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As dúvidas, as perspectivas, mas sobretudo a esperança em dias melhores em tempo de Crise. Óbidos: Vila Natal soma mi- lhares de visitantes Caldas da Rainha: Fernan- do Costa acusa CP de querer afundar o caminho de ferro Peniche: Obras do fosso prosseguem a bom ritmo E AGORA? DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - Nº0 - Janeiro 2012 - Propriedade da Hora H - Agência Global de Comunicação, Unipessoal, Lda. Director: João Carlos Costa

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Jornal da Região Oeste

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As dúvidas, as perspectivas, mas sobretudo a esperança em dias melhores em tempo de Crise.

Óbidos: Vila Natal soma mi-lhares de visitantes

Caldas da Rainha: Fernan-do Costa acusa CP de querer afundar o caminho de ferro

Peniche: Obras do fosso prosseguem a bom ritmo

E AGORA?

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - Nº0 - Janeiro 2012 - Propriedade da Hora H - Agência Global de Comunicação, Unipessoal, Lda. Director: João Carlos Costa

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A Hora H - Agência Global de Comunicação, Unipessoal Lda. tomou a decisão de lançar, em plena época de contenção, (possivelmente menos propícia a arrojos deste género) uma publicação de carácter informativo que cumpra Serviço Pú-blico na região Oeste na área compreendida pelos concelhos de Peniche, Caldas da Rainha e Óbi-dos, e quando possível alargando a sua abran-gência ao Cadaval e Bombarral.

Queremos uma informação que vá efetivamen-te de encontro às pessoas, e não no sentido em-pírico do termo. Como não nos podemos divor-ciar dos tempos que agora correm, falar da crise impõem-se, e fazemos isso não só ouvindo as pes-soas na rua – nesta edição escolhemos o cenário de uma feira regional, a dos pinhões no Cadaval, mas também ouvindo especialistas em economia e finanças já a partir deste número zero.

E porque falar em crise não quer dizer que não possamos todos juntos, cada um no seu sector de actividade, lançar ideias empreendedoras e fazer pelo tecido económico regional, abrimos esta edi-ção com entrevistas a quatro empresários que não viraram a cara à luta, e indo também de encon-tro ao que se faz na Cultura, nas Universidades, na Tecnologia e Inovação, e também no Turismo, áreas que à partida estariam condenadas a algu-ma imobilidade face à escassez de verbas, mas que continuam a ser laboratórios de experimen-tação, onde todos os dias o futuro acontece.

Este é também o tempo em que a palavra So-lidariedade tem de deixar de ser apenas um ter-mo bonito e simpático para, efetivamente, passar a ser quase uma rotina. Inaugurámos desde já uma página dedicada ao que de melhor os nossos conterrâneos fazem em prol da sua comunidade, quer através de iniciativas das autarquias ou de associações. A Hora H - Agência Global de Co-municação, Unipessoal Lda., como é seu apaná-gio, também se alia a todas as iniciativas deste tipo. Na edição de 2011 do “Brinquedos eu Gos-to”, colocámos um sorriso nos rostos das nossas crianças. Em todas as edições mostraremos um pouco da generosidade local, de quem procura ajudar os mais desfavorecidos, que por uma ra-zão ou outra se viram de repente desamparados, mas com vontade de mudar de vida, pois esta é uma luta global. É Sua e Nossa.

“O Difícil não é Impossível, pois quem vive para o que der e vier, sabe que semeando a boa semente, ainda que seja pela humidade das lágri-mas, um dia verá nascerem as plantas”.

Boas leituras

EDITORIAL

João Carlos Costa

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Destaque

A crise económica transversal a todos os sectores de actividade está a deixar um travo amargo neste final de 2011 e o panorama para o ano que vem não se afi-gura como mais animador, sendo que à maioria das famílias já não sobra buracos no cinto para apertar. Fomos conhecer um pouco da realidade e das expec-tativas de alguns sectores na região, desde empresá-

Oeste confiante em melhores dias

Novas ideias “brotam” no Parque Tecnológico de Óbidos

O director do Parque Tecno-lógico de Óbidos, Filipe Mon-targil, reconhece que o “clima” que se vive na incubadora das Gaeiras e demais extensões do cluster criativo “não é o mes-mo de há um ano atrás”, mas esta é também “uma altura de desafios” e “não significa que os projectos tenham parado”, pois “há novos empresários a escolherem Óbidos para se instalarem”, embora “algumas empresas tenham vindo a adop-tar uma postura mais conserva-dora, colocando à frente a sua capacidade de gestão”.

Prova de que o parque tec-nológico prossegue os objecti-vos, inicialmente traçados, é o nascimento da Overprint, que resulta de uma junção de es-forços de três empresas já ins-taladas no parque: a “Bichinho

do Conto”; a “Impact Wave” e a “Efectivity”. “Os fundadores entenderam que poderia existir uma oportunidade de negócio na gestão de produção gráfica e design, sendo “que já têm pro-postas de clientes e facturação na ordem dos milhares de eu-ros”, informa Montargil.

O Parque Tecnológico dá emprego a algumas centenas de pessoas na região e é composto por 30 empresas estabelecidas em incubadora e fisicamente. Em 2010, possibilitou-se a cria-ção de 14 empresas, mas este ano “tem-se assistido a uma maior rotatividade, com mais empresas a sair da incubadora para se estabelecerem no exte-rior”, normalmente motivadas por condições exigidas para a sua actividade, como uma li-cença industrial, algo que o

cluster não tem condições de passar.

Para se estabelecer no par-que tecnológico, não basta aos empresários candidatos possu-írem apenas “uma boa ideia”, pois é condição imprescindível que concorram dentro dos pa-râmetros definidos no âmbito da área da criatividade, design, artes e tecnologias de informa-ção. “Já nos foram apresentadas propostas interessantes, mas numa componente da biotec-nologia ou das ciências da vida que não temos possibilidade de conseguir instalar. Quando é as-sim tentamos ajudar a nível de network, de ligação com outras empresas que possam inscre-ver-se nos objectivos daquela que procura instalar-se”, diz.

Crise não desmoraliza sectores de actividade

Filipe Montargil dirige o parque desde o seu início em 2009

rios que tentam remar contra a maré, mas também a vida de algumas instituições de carácter académico ou cultural que costumam, em tempos como estes, receber uma “tesourada” maior nos seus orçamentos. A Tecnologia, a Inovação e a Criatividade também foram auscultadas neste trabalho, assim como, uma das apostas de sempre da região, o Turismo.

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Destaque

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Escola S. de Peniche na senda da investigação em articulação com as empresas

A comunidade académica da região também está atenta às consequências da crise, mas pensa antes de mais em fazer parte da solução e não do pro-blema, pois tal como salienta Teresa Mouga, directora da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar – Institu-to Politécnico de Leiria (IPL), em Peniche, “as instituições de ensino Superior, em particular os institutos politécnicos, têm como missão a investigação aplicada e a difusão e trans-ferência do conhecimento, e por isso promover ativamente o desenvolvimento regional e nacional, uma vez que a inves-tigação científica que realizam é feita em estreita colaboração com o tecido empresarial e in-dustrial do país”.

A massa crítica produzi-da “desenvolve a prestação de serviços à comunidade que cria valor acrescentado aos produtos destas empresas e indústrias, tornando-as mais competitivas no contexto nacional e interna-cional”, acrescenta.

Também no caso das uni-versidades, estas sofreram cor-tes orçamentais mais ou menos comprometedores dos seus pro-jectos, sendo que no caso do IPL, “a dotação do Orçamento do Estado de 2011 apresentou uma redução de 12,34% face a 2011, acrescida de uma redu-ção para o ano de 2012 de 8,5% face a 2011. Estas diminuições muito significativas das dota-ções de Orçamento de Estado obrigam o Instituto Politécnico de Leiria a alterar o seu funcio-namento para permitir acomo-dar estas alterações”, informa, sublinhando contudo, que até à data, “as alterações introduzidas refletem-se no funcionamento da instituição e não nos cursos, pelo que não houve um impac-

to significativo na qualidade do ensino que prestamos”.

Apesar de as circunstâncias serem penalizadoras, no que se refere à investigação científi-ca em desenvolvimento, esta é financiada fundamentalmente por via das receitas próprias do instituto (Fundação para a Ci-ência e Tecnologia, QREN, 7º PQ), “portanto as reduções de orçamento de Estado não se re-fletem nesta componente”, ex-pressa, para dar a entender que aquela componente importante na instituição não está a sofrer

os reveses da conjuntura. “Nos tempos de dificuldade

económica que atravessamos, é preciso que a instituição con-siga diferenciar-se pela positi-va. Ou seja, precisamos de ser melhores e construir mais, com menos. Necessitamos, efeti-vamente, de ser reconhecidos pelos nossos estudantes e pe-los nossos parceiros pelo que somos”, enfatiza, prosseguin-do: “Tal obriga-nos a fazer um esforço adicional na qualidade do trabalho que prestamos, en-quanto professores e investiga-

dores. A escola, e o IPL, são ge-nericamente reconhecidos pela sua qualidade; temos que con-tinuar este esforço de melhoria da relação pedagógica com os estudantes, da interação com a comunidade, da investigação científica relevante”.

Teresa Mouga diz, ainda,

Teresa Mouga explica como o IPL tenta fazer face às dificuldades

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estar convicta de que a Escola Superior de Turismo e Tecnolo-gia do Mar, “reúne as condições necessárias para ultrapassar es-tas dificuldades e para, neste processo, se fortalecer e se tor-nar uma instituição de ensino e investigação reconhecidamente melhor”.

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Conceito de “low cost” para já não faz sentido no Turismo regional

Território de excelência no que ao seu potencial turístico diz respeito, o Oeste tenta conquis-tar além-fronteiras público que possa significar valor acrescen-tado para a economia regional, como tal a Entidade Regional de Turismo do Oeste tem estado presente em feiras no país vizi-nho. Mas a estratégia passa, fun-damentalmente, e em articulação com a Agência de Promoção de Lisboa, “aumentar a visita de profissionais (jornalistas e ope-radores turísticos) à região. Nas últimas semanas, esteve presente um conjunto de 11 jornalistas in-gleses e alemães.

Mas de acordo com António Carneiro, que gere esta entidade que também já teve a designa-ção de “Região de Turismo do Oeste”, a promoção também se faz dentro de portas com o lan-çamento de cadernos especiais em jornais de grande tiragem – “Lançámos há dias um exce-

lente caderno no Expresso (1500 exemplares) com as novidades Outono/Inverno, assim como no Diário, e Jornal de Notícias”. António Carneiro salienta, ainda, nesta cruzada pela promoção do Oeste, a colocação de “novas e excelentes imagens de apoio ao programa Visitoeste, que divulga eventos e ofertas hoteleiras onli-ne) em painéis nas principais au-to-estradas de acesso à região”.

Para já a Entidade Regional de Turismo não subscreve que o conceito de “low-cost” entre no vocabulário dos empresários que tentam captar turistas e clientes no geral no que toca aos seus sectores de actividade, sendo que “houve um ajustamento de preços em 2010, mas em prin-cípio os preços “low cost” são apenas mais visíveis na restau-ração”, “até porque os primeiros 10 meses do ano correram, em regra, muito bem no Oeste e no País, em geral”. As expectativas

não são, porém, animadoras pois “há uma grande incógnita sobre o futuro próximo”. “A crise é europeia e a quebra de poder de compra, em Portugal, em parti-cular é muito preocupante”, su-blinha.

O Oeste reúne em si um con-junto de motivos de interesse a nível turístico desde as praias, aos monumentos históricos, e até mais, recentemente, a compo-nente do Surf com a realização de uma das etapas do Campeo-nato Mundial em Peniche, sen-do que nos últimos tempos têm surgido outros conceitos menos conhecidos de turismo a explo-rar na região, mas no entender de António Carneiro tratam-se de “turismos específicos” que são, quase sempre, produtos de nicho. “O surf, por exemplo, é uma excelente aposta mas não se pode dizer que seja a solução para a hotelaria. Outros produtos ligados à natureza crescem bem

mas, repito, em termos relati-vos”, assegu-ra.

A criati-vidade pode ser a chave para o muito que ain-da há a expandir na região turisti-camente falando, poi “morreu o tem-po em que se ganha-va dinheiro fazendo o mesmo que o “vizinho do lado”. “Os destinos têm de ser cada vez mais, ‘mul-tiprodutos’ e a hotelaria estar adaptada aos graus de exi-gência de um novo cliente, mais culto, mais informa-do”.

Para o director do CCC, Cultura não pode ser um luxo

Ao falar-se em crise eco-nómica, é opinião comum que um dos sectores a sofrer, em primeiro lugar, um corte nas suas despesas é a Cultura – Neste sentido ouvimos Carlos Mota, director do Centro de Congressos e Cultura (CCC) das Caldas da Rainha, que apesar de sentir que a conjun-tura está a ser um elemento de contracção dos diferentes sec-tores de actividade, “a Cultura não pode ser entendida como um luxo mas como um fac-tor importante na criação de capacidades intelectuais que fazem distinguir um cidadão activo de um cidadão passi-

Destaque

vo”, logo “mais aptos e capazes de implementar alternativas e de elevar as suas capacidades pro-dutivas”. Por isso, “ a Cultura continuará a ser um investimen-to fulcral para qualquer família e sociedade”, acrescenta.

A política do CCC no que se refere ao seu cartaz de es-pectáculos continuará a primar pela mesma bitola da qualidade: “Continuaremos, como sempre o fizemos, a estudar com os artistas, músicos, actores, pro-dutores, escritores, cenógrafos, técnicos, educadores, os níveis do tolerável para a prática de preços que possam ser com-participados pelos utilizadores

e suportados pelos conjunto de profissionais que têm como ac-tividade profissional o universo da cultura, da educação e dos espectáculos”. No entanto, a casa de espectáculos vai estar focada numa “racionalidade objectiva” quanto aos custos de implementação e de actividade e como sublinha Carlos Mota – “ Com níveis de sobrevivên-cia muito poucos vistos em ter-mos nacionais”, até porque a meta do CCC passa por “uma sustentabilidade de um serviço público com poucos meios para investimento, mas com nenhum para desperdícios”.

Como os “custos da estru-

tura são dos mais baixos em termos nacionais, abaixo disto é fazermos outra coisa que não garantir níveis de convívio e de consumo cultural à população”, refere, concluindo: “Os nossos recursos são diversos, a nossa tenacidade é contínua, a nossa programação é a possível, a nos-sa oferta vai além dos consumos

culturais, os nossos parceiros são o conjunto dos interlocu-tores da cidade e da região que querem criar e implemen-tar a economia e a cultura. A nossa vontade será sempre a da comunidade e da sua auto-estima, por tudo isto o nosso risco é o risco de vencer”.

Carlos Mota (à Dir.) diz que o CCC tem dos orçamentos mais limitados no género

António Carneiro diz que é preciso fazer diferente do vizinho

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DestaqueA Luta dos EmpresáriosQuatro empresas das Caldas da Rainha distinguem-se pelo empreendedorismo e pelo trabalho de “formi-guinha” que nunca abandonaram desde a sua fundação: Caldas Internacional Hotel, Bombondrice, Casa Fernandez e Sentidos Dinâmicos.

Ferrari aumenta velocidade do negócioFernando Lúcio é o proprie-

tário do Caldas Internacional Hotel desde 2010, e depois de toda uma vida como emigrante em Macau dedicada à hotelaria e restauração, cumpriu o seu “eterno” sonho de assumir uma das mais emblemáticas unidades da cidade termal. Neste clima de crise económica, o empresário diz que não pretende baixar os braços, todavia, também não es-conde que tem dentro da carteira o seu “BI de Macau e um bilhete de avião”.

Apesar de constatar que a recessão está presente um pouco por todos os negócios, refere que a maioria dos cenários é pintada a traço “demasiado negro” pela comunicação social, que na sua opinião tem pecado por “exage-rar demais”.

Desde que assumiu a di-reção do Caldas Internacional

Hotel, que a taxa de ocupação tem registado uma “subida”, que corresponde a 40 por cento. As quebras registam-se sobretudo durante a semana. “Dentro de dias a lotação estará esgotada. Estou surpreendido com a aflu-ência registada, tendo em conta que Caldas não se trata de um centro turístico”. A unidade é composta por 80 quartos e três suites.

Ao tentar manter-se à tona de água nestes tempos difíceis, o empresário escolhe a palavra “reinvenção” como uma espécie de fórmula mágica que pode re-sultar para quem não quer deixar morrer os respectivos negócios. Para se manter competitivo, Fer-nando Lúcio estuda todas as pos-sibilidades para conseguir não perder clientes – baixar os pre-ços “poderá ser uma solução”, mas também “criar incentivos

e descontos”, no fundo “usar a imaginação ao serviço do clien-te”, de que é exemplo o sorteio de um ferrari, propriedade do empresário, a sortear no final de 2012.

“Cada cliente que almoçar no Salão Milénio recebe uma senha, habilitando-se, automati-camente, ao sorteio do automó-vel no ano que vem”, explica Fernando Lúcio, que adquiriu o topo de gama em 1994, para seu uso pessoal “quando ainda era jovem”, mas, agora, considera que não se adequa à sua idade.

“Comercialmente, não con-seguiria lucrar com a sua venda. Como não quero vender barato, surgiu a ideia de o sortear”, re-fere, adiantando, que a simples exposição do automóvel já tem ajudado ao negócio, pois suscita a curiosidade dos clientes “que gostam de tirar fotografias ao pé

Concurso do automóvel foi uma das formas que Fernando Lúcio encontrou para chamar mais clientes

Sentidos Dinâmicos: proactividade é chave do sucesso

A chave do sucesso parece ser a postura proactiva que a em-presa tem seguido desde o seu início, “apesar de algumas difi-culdades” ligadas à própria crise, mas o pensamento na “Sentidos Dinâmicos”, que confere certifi-cação profissional aos motoris-tas, está focado “em encontrar soluções”, no entanto 2011 “foi um ano positivo para a empre-sa”, dá a conhecer o proprietário Sobreiro Duarte.

Uma das missões da Senti-dos Dinâmicos consiste também em encontrar as melhores solu-

ções para os seus clientes, sendo que a empresa acredita que todos vão “conseguir dar a volta” atra-vés do seu potencial humano, e da seleção dos melhores. “Temos de acreditar seriamente que as pessoas vão fazer a diferença”, sublinha o responsável.

A Sentidos Dinâmicos surgiu com a certificação dos profissio-nais da condução e tem serviços em todo o país com 31 centros de norte a sul. Directamente, traba-lham na Sentidos Dinâmicos 12 pessoas, mais 85 colaboradores nos vários gabinetes espalhados

pelo país. A estratégia a aplicar tem

como apanágio “a qualidade” com o “melhoramento de al-guns processos de certifica-ção”, nomeadamente com “a passagem da acreditação para a certificação”, que “vai dar algu-ma margem de manobra para o próximo ano”. “Este ano, atribu-ímos alguns processos junto de entidades, clientes e parceiros. Estamos com muita energia e animados”, dá conta o empresá-rio. A empresa em 2012 vai co-nhecer ainda uma nova alteração

Sentidos Dinâmicos é líder no seu segmento de mercadoconcorrentes oferecem um ser-viço tão diversificado, “porque a Sentidos Dinâmicos trabalha de forma integrada, em especial no que se refere aos recursos humanos e à importância da sua formação”.

da sua imagem, assim como, um serviço de consultadoria “mais activo” junto dos clientes, já a partir de Janeiro.

Sobreiro Duarte explica que nesta área da cerificação de mo-toristas nem todas as empresas

do Ferrari”. O empresário lem-bra que ao assumir a direcção do Caldas Internacional Hotel teve de colocar em acção todo um conjunto de “boas práticas” – “Foi feito um grande esforço, economicamente, para recuperar o hotel, com obras de pintura e de melhoramentos vários”. Tam-bém foram levados a cabo arran-

jos paisagísticos no exterior.Dinamizar dentro do com-

plexo hoteleiro, uma espécie de Adega do Fado é um dos próxi-mos projectos, visto que, actu-almente, apenas recebe espectá-culos ao fim de semana, mas o objectivo é que funcione todos os dias.

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Destaque

Casa Fernandez, com 70 anos, aposta hoje no mercado online

Trata-se de um dos estabe-lecimentos comerciais mais an-tigos da cidade das Caldas da Rainha – a “Casa Fernandez” completou em 2011, 76 anos de vida. Localizada na antiga praça do peixe, a Casa Fernandez dis-põe de vários artigos na área das cutelarias, mas também guarda-chuvas, chaves, fechaduras, en-tre outros.

Apesar da sua antiguidade, segue um caminho na senda da inovação e da adaptação aos novos tempos, dado que o seu proprietário, Amador Fernandes, criou um sítio na internet dirigi-do a resolver os problemas de quem perde ou danifica a chave do seu automóvel, em www.ca-rkeynetwork.com . Esta foi tam-

Bombondrice no mercado internacionalA Bombondrice é conheci-

da como a loja de bombons e chocolates artesanais da cida-de. Trata-se de uma empresa familiar, surgida há 19 anos, que, neste momento, encara o desafio da internacionalização. Teresa Serrenho, proprietária, diz-se cansada de ouvir falar na palavra “crise”. Na sua opinião, o que está em causa é a necessi-dade de todos nós “trabalharmos mais” para se “obter os mesmos resultados”. A abertura recente de uma nova loja da marca no Centro Comercial Vivaci surgiu, por isso, como “uma reacção à crise”. “Temos de nos auto mo-tivar e andarmos para a frente”, dá a receita.

A Bombondrice surgiu com a ideia de aproveitar o choco-late que entrava como produto secundário na empresa, ini-cialmente dedicada aos licores. Dada a sazonalidade do mesmo, a empresa decidiu introduzir no-vos produtos como a bolacha, sempre numa lógica gourmet, apanágio da casa. “Este ano apostamos num produto regio-

Bolo Real: A Majestade da Bombondrice

nal com a criação do bolo real a 15 de Maio, dia da cidade (ver caixa). Vamos agora tentar certi-ficar este doce que já começa a ser muito procurado”. De resto, a produção da loja é “muito di-versificada”, empregando cerca de oito pessoas.

Uma das apostas passa por tentar o mercado estrangeiro – a Polónia é o país que oferece maiores possibilidades. O facto de a produção ser predominan-temente artesanal permite “um fácil escoamento”, reconhece Teresa Serrenho. Além-frontei-ras, o produto que suscita uma

especial curiosidade é a pêra borrachona, embebida em vinho tinto, assim como os quartos de marmelo (cozidos em calda de açúcar) e algumas compotas. No país, a Bombondrice tem “um cliente em cada centro co-mercial”, nomeadamente no Colombo, no Fórum Almada, e lojas gourmet na zona históri-ca de Lisboa. Paralelamente, a Bombondrice tem um projecto que consiste numa espécie de mini museu em que através de um percurso exemplificativo o visitante conhece o trajecto da matéria-prima, o chocolate, des-

de a apanha do cacau até chegar à loja, pronto a ser degustado.

“Surgiu da necessidade de mostrarmos às pessoas o porquê de este ser um produto que tem, por vezes, um preço elevado. Damos a conhecer a sua prove-niência até ao produto final. Fa-zemos uma referência histórica acerca da sua introdução na Eu-

ropa e outras curiosidades muito importantes, tendo em conta que os portugueses tiveram um pa-pel muito importante ao trazê-lo para o continente europeu, mas com pena não conseguimos acompanhar as restantes etapas da evolução do chocolate, que é tão comercializado e aprecia-do”, explica.

Lançado no decorrer deste ano, por ocasião da comemo-ração de mais um feriado mu-nicipal, o “Bolo Real” é “uma versão refinada do bolo-rei”, que não leva fruta cristaliza-da, mas conservada apenas em açúcar, permanecendo assim menos artificial. Alperce seco, laranja e ameixa são alguns dos frutos que entram na sua

Teresa Serrenho deu a conhecer o espaço dedicado ao chocolate

bém uma forma de inovar den-tro de um sector à partida mais resistente, e como tal uma forma de fazer face à crise.

O site tem conhecido uma adesão significativa, “desde o Algarve até Trás-os-Montes”, estando disponível há um ano.

“Está a ser utilizado por uma lar-ga maioria de lojas da especia-lidade de todo o país. Há cerca de três meses fizemos a apresen-tação pública do site, que fun-cionou até essa altura, apenas, para profissionais”, diz Amador Fernandes.

O objectivo é facilitar ao automobilista informação sobre duplicação de chaves, enco-mendas relativas a comandos, solucionar problemas com o seu veículo no que respeita à matéria em causa, e ainda uma área des-tinada a perguntas que se podem colocar aos técnicos especializa-dos, através do preenchimento de um formulário, e posterior encaminhamento do cliente para uma loja da sua área. O site tem uma média de 2000 visitas men-sais, mas pretende-se “apostar ainda mais na sua divulgação”, acrescenta.

Porque perder a chave do carro poderá tornar-se numa grande aflição para qualquer condutor, Amador Fernandes diz

que resolver o problema pode ser “mais ou menos difícil”, por isso a solução mais imediata será possuir uma chave suplente em casa, pois há casos em que a ne-gligência ou o azar podem che-gar aos 500 ou 600 euros, (tendo em conta determinadas marcas e antiguidade dos veículos), en-quanto o preço de uma suplente pode ficar “apenas pelos 40 eu-ros”, (ainda segundo o mesmo critério).

“Registamos situações em que as pessoas se dirigiram às marcas e lhes foram pedidos pre-ços exorbitantes e depois deslo-cam-se à loja para saberem dos nossos preços. O que tentamos transmitir é que possuir apenas uma chave pode ser um perigo”.

confeção. Fazendo jus à zona Oeste (onde nasceu), termina com um toque de ginjinha de Óbidos. Apenas está à venda na loja da fábrica, na Praceta António Montez junto ao Cen-tro de Saúde, e na loja gourmet no centro comercial. Esta delí-cia tem o preço de doze euros e meio a unidade.

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Dragagens na Lagoa, finalmente, em curso

Avançaram os trabalhos de dragagem da lagoa de Óbidos, reclamados por autarcas e popu-lação, nos últimos anos. A obra em causa que se deve prolongar até Março pretende efectuar a dragagem de 350 mil metros cúbicos de areia. “Esperamos que se venha a responder posi-tivamente a alguns problemas de assoreamento da lagoa com a estabilização do canal central da mesma, com a aberta”, tendo em conta também, “um reforço do cordão dunar para que o mar não passe por cima com todas as consequências negativas ine-rentes”, refere Fernando Costa, presidente da Câmara Munici-pal das Caldas da Rainha, em declarações ao nosso jornal.

O autarca prefere, contudo, não comentar a circunstância de os trabalhos não permitirem um grau de “conforto” quanto ao fu-turo da lagoa a médio/longo pra-zo, pois as dragagens não conse-guem ter um efeito decisivo face aos factores ambientais naturais. “Faça a pergunta aos técnicos”, ripostou.

A obra, no valor de 3 mi-lhões de euros, está a ser efec-tuada com recurso a três dragas, três escavadoras, quatro dum-

Académicos dão a sua opiniãoA enfrentar um período crucial

da sua existência enquanto recur-so natural devido aos problemas ambientais conhecidos - assore-amento, poluição, pressão urba-nística -, este recurso ambiental no entender do académico André Fortunato, investigador principal do Núcleo de Estuários e Zonas Costeiras do LNEC, tem o futuro traçado. “A evolução natural da lagoa de Óbidos, como a de outras lagunas, é o assoreamento pro-gressivo e o desaparecimento. As taxas de assoreamento são eleva-das (muito mais do que a subida do nível médio do mar), pelo que, na ausência de intervenção huma-na, está condenada ao desapareci-mento”, revela.

Análises de dados históricos confirmam que “a área da lagoa tem vindo a diminuir ao longo do tempo. A causa é a incapacidade das correntes de vazante expulsa-rem os sedimentos que penetram na lagoa, quer através da rede hidrográfica, quer através da em-bocadura. Assim, as intervenções humanas são imprescindíveis, se quisermos manter a lagoa”, cons-tata.

Adélio Silva, engenheiro civil da empresa Hidromod, autor do “Estudo de Impacte Ambiental do Estudo Prévio das Dragagens e Defesa da Margem Sul da Lagoa de Óbidos”, levado a cabo duran-te o ano de 2004, considera que as dragagens funcionarão para “melhorar a qualidade da água”. Sobre os impactes ambientais te-midos por alguns, entende que “é uma questão de se fazer escolhas” e “assumir as consequências”.

“A lagoa funciona com dois sistemas distintos. A parte junto à praia em que a qualidade da água é melhor, com outro tipo de circulação, e a parte superior mais sedimentada e com mais lodo e poluição”. Sobre a instabilidade na aberta, deve-se ao facto do sis-tema ser “demasiado dinâmico e imprevisível”.

No município caldenseÁgua aumenta 5 por cento em 2012

O presidente da Câmara das Caldas Fernando Costa, em declara-ções ao nosso jornal, anuncia que as tarifas de água vão subir na ordem dos cinco por cento, dado que este bem não tem sido aumentado no con-celho nos últimos cinco anos. Tal mexida nos tarifários dá-se segundo o autarca, devido a “questões de lei”, e não está relacionada com a dívida dos municípios à Águas do Oeste, até porque segundo diz “a dívida da Câmara das Caldas é praticamente nula”.

O presidente do município considera que “ofereceu uma prenda de Natal aos caldenses” ao reduzir a taxa de IMI, Derrama e IRS para 2012, que significará “um sacrifício substancial para as finanças da Câ-mara Municipal”, mas ao mesmo tempo concretizar-se-á como “uma vantagem para as famílias”.

Numa mensagem dirigida aos munícipes para 2012, Fernando Cos-ta exorta a que cada um “encontre nas dificuldades a melhor satisfação e a melhor forma de resolver os seus problemas”, para isso “a solidarie-dade entre todos será fundamental”.

pers e um bulldozer que ope-ram numa área de cerca de dois quilómetros, com o objectivo de reposicionar o canal de ligação da lagoa ao mar. Está também a ser montada uma linha de 1300 metros, composta por tubo de plástico e metal, que permite re-tirar as areias do interior do cor-po da lagoa, depositando-as nas margens sul e norte, reforçando o cordão dunar e protegendo as-sim as casas e o emissário sub-marino.

A solução que esta á ser le-vada a cabo não tem um carácter definitivo, mas de acordo com a ministra do Ambiente, Assun-ção Cristas, “é a mais adequada neste momento”. “Não estamos a inventar nada porque as dra-gagens fazem-se desde o século XV, mas a evolução natural do processo de assoreamento da la-goa pode tornar-se nefasto para

o ecossistema e para a activida-de económica”, referiu no dia da apresentação do projecto. A governante prosseguiu nas suas declarações sobre a necessidade de uma intervenção: “No Inver-no passado não se fez nada, se-ria gravíssimo se não ocorresse uma intervenção no sentido da abertura da entrada ao centro da lagoa”.

Todos os trabalhos estão a ser acompanhados pelo IPI-MAR de forma a garantir a ma-nutenção da qualidade do ecos-sistema e da água da lagoa. A intervenção está a ser conduzida com base num estudo e projecto desenvolvido pelo LNEC, Plano de Gestão Ambiental da Lagoa de Óbidos, tem como objectivo “garantir com alguma fiabilida-de a permanência da aberta na zona central do cordão dunar”.

As intervenções compreendem a realização de dragagens para re-mover areias dos canais de maré. As areias resultantes da dragagem da zona inferior serão utilizadas no robustecimento do cordão du-nar frontal que separa a lagoa do mar, no reforço da margem próxi-ma do Bom Sucesso e nas praias imediatamente adjacentes à embo-cadura da lagoa.

O projecto prevê ainda a cons-

Intervenções no fundo da lagoa de dez em dez anostrução de um dique de guiamento na zona inferior da lagoa com o objectivo de fixar a barra, com um comprimento de 600 metros, ficando 200 metros imersos, e será acompa-nhado por um muro de suporte.

Haverá também um conjunto de intervenções para a valorização e requalificação ambiental e pai-sagística das margens do rio Real, locais que foram utilizados para o depósito de sedimentos dragados na

lagoa.Após a execução destas inter-

venções, o projecto prevê a neces-sidade de serem realizadas draga-gens para manutenção dos fundos da lagoa de dez em dez anos, as quais corresponderão à remoção de cerca de 400 mil metros cúbi-cos de lodos da zona superior e de entre 25 mil e 50 mil metros cúbi-cos de areias da zona inferior.

Caldas da Rainha

Trabalhos de dragagem avançam no terreno

As operações devem durar até Março

Impactes negativos

Esperam-se impactes negativos, pouco significativos, na qualida-de da água da zona superior, em particular do Braço da Barrosa, devido à diminuição da taxa de renovação da água com o apro-fundamento dos fundos. Apesar do impacte negativo, esta situação foi pensada de propósito pelo LNEC, com o objectivo de criar uma zona de deposição preferencial de sedi-mentos afluentes à lagoa, e deste modo, minimizar o assoreamento no interior da lagoa.

Os restantes impactes negativos, serão pouco significativos no que respeita às dragagens, ao estalei-ro, às actividades construtivas e à movimentação de máquinas e equipamento durante a empreita-da. De acordo com o EIA, a qua-lidade do ambiente local não será afectada, porque estas acções se-rão temporárias e são possíveis de serem minimizadas. Haverá con-tudo ainda impactes significativos nos organismos presentes junto aos fundos, e nos peixes, devido ao aumento de partículas na água, à perturbação do habitat e à eli-minação de organismos presentes nos fundos dragados.

Apesar dos impactes positivos do dique de guiamento, a sua pre-sença terá também impactes nega-tivos significativos, relacionados com a altura do troço final desta estrutura, sobretudo nos períodos de maré baixa.

Considerando a situação actual da Lagoa de Óbidos, conclui-se que os impactes positivos do pro-jecto são significativamente supe-riores aos impactes negativos, e que estes são possíveis de serem minimizados, de acordo com o disposto no estudo elaborado pela “Nemus, Gestão e Requalificação Ambiental, Lda”, para o Instituto da Água, tendo como base as in-tervenções definidas no Plano de Gestão Ambiental da Lagoa de Óbidos, elaborado pelo Laborató-rio Nacional de Engenharia Civil (LNEC) entre 2004 e 2005.

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Caldas da Rainha

Linha do Oeste: Fernando Costa acusa CP de querer afundar o caminho-de-ferro a todo o custoA necessidade de revita-lização da linha do Oeste volta a estar na ordem do dia, devido à recente notí-cia de que a CP vai proce-der à desactivação do tro-ço da linha do Oeste, entre Caldas da Rainha e Figuei-ra da Foz. Já foi entregue, a pedido da autarquia, um dossier com um conjunto de dados que permitam fazer valer os intentos dos defensores da manuten-ção do troço, mas sem os elementos pedidos junto da CP e da Refer. Fernando Costa, presidente da Câ-mara Municipal das Cal-das da Rainha, mostrou-se, à nossa reportagem, impaciente com a atitude verificada por parte dos organismos estatais e não tem dúvidas em atirar que a CP e a Refer “preten-dem o afundamento do caminho-de-ferro a todo o custo”.

Rainha e a Figueira da Foz, e na linha do Vouga, passará a ser assegurado com concessões ro-doviárias para os mesmos per-cursos até aqui realizados pelos serviços da CP.

Fernando Costa afirma, ten-do em conta o valor do passi-vo, que o mesmo “não explica tudo” – “Por essa ordem de ideias dever-se-ia fechar tudo o que é caminho-de-ferro em Portugal, pois apenas a linha entre Faro-Lisboa-Porto-Vigo dá lucro”. O autarca vai mais longe e precisa: “Falta saber se o prejuízo é por causa dos uti-lizadores, dos comboios ou da administração, pois cada vez mais me convenço que não tem havido vontade em melhorar a situação financeira destas em-presas do Estado, porque não racionalizam a despesa”, de que é exemplo “ a compra de automóveis e o facto de con-tarem com cerca de 196 chefes superiores, ou seja por cada 16 trabalhadores há um chefe”.

O nosso jornal contactou o gabinete de imprensa da CP para obter um comentário rela-tivamente às acusações de Fer-nando Costa mas não obteve resposta, quanto às informações pretendidas pela plataforma, o mesmo gabinete informa que já fez chegar junto da secreta-ria de estado dos Transportes os dados pedidos, “que deverão ser encaminhados, agora, para os deputados da Assembleia da República”.

A autarquia da Caldas das Rainha encomendou o estudo sobre a susten-tabilidade do troço em causa junto do engenheiro civil caldense Nelson Rodrigues com uma pós-graduação em Engenharia Ferroviária, cujo re-latório final será remetido à tutela governamental.

Entre outras considerações, é desde já sustentado que o serviço que se pretende suprimir representa menos de 0,9 por cento do prejuízo financei-ro anual da CP, por isso o facto de o troço da linha do Oeste, em causa, apresentar prejuízo de exploração não significa que globalmente assim seja também para o país. Também o número anunciado em média de 53 passageiros por comboio nada quer dizer.

É defendido, ainda, que a eliminação do serviço em causa terá repercus-sões na diminuição do tráfego nas linhas da qual a do Oeste é adjacente como a de Sintra, a do Norte e o ramal de Alfarelos.

Argumentos favoráveis à manutenção da linha

Centro Hospitalar Oeste Norte nos finalistas da Missão SorrisoAtravés da “Missão Sorriso”, o Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) é um dos 121 finalistas de 2011, que pode vencer o prémio que consiste na atri-buição de equipamentos de saúde, numa iniciativa relacionada com a venda de produtos da Leopoldina nos hipermercados Continente.

ocorrências relacionadas com a in-tegridade física dos recém-nascidos e crianças.

Desse dispositivo faz parte a insta-lação de sistemas de videovigilância com imagem de alta definição, por-tas codificadas de acesso, e aqui-sição de pulseiras eletrónicas com alarme e sistema de encerramento automático das portas de acesso.

A Missão Sorriso tem em conta as

propostas que recebam mais votos online, através do sítio na internet: http://missaosorriso.continente.pt/projectos.php.

O projecto do CHON está na pági-na sete, entre os 121 estabelecimen-tos hospitalares do país. A votação decorre até ao último dia do ano.

A Missão Sorriso começou por auxiliar uma organização de soli-dariedade social em 2003, depois

O CHON candidatou o projec-to “Humanizar com segurança” , cujo objectivo consiste na melhoria dos padrões de eficácia, no que diz respeito à segurança em geral, e em particular na garantia de mo-nitorização e protecção de bebés e crianças internadas nos serviços de obstetrícia, neonatologia e pediatria do CHON. Na prática pretende-se instalar um dispositivo que previna

Comboios das Caldas para a Figueira deverão ser suprimidos

“Estamos a tentar mostrar à CP que é um erro grave para toda esta região de Lisboa até Coimbra fechar a circulação de comboios de passageiros entre Caldas e a Figueira, pois se isso for feito é o mesmo que anunciar a morte do troço entre Caldas e Lisboa”, vaticina pre-ocupado.

No entender do autarca que também integra a plataforma multissectorial de defesa da li-nha do Oeste, a decisão da CP emboca num “erro histórico grave”, pois se “a linha do Oes-te for suspensa significará um acréscimo de veículos a entrar todos os dias em Lisboa”, com o consequente “aumento da factura energética”. “Estamos a tentar demonstrar que é pos-sível que mais gente utilize o comboio”, enfatiza, explicando: “Se os horários e as condições de conforto forem melhorados não serão necessários grandes investimentos”. “É lamentável que a CP e a Refer não queiram colaborar com soluções cons-trutivas”, conclui.

A CP tem actualmente um passivo de 3796 milhões de eu-ros (contra um activo de 1346 milhões de euros), um desequi-líbrio explicado com “sucessi-vos anos de défice operacional e de investimento”. O transpor-te de mercadorias vai, contudo, manter-se no Oeste e no Alen-tejo, prevê o Plano Estratégico de Transportes (PET). O trans-porte de passageiros entre Beja e a Funcheira, entre Caldas da

o apoio a unidades pediátricas e, a partir de 2011, também auxilia Agrupamentos de Centros de Saú-de e Instituições de Solidariedade Social. Nos últimos oito anos já contribuiu com cerca de cinco mi-lhões de euros, num total de1600 equipamentos hospitalares.

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Exposição de Presépios das Gaeiras é já “uma das maiores do país”

Uma das novidades deste ano consiste em apresentar a ex-posição em pequenos stands in-dividuais com o nome dos artis-tas, que se traduz “em dar uma oportunidade aos escultores de ornamentarem o seu espaço e de tirarem partido disso”, refere o presidente da junta das Gaei-ras. Por outro lado, procedeu-se ainda ao alcatifar de todo o es-paço de modo a torna-lo “mais humano e harmonioso”, de for-ma a minimizar a atmosfera de armazém do mesmo.

Na edição deste ano, a ex-posição integra novos mate-riais e alguns com o seu quê de exoticidade como ovos de

A exposição de Presépios das Gaeiras, inau-gurada a 8 de Dezembro e que vai estar pa-tente ao público, no antigo armazém dos vi-nhos, até 3 de Janeiro, é já uma das maiores do país, senão a maior, de acordo com as pa-lavras do presidente da junta, Eduardo João. Já na sua quinta edição, continua a atrair um cada vez maior número de visitantes e sobre-tudo de colecionadores. Até meio da edição já se tinham vendido 200 presépios.

Óbidos

avestruz, de ganso e até de ema, ave oriunda da América do Sul; assim como, algumas matérias que se constituem como uma inovação como o mármore e o junco. A peça mais cara consiste num presépio de mármore com o preço de 2500 euros. Numa vertente mais ecológica, tam-bém não faltam os presépios de materiais reciclados, que já se tornaram tradição na exposição das Gaeiras.

Dada a época de crise, os artistas também apostaram em executar peças mais baratas – “Das duas centenas de presé-pios vendidos, a grande maio-ria custava até 20 euros”, dá

a conhecer Eduardo João. De salientar a encomenda de seis presépios por parte de um co-lecionador, que para já não quis levar as suas peças, por consi-derar que “descaracterizaria a exposição”.

A afluência à exposição está a revelar-se como muito satis-fatória, “com mais visitantes e mais espaçada”. “Não se torna positivo o acumular de muita gente dentro do espaço, pois com menos visitantes, de cada vez, permite-nos fazer uma vi-gilância mais acutilante, dado que já levaram daqui um peque-no presépio, algo que já tinha acontecido também há três anos atrás”.

Santo Tirso que é conside-rada a capital dos presépios não tem mais de duas ou três cente-nas de presépios na sua exposi-ção, em comparação, com a das Gaeiras, que reúne cerca de um milhar – “Temos tido um feed-back muito importante por parte dos colecionadores que nos di-zem que nunca viram uma ex-posição tão bonita e com tanta variedade”.

A exposição que pode ser apreciada até aos primeiros dias de Janeiro está aberta das 14 às 18h nos dias úteis e das 14 às 20h aos fins-de-semana.

Eduardo João satisfeito com o sucesso que a exposição já granjeou

Material reciclado também presente na exposição

Esta peça custa 2500 euros

Novidade deste ano é a organização em stands

Conceito mais alternativo de presépio

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Óbidos

Óbidos Vila Natal com milhares de visitantes

O “Óbidos Vila Natal” re-gressou de novo à vila medieval, e a magia da quadra está presen-te nas muralhas do castelo até 3 de Janeiro. Até à hora de fecho deste jornal e de acordo com o site do evento, já tinham passa-do pelo certame mais de 18 mil visitantes. A inauguração deu-se a 8 de Dezembro e logo neste dia a afluência de público foi signi-ficativa, sobretudo de crianças. Humberto Marques, vice-pre-sidente do município, realçou o estatuto de “evento marcante” no panorama nacional do “Óbi-dos Vila Natal” e convidou todos os portugueses a passarem pela vila histórica.

O autarca salientou o papel da Óbidos Patrimonium e da sua

Adesão acima do esperado, deixa or-ganização surpre-endida. Este ano, a componente solidá-ria está em evidên-cia através da cam-panha “Gorro Azul”.

“equipa maravilhosa” na prepa-ração de mais um vila natal, com “um trabalho extraordinário” tendo em conta a redução do orçamento em um quarto: “Para eles os meus parabéns”, referiu, assim como, o “brilhante traba-lho de José Parreira, principal administrador da empresa”.

Na edição deste ano, e tendo em conta que nos tempos que correm a palavra “solidarieda-de” tem uma importância fun-damental, o evento quis aliar-se à campanha do “Gorro Azul”, que encontrou no músico e in-térprete André Sardet um aliado, “que pela sua disponibilidade, voluntarismo e capacidade cí-vica” se juntou ao certame. O outro ingrediente salientado por Humberto Marques foi o da “sustentabilidade”, neste caso financeira.

André Sardet foi o artista convidado para encher de músi-ca e de sorrisos o cenário da cer-ca do castelo no dia da inaugu-ração. Dois meses antes do vila natal, visitou Óbidos e ficou a conhecer a campanha do “Gorro Azul”, e uma vez que a sua tour-née de 2011/2012 tem também essa componente solidária, “pois tenta ajudar a resolver problemas sociais”, André Sardet decidiu colocar no evento a sua carrinha pão-de-forma com material pro-mocional, cuja venda reverterá a favor da associação “Olha-te”, de apoio aos doentes com cancro sedeada nas Caldas da Rainha. O músico já esteve, há anos atrás, no evento, mas considera que a edição deste ano demonstra que o “Óbidos Vila Natal” “está a crescer com muito bom gosto e magia”.

Como é apanágio do Óbidos Vila Natal, chegam por altura da sua reali-zação, vários milhares de visitantes de várias partes do país, e até do país vizinho. Encontrámos no recinto, Cristina Couto de Sobral de Monte Agra-ço, que ao nosso jornal, declarou o seu “agrado” por estar pela primeira vez presente no mesmo. “Gostei muito do bar de gelo e quero ver se visito a fábrica de brinquedos, pois há pouco estava uma fila muito grande para entrar. No conjunto, considero que o evento está muito giro”.

“O Óbidos Vila Natal está muito bonito e divertido, apesar de ter pouca ´neve´. O que mais gostei de ver foi o pai Natal e os duentes”, diz por seu lado Maria Morz, que veio com a família do Cartaxo.

A pista de gelo e os figurantes com roupas foram os principais motivos de atracção encontrados por Cláudia Parreira que veio de Famalicão até Óbidos. “Está um pouco frio, mas estou a gostar imenso”, realçou, fazendo questão de salientar que vai passar a ser presença assídua no certame nos próximos anos. A amiga Diana Oliveira, por seu turno, considera que em outros anos “o espírito já foi melhor”.

Apreciação positiva dos visitantes

Num dos espaços montados para o evento, pode-se encontrar trabalhos realizados pelas associações do concelho, como artesanato e outros tra-balhos feitos à mão. Laura Ferreira, da associação Guias de São Lou-renço, deu a mostrar alguns dos produtos que se encontram para venda como doces de abóbora, “efectuados pelas voluntárias da associação”. “É a primeira vez que esta mostra se faz, pois a Câmara entendeu que podia funcionar como uma mais-valia para as associações mostrarem os seus trabalhos”.

Associações em destaque

André Sardet na inauguração do Óbidos Vila Natal

Bar do Gelo

Vila Natal

Fábrica dos BrinquedosCristina Couto veio pela primeira vez

Amigas vindas de FamalicãoFamília do Cartaxo gostava de ter visto mais neve

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Nesta quadra festiva a 102 FM Rádio, esteve de novo na estrada com a operação “Brinquedos Eu Gosto” cuja missão é entregar um brin-quedo a crianças dos con-celhos de Peniche, Óbidos, Caldas da Rainha, Bombarral e Cadaval.Há vários anos que a 102 FM Rádio tem levado a cabo esta iniciativa que no enten-der de Luís Parreira, director-geral da 102 FM, teve “este ano um sentido maior já que há mais famílias com dificul-dades”. “Demos pequenas lembranças que ganharam um sentido muito grande por terem sido dadas pela figura do Pai Natal”, referiu. A iniciativa ligada à distribui-ção de brinquedos é uma das mais acarinhadas na rádio, e resulta de uma parceria “102 Fm Rádio” e do município de Peniche. “Já se realiza há oito anos. Conta com o apoio das juntas de freguesia (com um agradecimento especial para

Atouguia da Baleia e Ferrel, António Salvador e Silvino João, respectivamente), e dos patrocinadores (sem eles não seria possível)”.Na totalidade, entregou-se mais de 12 mil brinquedos na cidade de Peniche e fre-guesias de Atouguia da Ba-leia, Ferrel e Serra d’El Rei. “Um agradecimento especial ao vice-presidente da Câ-mara Municipal de Peniche, Jorge Amador, e uma pala-vra também a todos os tra-balhadores que colaboraram nesta iniciativa, quer da 102 FM Rádio quer do município de Peniche, com iniciativas ao sábado e domingo”, re-fere. No ano de 2010, a rádio descentralizou pela primeira vez a iniciativa aos conce-lho de Óbidos e Caldas da Rainha, onde também foram entregues brinquedos .Este ano, a rádio chegou também às crianças do Bombarral e Cadaval.

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Em 2012, a 102 FM Rá-dio assinala 12 anos de vida. A primeira emissão foi para o ar a 30 de Outubro de 1999. O ano de 2011 constituiu-se como de viragem para a es-tação emissora com o reforço da equipa com dois profis-sionais com provas dadas e que recolhem a preferência de vasta maioria do público do Oeste, João Carlos Costa e António Louro, que pela sua boa disposição e simpatia fo-ram, sem sombra de dúvida, uma aposta consolidada, que já começou a recolher frutos, com as audiências da 102 a aumentarem inegável e subs-tancialmente em relação a ou-tras congéneres na região. Já no final deste ano, outros pro-fissionais entraram também para o projecto 102.

A rádio sempre se des-tacou desde o seu início por uma filosofia de proximidade junto das pessoas, associa-ções, instituições e autarquias, não só no concelho onde está implantada, mas na região. Em breve, serão inauguradas novas instalações da 102 FM Rádio nas Caldas da Rainha, que funcionarão, paralelamen-te, às de Peniche.

Para além de divulgar as iniciativas de outras entida-des, a 102 FM Rádio tem também o seu plano de ac-tividades, levando a efeito a “Gala Peniche” na qual se ho-menageiam personalidades e

102 FM Rádio: Os projectos para 2012entidades que se tenham des-tacado ao serviço do concelho de Peniche. Numa vertente de proximidade em relação às pessoas e aos seus reais pro-blemas, a rádio leva a cabo, todos os anos, os seis “Es-peciais Freguesias”, em que falamos com os habitantes, com empresários, e com os representantes de colectivida-des, instituições e autarquias, de cada freguesia do concelho de Peniche. “Vamos continuar com o ‘Especial Freguesias’, alargado a todos os concelhos da região, com destaque para Peniche, mas também Caldas da Rainha e Óbidos”, desven-da Luís Parreira, director.

Junto do Comércio

Neste ano que agora fin-da, a 102 FM Rádio levou a cabo, ainda, a iniciativa “Comércio+Solidário”, com o objectivo de devolver ao co-mércio tradicional os clientes que tendem a fugir para as grandes superfícies, com a criação de cupões distribuídos a quem fez compras nos esta-belecimentos aderentes, que mensalmente, entraram no sorteio de um cabaz com 102 produtos. Ao mesmo tempo, foi sorteado um cabaz idênti-co entre uma das IPSS’s dos concelhos de Peniche, Caldas e Óbidos.

A 102 FM Rádio arrancou recentemente com um novo projecto junto dos estabeleci-mentos do concelho de Peni-che: “Estamos neste momento a desenvolver uma parceria com a ACISCP ‘Um por todos e todos por um’ para chamar a atenção dos ouvintes para consumir no comércio tradi-cional”, diz Luís Parreira.

Em suma, no ano de 2012, a rádio quer “permanecer ao lado das pessoas, das asso-ciações, das instituições e au-tarquias da região. Queremos estar ao lado de todos”, con-substancia.

Lançamento do jornal

O lançamento do jornal ligado à Hora H, pretende ,por seu lado, efectuar uma abordagem diferente, pela positiva (sempre pela posi-tiva), mas não indiferente à realidade das coisas, daquilo que autarquias, instituições, associações, personalidades e empresas vão fazendo no seu dia-a-dia”, prossegue, concluindo: “Queremos ser o Jornal de Peniche, Óbidos, Caldas da Rainha, Bombarral e Cadaval, mas continuando com uma dinâmica criativa e activa na organização de ini-ciativas e disponíveis para ser parceiros de outras entida-des.”

A 102 FM Radio é cada vez mais a estação sintoni-zada na região Oeste, o seu crescimento está bem patente através do número de “gostos” na página do facebook https://www.facebook.com/102fmradio e a constante interactividade com os internautas que não se cansam de apoiar, gostar e sugerir ideias no nos-so facebook. Também no estrangeiro, a comunidade emigrante a residir em França, nos Estados Unidos, Canadá e até noutros países, encontra na 102 FM Rá-dio o seu “bocadinho” de Portugal, através da internet em http://www.102fm-radio.com/

102 FM: A Rádio de que todos Gostam

Milhares de brinquedos distribuídos

Adelaide Ferreira apresenta novo disco na 102 FM RádioA cantora Adelaide Ferreira lançou um novo disco e a pro-pósito do mesmo foi entrevista-da na 102 FM Rádio. Mostran-do, claramente, os seus laços a esta região, por ter crescido nas Caldas da Rainha, a can-tora não deixou de fazer refe-rência às suas brincadeiras de infância no Parque D. Carlos

I, na cidade termal, as férias nas Berlengas e as correrias nas ruas do castelo em Óbi-dos. Numa conversa cheia de recordações, Adelaide Ferrei-ra mostrou-se satisfeita com o novo álbum “Esqueço-me de te esquecer” e afirmou-se pre-parada para um 2012 que não será fácil para ninguém.

Pai Natal da Rádio foi generoso

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Peniche

Obras do Fosso da Muralha prosseguem a bom ritmo

De salientar, a conclusão da ponte pedonal do Baluarte, assim como, a respectiva plata-forma flutuante, embora estas estruturas ainda não se encon-trem abertas ao público. A circu-lação na nova ponte rodoviária, por onde passam as principais redes de abastecimento de água, electricidade, telecomunicações e futuramente de gás natural da cidade de Peniche, foi retomada, por seu turno, no passado dia 22 de Novembro.

Anteriormente e no início do mês de Março foi aberta à circulação a nova ponte pedonal do Poceirão, que liga o largo do município ao parque central da cidade. “Mais larga, com ram-peamento que permite o acesso a pessoas com mobilidade redu-zida ou condicionada e com um design bastante mais actual que a anterior”, diz. “Esta ponte vem oferecer mais segurança e co-modidade aos seus utilizadores, renovando simultaneamente a paisagem urbana, num dos prin-cipais pontos de atravessamento da muralha”, destaca.

A remoção de lamas do leito do fosso, movimentações de ter-ras, terraplanagens e consolida-ção das margens do espelho de

Continuam a decorrer a bom ritmo as obras de “Recuperação do Fosso da Muralha – 1.ª Fase (Área Molhada)”. O presidente da autarquia, António José Correia, traçou um ponto de situação junto do nosso jornal sobre o que tem vindo a ser executado nos últimos tempos, e o que se vai seguir, “numas obras indispensáveis ao desenvolvimento turístico local e com forte impacto positivo na qualidade de vida dos cidadãos”.

água encontram-se praticamen-te concluídas, de acordo com o previsto no projecto.

Entretanto, após uma inter-rupção que durava desde Se-tembro de 2010, recomeçaram os trabalhos de construção da eclusa, estrutura fundamental para garantir o acesso de peque-nas embarcações de entre a bacia portuária e o fosso da muralha, mantendo um espelho de água permanente. Na altura, a em-presa adjudicatária informou o município de Peniche que, na se-quência das escavações já efec-tuadas, tinham sido detectados solos argilosos na cota de funda-ção da laje da eclusa, ao contrá-rio do maciço rochoso previsto no perfil geotécnico, resultante das sondagens efectuadas.

As características geológicas não previstas, encontradas du-rante a execução dos trabalhos, obrigaram à realização de novas sondagens e à alteração do pro-jecto existente, que veio a mere-cer o parecer positivo por parte do Laboratório Nacional de En-genharia Civil. Uma vez que os trabalhos adicionais não são eco-nomicamente viáveis de separar do contrato, a Câmara deliberou adjudicá-los ao mesmo emprei-

teiro no final do mês de Julho.A obra de Recuperação do

Fosso da Muralha de Peniche – 1ª Fase (Área Molhada) tem um Investimento previsto de 3 mi-lhões 805mil euros, dos quais 2 milhões e 100 mil correspondem a co-financiamento comunitá-rio, sendo os restantes 1 milhão 1.705 mil euros suportados em partes iguais pelo orçamento do município de Peniche, enquanto dono da obra, e pelo Orçamento de Estado, através do Instituto Portuário e dos Transportes Ma-rítimos, enquanto entidade co-promotora da obra.

Para além da obra de requali-ficação do fosso da muralha – 1.ª Fase, a parceria para a regenera-ção de Peniche, já com comparti-cipação comunitária assegurada, prevê a realização da 2.ª Fase, na área terrestre envolvente, assim como mais 13 projectos/opera-ções, a realizar em cooperação com diversas instituições locais públicas e privadas, na envol-vente do fosso da muralha, fren-te ribeirinha e centro histórico de Peniche, que no conjunto repre-sentam um investimento total de cerca de 10 milhões de euros.

Mensagem de Ano Novo do presidente da Câmara“Num tempo de imprevisibilidade em que, quase diariamente, são

anunciadas medidas desfavoráveis à qualidade de vida de cidadãos, empresas e autarquias, reafirmo a nossa vontade e determinação para continuarmos a defender e a afirmar o nosso Concelho. Formulo os mais sinceros votos para que em 2012 todos tenham condições para uma vida digna e o mais feliz possível, e em que a Esperança em dias melhores possa ser reforçada”.

Coro Stella Maris faz parte do cartaz

Associações consideram: “Natal Penicheiro está esgotado”

A contenção de custos obrigou a um corte na tradicional programa-ção do “Natal Penicheiro”, por parte da câmara municipal, que reduziu a programação a quatro concertos nas igrejas locais. A Associação para o Desenvolvimento de Peniche (ADEPE) e a Associação Comercial, Indus-trial e de Serviços do concelho de Peniche (ACISCP), habituais parceiros, não foram convocados pela autarquia. Se para a ACISCP, não há muito a lamentar na decisão pois o modelo do “Natal Penicheiro” está “esgotado”, já para a ADEPE é “uma tristeza” que a iniciativa tenha perdido o seu fulgor.

Rogério Cação, presidente da ADEPE, não descarta, contudo, a pos-sibilidade de o evento também poder ter atingido o seu limite de vida. “O projecto era interessante, mas as coisas não são imutáveis e têm de se ajustar ao evoluir dos tempos”, refere mas não deixa de apontar o dedo: “Não deixa de nos preocupar, no entanto, que, apesar de todas as dificul-dades, pouco ou nada se tenha feito e por isso temos pena”. Por outro lado, a associação entende que deveria ter sido chamada a fazer parte do denominado “processo de mudança” que o acontecimento sofreu este ano, apesar de “compreender” a conjuntura.

António Martins, da ACISCP, em declarações ao nosso jornal, referiu que o “Natal Penicheiro” precisa de funcionar noutros moldes, pois “a animação do comércio não passa pelos ´posterzinhos´ ou outras coisas do género”, mas por soluções novas como “a colocação de árvores de Natal à porta das lojas ou um concurso de montras”.No fundo “ir ao encontro dos sentimentos das pessoas”. Solução que segundo o mesmo também é partilhada por Natália Martins, gestora do programa de modernização do comércio tradicional – Modcom.

O vice-presidente da câmara de Peniche, Jorge Amador, resume a questão à falta de dinheiro da autarquia para investir no evento, que costu-mava custar entre 15 a 20 mil euros, e que este ano se resume a um valor despendido de mil euros, pois ao contrário de outras edições foram ape-nas convidados para actuar nos diversos palcos os grupos da terra. “Não tínhamos outra hipótese face à diminuição das verbas atribuídas pelo Go-verno”, refere. O tradicional fogo-de-artifício ficará a cargo, no que toca a despesas, por parte de uma empresa parceira da autarquia.

A entrada em 2012 é assinalada com dois concertos de Ano Novo. No dia seis de Janeiro, pelas 21h30, o coro Stella Maris actua em Ferrel na Igreja de Nossa Senhora da Guia. No dia seguinte, a Academia de Música de Óbidos executará, pelas 21h30, na Igreja de São Pedro, em Peniche, o tradicional concerto de Ano Novo.

Obras decorrem a bom ritmo

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Peniche

Peniche volta ao concurso “Sete Maravilhas”

A “Seven Wonders” lançou um novo concurso, desta vez com o objectivo de eleger as sete mais belas praias do país. A fase de candidaturas está a decorrer desde dia 2 de Dezembro no site http://incricoes.7maravilhas.pt e fecha no dia 15 de Janeiro. An-tónio José Correia, presidente do município de Peniche, adianta que o concelho voltará a concor-rer tal como o fez nos concursos promovidos, anteriormente, pela mesma entidade.

“A excelência do nosso litoral

e das nossas praias, reconhecida pela atribuição de 6 Bandeiras Azuis, 6 praias de Água Dou-rada e um spot de surf reconhe-cido mundialmente, legitimam a apresentação de candidaturas em várias categorias. Tudo fare-mos para que seja incluída pelo menos uma praia na lista final a submeter à votação do público”, refere o presidente da Câmara.

O concurso na fase de selec-ção acompanhado de perto pelo Conselho Científico, é composto por sete entidades: Secretaria de

Peniche vai candidatar as suas praias

Estado do Ambiente e do Orde-namento do Território; Marinha Portuguesa; Associação Ban-deira Azul da Europa; GEOTA; Liga para a Protecção da Natu-reza; Quercus; e SOS – Salvem o Surf - Associação Nacional de Defesa do Surf.

As maravilhas candidatas a “7 Maravilhas” – Praias de Portugal estão organizadas em sete categorias. A saber: Praias de Rios; Praias de Albufeiras e Lagoas; Praias Urbanas; Praias de Arribas; Praias de Dunas;

Praias Selvagens e Praias de Uso Desportivo. Os critérios de avaliação são: beleza da praia; qualidade da água e limpeza da praia; estado de conservação dos sistemas naturais (fauna e flora) e sistemas edificados; serviços prestados aos utentes da praia; espaços públicos de qualidade; preservação da identidade local; e as condições naturais para a prática desportiva.

Qualquer pessoa ou entidade pode nomear praias. Após rece-bidas todas as candidaturas, 70

especialistas escolhem uma lis-ta de 70 pré-finalistas. Depois, um painel de 21 personalidades selecciona uma short list de 21 Finalistas para votação pública. A representatividade geográfica do país é assegurada através da presença no mínimo de um fi-nalista de cada uma das 10 regi-ões do país e todo o processo de selecção. A votação é auditada pela PricewaterhouseCoopers & Associados - S.R.O.C. Lda.

À semelhança de Caldas da Rainha, Peniche através do pro-jecto da associação “Acompa-nha” também integra o leque de 121 finalistas da Missão Sorriso dos hipermercados Continente. “Mobilizar para a Acção por Ido-sos com Saúde”, assim se chama a acção que a Acompanha quer levar a efeito no concelho de Peniche, e para a qual precisa de reunir os meios financeiros im-prescindíveis.

Tendo como horizonte a va-lorização do idoso e da sua expe-riência de vida, este projecto foi desenhado “há bastante tempo”, de acordo com Rogério Cação, da cooperativa Acompanha. “Ao contrário de outros projectos que tentam trazer o idoso a determi-nado local, este parte do princí-

“Acompanha” nos fina-listas da Missão Sorriso

pio contrário, pois queremos ir ao encontro do idoso, saber jun-to do mesmo quais as suas ideias e projectos; quais as actividades que entende que lhes fazem falta, nomeadamente, as de promoção da saúde, cultura e educação”, dá a conhecer.

O financiamento para o pro-jecto não deixa de ter algum peso na estrutura da associação, e como tal a Acompanha viu na Missão Sorriso uma possibilida-de, dado que neste momento não há programas ou linhas de crédi-to abertas pelo Estado.

Neste momento, a associa-ção dispõe de meios técnicos e humanos mas seria, por exem-plo, necessário dotar as viaturas de equipamentos especiais, no caso de deslocações a casa dos

idosos para testes de glicemia e de colesterol. “Seria muito im-portante até para se conseguir descongestionar os serviços de saúde”, adianta.

Tendo em conta que 2013 será o “Ano Europeu do Enve-lhecimento e do Contacto Inter-geracional”, e dadas as necessi-dades existentes na comunidade, seria com muito agrado que a Acompanha veria a entrega de um presente especial por parte da Missão Sorriso, neste final de ano. Para já existe uma vo-tação a decorrer online (até ao fim do mês de Dezembro), em http://missaosorriso.continente.pt/projectos.php. Para além das votações na internet, um júri de selecção também votará nos pro-jectos vencedores. Contacto entre gerações norteia o projecto

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Peniche

Exposição de presépios da Pastoral da Fraternidade com mais peças este ano

Uma exposição de presépios feita, essencialmente, pelas pes-soas da terra, assim se pode de certa forma, caracterizar mais uma edição da iniciativa, levada a cabo, todos os anos, pela “Pas-toral da Fraternidade” em Peni-che, e que se encontra patente no antigo pavilhão do StellaMaris, até 6 de Janeiro. Este ano a expo-sição conta com 130 peças, mais 30 do que na edição anterior.

Joaquim José Silva, presi-dente da pastoral, salienta que esta é uma “tradição com muitos anos e que tem vindo a crescer”. A exposição concretiza-se tam-bém como uma forma de divul-gar a própria cidade de Peniche e pretende atrair não apenas visi-tantes de fora do concelho, mas sobretudo os próprios penichei-ros – “Se as pessoas de cá nos vi-sitarem ficaremos com o coração muito feliz”, exprime.

O responsável salienta a sua “paixão muito grande” pelos presépios, sendo que a iniciativa em causa só é possível graças ao “empenho de algumas pessoas como o Vítor, a Olívia e outros elementos da pastoral”, pois o trabalho é “muito exigente e de grande monta”.

A exposição é constituída por presépios muito antigos, “de que são exemplo alguns dos cedidos por Fernando Engenheiro, os de Célia Nunes, ou a cerca de uma centena de figuras do menino jesus do Vítor da revista; e ain-da o presépio tradicional da tia Alice, que os sobrinhos fazem questão de montar com muito agrado, para além dos presépios das catequeses e o das barbies”. “Temos um presépio maravilho-so feito a ponto cruz e outros em pedra”, refere.

Muitos portugueses têm al-gumas dúvidas acerca das peças fundamentais na elaboração de um presépio, e neste aspecto o responsável esclarece que não podem faltar a Virgem Maria, São José, o menino, a vaca, o burro e os pastores, “que foram os escolhidos por Deus para anunciar a boa-nova a todo o mundo”. Mesmo os que não são cristãos, têm sido tocados pela “espiritualidade que se sente quando se visita a exposição”, acrescenta.

Colecção de Quim Zé

Colecção de Quim Zé

Logo à entrada da mostra, encontra-se um “cabaz dos pobres” com o seguinte dito bíblico: “Esmola é o que se dá por amor na medida do que tem para distribuir e de quem precisa para viver”, numa alusão a este tempo de fraternidade, pois “às vezes Deus ensina-nos que as dificuldades fazem-nos aproximar de algo”, re-fere, continuando: “Sinto que a crise fez com que as pessoas se sentissem mais tocadas pelo sinal do menino Jesus, pois apesar da dificuldade dos tempos a pastoral nunca teve tanta comida para dar aos pobres. Os corações foram, definitivamente, tocados”.

O responsável da pastoral adianta que se fez um “trabalho ex-celente” e que “as pessoas de Peniche colaboraram tanto com a loja da solidariedade, que com o dinheiro entregue se pôde com-prar cabazes de natal com um pouco de tudo”.

Solidariedade aumentou em 2011

Presépio feito a ponto cruz

Presépio de Fernando Engenheiro

Presépio com bonecas barbies

O crochet também entrou na execução de um presépio

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Cadaval

Feira dos Pinhões: Nem a crise leva mais gente a comprar nos mercados

Em época de crise, o nosso jornal andou por uma das feiras mais conhecidas da região, a dos Pinhões, que todos os anos, a 8 de Dezembro se instala na vila do Cadaval. De tudo um pouco se pode encontrar desde roupa a calçado até artigos para o lar, além das tradicionais farturas. Em época de crise ouvimos a po-pulação e os feirantes que como seria de esperar admitem que o negócio está cada vez mais fraco, mesmo tendo em conta a época do ano em questão, com as tradi-cionais prendas de Natal.

Vânia Sousa, feirante de Rio Maior, costuma montar a sua banca de roupa interior todos os anos na vila e não hesita em avançar com uma explicação: “As pessoas apenas se preocu-pam em assegurar a alimentação e vão se remediando com o que têm no que diz respeito ao ves-tuário”. Também considera que “as lojas de artigos chineses têm feito uma concorrência difícil”, pois vieram “prejudicar bastante o negócio”. “Nos chineses en-contra meias a cinco euros, en-quanto eu vendo nacionais pelo mesmo preço e a qualidade é me-lhor”. Sobre a feira do Cadaval, pensa que já teve melhores dias, pois “ de ano para ano tem vindo a degradar-se”.

Em época de vacas magras, a população poupa o mais que pode, e a aquisição de vestuário e outros bens, normalmente, mais baratos neste género de mer-cados ao ar livre, fica para trás. Através do contacto com os feirantes e de um inquérito junto dos visitantes tomamos o pulso a este retrato da economia local, na feira dos Pinhões, no Cadaval.

Tendo em conta o dia de feriado em que sempre se realizou, a “Feira dos Pinhões” é também por muitos apelidada de “Feira de Nossa Senhora da Conceição” ou ain-da de “Feira de 8 de Dezembro”.

A sua origem perde-se no tempo e ficou mais conhecida por “Feira dos Pinhões” devido à quantidade de pinhoeiras que acorriam ao Cadaval, nesta altura do ano, para vender o muito apreciado pinhão e demais frutos secos, sobretudo em ocasiões festivas como o Natal.

Estas vendedoras, com seus trajes típicos e sentadas em pequenos bancos, davam cor e alegria à vila e particularmente à feira, vendendo pinhões por medida ou em fiadas de variados tamanhos.

A Feira dos Pinhões trazia, às principais artérias da vila do Cadaval, grande quan-tidade de população das diversas freguesias locais, dos concelhos limítrofes e de pontos mais distantes.

Diversas eram as mercadorias à venda nesta feira, noutros tempos: quinquilharias diversas, utensílios de lavoura, louças de barro e outros utensílios de cozinha, brin-quedos, vestuário e calçado, sempre à medida das posses dos compradores menos abonados. Ao mesmo tempo, no centro da vila, realizava-se uma feira de gado muito concorrida, que constituiu uma parte muito importante da Feira dos Pinhões.

Origem da “Feira dos Pinhões”

Penso que este ano, há mais gente a vender. Eu próprio sou feirante. Vendo louças em barro vermelho. Comprei alguns artigos de vestuá-rio. No que diz respeito, aos pre-ços, não encontro muitas diferen-ças entre esta feira e outras.

Não consigo determinar se os preços estão mais ou menos atrac-tivos em comparação com ano anterior, mas acho que este tipo de feiras são uma boa alternativa para as compras em tempos de crise económica.

Não estou a ver nada de jeito nes-ta feira, embora tenha chegado há pouco tempo. Venho com in-tenção de comprar algumas coi-sas com o dinheiro da reforma, embora não tenha muito para gastar, pois a minha família não é numerosa. Acho que estas feiras são boas para quem quer comprar artigos baratos.

Gosto de vir a esta feira, mas pen-so que certas lojas praticam pre-ços mais acessíveis, e não estou apenas a falar dos chineses. Ve-nho aqui para comprar castanhas, nozes, ananases.

Os vendedores pouco vendem e nós compradores não temos di-nheiro. Apenas vim comer uma fartura. Nem quero pensar nas prendas, porque vai ser do pior. Tenho alguns netos e bisnetos e nem sei como será.

Tenho dificuldades em comprar algumas coisas, pois não tenho dinheiro, que é o essencial . Hoje em dia nem a água que bebemos é barata. Não quero falar em pre-sentes.

Penso que as coisas estão cada vez mais parecidas com aquilo que se passava antigamente. Há cada vez menos gente a comprar bens, pois aprendem a fazer roupa e outros bens. Vou dar 50 euros a cada fa-miliar no Natal e pouco mais.

Francisco Mota José Luís

Odete Neves Maria Manuela

Penso que é sempre muito positi-va a realização deste tipo de feiras em zonas mais rurais. Como sou agricultor gosto de vir apreciar os produtos relacionados com a minha actividade, que aqui se encontram à venda, embora nem sempre compre. Quanto às com-pras de Natal, deixo para a minha mulher.

Carlos Vieira

Alberto Deodato

José AbílioJoaquim Januário

Inquérito - A crise

não estivesse a ajudar. “Mesmo com preços mais

baixos, as pessoas não compram porque não têm dinheiro, e ape-nas se preocupam com a alimen-tação”, acrescenta Mohamed que há 17 anos vem ao Cadaval ven-der na feira.

O sentimento é o mesmo para a vendedora Maria de Jesus, de Alenquer. Com uma banca de venda de artigos para o lar, nome-adamente, utensílios de cozinha, diz que apenas conseguiu vender “algumas coisas mais pequenas”, mas “a conta gotas”. “Depois de a feira ter mudado para esta lo-calização, tivemos alguns anos muito bons, mas de há cinco ou seis anos para cá que tem vindo a decair”, constata.

Uns metros ao lado, duas fei-rantes lamentavam-se da GNR que este ano não as deixou co-locar à venda os seus perfumes de contrafação. “Ainda não nos deixaram tirar a mercadoria do carro. Vamos de novo perguntar-lhes se podemos”.

Hassan e Mohamed são emi-grantes em Portugal. A sua fi-sionomia evidencia os traços do norte de África. Hassan já este-ve num campeonato mundial de atletismo, numa prova de 1500 metros, mas desde há alguns anos que anda pelas feiras de Portugal a vender roupa. Na fei-ra do Cadaval, conseguiu fazer alguns trocos com a compra de collants, cuecas e meias por parte dos clientes, embora o tempo frio

A feira realiza-se todos os anos a 8 de Dezembro

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Bombarral

“Estórias com chocolate quente e bolachinhas”

O Museu Municipal do Bombarral abriu a suas portas na noite do passado dia 20 de Dezembro para a estreia das “Estórias com chocolate quente e bolachinhas”, iniciativa que reuniu neste espaço cultural perto de seis dezenas de pes-soas.

Sensibilizar os pais para a importância de ler uma história aos seus filhos antes de irem dormir é um dos objectivos desta actividade, inserida no Serviço Educativo do Museu bombarralense.

O sótão do Museu Muni-cipal foi assim transformado no quarto do pequeno João que não queria deixar chegar o “João Pestana” antes que a

mãe, protagonizada pela pro-fessora Fernanda Mateus, lhe lesse uma história.

Por estarmos em época de Natal, a primeira “estória” que as crianças tiveram oportunida-de de escutar foi a do “Pequeno Pai Natal”, da autoria de Anu Stohner e Henrike Wilson (ilus-tração). Como o nome do livro indica, este relata-nos a histó-ria de um Pai Natal diferente, que por ser o mais pequeno de todos nunca é chamado para a distribuição dos presentes às crianças.

O pequeno Pai Natal aca-ba no entanto por superar o seu desgosto e realizar-se em pleno, tornando-se no Pai Na-tal dos animais, também eles

excluídos no que respeita aos presentes distribuídos na época natalícia.

Após a leitura, os petizes puderam brincar com os brin-quedos do pequeno João e deli-

Centro de Dia e Lar de Idosos continuam no horizonte da Associação

Perto de duas centenas de pessoas encheram no pas-sado dia 11 de Dezembro a Associação Recreativa e Des-portiva dos Baraçais para o almoço comemorativo do 9º aniversário da Associação de Solidariedade Social da mes-ma localidade. Depois de ser reconhecida como Instituição Particular de Solidariedade Social, a próxima etapa da associação, como explicou Joana Caetano, presidente da direcção, passa por iniciar o serviço de apoio domiciliário e posteriormente a constru-ção do edifício do Centro de Dia e Lar de Idosos.

Superando ligeiramente as expectativas da direcção, a po-pulação local aderiu em massa ao evento, demonstrando uma vez mais estar ao lado da asso-ciação na prossecução dos seus

objectivos.Para o efeito, a associação

tem levado a cabo várias activi-dades, como é exemplo o almo-ço de aniversário, com vista a angariação dos fundos necessá-

rios para avançar com os projec-tos atrás referidos.

Para além dos eventos cul-turais e recreativos que vai or-ganizando, quinzenalmente a associação também vende pão

quente na sua sede, situada no cimo dos Baraçais, junto aos moinhos da localidade, espaço para onde está prevista a cons-trução do Centro de Dia e Lar de Idosos.

Mais uma actividade para as crianças neste Natal

Colectividade foi reconhecida como IPSS recentemente

ciar-se com umas bolachinhas, acompanhadas de um aconche-gante chocolate quente.

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A União Europeia é resultado de um projeto ambicioso, concebido dentro de uma cultura de liberdade, organi-zado com flexibilidade para garantir a democracia e assegurar a preserva-ção das tradições, línguas, costumes e crenças de todos os países membros. A criação de uma Europa integrada e sem fronteiras serviu para reduzir as expressões de sentimentos nacio-nalistas, que resultaram em muitas guerras, ao longo da história. No momento em que o conceito da UE é questionado, vale a pena lembrar, que nesses quase 60 anos de exis-tência da União, o velho continente vive em paz. Os conflitos armados destas últimas décadas, como o dos Balcãs, aconteceram fora dos limites da União, o que aliás levou ao desen-volvimento estratégico do espaço ge-ográfico da União.Se a Espanha não se tivesse se incor-porado na UE, será que teria tido uma transição exemplar da ditadura à li-berdade, da pobreza à prosperidade,

com a rapidez com que se operou?Além de ser um antídoto contra na-cionalismos, a União Européia, em tempos de globalização econômica, é uma aliança com muito mais força para competir na conquista de mer-cados.Para captar investimentos potenciais no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em particular Brasil e Angola, Portugal tem que fa-zer as suas apostas na estratégia de criação de uma comunidade interna-cional unida por laços culturais e his-tóricos, e declarar-se disposto a ser a “porta de entrada” dos interesses dos Paises da CPLP na EuropaO novo Acordo Ortográfico passará a vigorar plenamente em Portugal em 1º de janeiro de 2012, impulsionado a partir de sua adoção pelas escolas e organismos do Estado. A unifica-ção ortográfica foi assinada em 1990, mas até agora os sucessivos gover-nos adiaram a sua implementação, apesar de a maior parte dos jornais e emissoras de televisão terem adotado as novas regras. O maior estímulo à implementação do novo acordo não veio da paixão pelo idioma portu-guês, nem da visão idealizada de uma comunidade internacional lusófona. Veio da crise econômica e financeira que abala Portugal e toda a Zona do Euro.A área integrada pelos oito países que compõem a CPLP chega a 11 milhões de km2 quadrados, ou 7,2% da su-perfície do planeta, com populações que somam 245 milhões de pesso-as. Esse espaço lusófono, sob a ótica geoestratégia funciona como uma tênue aliança entre os países, que não esqueçamos,possuem outras linguas indigenas para além do português. Do ponto de vista cultural-identitário, já que a lusofonia também é a memó-ria cultural da matriz histórica de seus povos, importa criar efetivamente a

lusofonia o que está longe de ser uma realidade. Para atingir esse ogjectivo é necessário tornar a língua portuguesa oficial na ONU, a maior organização internacional do mundo, é isso é ur-gente. Atualmente a ONU possui seis línguas oficiais: árabe, chinês, espa-nhol, francês, inglês e russo. O argu-mento de que o português já é oficial em instituições internacionais como: União Africana, União Europeia e Or-ganização dos Estados Americanos (OEA), não é suficiente.Apesar da crise, grande parte da po-pulação portuguesa reconhece o pa-pel relevante que os imigrantes ocu-pam numa sociedade envelhecida e cada vez mais pobre. Existem casos isolados de preconceito contra os tra-balhadores estrangeiros, mas a razão, nos momentos de crise, fala mais alto às pessoas. Atualmente há mais de 100 mil portugueses a trabalhar em Angola, e cerca de 25.000 angolanos em Portugal. Em 2010, os imigrantes portugueses em Angola enviaram 135 milhões de euros para o país de origem. A crise faz com que as rela-ções migratórias entre os países se-jam alteradas, forçando a assinatura de acordos bilaterais esquecidos.Em setembro, após dez anos de um processo que se arrastava, Portugal assinou um acordo com o governo angolano para facilitar a mobilidade de pessoas entre os países, já que An-gola é o principal destino das exporta-ções portuguesas, fora do continente europeu. Hoje, é possível encontrar trabalhadores e estudantes ango-lanos a viver nas principais cidades portuguesas. A troca cultural é inten-sa, com destaque para a literatura e a música.Entre Brasil e Portugal, a mobilida-de não é um problema, em razão de acordos bilaterais que derrubaram a exigência de vistos para entrada em ambos os países.

Existem estudos realizados pela CPLP a respeito da implementação de di-versos acordos entre os países, que visam facilitar a circulação de pessoas dos países-membros, que fortalece-riam a ideia de “cidadania lusófona”.Em 2006, Portugal vivia um excelente momento econômico e uma das coi-sas que mais chamava a atenção era a quantidade de guindastes pendura-dos em todo o horizonte. Tanto fazia se estivesse em Lisboa ou em qual-quer outro lugar do país, o crescimen-to imobiliário era um dos aspectos mais visíveis da pujança econômica espanhola. Havia liquidez e crédito fácil, que resultaram muitas vezes em dívidas. A bolha imobiliária seguiu o desastre Americano, e estourou no pior momento, pouco antes do início da crise financeira internacional, em 2008.A partir daí, a curva passou a ser des-cendente. Portugal já tinha dificulda-des em cumprir os limites de dívida e déficit, impostos pela União Européia. Mas o problema é muito maior e não se resume à situação no nosso País. A crise da dívida pública européia alas-trou à maioria das nações do velho continente Europeu, de tal maneira que foi criada a sigla PIGS que se quer intrepertar como pejorativa (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha -Spain, da grafia em inglês), que dá margem à muitas interpretações!Até o momento, o FMI tem sido com-placente em relação às iniciativas européias de resgate dos países en-dividados da zona euro e é preciso lembrar que a Europa tem um grande poder sobre o Fundo, que reflete o pensamento dominante. Resta saber se o FMI atuará com o mesmo rigor fiscal, que tradicionalmente oferece a clientes com menos influência po-lítica.A crise pode ter um efeito cascata nos 17 países, que adotam o euro como

moeda e ir muito mais além do pro-blema financeiro.Somada à crise de dívida soberana, a Europa enfrenta ainda o risco de uma crise bancária. O bancos europeus ti-veram uma perda de valor de mais de 50%, só no último ano. A gravidade da crise européia também preocupa os países emergentes. Ao contrário de décadas passadas, quan-do as instabilidades das economias menos desenvolvidas contagiavam às mais avançadas e necessitavam o resgate dos organismos multilaterais, agora os emergentes temem a con-taminação dos problemas sofridos pelos ricos. Mesmo com fundamentos econômi-cos sólidos, o Brasil não está imune à crise. As linhas de crédito para im-portação e exportação brasileiras, em bancos europeus, diminuíram e estão mais caras. A actividade produtiva na China, recuou em setembro, indican-do que o crescimento, na segunda maior economia do mundo, continua a desacelerar, devido ao enfraqueci-mento da procura mundial pelos pro-dutos chineses.Para além disso, os cinco Países emer-gentes ao famosos BRICS possuem interesses muito diferentes. A China prefere transferir recursos para a Eu-ropa, através do FMI, e aumentar seu poder dentro do Fundo. A Rússia está com sua capacidade de apoio debi-litada, porque já está afetada pelas turbulências européias. E, a presiden-te Dilma Rousseff, já afirmou que o Brasil contribuirá com a busca de so-luções, mas sem participar das opera-ções de socorro financeiro.A falta de acordo para socorrer a Eu-ropa, sobretudo a falta de liderança, deixa dúvidas sobre a capacidade de enfrantar o futuro. Nesta confusão, a União Européia agoniza e importa a todo o custo sal-va-la nse formos a tempo.

1. Fala-se nos últimos tempos da pos-sível desistência ou não do euro por parte dos países que integram a mo-eda única, na sua opinião que danos ou não esta medida poderia acarretar para o país e para os cidadãos em particular no que à sua carteira diz respeito?O risco da moeda única terminar ou de alguns países serem afastados desta é real, mas parece-nos pouco provável. É talvez, mais um cenário jornalístico para criar notícias.Este cenário traria para a nossa fraca economia e para os Portugueses con-sequências catastróficas.

Se hoje estamos mal, as consequên-cias de uma eventual saída do Euro, seria muito grave, com quebra signi-ficativa do produto interno.Uma eventual saída da moeda única demoraria muitos meses, teria que ser previamente anunciada, o que levaria as pessoas aos bancos levantarem as suas poupanças e investimentos em moeda actual. Implicaria o colapso financeiro e talvez a falência de mui-tos bancos, para além de não haver moeda suficiente para pagar a todos os depositantes.Se hoje estamos na mira dos merca-dos financeiros, tão cedo, não tería-

mos crédito para solver os nossos compromissos.Para o cidadão seria a perda significativa de parte das suas pou-panças e aumento substancial das suas dívidas, a não ser que o estado assumisse as perdas, o que nos pare-ce pouco provável, dada a situação actual do país. A infla-ção iria subir consideravelmente, em consequência o custo de vida.Isto seria de tal maneira catastrófico, que nem é bom nem pensar na pos-

sibilidade de poder vir a acontecer.

As consequên-cias para todos nós seriam trá-gicas e nesta data ninguém

conhece nem consegue avaliar

a dimensão desta catástrofe.

2. Face ao endividamen-to das famílias e do país, que

tipo de pedidos de crédito são de todo de evitar em 2012?Face à situação actual das famílias

Antonio Marques(Director da Expoeste)

todo o crédito seria de evitar, mas como tal não é possível é de evitar o crédito concedido pelas financeiras e cartões de crédito tendo em conta as taxas quase sempre acima dos 20%.Alguns bancos, poucos, em caso de necessidade concedem crédito pesso-al com taxas significativamente mais baixas.A nossa sugestão às famílias tendo em conta a redução das suas dispo-nibilidades é a de reduzirem os seus compromissos bancários, tanto pela consolidação como pela renegocia-ção dos seus créditos. Se for necessá-rio poderemos ajudar.

União Europeia que futuro?

Questões de Economia e Finançaspelo Dr. Mário Cêpa da Max Finance Rainha

OPINIÃO

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SOLIDARIEDADENo Bombarral, “Feira de Esperança e Solidariedade” levou carenciados ao pavilhão municipal

Numa iniciativa conjunta da Câ-mara Municipal do Bombarral, em articulação com as colectividades e IPSS’s do concelho, foi levada a cabo no dia 8 de Dezembro, no espa-ço do pavilhão municipal, a primeira edição da “Feira de Esperança e So-lidariedade”. Artigos como vestuá-rio, brinquedos, calçado, e tendo em conta esta época do ano: em especial cachecóis e luvas.

São bens necessários a uma co-munidade que conta com um núme-ro de carenciados que viu nesta feira uma oportunidade. A iniciativa este-ve aberta ao público em geral e aos sinalizados pela Segurança Social. Ao longo do dia, famílias com crian-ças pequenas foram os principais “clientes” da iniciativa, que leva-vam, em média, duas peças por pes-soa, “embora algumas tenham senti-do vergonha, apesar de conhecerem os técnicos”, referiu Fátima Coelho, do gabinete de Desenvolvimento e Potencial Humano da autarquia.

Até duas horas antes do fecho da iniciativa, tinham passado pelo pavi-lhão municipal, cerca de 40 pessoas.

Os bens doados pelas instituições em conjunto com os particulares vão voltar a ser canalizados para os ca-nais normais de distribuição, como a Associação Ligar à Vida.

Patrícia é uma das carenciadas do concelho do Bombarral e apro-veitou a feira para levar roupa e tam-bém alguns brinquedos para os cinco filhos. Está desempregada e apenas o marido tem trabalho. Refere que pre-fere não pensar no Natal, pois estes

são tempos “muito difíceis”. Maria de Jesus, de Vale Covo,

também se encaminhou para o pa-vilhão municipal pelas mesmas ra-zões. Tem ao seu cargo dois filhos e não pode contar com a ajuda do pai das crianças. “Faço tudo para que os meus filhos não passem fome”, sa-lienta, mostrando que vai levar para os mesmos “casaquinhos e um carro dos bombeiros para cada um”.

400 cabazes de Natal dados aos carenciados das Caldas da Rainha

A iniciativa esteve aberta ao público em geral

Tendo em conta o agudizar da crise económica, a Câmara Munici-pal das Caldas da Rainha aumentou o número de cabazes doados às fa-mílias carenciadas do concelho. No dia 21 de Dezembro, foram várias as centenas de pessoas que se deslo-caram ao pavilhão da Expoeste para receberem um saco que continha no seu interior, entre outros produtos, bacalhau, azeite, leite.

De acordo com o vice-presidente do município, Tinta Ferreira, foram entregues 400 cabazes, o que signifi-ca um acréscimo de 100 em relação a 2010. Uma das razões prendeu-se com o “prescindir do jantar dos au-tarcas”, que permitiu canalizar, no total, cinco mil euros para a dádiva em causa. “Fomos um pouco mais longe, as famílias estão a passar mais dificuldades”, refere. Foram, ainda, entregues 200 brinquedos a crianças de famílias com rendimentos consi-derados inferiores.

Há algum tempo atrás tinha dois automóveis e costumava fazer via-gens com frequência, este ano foi um dos que recebeu em casa uma

carta da autarquia para ir receber o cabaz de Natal. Com dois filhos e um terceiro a caminho, Sérgio Governo, da Serra do Bouro, está desempre-gado e, neste momento, a família, apenas, pode contar com o ordenado da mulher. “Está difícil de arranjar emprego”, suscita. O casal encon-tra algumas dificuldades para pagar as contas, pois apesar de não pagar renda de casa, já teve de se desfazer de um dos carros – “Nunca imaginei que um dia teria de recorrer a este tipo de ajuda, mas da maneira como

as coisas estão no nosso país, o azar pode bater à porta de qualquer um”, diz.

Sandra, de Salir de Matos, tam-bém veio recolher o seu cabaz de Natal. Desempregada há sete meses, em casa apenas entra o ordenado mínimo do marido e presentes nes-te Natal, apenas os comprou para os filhos. Não esconde que recebe algu-mas ajudas da comunidade onde vive e quanto ao saco com bens dados pela Câmara comentou: “É impor-tante, trata-se de uma boa ajuda”.

Carenciados levaram bens para a Consoada

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