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Chamada de trabalhos do GIS Journalisme 4.º Colóquio internacional: O jornalismo e as suas ferramentas 8-9 de outubro de 2015 – Paris, França 1 O jornalismo e as suas ferramentas Técnicas de produção de informações Colóquio internacional organizado pelo GIS Journalisme, consórcio de laboratórios CARISM (IFP – Université Paris 2) CRAPE (CNRS – Universités de Rennes – IEP – EHESP) ELICO (Universités de Lyon) GRIPIC (CELSA - Université Paris Sorbonne) Paris, 8-9 de outubro de 2015 *** Chamada de trabalhos Submissão de propostas até 15 de março de 2015 Indústria da comunicação social, escolas de jornalismo, associações profissionais: há vários espaços onde se trocam, se adquirem ou se concedem ferramentas e técnicas de carácter jornalístico. Numa altura de fantasia tecnicista ou de pesadelo tecnológico, o jornalismo não deixou, a partir do século XIX, de recorrer a pelo menos um equipamento preparado para a captura de imagens ou de sons, a edição de texto e a transmissão acelerada das informações. Desde a primeira câmara fotográfica portátil, à qual o seu fabricante, Kodak, decidiu dar o nome de "Reporter", aos recentes canais RSS que agregam automaticamente as informações, as ligações entre o jornalismo e as suas ferramentas não deixaram de questionar a identidade da profissão, o seu estatuto, o seu funcionamento socioeconómico e as suas representações. De que forma se deve considerar a relação entre o controlo dos dispositivos técnicos e a criação de informações? As informações não devem ser elas próprias consideradas uma dessas "tecnologias intelectuais" mencionadas pelo etnólogo Jack Goody?

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Chamada de trabalhos do GIS Journalisme 4.º Colóquio internacional: O jornalismo e as suas ferramentas

8-9 de outubro de 2015 – Paris, França

1

O jornalismo e as suas ferramentas Técnicas de produção de informações

Colóquio internacional

organizado pelo GIS Journalisme, consórcio de laboratórios

CARISM (IFP – Université Paris 2) CRAPE (CNRS – Universités de Rennes – IEP – EHESP)

ELICO (Universités de Lyon) GRIPIC (CELSA - Université Paris Sorbonne)

Paris, 8-9 de outubro de 2015

***

Chamada de trabalhos

Submissão de propostas até 15 de março de 2015

Indústria da comunicação social, escolas de jornalismo, associações profissionais: há

vários espaços onde se trocam, se adquirem ou se concedem ferramentas e técnicas de carácter jornalístico. Numa altura de fantasia tecnicista ou de pesadelo tecnológico, o jornalismo não deixou, a partir do século XIX, de recorrer a pelo menos um equipamento preparado para a captura de imagens ou de sons, a edição de texto e a transmissão acelerada das informações. Desde a primeira câmara fotográfica portátil, à qual o seu fabricante, Kodak, decidiu dar o nome de "Reporter", aos recentes canais RSS que agregam automaticamente as informações, as ligações entre o jornalismo e as suas ferramentas não deixaram de questionar a identidade da profissão, o seu estatuto, o seu funcionamento socioeconómico e as suas representações.

De que forma se deve considerar a relação entre o controlo dos dispositivos técnicos e a criação de informações? As informações não devem ser elas próprias consideradas uma dessas "tecnologias intelectuais" mencionadas pelo etnólogo Jack Goody?

Chamada de trabalhos do GIS Journalisme 4.º Colóquio internacional: O jornalismo e as suas ferramentas

8-9 de outubro de 2015 – Paris, França

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Numa perspetiva de longo prazo, a profissão jornalística estruturou-se em torno da reivindicação de competências intelectuais, que estabelece uma relação complementar, por vezes conflituosa, com a dimensão "equipada" da produção de informações. Daí o interesse de voltar a interrogar uma tradição de pensamento que reivindica a primazia da observação e da análise, e que define o jornalismo como um intelectual que sempre lida essencialmente, qualquer que seja a época, com o verbo e a caneta.

O colóquio organizado pelo GIS Journalisme espera criar respostas multidisciplinares para estas questões, que se poderiam organizar em torno de três direções principais.

1. O lugar da técnica no âmbito do discurso sobre o jornalismo: defesa e

ilustração de um jornalismo equipado Nesta primeira rubrica, iremos questionar o papel atribuído às ferramentas em todos os

textos, discursos e testemunhos que transmitam uma representação do jornalismo. Quer se trate de ficção ou de textos legislativos, de regulamentos profissionais ou de programas de formação, como é que as técnicas associadas à produção de informações são definidas, qualificadas e avaliadas? Neste caso, a abordagem poderia ser contemporânea ou de longo prazo, comparativa ou monográfica. Poderemos, por exemplo, debater as profecias recorrentes que preveem a dissolução do jornalismo na automatização das informações, ou analisar as ondas de choque que surgiram nas fantasias profissionais pelos momentos de rutura tecnológica.

2. As ferramentas do jornalismo, dos desafios económicos e organizacionais no

centro das recomposições mediáticas Enquanto a massificação da comunicação social se fez, por um lado, acompanhar pelo

desenvolvimento das tecnologias ad hoc e, por outro lado, pela formação de redações constantes, estruturada por um modelo salarial, a viragem para o século XXI parece ter aberto caminho para uma reorganização do processo de produção, conduzindo para uma atomização da prática profissional. Os trabalhos previstos nesta segunda rubrica irão esclarecer, através de estudos de casos e das perspetivas organizacionais e de gestão, a evolução conjunta das estruturas redaccionais e das ferramentas de produção de informações. Poderemos, por exemplo, analisar as consequências técnicas da concentração em curso na imprensa regional, ou mesmo refletir sobre a emancipação tecnológica na multiplicação de redações sem assalariados.

3. As competências jornalísticas à prova dos dispositivos mediáticos O desenvolvimento da comunicação social informatizada inspirou-se em grande

medida nas práticas jornalísticas: blogues, aplicações de captura de imagens em movimento e outros espaços de publicação digitais, são portadores de uma promessa tecnológica – a de tornar acessível a todos os movimentos de escrita e de publicação que até esse momento apenas estavam reservados aos profissionais da informação. Podemos então questionar-nos sobre a incidência de uma evolução deste tipo: contribui para generalizar a prática jornalística ou, pelo contrário, para especificar ainda mais a parte não técnica da produção de informações? Aqui espera-se a abordagem de análises de dispositivos mediáticos, experiências jornalísticas que envolvam as práticas não profissionais, assim como trabalhos que questionem os discursos de proteção implementados pelos industriais do sector mediático. Modalidades de apresentação Enviar para [email protected] - um resumo de 1000 palavras (ou 6000 caracteres, espaços e pontuações incluídos), com a indicação das palavras-chave e da rubrica em que esta comunicação se pretende inscrever;

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não inclua qualquer indicação que permita identificar o autor ou os autores - a 1.ª página deve incluir a identidade, a instituição, o endereço de correio eletrónico do autor (ou dos autores); estas informações não serão comunicadas aos membros do comité científico que estão encarregues de emitir um parecer sobre as propostas. Os resumos e as comunicações podem ser apresentados em inglês, espanhol, francês e português. Calendário - envio (resumido) da proposta até 15 de março de 2015 - resposta do comité científico no dia 1 de maio de 2015 Publicação No final do colóquio, será apresentada uma proposta a uma revista científica para a criação de um dossier com as melhores contribuições. Comité científico - Rodney BENSON, New-York University (EUA) - Pablo J. BOCZKOWSKI, Northwestern University (EUA) - Etienne CANDEL, Université Paris-Sorbonne (França) - Jean CHALABY, City University of London (Reino Unido) - Jean CHARRON, Université Laval (Québec, Canadá) - Rogério CHRISTOFOLETTI, Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil) - Béatrice DAMIAN-GAILLARD, Université de Rennes 1 (França) - Francisco DE ASSIS, Escola Superior de Propaganda e Marketing (Brasil) - Salvador DE LEON, Universidad autonoma de Aguascalientes (México) - Hervé DEMAILLY, Université Paris-Sorbonne (França) - David DOMINGO, Université libre de Bruxelles (Bélgica) - Isabelle HARE, Université de Poitiers (França) - María Elena HERNÁNDEZ, Universidad de Guadalajara (México) - Valérie JEANNE-PERRIER, Université-Paris Sorbonne (França) - Christine LETEINTURIER, Université Paris 2 (França) - Jean-Baptiste LEGAVRE, Université Paris 2 (França) - Samuel LIMA, Universidade de Brasilia (Brasil) - Jacques MICK, Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil) - Valérie PATRIN-LECLERE, Université Paris-Sorbonne (França) - Fabio PEREIRA, Universidade de Brasilia (Brasil) - David PRITCHARD, University of Wisconsin (EUA) - Jean-Michel RAMPON, Institut d’études politiques de Lyon (França) - Rémy RIEFFEL, Université Paris 2 (França) - Denis RUELLAN, Université de Rennes 1 (França) - Adeline WRONA, Université Paris-Sorbonne (França)