esquecer!”, conclui Beatriz Cabral de Almeida.

Com um novo rótulo que expressa ainda mais a alma de Quinta dos Carvalhais, Branco Especial é um vinho com uma média de sete anos e com um enorme potencial de guarda, conferido pelo longo estágio em barricas de carvalho francês e pelas castas que compõem o lote.

Foram produzidas apenas 175 garrafas, que já estão no mercado.

Aquando do lançamento de Série Ímpar Ser-cialinho 2017, uma das mais recentes no-

vidades da Sogrape, o mistério quanto à origem desta rara casta portuguesa instalou-se. Após vá-rios contactos com as principais instituições nacio-nais e internacionais dedicadas à genética das cas-tas, a resposta acaba de chegar: Vital e Uva Cão são oficialmente os progenitores da casta Sercialinho.

No universo do vinho, escreve-se história não só a cada nova colheita lançada ou quando um novo vinho ou uma nova marca é apresentada. O vasto mundo das castas de uva esconde, por si só, inúme-ros mistérios e histórias por revelar.

No final de 2019, o lançamento de Série Ímpar – o novo projeto da Sogrape que promove a criação de vinhos de inspiração, originais, especiais e únicos – trouxe consigo um Sercialinho 2017. A chegada deste branco da Bairrada ficou marcada por conversas e con-jeturas acerca dos progenitores desta casta portuguesa, rara, mas de enorme potencial.

A Sogrape tem promovido, em colaboração com par-ceiros nacionais e internacionais, a conservação da di-versidade das castas portuguesas. Por isso, o seu depar-tamento de I&D está a organizar a informação existente sobre as suas genealogias. Ainda antes do lançamento do vinho, já tinha sido confirmado através do ADN que Sercial

Sogrape revela progenitores da rara casta portuguesa

Vital e Uva Cão são oficialmente os progenitores da casta Sercialinho

e Alvarinho não eram os progenitores de Sercialinho, como historica-mente se assumia.

Junto dos principais centros de investigação em genética da videira em Portugal (BIOCANT, INIAV, PORVID) e na Alemanha (JKI), identifi-cou-se o Vital como um dos progenitores, mantendo-se o outro des-conhecido. Recentemente, um estudo luso-espanhol publicado em revista científica de renome confirmou a identidade do segundo pro-genitor: Uva Cão. Esta inesperada descoberta revelou, ainda, uma irmã do Sercialinho – a Malvasia de São Jorge, também conhecida por Malvasia na região da Madeira.

A título de curiosidade, e porque o conhecimento não ocupa es-paço, sabe-se que o Vital é também conhecido em algumas regiões por: Boal Bonifácio, Malvasia Corada e Cagado dos Pardais. Já a Uva Cão é, em alguns casos, designada como Cachorrinho e Ca-sarinho. Apesar da sua invulgaridade apelar aos sentidos da ima-ginação, nenhum destes sinónimos é reconhecido oficialmente.

Numa Sogrape contadora de histórias e ávida por conhecimen-to, estas descobertas dos seus parceiros científicos vêm confir-mar a autenticidade, a origem e a identidade dos seus vinhos, baseados no património botânico e cultural conservado em Portugal.

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a marca líder da região do Dão

Cabriz associa-se a eventos culturais e quer simplificar o consumo de vinho

Cabriz, a marca líder de vinhos da região do Dão, está a associar-se a eventos culturais com tradição e prestígio no país, ou em cir-

cuitos mais alternativos, para simplificar o consumo de vinho e assim aumentar o número de consumidores junto de novos públicos. Estas são duas das principais metas a atingir com esta nova estratégia.

“Pretendemos descomplicar o consumo de vinhos, amplificar os momentos bons da vida e interagir diretamente com os consumi-dores, num conceito de proximidade e capaz de criar uma relação emocional mais próxima”, considera a equipa de marketing de Ca-briz. “Acreditamos que as relações afetivas são as que mais perdu-ram no tempo e aquelas que podem ser um fator decisivo na hora do consumidor escolher o que vai beber”, salientam.

A conquista de públicos que tradicionalmente não consomem vinho é outro dos propósitos da estratégia. Os denominados mi-llenalls, um público mais informado, urbano, e predisposto a ex-periências novas, únicas e exclusivas. “Um público mais apto a consumir outro tipo de bebidas e nós queremos chamar esses consumidores para o mundo do vinho, partilhando valores de sociabilidade, simplicidade, autenticidade e convívio que estão associados a Cabriz”, consideram ainda os responsáveis pelo marketing da empresa.

Recentemente, Cabriz esteve presente na exposição ‘AR-Mosphere 3.0.’, no espaço do ‘Colectivo 284’, em Lisboa, numa mostra de graffiti e arte urbana, e promoveu, no Porto, um concerto intimista com o cantor, autor e violinista brasi-leiro Cauê Nardi. Já no Verão, a marca esteve presente com um espaço próprio no mais antigo festival de música da Pe-nínsula Ibérica, o ‘EDP Vilar de Mouros’.

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A Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA) quer promover uma maior presença dos vinhos algarvios nas cartas dos restaurantes e ho-

téis da região, onde a produção tem aumentado nos últimos anos.À margem da sessão de apresentação da nova imagem da marca

Vinhos do Algarve, que decorreu em Portimão, a presidente da CVA afirmou que o objetivo da estratégia de comunicação agora lançada é “ultrapassar a ideia que muitas pessoas ainda têm de que não há vi-nho na região”. Sara Silva diz que “há vinho de qualidade no Algarve”, mas é importante “criar momentos de contacto” entre produtores e empresários do setor da restauração e da hotelaria.

A promoção dos vinhos algarvios conta com um investimento reforçado de cerca de 120 mil euros para os próximos dois anos, embora, nos últimos anos, mesmo com “um orçamento reduzido” tenham sido feitas ações de promoção em feiras internacionais. No entanto, frisou Sara Silva, a atual aposta da direção é o “mer-cado regional”, já que o volume de produção não permite, por enquanto, uma quantidade suficiente “para exportação”.

A dirigente justificou a aposta com o “enorme potencial” de escoamento da produção através da hotelaria da região, solução que começou a ser explorada por alguns produtores e a comis-são. O objetivo, realçou, é ajudar “a criar momentos de contac-to” e potenciais negócios entre “quem produz e o canal HoReCa [hotéis, restaurantes e cafés]”.

Sara Silva admitiu que a oferta turística regional “ainda não aderiu aos vinhos algarvios” e a quem a CVA pretende mostrar que “há uma aposta na qualidade” e que os vinhos “devem ser apresentados e consumidos” na hotelaria e restauração da re-gião. “Sentimos essa falha, ainda não conseguimos chegar a todo o lado. Tem sido feito um trabalho notório no reconhe-cimento dos vinhos do Algarve, mas ainda há um caminho a percorrer na valorização dessa qualidade e da variedade dos produtos”, destacou.

A questão do preço dos vinhos algarvios, em relação a outros de outras regiões, chegou a ser apontada como um dos entraves à sua comercia-lização, mas é uma situação que “já não se colo-ca”, sublinhou Sara Silva, notando que “há vinhos com preços acessíveis e com boa qualidade”.

A estratégia de promoção envolve ações dirigi-das ao mercado do turismo, nacional e internacio-nal, em parceria com a Região do Turismo do Algar-ve, nomeadamente, em feiras, postos de turismo e no aeroporto de Faro. “Há que aproveitar o facto de estarmos na região de excelência do turismo no país e os milhões de turistas, ao longo e todo o ano, para promover os produtos e oferecer e até uma oferta na área do enoturismo”, concluiu.

Produtores de vinho no algarve triplicam e relançam setor refreado pelo turismo

A produção de vinhos algarvios já ultrapassa um mi-lhão de garrafas e numa década o número de produto-res triplicou, após o abandono quase total das vinhas na região devido ao ‘boom’ turístico a partir da década de 1970.

Há dois anos foi atingido um marco no crescimento na produção, quando foi ultrapassada a barreira de um mi-lhão de selos”, revelou a presidente da Comissão Vitiviní-cola do Algarve (CVA), Sara Silva, acrescentando que o nú-mero de produtores triplicou de 16, em 2010, para 45, no ano passado. Contudo, de acordo com aquela responsável, apenas “30 e poucos estão a colocar produto no mercado ativamente”, sendo que os outros aguardam para lançar o

produto “ainda este ano”, o que faz com que seja expectável um “aumento de referências no mercado” em 2020, sublinhou.

Os Vinhos do Algarve têm registado um au-mento de produção, contando atualmente com cerca de 300 referências, nas várias marcas da re-gião, sendo que a campanha 2018/2019 totalizou mais de 1,3 milhões de garrafas.

No Algarve há atualmente 1.500 hectares de vinha cultivada, mas “apenas 800 são controlados pela comissão e inscritos para a produção de vinho de indicação geográfica e denominação de origem Algarve”, havendo ainda uma parte da vinha que “não é canalizada para a produção de vinho de qua-lidade”, informou. No entanto, há uma previsão de crescimento, já que existem “vários projetos” para novas plantações, “seja de produtores já inscritos na CVA” ou de potenciais novos produtores, sendo que em 2019 houve pedidos para um aumento de cerca 150 hectares para novas plantações para produção de vinho certificado.

O crescimento do número de produtores e da área de vinha cultivada dá-se após um período de declínio do setor, sobretudo no litoral, onde, a partir 1970 as vi-nhas foram sendo substituídas por campos de golfe e empreendimentos.

A adega cooperativa de Lagoa, por exemplo, chegou a produzir por ano quase quatro milhões de litros de vinho, sendo que era o vinho desta zona do Algarve que abaste-cia os militares que lutavam nas ex-colónias portuguesas em África. Formada por agremiação de agricultores locais em 1944 e oficialmente declarada em 1951, foi a primeira

do país onde se formularam os processos legais e os procedimentos que estiveram na base da criação das muitas adegas que se lhe seguiram.

Lamentando não ser possível aferir dados fiáveis de vendas reais dos vinhos algarvios, a presidente da CVA adiantou que na campanha de 2018 foi atingido o recorde de “um milhão e 400 mil selos”, divididos pelas cerca de “300 referências das várias marcas da região”. Em 2019 foram vendidas menos 100 mil garrafas, no que Sara Silva classificou como “variações normais”, já que há anos em que os produtores lan-çam “mais vinhos de reserva ou lotes especiais”.

No último ano, a CVA efetuou um controlo “muito intenso” ao cadastro dos viticultores, para que se tenha uma “noção real” dos hectares de vinha existentes na região e seja possível “garantir a proveniência das uvas”, que é a “essência” de todo o processo de certificação, realçou. “Temos uma aposta na certificação dos nossos produtos de qualidade, que passa por técnicos formados, por um rigor na análise em todos os momentos, desde a vinha até à colo-cação do selo e no controlo do mercado”, afirmou, reforçando que assim “se garante ao consumidor” que o produto tem “garantia de qualidade”.

As vendas dos vinhos algarvios “têm crescido” na restauração, acima de tudo no Algarve, região para onde é escoada 80% da produção, já que a produção “não permite muito mais”. Segundo Sara Silva, apenas 10% da produção é exportada, através de con-tactos diretos, uma vez que 40% dos produtores são estrangei-ros, o que “facilita a venda no mercado europeu”.

A região demarcada do Algarve data de 1980, existindo qua-tro regiões que produzem vinho com Denominação de Origem: Lagoa, Lagos, Portimão e Tavira.

apesar de escoar cerca de 80% da produção

Comissão Vitivinícola quer mais vinhos do Algarve nos restaurantes da região

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FlashesVinhos do Dão e Bairrada juntos na Quinta das Lágrimas

Os vinhos do Dão e da Bairrada estiveram ‘juntos’ numa mostra de vinhos que decorreu na Quinta das Lágri-

mas, numa iniciativa dos alunos da Escola Superior de Hote-laria de Coimbra.

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Penetrei o monte sem saber o que me esperava. De pastorícia não conhecia nada além do imaginário construído pelos contos da mi-

nha infância. Desenhava-me o pastor a conduzir o rebanho para o cimo da serra de manhã cedo, ao crepúsculo, sempre à frente com seu cajado e acompanhado de seu fiel cão. Atrás, calmamente, seguiriam as cabras ao ritmo dos chocalhos e da flauta do pastor. “Uma vida tão bonita, que até os santos gostavam dela e os poetas antigos a cantavam! […] O céu por cima, o ar livre, o nascer do Sol visto lá do alto... À noite, as estre-las...” (Ferreira de Castro, A Lã e a Neve, 1947).

A realidade encontrada nessa serra do Alvão, porém, era outra. A harmonia entre o pastor, os cães, as cabras e a paisagem até lá esta-vam; a beleza dos montes ondulados a perder de vista também se dizia presente; mas os versos dos poetas ofuscados pelo bucolismo esqueciam que a pastorícia era mais um trabalho, como um outro qualquer.

Saímos do curral às 10 horas da manhã. O sol, apesar de forte, via-se amenizado por uma brisa que vinha do Oeste. Armado de um bastão de caminhada emprestado pelo Pastor, tentava arduamente segui-lo pelo monte sem demonstrar receio quanto à minha capa-cidade de terminar nossa jornada laboral. A temperatura amena daquela serra autorizava um longo e contínuo percurso até o pôr do sol, às 21 horas.

As cabras Bravias pareciam perfeitamente adequadas àquela paisagem. Pequenas e robustas, elas saltavam felizes de buraco em pedra, a cumprir metodicamente o percurso planeado, en-quadradas por três cães. Dantes os cães que por ali se via eram ‘vira-latas’ quaisquer. Hoje, o Pastor podia contar com o serviço infalível de cães pastores de raça Castro Laboreiro, introduzi-dos por uma associação de conservação do lobo ibérico há uns quinze anos para melhorar a proteção aos rebanhos e erradi-car o abate retaliativo de lobos.

Os três Castros Laboreiros ordenavam orgulhosamente o re-banho, a fêmea na frente, o macho de mais idade nas laterais e o macho jovem atrás. É certo que a fêmea e o macho ido-so abandonaram por vezes o ofício para estar connosco em busca de descanso e lanche, mas sem jamais perder de vista o rebanho. O jovem macho, por sua vez, não deixou nunca o serviço. Nós apenas observávamos o movimento de longe

CróniCas rurais ii

e, quando muito, intervínhamos para guiar os animais aos pontos de água. Como os huma-nos, naturalmente, as cabras se desidratam du-rante o percurso e é necessário dessedentá-las para que continuem a alimentar-se.

Esta serra do Alvão é rica em água e o Pastor tinha também o privilégio de desfrutar de água sempre gelada nas abundantes nascentes que jaziam. Eu, enquanto isso, teimava em carregar minhas garrafinhas de água já morna e esquivava--me de beber na ‘fonte’ a cada nova paragem, até minha água acabar. Com sede e receoso, cedi ao convite de compartilhar a nascente.

Inexperiente e desajeitado, precipitei meu rosto na poça de água cristalina para me refrescar um pouco e limpar o suor que escorria pelas sobrance-lhas, contaminando, por inadvertência, a água que íamos beber. Muito diplomático, e provavelmente espantado pela minha falta de bom senso, o Pastor simplesmente comentou: “agora há de esperar um pouco antes de beber!”. A água da fonte era de fato saborosa e de ali em diante passei a beber nas nascen-tes com ele.

O pastoreio de percurso praticado no Alvão é peculiar a esta região. À medida que visitava diferentes serras, apercebia-me que não havia um único padrão e que o percurso dependia intrinsecamente do clima, da paisa-gem, da localização dos alimentos, mas também refletia diferenças geracionais entre pastores tradicionais e no-vos pastores.

Na serra da Peneda, por exemplo, tive a ocasião de observar um maneio diferenciado. As cabras cruzavam o cimo da montanha sozinhas, acompanhadas apenas de dois cães de guarda. Elas eram geolocalizadas em tempo real e o pastor monitorava o progresso do percurso direta-mente no seu telemóvel. Quando estas chegavam ao outro lado da serra, o Pastor ‘hightech’ pulava no carro, contor-nava a serra e ia ao encontro do rebanho para ordenar a

meia-volta. Horas depois, ele dirigia-se ao estábulo para acolhê-las de volta e assim, durante o dia, ter tempo para se dedicar a outras atividades da quinta.

Um responsável de um baldio resumiu-me as diferentes abordagens de forma judiciosa: os novos pastores são mais planificados, me-ticulosos, e apoiam-se em conhecimentos va-lidados na literatura; os pastores tradicionais tomam suas decisões na hora, baseadas no co-nhecimento secular dos animais e do ambiente transmitidos de geração em geração. É certo que novos pastores, não tendo sidos iniciados na pro-fissão, estão sujeitos a uma maior liberdade de improviso e de inovação, como pude experenciar na serra do Açor.

Lá, o maneio dos animais foi um tanto ou quanto peculiar: a caminhada e o cajado foram substituí-dos por um veículo. Quando visitei, calhou de ser um carro, mas o Pastor confidenciou usar também bicicleta ou ir montado num burro. Enquanto, o re-banho trafegava calmamente à beira da via rural, o Pastor do Açor guiava as cabras da janela do carro. Ele confidenciou não dominar muito as técnicas for-mais e ler bastante para aprender. É um aprendizado constante, confessou.

Face ao improviso construtivo do Pastor do Açor, o Pastor do Alvão dispunha de um conjunto de conheci-mentos e práticas seculares. Nosso percurso do dia, por exemplo, havia sido determinado por um ator exógeno e não menos importante: o vento!

O Pastor explicou-me que as cabras preferem cami-nhar contra o vento para se protegerem e, assim, farejar predadores ou perigos à proximidade. Astuto, o Pastor disse-me que esse conhecimento nem os zootécnicos possuíam. Tive de concordar posteriormente com ele quando num evento académico sobre pastorícia a infor-mação soou como novidade.

Um dia no monte: Pastor por um diaPor Júlio Sá Rêgo

“Minha alma é como um pastor,conhece o vento e o solE anda pela mão das Estaçõesa seguir e a olhar”.(Alberto Caeiro, 1925, poema I)

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Os resultados preliminares de um estudo científico que está a decorrer em termas da região Centro, nomeadamente em São

Pedro do Sul e Unhais da Serra, demonstram que a inalação de águas minerais sulfúreas é eficaz para aliviar os sintomas e tratar quem so-fre de rinite e rinossinusite crónica.

A rinite e rinossinusite crónica são doenças que têm como base a inflamação da mucosa respiratória do nariz. Desde há muito que a inalação de aerossóis de água mineral natural sulfúrea é uma tera-pêutica recomendada para melhorar a resistência e o fluxo nasal, conhecendo-se o seu papel anti-inflamatório e tratando assim di-versas patologias das vias respiratórias. No entanto, a base cientí-fica de tal ação terapêutica é principalmente empírica, baseada no conhecimento adquirido ao longo do tempo e não em evidências científicas. Embora existam estudos científicos não controlados, faltam estudos científicos com desenho robusto (ensaios clínicos controlados com placebo) que avaliem a eficácia das águas mi-nerais sulfúreas na mucosa respiratória – uma lacuna a que esta investigação procura dar resposta.

O estudo, conduzido por uma equipa de investigadores da Universidade da Beira Interior (UBI) e coordenado pelo Profes-sor Luís Taborda Barata, foi dividido em duas partes: uma fase de investigação in vitro e um ensaio clínico.

A fase de investigação in vitro teve como objetivo verificar a eficácia das águas minerais naturais sulfúreas na mucosa respiratória nasal, em três vertentes: as suas capacidades his-toprotectoras (de proteção e regeneração dos tecidos), as suas capacidades imunomoduladoras (de alterar a resposta imunológica) e as suas capacidades protetoras contra a toxi-cidade de agentes ambientais.

revela uma investigação da universidade da beira interior

Águas termais da região Centro são eficazes no tratamento da rinite crónica

Na primeira vertente, a análise in vitro, usando um aparelho de exposição experimental, verifi-cou que a nebulização com água mineral natural sulfúrea melhorou de forma notória a resistência de fragmentos de mucosa nasal, com efeitos visí-veis após nebulizações de dois minutos, o que não se verificou quando as nebulizações eram efectua-das com soro fisiológico. Ao mesmo tempo, as ne-bulizações com água sulfúrea associaram-se a uma diminuição dos níveis de quimiocinas, moléculas que contribuem para inflamações. Desta forma, segundo a equipa de investigadores, parece ser evidente o efeito protetor das águas minerais naturais sulfúreas em re-lação à inflamação num modelo experimental de rinite crónica alérgica, embora estudos complementares se-jam necessários.

Na segunda vertente, concluiu-se que, sob ação da água mineral natural sulfúrea, houve uma redução signi-ficativa da proliferação de culturas de linfócitos T, células que são as principais intervenientes na coordenação das respostas inflamatórias. Na terceira vertente, a análise in vitro visou verificar se a água mineral natural sulfúrea teria alguma eficácia perante a exposição a factores tóxicos am-bientais como o mercúrio, em concentrações relevantes para a saúde humana. As conclusões foram particularmen-te animadoras: a água mineral natural sulfúrea registou um efeito protetor generalizado ao mercúrio, muito evidente em comparação com o efeito do soro fisiológico. Um efeito de tal forma importante que os investigadores sugerem ago-

ra testar o efeito protetor destas águas em rela-ção a outros químicos voláteis e contaminantes aos quais estamos regularmente expostos.

Ensaio clínico vai envolver 200 pacientes

Após os resultados promissores da fase de estu-do in vitro, a equipa de investigadores da UBI vai agora realizar um ensaio clínico, que visa verificar os efeitos das águas minerais sulfúreas em doentes com rinite e rinossinusite crónica. Um total de 200 pacientes serão envolvidos no ensaio, que já foi apro-vado pelo Infarmed e está em fase de registo interna-cional no clinicaltrials.gov.

Para o Professor Luís Taborda Barata, coordenador da investigação, este estudo irá permitir avaliar de forma cientificamente rigorosa as propriedades tera-pêuticas das águas minerais sulfúreas no tratamento de rinite / rinossinusite crónica: “Da forma como está desenhado, como um ensaio clínico duplamente cego e controlado com placebo, efectuado em duas unidades termais com águas sulfúreas, envolvendo 200 doentes com rinite ou rinossinusite crónica, este será um estudo pioneiro a nível mundial. Foi planeado com o máximo de rigor e cumpre todos os preceitos científicos e éticos, ten-do sido aprovado pela Comissão de Ética do Infarmed. As equipas clínicas e técnicas das unidades termais envolvidas estão entusiasmadas e está previsto o ensaio clínico ter iní-

cio em abril do corrente ano. Caso se comprove a eficácia clínica no âmbito da patologia nasal, espera-se, numa fase posterior, submeter novos projetos, no âmbito de outras doenças respiratórias, como a asma brônquica e a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC)”

Adriano Barreto Ramos, coordenador da rede Termas Centro, sa-lienta o impacto que esta investigação pode ter para as estâncias ter-mais da região. “Desde tempos muito antigos que se sabe que os tratamentos termais são eficazes para combater várias doenças do foro respiratório e não só. Mas não se sabia exatamente o como nem o porquê. Ao responderem a estas questões, de forma estrita-mente científica, esta e outras investigações assumem uma impor-tância enorme para o reconhecimento das estâncias termais como parceiros privilegiados para quem procura tratamentos eficientes e naturais. Aguardamos com muita expetativa, pelas potencialida-des que tem, os resultados do estudo, no que se refere às proprie-dades imunomodeladoras”, destaca.

O estudo conta com o apoio da rede Termas Centro e é da autoria dos investigadores Luís Taborda Barata (Coordenador Geral), Ramiro Pastorinho (Biólogo), Fernando Arosa (Bioquími-co), Elsa Cardoso (Bioquímica), Olga Lourenço (Farmacêutica), Mafalda Fonseca (Bioquímica), Luiza Granadeiro (Farmacêuti-ca), Joana Viegas (Bioquímica) e Ana Filipa Esteves (Bioquími-ca). Conta ainda com equipas de clínicos e técnicos em cada unidade termal, liderados pelo Dr. António Jorge Santos Silva (Termas de Unhais da Serra) e pelo Dr António Sousa Gomes (Termas de São Pedro do Sul).

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PERÍODO DE APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS

De 20 de fevereiro a 30 de abril de 2020

ADICES/PACTO 2020 Águeda| Carregal do Sal| Mortágua| Stª Comba Dão| Tondela

ADICES:

232 880 080|[email protected]

Consulta de Anúncios e Legislação em www.pdr-2020.pt ou www.adices.pt

5.º CONCURSO

Operação 10.2.1.1 PEQUENOS INVESTIMENTOS NAS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS

Investimentos em ações cujo custo total elegível apurado, em sede de análi-se, seja igual ou superior a 1.000€ e inferior ou igual a 40.000€ e incidam na área geográfica correspondente ao território de intervenção do GAL ADICES, de modo a promover a melhoria das condições de vida, de trabalho e de pro-dução dos agricultores, bem como contribuir para o processo de moderniza-ção e de capacitação das empresas do setor agrícola.

Segundo dados do instituto Português do mar e da atmosfera

Fevereiro deste ano foi o mais quente em Portugal desde 1931O mês de Fevereiro, em Portugal, foi o mais quente deste

1931, com uma temperatura média do ar de 12,43º Cel-sius. O valor médio da temperatura máxima do ar também foi o mais alto deste 1931, de 17,89°C. Caracterizou-se como um mês “extremamente quente e seco”, sendo o mais quente des-de 1931, com uma temperatura média do ar de 12,43º Celsius (+2.45).

Segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfe-ra (IPMA), o valor médio da temperatura máxima do ar situou--se nos 17,89° C e foi também o mais alto desde 1931, com uma anomalia de +3.51° C. O valor médio da temperatura míni-ma do ar foi de 6,96° C, também superior ao normal (+1.39° C), sendo o décimo valor mais alto desde 1931 e o segundo mais alto desde 2000 (o mais alto foi em 2008).

Durante o mês de Fevereiro, o IPMA destaca que no território nacional a temperatura máxima diária registou-se “sempre aci-ma do valor médio mensal”, sendo de realçar os períodos de 2 a 3 e de 21 a 24, com valores médios diários superiores a 20°C;

A temperatura média diária foi também sempre acima do va-lor médio mensal, exceto no dia 18, enquanto a temperatura mínima diária ficou acima do valor médio mensal nos primeiros 17 dias do mês e a 29 de Fevereiro. Nos dias 23 e 24 foram ultrapassados os maiores valores da temperatura máxima do ar para o mês de Fevereiro em cerca de 40% das estações meteo-rológicas da rede IPMA.

Fevereiro de 2020 foi o quinto mês mais seco desde 1931 (o mais seco foi em 2012), pois o valor médio da quantidade de precipitação foi de 16.6 mm, correspondendo apenas a 17% do valor normal (1971-2000, com 100 mm.

Em termos de distribuição espacial, os valores de precipi-tação foram inferiores ao normal em todo o território, sendo que em grande parte das regiões o valor foi inferior em 25% do normal.

No final do mês de Fevereiro verificou-se, em relação ao final de Janeiro, uma diminuição significativa dos valores de percen-tagem de água no solo em todo o território, sendo de destacar alguns locais das regiões do Baixo Alentejo e Algarve, com valo-res inferiores a 20%.

De acordo com o índice PDSI (índice de severidade de seca), no final Fevereiro aumentou a área e a intensidade da seca me-teorológica nas regiões a sul do Tejo sendo de realçar as regiões do Alentejo e Algarve nas classes de seca severa e extrema. Nas regiões a norte do Tejo diminuiu significativamente a área das classes de chuva.

A distribuição percentual por classes do índice PDSI no terri-tório é a seguinte: 0,8 % chuva moderada, 9,1 % chuva fraca, 37,5% normal, 11% seca fraca, 15,1% seca moderada, 19,2% seca severa e 7,3% seca extrema.

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Sernancelhe, a Terra da Castanha, vai ter o primeiro Centro In-terpretativo da Castanha Martaínha em Portugal, prevendo-se

que fique concluído durante este ano. Quase três décadas depois deste território ter apostado, de forma decidida, na castanha como marca e esteio económico, hoje o fruto é parte da identidade local e símbolo de celebração cultural, que Sernancelhe quer valorizar ainda mais, em especial junto das novas gerações, do público es-colar e virado preparado para o turismo.

Na principal entrada da Vila de Sernancelhe, a poucos metros do Expo Salão, e no acesso à Seara, a maior mancha de casta-nheiros da variedade martaínha em Portugal, está em constru-ção um equipamento singular, que promete dar à castanha dos Soutos da Lapa o sentido pedagógico que é necessário para chegar junto das escolas e, para quem visita o concelho e a região será um novo espaço com importantes argumentos tu-rísticos, podendo ser um ponto de partida para a descoberta dos soutos seculares ou do património do Centro Histórico ou do Planalto da Lapa.

Este espaço interpretativo está também localizado na Rota dos Caminhos de Santiago, mais exatamente do Caminho de Torres, recentemente sinalizado, e que liga historicamente Salamanca a Santiago de Compostela, sendo que mais de

300 quilómetros são efetuados em Portugal, sendo Sernancelhe referenciado por possuir na fachada sua Igreja Românica uma imagem do apóstolo Santiago, o que confere acrescido simbolismo à passagem dos peregrinos pelo nosso Concelho. Passagem que co-meça pela Ponte do Abade, percorre as vereadas dos soutos da Seara, passa ao lado do futuro Centro Inter-pretativo da Castanha e segue em Direção do Centro Histórico.

Com um custo total de cerca de 250 mil euros, com-participados pelo Turismo de Portugal, Programa Va-lorização Turística do Interior, este espaço terá ainda importantes valências culturais e sociais, com zona de exposição, sala de projeção e espaço para showcooking e workshops. O Centro Interpretativo dará a conhecer a cultura da castanha, como fica bem patente nas imagens que anexamos.

Ficará concluído durante o ano 2020

Sernancelhe vai ter Centro de Interpretação da Castanha Martaínha

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Há um novo regulamento de acesso à Re-serva Natural da Montanha do Pico, que

passa a prever a possibilidade de os visitantes autónomos efetuarem reservas através de uma plataforma eletrónica, o que até agora estava li-mitado às empresas que operam naquela área protegida.

A nova plataforma eletrónica, que foi apresenta-da pelo director Regional do Ambiente na Casa da Montanha, estará disponível, a partir de 1 de Abril, através do endereço montanhapico.azores.gov.pt, coincidindo com a entrada em vigor do novo regu-lamento.

Entre as alterações introduzidas, além das novas regras para as reservas através da plataforma ele-trónica, Hernâni Jorge destacou “o alargamento do período de funcionamento da Casa da Montanha nos meses de Abril e Maio, simultaneamente com a inter-dição de subidas fora dos períodos em que está aberta ao público”. O diretor Regional salientou, no entanto, que esta interdição não se aplica “a residentes nos Aço-res”.

Por outro lado, tendo em vista a segurança dos visi-tantes e a preservação do património natural, Hernâni Jorge frisou “a exigência das empresas disponibilizarem, pelo menos, um Guia de Montanha por cada grupo de 12 visitantes, quando o limite até agora era de 15 visitantes por guia”. No mesmo sentido, revelou que vai ser reduzido

O Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou que foi dado mais um passo no processo de registo do Alho da Graciosa

como Indicação Geográfica Protegida (IGP), através da assinatura do despacho que valida o pedido da Adega e Cooperativa Agrícola da Gra-ciosa e que será submetido formalmente à Direção Geral da Agricultu-ra e Desenvolvimento Rural, entidade a quem compete apresentar o pedido à Comissão Europeia.

“Findo o prazo da consulta pública do pedido de registo do Alho da Graciosa IGP e não tendo havido qualquer manifestação de opo-sição, iniciamos agora uma nova etapa neste processo, que reúne todas as condições para ser validado pela Comissão Europeia”, re-feriu João Ponte.

Para o governante, a denominação IGP constitui uma proteção importante para a cultura do alho ao nível da notoriedade da produção e da garantia de qualidade junto dos mercados e dos consumidores, que traz mais valias aos produtores, melhorando o seu rendimento, promovendo novas oportunidades de negócio e contribuindo para o crescimento e modernização da economia da ilha.

“O regime de certificação da União Europeia constitui, por si só, uma garantia e uma marca de qualidade que os nossos produtos agrícolas devem ambicionar, pelo que tal acarreta de

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notoriedade e valorização junto dos mercados e dos consumidores”, frisou.

O Secretário Regional considerou que a Gra-ciosa tem excelentes condições naturais para a produção de alho, bem como infraestruturas mo-dernas e capazes de responder ao crescimento da produção, como é o caso da nova Adega e Coope-rativa, além de um apoio técnico preparado para ajudar a valorizar ainda mais uma produção tradi-cional e emblemática.

Nesta ilha, com cerca de uma dezena de produ-tores, existe uma área aproximada de sete hectares dedicada à cultura do alho, com uma produção de cerca de 25 toneladas anuais. O alho implementou--se com sucesso na ilha Graciosa desde a chegada dos primeiros povoadores, no início do século XV, devido às condições edafoclimáticas propícias ao seu cultivo.

O Secretário Regional da Agricultura recordou que, além do Alho da Graciosa IGP, está também em fase de registo a certificação da Manteiga DOP e do Chá DOP, estando em fase de avaliação a Anona e a Banana dos Açores.

Governo dos açores deu mais um passo com vista ao registo

Alho da Graciosa a caminho de ‘ter’ Indicação Geográfica Protegida Plataforma eletrónica foi apresentada pelo director regional do ambiente

Acesso à Montanha do Pico com novas regras a partir de Abril

“o tempo máximo de permanência, assim como um aumento da taxa de acesso ao Piquinho, a zona mais vulnerável da Montanha do Pico”.

Para o Diretor Regional, estas alterações surgem do “imperativo de melhoria constante na gestão e valorização dos recursos e valores na-turais e culturais da área protegida”, o que “exige não só a regulamen-tação das intervenções suscetíveis de provocarem impactes e a sua adequação à dinâmica verificada e à experiência acumulada, como a capacidade efetiva de controlo dos acessos, que só é possível pela existência da Casa da Montanha e das condições, recentemente me-lhoradas, que esta oferece”.

“O sucesso e a eficácia da preservação do património natural em áreas com presença humana ou procuradas por visitantes passa, necessariamente, por uma gestão ativa desses espaços, integrando esses usos e atividades de forma sustentável”, afirmou.

Hernâni Jorge referiu que “a gestão ativa do património natural não colide com o desenvolvimento ou a inovação e, sem prescin-dir da sua preservação, pode ser geradora de oportunidades de negócio e de emprego”. “Não podemos ficar amarrados a perspe-tivas dogmáticas, que conduzem, inevitavelmente, à degradação ambiental e à estagnação económica, seja daqueles que acham que qualquer regra ambiental constitui um entrave ao desenvol-vimento, seja dos que vêem um crime ambiental em qualquer intervenção no território”, frisou.

A Montanha do Pico é uma das mais antigas áreas protegi-das do país, classificada desde 1972, tendo sido escalada por 20.049 pessoas em 2019.

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A UPL, uma das cinco maiores empresas de soluções agrícolas do mundo, apre-

senta-se ao mercado português sob o lema OpenAg, uma rede de agricultura aberta que alimente todos, sem limites e sem fronteiras. A empresa deu a conhecer o seu portfólio integra-do de biosoluções e fitofármacos para proteção das culturas agrícolas em Viseu e Alcobaça.

A UPL pretende envolver todos os atores da cadeia de valor alimentar - agricultores, grossis-tas, cadeias de grande distribuição alimentar e consumidores - através do conceito OpenAg. “O nosso objetivo é ajudar os agricultores portugue-ses a produzir mais e melhores alimentos, com um nível de resíduos próximo do zero, dando resposta ao mercado e aos consumidores

nacionais e europeus, cada vez mais exigentes em qualidade e segurança alimentar”, explica Sérgio Trindade, responsável comercial da UPL em Portugal.

Esta nova forma de encarar o negócio da proteção das culturas está a ser implementada a nível interna-cional pela UPL através do programa Pronutiva, que integra soluções biológicas (bioproteção, bioestimu-lantes e bionutrição) e produtos convencionais para controlo de pragas e doenças nas culturas agrícolas.

O Pronutiva teve início no Brasil há mais de uma década e expandiu-se para a Europa, alcançando re-sultados promissores na Polónia, Alemanha e, mais re-centemente, em Espanha. Neste último país, a UPL está a realizar ensaios na cultura da maçã, em parceria com o instituto de investigação agrária da Catalunha, o IRTA, aplicando a sua gama integrada de soluções. O objetivo é aumentar a quantidade e a qualidade da fruta e atingir um nível de resíduos próximo do zero. O programa está especificamente orientado para o controlo do pedrado e

O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é a leguminosa de maior consu-mo humano mundial, com 12 milhões de toneladas produzidas

anualmente. Uma das doenças mais devastadoras para a sua produ-ção é a fusariose, causada pelo fungo Fusarium oxysporum, presente nos solos, que infecta as raízes das plantas levando ao apodrecimen-to do caule e à perda prematura das folhas, entre outros sintomas.

A resposta a esta doença poderá estar no ainda pouco explorado germoplasma português de feijão, revela um trabalho publicado na revista Phytopathology APS pelo laboratório PlantX, liderado pela investigadora Carlota Vaz Patto do ITQB NOVA. O germoplasma vegetal é um conjunto de recursos genéticos, como sementes e outros órgãos de propagação de plantas. Portugal tem um germo-plasma de feijão muito promissor, que resulta do cruzamento de variedades originárias da América do Sul e da América Central e da seleção efetuada pelos agricultores desde que esta cultura foi introduzida no país, no século XVI.

Algumas das características interessantes deste germoplasma são a qualidade nutricional, a resistência à seca e a doenças. O pouco conhecimento deste recurso tem dificultado a sua utili-zação em programas de melhoramento genético.

Pela primeira vez, uma coleção diversificada, com centenas de variedades tradicionais de feijão português, foi investigada para identificar regiões do genoma associadas à resistência à fusariose. O estudo encontrou importantes marcadores mo-leculares que poderão ser usados para selecionar de uma forma mais rápida e eficiente novas variedades de feijão re-sistentes a esta doença.

Mais de metade das amostras de feijão português analisa-das são total ou parcialmente resistentes à fusariose. Essa

Fornece novas pistas para um sistema de produção mais sustentável.

Feijão Português pode ter a resposta no combate à fusariose

resistência é controlada por vários genes, tendo sido identificadas várias regiões do genoma do feijão associadas a esta caraterística localizadas ao longo de quatro cromossomas diferentes. Alguns desses genes estão relacionados com a produção de compostos antimicrobianos de largo espectro, naturalmente sintetizados pelas plantas.

Os resultados serão agora aplicados num novo programa de melhoramento genético do feijão para desenvolver variedades mais resistentes, responden-do às preocupações dos agricultores e consumidores por uma agricultura mais sustentável com menos fun-gicidas.

O trabalho agora publicado resulta de uma colabora-ção do ITQB NOVA com o Instituto de Agricultura Sos-tenible - Consejo Superior de Investigaciones Científicas (IAS - CSIC, Espanha), o U.S. Department of Agriculture - Agricultural Research Service (USDA-ARS, EUA) e a Wa-geningen University & Research (WUR, Holanda).

apresenta-se ao mercado sob o lema openag

UPL promete revolucionar a agricultura em Portugal

do pulgão-lanígero. Em Portugal, a UPL vai avançar com um programa de ensaios semelhante em Armamar e Alcobaça.

“Estima-se que em 2022 as biosoluções representarão 10% do mercado total da proteção das culturas a nível mundial e a UPL assume-se como líder neste segmento. Somos uma empresa global com presença local, queremos viver e sentir o mercado português e vamos trazer soluções inovadoras para a proteção das culturas”, assegura Sérgio Trindade.

No portfolio da empresa destaca-se a linha de bioestimulantes Göe-mar, fabricados à base da alga marinha Ascophyllum nodosum, colhida da costa da Bretanha, em França, e processada nos laboratórios Göe-mar, que há mais de 40 anos investigam e desenvolvem produtos para agricultura à base de algas. Estes bioestimulantes ativam o metabo-lismo das plantas, melhorando a floração, o vingamento e a engorda dos frutos.

No segmento do biocontrolo, a estrela da companhia é o fungicida biológico Vacciplant, formulado à base da alga Laminaria digitata. O produto atua como um indutor das auto-Defesas das plantas, prote-gendo-as dos ataques dos agentes patogénicos, sem deixar resíduos na fruta.

Nas Jornadas Técnicas de Fruticultura realizadas pela UPL no INIAV em Alcobaça os técnicos das organizações de produtores presentes fizeram uma apreciação positiva das soluções apresen-tadas pela empresa. “Devido às exigências dos nossos clientes e dos consumidores, que querem fruta de qualidade e isenta de resíduos químicos, a Cooperfrutas está sempre em busca de no-vas alternativas. A gama de biosoluções da UPL parece-me uma mais-valia

neste caminho para uma agricultura resíduo zero”, disse Carla Germano, técnica da Cooperfrutas.

Anabela Maurício, técnica da Frubaça, reforçou a ideia, afir-mando que “estratégias como a apresentada pela UPL são de facto importantes para responder às exigências dos supermer-cados e dos consumidores. Os agricultores precisam deste tipo de soluções para controlar o crescente número de pragas e doenças nos pomares, sem deixar resíduos na fruta”.

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Reunião de Primavera da SPPF16e17deabril’20

Sistemas agropecuáriosextensivos na regiãodo Campo Branco

Castro Verde Cineteatro Municipal

ASSOCIAÇÃO DE AGRICULTORES DO CAMPO BRANCO

apoioorganizaçãoINFORMAÇÕES www.sppf.ptCONTACTOS [email protected]

41ª

INSCRIÇÕESONLINE

concursos nacionais leguminosas, ervas aromáticas e licores

Manjericão e Licor de Figo Seco são “os melhores dos melhores”

O “Manjericão”, produzido pela empresa Aromáticas Vivas de Viana do Castelo, e o “Licor de Figo Seco”

produzido por Natália Maria Oliveira das Neves Filipe – Li-cores Artesanais Segredos da Tradição, de Torres Novas, conquistaram o prémio de o “Melhor dos Melhores” no VIII Concurso Nacional de Ervas Aromáticas Tradicionais Portu-guesas e no IX Concurso Nacional de Licores Tradicionais, respectivamente. Os Concursos Nacionais de Leguminosas, Ervas Aromáticas e Licores realizaram-se em Fevereiro, no Centro Nacional de Exposições, em Santarém.

Já o Chícharo de Alvaiázere produzido por LDCA – Produ-ção e Comércio de Licores, Lda, de Alvaiázere, conseguiu a “Medalha de Ouro” no I Concurso Nacional de Leguminosas Tradicionais Portuguesas.

Estas iniciativas, que o CNEMA realizou em conjunto com a Qualifica/oriGIn Portugal, tiveram como objetivo estimu-lar a produção de qualidade, dar a conhecer os melhores produtos nas diferentes regiões do país, incentivar o seu consumo, promover o encontro de produtores, empresas, técnicos e apreciadores.

Com a realização destas atividades o Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas pretendeu premiar, pro-mover, valorizar e divulgar a qualidade, especificidade e a diversidade dos produtos portugueses.

As florestas tropicais estão a perder a capacidade de absorver dióxido de car-

bono emitido para a atmosfera, segundo um estudo realizado ao longo de 30 anos sobre centenas de milhares de árvores. A investigação liderada pela universidade britânica de Leeds, publicada na revista Nature, revela que as flores-tas tropicais começaram a passar de depósitos de dióxido de carbono para emissores daquele gás que provoca o efeito de estufa.

As florestas tropicais sequestram o carbono, re-tirando-o da atmosfera e depositando-o nas árvo-res, combatendo assim lentamente as alterações climáticas, mas os novos dados indicam que essa capacidade atingiu o seu pico na década de 1990 e tem vindo a diminuir.

A equipa de cientistas analisou três décadas de crescimento e morte de árvores em 65 florestas tro-picais virgens em África e na Amazónia e chegou à conclusão que na década passada, a capacidade de sequestro de carbono da floresta diminuiu em um terço, o que acontece porque mais árvores morrem e a floresta perde a capacidade de capturá-lo.

Mais de 100 instituições colaboraram na investiga-ção que demonstra pela primeira vez em larga escala que já está a acontecer uma perda preocupante num modelo que normalmente se considerava a salvo nas próximas décadas.

O aumento de dióxido de carbono na atmosfera fa-vorece o crescimento de árvores, “mas a cada ano este efeito está a ser neutralizado pelos impactos negativos das temperaturas altas e das secas que atrasam o cresci-mento das árvores e as podem matar”, afirmou o inves-tigador e principal autor do estudo, Wannes Hubau, da Universidade de Leeds, no norte de Inglaterra.

“Combinando dados de África e da Amazónia, começá-mos a perceber porque estão estas florestas a mudar, prin-cipalmente por causa dos níveis de dióxido de carbono, das temperaturas, secas e das dinâmicas florestais”, acrescen-tou. O que os dados mostram é “um declínio futuro a longo

revela uma investigação liderada pela universidade britânica de leeds

Florestas estão a perder capacidade de retirar dióxido de carbono da atmosfera

prazo” em África e que a Amazónia “continuará a enfraquecer rapidamen-te” até se tornar uma fonte de carbono em meados da década de 2030.

Na década de 1990, as florestas tropicais virgens retiraram cerca de 46 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera, des-cendo para 25 mil milhões de toneladas na década de 2010. O que se perdeu é o equivalente ao que França, Alemanha, Reino Unido e Canadá emitem em conjunto durante dez anos para a atmosfera pelo consumo de combustíveis fósseis. Em percentagem, de 17% das emissões provo-cadas pela atividade humana retiradas na década de 1990, passou-se para apenas 6% vinte anos depois. As florestas perderam 33% da sua capacidade de reter dióxido de carbono e a área de floresta intacta diminuiu 19%, enquanto as emissões aumentaram 46%.

O investigador Simon Lewis, da faculdade de geografia da Universi-dade de Leeds, notou que “as florestas tropicais intactas continuam a ser um sequestrador de carbono vital, mas sem políticas que per-mitam estabilizar o clima da Terra é apenas uma questão de tem-po até já não serem capazes de absorver dióxido de carbono”. As perdas começaram primeiro na Amazónia em meados dos anos 90, enquanto em África começaram quinze anos mais tarde.

A diferença explica-se por as florestas amazónicas serem mais dinâmicas que as africanas e estarem mais sujeitas a impactos cli-máticos fortes, com temperaturas mais altas, com subidas rápidas, e secas mais severas e frequentes.

Os autores ressalvam que as florestas tropicais ainda são enor-mes reservatórios de carbono, armazenando 250 mil milhões de toneladas só nas árvores, o que equivale a 90 anos de emissões globais geradas pelo consumo de combustíveis fósseis.

O investigador camaronês Bonaventure Sonké, da Universida-de Yaounde I, afirmou que “os países africanos e a comunidade internacional terão que investir seriamente na preparação para os impactos atuais das alterações climáticas nas regiões tropi-cais”.

Outro cientista da Universidade de Leeds, Oliver Phillips, acrescentou que é preciso apoiar o trabalho dos cientistas de África e da Amazónia, cujas “capacidades e potencial têm sido menosprezados”. “Caberá à próxima geração de cientistas africanos e da Amazónia vigiar estas florestas notáveis para ajudar a geri-las e protegê-las”, considerou.

Os perigos mais urgentes são a desflorestação, a indústria madeireira e os incêndios.

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Mickael Carreira, Katia Guerreiro, Elas, Piruka, Expensive Soul e Melim são nomes já confirmados na Semana do Mar, que vai

decorrer na cidade da Horta de 31 de Julho a 9 de Agosto. O progra-ma integra também um Festival Internacional de Folclore, que este ano conta com 15 grupos, incluindo do Chile e da Colômbia.

A 45ª edição vai trazer algumas novidades, nomeadamente no que à segurança e ao ambiente diz respeito, com a instalação de uma tenda coberta no recinto do palco principal que funcionará ainda como tenda de after-party.

Esta medida, conforme anunciou José Leonardo Silva, “vai evi-tar a fragmentação da festa e propiciar um convívio mais sadio entre os festivaleiros uma vez que permitirá uma auto regulação mais facilitadora da segurança da festa, uma vez que o after--party será condensado naquele espaço, durante cinco dias e apenas até às quatro da manhã, ao invés de ser sete dias até às sete da manhã”.

Esta novidade permitirá ainda que os concertos do palco principal se realizem mesmo em condições meteorológicas adversas, bem como diminuir as horas de ruído e assim pre-servar de forma mais eficiente o ambiente. “Queremos que a Semana do Mar seja cada vez mais uma festa da família, amiga do ambiente e com segurança”, reforçou José Leonar-do Silva, que considera “estarem criadas todas as condições para que possamos ter uma grande Semana do Mar”. É ainda, no entender do edil, uma forma de potenciar aque-

na cidade da horta de 31 de Julho a 09 de agosto

Semana do Mar 2020 com cartaz muito atrativo

la que é a verdadeira festa da família e, claro está, dinamizar ainda mais os espaços concessionados naquela zona da festa.

Perante os representantes de diversos organismos oficiais, o autarca destacou a importância do festival náutico e das suas duas dezenas de modalidades, bem como da Exponar e ainda da Feira Gastronómica e da Festa do Livro.

Para José Leonardo Silva, “a Semana do Mar não é só um festival de Verão, é uma invasão de alegria e di-nâmica para o nosso concelho. É um investimento na divulgação da nossa ilha, cidade, porto e Baía.

Durante a edição deste ano vai ainda ser promovido o Dia do Emigrante, um momento de agregação de todos aqueles que vivem com o Faial no coração. Igualmente nesta semana vai ser promovido o Dia do Triângulo, um momento de exaltação a estas três ilhas.

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