o melhor ideb e o pior

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NATAL, QUARTA-FEIRA, 7 DE JULHO DE 2010 / NOVO JORNAL / 9 Cidades Editor Moura Neto E-mail [email protected] Fones 84 3201.2443 / 3221.3438 O MELHOR E O PIOR IDEB / ENSINO FUNDAMENTAL / ESCOLA MUNICIPAL DE PARNAMIRIM SE DESTACA COMO A MELHOR DO RN; ESCOLA MUNICIPAL DE NATAL DESPONTA COMO UMA DAS PIORES DO BRASIL A LIMPEZA SALTA aos olhos dos visitantes e a or- ganização também é perceptível. De certa for- ma, a fachada da instituição, recém pintada, já revela exatamente isso. O incentivo à coleta se- letiva é outro diferencial. Cartazes fixados nas paredes reproduzem mensagens de cunho pe- dagógico. Rampas possibilitam a acessibilidade de deficientes físicos e há espaço interno para momentos de lazer. Não é à toa que a Escola Municipal Nos- sa Senhora da Guia foi a primeira colocada no ranking de melhor instituição de ensino fun- damental no Rio Grande do Norte, de acordo com avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Localizada no bair- ro de Emaús, em Parnamirim, a estrutura para atender 471 alunos de 4 a 10 anos é impecável. O que se vê na escola é fruto dos esforços de profissionais de educação. Na avaliação de 2007, a escola já figurava no primeiro lugar no pódio. Em 2009, repete o feito e apresenta média 6,4, enquanto que, neste mesmo item, a média es- tadual foi de 3,9; a do Nordeste, 3,8; e a nacional, 4,6. Fundada em 1983, a escola leciona da edu- cação infantil ao 5° ano do ensino fundamental em dois turnos. Os alunos podem usufruir de salas de vídeo e de leitura, cozinha estruturada e, futuramente, terão sala de informática. O regulamento inter- no determina que os estudantes devem compa- recer às aulas trajando uniformes tradicionais, compostos por camisas de botão, saias e shorts. Além das disciplinas elementares, eles têm, se- manalmente, aulas de boas maneiras, recrea- ção, reforço e estímulo à leitura. A merenda es- colar é oferecida diariamente. A irmã Salomé de Oliveira, diretora da esco- la, credita o sucesso nas avaliações do Ideb ao trabalho dos funcionários da instituição. “Ama- mos o que fazemos. Nascemos para trabalhar”, diz orgulhosa. Os professores da Nossa Senhora da Guia são assíduos, pontuais e todos têm ensi- no superior. Apesar de a direção ser administra- da por uma religiosa, a instituição sobrevive de recursos públicos. A presença dos pais na formação da crian- ça é outro fato primordial para as boas notas. Eles estão sempre presentes em festas e conse- lhos da escola que avaliam o desempenho dos alunos. “Não há evasão escolar aqui e a faixa etária dos alunos é normal”, complementou a diretora. O compromisso com a formação integral é ressaltado pela diretora do colégio. As crianças, nas aulas de boas maneiras, são introduzidas a conceitos de cidadania. Um dia por semana, elas são levadas à sala de leitura para ter acesso aos livros, inclusive para levá-los para casa. Nos intervalos entre uma aula e outra, jogos pedagó- gicos são distribuídos entre os alunos. “Temos um espaço convidativo para as crianças apren- derem”, disse. Quando a irmã Salomé chegou há 26 anos na Nossa Senhora da Guia, a estrutura física do colégio era reduzida. Ela relata que, com o auxí- lio da Prefeitura de Parnamirim, foi possível am- pliar o estabelecimento. A professora Marleide Rodriguez trabalha os dois expedientes na escola municipal. Pelas ma- nhãs, ela é coordenadora. No turno vespertino leciona para o 4° ano. Ela ressalta a importância das aulas de reforço e do atendimento particu- lar a cada aluno, oferecidos desde 2001. Pedagoga e pós-graduada em alfabetização, lá se vão 13 anos trabalhando na Nossa Senhora da Guia. Marleide acredita também que a baixa rotatividade de professores auxilia no acompa- nhamento dos alunos. “Por causa disso, a gente pode conversar com a professora do ano seguin- te para saber do aluno”, disse. EDUCAÇÃO Aluna do 5° ano, Mariana Monteiro aprecia a boa freqüência de seus professores. “Gosto da- qui porque oferece educação de qualidade e to- dos os professores dão aula”, disse. Desde o Jar- dim III que Mariana estuda na escola. Seus re- creios são entretidos com jogos oferecidos pelos educadores. As garotas de saias azuis confessam o ca- rinho pela irmã Salomé. Bianca Janine, 7 anos, cursa o 2° ano e Maria Dalva, 9, o 4°. Mesmo es- tando em séries diferentes, ambas criaram afeto pelos profissionais da instituição. Bianca gosta da merenda proporcionada nos recreios. Já Ma- ria, prefere brincar na escola. A Escola Municipal Professor Francisco de Assis Varela Cavalcanti, no bairro dos Guarapes, Zona Oeste de Natal, funciona hoje com 588 em turmas do 6º ao 9º, com turnos matutinos e ves- pertinos. O prédio não possui grandes deficiên- cias estruturais. Conta com quadra poliesporti- va coberta; sala de informática, apesar de não estar conectado à internet; biblioteca e sala de estudos para professores. A escola também está inserida no Programa Mais Educação e Escola Aberta do governo federal, com os quais os alu- nos têm a possibilidade de praticar atividades extra-curriculares, alimentação e esportes fora do horário regular de aula. Ainda assim, com a pontuação de apenas 0,5 no ensino fundamental pelo Ideb, foi classifi- cada como a terceira pior escola do Brasil nessa etapa da educação formal. Para o diretor da es- cola, Genival Batista de Lima, essa situação foi fruto de falta de planejamento do poder público municipal. Em 2009, ano de avaliação do Ideb, a escola recebeu duas turmas de outra escola do bairro para cursar o 5º ano. Vários desses alunos, segundo ele, tinham anos de repetência e estavam fora de faixa. Um dos estudantes dessa turma de 5º ano tinha 18 anos, quando a faixa de idade ideal seria 10 ou 11 anos. Formadas por 23 e 24 alunos, as turmas foram classificadas como “NT (necessidades es- peciais)”, o que indica que havia estudantes com algum tipo de atraso mental. “Como não tinha mais espaço suficiente para os alunos na [escola] Almerinda Bezerra, a secre- tária impôs que essas duas turmas de 5º ano vies- sem para cá em 2009”, explicou Genival Lima. Conforme ele, cerca de 5 alunos de cada turma conseguiu ser aprovado ao final do ano. Aqueles que reprovaram e tinham mais de 15 anos passa- ram para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Almerinda Bezerra da Silva. O EJA pos- sui uma metodologia de ensino-aprendizagem diferente do ensino regular e atende maiores de 15 anos, geralmente à noite. Outros que reprova- ram simplesmente desistiram de estudar. “Tinha gente que ficava uns 20 dias sem vir para a aula. Quando eles resolviam voltar, nós ainda tínhamos que aceitar. Eles escolheram os piores alunos para mandar para cá”, acrescen- tou. O diretor disse ainda que havia dificulda- des de encaixar os horários das duas turmas do 5º com os demais alunos. Os professores des- sas turmas foram enviados especialmente para atender esses alunos, que não fazia parte do quadro regular da Francisco Cavalcanti. Esse ano a situação vai se repetir. Segundo Genival de Lima, no segundo semestre desse ano a escola vai ter que receber mais uma turma da Escola Almerinda da Silva, dessa vez do 4º ano do ensino fundamental. Na opinião do diretor, esses transtornos ocorrem em função da pouca oferta de escolas no bairro diante do número da população que necessita da escola pública. Além disso, o Governo do Estado criou a Es- cola Estadual Guarapes, mas pediu emprestado o prédio da Escola Francisco de Assis Cavalcanti à noite. Antes dessa cessão do edifício no turno da noite, os alunos que precisam cursar o ensi- no médio eram levados de ônibus para uma es- cola estadual no bairro de Lagoa Nova. No en- tanto, os ônibus disponibilizados pelo governo não tinha regularidade. Depois de muita luta dos morados, as secretarias resolveram aten- der os clamores, mesmo que de forma limita- da. “Todo esse problema que estamos passan- do é também é culpa de um sistema falido”, sen- tenciou o diretor. O diretor ainda ressalta que a Escola Fran- cisco de Assis trabalha originalmente turmas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Na avalia- ção desses quatro anos finais, a escola atingiu exatamente a meta prevista de 2,3. A equipe de reportagem tentou falar com o secretário municipal de Educação de Natal, Edi- van Martins, por meio de telefone celular, mas não foi possível. Ontem, ele declarou que a se- cretaria iria investigar o que aconteceu especifi- camente com a Escola Francisco de Assis Caval- canti. No entanto, o diretor assegurou que até o meio-dia de ontem a secretaria não tinha se- quer entrada em contato com ele. Salomé de Oliveira, diretora da Escola Municipal Nossa Senhora da Guia: resultado é fruto dos esforços dos profissionais da educação que trabalham na escola Genival Batista de Lima, diretor da Escola Municipal Professor Francisco de Assis Varela Cavalcanti: falta planejamento do poder público municipal ANNAPAULA FREIRE DO NOVO JORNAL MARCELO LIMA DO NOVO JORNAL CONTINUA NA PÁGINA 10 AMAMOS O QUE FAZEMOS. NASCEMOS PARA TRABALHAR. NÃO HÁ EVASÃO ESCOLAR AQUI E A FAIXA ETÁRIA DOS ALUNOS É NORMAL” Salomé de Oliveira Diretora da Escola Municipal N. Sra. da Guia ELES ESCOLHERAM OS PIORES ALUNOS PARA MANDAR PARA CÁ. TODO ESSE PROBLEMA É CULPA DE UM SISTEMA FALIDO” Genival Batista de Lima Diretor da Escola Municipal Professor Francisco de Assis Varela Cavalcanti Alunos uniformizados e, acima de tudo, motivados para o aprendizado desde a educação infantil Apesar de contar com boa estrutura física, a escola passa por problemas na área pedagógica FOTOS: NEY DOUGLAS / NJ

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Page 1: O MELHOR IDEB E O PIOR

NATAL, QUARTA-FEIRA, 7 DE JULHO DE 2010 / NOVO JORNAL / 9

Cidades Editor Moura Neto

[email protected]

Fones84 3201.2443 / 3221.3438

O MELHOR

E O PIORIDEB

/ ENSINO FUNDAMENTAL / ESCOLA MUNICIPAL DE PARNAMIRIM

SE DESTACA COMO A MELHOR DO RN; ESCOLA MUNICIPAL DE NATAL DESPONTA

COMO UMA DAS PIORES DO BRASIL

A LIMPEZA SALTA aos olhos dos visitantes e a or-ganização também é perceptível. De certa for-ma, a fachada da instituição, recém pintada, já revela exatamente isso. O incentivo à coleta se-letiva é outro diferencial. Cartazes fi xados nas paredes reproduzem mensagens de cunho pe-dagógico. Rampas possibilitam a acessibilidade de defi cientes físicos e há espaço interno para momentos de lazer.

Não é à toa que a Escola Municipal Nos-sa Senhora da Guia foi a primeira colocada no ranking de melhor instituição de ensino fun-damental no Rio Grande do Norte, de acordo com avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Localizada no bair-ro de Emaús, em Parnamirim, a estrutura para atender 471 alunos de 4 a 10 anos é impecável.

O que se vê na escola é fruto dos esforços de profi ssionais de educação. Na avaliação de 2007, a escola já fi gurava no primeiro lugar no pódio. Em 2009, repete o feito e apresenta média 6,4, enquanto que, neste mesmo item, a média es-tadual foi de 3,9; a do Nordeste, 3,8; e a nacional, 4,6. Fundada em 1983, a escola leciona da edu-cação infantil ao 5° ano do ensino fundamental em dois turnos.

Os alunos podem usufruir de salas de vídeo e de leitura, cozinha estruturada e, futuramente, terão sala de informática. O regulamento inter-no determina que os estudantes devem compa-recer às aulas trajando uniformes tradicionais, compostos por camisas de botão, saias e shorts. Além das disciplinas elementares, eles têm, se-manalmente, aulas de boas maneiras, recrea-ção, reforço e estímulo à leitura. A merenda es-colar é oferecida diariamente.

A irmã Salomé de Oliveira, diretora da esco-la, credita o sucesso nas avaliações do Ideb ao trabalho dos funcionários da instituição. “Ama-mos o que fazemos. Nascemos para trabalhar”, diz orgulhosa. Os professores da Nossa Senhora da Guia são assíduos, pontuais e todos têm ensi-no superior. Apesar de a direção ser administra-da por uma religiosa, a instituição sobrevive de recursos públicos.

A presença dos pais na formação da crian-ça é outro fato primordial para as boas notas. Eles estão sempre presentes em festas e conse-lhos da escola que avaliam o desempenho dos alunos. “Não há evasão escolar aqui e a faixa etária dos alunos é normal”, complementou a diretora.

O compromisso com a formação integral é ressaltado pela diretora do colégio. As crianças, nas aulas de boas maneiras, são introduzidas a conceitos de cidadania. Um dia por semana,

elas são levadas à sala de leitura para ter acesso aos livros, inclusive para levá-los para casa. Nos intervalos entre uma aula e outra, jogos pedagó-gicos são distribuídos entre os alunos. “Temos um espaço convidativo para as crianças apren-derem”, disse.

Quando a irmã Salomé chegou há 26 anos na Nossa Senhora da Guia, a estrutura física do colégio era reduzida. Ela relata que, com o auxí-lio da Prefeitura de Parnamirim, foi possível am-pliar o estabelecimento.

A professora Marleide Rodriguez trabalha os dois expedientes na escola municipal. Pelas ma-nhãs, ela é coordenadora. No turno vespertino leciona para o 4° ano. Ela ressalta a importância das aulas de reforço e do atendimento particu-lar a cada aluno, oferecidos desde 2001.

Pedagoga e pós-graduada em alfabetização, lá se vão 13 anos trabalhando na Nossa Senhora da Guia. Marleide acredita também que a baixa rotatividade de professores auxilia no acompa-nhamento dos alunos. “Por causa disso, a gente pode conversar com a professora do ano seguin-te para saber do aluno”, disse.

EDUCAÇÃOAluna do 5° ano, Mariana Monteiro aprecia

a boa freqüência de seus professores. “Gosto da-qui porque oferece educação de qualidade e to-dos os professores dão aula”, disse. Desde o Jar-dim III que Mariana estuda na escola. Seus re-creios são entretidos com jogos oferecidos pelos educadores.

As garotas de saias azuis confessam o ca-rinho pela irmã Salomé. Bianca Janine, 7 anos, cursa o 2° ano e Maria Dalva, 9, o 4°. Mesmo es-tando em séries diferentes, ambas criaram afeto pelos profi ssionais da instituição. Bianca gosta da merenda proporcionada nos recreios. Já Ma-ria, prefere brincar na escola.

A Escola Municipal Professor Francisco de Assis Varela Cavalcanti, no bairro dos Guarapes, Zona Oeste de Natal, funciona hoje com 588 em turmas do 6º ao 9º, com turnos matutinos e ves-pertinos. O prédio não possui grandes defi ciên-cias estruturais. Conta com quadra poliesporti-va coberta; sala de informática, apesar de não estar conectado à internet; biblioteca e sala de estudos para professores. A escola também está inserida no Programa Mais Educação e Escola Aberta do governo federal, com os quais os alu-nos têm a possibilidade de praticar atividades extra-curriculares, alimentação e esportes fora do horário regular de aula.

Ainda assim, com a pontuação de apenas 0,5 no ensino fundamental pelo Ideb, foi classifi -cada como a terceira pior escola do Brasil nessa etapa da educação formal. Para o diretor da es-cola, Genival Batista de Lima, essa situação foi fruto de falta de planejamento do poder público municipal. Em 2009, ano de avaliação do Ideb, a escola recebeu duas turmas de outra escola do bairro para cursar o 5º ano.

Vários desses alunos, segundo ele, tinham anos de repetência e estavam fora de faixa. Um dos estudantes dessa turma de 5º ano tinha 18 anos, quando a faixa de idade ideal seria 10 ou 11 anos. Formadas por 23 e 24 alunos, as turmas foram classifi cadas como “NT (necessidades es-peciais)”, o que indica que havia estudantes com algum tipo de atraso mental.

“Como não tinha mais espaço sufi ciente para os alunos na [escola] Almerinda Bezerra, a secre-tária impôs que essas duas turmas de 5º ano vies-sem para cá em 2009”, explicou Genival Lima. Conforme ele, cerca de 5 alunos de cada turma conseguiu ser aprovado ao fi nal do ano. Aqueles que reprovaram e tinham mais de 15 anos passa-ram para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Almerinda Bezerra da Silva. O EJA pos-sui uma metodologia de ensino-aprendizagem diferente do ensino regular e atende maiores de 15 anos, geralmente à noite. Outros que reprova-ram simplesmente desistiram de estudar.

“Tinha gente que fi cava uns 20 dias sem vir para a aula. Quando eles resolviam voltar, nós ainda tínhamos que aceitar. Eles escolheram os piores alunos para mandar para cá”, acrescen-tou. O diretor disse ainda que havia difi culda-des de encaixar os horários das duas turmas do 5º com os demais alunos. Os professores des-sas turmas foram enviados especialmente para atender esses alunos, que não fazia parte do quadro regular da Francisco Cavalcanti.

Esse ano a situação vai se repetir. Segundo Genival de Lima, no segundo semestre desse ano

a escola vai ter que receber mais uma turma da Escola Almerinda da Silva, dessa vez do 4º anodo ensino fundamental. Na opinião do diretor,esses transtornos ocorrem em função da poucaoferta de escolas no bairro diante do número dapopulação que necessita da escola pública.

Além disso, o Governo do Estado criou a Es-cola Estadual Guarapes, mas pediu emprestado o prédio da Escola Francisco de Assis Cavalcanti à noite. Antes dessa cessão do edifício no turno da noite, os alunos que precisam cursar o ensi-no médio eram levados de ônibus para uma es-cola estadual no bairro de Lagoa Nova. No en-tanto, os ônibus disponibilizados pelo governonão tinha regularidade. Depois de muita luta dos morados, as secretarias resolveram aten-der os clamores, mesmo que de forma limita-da. “Todo esse problema que estamos passan-do é também é culpa de um sistema falido”, sen-tenciou o diretor.

O diretor ainda ressalta que a Escola Fran-cisco de Assis trabalha originalmente turmas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Na avalia-ção desses quatro anos fi nais, a escola atingiu exatamente a meta prevista de 2,3.

A equipe de reportagem tentou falar com osecretário municipal de Educação de Natal, Edi-van Martins, por meio de telefone celular, masnão foi possível. Ontem, ele declarou que a se-cretaria iria investigar o que aconteceu especifi -camente com a Escola Francisco de Assis Caval-canti. No entanto, o diretor assegurou que até omeio-dia de ontem a secretaria não tinha se-quer entrada em contato com ele.

▶ Salomé de Oliveira, diretora da Escola Municipal Nossa Senhora da Guia: resultado é fruto dos esforços dos profi ssionais da educação que trabalham na escola

▶ Genival Batista de Lima, diretor da Escola Municipal

Professor Francisco de Assis Varela Cavalcanti: falta

planejamento do poder público municipal

ANNAPAULA FREIREDO NOVO JORNAL

MARCELO LIMADO NOVO JORNAL

CONTINUANA PÁGINA 10 ▶

AMAMOS O QUE FAZEMOS.

NASCEMOS PARA

TRABALHAR. NÃO HÁ

EVASÃO ESCOLAR AQUI

E A FAIXA ETÁRIA DOS

ALUNOS É NORMAL”

Salomé de OliveiraDiretora da Escola Municipal N. Sra. da Guia

ELES ESCOLHERAM OS

PIORES ALUNOS PARA

MANDAR PARA CÁ.

TODO ESSE PROBLEMA É

CULPA DE UM

SISTEMA FALIDO”

Genival Batista de LimaDiretor da Escola Municipal Professor Francisco de Assis Varela Cavalcanti

▶ Alunos uniformizados e, acima de tudo, motivados para o aprendizado desde a educação infantil ▶ Apesar de contar com boa estrutura física, a escola passa por problemas na área pedagógica

FOTOS: NEY DOUGLAS / NJ

Page 2: O MELHOR IDEB E O PIOR

▶ CIDADES ◀10 / NOVO JORNAL / NATAL, QUARTA-FEIRA, 7 DE JULHO DE 2010

Consultada pelo NOVO JORNAL sobre a performance do Rio Grande do Norte no Ideb, a pedagoga Cláudia Santa Rosa con-sidera que o estado não está bem, mesmo tendo melhorado nas avaliações de 2009 em relação a 2007. “Não conseguimos avançar de forma mais signifi cativa. Te-mos um desafi o imenso pela frente”, ava-liou. Segundo ela, para mudar esse quadro, é preciso que “tenhamos um Plano Esta-dual de Educação”

NJ: COMO A SENHORA AVALIA A POSIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE NA DIVUL-GAÇÃO DO MAIS RECENTE IDEB, EM COMPARA-ÇÃO AO RANKING NACIONAL?CLÁUDIA SANTA ROSA - O RN não está bem. Atingiu: 3,9 nos anos iniciais do ensi-no fundamental (em 2007 foi 3,4); 3,3 nos anos fi nais (em 2007 foi 3,1) e 3,1 no ensino médio (em 2007 foi 2,9), respectivamente, em 2009, o 4º, 4º e 2º mais baixos índices entre os estados brasileiros. É preocupan-te, porque assim já estivemos nas edições passadas e não conseguimos avançar de forma mais signifi cativa. Temos um desa-fi o imenso pela frente.

EM QUE PONTOS A SENHORA ACHA QUE O RN ESTÁ EVOLUINDO? E PIORANDO?

Talvez esteja aprendendo que os de-sempenhos dos alunos, das escolas e das redes de ensino são responsabilidade de to-dos e que devemos nos incluir. Os dados

não fi cam mais fechados. Hoje temos pa-râmetros. Porém, padece de fazer um bom uso dos dados, de avaliações. Diria que o RN precisa planejar a sua Educação. Urge que tenhamos um Plano Estadual de Educação. EM ARTIGO RECENTE, A SENHORA FALA, POR EXEMPLO, QUE A REDE ESTADUAL DO MUNI-CÍPIO DE VILA FLOR TEM ÍNDICE BAIXÍSSIMO DE 1,7 PONTOS NOS ANOS INICIAIS DO ENSI-NO FUNDAMENTAL. QUAIS OS CRITÉRIOS UTILI-ZADOS PELO IDEB PARA CHEGAR A ESSA AVA-LIAÇÃO E QUAIS SERIAM OS CAMINHOS PARA SE CHEGAR À MÉDIA 6 - META PARA ATÉ 2021?

Individualmente há escola com índice de até meio ponto, o que dispensa comen-

tários. O Ideb avalia, basicamente, taxas de evasão e repetência e o desempenho dos alunos na Prova Brasil para o ensino funda-mental e provas do Saeb para os de ensino médio. Existe uma metodologia, uma tec-nologia que tem sido aperfeiçoada desde a década passada. Para chegarmos à media 6 em Vila Flor e em outros não há outro ca-minho: priorizar a educação, competência no fazer e focar em resultados.

NA SUA OPINIÃO, AS MÉDIAS MAIS ALTAS EN-CONTRADAS EM CIDADES COMO SÃO JOÃO DO SABUGI, ACARI E CRUZETA SÃO AÇÕES PONTUAIS?

Absolutamente. Estou convencida

que para os que estão nas escolas desses municípios e de outros com indicadores igualmente positivos, os resultados são frutos de muito trabalho, profi ssionalismo e dedicação no trato da Educação. Porém, ainda são “ilhas” de qualidade, ou seja, o que deveria ser ordinário é tomado como extraordinário porque os índices de outras escolas e municípios ainda são medianos ou baixíssimos.

O QUE É PRECISO PARA QUE A EDUCAÇÃO DO ESTADO E DO BRASIL ATINJA AS METAS ESTABELECIDAS?

Não se trata de receita, mas eu desta-co três pontos: 1- gestão de qualidade em todas as instâncias, do ministério da edu-cação, passando por secretarias de edu-cação até a sala de aula. Isso implica em competência, continuidade, planejamen-to, avaliação e escolha de profi ssionais, através de concurso público por escola; 2- regularidade no funcionamento das es-colas. Falo de cumprimento de dias e ho-ras mínimas de atividades letivas, equi-pes docentes completas desde o primei-ro dia de aula, assiduidade e pontualidade dos profi ssionais, condições físicas e ma-teriais das escolas atendidas; 3- valoriza-ção do profi ssional da educação para a es-cola pública atrair e reter os melhores ta-lentos. Isso envolve carreira, formação, re-conhecimento aos melhores, dispensa dos que não atendem a um projeto de escola.

“O RN NÃO ESTÁ BEM NA EDUCAÇÃO”, AVALIA PEDAGOGA

NÃO CONSEGUIMOS

AVANÇAR DE FORMA

MAIS SIGNIFICATIVA.

TEMOS UM DESAFIO

PELA FRENTE”

Cláudia Santa Rosa Pedagoga

ESTUDO MOSTRA PRESENÇA DE AGROTÓXICOS NOS ALIMENTOS

/ ANVISA /

ALIMENTOS COMERCIALIZADOS EM onze supermercados de Natal no ano passado apresentaram resíduos de agrotóxicos, de acordo com estudo divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Cerca de 23,78% das amostras coletadas, entre produtos como frutas, verduras, legumes e grãos, apresentaram irregularidades.

Os dados estão no relatório do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), apresentado ontem, às 9h30, no auditório do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte, pela coordenadora estadual do Para e responsável administrativa da Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária (Suvisa) da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Maria Célia Barbosa de Farias.

Os laudos insatisfatórios já foram enviados aos estabelecimentos para que tomem providências, através de um termo de gestão de conduta. O termo inclui a apresentação e execução de um plano de controle da qualidade dos alimentos, visando a segurança alimentar da população. O evento teve a participação de instituições que desenvolvem atividades de fi scalização, monitoramento, produção, comercialização e distribuição de hortifrutícolas, além dos representantes da Anvisa.

Segundo dados do programa, 20 culturas foram examinadas e 140 amostras foram coletadas no Rio Grande do Norte. Os produtos que apresentaram mais problemas foram o abacaxi, seguido do morango, repolho, tomate e uva. Os alimentos são produzidos aqui em sua minoria, sendo transportados em grande quantidade de estados como Pernambuco, Paraíba e Bahia.

PREOCUPANTECélia ressalta que, apesar

de índice do RN ter fi cado abaixo da média nacional, que foi de 29%, o resultado coletado no estado é preocupante, pois os danos causados pelos resíduos de agrotóxicos podem ser graves, indo de uma simples alergia até um câncer. Acrescenta que a exposição a essas substâncias podem ser feitas pelo consumo, pelo contato direto e indireto.

Dia ainda que a população deve estar sempre alerta para os cuidados que se deve ter na manipulação dos alimentos, como por exemplo fazer o procedimento correto de lavagem e retirada de cascas e folhas externas de verduras, manter os braços e mãos sempre limpos na hora de manipulá-los, e consumir alimentos orgânicos, pois não utilizam produtos químicos para serem produzidos.

▶ Pesquisa foi realizada em onze supermercados de Natal

HUMBERTO SALES / NJ

Baseando-se nos critérios da Prova Brasil, exame aplicado às escolas de ensino fundamental e que norteou a avaliação do Ideb, o NOVO JORNAL propôs um teste de português e matemática a dois alu-nos, um da Escola Municipal Nos-sa Senhora da Guia, de Parnami-rim, e outro da Escola Municipal Professor Francisco de Assis Vare-la Cavalcanti, de Natal. No teste de português, sugeriu um ditado com as seguintes palavas: casa, anel, xí-cara, helicóptero, pneu, caju, jornal, secretária, inconstitucional e índi-ce. No teste de matemática, a ope-ração era dividir 68 por 4.

A aluna da Escola Municipal Nossa Senhora da Guia escolhida para participar do desafi o foi Jo-ana, nome fi ctício, que está no 5° ano do ensino fundamental. Ela tem 10 anos e frequenta a escola desde o Jardim I. A matéria favo-rita dela é Ciências. Quando cres-cer, ela pretende ser cantora. Seu desempenho no ditado de 10 pala-vras escolhidas aleatoriamente foi ótimo. Acertou todas. Mas na divi-

são simples, Joana não encontrou a resposta correta.

A reportagem não conseguiu encontrar os raros alunos aprova-dos na turma do 5º ano de 2009 da na Escola Francisco de Assis Caval-canti, em Natal, que atualmente es-tariam no 6º. Mas conversou com Pedro da Silva, 12 anos, nome tam-bém fi ctício, estudante do 6º ano. Ele morava no conjunto Brasília Teimosa e estudava em uma esco-la municipal da comunidade. Sua família mudou-se para o Guara-pes esse ano e, por isso, teve que se matricular na escola do bairro “Ei, quando eu crescer quero trabalhar como tu”, disse, referindo à profi s-são de jornalista.

O garoto foi submetido a um ditado de palavras e a uma opera-ção matemática de divisão. As duas partes do teste são simples e teori-camente deveria ser executadas por alunos do 6º ano. Pedro da Sil-va acertou apenas quatro palavras do ditado de 10 vocábulos sugeri-dos pelo NOVO JORNAL: casa, anel, secretária e jornal. Os erros das ou-tras palavras foram de acentuação e grafi a. Ele realizou a operação de divisão com sucesso (veja acima).

ALUNOS DAS

DUAS ESCOLAS

PARTICIPAM DE

DESAFIO PROPOSTO

PELO NOVO JORNAL

E SE SUBMETEM

A UM DITADO E

OPERAÇÃO

SIMPLES DE

MATEMÁTICA

CONTINUAÇÃODA PÁGINA 9 ▶ EVOLUÇÃO DO IDEB NO RN

Nota do ensino fundamental 1 (1º ao 5º)

▶ 2005 – 2,7 (sem meta para esse ano, visto que foi a primeira avaliação)

▶ 2007 - 3,4. Meta: 2,8.

▶ 2009 - 3,9. Meta: 3,1.

Nota do ensino fundamental 2 (6º ao 9º)

▶ 2005 – 2,8

▶ 2007 – 3,1. Meta: 2,9.

▶ 2009 – 3,3. Meta: 3.

Nota do ensino médio

▶ 2005 – 2,9

▶ 2007 – 2,9. Meta: 2,9.

▶ 2009 – 3,1. Meta: 3.

PROVA DA ALUNA JOANAPROVA DO ALUNO PEDRO DA SILVA ▶ESCOLA NOSSA SENHORA DA GUIA ▶ESCOLA FRANCISCO DE ASSIS CAVALCANTI

SIMULADO

WALLACE ARAÚJO / NJ

Page 3: O MELHOR IDEB E O PIOR

▶ CIDADES ◀ NATAL, QUARTA-FEIRA, 7 DE JULHO DE 2010 / NOVO JORNAL / 11

O RECESSO ANTECIPADO das crianças do Centro Infantil Kátia Fagundes Garcia, que foi demolido no dia 15 de maio, por causa das obras da Arena das Dunas, termina no próximo dia 12 de julho, prazo previsto para a conclusão das obras de reforma do prédio alugado pela prefeitura para abrigar os alunos e o reinício das atividades escolares. O imóvel que fi ca situado na Rua Professor Moura Rabelo, 1940, em Candelária, foi alugado por R$ 3,7 mil mensais. A reforma custará cerca de R$ 10 mil aos cofres públicos.

Segundo Edivan Martins, titular da Secretaria Municipal de Educação (SME), a reforma constará apenas de pintura, adequação do terreno, que estava tomado pelo mato e uma rampa de acessibilidade. “A rampa é o que custará mais caro. Apesar de não termos criança ou professor com necessidade especial de locomoção, deixaremos o local apto para recebê-los”, diz. De acordo com o secretário, a reforma começou sexta-feira passada e até dia 12 de julho as atividades voltarão ao normal.

“Escolhemos esse local por atender ao padrão da creche, além de fi car próximo do local onde a instituição funcionava”, explicou. Segundo o secretário, 205 crianças serão atendidas na nova creche, 15 a mais que na época em que a Kátia Garcia foi demolida. O espaço do imóvel alugado será adaptado para receber cinco salas de aula, cozinha, refeitório, direção, secretária e uma área de playground. “Vamos fazer o mínimo de reforma possível para que as crianças voltem para a creche o mais rápido”, conta.

O secretário ainda revelou que estão sendo reformadas mais 10 creches em outras localidades, além de seis novos centros de educação infantil que serão construídos. “Quando terminarmos tudo, teremos espaço para mais de quatro mil crianças nesses centros”. Segundo ele os novos centros serão localizados nos bairros de Potengi, Lagoa Azul, Pitimbu e Guarapes.

HISTÓRIALocalizada dentro do

Centro Administrativo, a creche Kátia Garcia foi criada em 1990 para receber fi lhos de funcionários públicos do governo estadual. Hoje, boa parte dos pais que matriculam seus fi lhos na instituição o faz por trabalharem ou residirem próximo ao Centro Administrativo. Embora funcionários do governo tenham preferência na matrícula, a instituição também atende à comunidade em geral. Ali, boa parte do público benefi ciado reside ou trabalha nas proximidades. Em maio desse ano, a creche foi derrubada, dando início às obras do Arena das Dunas, estádio que sediará os jogos de futebol durante a Copa 2014.

“A PARTICIPAÇÃO DE Natal na Copa de 2014 está prejudicada”. Des-sa vez, a afi rmação não partiu de nenhum político, arquiteto ou re-presentante de entidades ligadas à engenharia. Foi o próprio secre-tário extraordinário da Copa, Fer-nando Fernandes, quem demons-trou preocupação diante da no-tícia de que o projeto de lei que regulamenta a criação do Fun-do Garantidor da Parceria Pú-blico-Privada (PPP), que será fi r-mada entre o Governo do Estado e o consórcio que vencer a con-corrência pública para a constru-ção e gestão da Arena das Dunas, não será votado em regime de ur-gência através da autoconvocação dos deputados.

O titular da Secopa contava com a celeridade na aprovação do Fundo para lançar o edital da PPP na próxima semana. O Fundo Ga-rantidor é formado por dez imó-veis que o governo estadual co-locará à disposição do consórcio caso o poder público não arque com as responsabilidades previs-tas no edital da PPP durante os 35 anos de contrato.

Fernando Fernandes terá que esperar a volta dos trabalhos legis-lativos, em 8 de agosto, para que o projeto seja avaliado por pelo me-nos duas comissões, entre na pau-ta e, enfi m, seja votado pelos de-putados estaduais.

“É um fato preocupante que prejudica nossa participação na Copa. Vou tentar saber mais deta-lhes sobre essa informação”, afi r-mou o titular da Secopa no iní-

cio da tarde de ontem a um gru-po de jornalistas na saída da Câ-mara Municipal, onde participou de um debate com vereadores so-bre a Copa.

Essa é apenas uma polêmica envolvendo a publicação do edital da PPP. Outro imbróglio, que deve ser resolvido amanhã, é a aprova-ção pela Câmara Municipal da do-ação para o Governo do Estado de um terreno de 14 hectares que pertence ao município onde estão localizados o Machadão, o Macha-

dinho e o cartódromo. A votação seria ontem, mas foi adiada para quinta-feira.

IMPOSIÇÃO

O NOVO JORNAL apurou nos bastidores da Assembleia Legisla-tiva que os deputados não aceita-rão a mesma imposição do Gover-no do Estado para aprovar proje-tos relativos à Copa de 2014 como ocorreu em abril deste ano, quan-do o Executivo pressionou os par-lamentares para que autorizas-

sem o estado a contratar um em-préstimo junto à Caixa Econômica Federal no valor de R$ 77 milhões para obras de mobilidade urbana. Um deputado consultado pela re-portagem, que pediu para não ser identifi cado, usou o argumento de que o Governo do Estado tem li-berado dinheiro para contratos sem licitação, como foi o caso dos dois contratos publicados recen-temente no Diário Ofi cial do Esta-do com empresas de fora do esta-do no valor de R$ 27 milhões.

O titular da Secopa entregou o projeto de lei do Fundo Garantidor da PPP em mãos ao presidente da Assembleia Legislativa, Robinson Faria, na última sessão ordinária antes do recesso parlamentar, se-mana passada. A escolha dos ter-renos e a análise dos valores de mercado pela Procuradoria Geral do Estado, Secopa e Secretaria Es-tadual de Infraestrutura foram as justifi cativas alegadas por Fernan-des para a demora na entrega do projeto de lei na AL.

Depois de confi rmado o adia-mento para amanhã da votação da transferência do terreno da pre-feitura para o Governo do Estado, os vereadores aproveitaram a pre-sença do secretário extraordiná-rio de assuntos relativos à Copa de 2014, Fernando Fernandes, para cobrar explicações sobre algumas questões que envolvem a realiza-ção do Mundial em Natal daqui a quatro anos.

Na tribuna da Câmara, o titular da Secopa fez uma explanação ini-cial de 32 minutos na qual explicou como será a parceria público-priva-da (PPP) com a empresa que ven-cer a licitação, disse que o governo do estado já gastou R$ 2,5 milhões em contratos para a elaboração do projeto arquitetônico da Arena das Dunas, revelou que a publicação do edital da PPP depende da transfe-rência do terreno para o estado e da aprovação do Fundo Garantidor pela Câmara Municipal e Assem-bleia Legislativa, respectivamen-te, e comparou a situação de Natal com a de outros estados.

Fernandes não se negou a res-ponder nenhuma pergunta embo-ra tenha admitido que não sabia es-

clarecer todos os questionamentos dos vereadores, como o feito pela ve-readora sargento Regina sobre a se-gurança e participação de bombei-ros e policiais militares na seguran-ça da Copa nem tinha informações sobre se o terreno que a prefeitura vai doar ao Estado entrará no Fundo Garantidor da PPP. A maioria dos ve-readores queria saber se, em caso de demolição do Machadão, o estado garantia a construção da Arena das Dunas. “O novo estádio está garan-tido. O Machadão só será demolido depois que a empresa vencedora de-positar 10% dos custos do estádio e apresentar um seguro. O consórcio vencedor também só começará a re-ceber a contraprestação após a obra concluída”, disse.

POLÊMICANo plenário, os vereadores se di-

vidiram em dois grupos: os que ras-garam elogios ao trabalho do secre-tário e não o questionou e os que cobraram transparência nas ações de Fernando Fernandes. Desse gru-po, o vereador Luís Carlos criticou a falta de planejamento na organiza-ção da Copa e se mostrou indigna-do quando o secretário afi rmou que

a prefeitura não entraria com ne-nhum centavo na doação do terre-no. “O senhor só pode estar brincan-do! A prefeitura vai doar um terreno onde vão derrubar um ginásio que passou por uma reforma um dia desses que custou R$ 17 milhões e demolir um estádio como o Macha-dão. O senhor ainda acha que Natal não vai entrar com um centavo? E a garantia. Daqui a 35 anos, o que Na-tal vai receber é um ‘Machadão’ ve-lho. O secretário veio defender o in-defensável. O problema não é falta de tempo para fazer as coisas, mas de planejamento”, disparou.

Outro que questionou Fernan-des foi o vereador Raniere Barbosa, que acusou o governo do estado de iniciar as obras da Arena, simboli-zada pela derrubada da creche e do pórtico de entrada do Centro Admi-nistrativo, sem a licença de instala-ção. As obras, aliás, estão paradas há três semanas, segundo o secretário, por conta da transferência de poços da CAERN do local. “Ninguém está aqui lhe atirando pedras, nós que-remos que haja transparência nas ações da Copa. Às vezes parece que o senhor está blindado”, disse.

Ao fi nal, os vereadores agra-deceram a presença do secretário Fernando Fernandes, que avaliou como positiva a oportunidade de esclarecer dúvidas e se colocou à disposição da Casa.

COPA ESTÁ PREJUDICADA, AVISA SECRETÁRIO/ IMPASSE / TITULAR DA SECOPA ADMITE QUE ATRASO NA APROVAÇÃO DO FUNDO GARANTIDOR PELA ASSEMBLEIA VAI PREJUDICAR A REALIZAÇÃO DO MUNDIALEM NATAL

CRECHE DEVE RETOMAR ATIVIDADE EM 12 DE JULHO

/ KÁTIA GARCIA /

▶ Nova sede em Candelária ainda está em reforma

O presidente da Assembleia Legislativa, Robinson Faria, afi r-mou por meio de sua assesso-ria de imprensa, que não existe a menor possibilidade do projeto do Fundo Garantidor ser votado antes do retorno dos trabalhos na Casa, na segunda semana de agosto. Ele explicou que a pro-posta foi entregue a ele em mãos, quando o correto seria através de ofício, no último dia da sessão re-alizada semana passada.

Diante da solicitação de Fernando Fernandes, que pe-diu para os deputados votarem o projeto com dispensa de tra-mitação, Faria decidiu consul-tar o colégio dos líderes. No en-tanto, os deputados de oposição Getúlio Rêgo (DEM), José Dias (PMDB) e Raimundo Fernandes (PMN) vetaram a votação. Ain-da assim, o titular da Secopa in-sistiu e solicitou ao presidente da AL que fi zesse uma autoconvo-cação para que a votação ocor-resse em meio ao recesso. No en-tanto, mais uma vez os parla-mentares foram contra. “ Con-sultei os deputados, mas não aprovaram nem a dispensa de tramitação nem a autoconvoca-ção. O projeto chegou em cima da hora e ainda veio de forma er-rada, já que o governo sempre manda via ofício. A proposta, na verdade, só foi protocolada”, dis-se o deputado.

Indagado sobre a tramitação correta do projeto, a partir do dia 8 de agosto, quando os depu-tados voltam ao trabalho, ele ex-plicou que a proposta deve pas-sar, pelo menos, por duas comis-sões antes de entrar na pauta: a de Constituição e Justiça, presi-dida pelo deputado da base do

governo, Fernando Mineiro (PT) e a comissão de Finanças e Fis-calização, coordenada pelo de-putado de oposição José Adécio (DEM).

Embora a doação do ter-reno que pertence ao municí-pio para o Governo do Estado seja dada como certa na Câma-ra Municipal, a votação marca-da para amanhã na Casa prome-te ser polêmica. Tudo por conta do modo como a transferência da área para o Estado será fei-ta: doação ou cessão. Os dois la-dos falam em insegurança jurí-dica para derrubar os argumen-tos contra. O procurador geral do Município, Bruno Macedo, acre-dita que caso o termo ‘cessão’ passe no texto fi nal, a empresa vencedora da PPP que construir o estádio fi caria à mercê da von-tade política dos próximos ges-tores. “Na cessão, o município pode rescindir o contrato a qual-quer hora e requerer o terreno de volta. Isso causa uma inseguran-ça jurídica tremenda”, afi rmou.

Já o vereador Ney Lopes Jr, que apresentou duas emendas para substituir o termo doação por cessão e estima o prazo de cessão em 35 anos, defende que a doação é prejudicial à prefeitu-ra. “Com a doação não há garan-tia jurídica de que o terreno vol-tará ao município após o tem-po de uso. Já a cessão tem uma cláusula de reversão para que o retorno de posse seja garantido”, explicou.

RAFAEL DUARTEDO NOVO JORNAL

NA CÂMARA, VEREADORES COBRAM EXPLICAÇÕES

PROJETO SÓ DEVE SER VOTADO APÓS O RECESSO

▶ Secretário Fernando Fernandes responde questões levantadas pelos vereadores em sessão na Câmara

▶ Fernando Fernandes, secretário da Copa: “É um fato preocupante” ▶ Robinson Faria, presidente da Assembleia: “O projeto veio de forma errada”

OS DEPUTADOS

NÃO APROVARAM A

AUTOCONVOCAÇÃO”

Robinson FariaPresidente da Assembleia

FOTOS: HUMBERTO SALES / NJ

HUMBERTO SALES / NJ

Page 4: O MELHOR IDEB E O PIOR

12 / NOVO JORNAL / NATAL, QUARTA-FEIRA, 7 DE JULHO DE 2010

Cultura Editor Franklin Jorge

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SINÔNIMO DE VERSATILIDADE/ PERFIL/ TRANSFORMISTA ARRUDA SALES DEIXA CAIR MÁSCARA DE DANUZA DE SALES, REVELANDO-SE UM TALENTOSO CRIADOR EM VÁRIOS GÊNEROS

DÉBORA SOUSADO NOVO JORNAL

O QUE ARRUDA Sales não faz foi a pergunta que não quis calar para a equipe do NOVO JORNAL, durante a en-trevista realizada na casa do artista na Redinha. De ha-vaianas, bermuda e camiseta, e na companhia de seu fi lho Andrey, 14, ele que é mais conhecido como a per-sonagem ‘Danuza de Sales’, eterna drag queen e diva do rádio potiguar, nos mostrou um pouco do seu in-fi nito particular, resguardado de sua arte e das tantas histórias que viveu ao longo de seus 54 anos de idade.

Com vista privilegiada para o Forte dos Reis Ma-gos, sua residência é repleta de tecidos, quadros pin-tados pelo artista, plantas e bichos, alguns apelida-dos carinhosamente por ele, como é o caso do pássa-ro cancão Michael Jackson, do canário Pavarotti e das galinhas Sandra de Sá, Amália Rodrigues e Elza Soares.

Em relação ao trabalho que desenvolve atualmen-te, Sales afi rma que sua inspiração veio desde criança, aproximadamente aos seis anos de idade, em São José de Mipibu, onde nasceu. “Minha infância foi toda em fazenda, tive toda aquela vivência no campo que me encanta até hoje. Foi quando tive contato com o car-vão vegetal, e a partir daí a curiosidade aguçou para outras técnicas de pintura”, conta. Neste momento, um motorista de ônibus passa em frente a sua casa e acena para Sales, que devolve a gentileza. “Graças a Deus todo mundo me respeita aqui”, diz o transformis-ta, que já foi chefe de cozinha da Marinha Mercante de 1979 a 1990. “Viajei o mundo inteiro. Aprendi mui-to nessa época, conhecer outras culturas é algo fantás-tico”, completa.

Segundo o artista, sua arte não é comportada e foge dos padrões. É infl uenciada principalmente pela literatura de cordel e pelas lendas folclóricas, desta-cando a noiva, fi gura constante em seus quadros. Ex-plica que é por causa do branco, que remete à idéia da pureza, que lhe agrada muito. “Eu vou do profano ao religioso. Tenho interesse por tudo que é polêmi-co, controverso. Se gostam do meu trabalho, ótimo. Se não, paciência”, acrescenta. Versátil, além da pintura, também faz bolsas e colchas em patchwork, trabalho manual feito de retalhos. Afi rma já ter uma boa clien-tela em Portugal, por onde viaja frequentemente e re-cebe um número razoável de encomendas. Prada vira Praga, Dolce&Gabbana muda para Doce Bagana. Es-sas são algumas das artimanhas que o artista usa em sua marca registrada ‘Ku de Pinto’. “É uma marca ale-mã de São José de Mipibu”, brinca.

Quanto à carreira como radialista, em que eterni-zou o bordão ‘Oi, amor!”, fala de sua carreira na Tro-pical, onde permaneceu por um período de cinco anos. Famoso pelo programa radiofônico ‘Café Socie-ty’ e pelo televisivo ‘Poucas e Boas’, Sales os apresenta-va sempre caracterizado. Admite que era um processo bastante cansativo, mas disse que assim era mais fá-cil de incorporar a personagem. O ex-chefe de cozinha fala que o sucesso nas ruas era grande e, de certa for-ma, recompensador, mas o retorno fi nanceiro era bai-xo e o esgotamento físico era cada vez mais forte, já que não contava com nenhum substituto.

Fala de Jânio Vidal, diretor da emissora, como par-te fundamental na caracterização da personagem Da-nuza. “Vidal criou uma identidade para ela. Se procu-rarem o DNA de Danuza de Sales, o pai é Vidal, sem dúvida”, brinca. “Surgi como um diferencial do rádio, que, até então, exibia uma linha mais comportada. Para conseguir me adaptar foi difícil, porque no rádio é tudo rápido demais e eu não tinha experiência nenhu-ma na área”, explica.

Sobre a relação com o público homossexual, diz logo que não levanta bandeira nenhuma. Acha que todo ser humano tem a liberdade de fazer o que quiser, contanto que não agrida ao próximo, e salienta tam-bém que depende da postura de cada um. “Se você as-sumir uma má postura, será ridicularizado. Se souber se comportar, com certeza lhe tratarão com respeito”, fala Sales, que também assume ser contra a submissão da mulher e enfatiza: “Tenho um apreço maior ao pú-blico feminino e acredito que é recíproco, porque vejo que elas têm um carinho muito grande por mim, con-fi am mesmo”.

O transformista revela também os preconceitos que sofreu, ressaltando um episódio em que, caracteri-zado de Danuza, foi convidado a se retirar de um even-to do qual participava, sem nenhum motivo aparen-te. Diz que processou a empresa e dela ganhou uma boa indenização em dinheiro, que doou para o Hospi-tal Varela Santiago.

Reclama da falta de privacidade e diz que existe hora para tudo, mas as pessoasnão sabem fazer essa distinção. “As pesso-as me chamam de Arruda, volta e meia se dirigem a mim como Danuza, eu já nem sei mais, até eu me confundo às vezes. É com-plication”, brinca Sales. “Uma vez estava numa feira comprando macaxeira e a co-merciante que já me conhecia, começou a gritar ‘Danuza, Danuza!’. Acredito que o ca-sal que estava do lado fi cou sem entendernada. Às vezes é chato mesmo, mas fazer o quê? São ossos do ofício. Eu tenho um cari-nho grande pelos fãs porque foi a partir daDanuza que as pessoas puderam conhecer Arruda, o artista plástico”, ressalva.

Enquanto chama a equipe para acom-panhá-lo num cafezinho com tapioca, citaa pesca como um de seus hobbies e diz quecostuma curtir seu passatempo na regiãopróxima a sua casa. Pergunto se ele con-segue pegar muitos peixes, e ele responde:“Consigo sim, mas dou para os meninosque fi cam ali pelo caminho. Tenho pregui-ça de limpar”. Se pratica alguma atividade física, diz logo: “Eu já ando tanto. É como se fosse um esporte, não é?”, brinca.

Admirador do compositor Cartola e de cantoras negras americanas, diz que seu sonho é fazer um espetáculo homenagean-do Amália Rodrigues, Bibi Ferreira e Glori-nha Oliveira. Defi ne-se como uma pessoasimples e afi rma que não tem interesse de ir embora de Natal nem tão cedo. “Aqui éruim, mas é muito bom”, brinca. “Só queropoder continuar com o meu trabalho de ar-tista plástico”, ressalta.

NATAL: RUIM, MAS MUITO BOM

AS PESSOAS

ME CHAMAM DE

ARRUDA, VOLTA E

MEIA SE DIRIGEM

A MIM COMO

DANUZA, EU JÁ

NEM SEI MAIS, ATÉ

EU ME CONFUNDO

ÀS VEZES. É

COMPLICATION”

Arruda SalesArtista

LUA NOVA – 12 anos. Cinemark: 21h (DUB).

MARMADUKE – Livre. Moviecom: 15h30 – 17h20 (DUB). Cinemark: 11h05 - 13h00 (DUB).

PLANO B - 12 anos. Moviecom: 14h40 – 16h45 – 19h15 – 21h25 (LEG). Cine-mark: 11h40 - 16h25 - 19h10 - 21h50 - 00h30 (LEG).

PRÍNCIPE DA PÉRSIA - AS AREIAS DO TEMPO – 12 anos. Moviecom: 14h20 – 16h40 – 19h00 – 21h20 (DUB). 14h50 – 17h10 – 19h30 – 21h50 (LEG). Cine-mark: 12h35 - 15h15 - 17h55 - 20h35 - 23h25 (DUB). 11h15 - 16h30 - 21h45 (LEG).

TOY STORY 3 3D – Livre. Cinemark: 11h00 - 13h30- 16h10 - 18h50 (DUB). 21h30 - 00h10 (LEG).

CINEMA

MÚSICA

[email protected]

Moviecom: 14h55 – 17h00 – 19h20 – 21h25 (LEG) 19h20. Cinemark: 15h00 - 17h25 - 19h45 - 22h10 - 00h35 (LEG).

ESQUADRÃO CLASSE A – 12 anos. Moviecom: 19h10 – 21h35 (LEG). Ci-nemark: 13h50 - 19h05 - 00h25 (LEG).

TOY STORY 3 – Livre. Cinemark: 12h30 - 15h10 - 17h50 - 20h30 - 23h10 (DUB). Moviecom: 12h50 – 15h05 – 17h20 – 19h35 – 21h50 – 14h20 – 16h35 – 18h50 – 21h05.

À MODA DA CASA – 14 anos. Cine-mark: 14h00.

CARTAS PARA JULIETA – 10 anos.

ECLIPSE –12 anos. Cinemark: 23h55 (DUB) 23h55 (LEG).

CREPÚSCULO – 12 anos. Cinemark: 18h (DUB).

EM TEU NOME – Moviecom: 16h00 – 19h15 – 21h15 (NAC).

O Rastapé realiza hoje show especial com a dupla Sirano e Sirino, que promete não deixar ninguém parado. Terá também a participação das bandas Panka de Banana, Fernando Farias e Moacir do Repente.

O bar Seis em Ponto apresenta hoje a banda Boca De Sino. No repertório da banda o melhor do pop-rock. A festa começa às 20h30.

A banda Vinho Barganha animará no Taverna Pub com o repertório Pop Rock. O show começa às 23h.

FOTOS: WALLACE ARAÚJO / NJ

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NATAL, QUARTA-FEIRA, 7 DE JULHO DE 2010 / NOVO JORNAL / 13

Social Editor Franklin Jorge

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A baixeza mais vergonhosa é a adulação”

Francis Bacon (1561-1626)

fi lósofo e ensaísta britânico

EditoFrank

Inauguração doPitts Baar na Avenida Prudente de Morais, bairrode Lagoa Nova

FOTOS: D'LUCA / NJ

▶ Glaydson Batalha, Jaques Filho e Kleber Fernandes ▶ Celso Amâncio, Rodrigo Loureiro e Ingrid Silveira

▶ Nelly Carlos, Wellington, Liege Barbalho e Fernando Augusto ▶ Felipe Fonseca, Felipe Taconelle e Arthur Coelho ▶ Suzano Motta e a mulher Keila

▶ Empresária Kelly Carvalho

▶ Ana Luiza e Flávia Azevedo ▶ Helga Fernandes e Luiz Henrique

▶ Já que a vitória

sobre a Holanda não

aconteceu, nada

melhor do que beijar

muito!!! Foi o que

fi zeram Taciane

Monte e Tayrone

▶ O casal Anita

Catalão Maia e

o senador José

Agripino no

lançamento do livro

Manual Prático das

Eleições, de Jarbas

Bezerra e Lígia

Limeira

▶ O deputado Fábio

Faria e Bebeto

Torres prestigiando

Jarbas Bezerra e

Lígia Limeira na

Siciliano do Midway

▶ A bela Juliana Bezerra, com o livro e o

autógrafo do tio e juiz Jarbas

▶ Igor e Diego

Casado, Dudu

Machado e Gilmara

Lira na Copa Volks,

guardando a energia

para daqui a 4 anos

▶ Daliana Ramalho

esperando 2014

para continuar

torcendo pelo hexa

D’LUCA / NJ

D’LUCA / NJ

D’LUCA / NJ

D’LUCA / NJ

D’LUCA / NJ

D’LUCA / NJ

$$$para a CulturaA prefeita Micarla de Sousa, juntamente com os Conselheiros Municipais de Cultura, aprovou o edital de seleção de projetos para o Fundo de Incentivo à Cultura (FIC) deste ano. O edital foi publicado no Diário Ofi cial do Município na última quinta-feira, dia 1 de julho. O lançamento ofi cial acontecerá hoje, às 15h, em solenidade no Auditório da Funcarte. O objetivo é fomentar a produção de bens culturais públicos ou a viabilização de projetos culturais de interesses coletivos no âmbito municipal. Serão disponibilizados para o ano de 2010 o valor de R$ 200 mil, com a destinação dividida por área e por projeto. As inscrições são gratuitas e já estão abertas até 15 de agosto e mais informações no 3232-8143.

Enquanto isso... alguns produtores estão sem receber por serviços prestados há mais de um ano!!!

Cena Aberta 2010A Casa da Ribeira divulga a lista dos artistas,

grupos e ideias selecionados pelo CenaAberta no segundo semestre de 2010. Foram

24 projetos inscritos de Natal, Santa Cruz eMossoró e após um processo de curadoria

independente e autônoma, 12 foramselecionados. Os contemplados nas áreas de

dança, teatro, ideias e música foram:Dança: Experimento nº 1 ([Sí-la-bAs] Cia

de Dança); 1.2. Juntos (Cia. de Dança do Teatro Alberto Maranhão); Incolor (Grupo

Mobilidade de Pesquisa e Experimentos em Dança e Teatro) e Sobre o que Restou

(Procura-se Cia. de Dança). Ideias: Lembranças d(n) o corpo (Mauricio

Moraes Motta) e Mostra Carlão Lima (Grupo de Teatro Facetas Mutretas e Outras

Histórias).Teatro: Achado Não é Roubado (Tropa Trupe

Cia de Arte); Volta, ao ponto. Um experimento (Grupo de Teatro Janela) e O Voo do Arruaça

(Grupo Arruaça de Teatro).Música: Waldir Luzz; Pedubreu Tecnococo e

Festival de Música DoSol - Etapa Instrumentale Contemporânea

Natal no ÍdolosA cantora natalense Th abata Medeiros está

no “Top 30”, semifi nal do programa Ídolos da Rede Record. Ao todo concorreram 83

mil artistas que foram julgados em diversas seleções. Th abata canta no estilo axé

músicas de sua autoria, como “Niná” quejá é um sucesso nas rádios de Natal, assim

como “Não dá para te esperar”, entre outras.No último Carnatal ela formou par com

Cláudia Leite no bloco Caju. A cantora, que tem apenas 18 anos, lança o seu primeiro

DVD até o fi nal de julho, durante umagrande festa em local a ser divulgado.

O bêbadoO bêbado passa em frente a um templo evangélico e escuta o maior barulho, gente chorando, gritando, desmaiando, berrando, estremecendo. Ele pergunta a alguém que está na porta:- Que é que está acontecendo ai dentro?- Jesus está operando, irmão!E o bêbado:- Porra, mas sem anestesia?

HumorO Serviço Social do Comércio - SESC,

dentro do Projeto Janela Aberta estaráno período de 09 a 30 de julho 2010 com

a mostra “Salão de Humor IV Charges de Amâncio”, que fi cará aberta ao público na

sala de exposição do SESC Restaurante das 09 as 17h, de 2ª a 6ª feira, na Rio Branco, 375

- Cidade Alta

Fragmentos poéticosSe alguma pessoa amiga pedir que você lhe diga

se você me quer ou não, diga que você me adora, que você lamenta e chora a nossa separação.

Às pessoas que eu detesto, diga sempre que eunão presto, que meu lar é o botequim, que eu

arruinei sua vida, que eu não mereço a comida que você pagou pra mim.

Trecho da música “Último Desejo” de Noel Rosa

Sangue verdadeiroDiante da avalanche de livros, fi lmes e séries onde os vampiros são o foco principal, estreou a terceira temporada no canal pago HBO aos domingos às 22h a série True Blood, abordando um mundo em que os vampiros se juntam à sociedade, graças à invenção dos japoneses de um sangue artifi cial que lhes permite deixar de ser predadores, oferecendo uma alegoria poderosa sobre os dilemas morais da tolerância à diferença. Tudo isso acontecendo em Bon Temps, uma cidadezinha da Louisiana nos EUA.

O matadouro público da cidade de Poço Branco, município situado na microrregião de Baixa Verde, funciona entre um lixão e a comunidade quilombola Acauã. A denúncia partiu do advogado Luciano Ribeiro Falcão, que fi lmou as atividades do matadouro, do lixão e a comunidade quilombola e disponibilizou o vídeo por meio da internet no YouTube

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14 / NOVO JORNAL / NATAL, QUARTA-FEIRA, 7 DE JULHO DE 2010

Esportes Editor Marcos Bezerra

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FOLHAPRESS

PARA CONFIRMAR A condição de fa-vorita e chegar a uma inédita fi nal, a Espanha terá que parar o me-lhor ataque do Mundial sul-afri-cano e quebrar o tabu de insuces-sos contra a Alemanha em Copas do Mundo. As duas equipes se en-frentam hoje, em Durban.

Segunda colocada do ranking da Fifa, a Espanha é também a equipe mais badalada do torneio, com craques de Barcelona e Real Madrid na base do time coman-dado por Vicente del Bosque. A re-novada seleção da Alemanha, po-rém, roubou a cena na África do Sul com goleadas impiedosas e efi -ciência defensiva.

Os alemães somam 13 gols e têm o ataque mais positivo da competição, enquanto os espa-nhóis marcaram seis vezes em cinco jogos. O retrospecto dos duelos entre as duas equipes em Copas também é desfavorável à “Fúria”: em três confrontos foram duas vitórias alemãs (1966 e 1982) e um empate (1994).

Na África do Sul, as defesas das duas equipes se mostram sólidas e só foram vazadas em duas opor-tunidades cada uma. Tricampeã mundial, a Alemanha busca sua oitava fi nal, enquanto a Espanha debuta em semifi nais - foi quarta colocada em 1950, em sistema de quadrangular.

O maior triunfo da Espanha no futebol, porém, foi obtido justa-mente sobre a Alemanha. Na fi nal da Eurocopa de 2008, em Viena, os espanhóis chegaram ao título con-tinental ao bater os alemães por 1 a 0, com gol de Fernando Torres.

Seis dos atuais titulares da Ale-manha estavam em campo na-quela fi nal e ao menos um deles não esconde o desejo de revanche na partida de hoje. É o meio-cam-pista Schweinsteiger, considera-do um dos melhores jogadores do Mundial até agora.

“É claro que estamos pensando nisso. Naquela ocasião, a Espanha foi superior, então não podemos nos lamentar pela derrota. Tive-mos a possibilidade de conquistar o título e é normal que fi quemos ir-ritados. Não jogamos 100% daque-la vez e agora precisamos nos con-centrar, pois, se vencermos, estare-mos na fi nal da Copa.”

Mais cauteloso, o treinador Jo-achim Löw prefere apontar o rival como favorito na semifi nal, embo-ra as estatísticas do torneio apon-tem uma Alemanha mais letal e efi ciente.

“Para mim a Espanha é favo-rita. É impressionante como joga

como equipe. A Espanha não tem apenas um Messi; tem vários. Além disso, comete poucos er-ros, diferentemente de Inglaterra e Argentina [equipes goleadas pela Alemanha nas oitavas e nas quar-tas]. Vamos ter de obrigá-los a co-meter erros”, afi rmou o treinador.

No lado espanhol, os atletas são otimistas e acreditam que po-dem repetir o triunfo de Viena. “Não chegamos aqui para fi car-mos em quarto. Vamos lutar con-tra a Alemanha para chegarmos à fi nal, que é o nosso único objetivo. É a partida mais importante da nossa história, mais ainda que a fi -nal da Eurocopa”, declarou o golei-ro e capitão Casillas.

DESFALQUES Um dos artilheiros da Alema-

nha no Mundial, com 4 gols - o outro é o centroavante Klose -, o meia-atacante Müller está fora da partida. Ele levou o segundo car-tão amarelo contra a Argentina. Para a vaga, Löw pode escalar o brasileiro naturalizado alemão Ca-cau, que se recupera de lesão. Caso Cacau seja vetado, Trochowski é a opção.

Na Espanha, o meia-atacante Fábregas é dúvida. Ele sofreu uma pancada na perna direita duran-te o treino de ontem, em Potche-fstroom. Apesar de um exame de ressonância magnética hoje não ter detectado lesão óssea, a par-ticipação do atleta só será decidi-da hoje.

Artilheiro da competição com 5 gols, o atacante Villa está confi r-mado para a partida. Já o compa-nheiro dele, Fernando Torres, está em má fase física e técnica e pode dar lugar a Navas.

FURIOSOS/ SEMIFINAL / VITÓRIA NA EUROCOPA MOTIVA ESPANHÓIS QUE TENTAM CHEGAR À PRIMERIA FINAL DE UMA COPA; ALEMÃES BRIGAM PELO TETRA

EQUIPE DE LÖW RECUPERARECORDE DE JOGOS EM COPAS

ESPANHÓIS NÃO VEEM ADVERSÁRIO COMO FAVORITO

A boa campanha até agora na África já fez a Alemanha re-cuperar um antigo recorde que havia perdido para o Brasil e de-pois dividido: o de número de jogos em Copas.

Os alemães completam hoje sua 98ª partida na história das Copas, um a mais do que o Brasil, que participou de dois Mundiais a mais do que o time de Joachim Löw. A Alemanha ainda chegará a 99 jogos, pois disputa o tercei-ro lugar mesmo se perder a semi-

fi nal para a Espanha. Líder isolada em jogos dis-

putados até a Copa de 94, a Ale-manha acabou sendo igualada e depois ultrapassada pela sele-ção brasileira.

Os tricampeões mundiais ainda podem ultrapassar os pentacampeões no número de gols marcados, mesmo com duas Copas a menos. O Brasil tem um total de 210, contra 203 da Alemanha.

Seriam necessários oito gols

nos próximos dois jogos. A tare-fa parece difícil, mas nem tan-to se levar em conta que o timede Löw fez isso em seus últimosdois jogos - 4 x 0 na Argentina e 4x 1 na Inglaterra. Na fase de gru-pos, ainda fez 4 a 0 na Austrália.

Outro marca que o Brasilpode perder para os alemães éindividual. Com 14 gols, Klosetem duas partidas para se igua-lar ou ultrapassar Ronaldo, quetem 15 e é o maior artilheirodas Copas.

Apesar da melhor campanha na Copa e da tradição da Alema-nha, os espanhóis não colocam a Alemanha como favorita no jogo de hoje.

“Não acho que exista favorito nesta altura do campeonato. Será uma digna semifi nal’’, diz o meio-campista Iniesta. Segundo ele, a lógica prevê uma partida aber-ta. “Só desejamos chegar à fi nal. O importante é fazer nosso jogo, ter a bola. Será um duelo bonito’’, completou.

O volante Xabi Alonso, outro jogador que falou ontem na co-letiva, foi na mesma linha. “Qual-quer mínimo detalhe pode deci-

dir o fi nal. Temos que ter uma so-lidez e marcar. A Alemanha tam-bém é bastante marcadora.’’

O treinador Vicente del Bos-que afi rmou que os dois times têm individualidade. “Vai ser um encontro com posses de bola alternadas.’’

O atacante Villa é quem es-banja mais otimismo. “No grupo, há muita confi ança. Levamos pe-rigo a qualquer defesa.’’

Casillas, capitão espanhol, não leva gol no Mundial há 223 minu-tos e busca, na partida mais im-portante da história de seu país, vaga inédita na decisão e recorde.

O arqueiro do Real Madrid

tornou-se o goleiro espanhol hámais tempo sem ser vazado emCopas - superou os 209 minutosde Ramallets na Copa de 1950,no Brasil.

Precisa fi car mais 58 minutossem levar gol para que a Espanhabata seu recorde de minutos semser vazada.

Em 1950, o arco espanhol fi -cou, somando as atuações dos go-leiros Ignacio Eizaguirre (jogoucontra os EUA) e Antonio Ramal-lets (atuou contra Chile, Inglater-ra e Uruguai), 282 minutos semser superado. Essa é a meta de Ca-sillas e da defesa espanhola para ojogo de hoje.

▶ Fabregas chega para comemorar gol da classifi cação sobre o Paraguai com Villa: confi ança para repetir Eurocopa

JUAN MABROMATA / AFP / GETTY IMAGES

FICHA TÉCNICA

Estádio: Moses Mabhida, em DurbanHorário: 15h30 (de Brasília)Arbitro: Viktor Kassai (HUN)

ESPANHA

Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Iniesta, Busquets, Xavi e Xabi Alonso (Fábregas); Torres (Navas) e Villa. Técnico: Vicente del Bosque

ALEMANHA

Neuer; Lahm, Mertesacker, Friedrich e Boateng; Khedira, Schweinsteiger e Özil; Cacau (Trochowski), Podolski e Klose. Técnico: Joachim Löw

Permanência só depende de Maradona, diz Grondona

Novo treinador critica comportamento dos jogadores

/ ARGENTINA / / FRANÇA /

FOLHAPRESS

O PRESIDENTE DA AFA (Associa-ção de Futebol Argentino), Julio Grondona, disse ontem, em en-trevista à rádio local “Cadena 3”, que o técnico Maradona é quem decidirá sobre sua permanência ou não no comando da seleção argentina. “Isso depende dele, ainda temos um contrato em vi-gor. Maradona é a única pessoa no país que pode fazer o que qui-ser”, declarou o dirigente.

Maradona assumiu o car-go no fi nal de 2008. Com difi cul-dades e apenas na última roda-

da das eliminatórias sul-ameri-canas, conseguiu levar a seleção à Copa do Mundo. Muito contesta-do pela imprensa argentina, che-gou à África do Sul desacreditado.

Após uma primeira fase per-feita, acabou vendo sua equi-pe eliminada de forma categó-rica pela Alemanha nas quartas de fi nal. Após a desclassifi cação, o treinador teria dito que seu ci-clo na seleção havia terminado. Seu contrato, porém, é válido até 2011, ano em que será disputada a Copa América na Argentina.

Ontem, o ex-jogador Mancu-so, amigo pessoal e auxiliar téc-

nico de Maradona, afi rmou que não acreditava na possibilida-de do treinador deixar a equipe. “Pelo que conheço de Diego, pa-rece difícil acreditar que ele saia logo após perder a Copa do Mun-do. Não podemos apagar tudo que foi feito de bom”, declarou em entrevista à “Rádio del Plata”.

A defi nição precisará ser rá-pida. A Argentina disputará um amistoso no dia 11 de agosto contra a Irlanda, em Dublin.

Ontem, o jornal italiano “Cor-riere dello Sport” noticiou que o Napoli tem interesse na contrata-ção de Maradona.

NÃO CHEGAMOS

AQUI PARA

FICARMOS EM

QUARTO. VAMOS

LUTAR CONTRA A

ALEMANHA PARA

CHEGARMOS À

FINAL”

CasillasGoleiro e capitão espanhol

PARA MIM A

ESPANHA É

FAVORITA. É

IMPRESSIONANTE

COMO JOGA COMO

EQUIPE. A ESPANHA

NÃO TEM APENAS

UM MESSI; TEM

VÁRIOS”

Joachim LöwTécnico da Alemanha

FOLHAPRESS

Em sua primeira entrevista coletiva como o novo técnico da seleção francesa, Laurent Blanc criticou ontem o comportamen-to dos jogadores durante a Copa do Mundo. O treinador assumiu o cargo que foi de Raymond Do-menech na África do Sul.

“Não posso fi ngir que não aconteceu nada na África do Sul. Acompanhei tudo com muita tristeza. Fiquei muito decepcio-nado com os resultados, mas me indignaram principalmente al-gumas atitudes”, declarou.

O técnico, que como jogador foi campeão mundial em 1998, lembrou da “greve” instituída pe-los jogadores às vésperas da par-tida contra a África do Sul, a úl-tima da primeira fase. A equipe acabou derrotada pelos anfi tri-ões e foi eliminada da compe-tição. “O que mais me decep-cionou foi o comportamento do grupo no único treino aber-to para a imprensa, a 48 horas do jogo contra a África do Sul”, recordou.

Na ocasião, o lateral-esquer-do Evra foi apontado como o ar-ticulador do movimento. O ato

foi uma reprovação ao corte do atacante Anelka, que deixou o Mundial após xingar Domenech.

Apesar das pesadas críticas, Blanc descartou qualquer tipo de retaliação aos atletas. “Os cul-pados são vários, mas não sou eu quem vai dizer se haverá puni-ções. Minha preocupação é fazer a melhor seleção com os melho-res jogadores”, afi rmou.

O treinador assinou um con-trato com validade de dois anos. Seu primeiro desafi o é classifi -car os Bleus para a Eurocopa de2012, que será realizada na Polô-nia e na Ucrânia.

POR UMA FINAL

Page 7: O MELHOR IDEB E O PIOR

▶ ESPORTES ◀ NATAL, QUARTA-FEIRA, 7 DE JULHO DE 2010 / NOVO JORNAL / 15

BRUNO ARAUJODO NOVO JORNAL

A camisa listrada amarela e preta na entrada já anunciava a preferência na semifi nal entre Uruguai e Holanda, disputada ontem na Cidade do Cabo. Uru-guaio radicado em Natal há 22 anos, o jornalista Dionísio Ou-teda analisou, xingou, vibrou, comemorou e, no fi m, teve que aceitar a eliminação da “Celes-te” após a derrota por 3 a 2 para o renovado “Carrosel” de Sneij-der e Robben.

O “Gringo” – apelido pelo qual é conhecido no meio es-portivo – tem como seu talis-mã o uniforme sem número do Peñarol, autografado pelo ído-lo Pablo Bengoechea e o apar-tamento no Tirol como templo. “Não assisto ao jogo em outro local que não seja minha casa. Até para ir para casa do meu pai é difícil porque ele se concentra demais...”, conta ele lembran-do Rubém Outeda, que trouxe ele, duas fi lhas e a esposa para o Brasil em 1988. “Ele viu o Uru-guai campeão mundial em 1950. Da minha geração para frente, não houve nenhuma conquista desse nível para a seleção.”

Com o apito inicial para a semifi nal entre sul-americanos e europeus, teve início a ma-ratona uruguaia e do “Gringo”, que estava acompanhado pelo amigo Isaac Ribeiro e a espo-sa Cínthia Lopes, também jor-nalistas. “É o último sul-ameri-cano na Copa, então é para ele que vou torcer”, disse Isaac.

Um cigarro após outro, a tensão se tornava cada vez maior para Outeda. E a partir dos 12 minutos de partida, o sentimento de apreensão pas-sou a ser compartilhado pela irmã Carolina que veio acom-panhada do marido. “Acompa-nho os jogos do Flamengo e, na Copa do Mundo, Uruguai e Bra-sil”, comentava a jovem uru-guaia quando a Holanda abriu

o placar com Van Bronckhorst, aos 18 minutos, em chute dis-tante de 36 metros da meta. “Tá igual ao papai, saiu, a gen-te toma gol”, disse em tom de superstição.

TIME SOLIDÁRIOApesar do lamento pela van-

tagem dos europeus, Dionísio seguia com os olhos fi rmes na tela e analisando uma jogada ou outra. “Esse time do Uruguai não tem dois grandes jogadores, mas sim uma equipe solidária, todos marcam, todos atacam. Para nós [uruguaios] a Seleção representa muita coisa, somos o país de apenas 3 milhões de ha-bitantes na semifi nal da Copa”, afi rmou confi ando numa virada no segundo tempo.

Mas, assim como os holan-deses tiveram sorte no arrema-te de fora da área, o craque da “Celeste”, Diego Forlán, se valeuda Jabulani e surpreendeu o go-leiro para empatar o duelo. “Nãoera justo estar perdendo. Temosum grande grupo, grandes joga-dores que são titulares na Euro-pa”, disse antes do intervalo ci-tando o exemplo dos atacantesCavani (Palermo/Itália), Forlán (Atlético de Madrid) e Luis Sua-rez (Ajax/Holanda), este último,cumpriu suspensão por ter sidoexpulso contra Gana.

Infelizmente para os irmãosOuteda e convidados, o segun-do tempo não trouxe o mesmo equilíbrio da etapa inicial e em três minutos (25’ e 28’), Sneijder e Robben sinalizaram aquilo que parecia os números fi naisda partida. “O placar não foi a realidade do jogo”, já reclamavaDionísio quando Maxi Pereiradiminuiu para o Uruguai e rea-cendeu por mais dois minutose meio a esperança dos torce-dores do apartamento 202.

Ao fi m, a luta dos “Chicos”foi aplaudida. “Não estou triste.A tristeza é por saber que podí-amos mais”, lamentou. Ele, in-clusive, já antecipou para quemserá sua torcida na reta fi nal:“brigar pelo terceiro lugar tá bom. Agora vou torcer pela Ale-manha atropelar a Espanha eser campeã mundial”, encerrou.

A lição celesteO que se deve fazer para enfrentar um time que adora trocar

passes no ataque, como a Holanda? Marcar é o óbvio, e o Uruguai planejou isso de maneira cuidadosa, embora com um erro. Mas o equívoco é tema para os próximos parágrafos.

O que equilibrou a semifi nal da Cidade do Cabo e fez o Uru-guai fazer uma partida histórica foi o toque de bola. Perdendo por 1 a 0, a Celeste tinha duas opções: manter-se na defesa e dar aos holandeses a bola, tudo o que sonhavam, ou sair para o jogo com passes curtos. Não importava a quantidade de chances de gol a criar. Mais valia ter a bola no pé pelo tempo necessário para tirar a Holanda de perto da grande área de Muslera. Equilibrar a partida.

Isso ocorreu após os 20min, quando o Uruguai já perdia por 1 a 0, tiro de longe de Van Bronckhorst. O gol saiu após 17 minutos de trabalho holandês com pos-se de bola no setor ofensivo.

O gol aconteceu tam-bém porque o Uruguai des-prezou duas característi-cas da Holanda. Esqueceu que 50% dos gols da Laran-ja nasceram em tiros de fora da área e desprezou o avan-ço de Van Bronckhorst. Ca-vani não o marcou, missão atribuída a Diego Pérez, que ajudava Arévalo na caça a Sneijder. Sobrou espaço.

No segundo tempo, a Holanda escalou um armador a mais no lugar de um volante – Van der Vaart na vaga de De Zeeuw. Isso sig-nifi cava mais volume de jogo. Mais tempo no campo uruguaio. A cada vez que conseguia trocar passes curtos, o Uruguai voltava a equilibrar a partida.

A lição do Uruguai era essa. Tocando bola, difi cultava para o ri-val, como o Brasil deveria ter feito no segundo tempo de sexta-fei-ra. A diferença é que o Uruguai tem menos talento do que o Bra-sil. E do que a Holanda, do segundo gol com Sneijder. Aí, a semi-fi nal mudou.

SEGREDO DE DURBAN Schweinsteiger não se incomoda com marcação por pressão.

Mas é isso o que a Espanha gosta. Se adiantar demais e Schweins-teiger tiver tranquilidade, a Alemanha pega a zaga da Fúria aberta.

ANTÍDOTO DA FÚRIA A Fúria tem um time igual ao que venceu os alemães na Euro-

08: David Silva pela direita, Xavi armando, Iniesta pela esquerda. Mas havia só um volante: Marcos Senna.

PVC escreve nesta coluna diariamente

FRANCK FIFE / AFP / GETTY IMAGES / DIVULGAÇÃO ADIDAS

PauloVinícius Coelho▶ [email protected]

A LIÇÃO DO URUGUAI

ERA ESSA. TOCANDO

BOLA, DIFICULTAVA

PARA O RIVAL.

▶ Jogo equilibrado enquanto o Uruguai conseguiu tocar a bola

FOLHAPRESS

A HOLANDA VENCEU o Uruguai por 3 a 2, ontem, no estádio Gre-en Point, na Cidade do Cabo, e chegou à fi nal da Copa do Mun-do de 2010, disputada na África do Sul.

A equipe laranja, algoz do Brasil nas quartas de fi nal, já disputou outras duas decisões, em 1974 e 1978. Nas duas, per-deu para os anfi triões daque-les Mundiais. Na primeira, caiu para a Alemanha e, na segunda, para a Argentina.

A Holanda agora espera o vencedor do duelo entre Ale-manha e Espanha, que jogam às 15h30 de Brasília de hoje, na ci-dade de Durban.

A fi nal da Copa do Mundo está marcada para o próximo domingo, às 15h30, no estádio Soccer City, em Johannesburgo. Um dia antes, o Uruguai dispu-ta o terceiro lugar da Copa con-tra o perdedor de Alemanha e Espanha.

A chegada até a semifi -nal do Mundial de 2010 é a me-lhor campanha do Uruguai des-de 1970, quando os bicampeões mundiais perderam nas semifi -nais para o Brasil.

O JOGO A Holanda começou o jogo

no ataque e deu seu cartão de visitas logo aos 3min, com Kuyt,

que chutou por cima do gol. O gol holandês parecia ques-

tão de tempo até acontecer aos 18min, com lindo chute de fora da área do lateral-esquerdo Van Bronckhorst, sem chances para o goleiro uruguaio.

Mas o Uruguai melhorou e usou da mesma arma que a Ho-landa para empatar o jogo. Aos 40min, Forlán recebeu bola na intermediária, cortou para o meio e chutou forte, de esquer-

da, encobrindo o goleiro Maar-ten Stekelenburg: 1 a 1.

Na segunda etapa, o Uru-guai melhorou e deu a impres-são de que viraria a partida. Aos 22min, Forlán cobrou falta de fora e obrigou Stekelenburg a fa-zer grande defesa.

Mas, dois minutos depois, a Holanda desempatou. Sneijder dominou na entrada da área, ajeitou e chutou. A bola passou entre Van Persie e um defensor

uruguaio e entrou. O time sul-americano reclamou que Van Persie estava impedido e partici-pou da jogada.

O Uruguai então se desorga-nizou e acabou levando o tercei-ro gol. Aos 29min, Kuyt cruzouda esquerda e Robben testou com precisão para ampliar. Nos acréscimos, Maxi Pereira chu-tou de fora e ainda descontoupara o Uruguai, mas não davamais tempo.

O CARROSSEL DE ROBBEN E SNEIJDER/ HOLANDA / ALGOZ DO BRASIL NAS QUARTAS DE FINAL, LARANJA VENCE O URUGUAI POR 3 A 2 E CHEGA À SUA TERCEIRA FINAL EM COPAS DO MUNDO CONFIANTE EM MUDAR ESCRITA

▶ Robben comemora o gol de cabeça que praticamente selou a vitória holandesa: Muslera nada pôde fazer

PEDRO UGARTE / AFP / GETTY IMAGES

Com a vitória por 3 a 2 da Ho-landa sobre o Uruguai ontem, pe-las semifi nais da Copa do Mun-do-2010, a Europa assegurou na África do Sul o primeiro título de um Mundial fora de seu território.

Do outro lado da chave, Es-panha e Alemanha se enfrentam hoje pela outra vaga, o que garan-te uma decisão puramente euro-peia em solo africano.

Até então, todas as Copas que

foram sediadas fora da Europa ti-veram como campeão Brasil, Ar-gentina ou Uruguai.

O Brasil conquistou fora do “velho continente” quatro de seus títulos - apenas o primeiro, em 1958, foi obtido na Suécia. A se-gunda taça foi levantada no Chi-le (1962), a terceira veio no Méxi-co (1970), o tetra saiu nos Estados Unidos (1994), e o penta no Japão (2002).

Os uruguaios obtiveram seus dois troféus em 1930, em casa, e no Maracanazo de 1950. Já a Ar-gentina foi campeã também em, seus domínios, em 1978, e no Mé-xico, em 1986.

Por outro lado, o aproveita-mento europeu dentro do conti-nente é extremamente alto: das dez Copas disputadas no conti-nente, a única que não foi ven-cida por um time local foi justa-mente a de 58, com o Brasil triun-fando na Suécia.

Nas quartas de fi nal, o cená-rio da supremacia sul-americana fora da Europa parecia que iria se

confi rmar novamente. Para conseguir uma disputa

entre vizinhos, os europeus preci-savam derrubar os rivais da Amé-rica do Sul, maioria neste estágio da competição.

Eram quatro sul-america-nos (Brasil, Argentina, Paraguai eUruguai), contra apenas Alema-nha, Holanda e Espanha. Quem completou o grupo dos oito foiGana, único africano a chegar atéeste estágio da disputa.

No entanto, todos os euro-peus venceram seus confrontose conseguiram garantir o títulopara o continente.

EUROPA GARANTE PRIMEIROTÍTULO FORA DO CONTINENTE

▶ O ‘Gringo’ com o colega Isaac Ribeiro, o cunhado e a irmã Carolina

ARGEMIRO LIMA / NJ

“É TRISTE PORQUE PODERÍAMOS TER IDO MAIS LONGE”

Page 8: O MELHOR IDEB E O PIOR

▶ ESPORTES ◀16 / NOVO JORNAL / NATAL, QUARTA-FEIRA, 7 DE JULHO DE 2010

Laranja madura Não adiantou minha torcida. O Uruguai, desfalcado de dois de seus principais jogadores

(Suárez e Lugano), lutou bravamente, quase empatou no fi nal, mas Sneijder e Robben estavam com a camisa laranja.

A Holanda está organizada, efi ciente, madura e vai dispu-tar a fi nal pela terceira vez, na busca por seu primeiro título mundial.

Hoje jogam Alemanha e Espanha. Apesar do técnico Vicen-te del Bosque, que fez algumas mudanças para pior na seleção da Espanha em relação à que jogou na Eurocopa, o time espa-nhol está entre os quatro semifi nalistas.

O técnico colocou Xavi fora de posição (de volante para meia) e adotou o esquema da moda, com dois volantes, três meias e um centroavante. O time jogava com dois volantes, dois meias, que não tinham posições fi xas, e dois atacantes.

A troca de passes e a alta média de posse de bola, carac-terísticas da seleção espanho-la e também do Barcelona, não têm sido marcantes até agora.

Mesmo assim, o time tem feito gols bonitos, como o de Villa na vitória sobre o Paraguai.

O time não faz gol feio. Isso não é bom. Algumas ve-zes, o gol tem de ser no grito, no sopro, na jogada heroica.

Na Alemanha, Schweins-teiger, que jogava pelos lados, passou a atuar de volante. Podolski, que era um segundo ata-cante, joga agora pela esquerda, marcando e atacando.

Antes, o time atuava com duas linhas de quatro e dois atacantes. Agora, joga com dois volantes, três meias e um centroavante.

Não foi a mudança tática que fez o time evoluir, e sim a mu-dança na posição de alguns jogadores. Essa é a principal função do técnico: colocar os jogadores nas posições corretas. Simples, básico e efi ciente. O restante é conversa fi ada.

Outros destaques da Alemanha são o meia Özil, descen-dente de turcos com a habilidade dos ótimos meias brasileiros, além de Müller, outro que mudou de posição. Era um segundo atacante e passou a atuar pela direita, atacando e defendendo.

A Alemanha, que era pouco elogiada antes da Copa, é a se-leção que tem jogado melhor.

A Espanha, que era a principal favorita, junto com o Brasil, está aquém do que se esperava.

A Alemanha está melhor. A Espanha é melhor, pela quali-dade de seus jogadores e pelo que jogou nos últimos anos. Mas nada é defi nitivo.

Tostão escreve nesta coluna diariamente

TostãoSHAUN BOTTERILL / FIFA / GETTY IMAGES / DIVULGAÇÃO ADIDAS

▶ Alemanha continua como melhor conjunto da Copa

A HOLANDA

DERROTOU

O URUGUAI E

ESPERA HOJE

O VENCEDOR

DE ALEMANHA E

ESPANHA

FOLHAPRESS

AO FINAL DO depoimento prestado na DH (Divisão de Homicídios) do Rio, o adolescente encontrado na casa do goleiro Bruno, na tar-de de ontem, confi rmou a morte da ex-namorada do jogador, Eliza Samudio, 25.

Segundo a Polícia Civil, o ado-lescente afi rmou que a coronha-da dada por ele em Eliza não foi a causa da morte. O menor não explicou, porém, como ou onde a jovem foi morta. Disse apenas que ela chegou viva a Minas Ge-rais, onde o jogador tem um sítio, em Esmeraldas (MG).

Segundo o inspetor Guima-rães, da DH, o menor também afi rmou ter participado do se-questro da ex-namorada de Bru-no junto com Luiz Henrique Fer-reira Romão, o Macarrão, em um sábado. Ele não soube especifi car a data, mas seria, provavelmente, 5 de junho.

Na região, a dupla teria colo-cado Eliza no carro Range Rover de Bruno, onde a polícia encon-trou vestígios de sangue na sema-na passada. O jovem disse que se escondeu no banco de trás do ve-ículo - Macarrão estaria dirigindo - e acertou a cabeça de Eliza com uma arma.

O advogado Monclar Gama esteve, na tarde de ontem, na DH do Rio, para obter informa-ções sobre a condução, feita por policiais, do adolescente que es-tava na casa do goleiro Bruno Fernandes.

Gama disse representar Bru-no e ter sido informado pelo atle-ta de que a polícia foi à casa dele no Recreio dos Bandeirante, zona oeste, alegando ter denúncia de que o menor era mantido em cár-

cere privado. Conforme o advoga-do, o próprio Bruno atendeu os policiais e confi rmou que adoles-cente estava em sua casa, mas ne-gou o cárcere privado.

ENTREVISTAA polícia chegou até o adoles-

cente após uma entrevista de um tio dele à rádio Tupi, no Rio. O tio, que é motorista de ônibus e não foi identifi cado, afi rmou que o so-brinho ajudou a sumir com o cor-po de Eliza Samudio. O rapaz e Macarrão teriam levado Eliza e o fi lho dela, de 4 meses, de um ho-tel na Barra da Tijuca para o sítio do atleta.

Depois que a moça foi morta o goleiro do Flamengo teria con-tratado um homem, identifi ca-do como Clayton, para repassar o corpo a um trafi cante, da região.

FOLHAPRESS

O PREFEITO DE São Paulo, Gilber-to Kassab (DEM), chegou à Áfri-ca do Sul e, num discurso de afi -nidade com o governador Alber-to Goldman (PSDB), voltou a de-fender o Morumbi e disse não ver problema na abertura da Copa-2014 no Maracanã.

“Nós não desistimos do Mo-rumbi. Vamos ter uma última conversa com a Fifa. Eu sigo a po-sição do coordenador do comitê [Goldman], que diz que o Morum-bi é a primeira opção’’, declarou.

“É claro que a abertura em São Paulo é difícil, mas o que nos deixa tranquilos é que há o Mara-canã’’, continuou. “Isso [a abertu-ra e a decisão da Copa no mesmo estádio] foi feito na África do Sul e pode ser repetido no Brasil.’’

As palavras do prefeito fazem coro às do governador paulista. No sábado, ele afi rmou ao jornal Folha de S. Paulo que não desisti-ra do estádio são-paulino.

No mês passado, o Comi-tê Organizador Local da Copa-14 e a Fifa excluíram o Morumbi do torneio. “Vamos tentar rever-ter essa situação’’, disse o prefeito, que deve se reunir com os presi-dentes do COL, Ricardo Teixeira, e da Fifa, Joseph Blatter.

A defesa do Morumbi não

evitou que Kassab consideras-se o Piritubão (possível estádio a ser construído na zona norte) para a Copa. O prefeito trabalha nos bastidores para fazer o negó-cio andar.

A Fifa não abre mão de rea-lizar a abertura em São Paulo, a maior e mais rica cidade do país, assim como Johannesburgo na África do Sul.

Por esse motivo, foi a Fifa que convidou o prefeito de São Paulo e seu secretário de Planejamen-to Urbano, Miguel Bucalem, para conhecerem como foi concebido o modelo sul-africano de cons-trução e reforma de estádios.

A ideia é realizar uma PPP

(Parceria Público-Privada) para erguer o Piritubão. Bucalem, que também já está na África do Sul, terá reuniões com representantes da Prefeitura de Johannesburgo.

A cidade tem dois estádios usados na Copa: o Ellis Park e o Soccer City, palco da abertura e da fi nal e que seria usado como mo-delo para o estádio paulista -a are-na foi erguida com dinheiro públi-co e cedida à iniciativa privada.

“Mas nós não vamos colocar os recursos públicos na constru-ção de estádios’’, afi rmou o prefei-to de São Paulo.

Um dos obstáculos para a construção do Piritubão é o perí-odo curto para realizar a obra.

FOLHAPRESS

INCANSÁVEL NOS ÚLTIMOS dias em lamentar a eliminaçãoda seleção brasileira da Copa da África do Sul, o presiden-te Lula sugeriu à CBF que faça como ele fez na época de sin-dicato: renove sua direção acada oito anos.

O presidente da entidadeque comanda o futebol nacio-nal, Ricardo Teixeira, está nocargo desde 1989.

“Eu não posso falar daCBF porque é uma entidade particular e eu não posso vo-tar, não posso dar palpite. Eu acho que, se a CBF adotasse o que eu adotei quando era pre-sidente do Sindicato dos Me-talúrgicos de São Bernardodo Campo, a cada oito anosa gente trocava a direção daCBF. No sindicato, a gente tro-cava’’, disse Lula.

O presidente falou ain-da que a queda na Copa não pode afetar os esforços para ser campeão em 2014. “[Em] 2014 não tem 1950. Em 2014, nós vamos estar preparadospara triturar quem vier.’’

Lula chegou a Dar Es Saa-lam, na Tanzânia, no início danoite de ontem (tarde no Bra-sil). Ele está desde o dia 2 em um périplo por seis países afri-canos que terminará na África do Sul, onde assistirá à decisão do Mundial-2010.

EX DE BRUNO TERIA SIDO ‘CONCRETADA’/ INVESTIGAÇÃO / DEPOIMENTO DE ADOLESCENTE CONFIRMA QUE AMANTE DE BRUNO FOI MORTA; GOLEIRO TERIA CONTRATADO TRAFICANTE POR R$ 3 MIL PARA DAR SUMIÇO NO CORPO

A Polícia Civil de Minas nego-cia com os advogados do goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo, para ouvir o jogador a partir desexta-feira.

O depoimento também pode ocorrer no fi m de semana ou napróxima semana, afi rmou o dele-gado Edson Moreira, que coman-da as investigações.

A polícia também quer ouvir nesse período Luiz Henrique Ro-mão, o Macarrão, funcionário ebraço direito de Bruno, a mulherde Macarrão e dois primos do jo-gador. Também deverá ocorrer um novo depoimento de Dayan-ne Rodrigues do Carmo Souza, 23, mulher de Bruno.

Kassab afi rma que não desistiu do Morumbi

/ COPA-2014 /

LULA PROPÕE RENOVAÇÃO DO PODER NA CBF

/ DEMOCRACIA /

▶ O prefeito de São Paulo foi convidado para conhecer modelo sul-africano

ARQUIVO / ABR

▶ Delegado Edson Moreira quer ouvir o goleiro Bruno ainda esta semana

DANIEL IGLESIAS / O TEMPO / FOLHAPRESS

POLÍCIA VAIOUVIR BRUNO

▶ Eliza Samudio: paixão trágica

REPRODUÇÃO INTERNET

“O Bruno contratou o cara para dar sumiço, o Clayton, para levar até o cara que ia sumir com o corpo. Aí, pagou 3 mil reais, tá entendendo? O cara desossou a garota, tá entendendo? Enterrou e concretaram”, concluiu.