o malhete nº 138 - outubro 2020...imenso grupo dos que não sabem administrar seu tempo. meus...

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O Malhete INFORMATIVO MAÇÔNICO, POLÍTICO E CULTURAL Linhares - ES, Outubro de 2020 Ano XII - Nº 138 [email protected] Filiado à ABIM - Associação Brasileira de Impressa Maçônica, Sob o nº 075-J Numero 138 Outubro 2020

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Page 1: O MALHETE Nº 138 - OUTUBRO 2020...imenso grupo dos que não sabem administrar seu tempo. Meus Irmãos, o tempo é igual para todos, o que precisamos aprender é administra-lo, e tudo

O MalheteINFORMATIVO MAÇÔNICO, POLÍTICO E CULTURAL

Linhares - ES, Outubro de 2020Ano XII - Nº 138

[email protected]

Filiado à ABIM - Associação Brasileira de Impressa Maçônica, Sob o nº 075-J

Numero 138 Outubro 2020

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O Malhete 03O Malhete Outubro de 2020

Queridos Irmãos!!!Revendo uns arquivos, encontrei um artigo

publicado no informativo de nosso escritório que resolvi transcrever.

Trata da questão do tempo, ou melhor, da falta de tempo para realizar as diversas tarefas.

Se você é daqueles que esquece o aniversário do filho, o telefone não para de tocar, sua secre-tária está pedindo um documento e um cliente espera, há horas, sentando na sua frente. Seu dia precisava de 72 horas? Então seja bem-vindo ao imenso grupo dos que não sabem administrar seu tempo.

Meus Irmãos, o tempo é igual para todos, o que precisamos aprender é administra-lo, e tudo começa com o planejamento do seu dia, semana, mês. Encaixe suas tarefas e encontre o momento exato para realiza-las.

Parece óbvio, mas pouca gente sabe priorizar atividades. Não dá para fazer tudo? Priorize, administre.

Umas das vilãs do desperdício de tempo é a procrastinação – o velho e mau hábito de empur-rar com a barriga.

A equipe da Employer (employer.com.br) fez um estudo e isolou alguns vírus da procrastina-ção. Veja se alguns destes sintomas lhe são fami-liares e anote alguns antídotos que podem aca-

bar com esse mal a tempo.

1) Perfeccionista: A vontade de fazer um tra-balho sempre excepcionalmente bem feito é tamanha que ele perde o tempo em estudos e pre-parações e acaba fazendo tudo na ultíssima hora.

Antídoto: Estabeleça dois prazos finais e use o espaço de temo entre os dois para “aquele” acabamento.

2) Fantasioso: Este é um sujeito sensacio-nal para ter ideias, mas um fiasco na hora de concretizá-las. Pode funcionar ao lado de outros mais ativos, mas sozinho é um problema.

Antídoto: Fale menos sobre suas ideias aos outros do que si mesmo e antecipe o prazo de finalização de maneira a usar este tempo extra para tornar o trabalho ainda maior e mais criati-vo.

3) Medroso: Quando uma tarefa ou projeto pousa na mesa dele; o mundo cai. O medo de tomar o caminho errado ou de chocar alguém com sua decisão o transforma numa estátua.

Antídoto: Use recursos simples da neurolin-guística, como dizer a si mesmo “vai, vai” diante da primeira e de todas as outras sensações de medo que sentir no trabalho.

4) Criador de Crises: Todo mundo já viu um: ele só funciona no último minuto e sob pres-são, quando o prazo está estourando e os colegas de equipe já estão arrancando os cabelos. Não move uma palha enquanto não ouvir o alarme. Pode até alcançar alguma genialidade, mesmo a 1 minuto do tempo regulamentar. Mas, a essa altura, já está precipitando todo mundo numa loucura que deveria ser só dele.

Antídoto: Crie um plano pessoal de recom-

pensa regado a adrenalina – como aventuras de moutain biking ou rafting – para forçar-se a ter-minar tudo rápido e daí cair na estrada

5) Raivoso: Mistura as obrigações do traba-lho com os sentimentos que tem em relação a outras pessoas envolvidas no processo. Então, ou não faz o trabalho a tempo, ou faz, mas tudo errado, transbordando de raiva.

Antídoto: Tente encontrar algo de muito recompensador no trabalho, foque nisso e, ao final, deixe claro a seus superiores que ficou bastante satisfeito enquanto realizava.

6) Faz tudo: Também conhecidíssimo, esta pega várias coisas para fazer e depois, claro, não consegue dar conta de quase nada. A desculpa é sempre a mesma: “não deu, sabe, estou meio atolado. Conhecido como “mangueira solta”.

Antídoto: Priorize tarefas e aprenda a dizer não. Melhor ainda. N-Ã-O.

7) Caça-prazeres: O nome diz tudo. Ele não termina o trabalho porque acredita, francamen-te, que há outras coisas mais prazerosas para fazer. Entre escolher um enrosco daqueles e uma delícia logo ali, ele não titubeia, fica só na mama-ta.

Antídoto: Troque o que você entende como “sofrimento” por “inconveniência temporária”. Depois pense o quão satisfeito e feliz você vai ficar quando a tarefa estiver resolvida.

Saudações Fraternais!!!

Valdir MassucattiEminente Grão Mestre Adjunto da Grande

Loja Maçônica do Estado do Espírito Santo

VOCÊ NÃO TEM TEMPO PARA NADA?Então ache um minuto para ler isto

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ROBERT H. JACKSONO maçom que acusou os hierarcas nazistas nos julgamentos de Nuremberg

Por Salvatore Zappalà

A 21 de novembro de 1945 o Promotor e o Maçom Robert H. Jackson entregou o Declaração de abertura antes do Tribu-

nal Militar Internacional de Nuremberg, abrindo o mais importante, polêmico, impressionante, inovador e criticado julgamento do século vinte, o julgamento contra os principais hierarcas do regime nazista. Eles se sentaram no banco dos réus: Hermann Göring, Rudolf Hess, o ideólogo do nazismo Alfred Rosenberg, o arquiteto do Reich Albert Speer e muitos outros expoentes importantes desse regime.

DECLARAÇÃO DE ABERTURA DO JULGAMENTO

Com a permissão de suas honras, o privilégio de abrir o primeiro julgamento da história por crimes contra a paz mundial representa uma grave respon-sabilidade. As injustiças que buscamos condenar e punir foram tão premeditadas, danosas e devastado-ras que o mundo civilizado não tolera ser ignorado, pois não tolera ser repetido. O fato de quatro grandes nações, excitadas pela vitória e estimuladas pelo mal que sofreram, suspender a mão pronta para a vingan-ça e submeter voluntariamente seus inimigos aprisi-onados ao julgamento da lei é um dos tributos mais significativos que o Poder já pagou à Razão. Este Tribunal, por mais inédito e experimental que seja, não é produto de elucubrações abstratas, nem foi criado para apoiar teorias legalistas. Esta investiga-ção representa a tentativa prática de quatro das nações mais poderosas, apoiadas por dezessete outras, tendendo a usar o direito internacional para enfrentar a maior ameaça de nossos tempos: a guerra de agressão. O bom senso humano exige que a lei não se limite a punir crimes desprezíveis cometidos

por pessoas comuns. Deve também alcançar indiví-duos que possuem grande poder e que fazem uso deliberado e combinado dele para realizar más ações que se estendem a todos os cantos do mundo. É por causa da escala desses crimes que as Nações Unidas enfrentarão suas honras.Mais de vinte homens destruídos estão sentados no cais. Condenados pela humilhação de seus lidera-dos, tão amarga quanto a desolação de seus agresso-res, sua capacidade pessoal de fazer o mal está para sempre exaurida. É difícil agora perceber nesses homens agora reduzidos ao cativeiro o poder com o qual, como líderes nazistas, eles uma vez domina-ram grande parte do mundo e aterrorizaram a maior parte dele. Se os considerarmos apenas como indiví-duos, seu destino tem pouca importância para o mun-do.O que torna esta investigação significativa é o fato de que esses prisioneiros representam influências sinistras que continuarão a espreitar no mundo por muitos anos depois que seus corpos voltarem ao pó. Vamos mostrá-los como símbolos vivos do ódio racial, do terrorismo e da violência, e da arrogância e crueldade do poder. São símbolos do nacionalismo e militarismo ferozes, das intrigas e da mentalidade belicista que envolveram a Europa geração após geração, esmagando a sua humanidade, destruindo as suas casas e empobrecendo a sua vida. Eles se identificaram tanto com as filosofias que concebe-ram e com as forças que dirigiram, que qualquer fraqueza contra eles representaria uma vitória e um encorajamento para todos os males que estão relaci-onados com seus nomes. A civilização não pode se permitir nenhum compromisso com as forças socia-is, o que atrairia energias renovadas no caso de um tratamento ambíguo ou indeciso reservado aos homens nos quais essas forças ainda sobrevivem precariamente. Vamos revelar com paciência e moderação o que esses homens representam. Vamos provar a você evidências irrefutáveis de eventos incríveis.(...) O passo definitivo para evitar a repetição perió-dica de guerras, inevitável em um sistema de ilegali-

dade internacional, é responsabilizar os estadistas perante a lei. (…) Se não podemos ficar fora das guerras, nossa única esperança é evitá-las.Estou muito ciente da fraqueza da ação legal por si só para argumentar que sua decisão em si (...) pode prevenir guerras. A ação judicial sempre vem após o evento. As guerras começam com a ideia e a crença de que podem ser vencidas. A punição de pessoas, que só são sofridas se a guerra for perdida, provavel-mente não será um impedimento suficiente para evitar uma guerra quando os fomentadores de guerra consideram as chances de derrota baixas.A utilidade dessa tentativa de fazer justiça não deve ser medida considerando a lei ou seu julgamento como elementos isolados. Esse processo faz parte do grande esforço para tornar a paz mais segura. Um passo nessa direção é a Organização das Nações Unidas, que pode tomar uma ação política conjunta para evitar a guerra, se possível, e uma ação militar conjunta para garantir que qualquer nação que come-ce uma guerra a perca. Esta Carta e este processo constituem mais um passo na mesma direção e uma ação judicial destinada a garantir que quem quer que comece uma guerra pague por ela pessoalmente. (…) A verdadeira parte lesada neste processo é a CIVILIZAÇÃO. A civilização se pergunta se o sis-tema jurídico é tão inerte que se encontra totalmente impotente diante de crimes dessa magnitude, come-tidos por criminosos dessa ordem de importância. Ele não espera que você torne a guerra impossível. Espera-se que sua ação judicial coloque as forças do direito internacional, seus preceitos, suas proibições e, sobretudo, suas sanções, a serviço da paz, para que homens e mulheres de boa vontade, em todos os paí-ses, pode “dar-se ao luxo de viver, sem autorização de ninguém, dentro da lei”.

R.H. JacksonO Tribunal da Humanidade. O ato de acusação

de Nuremberg, Lit Ed. S.r.l., Roma, 2015. Nuremberg 21 de novembro

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O Malhete 05O Malhete Outubro de 2020

Os Julgamentos de Nuremberg são certamente um dos momentos mais importantes na formação do direito penal internacional. Essa parte do sistema internacional teve uma gênese muito complexa e atormentada porque até a eclosão da Primeira Guer-ra Mundial, os juristas - quase unanimemente - acre-ditavam que os únicos sujeitos do direito internacio-nal eram os Estados e excluíam categoricamente que os indivíduos pudessem ser. infratores criminais internacionais 2. Além disso, estudiosos do direito internacional aceitaram como prática consolidada que nos tratados de paz existia a cláusula de “perdão e esquecimento” com a qual os crimes cometidos durante as operações de guerra e seus autores eram anistiados e esquecidos 3. Essa prática foi superada no final da Primeira Guerra Mundial com o Tratado de Versalhes, no qual foram introduzidas disposi-ções penais que reconheciam a responsabilidade penal dos indivíduos no contexto internacional e com a criação de um Tribunal para julgar o Kaiser Wilhelm II e os criminosos. de guerra (art. 227-230) 4.

Com base nessas disposições, os Aliados comu-nicaram uma lista de soldados a serem levados a julgamento na recém-formada República de Wei-mar. Isso levou à reação irada do governo alemão e da população. Muito rapidamente, a Alemanha deci-diu julgar esses soldados na Suprema Corte de Leip-zig. De fato, este Tribunal julgou apenas uma peque-na parte dos assuntos indicados pelos Aliados e con-denou muito poucos. Os julgamentos de Leipzig foram vistos como uma farsa e um símbolo do fra-casso do sistema de direito penal internacional esta-belecido em Versalhes. O Kaiser nunca foi julgado e viveu na Holanda até sua morte.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os Aliados estabeleceram a Comissão de Crimes de Guerra das Nações Unidas (UNWCC) para tratar do problema dos crimes de guerra e do destino dos hierarcas nazistas5. O objetivo era evitar uma situação seme-lhante à do fim da Primeira Guerra Mundial com a não aplicação das cláusulas penais do Tratado de Versalhes e o fracasso dos Julgamentos de Leipzig.

Dentro do UNWCC, após uma dura luta, alguns estudiosos prevaleceram (Lauterparcht, Ecer, Chan-ler) que em alguns argumentos (por exemplo, a natu-reza do Pacto Kellogg-Briand) apoiaram teses mino-ritárias em desacordo com outros juristas importan-tes. Somente nos últimos anos os historiadores jurí-dicos revelaram a contribuição fundamental de Hersch Lauterpacht para a formação dos fundamen-tos jurídicos dos Julgamentos de Nuremberg. Ele é responsável pela divisão das acusações em três cate-gorias distintas: 1) crimes contra a paz, 2) crimes de guerra, 3) crimes contra a humanidade6. Além disso, o Prof. Lauterpacht escreveu seções inteiras do apelo de Hartley Shawcross após aquele do Advoga-do Jackson7 nos Julgamentos de Nuremberg (3 de dezembro de 1945)

Aqui, desejamos apenas chamar a atenção para alguns trechos da Declaração de Abertura 8 e da con-testação de encerramento do Advogado Jackson9. São dois textos extremamente eloqüentes e signifi-cativos. Este artigo tem como objetivo fornecer algu-mas notas introdutórias e um breve tema para refle-xão.

2. Vida Robert Houghwout Jackson nasceu em Spring

Creek Township, Pensilvânia, em 13 de fevereiro de 1892. Após se formar, ele começou a trabalhar em um escritório de advocacia em Jamestown, onde seu tio era sócio. Mais tarde, ele colaborou com um importante Estúdio Buffalo. Voltando a Jamestown, ele foi advogado da corporação de sua cidade. Ele continuou sua atividade forense tornando-se um dos advogados mais importantes do estado de Nova York. Ele cobriu também posições importantes em

organizações forenses americano.Em 1916 iniciou sua atividade política no Partido

Democrata apoiando a candidatura de Woodrow Wilson, que seria eleito presidente. Ele colaborou ativamente com Franklin Delano Roosevelt, a quem fora apresentado muitos anos antes por seu tio, logo se tornando um de seus homens de confiança.

Entre 1934 e 1938, ele trabalhou no Tesouro e se tornou procurador-geral adjunto, participando de importantes julgamentos contra grandes corpora-ções americanas. Em março de 1938, Jackson tor-nou-se Procurador Geral do Ministério Público perante a Suprema Corte e, em seguida, tornou-se seu chefe. O presidente Roosevelt posteriormente nomeou-o juiz adjunto da Suprema Corte dos Esta-dos Unidos.

Durante a guerra, Jackson desempenhou um papel decisivo nos acontecimentos na redação da Carta de Londres do Tribunal Militar Internacional e participou dos Julgamentos de Nuremberg como chefe da acusação. Em pouco tempo ele se tornou um dos homens-símbolo do Processo. Ele morreu em 1954 de um ataque cardíaco.

Seu trabalho ganhou ainda mais destaque com o filme Nuremberg (2000), em que Alec Baldwin interpretou de forma excelente o papel de Robert H. Jackson.

3. A Declaração de abertura do Processo antes do Tribunal de Nuremberg.

O advogado Robert H. Jackson, como chefe do Colégio de Acusadores, emitiu a Declaração de Aber-tura acusando os principais hierarcas do nazismo, enfatizando que: "as injustiças que buscamos conde-nar e punir foram tão premeditadas, prejudiciais e devastadoras que o mundo civilizado não tolera ser ignorado, pois não tolera ser repetido “10.

O promotor indicou as razões e propósitos do julgamento e do mesmo Tribunal Militar Internacio-nal de Nuremberg:

O fato de quatro grandes nações, excitadas pela vitória e estimuladas pelo mal que sofreram, suspen-der a mão pronta para a vingança e submeter volun-tariamente seus inimigos aprisionados ao julgamen-to da lei é um dos tributos mais significativos que o Poder já pagou à Razão. Este tribunal, por mais novo e experimental que seja, não é produto de lucubra-ções abstratas, nem foi criado para apoiar teorias legalistas. Esta investigação representa a tentativa

prática de quatro das nações mais poderosas, apoia-das por dezessete outras, de usar o direito internacio-nal para lidar com a maior ameaça de nossos tempos - a guerra de agressão. O bom senso humano exige que a lei não se limite a punir crimes desprezíveis cometidos por pessoas comuns. Deve também alcançar indivíduos que possuem grande poder e que fazem uso deliberado e combinado dele para realizar más ações que se estendem a todos os cantos do mundo. É por causa da escala desses crimes que as Nações Unidas enfrentarão suas honras.

Já em 1928, o Pacto Kellogg-Briand11 proibiu a guerra de agressão que foi definida como crime internacional12. O Conselho de Promotoria também considerou que daquele Pacto e de outros padrões internacionais (Convenção de Haia e Convenções de Ginebra13) já havia sido adquirida a responsabi-lidade equipe individual internacionalmente, apoi-ando um tese de Hersch Lauterpacht e uma minoria de estudiosos de lei internacional.

Para aqueles que argumentaram - e ainda susten-tam hoje - que o Tribunal de Nuremberg pode ser visto como um instrumento de vingança do vence-dor contra os vencidos, o Juiz Jackson disse que a natureza desses crimes é tal que tanto a acusação quanto o julgamento devem ser conduzidos pelas nações vitoriosas contra os inimigos derrotados. A extensão global dos ataques perpetrados por esses homens permitiu que muito poucos permanecessem neutros. Ou os vencedores têm que julgar os perde-dores ou temos que deixar que os perdedores se jul-guem. Após a Primeira Guerra Mundial, verificamos a ineficácia da segunda solução [com os julgamen-tos de Leipzig em 1920 durante os primeiros anos da República de Weimar]. A elevada posição anterior-mente ocupada pelo arguido, a notoriedade dos seus atos e a possibilidade de a sua conduta provocar represálias dificultam a distinção entre a exigência de um castigo justo e comedido e o apelo irracional à vingança provocada pelos tormentos da guerra. . É nosso trabalho, na medida do humanamente possí-vel, traçar uma linha clara entre as duas tendências. Nunca devemos esquecer que o critério pelo qual julgamos os acusados hoje é o mesmo pelo qual a história nos julgará amanhã. Passe a eles um cálice envenenado é como levá-lo aos lábios.

A caixa do acusado em Nuremberg. Primeira fila a partir da esquerda: Goering, Hess, von Ribbentrop e Keitel

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02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete06 O MalheteOutubro de 2020

Com notável clareza, o promotor deixou claro que o julgamento de Nuremberg pretendia tornar a paz mais segura e para estabelecer uma nova ordem internacional centrada na Organização das Nações Unidas e em que o responsabilidade criminal de indivíduos e estadistas. A etapa defi-nitiva para evitar a repetição periódica de guer-ras, o que é inevitável em um sistema de ilegali-dade internacional, consiste em fazer estadistas responsáveis perante a lei. (...) A utilidade disso tentativa de fazer justiça não precisa ser medida considerando a lei ou seu julgamento como ele-mentos isolado. Este processo faz parte do gran-de esforço para fazer a paz mais segura 15

Finalmente, a declaração de Robert Jackson é uma defesa da única parte lesada no processo, Civilização:

A verdadeira parte prejudicada neste processo é a CIVILIZAÇÃO. Civilização sim pergunta se o sistema jurídico é tão inerte que se encontra completamente desamparado diante de crimes dessa magnitude, cometidos por criminosos desta ordem de importância. Não Sim esperar por você para tornar a guerra impossível. Sim espere sua ação legal para colocar a força do legislação internacional, seus preceitos, suas proibições e, sobretudo, as suas sanções, a servi-ço da paz, para que homens e mulheres de boa vontade, em todos os países, podem "Permita-se viver, sem a permissão de ninguém, dentro da lei .16

Os Julgamentos de Nuremberg foram muito além das expectativas. Lá foram grandes revira-voltas, como a introdução das cláusulas segredos do Pacto Ribbentropp-Molotov, uma disputa furiosa entre os hierarcas nazistas, depoimentos arrepiantes sobre os extermínios em campos de concentração e a "ressurreição" de Rudolf Hess. Em seu comovente discurso de encerramento, o promotor perguntou a condenação dos réus e encerrou seu discurso com estes palavras:

Esses réus também estão perante os autos deste julgamento como Gloucester se ergueu ao lado do corpo de seu rei assassinado.

Eles perguntam a você, como Gloucester per-guntou à rainha: "Diga que Eu não os matei! ”. E a rainha respondeu: "Então diga que não só foram mortos, mas morreram. " Se vocês, senho-res do tribunal, deveriam dizer que esses homens não são culpados seria como dizer que não houve guerra, não há cadáveres e não houve crime!

4. O “Grande Debate” nos Julgamentos de Nuremberg

O julgamento de Nuremberg gerou um debate infinito e muito acirrado entre juristas e intelectu-ais sobre todos os seus aspectos, do qual apenas breves notas podem ser fornecidas e gostaríamos de destacar apenas o volume de ensaios editados por G. Mettraux.

O julgamento e sua natureza foram defendi-dos de várias maneiras ensaios de alguns mem-bros do College of Accusers (Jackson, Taylor18, Ferencz). Não é possível entrar aqui em profun-didade nos fundamentos jurídicos do Processo de Nuremberg. A referência é feita principalmente ao ensaio de Advogado Taylor.

Existe uma ampla frente de críticos para quem o processo de Nuremberg representa a justiça dos vencedores em detrimento da won19. Esta tese foi apoiada por Henri Donnedieu de Vabres (1880-1952), juiz francês do Tribunal de Nurem-berg20. Este juiz tornou-se um promotor ao longo dos anos sucessões de um projeto de Tribu-nal Penal Internacional.

Extremistas de direita podem ser menciona-dos entre os críticos (Maurice Bardeche21). Além disso, em alguns autores, a crítica e a rejei-ção dos veredictos dos Julgamentos de Nurem-berg estão ligadas à negação das teses do exter-mínio de judeus pelos nazistas (David Irving).

Hans Kelsen e Carl também participaram do Grande Debate Schmitt, que são os dois juristas mais importantes do século XX. Hans Kelsen no ensaio intitulado Paz por meio da lei, publicado em 1944, retrabalhou profundamente as ideias já expressa por Immanuel Kant e numerosos juris-tas com os projetos sobre a paz perpétua 22. Na segunda parte, ele expressou suas idéias sobre responsabilidade criminal pessoal a nível inter-nacional, sobre o estabelecimento de um Tribu-nal Penal Internacional, sobre a aplicação ou não aplicação do princípio de irretroatividade do dire-ito penal no contexto internacional23. Ele for-mulou numerosas críticas aos Julgamentos de Nuremberg24.

O caso de Carl Schmitt é ainda mais emblemá-tico e Interessante. Nos vinte anos entre as duas guerras mundiais, Schmitt ele era o principal rival de Kelsen em primeiro lugar. Ele se juntou aos nazistas e se tornou o principal jurista do regi-me de Hitler.

Por este motivo, ele foi preso e interrogado primeiro em Nuremberg e depois em Berlim. Esses interrogatórios foram coletados na publi-cação Answers in Nuremberg25. Na verdade, ele correu o risco de ser julgado em Nuremberg junto com os outros principais líderes nazistas.

No final de maio de 1945, o magnata industrial Friedrich Flick contratou Carl Schmitt para redi-gir um parecer jurídico por que ele temia ser indi-ciado pelos Aliados. O magnata era um fervoroso nazista e fornecedor de material de guerra para o exército

Alemão e explorador de mão de obra barata em campos de concentração. O Prof. Schmitt elaborou o parecer jurídico: O crime de guerra de agressão de acordo com o direito internacional e o princípio "Nullum crimen, nulla poena sine lege".

Ainda hoje a polêmica continua entre os defensores da possibilidade e a necessidade de justiça criminal internacional (Habermas, Casse-se, Ignatieff) e seus críticos como Danilo Zolo mesmo depois a criação do Tribunal Penal Inter-nacional26.

5. Breves reflexõesO advogado Robert Jackson era maçom e,

segundo consta, foi iniciado na Mt. Moriah Lodge (# 145) em Jamestown, Estado de Nova York. A loja ainda está ativa e os irmãos confir-maram que o procurador pertence à loja.

Sua figura e seu trabalho são absolutamente

novos e de grande interesse para os maçons. A principal característica de Robert Jackson é que ele tem as características de um homem comum. Está muito longe da figura quase messiânica do presidente Woodrow Wilson. Enquanto as pesso-as comuns se ajoelhavam enquanto o trem que levava Wilson a Paris passava, os réus em Nuremberg nunca baixaram a guarda até o fim. O promotor teve grande dificuldade com Hermann Gõring. Várias vezes ele até pensou em deixar o posto.

Sua declaração de abertura no julgamento de Nuremberg tem algumas partes que estimulam a reflexão, especialmente eu Maçons. Pode ser considerada uma mesa atípica.

Às vezes, os maçons exageram ao sempre enfa-tizar que a maçonaria é uma ordem iniciática. Eles parecem falar de mosteiros com paredes altas que separam os iniciados do mundo. Na rea-lidade, há momentos em que os maçons devem agir como "corpos de luz", especialmente nos momentos de maior dificuldade para a humani-dade. Este termo foi introduzido pelo Rosacruz Jan Amos Komensky, mais conhecido como Comenius, que viveu durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) e é muito significativo. Na verdade, este filósofo e esoterista corria o risco de ser exterminado junto com os membros do grupo religioso durante a Guerra dos Trinta Anos. Ele passou toda a sua vida propondo uma reforma e tolerância pedagógica e jurídica uni-versal e esperava que os sábios atuassem como corpos de luz neste sentido. O Procurador Jack-son propõe-nos tudo isso de uma forma muito nova e particular esta dimensão que o grande filó-sofo e pedagogo Moraviano já sentiu: ser corpos de luz em tempos de dificuldade humana.

A fundação da Liga das Nações pelo Presiden-te Wilson e a Declaração do Procurador Jackson marcaram a Maçonaria mundial com fogo, expandiram os deveres e a profundidade exigi-dos de cada iniciado, e constantemente nos aler-tam que é muito difícil ser um bom Maçon. hoje, no século XXI e trabalhar “pelo bem e progresso da humanidade”!

O advogado Robert H. Jackson, chefe do College of Prosecutors, entrega a declaração de abertura do julgamento

NE. Conforme descrito no artigo, Robert H. Jackson foi iniciado na Loja Mount Moriah Nº. 145. Ele recebeu seus diplomas em 1929, precisamente em 17 de setembro, 1º e 22 de outubro. Em novembro do ano seguinte (1930), Jackson recebeu o diploma escocês no "Valley of Jamestown", em Nova York. Ele também entrou no Ritual Corps of the James-town York Rite, incluindo o posto de Cavaleiro Templário no Comando Jamestown Nº. 61. Em 2001, sua espada de Cavaleiro Templário encontrou, emoldurada, um lugar de honra no templo maçônico de Jamestown

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O Malhete 07O Malhete Outubro de 2020

Um dos ideais maçônicos é o de que sem-pre procuremos aprender e pôr em práti-ca, em todas as nossas atividades diárias,

tudo aquilo que a maçonaria nos proporciona, seja através de estudos da sua simbologia, da con-vivência em Loja ou não com nossos Irmãos, seja na valorização indistinta de todas as virtudes e qualidades que nos servem de exemplos, seja incluindo-se o legado de sacrifícios e abnegações dos Irmãos que nos antecederam e que estão em repouso no Oriente Eterno.

A senda oculta da Sabedoria possui apenas uma porta, é a da busca do Conhecimento. E essa busca será permanente; ela precisa convencer sem impor ao iniciado, o de se despir daquilo que chamamos de “o Homem Profano”, que vencen-do as provas de coragem, sentiram-se protegidos pelos seus guias, os Amados Irmãos “Terríveis”. Assim, com essa confiança, conquistaram por mérito próprio, o ingresso na Arte Real.

Uma das colunas mestras dessa Arte Real é a Sabedoria da Humildade. A maçonaria nos aponta, ensina e demonstra por sua história, e tam-bém pelo conteúdo dos seus Ritos e sua Liturgia.

É algo desafiador e dignificante, o conheci-mento do Saber ser Humilde.

A Humildade é uma qualidade constante do ser humano ao nascer, mas o tempo se incumbe de desvirtua-la, em elevado percentual de pessoas.

Não existe um parâmetro no comportamento humano que nos permita a avaliação se alguém é humilde ou não, daí podermos concluir que a Humildade precisa e deve ser uma constante no

homem Maçom, a fim de torna-la perene. E é na convivência maçônica em Loja que se

revela o verdadeiro caráter do cidadão iniciado, pois, será dentro da Casa que devemos observar se esse princípio da Humildade já está formatado na sua personalidade.

O Amado Irmão, tenha o grau que tiver, precisa constantemente se auto analisar, olhar para sua “Pedra Bruta” e, sempre que preciso, dar um mere-cido polimento, isso sem precisar que o esforço dos Irmãos nessa tarefa seja feito, pois ela deve ser exclusivamente do próprio Irmão.

A falta de Humildade torna o homem arrogan-te, se maçom, ainda pior, pois alimenta e cria a ambição e ele torna-se um desagregador.

Há que se ter muito cuidado com os ambicio-sos, pois seus disfarceis incluem saber serem sub-servientes, aduladores, fingidos e ainda pior, hipócritas.

O Amado Irmão que cultiva e cuida de sua “la-pidação”, sabe ouvir, observar e aceitar eventuais correções em seus procedimentos.

Sabe ser obediente, disciplinado sem ser sub-serviente.

A maior demonstração de Humildade de um maçom é o de se colocar entre colunas e pedir ajuda aos seus Amados Irmãos.

Digo mais, meus Amados Irmãos, vou mais longe: NADA SUPERA ESSA ATITUDE.

Ali, entre nossas Colunas, ele se põe nú, com-provando sua verdadeira Humildade� e está, nessa sublime ocasião em que abre o seu coração para os Irmãos presentes, CONFIANDO no que se dispõe a Ordem.

Nesse momento, certamente com a presença do G.A.D.U., iluminando à todos, o confiante Irmão será ouvido e colocará em análise seu dese-jo, seus méritos e a sua conduta pessoal.

Os Amados Irmãos certamente foram aceitos na Ordem por serem também inteligentes, por possuírem discernimento e cultura suficiente para entenderem quais os VERDADEIROS e GRANDES Mistérios da Arte Real.

Assim, quando todos entendermos que as Ciên-

cias Humanas caminham juntas com as Ciências provindas de Deus, certamente caminharemos com serenidade e paz na direção da Sabedoria existente na Humildade.

A Humildade maçônica, somada à Sabedoria (mesmo limitada por nossas imperfeições) tem a convicção e certeza de que TODO MAÇOM É SOLIDÁRIO COM SEUS AMADOS IRMÃOS, E QUE JAMAIS SE NEGARÁ A DAR SUA COLABORAÇÃO ÀQUELE QUE, ENTRE COLUNAS, ABRA O SEU CORAÇÃO, DEMONSTRE SUA HUMILDADE E DIGA DE QUE CARECE, SEJA VERBO OU SEJA METAL.

Esse Fundamento Maçônico é primordial. Observe que, se um Amado Irmão, entre Colu-

nas, não se despir perante todos e ali expor seus problemas, suas necessidades, estará demons-trando estar dominado pelo ORGULHO, pela falta de HUMILDADE, o que certamente o levará ao afastamento inconsciente dos demais Irmãos e até da própria Ordem.

Humildade e Sabedoria são como as duas per-nas de um Maçom.

Quem não as possuem não tem a possibilidade de caminhar, de ir adiante, de fazer progressos, pois anda de muletas, apoiado no bastão da igno-rância, do orgulho, da arrogância e da hipocrisia.

Ernest Hemingway (1899/1961) afirmou que “O segredo da sabedoria, do poder e do conheci-mento é a humildade” e também Jean de La Bruyère (1645/1696) afirmou que “A falsa modéstia é o último requinte da vaidade”.

Lembro aos Amados Irmãos o lema: “SIC TRANSIT GLORIA MUNDI” (Toda glória do mundo é transitória) ou (as coisas mundanas são passageiras)... Só conheceremos nossa Força de formos UNIDOS e HUMILDES, e se preciso, formos CONFIANTES às COLUNAS, pois ali formamos uma Egrégora. A final, somos TODOS IRMÃOS.

A HUMILDADE E A SABEDORIA

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Por Kennyo Ismail

Nascido em 1884, em Kansas City, Missouri, foi iniciado na Maçonaria em 9 de fevereiro de 1909, na Loja

Belton #450, cidade de Belton, também no Missouri. Em 1911, Truman serviu como pri-meiro Venerável Mestre da recém-fundada Loja Grandview #618. Em 1940, o irmão Tru-man foi eleito Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Missouri, e serviu até 01 de outu-bro de 1941. Maçom participativo junto à Ordem DeMolay, Rito de York, Rito Escocês e Shriners, Truman ainda se tornou um 33 ° grau do Supremo Conselho do REAA Jurisdição Sul dos EUA e Grande Mestre Honorário do Supremo Conselho Internacional da Ordem DeMolay. Em 1945 assumiu como Presidente dos Estados Unidos, cargo que ocupou até 1953.

Quando em evento político no Estado de Indiana, um paramédico da marinha que havia servido com Truman disse a ele que naquela noite iria ser elevado (termo correto nos EUA) ao grau de Mestre Maçom, na Loja Beech Grove #694, nas redondezas de Indianápolis.

Após o término do evento, Truman abriu mão de falar com a imprensa e pegou um carro para ir à Loja. Homens do Serviço Secreto foram com ele, como é exigido.

Ao chegar na Loja, o Serviço Secreto ten-tou insistir em participar da reunião, para garantir a segurança de Truman. O Presidente

Truman explicou a eles que em poucos lugares ele poderia estar tão seguro quanto em uma Loja, rodeado de Irmãos. Os agentes do Servi-ço Secreto tiveram que aceitar, mas não sem antes revistarem todos os maçons presentes e vasculharem a Sala da Loja (Templo) antes do início da reunião.

Ao dar início à reunião, Truman solicitou ao Venerável Mestre que fosse recebido como Past Grão-Mestre da Grande Loja do Missou-ri, e não como Presidente dos Estados Unidos.

Frase creditada ao Presidente Harry Tru-man:

“Nós representamos uma fraternidade que acredita na justiça e na verdade e na ação honrosa na sua comunidade … homens que se esforçam para serem cidadãos melho-res … para fazerem um grande país ainda maior. Esta é a única instituição no mundo onde podemos encontrar no nível todos os tipos de pessoas que querem viver correta-mente.”

Fonte: No Esquadro

MAÇONS ILUSTRES: HARRY TRUMAN

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O Malhete 09O Malhete Outubro de 2020

Por León Zeldis

O costume de entregar dois pares de luvas ao recém iniciado, um para si mesmo e o outro para a mulher que mais respeita,

tem uma longa tradição histórica. Possivelmente, sua origem se remonta ao século X. Uma crônica relata que no ano 960, os monges do Monastério de São Albano, em Mogúncia, ofereciam um par de luvas ao bispo em sua investidura.

Na oração que se pronunciava na cerimônia da investidura, implorava-se a Deus que vestisse com pureza as mãos de seu servente.

Durandus de Mende (1237-1206) interpretava as luvas como símbolo de modéstia, já que as boas obras executadas com humildade devem ser man-tidas em segredo. Na investidura dos reis da Fran-ça, estes recebiam um par de luvas, tal como os bispos. As mãos ungidas e consagradas do rei, assim como as de um bispo, não deviam ter conta-to com coisas impuras. Depois da cerimônia, o Hospitalário queimava as luvas, para impedir que pudessem ser utilizadas para usos profanos.

No ano 1322, em Ely (cidade inglesa onde se levanta uma grande catedral), o Sacristão com-prou luvas para os maçons ocupados na "nova obra", e em 1456, no Colégio Eton, destaca-se que cinco pares de luvas foram entregues aos pedrei-ros que edificavam os muros, "como é obrigação por costume".

Também há um documento que precisa que no Colégio Canterbury, em Oxford, o Mordomo ano-tou em suas contas que "deram-se vinte peniques como glove money (dinheiro de luva) a todos os maçons ocupados na reconstrução do Colégio".

Em 1423, em York (Inglaterra) dez pares de luvas foram subministradas aos pedreiros ("set-ters") com um custo total de dezoito peniques. Na Inglaterra, nas épocas isabelina e jacobina (1558-1625) as luvas tinham um prestígio que é difícil compreender na atualidade. Tratava-se de um arti-go de luxo, possuidor de muito simbolismo, e cons-tituíam um presente apreciado. A luva significava então um profundo e recíproco vínculo entre quem o dava e quem o recebia.

Em 1571, Robert Higford enviou um par de luvas à mulher de Lawrence Banister. Em 1609 J.

Beaulieu comunicou a William Trumbull que "Meu senhor lhe deu de presente 50 xelins em um par de luvas ao Monsenhor Marchant como retri-buição por lhe haver enviado o desenho da esca-la." No Ano Novo de 1606, os músicos reais obse-quiaram, cada um, um par de luvas perfumadas ao rei Jacob I.

Em 1563 o Conde de Hertford, com quem a rainha estava desgostosa, querendo congraçar-se com ela, escreveu ao Lorde Robert Dudly que desejava uma reconciliação e rogou que presente-asse à Rainha, em seu nome, um pobre par de luvas como objeto.

Luvas eram um presente costumeiro no Ano Novo, que, às vezes, era substituído pelo "dinhei-ro de luva". Do mesmo modo, as luvas constitu-íam um obséquio tradicional dos apaixonados a suas prometidas.

Na obra de Shakespeare (que era filho de um luveiro) Much Ado about Nothing (Muito barulho por nada), a personagem feminina Firo declara "estas luvas, que o conde me envia, são um exce-lente perfume" (Ato III, cena 4). O palhaço no The Winter's Tale (História de Inverno) declara: "se não estivesse apaixonado pela Mopsa, não deveri-as tomar meu dinheiro, mas estando encantado como estou, estarei também escravizado com cer-tas cintas e luvas (Ato IV, cena 4). No Henrique V o rei intercambia luvas com o soldado raso Willi-ams (Ato IV, cena 1).

Entre 1598 e 1688 em muitos documentos esco-ceses se menciona a entrega de luvas aos canteiros e pedreiros. Estes documentos se referem a maçons operativos, mas também em relação aos especulativos existem documentos antiquíssimos.

Desde 1599 existem provas que a cada maçom em sua iniciação devia entregar-se o um par de luvas - que pagava de seu bolso. O documento mais antigo nesta matéria é o chamado Estatuto Shaw, dirigido à Loja maçônica Kilwinning em dezembro de 1599, onde se estipula que os direitos de iniciação na loja maçônica somavam 10 libras esterlinas escocesas, com 10 xelins para as luvas.

Documentos da Loja maçônica de Melrose dos anos 1674-1675 demonstram que tanto os apren-dizes como os companheiros tinham que pagar direitos de ingresso "com luvas suficientes para toda a companhia ...".

Em um documento do Aberdeen em 1670 se expressa que o aprendiz deve pagar "quatro dóla-res reais com um avental de linho e um par de boas

luvas para cada um dos irmãos". O uso do linho em vez de couro é interessante, mas se explica por tratar-se de uma zona onde existiam numerosas tecelagens de linho.

Em 1686, Robert Plot, no The Natural History of Stafford-shire (História Natural do Condado de Stafford), relata que era costume entre os Franco-maçons "que quando quaisquer são admitidos na Sociedade, convoca-se uma reunião (ou Loja maçônica, como a chamam em algumas partes), que deve consistir de pelo menos 5 ou 6 dos Anti-gos da Ordem, a quem os candidatos obsequiam com luvas, e deste mesmo modo a suas esposas..."

Esta é aparentemente a primeira menção do obséquio de um par de luvas à mulher como parte da cerimônia de iniciação. Em 1723 se publicou o documento chamado Exame de um Maçom no periódico londrino O Correio Volante, que come-ça assim: "Quando é recebido um novo Franco-maçom, depois de ter entregue a todos os presen-tes um par de luvas para homem e um par para mulheres e um avental de couro...".

Posteriormente, isto se transformou em uma tradição em todas as iniciações, e aparece em todos os rituais de iniciação franceses do século XVIII, embora caiba assinalar que na Inglaterra e na Escócia se perdeu paulatinamente o costume e desde começos do século XIX já nem se menciona nas atas e regulamentos de lojas maçônicas.

Em 1724 se menciona que loja maçônica em Dunblane se entregava um par de luvas e um aven-tal a seus iniciados. Em 1754, no Haughfoot (Inglaterra), a loja maçônica estabeleceu "que ninguém pode entrar na loja maçônica sem um par de luvas para cada membro da já mencionada loja maçônica".

Na primeira "revelação" francesa conhecida, que data de 1737, chamada Carta de Herault, des-taca-se que o aprendiz recebe na cerimônia de ini-ciação um avental de couro branco, um par de luvas para si mesmo e um par de luvas para a mulher que mais estima.

A tradição se mantém viva especialmente nas lojas maçônicas que trabalham no Rito Escocês Antigo e Aceito, embora outras lojas maçônicas também pratiquem o mesmo costume.

É interessante mencionar que nos graus superi-ores do Rito Escocês se usam luvas de diversas cores, especialmente negro e verde, além do bran-co, apropriados ao simbolismo do grau.

LUVAS - UMA CURIOSIDADE

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Por Emily LaurenceTradução José Filardo

Nos EUA, a expectativa média de vida é de 78 anos. Mas existem alguns luga-res no mundo – especificamente Oki-

nawa, Japão; Sardenha, Itália; Nicoya, Costa Rica; e Icaria, Grécia – onde viver até mais de 100 anos não é incomum. Nessas regiões, conhecidas como Zonas Azuis, a expectativa de vida não é apenas maior; os centenários geralmente também são saudáveis, suas men-tes e corpos ainda funcionam bem.

O jornalista da National Geographic, Dan Buettner, passou anos estudando cada cultura, identificando os motivos exatos pelos quais elas prosperaram, antes de publicar suas des-cobertas no livro best-seller The Blue Zones: Lições para as pessoas viver mais tempo dadas por pessoas que viveram mais tempo. Buett-ner descobriu que, apesar das diferenças geo-gráficas, todas as pessoas que viviam nas Zonas Azuis tinham nove hábitos de estilo de vida em comum, que ele chamou de “9a. Potência”. Aqui, cada pilar é explicado, com informações de médicos sobre por que está tão relacionado à saúde e longevidade. Conti-nue lendo para obter informações completas, incluindo como aplicar os pilares à sua própria vida.

1. Mova-se naturalmenteBuettner descobriu que em todas as comu-

nidades de Zona Azul, o movimento era uma parte regular da vida diária dos residentes. O

autor do Plano de Longevidade, Dr. John Day viu isso em primeira mão também quando pas-sou um ano morando em uma região remota da China. Mesmo em idade avançada, ele via cen-tenários trabalhando nos campos e em toda a aldeia.

Claro, nos Estados Unidos, os empregos são muito mais sedentários. Mas o Dr. Day ainda diz que podemos trabalhar esse pilar na vida cotidiana. “Infelizmente, nosso estilo de vida moderno foi projetado de forma a tirar o movimento de nossas vidas, então cabe a nós fazer o máximo que pudermos durante o dia”, diz ele. “Por exemplo, você pode fazer um voto de nunca usar um elevador ou escada rolante novamente, a menos que as escadas estejam interditadas. Outras opções incluem uma caminhada noturna ou fazer todo o possí-vel para evitar o uso do carro. Até mesmo as férias podem ser programadas de maneira a serem fisicamente ativas, por exemplo, férias centradas em esqui, caminhada ou ciclismo. ”

O Dr. Richard Honaker, que trabalha com Your Doctors Online, concorda com o seguin-te: “Quanto mais exercícios você puder fazer no seu dia, melhor. Até mesmo caminhar é bom para sua saúde. ” Sua recomendação é visar um mínimo de 30 minutos de exercícios três vezes por semana. “Esta é a quantidade mínima de exercício a fazer que beneficiará a sua saúde”, diz ele.

2. Ter um propósito maiorTer uma noção clara do motivo pelo qual

você acorda de manhã está relacionado a uma vida longa e saudável. “O propósito está rela-cionado à felicidade, e a felicidade está associ-ada a uma saúde melhor do que tristeza ou indi-

ferença”, diz o Dr. Honaker.O Dr. Day acrescenta que a conexão entre a

mente, a saúde e um senso de propósito é pode-rosa. “Quer seu objetivo seja vencer doenças cardiovasculares ou câncer, ou mesmo viver uma vida longa e saudável, estudo após estudo encontrou uma associação entre propósito na vida e todos os tipos de resultados de saúde melhores – um efeito que permanece indepen-dentemente da idade, sexo, educação ou raça ”, diz ele. “Você tem que ter um motivo para sair da cama todas as manhãs. Algo que o empurre e motive. Porque sem propósito é quase impossível manter os comportamentos e estilo de vida saudáveis que conduzem a uma vida longa e saudável. ”

3. Gerenciar seu estressePSA: O estresse crônico é terrível para a

saúde, e é por isso que o controle do estresse é um dos pilares para uma vida longa e saudá-vel. “Todos nós temos estresse. A chave é como você percebe o seu estresse ”, diz o Dr. Day. “Se você vê o estresse como algo que o torna mais forte ou o está refinando, então pode ser uma coisa boa. Se você vê o estresse como algo destrutivo, provavelmente é. ”

Durante seu tempo na China, ele viu que hábitos de estilo de vida simples, tais como comer alimentos nutritivos, ser fisicamente ativo, dormir bem e socializar-se com a famí-lia e os vizinhos, tudo ajudava a negar o estres-se que os habitantes da cidade experimentam, mostrando que os pilares estão entrelaçados e conectados a entre si.

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AS PESSOAS QUE VIVEM MAIS TEMPO NO MUNDO TÊM ESSAS 9 COISAS EM COMUM

SAÚDE

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O Malhete 11O Malhete Outubro de 2020

4. Coma até estar 80% cheioNos Estados Unidos, porções generosas e

exageradas de alimentos são muito valorizadas. Mas nas Zonas Azuis, Buettner descobriu que as pessoas paravam de comer quando estavam quase saciadas, não quando terminavam tudo em seu prato ou estavam muito cheias para dar outra mordida. Ele também observou que a maior refeição do dia ocorria no final da tarde ou no início da noite, não bem perto da hora de dormir. Pesquisas científicas demonstraram que comer tarde da noite está relacionado a ganho de peso prejudicial à saúde, o que não é exatamente ótimo para a vida.

5. Siga uma dieta baseada em plantasPor falar em comida, as pessoas nas Zonas

Azuis tendem a seguir uma dieta baseada prin-cipalmente em vegetais, consumindo carne ape-nas algumas vezes por mês em ocasiões especi-ais. “Alimentos processados e adição de açúcar nunca demonstraram benefícios à saúde. Cor-tá-los é 90% de uma dieta saudável bem ali ”, diz o Dr. Day. “[Na aldeia da longevidade da China], eles colhiam seus próprios produtos e os comiam no mesmo dia. E como eles estavam essencialmente isolados do resto do mundo, eles não tinham acesso a açúcar ou alimentos processados. ” Ele também acrescenta que comiam peixe cerca de duas vezes por semana, o que, claro, lembra a dieta mediterrânea, um plano alimentar há muito amado por médicos e nutricionistas.

6. Consumo moderado de álcoolEm Zonas Azuis, Buettner observou que o

álcool era consumido, mas moderadamente, de um a dois copos por dia, com amigos ou comi-da. Isso faz sentido, já que beber leve a modera-damente (principalmente vinho) foi associado a uma vida útil mais longa. De acordo com uma análise de oito anos de 333.000 pessoas em 2017, aqueles que bebiam ocasionalmente – sete ou menos por semana, para ser exato – tinham 20 por cento menos probabilidade de morrer por qualquer causa e 25 por cento a 30 por cento menos probabilidade de morrer de doenças cardiovasculares do que aqueles que eram completamente sóbrios. A chave, claro, é estar atento.

7. Encontre sua comunidade

Um senso de família e comunidade é impor-tante em todas as comunidades da Zona Azul, que o Dr. Honaker diz estar diretamente relacio-nado à saúde. “Muitos estudos mostraram taxas mais baixas de hipertensão, obesidade, diabetes e possivelmente até câncer para pesso-as com muitos amigos e relacionamentos amo-rosos em suas vidas”, diz ele.

O Dr. Day observou em primeira mão como o senso de pertencimento afetava a saúde das pes-soas na aldeia de longevidade da China. “Nossa pesquisa mostrou que, enquanto as pessoas per-maneciam na aldeia e adotavam o estilo de vida da aldeia, elas eram saudáveis e o envelheci-mento era mais lento”, diz ele. “No entanto, se eles deixava a ladeia para trabalhar em uma das grandes cidades da China, suas saúdes eram prejudicadas.”

8. Fique perto da famíliaDa mesma forma, nas Zonas Azuis, as famíli-

as tendem a ser próximas, tanto geográfica quanto emocionalmente. As gerações mais jovens valorizam e ajudam a cuidar dos mais velhos. O Dr. Day diz que o envelhecimento saudável requer uma rede próxima de amigos e familiares que compartilham seus objetivos e valores de saúde, não algo que as pessoas pos-

sam fazer por conta própria. Isso também pode estar relacionado a um sentimento de pertença. “Isso pode ser em parte devido aos estilos de vida saudáveis que as pessoas felizes adotam junto com outros fatores que não podemos medir”, diz o Dr. Honaker.

9. Mantenha uma vida social gratificanteAs pessoas nas áreas de Zonas Azuis não ape-

nas têm famílias e comunidades que as apoiam, mas elas também participam ativamente. Para alguns, a fé pode ser a pedra angular de sua vida social, que o Dr. Honaker diz que pode propor-cionar conforto e camaradagem por meio de um sistema de crenças compartilhado. “Tal como acontece com o propósito, estudo após estudo sugere que ter uma fé pode aumentar a longevi-dade”, diz o Dr. Days sobre essa conexão, acres-centando que a fé frequentemente envolve reu-niões sociais. Outro estudo publicado em 2016 enfatiza a importância de relações sociais mesmo casuais quando se trata de longevidade.

Fonte: Blibiot3ca Fernando Pessoa

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NILO PEÇANHA Grão-Mestre e Presidente

1. INTRODUÇÃO Na história do Brasil damos ênfase para uma linha cronológica com base em nomes, fatos, datas e seguimos observando os atos em uma eterna sucessão, sem ao menos observar os pormenores de questões que são importantes para relações soci-ais, políticas ou ainda para algumas entidades de grande valor.

A maçonaria não escapa desta revisão histórica louvável, quando retornamos ao processo de aná-lise historiográfica atentamos para algumas figu-ras que são ímpares em nossa ordem, sendo inde-lével o resgate de sua memória como algo primor-dial, não estamos falando de elencar fatos, mas de divulgar a pessoa em sí com suas particularidades, que também acaba marcando profundamente com sua senda pessoal.

Neste caso a pessoa de Nilo Procópio Peçanha que se tornou um dos presidentes do Brasil e foi Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil entre os anos de 1917 e 1919 foi o décimo oitavo da linha de comando dos históricos grãos-mestres desta entidade.

Ao longo deste trabalho vamos observar os meandros e as mazelas sociais que Nilo Peçanha cruzou para conviver com outros agentes políticos da época e também os fatos que o fizeram declinar do comando do GOB, ainda vamos tentar elucidar as questões de sua iniciação e exaltação em torno do rito ao qual ele pertenceu.

Mais uma questão que podemos identificar durante a pesquisa é o trabalho do irmão Peçanha junto aos outros obreiros para colocar em ordem o

Rito Brasileiro, durante sua gestão como Grão-Mestre foi possível organizar toda legislação, fato importante para a maçonaria no Brasil.

Por fim a questão da sua vida particular como o casamento e os ataques que sofria pela imprensa diante de sua negritude e ainda o trabalho em favor do sistema republicano do liberalismo e contra a escravatura no Brasil, ainda como administrador executando políticas públicas em favor do Rio de Janeiro e colocando em dia os cofres públicos que estavam com graves dívidas.

Seu esquecimento foi demasiado triste, morreu em uma ruína financeira e não ganhou lembrança política, sendo colocado nos livros de história como o vice que somente herdou um governo.

2. O filho do padeiro.Veio ao mundo no interior do município de

Campos dos Goytacazes-RJ na fazenda do Dester-ro, no dia dois de Outubro de 1867, seu pai um homem humilde dono de comércio logo tratou de ofertar o mínimo de condições para o desenvolvi-mento do seu primogênito, buscando viver no subúrbio para conseguir estudo para o chamado “filho do padeiro”.

Filho de Sebastião Peçanha e de Joaquina Aná-lia sempre recebeu um bom atendimento escolar, frequentou o Liceu e depois da adolecencia foi enviado para o Rio de Janeiro para terminar os graus escolares, passou na Faculdade de Direito de São Paulo e foi colar grau na cidade de Recife onde se formou Baixarel em 1887, voltando para o Rio de Janeiro procurou sua antiga cidade para estabelecer uma banca e trabalhar como advogado e jornalista.

A partir de 1890 inicia sua jornada política quan-do se candidata ao cargo de deputado para a assembleia constituinte, sendo reconhecido como grande legislador e debatedor de leis, mas sua cor o marcava mais que seus atos políticos, os jornais sempre que podiam publicavam textos onde o cha-mavam de o ”mulato do morro do côco”, em virtu-de de sua cor e do local onde vivia.

No ano de 1903 concorreu ao cargo de presi-

dente (atual cargo de Governador) do Estado do Rio de Janeiro, foi de fundamental importancia sua ação para colocar em dia a economia do Esta-do, ainda assim era visto como um político sem grandes virtudes, implementou escolas técnicas e seu governo ficou conhecido como o governo “paz e amor”, pois não revidava aos ataques que sofria dos opositores.

Deu apoio para o sistema de agricultura e pecuária, abriu novas estradas e também contribu-iu para revitalização do sistema de comércio e criou uma nova tributação, permaneceu no cargo até o ano de 1906 o que acabou despertando um olhar mais atento sobre seu trabalho como admi-nistrador

Mesmo sem terminar o mandato de presidente do Estado do Rio de Janeiro foi convidado para concorrer como vice de Afonso Pena ao governo do Brasil, ganham as eleições e tomam posse, assim o dito “mestiço” estava servindo a pátria em um dos cargos mais importantes da velha repúbli-ca.

Com a morte de Afonso Pena, Peçanha chega ao cargo de presidente da República no dia 14 de junho de 1909 ocupando o cargo por um ano, cinco meses e um dia até 15 de novembro de 1910, quando após as eleições entregou o cargo para Her-mes da Fonseca, eleito pelo voto direto.

No curto espaço de tempo que comandou o Bra-sil criou o Ministério da Agricultura, reuniu os grupos divergentes e organizou redes de sanea-mento para o Rio de Janeiro, permitiu o trabalho para mulheres em repartições públicas e ganhou seguidores que eram chamados de nilistas.

O escritor e sociólogo Gilberto Freyre (1938) em um texto sobre o futebol brasileiro acabou fazendo uma comparação ao sistema de jogo dos nossos artistas do futebol com o presidente Nilo Peçanha para Gilberto, Peçanha se portava como um jogador de futebol que se valia da malícia e da negaça de todas as jogadas para ganhar o jogo polí-tico e reverter o placar.

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O Malhete 13O Malhete Outubro de 2020

Ao final do seu governo partiu para a Europa de onde voltou em 1912 para assumir o cargo de sena-dor da República e depois em 1917 aceitou o cargo de Ministro das Relações Exteriores do Bra-sil, em 1922 busca novamente a vaga para presi-dente do Brasil, mas perde o pleito, deste ponto em diante acaba abandonando a carreira política e entra no esquecimento social, politico e histórico da nação.

2.1. Vida Maçônica.A iniciação de Nilo Peçanha na maçonaria se

deu no ano de 1901, no dia 11 de outubro em uma sexta-feira, com a idade de 34 anos na Loja Gan-ganelli no Oriente do Rio de Janeiro, sob o rito moderno, o jornal “O Oriente Nº 5” da cidade do Rio de Janeiro lançou um artigo no ano de 1930 com autoria do irmão Leonel Pinto destacando a iniciação de Nilo Peçanha.

Segundo o autor do artigo, o irmão Pedro Muniz que era o orador da loja destacou ". . . que tal como "Nilo" fertiliza as terras do Egito, assim também a Maçonaria esperava, que o Ir neófito fecundasse com os clarões de seu brilhante espiri-to as Colunas da Ordem. . .»

Consta também que o Ir Nilo Peçanha morava na cidade de Niterói-RJ, mas frequentava a Loja Ganganelli do Rito Moderno em virtude desta ser a que estava mais perto de sua residência, sendo assim podemos observar que talvez ele foi indica-do para tal loja por ter relações com os obreiros desta oficina ou por não existir oficina no oriente de Niterói naquele momento.

Mais um ponto que é levantado sobre a vida maçônica de Nilo Peçanha é justamente sobre sua elevação e exaltação aos graus que pertencia, des-taca Prober (1981) que nos registros da referida loja até 1910 no Gr Cap não se encontra o nome de Nilo Peçanha como um dos que passaram pelo processo de elevação; o Ir Nilo Peçanha galgou até o G 7 na Loja Ganganelli, ainda segundo Pro-ber (1981) um fato comum na época era promover a elevação dos irmãos por tempo de atividade e não somente por apresentação de trabalhos ou desempenho de funções em loja.

Em 1910 termina o governo de Nilo Peçanha, vai para Europa, volta em 1912, em 1917 aceita o cargo de ministro das relações exteriores, durante o tempo que ficou fora do Brasil (dois anos) se viu afastado das atividades maçônicas, ao voltar pediu o ingresso na ordem e junto das atividades como ministro em 1917 acaba assumindo o cargo mais alto na maçonaria do Brasil.

O Grão-Mestre Lauro Sodré acabou por renun-ciar ao cargo junto ao GOB, neste momento Nilo Peçanha estava novamente junto ao movimento maçônico brasileiro, acaba sendo aclamado como o Grão-Mestre, cabe resaltar que não ocorreu uma eleição, mas sim uma aclamação com pedido geral, tudo em virtude de sua projeção e destaque nacional.

No dia 20 de Abril de 1917 durante a Primeira Guerra Mundial Peçanha foi aclamado O Grão-Mestre Gr Com do GOB. Com a idade de 49 anos, empossado no dia 21 do mesmo mês, sai do anô-nimato maçônico para o mais alto cargo da ordem, mas uma questão ainda restava, observan-do seu histórico ele era G 7.

Pela legislação o eleito para o cargo deveria ser grau 33 para comandar o GOB, deste ponto em diante tudo ocorre de forma um tanto quanto desordenada para alguns irmãos que não aceitam a aclamação em virtude de levar em conta mais a vida política do que a vida maçônica de Nilo Peça-nha para o cargo.

No dia 24 de junho de 1918 foi publicado um

boletim do Grande Oriente do Brasil que era o jornal oficial da maçonaria brasileira, a comissão de redação gerenciada pelo Ir Gr Secr da Ord Dr. Horta barbosa que era o redator chefe junto com os IIrm Mario Behring, Mario Gitahy de Alencas-tro e o Dr. Deodato Maia assinam a mensagem da Sob Assembleia Geral pelo Sob Gr Mestr da Ord para os senhores membros da Sob assembleia geral Ppod irmão.

No texto informavam que o Grão-Mestre era grau 33 e que poderia seguir como chefe do GOB, mas uma questão mais profunda se abatia diante das circunstâncias todas, algumas lojas para poder legitimar o cargo de Nilo Peçanha resolve-ram ofertar para ele o Grau máximo do REAA, mesmo ele não frequentando e sendo destacado como membro honorário ou como forma de méri-to.

O Ir Mario Behring em sess do SCBRAS., o Min d'Est Ir MMCB destacou que era importante já que Nilo Peçanha fora aclamado Grão-Mestre, o GOB deveria dispensar todos os interstícios legais antes da eleição para que pudesse assim então o novo eleito assumir o cargo, algumas lojas se adiantaram e resolveram ofertar o Grau 33, foi o caso das Lojas Henrique Valladares do oriente do Rio de Janeiro e também Fidelidade Mineira do Oriente de Juiz de Fora Minas Gerais, as duas do REAA.

No ano de 1918 a Loja Branca Dias do oriente de João Pessoa na Paraíba também ofertou o Grau 33 e todas concederam o titulo de “membro-honorário” a Nilo Peçanha em virtude dos servi-ços prestados ao Brasil e ao movimento maçôni-co.

No ano de 1917 um decreto assinado por Nilo Peçanha permite a formação da constituição do Rito brasileiro, alegando que ocorria a grande guerra e que a maçonaria não poderia contar momentaneamente com relações internacionais, o rito já havia tentado sua formação durante a monarquia no governo de D. Pedro II, mas não foi finalizado o processo, agora no grão-mestrado de Peçanha tudo se fortalecia.

Desde 1914 já vinham tentando formar o rito e o próprio Nilo Peçanha participava das reuniões junto ao GOB para contribuir com a legislação e

todos os documentos, no seu período como Grão-Mestre finalizou a constituição, permitiu a organi-zação do rito e da ritualística, bem como os funda-mentos dos graus, mesmo que a loja só tenha sido fundada em 1928.

No dia 20 de maio de 1919 Nilo Peçanha foi reeleito para o Cargo de Grão-Mestre, mas não chegou a tomar posse do cargo, primeiro pediu licença, depois no dia 24 de setembro de 1919 acabou por renunciar ao cargo, alegou que estava residindo fora da cidade do Rio de Janeiro, mora-va na cidade de Itaipava-RJ, outra questão levan-tada é que pretendia se candidatar novamente ao cargo de presidente da República e não gostaria de misturar política e maçonaria.

Uma situação vexatória que o atingiu durante este período foi justamente uma série de publica-ções em jornais relatando sobre cartas difamatóri-as contra outros políticos, assinadas por Nilo Peça-nha, por este motivo ele resolveu se ausentar da ordem, mesmo que todos soubessem que as cartas eram falsas, por decreto nº 632 de 24 de outubro de 1919 lhe foi concedido o título de Grão-Mestre Honorário como era de costume no GOB.

Assim termina a relação de Nilo Peçanha com o GOB, tendo ele se afastado por considerar que a sua vida política poderia manchar suas ações ili-badas na vida maçônica

3. CONCLUSÃOAo observar a vida de um homem livre e de

bons costumes podemo entender que o que ele faz em prol da ordem pode refletir na agremiação em que vive e vice-versa, já que ele continua sempre em pé e a ordem pelo bem da sociedade e junto aos seus irmãos pelo bom andamento da humani-dade.

Nilo Peçanha para poder se casar acabou per-dendo o contato com a família de sua esposa, ela abandonou seus pais e viveu com seu esposo uma relação digna, mesmo eles não sendo aceitos por se tratar ela de uma mulher branca de alta socieda-de e ele um homem mulato de origem humilde.

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Dentro da república velha a figura política de Nilo Peçanha é lembrado geralmente como o vice que assumiu temporariamente, mas na ver-dade no curto espaço de tempo ele colocou em ordem as finanças, uniu os grupos políticos e entregou o governo federal em ordem para o presidente eleito Hermes da Fonseca.

No Estado do Rio de Janeiro promoveu uma série de melhorias e por conta disto foi chamado para ser o vice do futuro presidente do Brasil, como legislador contribuiu muito para questões de agricultura, liberdade e apoio ao sistema edu-cacional técnico e saneamento básico no RJ.

Ao abordar a questão maçonaria notamos que sempre trabalhou junto aos seus irmãos de ordem, nunca buscou galgar graus, isto é verda-de, mas pelas atividades podemos entender que sempre foi bem visto, claro, as ações políticas do período falavam mais alto, mas vejamos que os atos administrativos foram positivos e com isto todos entendiam que ele tinha muito a ofer-tar ocupando um cargo tão alto e de tanta res-ponsabilidade diante do GOB.

A mensagem final disto tudo é que a maçona-ria segue sendo justa e perfeita, mas os irmãos podem ser falhos, depois de tudo que Nilo Peça-nha fez pela política do Brasil e pela maçonaria, acabou seus últimos dias pobre e sem alguém para lhe amparar.

No dia 31 de março de 1924 morreu decor-rente de problemas cardíacos, em seu funeral não compareceram os irmãos, o GOB se esque-ceu de mandar representantes, três dias depois fez uma cerimônia de despedida para tão ilustre irmão, a esposa de Nilo Peçanha Ana de Souza Peçanha viveu no abandono até que amigos pediram ao governo uma pensão para ajudar nas despesas da viúva. O governo do Rio de Janeiro para homenagear o grande irmão deu o nome para a cidade de Nilópolis em reverencia ao ex-

presidente do Brasil e 18º Grão-Mestre do GOB.

4. BIBLIOGRAFIA:1. ASLAN, Nicola. Pequenas Biografias de

Grandes Maçons Brasileiros". Rio de Janeiro: Editora Maçônica, 1973.

2. CASTELLANI, José. História do Grande Ori-ente do Brasil. Brasília: Gráfica e Editora do Grande Oriente do Brasil. 1993.

3. CÔRTE, Andréa Telo da (org). Nilo Peçanha e o Rio de Janeiro no cenário da federação. Nite-rói, RJ: Imprensa Oficial, 2010.

4. Freyre, Gilberto. Football mulato – Diário de Pernambuco, 17 de junho de 1938.

5. Prober, Kurt. História do Sup. Cons. do Grau 33 do Brasil - Ordo ab Chao Kosmos. São Paulo. 1981.

6. SILVA, Hélio e CARNEIRO, Maria Cecília Ribas. Os Presidentes: Nilo Peçanha. 7º Presi-dente do Brasil. São Paulo, Grupo de Comuni-cação Três, 1983.

7. TINOCO, Brígido; A Vida de Nilo Peçanha; Editora Jose Olympio; 1962.

Adriano Viégas MedeirosConfederação Maçônica do Brasil – COMABGrande Oriente de Santa Catarina – GOSC

ARLS LABOR E CONCÓRDIA Nº 14

Nilo e sua esposa Anita Peçanha.

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O Malhete 15O Malhete Outubro de 2020

Por: Harold Londoño

Quando se fala em Maçonaria, quem fala mais é quem sabe menos; basta olhar para a Internet e você encontrará todo o lixo

que deseja.Mas, nós que estamos nela, quando falamos da

Maçonaria como Instituição que existe no mundo, é preciso dizer que, quem começa na Maçonaria NÃO pode sequer perceber o sentido maçônico de sua existência ou vida, se não se propõe mais que isso; A verdadeira realidade da Maçonaria deve ser analisada como aquela jornada ou aventura, aquela EXPERIÊNCIA em que o ser humano se atreve, se arrisca, se lança desde a Iniciação, com sentido existencial, ao trabalho maçônico para interagir com outros no inteligente provocação da pergunta e da resposta sobre os Símbolos, Ritos e discussões sobre as Placas, para dar sempre um passo à frente, movido pela necessidade de ir sempre além da apa-rente necessidade; É uma ação livre e constante da vontade sobre a vida do "eu" interno, questionar,

A ve rdade i r a r ea l i dade maçôn ica é , ILUSTRAÇÃO em ação e tem sua história e, como tal, não pode ter uma definição (Nietzsche) e essa impossibilidade é a Maçonaria, que tem se feito por um longo processo de decantação histórica. A realidade maçônica não se configura como fenô-meno doutrinário ou ideológico, mas se realiza a partir de uma ação reflexiva sempre em andamento e que implica interação com os outros; É um pensa-mento que não se apóia em sua práxis individual e é ela que pode defini-lo individual e mentalmente, mesmo que não possa expressá-lo a outrem.

A realidade maçônica também é simbolismo não apenas de uma representação de um emblema

ou sinal convencional; o SÍMBOLO é a própria mensagem. A realidade maçônica é uma tarefa com capacidade autocrítica de emancipação, de não se submeter, de não renunciar à própria compreensão e seus riscos; Mas quando esse salto é dado, a for-mação permanece aberta, é um processo com liber-dade de razão e pensamento, para superar a fé cega com a razão, o dogmatismo com a tolerância, a hipocrisia e a opressão, com a liberdade ( Para mim, das três palavras usadas desde a Revolução Francesa, a mais importante é LIBERDADE). A formação do Maçom é uma tarefa que se impõe a si mesmo, por cada um, e a construir o seu próprio templo com a ajuda e colaboração de SÍMBOLOS, RITOS E TRADIÇÕES.

A realidade maçônica é composta de elementos conscientes e elementos inconscientes; de forma consciente individual, autoconstrução, a descober-ta da Pedra Bruta; tarefa que se desenvolve na Loja por meio de introspecção e comunicação; e incons-cientemente, com a participação do ritual e o signi-ficado dos Símbolos.

Na Maçonaria, três grandes correntes coinci-dem:

· Uma corrente prática (rito de York) muito popular entre os anglo-saxões com a ajuda das igrejas reformadas e do humanismo filantrópico.

· Uma corrente esotérica (Rito Escocês) e que reúne toda a tradição de antigos mistéri-os e tradições esotéricas.

· Uma corrente racionalista (Rito Francês) que aproxima a Maçonaria da ciência e pro-gride através de fases como a espiritualista com Newton e Goethe; o racionalista críti-co com Kant à frente; e o positivista, repre-sentado por Augusto Comte, que se sobre-põem sucessivamente.

Em um ou outro dos ritos, as características das três correntes são dadas. O otimismo dos maçons

do século XXI deve ser um otimismo moderado para não cair no passado de perucas e laços com pouco treinamento cultural. As tragédias do passa-do e as decepções do passado nos ensinaram a rea-lidade coletiva, embora às vezes tenhamos que escolher entre o mal e o pior, mas essas escolhas nos conduziram a um grau de realidade histórica que, embora deficiente, tem sido mais alto, mais amplo e melhor do que no passado.

Um desses pilares maçônicos da arquitetura moral e política é a LIBERDADE pessoal que alcançamos hoje, uma liberdade individual de podermos dispor de nós mesmos; liberdade de bus-car nossos próprios benefícios, de nossa própria maneira, sem privar os outros dos deles ou impedi-los de lutar por eles.

Esta liberdade pessoal permitiu-nos compreen-der que as verdadeiras conquistas, daquilo que se viveu na Loja com Iniciação, é conseguir os ele-mentos para ser verdadeiramente Livre de pensa-mento e ação, de modo que o que nela se vive não pode ser descrito ou narrado: é necessário pule e experimente; acredite depois de pensar em tudo que você experimentou.

Fonte: https://masoneriaglobal.com

AS REALIDADES MAÇÔNICAS

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Por Irmão Luis Rivas

Em sua busca por uma verdade irrefutá-vel, ele encontrou aquela sua primeira certeza, da qual Sartre diz que não pode

haver maior, porque "é a verdade absoluta da consciência se capturando". No tempo distan-te entre Descartes e Sartre, a subjetividade reinaria e o sujeito pensante pareceria sobera-no, como absolutamente livre para decidir por si mesmo e para se projetar no futuro a partir de uma consciência diáfana. O livre arbítrio realmente poderia ser chamado de livre.

Mas, ao longo da segunda metade do século passado, o relativismo e o niilismo abriram caminho, dando lugar a uma época de desva-lorização do pensamento racional e das ideias do Iluminismo. Uma nova era - que Lyotard chamou de Pós-modernidade - chegou cheia de ideias antimodernas. Subjetividade tornou-se um palavrão para a academia e o estrutura-lismo e o multiculturalismo foram impostos ao homem, o humanismo e o universalismo. O ataque ao sujeito cartesiano enfureceu-se e a consciência perdeu seu crédito como liberda-de incontaminada. O livre arbítrio estava com problemas.

No entanto, embora os determinismos tenham se fortalecido e entrado um tempo de virulência contra a razão e a consciência, que este não era tão livre ou transparente já havia sido indicado à sua maneira e em seus tempos Montaigne, Hume, Spinoza, Schopenhauer,

Para citar alguns, e em um momento mais pró-ximo ao nosso, foi afirmado por Marx, Nietzsche e Freud, a quem Paul Ricoeur cha-mou de "os mestres da suspeita". Descartes havia estabelecido a dúvida de que as coisas do mundo eram como nos parecem, mas - diz Ricoeur - nunca duvidou de que a consciência era o que parece a si mesma. Por outro lado, os três últimos citados desconfiavam dela e con-sideravam, de suas diferentes perspectivas, que a consciência é distorcida por impulsos mais profundos; de acordo com Marx, para interesses econômicos; de acordo com Nietzsche, pelo desejo depodere o ressenti-mento dos fracos que subvertem os valores; e, segundo Freud, pela repressão no inconscien-te (com Freud e sua psicanálise, o inconscien-te tornou-se o centro, deslocando a consciên-cia). Todas as teorias que têm contribuído para a reflexão sobre o homem, mas que também são discutíveis, como todas elas. Ricoeur expressa em “O conflito das interpretações”: «O filósofo contemporâneo encontra Freud nos mesmos lugares que Nietzsche e Marx; todos os três estão diante dele como os prota-gonistas da suspeita, aqueles que arrancam as máscaras. Um novo problema nasceu; a da mentira de consciência, a da consciência como mentira; Esse problema não pode apare-cer como um problema particular em meio a outros, pois o que se questiona de forma geral e radical, é aquilo que nos aparece, bons feno-menólogos, como o campo, o fundamento, como a própria origem de toda significação; Quero dizer consciência.

Mas o que não pareceria discutível são as descobertas da neurociência, que hoje nos

avisa que principalmente nosso cérebro reco-nhece e processa sem que estejamos conscien-tes; que alguns processos cognitivos comple-xos são armazenados no inconsciente sem que o saibamos; e que, além disso, o inconsciente seria uma área mais poderosa e espacialmente maior do que aquela destinada pelo cérebro ao pensamento consciente, já que este ocuparia uma pequena parte da estrutura cerebral, enquanto o resto seria o inconsciente intuitivo e emocional. Já dissemos em um desenho ante-rior que uma verdade elementar, da qual a ciên-ciaNão nos deixa duvidar, é que nossa primei-ra e essencial missão como seres vivos é lutar para sobreviver, pois desde a nossa primeira ingestão de oxigênio começamos a nos oxidar, ou seja, a morrer, e que também, a partir desse primeiro momento, nosso cérebro primitivo nos faz respirar inconscientemente e começa a articular defesas para nos salvar de sucumbir.

Os avanços da neurociência conseguiram penetrar no cérebro e analisá-lo em detalhes e em seções. Hoje, à luz deles, entende-se que no córtex neo-cerebral é a sede da consciência e é o espaço onde são feitas as escolhas racio-nais, e que o sistema límbico é a sede das emo-ções, que são os que pesam em nossas deci-sões. O sistema límbico, ao escolher, sugere preferências e o neocórtex procura maneiras de satisfazê-las. Em outras palavras, nossos sentimentos e nossa razão interagem em nos-sas escolhas. Mas também haveria uma infini-dade de processos de tomada de decisão intui-tivos e inconscientes que ocorrem sem, ou antes, que a consciência esteja ciente deles. O livre arbítrio não seria livre.

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SOBRE O LIVRE ARBÍTRIO E O AUTOCONHECIMENTOQuando Descartes afirmava “penso, logo existo”, colocando a consciência no centro da cena, certa-mente não imaginava que com isso inaugurava a filosofia ocidental e contribuía, junto com Copérni-co, Galileu, Newton, Bacon, para o início de uma nova era. na história intelectual da humanidade, a Modernidade.

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O Malhete 17O Malhete Outubro de 2020

É que a consciência está sempre exposta à influência cultural do meio em que o homem nasce, aprende sua linguagem, incorpora seus valores, se educa e desenvolve sua existência. E embora todo ser humano possa pensar, ava-liar e decidir a cada momento o que fazer pro-duzindo consequências, suas escolhas costu-mam responder às emoções e sentimentos que a percepção daquele ambiente gerou. A vida em sociedade é uma luta pela conquista de consciências. É por isso que também lutamos, levando os princípios e valores maçônicos para que ali eles permeiem e prevaleçam. Entre eles, os do secularismo e da liberdade de consciência. Bem, não vamos esquecer a infi-nidade de mensagens de proselitismo, diretas ou subliminares, de todos os tipos, políticas, religiosas, comerciais, etc.

Hoje, a pós-modernidade também teria pas-sado e, com ela, a preponderância de muitas das ideias que a caracterizaram. A subjetivida-de e o raciocínio crítico reaparecem na refle-xão intelectual e alguns pensadores esqueci-dos são objeto de novos estudos à luz de novos conhecimentos. Também o homem, não mais como sujeito transparente cogito para si mes-mo, mas como dignidade , como ser livre, res-ponsável e racional, capaz de distinguir entre o bem e o mal e de julgar seus próprios com-portamentos, é deslocado na consideração a filosofia como fundamento da moral e da ética e da ideologiademocrático e universalista. E, apesar de sustentar que os processos biológi-cos são regidos pelas leis da física e da quími-ca e, portanto, determinados, Stephen Haw-king se resigna a apontar em "O Grande Proje-to" que "como não podemos resolver as equa-ções que determinam nossa comportamento, podemos usar a teoria efetiva de que os indiví-duos têm livre arbítrio ”.

Com minha modesta opinião , concluo: O homem é um ser obrigado a escolher e a tomar decisões a cada momento de sua vida em sua projeção irreprimível no futuro; decisões que

não só recaem sobre ele, mas também afetam os outros, e pelas quais ele é res-ponsável por s i mesmo e pelo mun-do. Se suas escolhas fossem absoluta-mente determina-d a s p o r c a u s a s externas, a culpa e o remorso não teriam sentido ou satisfa-ção pelo que foi fei-to; nem o esforço para redimir e ser melhor. A ética se mede em termos de liberdade e, para além dos determinismos inegáveis que as leis da natureza nos impõem, o livre arbítrio define o homem como ser moral e o torna artesão de seu destino e do destino humano. Portanto, eu entendo que entre determinismo e livre arbí-trio, o Arte Real implica isso.

Mas esse livre arbítrio é central para a con-cepção moral maçônica não deve nos inibir de estudar e investigar sem limites o funciona-mento da mente à luz do conhecimento cientí-fico e das reflexões que eles geram. Pois bem, para melhorar nosso aprendizado para o cui-dado de nós mesmos e para o nosso aprimora-mento pessoal, é preciso avançar no conheci-mento de si. Isso implica sabermais sobre nos-sos genes, nosso corpo e nosso cérebro; mais sobre nossa consciência e nosso inconsciente, sobre nossa imaginação e nossa intuição, em suma, sobre como processamos nossas deci-sões. Devemos saber mais sobre as nossas emoções e sentimentos para que a razão influ-encie melhor os nossos comportamentos e para que as decisões que tomamos sejam mais livres, sejam banhadas pela prudência e res-pondam à sabedoria prática de adoptar os com-

portamentos mais adequados em cada situa-ção. Nascemos livres, por isso fomos capazes de nos alienar. E só sabendo que não somos hoje podemos trabalhar para nos desalienar. E com o uso da razão, que é o que nos torna livres. Pois a razão é gratuita e, por sua vez, libertadora. Eu entendo que apesar de todas as circunstâncias que condicionam nossa exis-tência, cada um de nós é uma liberdade onto-lógica inevitavelmente responsável por suas ações e por sua vida. E que nada vale a pena culpar o gene pelo que somosa ética , os nos-sos pais ou o meio ambiente, pois, parafrase-ando Sartre, sempre podemos fazer alguma coisa com o que eles fizeram de nós. Sempre temos a liberdade de abandonar qualquer ten-tativa de melhorar ou, em vez disso, trabalhar para nos conhecermos mais e sermos melho-res. E o último, com nosso esforço pessoal ine-vitável; e ainda, se entendermos necessário, com a ajuda de terceiros. Pois bem, procurar saber cada vez mais sobre nós e melhorar é a nossa tarefa e o nosso compromisso. É a práti-ca da Arte Real.

Fonte: Diário Maçônico

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Por Greg Stewart

ndar de bode é uma daquelas supers-Atições que permeia quase todos os aspectos da iniciação fraterna. Não

exclusivamente uma instituição maçônica, andar de bode ou fazer candidatos “montar o bode” tem sido um aspecto da iniciação ali-mentada por trote com o objetivo de assustar e constranger neófitos e iniciados que ingressam na instituição. No entanto, a práti-ca parece ter uma história mais sucinta envolvendo práticas e rituais pagãos antigos.

A ideia vulgar de que “montar o bode” constitui uma parte das cerimônias de inicia-ção em uma Loja Maçônica tem sua origem real na superstição da antiguidade. Os anti-gos gregos e romanos retratavam seu deus místico Pan com chifres, cascos e pele des-grenhada, e o chamavam de "pés de cabra". Quando a demonologia dos clássicos foi ado-tada e modificada pelos primeiros cristãos, Pã deu lugar a Satanás, que naturalmente herdou seus atributos; de modo que para a mente comum o Diabo era representado por um bode, e suas marcas mais conhecidas eram os chifres, a barba e os cascos fendidos. Depois vieram as histórias das bruxas da Idade Média e a crença nas orgias das bru-xas, onde, dizia-se, o Diabo aparecia monta-do em uma cabra. Essas orgias de bruxas, onde, em meio a cerimônias terrivelmente blasfemas, elas praticavam a iniciação em seus ritos satânicos, tornaram-se, para o vul-gar e o analfabeto, o tipo dos mistérios maçô-nicos; pois, como diz o Dr. Oliver, era na Inglaterra uma crença comum que os maçons estavam acostumados em suas Lojas "para criar o Diabo". Assim, a “caval-gada do bode”, que se acreditava ser pratica-da pelas bruxas, foi transferida para os maçons; e o ditado permanece até hoje, embora a crença já tenha morrido há muito tempo.

MONTANDO O BODE

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O Malhete 19O Malhete Outubro de 2020

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Por Kristine Wilson-Slack

Na Maçonaria, explicou que a “extensão de uma Loja” cobre toda a existência, subin-do aos céus, às profundezas da terra, leste

e oeste a cada horizonte, e norte e sul do mesmo. Esta é a largura, largura e profundidade de uma Loja Maçônica. Isso é emblemático do Templo da Humanidade, mas realmente não apenas a huma-nidade. A Loja é toda a criação, de ponta a ponta. Se for assim, então todo o universo inteiro é uma Loja, e todo o universo inteiro são seus oficiais e trabalhadores.

Tudo? Assim parece.Também sabemos que uma Loja não é um Tem-

plo. O Templo é o local onde os maçons se encon-tram, para realizar rituais, desfrutar da fraternida-de e deleitar-se no espaço sagrado. A Loja é o corpo dos maçons que compõem a Fraternidade. Claramente, parece que a Loja não é apenas maçons, mas verdadeiramente toda a vida, orgâ-nica, inorgânica e toda a matéria dentro do univer-so conhecido. É de se admirar que o credo maçom é estudar os mistérios ocultos da natureza e da ciência? Oculto, ao que parece, é a palavra-chave. Sem trocadilhos, garanto-vos.

No entanto, acho que os maçons raramente estudam qualquer um deles. Muitos se contentam em executar rituais com bons amigos e, para mui-tos, isso é toda a Maçonaria. Alguns estão envol-vidos em atividades externas a eles próprios, como o serviço à sua Ordem e a outras organiza-ções sem fins lucrativos, que são atividades necessárias. Os novos maçons podem observar e ouvir; no entanto, existem etapas para o estudo real que precisam ser seguidas para encontrar a compreensão. Este estudo e exploração continu-am muito além do Terceiro Grau. Isso não signifi-ca uma condenação dessas boas obras; é apenas

um apelo apaixonado para buscar mais.O estudo de um maçom envolve curiosidade,

leitura, experimentação, teste, teorização e jogo. Requer criatividade e intuição para explorar essa criatividade, procurando novas maneiras de estar na natureza. Envolve arte, engenharia, ciência e matemática. Envolve todas as artes liberais. Há tanta profundidade nos princípios fundamentais da Maçonaria e só temos que nos aprofundar mais para decantar vastas piscinas de mistério onde podemos beber o entendimento direto.

Na verdade, a maioria dos humanos raramente olha além de seus próprios corpos, e às vezes nem mesmo, para estudar a natureza e a ciência. Esta-mos acostumados com as pessoas nos dizendo o que ver, ouvir e fazer. Isso não quer dizer que sua entrada seja incorreta ou maliciosa. É sua opinião baseada em evidências aos seus olhos. É baseado em sua própria percepção do universo. Cada per-cepção, incluindo a nossa, é apenas uma sombra de talvez tudo o que existe, e precisamos nos lem-brar disso ao ouvir e observar. As ideias que temos ao observar como a natureza funciona, por meio do veículo da ciência, é um caminho muito melhor para a sabedoria.É por isso que os filóso-fos antigos são tão fascinantes. Num passado não tão distante da humanidade, apenas dois mil anos, estávamos focados na união desses dois métodos - observar a natureza e teorizar sobre seu estado - para compreender a vida. Os filósofos não teriam separado as duas idéias; ensinada pela natureza, os filósofos procuraram compreender, testar e validar suas descobertas.

Eles eram um grupo curioso, e por centenas de anos ajudaram a humanidade a se orientar em dire-ção a uma união entre ela e o resto do universo. Eles freqüentemente estavam errados; no entanto, mesmo hoje achamos que eles estão certos. Demó-crito, "Pai do Átomo", entendeu que "o mundo é feito de partículas granulares". Hoje, seu trabalho informou Einstein, bem como muitos físicos quân-ticos modernos. Reconhecemos que o mundo é feito de grãos, átomos e seus constituintes tam-bém são granulares.

Esses grandes pensadores não se limitam ape-nas aos filósofos conhecidos como Platão, Aristó-teles e Sócrates. Na verdade, não acredito que possamos compreender verdadeiramente esses três, a menos que tomemos medidas para compre-ender seus predecessores e sucessores. Zenão de Cítio, em 300 AEC, ensinou que a razão univer-sal, a lógica, é o fundamento de toda bondade na vida e que viver uma vida de razão era o propósito da humanidade. Epicuro, com seus princípios de prazer e felicidade, informou o trabalho de Lucré-cio Sobre a Natureza das Coisas, que também informou muitos cientistas modernos. Trezentos anos antes, Anaximandro, um estudante de Tales de Mileto, tornou-se o que agora acreditamos ser o “primeiro” filósofo, pois os escritos de Tales deixaram de sobreviver.

“Anaximandro inventou a ideia de modelos, desenhou o primeiro mapa-múndi na Grécia e diz-se que foi o primeiro a escrever um livro de prosa. Ele viajou muito e foi muito considerado por seus contemporâneos. Entre suas principais contribuições ao pensamento filosófico estava sua afirmação de que o "material básico" do universo era o apeiron , o infinito e sem limites, uma afirmação filosófica e teológica que ainda é debatida entre os estudiosos hoje e que, alguns argumentam, forneceu a Platão o base para sua cosmologia. ” 1

O passado informa o futuro e, às vezes, infor-ma o futuro distante, se prestarmos atenção. Carlo Rovelli , em “Reality is Not What it Seems,” afir-ma: “É apenas nas interações que a natureza atrai o mundo.” Ou “O mundo da mecânica quântica não é um mundo de objetos: é um mundo de even-tos”. Rovelli vê o mundo como Anaximandro via, como um fluxo eterno entre eventos; esses even-tos podem ser a vida de um ser humano ou de uma rocha, não tão fugazes quanto os processos quân-ticos da criação.

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A BEIRA DO UNIVERSOA BORDA DO UNIVERSO

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O Malhete 21O Malhete Outubro de 2020

Na discussão de Lucrécio sobre a existência e composição do espaço, ele apresenta o que agora conhecemos como o argumento do dardo:

“Qualquer que seja o limite, aquela coisa deve ser limitada da mesma forma; e para esse limite deve haver um novo limite, e assim por diante, para todo o sempre, em toda a imensidão. Supo-nha, no entanto, por um momento, que todo o espaço existente seja delimitado, e que um homem corra para a frente até as fronteiras mais remotas e fique na última margem das coisas, e então lance um dardo alado - suponha que o dar-do, quando arremessado pela força vívida, deve seguir seu caminho até o ponto que o darter apon-tou, ou que algo irá tomar sua posição no cami-nho de seu vôo e prendê-lo? Pois uma ou outra dessas coisas deve acontecer. Há um dilema aqui do qual você nunca pode escapar ... Por último, diante de nossos olhos, uma coisa é vista ligando outra; o ar é como uma parede entre as colinas, e as montanhas entre os tratos de ar, a terra delimi-ta o mar, e novamente o mar limita todas as ter-ras; no entanto, o universo na verdade não há nada para limitar fora. ”2

Agora teorizamos que, com o Loop Quantum Gravity, uma forma de teoria quântica sobre como o universo é construído no nível quântico, o espa-ço-tempo é uma rede que se cria à medida que o universo se expande. Embora possamos acreditar que existe uma margem para o universo, ela está no nível quântico ilimitado, pois tem uma criação constante. Segundo Claudia de Rham, física teó-rica do Imperial College, “A relatividade geral fornece as previsões dos buracos negros e do Big Bang na origem do nosso universo. No entanto, as “singularidades” nesses lugares, pontos misterio-sos onde a curvatura do espaço-tempo parece se tornar infinita, agem como bandeiras que sinali-zam o colapso da relatividade geral. ”

Além disso, Juan Maldacena, um teórico da gravidade quântica do Institute for Advanced

Study em Princeton, New Jersey, disse: “Na gravidade quântica, o próprio espaço-tempo se comporta de manei-ras novas. Em vez da criação de partículas, temos a criação de uni-versos. ”

Se as pedras funda-mentais da Maçonaria são esses filósofos antigos, cabe a nós entendê-los para que tenhamos um funda-mento para entender a natureza da humanida-de a fim de aperfeiçoá-la. Na verdade, exigimos seu conhecimento para compreender a natureza de todas as coisas, para que possamos nos lembrar de onde viemos e de que somos feitos. Compreen-der uma coisa é saber. Podemos nos compreender se não entendermos a natureza? Não nos separa-mos. Somos o universo em todas as coisas. Como a NASA disse,

“O hidrogênio em seu corpo, presente em cada molécula de água, veio do Big Bang. Não existem outras fontes apreciáveis de hidrogênio no uni-verso. O carbono em seu corpo foi feito por fusão nuclear no interior das estrelas, assim como o oxigênio. Muito do ferro em seu corpo foi feito durante supernovas de estrelas que ocorreram há muito tempo e em lugares distantes. O ouro em suas joias provavelmente foi feito de estrelas de nêutrons durante colisões que podem ter sido visí-veis como explosões de raios gama de curta dura-ção ou eventos de ondas gravitacionais. Elemen-tos como fósforo e cobre estão presentes em nos-sos corpos apenas em pequenas quantidades, mas são essenciais para o funcionamento de todas as formas de vida conhecidas ”.

e vieram da explosão de anãs brancas e estrelas massivas. 3

Para o maçom, então, sempre há coisas para explorar e compreender. Na verdade, podemos até dizer que somos co-criadores no universo, que está em constante crescimento e desenvolvimen-to. A amplitude, profundidade e largura de nossa “Loja” estão em movimento, e temos o passado e o futuro para explorar. O espaço-tempo é incons-tante, criativo e em evolução, e existe um maravi-lhoso eterno agora do qual podemos extrair nosso estudo da natureza e da ciência. Talvez esse seja um assunto para outra hora. Novamente.

Notas:1 - 21 de agosto de 2020,

https://www.ancient.eu/Anaximander/2 - 22 de agosto de 2020,

https://oll.libertyfund.org/titles/carus-on-the-nature-of- Things / simple # lf1496_endno-te_nt239

3 - 09 de agosto de 2020, NASA https://ift.tt/2DCCwin

Fonte: https://www.universalfreemasonry.org

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Por MPSWriterJoe

Em 1998, em The Truman Show , o perso-nagem principal, interpretado por Jim Carrey, vive no mundo fictício de Seaha-

ven. É uma cidade costeira idílica e pitoresca, com negócios movimentados e rostos amigá-veis. É o mundo que Truman conhece desde seu nascimento. No entanto, sem que ele saiba, toda a sua vida é um ardil elaborado; uma piada que todo mundo gosta, menos ele. Ele é a estre-la do programa mais popular do mundo: a últi-ma palavra em televisão de realidade. Todos que ele conhece, desde sua mãe e pai até sua esposa, são atores.

Quando questionado por que Truman nunca percebeu a verdade por trás de sua vida, o cria-dor do show comenta: “Aceitamos a realidade do mundo com o qual somos apresentados. É simples assim."

Ao fazer isso, ele evocou um antigo pilar da filosofia ocidental: o idealismo platônico. De fato, a história da vida de Truman reflete o famo-so conto da Caverna de Platão. Na caverna, encontramos um grupo de pessoas acorrenta-das. Eles estão voltados para a frente, incapazes de se mover. Eles passam a vida inteira olhando para a parede, sobre a qual dançam imagens negras e sombrias. Um dia, um homem se liber-ta. Ele se aventura para fora da caverna, desco-brindo uma grande fogueira com uma platafor-ma na frente, sobre a qual as pessoas caminha-

vam carregando objetos - a fonte das imagens. Por fim, ao chegar à entrada da caverna, o homem fica cego pelo poder do sol.

A história tem um final melancólico. Tendo descoberto a verdade sobre o mundo, o homem retorna para libertar os outros. No entanto, inca-paz de descrever o mundo real e convencê-los da verdade, as pessoas o matam.

A ideia descrita nessas histórias é simples: você não pode confiar no mundo que você per-cebe, o mundo da percepção sensorial.

Aqui Platão distinguiu dois mundos. O pri-meiro foi o nosso mundo, em constante mudan-ça; o segundo era um Mundo de Formas , onde a ideia (ou Forma) perfeita de tudo existia. Nosso mundo, o primeiro, era uma mera som-bra.

Pegue uma casa, por exemplo. Cada um tem uma porta, ou algumas, várias janelas, um telhado de um estilo específico e paredes feitas de um determinado material. Cada um é tão diferente quanto o anterior. Não há dois iguais, mesmo que sua primeira aparição sugira o con-trário. No entanto, Platão argumentaria que a Casa é um ideal do qual cada um de nós está ciente. Por meio desse ideal, podemos identifi-car os reflexos imperfeitos que revestem nossas ruas.

Versões perfeitas de todos os objetos exis-tem no Mundo das Formas. Mas nem tudo o que existe é igual. Platão traçou uma linha divi-sória acima da qual está a Forma do Bem e abai-xo da qual está tudo o mais. É por meio dessa Forma que todas as outras são realizadas. Somente um filósofo poderia compreender ou perceber essa forma infinita e imutável do bem.

Muitos criticaram o Idealismo Platônico

pela linha tênue entre as coisas que têm uma Forma e as que não têm. Cada pessoa tem uma representação perfeita ou cada etnia, ou é ape-nas cada espécie ou cada gênero?

Apesar dessas críticas, o Idealismo Platôni-co obteve sucesso na matemática. Nenhum triângulo perfeito jamais existiu, mas sabemos o que seria: três ângulos iguais a 180 graus. Ainda assim, levanta ideias interessantes e per-sistentes sobre a realidade. Como sabemos o que é real? O que torna um objeto específico esse objeto? O mundo muda com nossas pala-vras ou percepções?

Como disse Platão, "a realidade é criada pela mente, podemos mudar nossa realidade mudando nossa mente.»

Fonte: blog.Philosophicalsociety

IDEALISMO PLATÔNICOAlegoria da Caverna de Platão

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O Malhete 23O Malhete Outubro de 2020

Somos seres em adaptação contínua e, embora essa afirmação tenha sido amplamente usada em discursos de

todos os tipos, desde a biologia das espécies até as teorias físicas complexas nas quais base-amos nosso conhecimento conciso do univer-so; apenas em momentos de crise lhe dedica-mos alguns pensamentos excepcionais.

Joan Carles Mélich já havia equiparado a adaptação à contingência, referindo-se à expe-riência humana como uma exploração contí-nua de situações, onde mudança e emergência estão sempre presentes, e que a vida é uma espécie de percurso de obstáculos, onde depende a nossa continuidade das decisões que tomamos para contorná-los.

As ferramentas para atravessar um mundo de contingências dependerão das experiênci-as que, por obrigação ou por escolha, tiver-mos de vivenciar, e é aqui que a Maçonaria poderia desempenhar um papel importante em fornecer a seus membros elementos, tanto conceituais quanto emocionais, para lidar com o ataque contínuo do fato de existir.

A simbologia das situações poderia dar conta de um método alegórico que visa incor-porar ao aparelho cognitivo dos seres expos-tos, um sistema de pensamento baseado no sentido compartilhado das experiências, dando sentido e emoção aos encontros enqua-drados pelo abraço fraterno.

As ferramentas ancestrais dos construtores medievais são o arcabouço simbólico com o qual a tradição maçônica incorpora elemen-tos filosóficos a um trabalho altamente expe-

riencial e multimodal na loja, com estímulos visuais, auditivos e cinestésicos que transmi-tem mensagens antigas com validade perma-nente.

A autogestão e o autoconhecimento, repre-sentados no fio de prumo, poderiam subsidiar as novas formas de enfrentamento das contin-gências do século XXI, pois somente por meio da produção de mudanças individuais, impactos adicionais poderiam ser gerados, primeiro no ambiente próximo do indivíduo e, então, no contexto social onde ele se desen-volve.

A pandemia COVID 19 destacou a impor-tância da autogestão e do autocuidado.

A responsabilidade de não disseminar o contágio foi repassada aos sujeitos e, embora os governos coordenem ações de prevenção, cuidado e mitigação, é cada núcleo familiar e até mesmo cada indivíduo quem define seu papel na emergência.

O nível para maçons contém vários signifi-cados, de direitos iguais a justiça no seu melhor, que se reflete na vida cotidiana na compreensão da "alteridade".

A descoberta de que existem outras pesso-as com quem existimos é um marco no desen-volvimento humano, e é o bebê que descobre que quem o ajuda não é ele mesmo, mas os outros; Porém, descobrir que a realidade e o mundo se constroem com os outros é uma con-quista que nem sempre se consegue, mesmo na vida.

A pandemia revelou nossa responsabilida-de coletiva, uma vez que aspectos como dis-tanciamento social, revezamento no acesso aos serviços e atendimento a pacientes e fami-liares confinados, partem da compreensão de uma forma de organização que depende de e

subsiste para o outro. Ferramentas maçônicas, alegóricas e sim-

bólicas não são válidas apenas após vários séculos de uso, além disso, Eles se tornam relevantes em meio às novas contingências que vão surgindo.

As mudanças a favor de uma sociedade doente, partem da descoberta de que só atra-vés de uma profunda reflexão pessoal projeta-da para os outros, podem ocorrer mudanças que, por menores que pareçam, têm impacto em algum momento da própria existência e os outros.

O símbolo mostra seu importante impacto nos modelos e sistemas de pensamento, segundo Jacques Derrida, não há evento sem um “golpe”.

Um acontecimento surpreende e interrom-pe, é único e singular, mas também é simbóli-co, porque, embora ocorra sempre num tempo e num espaço, pode fazer sentido em diferentes experiências de vida, noutro tempo e noutro espaço.

A Maçonaria dota seus membros com sis-temas simbólicos atemporais, de modo que, embora, sua exposição é intermitente, sua influência perdura até que seu uso exija uma busca nos intrincados labirintos da mente e da memória.

A pandemia COVID 19, enquanto “acon-tecimento” deveria permitir, como símbolos iniciáticos, que a marca na memória coletiva seja um novo ponto de partida para considerar que o indivíduo é aquele que cria um mundo que interpreta, mas apenas com outros, esse mundo faz sentido e se torna real.

Fonte: RL Jacques de Molay Pereira, Colômbia

O MUNDO DAS CONTINGÊNCIAS E FERRAMENTASReflexões sobre Simbologia e Maçonaria do Século XXI

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As lojas maçônicas Obreiros de Macaé 2075 e Prometheus 4422, juntamente do Capí-tulo Demolay 453 e a Távola dos Escudeiros, realizaram nesse domingo (27), na RJ 106 (Ro-dovia Amaral Peixoto), ações de conscientiza-ção sobre o suicídio, tema abordado durante o mês de setembro em razão da Campanha Setembro Amarelo.

As ações consistiram com a distribuição, nos semáforos da rodovia, de ímãs de geladei-ra com o telefone 188, que é o número de con-tato do CVV (Centro de Valorização à Vida), que realiza, por meio de voluntários, atendi-mento gratuito a pessoas que enfrentam pro-blemas emocionais.

Para Jamie Brito, membro da loja Obreiros de Macaé, a iniciativa das lojas maçônicas de Macaé na campanha Setembro Amarelo é de extrema importância, pois debate a prevenção ao suicídio. “Isso é muito importante porque muitas pessoas estão sofrendo sérios proble-mas emocionais devido à pandemia, ao isola-mento social. A maçonaria, juntamente com os brilhantes jovens da Ordem Demolay, sem

dúvida nenhuma, deram uma grande contribu-ição a nossa sociedade, além de uma grande demonstração de que estão antenadas aos pro-blemas atuais e de sua capacidade de mobili-zação de esforços, no sentido de mitiga-los”, enfatizou.

Fonte: https://cliquediario.com.br

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EM MACAÉ- RJ, LOJAS MAÇÔNICAS REALIZAM AÇÕES DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE SUICÍDIO

O Grande Oriente do Brasil - MG realizou no sábado (19/09) o cerimonial de regularização e instalação do Venerável Mestre da ARLS Frank Sherman Land nº1.511, destinada a receber os egressos da Ordem DeMolay no Oriente de Belo Horizonte.

A ARLS Frank Sherman Land nº1.1511 nas-ceu a partir da visão do Eminente Grão-Mestre do GOB-MG Clescio Galvão de que era neces-sário fortalecer a identidade da Maçonaria mine-ira com a Ordem DeMolay, viabilizando que os muitos Seniores DeMolays possam ser recebi-dos nas fileiras do GOB. Para tanto, foi-lhe outorgada a Carta Constitutiva da Loja Renova-ção e Progresso, que havia abatido colunas.

Frank Sherman Land foi um destacado

maçom do início do Século XX, com atuação no oriente de Kansas City, no estado americano do Missouri. Com sua sólida visão sobre a impor-tância de se consolidar valores na formação da juventude, foi o idealizador da Ordem DeMolay, instituição que fundou e pela qual trabalhou até o fim de sua vida. O resultado de sua obra é a maior organização paramaçônica do mundo, com milhões de membros iniciados.

Com seu título distintivo escolhido em home-nagem ao Fundador da Ordem DeMolay, a Loja aderiu ao Rito de York e reuniu um seleto grupo de Seniores DeMolays, já Maçons, para iniciar suas atividades, trazendo para o GOB um pouco das boas experiências que viveram em seus Capí-tulos.

A proposta é que a ARLS Frank Sherman Land seja a primeira de um conjunto de lojas com essa configuração e vocação, que se espa-lhará pelo estado de Minas Gerais iniciando os egressos da Ordem DeMolay e contribuindo para o rejuvenescimento dos quadros da Maço-naria.

Fonte: GOB-MG

GOB-MG INSTALA LOJA PARA RECEBER EGRESSOS DA ORDEM DEMOLAY!

É c o m e x t r e m o pesar que comunica-mos a passagem para o Oriente Eter-no do amado Irmão Sebastião Ferreira no dia 15/09/20, víti-ma da Covid-19, na cidade do Linhares - ES.O Irmão Sebastião Ferreira era membro da ARLS Antônio Firmino Demuner 2457, Oriente de Rio Bananal - ES.Rogamos ao Grande Arquiteto do Uni-verso que ilumine sua chegada ao Orien-te Eterno e prestamos nossos profundos sentimentos aos familiares e amigos.Recebam nossas condolências.

NOTA DE PEZAR