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Denílson Conceição Santana O LivrO de OurO Poesias © Editora Faz de Conta. 2012

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Denílson Conceição Santana

O LivrO de OurO

Poesias

© Editora Faz de Conta. 2012

O LivrO de OurO Poesias

O LivrO de OurO © Editora Faz de Conta 1ª Edição 2006 2ª Edição 2012

Bibliografia “Arte contemporânea no século XXI”. Org. Denilson Santana, 2012. “Poemas Reunidos”. Ed. Faz de conta, 2009. “S/arte. Filsofia, historia e procedimetos artísticos”. UEFS, 2009. “A arte pós-moderna, da semiótica ao uso da história’’. Uefs, 2004. ‘’O Pós-mídia, ilusão e pertença na arte contemporânea”. Uefs, 2002. ‘’A Rainha do recôncavo. Memória histórica do engenho do conde’’. Uefs, 2001.

O LivrO de OurO

Santana, Denilson Conceição. (Cruz das Almas. BA- Brasil; n. 1972) O livro de Ouro, Poesias/ Denilson Conceição Santana. – Recôncavo Baiano: Editora Faz de Conta, 2012. 40 p. 1. Poesia. Poesia Brasileira.

I

E (H)era outra vez Afoguo de Narciso

Sumindo no espelho Eu e tua ventania

II

A saudade dispersa O que do sal tornou-se salobro

Vendo Mênon fora de mim

III

Da torre mais alta avisto Sombra que mente

Escondendo-me

IV

Já em tantos anos Retorno sempre sem ser quisto

Um louco, semideus, avoir.

V

Rarefeito Cumpro bem a penas

De não te esquecer

VI

E este lado outro Quando tato o falo

Nego palavra escrita e tradução do que compus

VII

Bem dito Seja o fruto

Do nosso ventre: alcançar

VIII

Asilo de tantos possíveis Eis-me atenuo Cego andaluz

IX

Agora é sempre ontem Ludicídio

Praga alquímica Beijo veloz

X

Amanha como sol Vernáculo de alguma herança Na praia da Rosa-dos-ventos

XI

Pólem aquático vigia Turgindo o olhar adiante

Enquanto somos

XII

Uno Visgo

Plácido Coincidente

XIII

E esta hibridez que descansa Eterna

Canta a doença e os sonhos

XIV

Nú Na poeira da pira

Eis o sagrado como o fogo Redomo de lugar

XV

Deste feito Tecer o poema

Pois se a nós se fixa

XVI

Vácuo de solidão Ascese de morte

XVII

Também tínhamos a distância E esta tamanha entrância

Espreita

XVIII

Onde mais poderíamos estar Porto, cais, o mesmo lugar

XIX

Verdade Prova dos tantos que açoita

A quão de lar D’entre outras

XX

Pois se divórcio fosse bom Nascíamos com duas cabeças

XXI

A esta lógica Leiga

O poema se infiltra Embebede-nos

XXII

Cai em volúpia comum O amparo ente que perscruta

XXIII

E tantos disfarces é descoberto, entreposto E de quantas máscaras abduz o fado

XXIV

Mas não importa se a sina infante retruca A mão, ausente, toca o mesmo instrumento

XXV

Tomar a assepsia do nascer No choro preciso

XXVI

E se na gota alada o estanque mira Lágrimas revolver

XXVII

Saber de qual amor à fonte translúcida hiberna Como de qual asa os anjos pendem

Saber a saída então

XXVIII

Ao longe Pinta soçobro de lugar

Um Odisseu

XXIX

Tentação das espécies Firma presente

O salvador

XXX

O canoeiro Algoz salva-vidas

Tem o céu e o mar como recuo Mas olha pra trás

E não nos vê

XXXI

Segue o destino Último cantante

Entôo De uma canção sem ressôo

XXXII

Alhures voltemos ao mar Em vaga profana

Alhures voltemos ao ar Em deixas mundanas

XXXIII

Parte do espelho que peca Mente-nos: Diz a verdade

XXXIV

Regurgita por interstícios Vinga dos poros

Entre as ancas do há de ser

XXXV

Espelho rarefeito Dou a volta e volto Antes como nunca