o imortal · itens 18 e seguintes. ... superior, através da oração, põe-se ... a irritação,...

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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 57 Nº 671 Janeiro de 2010 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec Um bate-papo com Carlos Antonio de Barros Silva Como falar sobre Espiritismo a materialistas e incrédulos? Segundo Allan Kardec, é muito natural e louvável, em todos os adeptos, o desejo, que nunca será demais animar, de fazer prosélitos. Com vistas a facilitar essa tarefa, ele nos dei- xou oportuna e detalhada ori- entação em sua obra O Livro dos Médiuns, 1ª parte, cap. III, itens 18 e seguintes. A Doutrina Espírita, as- sinala o Codificador, tem imenso campo, mas o que principalmente convém é encará- lo pelas suas consequências. Sua base é a crença nos Espíritos, mas essa crença não basta para fazer de alguém um espírita esclarecido. No livro citado, Kardec indica qual é a melhor maneira de se mi- nistrar o ensino da Doutrina Espí- rita, para levar uma pessoa com mais segurança à convicção. Ex- plica, porém, que por ensino não se deve entender somente o que é dado do púlpito ou da tribuna. “En- sina todo aquele que procura per- suadir o próximo, seja pelo proces- so das explicações, seja pelo das experiências”, aduz o missionário de Lyon, como mostra, em opor- tuno estudo, o confrade Rogério Coelho (foto). Págs. 8 e 9 Assistente de comunicação so- cial da ABRADE – Associação Brasileira dos Divulgadores do Espiritismo, Carlos Antonio de Barros Silva, de João Pessoa (PB), fala, em entrevista concedida ao nosso confrade Orson Peter Carrara, sobre sua experiência no uso dos modernos recursos tecnológicos na divulgação do Es- piritismo. Com 20 anos de experi- ência na área jornalística, o con- frade trabalha com editoração ele- trônica na composição de jornais e boletins informativos. Sua ofici- na fica em uma dependência reser- vada de sua própria residência. Pág. 3 160 anos atrás, a primeira sessão pública com presença das irmãs Fox Menos de dois anos depois da eclosão dos fenômenos de Hydesville, que deram origem ao surgimento do Espiritismo moderno, as jovens irmãs Fox submeteram-se à sua primeira in- vestigação pública, o que ocorreu 160 anos atrás, em 14 de novembro de 1849, na cidade de Rochester, nos Es- tados Unidos da América do Norte. O palco foi o Corinthian Hall, o mai- or auditório disponível na cidade. Antes dos fenômenos ali apresenta- dos, a assistência ouviu com atenção a exposição feita pelo Sr. Capron, de Auburn, o orador principal da reu- nião. Pág. 6 O caso André Luiz/Carlos Chagas à luz da matemática Interessante estudo feito pelo confrade Pedro Bezerra Neto aju- da-nos a analisar melhor a ques- tão da identidade de André Luiz (foto), autor da série “Nosso Lar”, cuja primeira obra foi dada a lume no início de 1944. Teria sido ele, em sua última encarnação, o con- sagrado médico Carlos Chagas? Segundo o que consta no livro “Na Próxima Dimensão” do Espírito de Inácio Ferreira, psicografado Aiglon Fasolo ............................................... 15 Altamirando Carneiro ................................... 13 Cármen Cinira .............................................. 12 Crônicas de Além-Mar ................................. 12 De coração para coração ................................ 4 Divaldo responde .......................................... 15 Editorial .......................................................... 2 Emmanuel ....................................................... 2 Espiritismo para as crianças ......................... 14 Estudando a série André Luiz ........................ 5 Eugênia Pickina ............................................ 10 Gerson Simões Monteiro .............................. 10 Grandes vultos do Espiritismo ....................... 7 Histórias que nos ensinam ............................ 13 Joanna de Ângelis ........................................... 2 Milton Medran Moreira ................................ 12 Palestras, seminários e outros eventos ......... 11 Waldenir Aparecido Cuin ............................. 10 Wellington Balbo .......................................... 15 Ainda nesta edição A opinião d´ O Imortal Certa vez, Emma- nuel comparou a Terra a uma casa em refor- ma, tema do editorial deste mês em que se examina a situação por que passa nosso plane- ta, que se encontra efe- tivamente em reforma, a caminho da transfor- mação, ainda muito distante, de planeta de expiação e provas para um mundo de regene- ração. Embora nessa reforma exista um ar- quiteto competente, parece que os operári- os não se entendem, o que poderá atrasar a conclusão da obra. Pág. 2 por Carlos A. Baccelli, sim. Os dados refe- rentes à biografia do Dr. Carlos Chagas (foto) não se coadu- nam, porém, com a história que André Luiz apresentou so- bre si e sua família, na qual o perfil do seu pai tanto quanto o de seu avô são la- mentáveis. Tais in- congruências já fo- ram apontadas por vários estudiosos, a exemplo de Jáder Sampaio, Antônio Carlos Tôrres Teixeira e José Passini, todos eles radicados em Minas Gerais. Pedro Bezerra Neto acrescen- tou à análise um dado novo, va- lendo-se do cálculo matemático, que mostra a impossibilidade de Carlos Chagas ser autor dos dois primeiros livros atribuídos a André Luiz. Pág. 16 Carlos Chagas André Luiz

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 57 Nº 671 Janeiro de 2010 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

Um bate-papo com CarlosAntonio de Barros Silva

Como falar sobre Espiritismoa materialistas e incrédulos?

Segundo Allan Kardec, émuito natural e louvável, emtodos os adeptos, o desejo, quenunca será demais animar, defazer prosélitos. Com vistas afacilitar essa tarefa, ele nos dei-xou oportuna e detalhada ori-entação em sua obra O Livrodos Médiuns, 1ª parte, cap. III,itens 18 e seguintes.

A Doutrina Espírita, as-sinala o Codificador, temimenso campo, mas o queprincipalmente convém é encará-lo pelas suas consequências. Suabase é a crença nos Espíritos, masessa crença não basta para fazer dealguém um espírita esclarecido.

No livro citado, Kardec indicaqual é a melhor maneira de se mi-nistrar o ensino da Doutrina Espí-rita, para levar uma pessoa commais segurança à convicção. Ex-

plica, porém, que por ensino nãose deve entender somente o que édado do púlpito ou da tribuna. “En-sina todo aquele que procura per-suadir o próximo, seja pelo proces-so das explicações, seja pelo dasexperiências”, aduz o missionáriode Lyon, como mostra, em opor-tuno estudo, o confrade RogérioCoelho (foto). Págs. 8 e 9

Assistente de comunicação so-cial da ABRADE – AssociaçãoBrasileira dos Divulgadores doEspiritismo, Carlos Antonio deBarros Silva, de João Pessoa (PB),fala, em entrevista concedida aonosso confrade Orson PeterCarrara, sobre sua experiência nouso dos modernos recursos

tecnológicos na divulgação do Es-piritismo. Com 20 anos de experi-ência na área jornalística, o con-frade trabalha com editoração ele-trônica na composição de jornaise boletins informativos. Sua ofici-na fica em uma dependência reser-vada de sua própria residência.Pág. 3

160 anos atrás, a primeira sessãopública com presença das irmãs Fox

Menos de dois anos depois daeclosão dos fenômenos de Hydesville,que deram origem ao surgimento doEspiritismo moderno, as jovens irmãsFox submeteram-se à sua primeira in-vestigação pública, o que ocorreu 160anos atrás, em 14 de novembro de1849, na cidade de Rochester, nos Es-

tados Unidos da América do Norte.O palco foi o Corinthian Hall, o mai-or auditório disponível na cidade.Antes dos fenômenos ali apresenta-dos, a assistência ouviu com atençãoa exposição feita pelo Sr. Capron, deAuburn, o orador principal da reu-nião. Pág. 6

O caso André Luiz/Carlos Chagasà luz da matemática

Interessante estudo feito peloconfrade Pedro Bezerra Neto aju-da-nos a analisar melhor a ques-tão da identidade de André Luiz(foto), autor da série “Nosso Lar”,cuja primeira obra foi dada a lumeno início de 1944. Teria sido ele,em sua última encarnação, o con-sagrado médico Carlos Chagas?Segundo o que consta no livro “NaPróxima Dimensão” do Espíritode Inácio Ferreira, psicografado

Aiglon Fasolo ............................................... 15Altamirando Carneiro ................................... 13Cármen Cinira .............................................. 12Crônicas de Além-Mar ................................. 12De coração para coração ................................ 4Divaldo responde .......................................... 15Editorial .......................................................... 2Emmanuel ....................................................... 2Espiritismo para as crianças ......................... 14Estudando a série André Luiz ........................ 5Eugênia Pickina ............................................ 10Gerson Simões Monteiro .............................. 10Grandes vultos do Espiritismo ....................... 7Histórias que nos ensinam ............................ 13Joanna de Ângelis ........................................... 2Milton Medran Moreira ................................ 12Palestras, seminários e outros eventos ......... 11Waldenir Aparecido Cuin ............................. 10Wellington Balbo .......................................... 15

Ainda nesta ediçãoA opiniãod´ O Imortal

Certa vez, Emma-

nuel comparou a Terra

a uma casa em refor-

ma, tema do editorial

deste mês em que se

examina a situação por

que passa nosso plane-

ta, que se encontra efe-

tivamente em reforma,

a caminho da transfor-

mação, ainda muito

distante, de planeta de

expiação e provas para

um mundo de regene-

ração. Embora nessa

reforma exista um ar-

quiteto competente,

parece que os operári-

os não se entendem, o

que poderá atrasar a

conclusão da obra.

Pág. 2

por Carlos A.Baccelli, sim.

Os dados refe-rentes à biografia doDr. Carlos Chagas(foto) não se coadu-nam, porém, com ahistória que AndréLuiz apresentou so-bre si e sua família,na qual o perfil doseu pai tanto quantoo de seu avô são la-mentáveis. Tais in-congruências já fo-ram apontadas porvários estudiosos, aexemplo de JáderSampaio, Antônio Carlos TôrresTeixeira e José Passini, todos elesradicados em Minas Gerais.

Pedro Bezerra Neto acrescen-tou à análise um dado novo, va-

lendo-se do cálculo matemático,que mostra a impossibilidade deCarlos Chagas ser autor dos doisprimeiros livros atribuídos aAndré Luiz. Pág. 16

Carlos Chagas

André Luiz

O IMORTALPÁGINA 2 JANEIRO/2010

EditorialEMMANUEL

Certa vez, Emmanuel compa-rou a Terra a uma casa em refor-ma. Por certo há, na condução des-sa reforma, um arquiteto – Jesus.Mas os operários não se entendem,tal como se deu na conferência daONU para o clima, que chegou aofim sem nenhum acordo. EstadosUnidos e China não abrem mão,não cedem à monitoração de suasemissões de gás. E o auxílio aospaíses pobres não passa de umaproposta sem a necessária adesãodos países ricos.

A Terra está, realmente, em re-forma, direcionando-se para agrande transformação, ainda mui-to distante, de planeta de expiaçãoe provas para um mundo de rege-neração. A reforma está em curso,ou seja, a obra já começou, masquando sua conclusão se dará, se-gundo palavras de Jesus, só o Paio sabe e, como certamente tambémsabemos, depende unicamente denós acelerar ou retardar o proces-so.

Se nossa casa, o planeta, estáem reforma, isto significa que nos-sas casas, nossos lares, também.Porque o lar é a célula onde se ope-ra a verdadeira transformação, que,como toda obra séria, tem de co-meçar pelas bases. Mas será quena reforma da célula-máter da so-

Em todos os passos da vida, acalma é convidada a estar presen-te.

Aqui, é uma pessoa tresvariada,que te agride... Ali, é uma circuns-tância infeliz, que gera dificulda-de... Acolá, é uma ameaça deinsucesso na atividade programa-da... Adiante, é uma incompreen-são urdindo males contra os teusesforços...

A sincera atitude da alma naprece não obedece aos movimen-tos mecânicos vulgares. Nas ope-rações da luta comum, a criaturaatende, invariavelmente, aosautomatismos da experiência ma-terial que se mo-difica de maneiraimperceptível, nos círculos do tem-po; todavia, quando se volta a almaaos santuários divinos do planosuperior, através da oração, põe-sea consciência em contacto com osentido eterno e criador da vida in-finita.

Examine cada aprendiz as sen-sações que experimenta em se co-locando na posição de rogativa aoAlto, compreendendo que se lhefaz indispensável a manutenção dapaz interna perante as criaturas equadros circunstanciais do cami-nho.

A mente que ora, permaneceem movimentação na esfera invi-sível.

As inteligências encarnadas,ainda mesmo quando se não co-nheçam entre si, na pauta das con-

Reformaciedade os operários também nãose entendem?

A programação reencarnatóriareúne sob um mesmo teto pessoasque se vinculam umas às outras noprocesso de reparação e constru-ção de edificações sublimes. Com-panheiros de longa data, muitasvezes colocando-se como oposito-res, reúnem-se sob a bênção deJesus para a construção de um larlegítimo. Ocorre que, para que talconstrução se torne viável, é pre-ciso ter em mente a necessidade dareforma dos indivíduos que o com-põem.

Os homens, ensina o Espiritis-mo, têm de mover-se no rumo doseu aprimoramento. E isso só épossível no convívio com outroshomens. Nos automatismos carac-terísticos do cotidiano humano,faz-se necessária a quebra da roti-na, analisando-se o próprio íntimopara encontrar os empeços queperturbam a marcha do progressoe descobrir os caracteres possibili-tadores do desenvolvimento dasvirtudes, que deverão auxiliar nocombate e na contenção dos víci-os.

Indivíduos e família formamuma só unidade, um todo que ne-cessita ser harmônico, visto que areforma moral das pessoas não é

factível sem o apoio da família e areforma desta não terá êxito sem atransformação dos que a com-põem, o que implica dizer que nos-sos esforços devem ser direciona-dos para a solução dos problemasfamiliares à luz dos ensinamentosde Jesus.

É preciso que encaremos comrealidade os relacionamentosdentro da família. Muitas vezes,devido à nossa irreflexão costu-meira, pomos de lado nossosverdadeiros objetivos reencarna-tórios. Preferimos, não raro, dei-xar as coisas como estão, seguin-do seu curso sob a orientaçãodos valores mundanos, esqueci-dos de enobrecer os relaciona-mentos por meio de atitudessimples como o diálogo, o con-vívio mais próximo entre pais efilhos, a oração em família e aintegração na comunidade deque fazemos parte.

Hoje, mais do que nunca, é pre-ciso ter em mente os motivos pe-los quais estamos aqui e o que exa-tamente Deus espera de cada umde nós, convictos todos de que so-mos criaturas imortais a caminhode um futuro brilhante, cuja con-secução não virá pela graça do Se-nhor mas será o resultado do nos-so próprio esforço.

Um minuto com Joanna de ÂngelisÉ necessário ter calma sem-

pre.A calma é filha dileta da confi-

ança em Deus e na Sua justiça, aexpressar-se numa conduta retaque responde por uma atitude men-tal harmonizada.

*Quando não se age com incor-

reção, não há por que temer-seacontecimento infeliz.

Quando orardes

venções materiais, comunicam-seatravés dos tênues fios do desejomanifestado na oração. Em taisinstantes, que devemos consagrarexclusivamente à zona mais alta denossa individualidade, expedimosmensagens, apelos, intenções, pro-jetos e ansiedades que procuramobjetivo adequado.

É digno de lástima todo aqueleque se utiliza da oportunidade paradilatar a corrente do mal,cons-ciente ou inconscientemente.É por este motivo que Jesus, com-preendendo a carência de homense mu-lheres isentos de culpa, lan-çou este expressivo prorama deamor, a benefício de cada discípu-lo do Evangelho: — “E, quandoestiverdes orando, perdoai.”

JOANNA DE ÂNGELIS,mentora espiritual de Divaldo P.Franco, é autora, entre outros li-vros, de Episódios Diários, doqual foi extraído o texto acima.

A irritação, alma gêmea da ins-tabilidade emocional, é responsá-vel por danos, ainda não avaliados,na conduta moral e emocional dacriatura.

A calma inspira a melhor ma-neira de agir e sabe aguardar omomento próprio para atuar, pro-piciando os meios para a ação cor-reta. Não antecipa, nem retarda.Soluciona os desafios, benefician-do aqueles que se desequilibram esofrem.

Preserva-te em calma, aconte-ça o que acontecer.

Aprendendo a agir com amor emisericórdia em favor do outro, oteu próximo, ou da circunstânciaaziaga, possuirás a calma inspira-dora da paz e do êxito.

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EMMANUEL, que foi omentor espiritual de FranciscoCândido Xavier e coordenador daobra mediúnica do saudoso mé-dium mineiro, é autor, entre outroslivros, de Pão Nosso, do qual foiextraído o texto acima.

“E, quando estiverdes orando, perdoai.” —Jesus. (Marcos, cap. 11, versículo 25.)

O IMORTALJANEIRO/2010 PÁGINA 3

Carlos Antonio de Barros Sil-va (foto), nosso entrevistado des-ta semana, é natural de CampinaGrande e reside na cidade de JoãoPessoa, ambas localizadas noEstado da Paraíba. Jornalista semdiploma desde 1989, quando co-meçou como estagiário na reda-ção do jornal Diário dePernambuco, sucursal de JoãoPessoa, trabalha com editoraçãoeletrônica na composição de jor-nais e boletins informativos. Aoficina fica em uma dependên-cia reservada de sua residência.

Durante 18 anos coordenouexpressivo Clube de Livro emJoão Pessoa e atualmente está en-volvido com a Agência de Notí-cias Espíritas da Paraíba(ANESPB), entre outras inicia-tivas espíritas que o leitor vaiconhecer na entrevista a seguir,que ele gentilmente concedeu ànossa revista.

O Imortal: Quando surgiuo Clube do Livro Espírita deJoão Pessoa e como se desen-volveu no decorrer dos seus 18anos de existência?

O Clube do Livro Espírita deJoão Pessoa foi fundado em agos-to de 1991. Foi o pioneiro naParaíba. Chegou a ter cerca de500 associados, distribuídos pelaParaíba e outros Estados do Bra-sil. Era uma tarefa solitária nosprimeiros cinco anos. Depois cri-amos a figura do agenciador nasCasas Espíritas para intermediarnovos associados e entregar ospacotes literários. O lucro era re-vertido para os enxovais das ges-tantes pobres, material de expe-diente do próprio Clube e com-

ORSON PETER [email protected]

De Matão, SP

“A Abrade está em boas mãos”

impressas em gráfica rápida, naeditora de um amigo espírita, jor-nalista e editor de livros. A tiragemera de apenas 200 exemplares. Dis-tribuída a assinantes e leitores sim-patizantes de sua linha editorialindependente. Sem um retorno fi-nanceiro que compensasse os cus-tos operacionais de sua manuten-ção, optamos pela eletrônica, comdez páginas, colorida, gratuita e emPDF para quem quiser ler e impri-mir. Está sendo veiculada por meiodo Blog da ANESPB, com leiturapelo Adobe Reader 8 ou 9. A peri-odicidade da gazeta eletrônica émensal. Todo o trabalho está sobnossa inteira responsabilidade: tex-tos de colaboradores, revisão,diagramação, ilustração elinkagem no blog.

O Imortal: Quanto ao blog daANESPB, os acessos são muitos?Como é mantido e atualizado oblog?

O blog foi criado para servir,além de canal divulgador do mo-vimento espírita brasileiro, tam-bém de veículo de divulgação dagazeta PENSADOR. A suaformatação e a inserção de posta-gens começaram em outubro de

Assistente de comunicação social da ABRADE – Associação Brasileira dos Divulgadores do Espiritismo, o confradeparaibano fala de sua experiência no uso dos modernos recursos tecnológicos na divulgação do Espiritismo

2008. Com o passar dotempo, buscamosaprimorá-lo com linksinteressantes e posta-gens ilustradas comimagens relacionadascom o texto ágil de suaspostagens. Pouco apouco, foi caindo nasimpatia de quem oacessava a ponto de,atualmente, já está bempróximo de atingir 20mil acessos/visitas, empouco menos de umano no ar. Nós é que fa-zemos a atualização,

que é diária. Contamos com umaequipe de correspondentes e infor-mantes na Paraíba e em várias ca-pitais do país. O endereço de aces-so é http://anespbmovimento.blogspot.com/ ou www.anespb.net/

O Imortal: Como tem atua-do a ABRADE – Associação Bra-sileira dos Divulgadores do Es-piritismo, da qual você é assis-tente de comunicação social?

A Associação Brasileira dosDivulgadores de Espiritismo estávivendo um processo políticoauspicioso sob todos os pontos devista. Saiu do sistema rígido deDiretoria Executiva para o flexívelColegiado Diretor. Está com al-guns bons projetos na gaveta, es-perando o momento certo paraimplementação. A rede de relacio-namentos com as ADEs estaduais– principalmente aquelas que que-rem somar esforços e compartilharexperiências – é bastante promis-sora em termos de apoio político.A ABRADE está em boas mãos!

O Imortal: E o que tem a di-zer da revista HARMONIA?

É uma publicação conceituadada ADE/SC (Associação dos Di-vulgadores do Espiritismo de San-

pra mensal dos li-vros, sempre procu-rando lançamentos eofertas com descon-tos generosos. En-quanto durou até fe-vereiro de 2009, foiuma tarefa cheia deaprendizado e grati-ficante em todos osaspectos.

O Imortal:Quando foi criadaa Agência de Notí-cias Espíritas daP a r a í b a(ANESPB) e comoela atua?

A ANESPB nasceu em agostode 1998, quando já era grande ovolume de material (artigos, notí-cias, entrevistas e reportagens) queproduzíamos para serem distribuí-dos com jornais e revistas espíritasinteressados. Trabalhávamos comum fotógrafo profissional e vivía-mos correndo atrás de cumprir aspróprias pautas que produzíamos(risos).

O Imortal: Quais os jornais erevistas beneficiados com a pro-dução jornalística da ANESPB?

Como editor regional, trabalha-mos para os jornais A Voz do Espí-rito (SP), Jornal Espírita (SP),Correio Fraterno (SP), TribunaEspírita (PB), Jornal Espírita deNatal (RN) e Nova Luz (SC); re-vistas Fraternidade (Portugal), In-ternacional de Espiritismo (SP) eHarmonia (SC). Desta última, so-mos editor regional na Paraíba hácinco anos.

O Imortal: Fale-nos sobre agazeta eletrônica PENSADOR.Como apareceu e está sendo vei-culada?

PENSADOR surgiu em no-vembro de 2004, com oito páginas

ta Catarina), distribuída em qua-se todo o Brasil e alguns paísesda Europa. Tem como fundadore editor-chefe Marcelo HenriquePereira, além de uma equipe dearticulistas de alto nível intelec-tual e conteúdo informativo deexcelente qualidade. Sua linhaeditorial está fundamentada nopensamento alteritário e plural doseu Conselho. Não é uma revistamulticolorida, impressa emofsete e papel cuchê, mas temuma qualidade incontestável egrande valor dentro do movimen-to espírita nacional. Somos edi-tor regional de Perfil/Entrevistade HARMONIA e amigo pesso-al do seu editor há mais de 5 anos.

O Imortal: Suas palavras fi-nais.

Agradecemos a este periódi-co pela honrosa oportunidade deaparecer em espaço tão aprecia-do em nosso País. Somos grato ereconhecido também aos amigosdas horas incertas que nunca dei-xaram de apoiar nossos projetoscomo jornalista e divulgador es-pírita. Em especial, agradecemostambém à nossa esposa Carmem,secretária geral de todas as nos-sas atividades. A todos, sincerosvotos de paz, saúde e bom âni-mo!

O site da Agência de Notíci-as Espíritas da Paraíba é http://anespbmovimento.blogspot.com.

Carmem e Carlos Barros

Carlos Antonio de Barros Silva:

O IMORTALPÁGINA 4 JANEIRO/2010

De coração para coração

Muito frequentemente interpreta-mos o perdão como sendo simples atode virtude e generosidade, em auxí-lio do ofensor, que passaria a contarcom absoluta magnanimidade da ví-tima.

Preciso é perceber, porém, que,quando conseguimos desculpar o erroou a provocação de alguém contranós, exoneramos o mal de qualquercompromisso para conosco, ao mes-mo tempo que nos desvencilhamos detodos os laços suscetíveis de apresar-nos a ele.

Mágoa retida é doença para o Es-pírito, a quem corrói as forças físicase envenena a alma. É necessário, paraa própria paz, ante quaisquer ofensas,perdoar sempre. Eis por que Jesus dis-se a Pedro que não se deveria perdo-ar apenas sete vezes, mas setenta ve-zes sete vezes.

Há, porém, duas maneiras bemdiferentes de perdoar. Uma, grande,nobre, verdadeiramente generosa,

sem pensamento oculto, que evita,com delicadeza, ferir o amor-próprioe a suscetibilidade do adversário, ain-da quando este último nenhuma jus-tificativa possa ter.

A outra é aquela em que o ofen-dido, ou aquele que tal se julga, im-põe ao outro condições humilhantese lhe faz sentir o peso de um perdãoque irrita, em vez de acalmar. Se es-tende a mão ao ofensor, não o faz combenevolência, mas com ostentação, afim de poder dizer a toda gente: - Ve-jam como sou generoso! Em tais cir-cunstâncias, é impossível uma recon-ciliação sincera de parte a parte. Não,não há nesse modo de perdoar qual-quer generosidade; há tão-somenteuma forma de satisfazer ao orgulho.

No convívio familiar somos,constantemente, chamados a perdo-ar, porque estamos, muitas vezes, di-ante de antigos desafetos de outras en-carnações, que se apresentam hojesob a forma de cônjuge, filhos ou fa-

miliares próximos. Precisamos, porisso, muito mais de perdão dentro decasa, que na arena social, e muitomais de apoio recíproco no ambienteem que somos chamados a servir, quenas avenidas rumorosas do mundo.

Em auxílio a nós mesmos, temosnecessidade de cultivar compreensãoe apoio construtivo, no amparo siste-mático a familiares e vizinhos, chefese subalternos, clientes e associados,respeito constante à vida particular dosamigos íntimos, tolerância para comos entes amados, com paciência e es-quecimento diante de quaisquer ofen-sas que nos assaltem o coração.

Agindo assim, teremos condiçõesde entender o perdão que Deus con-fere às suas criaturas, cientes de queo Criador perdoa concedendo ao de-vedor prazo ilimitado e facultando-lhe meios e possibilidades de resga-tar o débito. Ora, que mais pode que-rer um devedor honesto e probo?

O perdão não é, portanto, uma gra-

Breves considerações sobre o perdão

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO - [email protected] Londrina

ça concedida por Deus. Há necessida-de do arrependimento com a conse-quente rogativa de perdão. O arrepen-dimento é a confissão íntima da viola-ção das leis morais, revelando-se nãosó pela insatisfação com o ato pratica-do, mas pelo empenho de repará-lo enão mais incidir no mesmo cometi-mento. O arrependimento pode dar-sepor toda a parte e em qualquer tempo,mas, embora seja o primeiro passopara a regeneração, por si só não bas-ta. É preciso acrescentar a ele a expia-ção e a reparação.

O Espiritismo ensina que o efeitodo arrependimento é o de desejar oarrependido uma nova encarnaçãopara se purificar e na qual possa expi-ar suas faltas. A concessão renovado-ra para o infrator, traduzindo o perdãodivino, se efetiva com a aceitação daprogramação cármica pelo perdoado.

A expiação se cumpre durante aexistência corporal, mediante as pro-vas que o Espírito enfrenta, e, na vidaespiritual, pelos sofrimentos moraispor que passa, inerentes ao seu esta-

do de inferioridade.Após a expiação dos erros passa-

dos, vem, finalmente, a reparação,que consiste em fazer o bem àquelesa quem se fez o mal. Quem não repa-ra seus erros numa existência, por fra-queza ou má-vontade, achar-se-ánuma existência ulterior em contactocom as mesmas pessoas a quem hou-ver prejudicado, e em condições vo-luntariamente escolhidas, de modo ademonstrar-lhes reconhecimento e fa-zer-lhes tanto bem quanto mal lhes te-nha feito.

Praticando o bem em compensa-ção ao mal praticado, isto é, tornan-do-se humilde se foi orgulhoso, amá-vel se foi austero, caridoso se foi ego-ísta, benigno se foi perverso, labori-oso se foi ocioso, útil se foi inútil, fru-gal se foi intemperante – trocando, emsuma, por bons os maus exemplosperpetrados, o Espírito arrependidocolhe desse esforço o seu próprio me-lhoramento e caminha a passos lar-gos para a perfeição, meta final detodos nós, criaturas de Deus.

Nos verbos, o modo imperativoafirmativo é formado a partir dasformas verbais que compõem o pre-sente do indicativo e o presente dosubjuntivo.

Vejamos o verbo amar:Indicativo presente: eu amo, tu

amas, ele ou você ama, nós amamos,vós amais, eles ou vocês amam.

Subjuntivo presente: que eu ame,que tu ames, que ele ou você ame,que nós amemos, que vós ameis, queeles ou vocês amem.

O imperativo afirmativo será, nocaso da segunda pessoa, derivado doindicativo:• Ama (tu), derivado de “tu amas”,sem o “s” final• Amai (vós), derivado de “vósamais”, sem o “s” final

Nos demais casos, o imperativoafirmativo será derivado do subjun-tivo:

Pílulas gramaticais• Ame (você)• Amemos (nós)• Amem (vocês)

E do subjuntivo formam-se tam-bém as formas do imperativo nega-tivo:• Não ames (tu)• Não ameis (vós)• Não ame (você).

Uma exceção a essa regra ocorrecom o verbo “ser”, que nos oferece,no caso da segunda pessoa, as seguin-tes formas do imperativo afirmativo:• Sê (tu)• Sede (vós).

Nos demais casos, as formas doimperativo derivam do subjuntivo,como se dá com os demais verbos:• Seja (você)• Sejamos (nós)• Sejam (vocês)• Não sejas (tu)• Não sejais (vós).

Mário César pergunta-nos porque o Espiritismo não admite as pe-nas eternas.

A resposta a esta pergunta é pordemais simples. A tese da eternida-de das penas reservadas àqueles queinfringem as leis do bem e do amor,tanto quanto a existência do infer-no, não resistem a uma análise ob-jetiva.

O raciocínio lógico conduz-nosà seguinte premissa: Se o Espíritosofre em função do mal que prati-cou, sua infelicidade deve ser pro-porcional à falta cometida.

Cumpre considerar também quea condenação perpétua não se coa-duna com a ideia cristã da sublimi-dade da justiça e da misericórdia di-vinas. Jesus deu testemunho da bon-dade e do amor de Deus, ao afirmarque o Pai celeste não quer que pe-reça um só de seus filhos.

A razão leva-nos à admissão de

fogo é o suplício mais atroz e queproduz o tormento mais efetivo.

Essas ideias serviram, em certoperíodo da história da Humanidade,para controlar as paixões de criatu-ras ainda imperfeitas, mas não ser-vem ao homem da atualidade, quenelas não consegue vislumbrar sen-tido lógico.

Jesus valeu-se das figuras do in-ferno e do fogo eterno para pôr-se aoalcance da compreensão dos homensde sua época. As imagens fortes queutilizou eram, então, necessárias paraimpressionar a imaginação de indiví-duos que pouco entendiam das coi-sas do Espírito e cuja realidade esta-va mais próxima da matéria e dos fe-nômenos que lhes impressionavam ossentidos físicos. Mas também foi elequem enfatizou a ideia de que Deus éPai misericordioso e bom e afirmouque, das ovelhas que o Pai lhe con-fiou, nenhuma se perderia.

O Espiritismo respondeque Deus é, como ensina o Espiritis-mo, um ser infinito em suas perfei-ções, pois é filosoficamente impossí-vel conceber o Criador de outra ma-neira, visto que, se Ele não apresen-tasse infinita perfeição, poderíamosconceber outro ser que lhe fosse su-perior. Sendo, portanto, infinitamen-te sábio, justo e misericordioso, nãopodemos crer que tenha criado pes-soas para serem eternamente desgra-çadas em virtude de uma falta ou deum erro passageiro, derivado eviden-temente de sua própria imperfeição.

A doutrina das penas eternasconsubstanciada na teologia católicasurgiu das ideias primitivas que con-ceberam a existência de um Deus ira-do e vingativo, a quem o homem atri-buiu características puramente huma-nas. O fogo eterno é uma figura de quese utilizou para materializar a ideia doinferno, com vistas a ressaltar a cruel-dade da pena, no pressuposto de que o

O IMORTALJANEIRO/2010 PÁGINA 5

depois de algum tempo é que ela e seucompanheiro Ricardo tiveram acessoao seu passado. Primeiramente, naSeção do Arquivo, os técnicos do Es-clarecimento aconselharam-nos a lersuas memórias, durante dois anos,abrangendo o período de três séculos.Não foi permitido recordar as fasesanteriores, porque ambos foram con-siderados incapazes de suportar aslembranças correspondentes a outrasépocas. Depois de longo período demeditação para esclarecimento pró-prio, foram então submetidos a deter-minadas operações psíquicas, a fim depenetrar os domínios emocionais dasrecordações. Técnicos lhes aplicarampasses nos cérebros e Ricardo e Lauraficaram senhores, então, de 300 anosde memória integral. (Nosso Lar, cap.21, pág. 118.)

Texto para leitura49. O lar na colônia espiritual –

Laura disse a André que ela, comotodos em sua casa, tinha atribuiçõesfora do lar. As finalidades da colôniaresidem precisamente no trabalho eno aprendizado. A organização do-méstica em “Nosso Lar” é idêntica àda Terra? A essa pergunta, Laura res-pondeu: “O lar terrestre é que se es-força por copiar nosso instituto do-méstico”. Profundos ensinamentossobre o lar terrestre, bem como so-bre o papel da mulher no mundo, fo-ram transmitidos, então, a AndréLuiz. “As almas femininas, aqui, as-sumem numerosas obrigações, pre-parando-se para voltar ao planeta oupara ascender a esferas mais altas”,disse Laura, que acentuou o valor doserviço maternal em qualquer planoao revelar: “Quando o Ministério doAuxílio me confia crianças ao lar,minhas horas de serviço são conta-das em dobro”. Realçando a impor-tância do trabalho, a mãe de Lísiasaduziu: “Todos trabalham em nossacasa. Oito horas de atividade no in-teresse coletivo, diariamente, é pro-grama fácil a todos. Sentir-me-ia en-vergonhada se não o executasse tam-bém”. (Cap. 20, pp. 110 a 114)

50. Propriedade em “NossoLar” – A propriedade na colônia é re-lativa. As aquisições são feitas à basede horas de trabalho. O bônus-hora,no fundo, embora não sendo dinhei-ro, serve para a aquisição de utilida-des existentes na colônia, e qualquerdelas pode ser adquirida com essescupons. As construções em geral re-presentam patrimônio comum, mas

Continuamos a apresentar o tex-to condensado da obra “Nosso Lar”,de André Luiz, psicografada pelomédium Francisco Cândido Xaviere publicada pela editora da Federa-ção Espírita Brasileira.

Questões preliminaresA. O lar em “Nosso Lar” é mui-

to diferente do lar terreno?R.: Não. E o motivo é que, se-

gundo Laura, o lar terrestre buscacopiar o modelo de lar existente noplano espiritual, no qual as almas fe-mininas assumem numerosas obriga-ções, preparando-se para voltar aoplaneta ou para ascender a esferasmais altas. Laura acentuou o valordo serviço maternal em qualquer pla-no e informou que, quando o Minis-tério do Auxílio lhe confia crianças,suas horas de serviço são contadasem dobro. “Todos trabalham em nos-sa casa”, acrescentou Laura. “Oitohoras de atividade no interesse cole-tivo, diariamente, é programa fácil atodos. Sentir-me-ia envergonhada senão o executasse também.” (NossoLar, cap. 20, págs. 110 a 114.)

B. Existe propriedade indivi-dual na colônia?

R.: Sim, mas ela é relativa. Asaquisições são feitas à base de horasde trabalho. O bônus-hora serve paraa aquisição de utilidades existentesna colônia, e qualquer delas pode seradquirida com esses cupons. Asconstruções em geral representampatrimônio comum, mas cada famí-lia espiritual pode conquistar um lar(nunca mais que um), apresentando30.000 bônus-hora. (Nosso Lar, cap.21, págs. 115 e 116.)

C. Por que Laura, ao desencar-nar, não passou pelo Umbral?

R.: Em sua última existênciaterrena, Laura ficou viúva muito jo-vem, com os filhos ainda pequenos,e teve de enfrentar serviços rudes noplaneta. A existência laboriosa li-vrou-a das indecisões e angústias doUmbral, por colocá-la a coberto demuitas e perigosas tentações. (NossoLar, cap. 21, pág. 116.)

D. Como Laura teve acesso àlembrança de seu passado?

R.: A lembrança das vidas preté-ritas é proporcionada aos Espíritosgradualmente. No caso de Laura, só

cada família espiritual pode conquis-tar um lar (nunca mais que um), apre-sentando 30.000 bônus-hora. A casade Laura foi conquistada pelo traba-lho de seu esposo Ricardo, que de-sencarnou dezoito anos antes dela.(Cap. 21, pp. 115 e 116)

51. O caso Laura – Laura ficaraviúva muito jovem, com os filhosainda pequenos, e teve de enfrentarserviços rudes no planeta. Os filhosforam desde cedo habituados aos tra-balhos árduos. A existência laborio-sa livrou-a das indecisões e angústi-as do Umbral, por colocá-la a cober-to de muitas e perigosas tentações.Reencontrar Ricardo representava océu para ela. A casa em que moravafora inaugurada com sua chegada.Mais tarde, Lísias, Iolanda e Juditereuniram-se ao casal, aumentandosua felicidade. (Cap. 21, pág. 116)

52. Recordação do passado – Alembrança das vidas pretéritas é pro-porcionada aos Espíritos gradualmen-te. No caso de Laura, só depois de al-gum tempo é que ela e Ricardo tive-ram acesso ao seu passado. Primeira-mente, na Seção do Arquivo, os téc-nicos do Esclarecimento aconselha-ram-nos a ler suas memórias, durantedois anos, abrangendo o período detrês séculos. Não foi permitido recor-dar as fases anteriores, porque ambosforam considerados incapazes de su-portar as lembranças corresponden-tes a outras épocas. Depois de longoperíodo de meditação para esclareci-mento próprio, foram então submeti-dos a determinadas operações psíqui-cas, a fim de penetrar os domíniosemocionais das recordações. Técni-cos lhes aplicaram passes nos cére-bros e Ricardo e Laura ficaram senho-res, então, de 300 anos de memóriaintegral. (Cap. 21, pág. 118)

Frases e apontamentosimportantes

LXXXIX. Sentia-me algo cansa-do pelos intensos esforçosdespendidos, mas o coração entoavahinos de alegria interior. Recebera,

afinal, a ventura do trabalho. E o es-pírito de serviço fornece tônicos demisterioso vigor. (André Luiz, cap.28, pág. 152)

XC. É preciso recordar, sempre,que a Natureza não dá saltos e que,na Terra, ou nos círculos do Umbral,estamos revestidos de fluidospesadíssimos. (Tobias, cap. 28, pág.153)

XCI. Na oficina onde a maioriaprocura o trabalho entendendo-lhe osublime valor, servir constitui alegriasuprema. (André Luiz, cap. 28, pág.155)

XCII. Laura, ao ser avisada so-bre as ocorrências do dia, disse-mecom bondade: “Muito bem, meu fi-lho! apaixone-se pelo seu trabalho,embriague-se de serviço útil. Somen-te assim, atenderemos à nossaedificação eterna”. (André Luiz, cap.29, pág. 157)

XCIII. Narcisa aplicou em Fran-cisco um passe e mandou que umaserva lhe trouxesse água magnetiza-da. Aquele exemplo da enfermeiraedificava-me. O bem, como o mal, emtoda parte estabelece misterioso con-tágio. (André Luiz, cap. 29, pág. 159)

XCIV. Ah! como é profundo osono espiritual da maioria de nossosirmãos na carne! Isto, porém, devepreocupar-nos, mas não deve ferir-nos. (Narcisa, cap. 29, pág. 161)

XCV. Quando imaginamos a des-ventura de alguém, lembrando aspróprias deficiências, há sempre asi-lo para o amor fraterno no coração.(André Luiz, cap. 30, pág. 163)

XCVI. Ouçamos a lição de Jesusque recomenda nos amemos uns aosoutros. Atravessamos experiênciasconsanguíneas na Terra para adqui-rir o verdadeiro amor espiritual. OSenhor da Vida nos permite a pater-nidade ou a maternidade no mundo,a fim de aprendermos a fraternidadesem mácula. Nossos lares terrestressão cadinhos de purificação dos sen-timentos ou templos de união subli-me, a caminho da solidariedade uni-versal. (Paulina, cap. 30, pág. 164)

MARCELO BORELA DEOLIVEIRA

[email protected] Londrina

XCVII. O pensamento, em vi-brações sutis, alcança o alvo, pormais distante que esteja. A permutade ódio e desentendimento causaruína e sofrimento nas almas.(Paulina, cap. 30, pág. 164)

XCVIII. São raros os que se pre-ocupam em ajuntar conhecimentosnobres, qualidades de tolerância, lu-zes de humildade, bênçãos de com-preensão. Impomos a outrem os nos-sos caprichos, afastamo-nos dos ser-viços do Pai, esquecemos alapidação do nosso espírito. Nin-guém nasce no planeta simplesmen-te para acumular moedas nos cofresou valores nos bancos. (Paulina, cap.30, pág. 165)

XCIX. É natural que a vida hu-mana peça o concurso da previdên-cia, e é justo que não prescinda dacontribuição de mordomos fiéis, quesaibam administrar com sabedoria;mas ninguém será mordomo do Paicom avareza e propósitos de domi-nação. (Paulina, cap. 30, pág. 165)

C. Os casos de herança, em re-gra, são extremamente complicados.Com raras exceções, acarretam enor-me peso a legadores e legatários.(Narcisa, cap. 30, pág. 166)

CI. A situação da pessoa que fazda prática do infanticídio uma pro-fissão é pior que a dos suicidas e ho-micidas, que, por vezes, apresentamatenuantes de vulto. (Paulo, cap. 31,pág. 171)

CII. Os que trazem os sentimen-tos calejados na hipocrisia emitemforças destrutivas. (Paulo, cap. 31,pág. 172)

CIII. Observaram o vampiro?Exibe a condição de criminosa e de-clara-se inocente; é profundamentemá e afirma-se boa e pura; sofre de-sesperadamente e alega tranquilida-de; criou um inferno para si própria eassevera que está procurando o céu.(...) Assim, por princípio de caridadelegítima, na posição em que me en-contro, não lhe poderia abrir nossasportas. (Paulo, cap. 31, pág.174) (Continua no próximo número.)

Estudando a série André Luiz

Nosso LarAndré Luiz

(7ª Parte)

O IMORTALPÁGINA 6 JANEIRO/2010

O IMORTAL na internetAlém de circular com seu formato impresso, o jornal O

Imortal pode ser visto também na internet, bastando para issoacessar o site www.oconsolador.com, em cuja página inicialhá um link que permite o acesso do leitor às últimas ediçõesdo jornal, sem custo algum.

Para contactar a Redação do jornal, o interessado deve uti-lizar este e-mail: [email protected].

Em 14 de novembro de 1849,portanto 160 anos atrás, os espíritasrealizaram a sua primeira reunião noCorinthian Hall, o maior auditóriodisponível em Rochester (EstadosUnidos), quando as célebres irmãsFox – Margaret e Kate - realizaramas primeiras demonstrações públi-cas de suas faculdades mediúnicas.

Hydesville era naquela épocaum vilarejo típico do Estado deNew York, com uma população pri-mitiva, certamente semieducada,mas livre de preconceitos e mais re-ceptiva às novas ideias do que qual-quer outro povo da época.

O povoado, situado a cerca de 20milhas da nascente cidade deRochester, consistia de um grupo decasas de madeira, de tipo muito hu-milde. Pois foi numa dessas casas quese iniciou o desenvolvimento de umasérie de fenômenos que daria, maistarde, origem à Doutrina Espírita.

A casa era habitada por uma fa-mília de fazendeiros de nome Fox.Além de pai e mãe, de religiãometodista, havia duas filhas moran-do na casa ao tempo em que as ma-nifestações atingiram tal ponto deintensidade que atraíram a atençãogeral. Eram as meninas Margaret, de14 anos e Kate, de 11. Havia váriosoutros filhos e filhas que não residi-am ali, uma das quais, de nome Leah,ensinava música em Rochester.

A família Fox alugou a casa em11 de dezembro de 1847, mas sóno ano seguinte foi que os ruídosnotados por antigos inquilinos vol-taram a ser ouvidos. Consistiam deruídos de arranhadura que parece-riam sons pouco naturais para se-rem produzidos por visitantes defora. Parece que tais ruídos não in-comodaram a família Fox até mea-dos de março de 1848.

Na noite de 31 de março de 1848o autor das batidas se identificou

Dessa data em diante, porém, eles

Faz 160 anos que as irmãs Foxforam publicamente investigadas

cresceram continuamente de intensi-dade. Às vezes eram simples batidas;outras vezes soavam como o arrastarde móveis. As meninas ficavam tãoalarmadas que se recusavam a dormirseparadas e iam para o quarto dos pais.Tão vibrantes eram os sons que as ca-mas tremiam e se moviam.

Finalmente, na noite de 31 demarço de 1848 houve uma irrupçãode inexplicáveis sons muito altos econtinuados. Foi nessa noite que umdos grandes pontos da evolução psí-quica foi alcançado, porque foi nes-sa mesma ocasião que a jovem KateFox desafiou a força invisível a re-petir as batidas que ela dava com osdedos. Conquanto o desafio da mo-cinha tivesse sido feito em palavrasbrandas, ele foi imediatamente res-pondido. Cada pedido era respondi-do por um golpe. Posto que humil-des os operadores de ambos os la-dos, a telegrafia espiritual estava fun-cionando.

Tendo-se formado uma espécie decomissão de investigação, aquela gen-te, na maliciosa feição ianque, levouparte da noite de 31 de março numjogo de perguntas e respostas com ainteligência invisível. Conforme suaprópria declaração, ele era um Espí-rito; tinha sido assassinado naquelacasa; indicou o nome do antigo inqui-lino que o matara; tinha então — cin-co anos passados — trinta e um anos

de idade; fora assassinado por cau-sa de dinheiro; tinha sido enterradonuma adega, a dez pés de profundi-dade. Um vizinho, chamadoDuesler, foi quem pela primeira vezusou o alfabeto para obter respostaspor meio de arranhões nas letras. As-sim foi obtido o nome do morto:Charles B. Rosma.

O auditório escolhido foi oCorinthian Hall, o maiorexistente em Rochester

Em poucas palavras, estes fo-ram os acontecimentos de 31 demarço de 1848, que continuaram ese confirmaram na noite seguinte,quando não menos de duzentas pes-soas se reuniram em volta da casa.

Numa das primeiras comunica-ções recebidas pelas irmãs Fox foiafirmado que “as comunicaçõesnão se limitariam a elas; espalhar-se-iam pelo mundo”. Em 14 de no-vembro de 1849 os espíritas reali-zaram sua primeira reunião noCorinthian Hall, o maior auditóriodisponível em Rochester. A assis-tência ouviu com atenção a expo-sição feita pelo Sr. Capron, deAuburn, o orador principal. Foientão escolhida uma comissão decinco cidadãos representativos paraexaminar o assunto e fazer um re-latório na noite seguinte, em novareunião da assembleia.

Tão certos estavam os jornalis-tas de que esse relatório seria desfa-vorável que o jornal RochesterDemocrat, ao que depois se viu, játinha preparado o seu artigo de fun-do, com o título: “Exposição Com-pleta da Mistificação das Batidas”.O resultado obrigou o editor a sustá-lo, porque a comissão relatou queas batidas eram indubitavelmenteverdadeiras. Acrescentou o relató-rio que as batidas se produziam nasparedes, nas portas, a alguma dis-tância das meninas, produzindo umasensível vibração. E no final, de for-ma peremptória, seus membrosaduziram: “Não puderam encontrarnenhum processo pelo qual elas pu-dessem ser produzidas”.

THIAGO [email protected]

Curitiba, Paraná (Brasil)

As irmãs Fox, as heroínas de Hydesville

O IMORTALJANEIRO/2010 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Alfredo Molinaro

Alfredo Molinaro (foto) nas-ceu em 26 de outubro de 1908,no bairro de São Cristóvão, noRio de Janeiro, e desencarnouem 21 de julho de 1967. Foi fi-lho de D. Maria Perrota e Sal-vador Molinaro, ambos de na-cionalidade italiana. Cedo ter-minou o curso ginasial, matri-culando-se na Escola Militar a1º de abril de 1927, donde saiuAspirante em 1932. A 19 deagosto de 1933 foi promovidoao posto de 1º Tenente, casan-do-se no dia 28 de novembrodesse mesmo ano com a jovemDulce Costa Ferreira.

De formação católica, a reli-gião de seus pais, porém, não osatisfazia e, ainda como Aspi-rante, procurou frequentar algu-mas sessões espíritas a título decuriosidade, levado por algunscolegas, sem contudo encontrarnada de novo, visto que não eraaquilo que procurava. Em 1938,foi promovido a Capitão; em1946, a Major; em 1951, a Te-nente-Coronel e, finalmente, em1958, ao posto de Coronel, finalde sua carreira militar na ativa.Sua situação, como militar, foidas mais brilhantes e convémnotar que a partir do posto de Ca-pitão todas as suas promoçõesforam por merecimento.

Em 1961, pediu transferênciapara a reserva, recebendo duaspromoções a que tinha direito,com o que foi a General de Divi-

são e condecorado com as três me-dalhas por tempo de serviço: bron-ze, prata e outro e ainda as meda-lhas do Pacificador e do MéritoMilitar. Em 1944, começou a fre-quentar uma sessão espíritadirigida por D. Dinorah SimasEneias, a famosa médium dese-nhista, no Grupo Espírita “Casa deIsmael”, no bairro da Tijuca. Alicomeçou a se desenvolver comomédium psicógrafo, recebendo vá-rias mensagens que o abalaramprofundamente, passando daí a es-tudar ardorosamente a Doutrinacodificada por Allan Kardec.

Molinaro participou denumerosas Semanas Espíritas,interessado também no setor

da Evangelização da criança edas Mocidades Espíritas

Inteligência privilegiada e es-tudioso, entusiasmou-se de talmaneira que não parou mais, len-do com avidez toda a bibliogra-fia espírita e todos os seus auto-res, aprofundando-se no assuntode que já estava convicto. Comsua maneira prodigiosa de pes-quisador, assimilava tudo com amaior facilidade. Em 1953, foiescolhido e nomeado Chefe daMissão Militar Brasileira noParaguai, chefiando 15 oficiaisde várias armas. Destacou-sepelo seu brilhantismo e entusias-mo e foi agraciado com a meda-lha da Cavalaria Paraguaia e coma Ordem Nacional do Mérito nograu de Grã-Oficial, quando ocomum seria receber apenas o deComendador. Em 1947, foi ser-vir em Juiz de Fora, no Estadode Minas Gerais, e lá começou a

frequentar uma sessão no “Gru-po de Efeitos Físicos Hadaget”.Observando a seriedade dos tra-balhos produzidos por aquelegrupo, tornou-se assíduofrequentador, chegando mais tar-de a ser eleito seu presidente por unanimidade de votos, pelo es-pírito de trabalho e seu ardor nosestudos ali realizados.

No campo da divulgação daDoutrina, salientou-se na luta ini-ciando um programa de confe-rências doutrinárias em várias ci-dades e Estados do Brasil.Seareiro invulgar, pôs o seucabedal intelectual a serviço dacausa, que tanto amou. Partici-pou de numerosas Semanas Es-píritas, interessado também nosetor da Evangelização da crian-ça e das Mocidades Espíritas, emque muito contribuiu. Seu amorpela Doutrina era ilimitado, di-vulgando-a por todos os meios e formas, quer através da impren-sa falada, escrita ou televisiona-da, quer através do seu verbo fá-cil, na oratória, na polêmica ouno debate. Era com grande satis-fação que colaborava em qual-quer atividade onde fosse solici-tado, fazendo-o até mesmo finan-ceiramente, custeando viagensde companheiros conferencistas

que não dispunham de meios, le-vando-os a outras cidades.

Espírito combativo,kardequiano intransigente,

Molinaro não admitia que seconsiderasse Allan Kardec

ultrapassado

Formou biblioteca respeitávelcom obras raras. Ávido de conhe-cimento e saber, era propagandis-ta do livro espírita e da boa leituraa fim de que todos pudessem ilus-trar-se e adquirir conhecimentos.Espírito combativo, kardequianointransigente, não admitia que seconsiderasse Allan Kardec ultra-passado, cuja obra conhecia pro-fundamente, sendo capaz de dizerna íntegra qualquer pergunta do“Livro dos Espíritos” ou de outraobra qualquer da codificação.

Por várias vezes assumiu a tri-buna em defesa da Doutrina. Certavez um padre católico estava fa-zendo uma campanha contra o Es-piritismo pela Rádio Juiz de Forae ele, ao tomar conhecimento dofato, foi à emissora e, diante domicrofone, refutou com base tudoaquilo que o sacerdote dizia, dei-xando-o sem argumentos.

Elementos do clero de Juiz deFora queixaram-se ao Coman-

dante da 4ª Região Militar, vin-do uma petição contra ele parao Estado-Maior, no Rio, mas,devido ao seu conceito e sua in-tegridade nas fileiras do Exér-cito, quiseram arquivar a par-te, que ele, porém, fez questãoque prosseguisse, a fim de ha-ver um esclarecimento, a bemda verdade, e poder publica-mente defender a Doutrina queesposava, se ela continuasse aser vilmente desrespeitadacomo estava sendo feito naque-la cidade. Infelizmente, não opôde fazer, dada sua condiçãode oficial das Forças Armadase em face da Constituição Fe-deral, que o impedia levar adi-ante essa defesa pública.

No Rio, juntamente comCarlos Imbassahy, DeolindoAmorim, José Alberto Menezese outros companheiros, enfren-tou a televisão para também de-fender a Doutrina Espírita, ata-cada pelo Padre Quevedo, queassim encontrou idealistas nãomenos inteligentes que, à luz daverdade, puseram por terra osseus argumentos.

Assim foi Alfredo Molina-ro, inteligente, culto, modesto,meditador, porém intransigen-te na defesa do Espiritismo.

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Materialistas e incrédulos: como abordá-los?

“Acima das nuvens brilha oSol.”- Joanna de Ângelis

Quando vislumbramos aLuz, depois de milênios mergu-lhados nas mais densas trevasda ignorância; no momento emque a Doutrina Espírita come-ça a luarizar a noite de nossamilenar existência, nasce umdesejo muito natural de fazerchegar essa luz aos nossos afe-tos do coração. E, ainda des-lumbrados com os primeirosraios da claridade nova, inves-timos, um tanto atabalhoados,no mister de levar o esclareci-mento espírita a todos. Nossocaso não foi exceção. Mas,quando colhemos de volta ataça vinagrosa da indiferença,do escárnio, do descaso e atémesmo da ironia recortante doapodo, descoroçoamos... UmBenfeitor Espiritual, medindonossa frustração e angústia, fa-lou-nos em tom ameno e cari-nhoso, mas com grande sabe-doria: “Meu filho, o Pai tem so-luções inimagináveis paratudo. Se os seus afetos do co-ração não lhe estão compreen-dendo agora, amanhã estarãopalmilhando as mesmas sendasque hoje você, mercê da Bon-dade de Deus, encontrou. Nãose aflija, pois... Aguarde o tem-po e, por ora, siga sozinho mes-mo; mais tarde, quemsabe!?...” Há tempo para tudo,como diz o Eclesiastes.

Afirma o ínclito MestreLionês¹: “Muito natural e lou-vável é, em todos os adeptos, o

desejo, que nunca será demaisanimar, de fazer prosélitos. Visan-do facilitar-lhes essa tarefa, aquinos propomos examinar o cami-nho que nos parece mais seguropara se atingir esse objetivo, a fimde lhes pouparmos inúteis esfor-ços.

O Espiritismo é toda uma ci-ência, toda uma filosofia. Quem,pois, seriamente queira conhecê-lo deve, como primeira condição,dispor-se a um estudo sério e per-suadir-se de que ele não pode,como nenhuma outra ciência, seraprendido a brincar.

A Doutrina Espírita entendecom todas as questões que inte-ressam à Humanidade. Temimenso campo, e o que princi-palmente convém é encará-lopelas suas consequências. For-ma-lhe sem dúvida a base a cren-ça nos Espíritos, mas essa cren-ça não basta para fazer de al-guém um espírita esclarecido,como a crença em Deus não ésuficiente para fazer de quemquer que seja um teólogo. Veja-mos, então, de que maneira serámelhor se ministre o ensino daDoutrina Espírita, para levarcom mais segurança à convic-ção. Mas não se espantem osadeptos com esta palavra — en-sino. Não constitui ensino uni-camente o que é dado do púlpi-to ou da tribuna. Há também oda simples conversação. Ensinatodo aquele que procura persua-dir o próximo, seja pelo proces-so das explicações, seja pelo dasexperiências. O que desejamosé que seu esforço produza fru-tos e é por isto que julgamos denosso dever dar alguns conse-lhos, de que poderão igualmen-

te aproveitar os que queiram ins-truir-se por si mesmos. Uns eoutros, seguindo-os, acharãomeio de chegar com mais segu-rança e presteza ao fim visado.

É crença geral que, para con-vencer, basta apresentar os fatos.Esse, com efeito, parece o cami-nho mais lógico. Entretanto, mos-tra a experiência que nem sempreé o melhor, pois que a cada passose encontram pessoas que os maispatentes fatos absolutamente nãoconvenceram. A que se deve atri-buir isso? É o que vamos tentardemonstrar”.

Todo ensino metódico tem quepartir do conhecido para o

desconhecido

“No Espiritismo, a questãodos Espíritos é secundária econsecutiva; não constitui o pon-to de partida. Este precisamenteo erro em que caem muitos adep-tos e que, amiúde, os leva ainsucesso com certas pessoas.Não sendo os Espíritos senão asalmas dos homens, o verdadeiroponto de partida é a existência daalma. Ora, como pode o materia-lista admitir que, fora do mundomaterial, vivam seres, estandocrente de que, em si próprio, tudoé matéria? Como pode crer que,exteriormente à sua pessoa, há Es-píritos, quando não acredita terum dentro de si? Será inútil acu-mular-lhe diante dos olhos as pro-vas mais palpáveis. Contestá-las-á todas, porque não admite o prin-cípio.

Ora, para o materialista, o co-nhecido é a matéria: parti, pois,da matéria e tratai, antes de tudo,fazendo que ele a observe, de

convencê-lo de que há nele algu-ma coisa que escapa às leis damatéria. Numa palavra, primeiroque o torneis espírita, cuidai detorná-lo espiritualista. Mas, paratal, muito outra é a ordem de fa-tos a que se há de recorrer, muitoespecial o ensino cabível e que,por isso mesmo, precisa ser dadopor outros processos. Falar-lhedos Espíritos, antes que estejaconvencido de ter uma alma, écomeçar por onde se deve acabar,porquanto não lhe será possívelaceitar a conclusão, sem que ad-mita as premissas...

Antes, pois, de tentarmos con-vencer um incrédulo, mesmo pormeio dos fatos, cumpre nos certi-fiquemos de sua opinião relativa-mente à alma, isto é, cumpre ve-rifiquemos se ele crê na existên-cia da alma, na sua sobrevivênciaao corpo, na sua individualidadeapós a morte. Se a resposta fornegativa, falar-lhe dos Espíritosseria perder tempo. Eis aí a regra.Não dizemos que não comporteexceções.

Desde que se reconhecea possibilidade de um fato,três quartos da convicção

estão conseguidos

(...) O puro materialista tempara o seu engano a escusa daboa-fé; possível será desenganá-lo, provando-se-lhe o erro em quelabora. No outro, há uma deter-minação assentada, contra a qualtodos os argumentos irão chocar-se em vão. O tempo se encarre-gará de lhe abrir os olhos e de lhemostrar, quiçá à custa própria,onde estavam seus verdadeirosinteresses, porquanto, não poden-do impedir que a verdade se ex-

PÁGINA 8 PÁGINA 9O IMORTAL JANEIRO/2010JANEIRO/2010

ROGÉRIO [email protected]

De Muriaé, MG

panda, ele será arrastado pela tor-rente, bem como os interessesque julgava salvaguardar.

(...) Os meios de convencervariam extremamente, conformeos indivíduos. O que persuade auns nada produz em outros; estese convenceu observando algu-mas manifestações materiais,aquele por efeito de comunica-ções inteligentes, o maior núme-ro pelo raciocínio. Podemos atédizer que, para a maioria dos quese não preparam pelo raciocínio,os fenômenos materiais quasenenhum peso têm. Quanto maisextraordinários são esses fenô-menos, quanto mais se afastamdas leis conhecidas, maior opo-sição encontram e isto por umarazão muito simples: é que todossomos levados naturalmente aduvidar de uma coisa que não temsanção racional. Cada um a con-sidera do seu ponto de vista e aexplica a seu modo: o materia-lista a atribui a uma causa pura-mente física ou a embuste; o ig-norante e o supersticioso a umacausa diabólica ou sobrenatural,

ao passo que uma explicação pré-via produz o efeito de destruir asideias preconcebidas e de mos-trar, senão a realidade, pelo me-nos a possibilidade da coisa, que,assim, é compreendida antes deser vista. Ora, desde que se reco-nhece a possibilidade de um fato,três quartos da convicção estãoconseguidos”.

Com relação ao que não seconvenceu pelo raciocínio, nempelos fatos, a conclusão a tirar-seé que ainda lhe cumpre sofrer aprova da incredulidade. Deve-se,portanto, nesses casos, deixar àProvidência o encargo de lhe pre-parar circunstâncias mais favorá-veis, uma vez que não faltam osque anseiam pelo recebimento daLuz, para que se esteja a perdertempo com os que a repelem.

Sem o raciocínio, osfenômenos não bastam para

determinar a convicção

O neófito deve começar pelateoria. Segundo explicação deKardec¹, “É na teoria que todos

os fenômenos são apreciados, ex-plicados, de modo que o estudan-te vem a conhecê-los, a lhes com-preender a possibilidade, a saberem que condições podem produ-zir-se e quais os obstáculos quepodem encontrar. Então, qualquerque seja a ordem em que se apre-sentem, nada terão que surpreen-da. Este caminho ainda ofereceoutra vantagem: a de poupar umaimensidade de decepções àqueleque queira operar por si mesmo.Precavido contra as dificuldades,ele saberá manter-se em guarda eevitar a conjuntura de adquirir aexperiência à sua própria custa.Falamos, pois, por experiência e,assim, também, é por experiênciaque dizemos consistir o melhormétodo de ensino espírita em sedirigir, aquele que ensina, antes àrazão do que aos olhos. Esse ométodo que seguimos em nossaslições e pelo qual somente temosque nos felicitar. O estudo prévioda teoria mostra imediatamente agrandeza do objetivo e o alcanceda ciência. (...) Sem o raciocínio,os fenômenos não bastam para de-terminar a convicção. Uma expli-cação prévia, pondo termo às pre-venções e mostrando que os fatosem nada são contrários à razão,dispõe o indivíduo a aceitá-los.Tão verdade é isto que, em dezpessoas completamente novatasno assunto, que assistam a umasessão de experimentação, aindaque das mais satisfatórias na opi-nião dos adeptos, nove sairão semestar convencidas e algumas maisincrédulas do que antes, por nãoterem as experiências correspon-dido ao que esperavam. O inver-so se dará com as que puderemcompreender os fatos, medianteantecipado conhecimento teórico.Para estas pessoas, a teoria consti-

tui um meio de verificação, semque coisa alguma as surpreenda,nem mesmo o insucesso, porquesabem em que condições os fenô-menos se produzem e que não selhes deve pedir o que não podemdar. Assim, pois, a inteligência pré-via dos fatos não só as coloca emcondições de se aperceberem de to-das as anomalias, mas também deapreenderem um sem-número departicularidades, de matizes, às ve-zes muito delicados, que escapamao observador ignorante”.

A quem esteja sinceramentedisposto a aprender o Espiritis-mo e posteriormente praticá-lo,dinamizando assim, em sua pró-pria intimidade os ensinamentosde Jesus, aconselha-se primeira-mente a leitura dos seguintes li-vros na respectiva ordem: “O Queé o Espiritismo”, “O Livro dosEspíritos”, “O Livro dos Mé-diuns”, “O Evangelho segundo oEspiritismo”, “O Céu e o Inferno”,“A Gênese” e a “Revue Spirite”,todos de Allan Kardec; e em se-guida as centenares de obras sub-sidiárias sérias.

A ética espírita-cristã nãoincentiva nem admite

proselitismo de arrastão...

Saibamos dirigir nossas

A maior felicidade no amor pertence a quem ama

Os leitores de todo o globo podem ler o jornal O Imortal por meio da internet, sem custo ne-nhum e sem necessidade de cadastro, senha ou inscrição.

Basta clicar neste link: www.oconsolador.com/oimortal.htmlEstão disponíveis na rede mundial de computadores as edições de 2006 em diante. Basta clicar

na edição desejada.A comunicação via internet com a Direção do jornal pode ser feita por meio deste correio eletrô-

nico: [email protected]

O jornal O Imortal na internet

atenções para as criaturas querealmente se mostram recepti-vas. Não violentemos o incré-dulo renitente nem o materialis-ta que se comprazem em sua ig-norância. A ética espírita-cris-tã não admite proselitismo dearrastão... E se entre as pesso-as refratárias incluem-se os nos-sos afetos mais queridos, deixe-mos ao Pai indicar-lhes, no de-vido tempo, os caminhos da pró-pria evolução, entregando-nosincondicionalmente Àquele quegarantiu que “não se perderianenhuma das ovelhas que o PaiLhe confiou”.

Eis o lúcido conselho deJoanna de Ângelis²:

“Esquece as sombras que tin-gem de escuridade as tuas espe-ranças, e a luz que acendas no ca-minho dos que te buscam será alâmpada clarificadora para ilumi-nar a rota dos teus próprios pés.

Ama, esforçando-te a princí-pio, mesmo que se demorem noteu paladar afetivo os ressaibos demuitos desamores que telancearam, e constatarás, sorrin-do, que a maior felicidade no amorpertence a quem ama.

Como é verdade que há muitaincompreensão na Terra, não me-

Rogério Coelho,autor do estudo

nos seguro é que há muita aspi-ração de entendimento entre osEspíritos que avançam no trâmitepara os Rumos Infinitos.

Deixa-te, portanto, transfor-mar em harpa de amor tangidapor mãos espirituais, e as vibra-ções dos acordes espalhados nacomunidade sofrida em que tesituas, formarão a bela sinfoniado bem, tradutora de Bem Infi-nito em toda a Terra.

Jesus, incompreendido no re-duto das mais carinhosas afei-ções, dilatou as expressões dopróprio sacrifício, sorvendo semreclamos ou queixumes o con-teúdo abundante do fel e do vi-nagre da má vontade, encorajan-do, amando os companheiros tí-bios e cantando com eles a mú-sica da esperança, para a fixaçãoda Boa Nova no país dos cora-ções, fazendo-Se, Ele mesmo, amais augusta oferenda de Amorà Humanidade”.

¹ - KARDEC, Allan. O Livro dosMédiuns. 71. ed. Rio [de Janei-ro]: FEB, 2003, 1ª parte, cap. III,itens 18 e seguintes.² - FRANCO, Divaldo. Lampa-dário Espírita. 2. ed. Rio [de Ja-neiro]: FEB, 1971, cap. 60, p.245.

Obra em que Kardec dizcomo convencer os incrédulos

O IMORTALPÁGINA 10 JANEIRO/2010

A cada instante a vozdo amor nos circundae partimos em direção

ao céu profundo;por que deter-se a olhar aoredor? Jalal ud-Din Rumi

Pedir ao ser humano que amepor dever, isso não! Não se podeamar por dever, pois nós amamosna espontaneidade do nosso cora-ção.

Na sua Boa Nova, Jesus de-monstrou o sentido oculto e mal

entendido pela interpretação judai-ca sobre a lei do amor ao revelarque, no lugar do dever, o ato deamar se coaduna com a esperança,porque um dia amaremos plena-mente.

É sob o véu da ignorânciaque reside a semente luminosada capacidade incondicional deamar... Afinal, estamos aqui por-que ainda não sabemos amarvasta e totalmente. Mas, no fun-do, intuímos que essa aberturatransparente é possível e por issonos pomos a caminho, em mar-cha.

É sempre bom lembrar que aconquista da amorosidade segue

uma trilha em espiral, que irradiado seu centro verdade, caridade ebondade; mas isso se desdobra se-gundo o grau de entendimento decada um, pois sempre em sintoniacom necessidades e carências decada espírito em sua procura pelaplenitude.

Logo, buscar a integração, des-tino da evolução, implica ajuntaras nossas funções psíquicas – ra-zão e sentimento, sensação e intui-ção –, desenvolver as mais repri-midas, harmonizá-las para alcan-çar a inteligência integral e assimnaturalmente irradiar a lição doamor, que traduz a grande meta dopercurso evolutivo...

Perspectivas evolutivasEUGÊNIA PICKINA

[email protected] De Londrina

Teresa d’Ávila diz que a san-tidade não é privilégio de uma mi-noria, mas sim responsabilidadede todos nós. Na sua explicação,ser santo é ser inteiro, simples,transparente, uma conquista doprocesso da travessia das sombrasrumo ao ser pleno, que gera o es-pontâneo amar e o contínuo ser-vir.

É a partir dessa percepção quepodemos entender que vivemosnum mundo em que, a cada passo,o Médico Divino nos prescrevesempre a mesma receita: amor, ca-ridade e seus efeitos benéficos, quecooperam com os fecundos propó-sitos da humanidade.

“Só pela renovação íntima,progride a alma no rumo da

vida aperfeiçoada”. (Emmanu-el, Fonte Viva, psicografia deFrancisco C. Xavier, item 67.)

A vida na Terra é valiosaoportunidade de aprendizado.Retorna o Espírito para a vidafísica, vestindo nova roupagemcarnal, trazendo no bojo da re-encarnação os propósitos decrescimento interior. E, pensan-do em evolução, não podemosolvidar a necessidade do esfor-ço íntimo.

Assim, imperioso se tornaque deitemos reflexões sobre osassuntos que nos cercam, sempreatentos em busca de reconheceros pontos falhos que ainda insis-tem em empanar o brilho do pro-gresso que lutamos por fazer.

Em realidade, começamos adespertar para os reais valores davida, mas ainda temos imensasdificuldades em retê-los no âma-go.

Quando afirmamos, diante dedeterminada situação, que perde-mos a paciência, na verdade sig-nifica dizer que ainda não temosa paciência que acreditávamospossuir, pois quem já a adquiriujamais a perde.

Quando identificamos a au-sência do desejo de prosseguir-mos no serviço de edificar umasociedade mais justa e humana,ao registrarmos os escândalossociais que eclodem em todosos quadrantes do globo terres-tre, é porque no âmago nuncativemos a convicção absolutados nossos deveres dentro dasociedade.

As virtudes que definitiva-mente adquirimos jamais deixa-mos de possuir. Assim, não per-demos paciência, fraternidade,amor, caridade, tolerância, idea-lismo, determinação, coragem eoutras tantas conquistas nobres esublimes, quando realmente astemos.

Então, concluindo, que não aspossuímos mais ou que elas per-deram a intensidade, melhor seráentender que não as tínhamos,carecendo, portanto, de sérias eacuradas reflexões, para direcio-nar caminhos em busca de obtê-las, com urgência e de forma to-tal e absoluta. Então se incorpo-rarão ao nosso quadro evolutivoe seguirão conosco para a eterni-dade.

Reflitamos, maduramente,pois muitas virtudes que pensá-vamos ter, em realidade não te-mos, assim, oportuno será obser-var a advertência do EspíritoEmmanuel quando afirma que“só pela renovação íntima alcan-çaremos a perfeição”.

Tende bom ânimo.Eu venci o mundo

A mensagem de Jesus maisconfortadora, no meu modo deentender, é quando Ele se dirigeaos seus discípulos dizendo: “Nomundo tereis aflições, mas ten-de bom ânimo, eu venci o mun-do” (João, 16:33). Estas palavrasservem de verdadeira injeção deconfiança para quem está sentin-do desânimo ou perda do prazerna vida, em razão da morte deum ente querido, da separaçãoconjugal, da perda de empregoou de quaisquer outros tipos deperda.

Na verdade, quem não sofreneste mundo, quem não passapor momentos difíceis na vida?Porém, para vencermos essas tri-bulações que nos levam a um es-tado depressivo, é preciso, se-gundo o Cristo, mantermos obom ânimo. E a primeira coisa afazermos é orar a Deus com todafé e sinceridade, pedindo forçase coragem para prosseguir vi-vendo com entusiasmo e espe-rança no futuro, pois o PaiCelestial nunca está pobre de mi-sericórdia.

No livro de nossa autoria En-tusiasmo para Viver e Ser MaisFeliz, disponível na Livraria do

CEERJ (2224-1244), apresentouma “receita para a felicidade”,além de uma série de sugestõespara qualquer pessoa sair da “fos-sa” e despertar para a vida.

Uma delas é aceitar resigna-damente tudo quanto Deus nos dápara o nosso progresso espiritu-al, desde o corpo físico enfermo,uma família de convivência difí-cil, e tantas outras dificuldades.Isso não significa que devemosnos acomodar, mas sim trabalharsempre para melhorar e progre-dir, mantendo resignação e fé,sem reclamar jamais.

Outra sugestão para sermosfelizes, é claro, em termos relati-vos, é aceitar as pessoas do nos-so convívio como são, como vi-vem, sem exigir que elas se mo-difiquem à força de nossa vonta-de e querer, pois cada pessoa tema sua própria individualidade.

O fato é que cada uma delastem seu modo de ser, sua crençareligiosa e seu próprio compor-tamento, diferente do nosso. Hámuita gente infeliz, por não en-tender que cada criatura está si-tuada num degrau evolutivo.

Enfim, recordemos mais umavez a mensagem apresentada porJesus no início deste texto: “Nomundo tereis aflições, mas tendebom ânimo, eu venci o mundo”.

Quando concluímos que a nos-sa calma acabou é sinal inequívo-co de que nunca fomos calmos,apenas trazíamos uma máscara quenão resistiu aos golpes que sofreu,então evidenciamos o que realmen-te somos.

Quando dizemos que o amorque sentíamos por certa criaturadeixou de existir, na verdadeestamos informando que com re-lação a ela mantínhamos somentelaços de atração, nada mais. Oamor verdadeiro não acaba.

Quando observamos que a so-lidariedade que cultivávamos per-deu a intensidade, podemos enten-der, sem medo de errar, que nãoéramos autênticos na solidarieda-de, pois quem assim o é nãoretroage.

Quando percebemos queestamos cansados de fazer a cari-dade, sem dúvida nenhuma pode-mos concluir que nunca fomos to-talmente caridosos, apenas ensai-ávamos pequenos gestos de bon-dade que se enfraqueceram por fal-ta de determinação e objetivo sé-rio.

Quando reconhecemos o de-sânimo, com relação à destinaçãode nossas horas de folga, na rea-lização de trabalhos assistenciaisem favor de criaturas em sofri-mento, iniciados com arrojo, de-vemos entender que não éramosdesprendidos como acreditáva-mos ser.

Ainda que cada época possuaseus desafios, de formaatemporal, o segredo do viversadio está simultaneamente liga-do à desenvoltura das perspecti-vas racionais e afetivas, porqueambas dinamizam o ser humanointegral, transparente ao conviteda Luz...

Ora, a Luz sempre é boa, poisilumina e mantém aquecida a co-munhão de pensamentos e desentimentos em torno dos ideaisde amor, compaixão e caráterfraternal do Universo, aclaran-do a função preciosa do se pôr aserviço, pois “é dando que rece-be”.

As virtudes que pensamos ter

GERSON SIMÕESMONTEIRO

[email protected] Rio de Janeiro

WALDENIR APARECIDOCUIN

[email protected] Votuporanga, SP

O IMORTALJANEIRO/2010 PÁGINA 11

Notícias do Paraná

Cambé – Todas as quartas-feiras,às 20h30, o Centro Espírita AllanKardec promove em sua sede naRua Pará, 292, um ciclo de pa-lestras, com palestrantes especi-almente convidados.

Curitiba – Raul Teixeira minis-trou no dia 13 de dezembro umseminário na Expo Unimed. Oevento ocorreu no horário damanhã, das 9h às 12h, numa rea-lização da Federação Espírita doParaná (FEP).– Divaldo Franco esteve na cida-de no dia 26 de dezembro, quan-do proferiu uma conferência noauditório do Teatro Positivo, nocampus da Universidade Positi-vo, a partir das 20h.– Em novembro realizou-se a elei-ção para escolha da nova direto-ria da Federação Espírita do Para-ná, que ficou assim constituída: presidente - Francisco Ferraz Ba-tista; 1º vice-presidente - LuizHenrique da Silva; 2º vice-presi-dente - Daniel Dallagnol.

Londrina – O Coral EspíritaNosso Lar, que é dirigido pornossa colaboradora Marinei Fer-reira Rezende, realizou em de-zembro diversas apresentaçõesem diferentes Casas Espíritas.Eis a programação realizada peloCoral:dia 12, às 15h - Núcleo EspíritaIrmã Scheilladia 12, às 20h - Centro EspíritaAmor e Caridade.dia 19, às 14h30 – Centro Espíri-ta Lar Fabiano de Cristodia 19, às 20h - Centro EspíritaAnita Boreladia 20, às 17h - Centro EspíritaNosso Lardia 20, às 19h30 – 2ª Cantata deNatal no Centro Espírita NossoLardia 21, às 18h30 - Centro Espíri-ta Nosso Lar

Palestras, seminários e outros eventosdia 24, às 16h0 - Centro EspíritaNosso Lar.

– No dia 20 de dezembro, duran-te a 2° Cantata de Natal, estive-ram reunidos no Centro EspíritaNosso Lar o Coral Espírita Nos-so Lar, o Coral Hugo Gonçalves,o Vocal Dulce Gonçalves, e o con-frade Braz Peres Garcia, com suafilha Vanessa. Todos que lá esti-veram foram envolvidos, pela har-monia da música que eleva todosos sentidos. Todos sentiram a vi-bração de amor que cada grupo ex-pressava. Esteve presente tambéme presenteou a todos com uma lin-da prece final, o Paizinho HugoGonçalves (foto).– A campanha que o Centro Espí-rita Nosso Lar realizou, com o ob-jetivo de arrecadar fundos para tro-car as cadeiras do salão principalpor cadeiras mais confortáveis, foium sucesso, porque a meta previs-ta já foi atingida. A meta do Cen-tro é a troca das cadeiras até marçode 2010. Os participantes da cam-panha poderão agora sugerir mo-delo e cor das cadeiras a serem ad-quiridas.– Recomeçam no dia 26 de janei-ro, terça-feira, às 18h30, os estu-dos promovidos pelo Grupo deEstudos Espíritas Abel Gomes(GEEAG), no miniauditório doCentro Espírita Nosso Lar, quan-do se iniciará o estudo metódico dolivro Obsessão/Desobsessão, deSuely Caldas Schubert. No dia 28,quinta-feira, às 14h30, recomeçamas atividades vespertinas doGEEAG, tendo por objeto o mes-mo livro.

Ibaiti – Foi inaugurada no dia 5 dedezembro, às 18h30, a sede pró-pria da Sociedade Espírita “A Ca-minho da Luz”, localizada na RuaUlisses Ferreira de Melo, 5 - Bair-ro Jardim Pérola, em Ibaiti. A pre-sidente da 4ª União Regional Es-pírita e confrades da cidade e delocalidades vizinhas, bem como deLondrina, se fizeram presentes àcerimônia, cujo destaque principalfoi a palestra proferida pelo con-frade Edson Ronque, um dos res-ponsáveis pela fundação da novaCasa (foto).

Jacarezinho – Mais uma vez,como em anos anteriores, o Cen-tro Espírita “João Batista” promo-veu no mês passado o NATALSEM FOME. Para facilitar a doa-ção, foi feita uma cotação no Su-permercado Continental, da VilaSão Pedro, que ofereceu à campa-nha uma cesta pelo valor de R$33,25, com todos os itens necessá-rios para um Natal Feliz. Todos osconfrades da cidade foram convi-dados a participar e, desse modo,contribuíram para que os mais ca-rentes possam ter também um Na-tal feliz.– Eis a programação de palestraspromovidas pelo Centro Espírita“João Batista” em dezembro últi-mo, com início sempre às 20h:4.12.2009 – José AparecidoSanchesTema: Estado mental7.12.2009 – José Lázaro BobergTema: Três imperativos11.12.2009 – Maria Luíza BobergTema: Ceifeiros14.12.2009 – José Aparecido Sanches

Tema: Supercultura e calamidadesmorais18.12.2009 – José Lázaro BobergTema: Êxito21.12.2009 – Maria Luíza BobergTema: Vasos de barro28.12.2009 – José AparecidoSanchesTema: Encargos.– O Centro Espírita “Nosso Lar”realizou no mês de dezembro re-cém-findo as seguintes palestras,todas com início às 20h:02.12.2009 – José Lázaro BobergTema: Três imperativos09.12.2009 - José AparecidoSanchesTema: Estado mental16.12.2009 – Maria Luíza BobergTema: Ceifeiros23.12.2009 – José Lázaro BobergTema: Êxito30.12.2009 – José AparecidoSanchesTema: Encargos.

Rolândia – José Lázaro Boberg,de Jacarezinho (PR), lançou no dia17 de dezembro, quinta-feira, às20h30, seu novo livro, intituladoO Segredo das Bem-aventuranças.Antes dos autógrafos, o confradeproferiu palestra.

São José dos Pinhais – RaulTeixeira proferiu no dia 11 de de-zembro, às 20h, palestra no CentroEspírita Caminho do Evangelho.

Outras regiões do Brasil

Brasília – Poucas vagas restampara o 3º Congresso Espírita Bra-sileiro, que será realizado nos sa-lões e auditórios do Centro de Con-venções Ulysses Guimarães emabril. Mais de 2.800 pessoas já seinscreveram para participar do pro-jeto que homenageará o centená-rio de Chico Xavier e contará comapresentações de grandes palestras,mostras de arte e músicos do Movi-mento Espírita. O auditório princi-pal já está lotado, não havendo mais

possibilidade de inscrição, mas osdemais auditórios, com 2.700 as-sentos juntos e somente comtelões, ainda estão com vagas. Asinscrições podem ser feitas no sitewww.100anoschicoxavier.com.br.

São Paulo - O centenário de nas-cimento do médium Chico Xavier(1910-2002), em 2010, vai movi-mentar os teatros da cidade, comdiversos espetáculos que trarão atemática espírita. Entre estreias ereestreias no início do ano, serãocerca de dez produções. Além doretorno de peças que estão em car-taz há mais de dez anos, caso de“E o Amor Venceu”, a data inspi-ra as novas “O Advogado deDeus”, da médium ZibiaGasparetto, e “Lembranças deOutras Vidas”, de Rita Foelker. Jáos Operários, grupo fundado em2002 depois de Nicolatto abando-nar seu trabalho como ator na Glo-bo, estreia espetáculo em março.No início do segundo semestre,chega ao palco “Sob as Mãos daMisericórdia”, além das reestreiasde “A Força da Bondade” e “OAmor Jamais Te Esquece”, todasde André Luiz Ruiz.

Rio de Janeiro – O ator CarlosVereza lançou no dia 14 de de-zembro, na Livraria da Travessado Barrashopping, a versão emaudiolivro de O Livro dos Espí-ritos. Ao lado da filha, LarissaVereza, que também emprestoua sua voz à obra, Vereza narra otexto mantendo a sua originali-dade. O ator estuda e pratica oEspiritismo há 18 anos e interpre-tou Bezerra de Menezes no cine-ma em 2008. O objetivo é possi-bilitar que as pessoas tenhamacesso ao texto em qualquer lu-gar, até mesmo ouvindo pelo ce-lular. Além disso, dá oportunida-de a deficientes físicos e analfa-betos de ter contato com a Dou-trina Espírita. Informações:www.audiolivrodosespiritos.com.br.

Coral Espírita Nosso Lar, naCantata de Natal em Londrina

Aspecto geral da Inauguração em Ibaiti

O IMORTALPÁGINA 12 JANEIRO/2010

ELSA [email protected]

De Londres (Reino Unido)

As 200 cadeiras no hall daqueleprédio vitoriano estavam todas ocu-padas. Os enormes candelabros ace-sos davam um ar de volta ao tempode uma era que ainda é muito famo-sa, a Era Vitoriana, tal a influênciada cultura e do desenvolvimento dopovo britânico fiéis à Rainha Vitó-ria. Quanto desenvolvimento dessarica época legado para o presente!Avanço em todas as áreas – da arte,da cultura, da ciência –, pois o pro-gresso que resultou do desejo de tra-zer descobertas e novidades para opovo nativo foi imenso, além de in-fluenciar o mundo.

Observavam-se ali pessoas devárias nacionalidades que iam evinham, folheavam livros, deti-nham-se em algumas páginas, se-guravam a obra como se sua fos-se, para em seguida adquiri-la jun-to aos voluntários que gentilmen-te mantinham o sorriso fraterno, naalegria do evento.

As echarpes amarelas refleti-am a luz da felicidade no trabalhovoluntário, unindo-se às gravatasamarelas dos jovens que ali seprestavam a informar, esclarecer eauxiliar ante as dúvidas primeirasdos que ali ouviam falar de Kar-dec e de Chico Xavier pela primei-ra vez em seu próprio idioma.

Duas obras em inglês esgota-ram-se na manhã de domingo,

Genesis e The Missionaries Of TheLight (A Gênese e Missionários daLuz), ambas de Kardec, publicadaspelo Conselho Espírita Internaci-onal (CEI), parte do projeto e dameta do CEI de divulgar as obraskardequianas e as de nosso queri-do Chico Xavier em todos os idio-mas possíveis.

Vez ou outra recebemos e-mails ou mesmo telefonemas debritânicos aguardando o lançamen-to de novos títulos espíritas, algunsávidos pela leitura, ainda escassaneste idioma, enquanto que nósbrasileiros temos um oceano reple-to de bons livros espíritas. Por isso,o apoio que o Conselho EspíritaInternacional dá, no tocante à tra-dução e publicação de obras

Crônicas de Além-Mar

Lembranças vitorianas

ELSA ROSSI, escritora e pales-trante espírita brasileira radicada emLondres, é 2ª Secretária do Conse-lho Espírita Internacional, diretorado Departamento de Unificaçãopara os Países da Europa, organis-mo do Conselho Espírita Internaci-onal e secretária da British Unionof Spiritist Societies (BUSS).

basilares, é incansável.Como fazer eventos espíritas

sem ter as obras para oferecer?Como citar as obras de André Luize depois não poder colocar nasmãos dos interessados a leituraesclarecedora? Uma vez mais fri-samos o nobre trabalho do CEI,derrubando as fronteiras, levandoa obra aos que têm ânsia de enten-der o Mundo Espiritual, da formacodificada por Allan Kardec, pio-neiro na divulgação dos postuladosespíritas.

Que lhe sigamos o exemplo,nobre Kardec, que lhe dediquemoso estudo, mestre por excelência,que lhe dignifiquemos o nome portrazer até nós o Consolador prome-tido por Jesus, que hoje temos nasmãos como relíquias luminosas,não as deixando na estante sem

serem estudadas, lidas, folheadas,consultadas, presenteadas.

Fica aqui um convite aos leito-res d´O Imortal. Os que desejam darum mimo de presente a um ente que-rido lembrem-se de lhe dar uma obraespírita, seja romance ou de estudos,seja de pesquisas, de mensagens oueducação, mas que possa ser um guiaseguro, capaz de enxugar as lágri-mas em muitos corações dos “irmãosde todas as terras”.

Olhos e ouvidos de Deus

Quem, como eu, teve educa-ção religiosa na infância, sabe.Para que a gente não caísse natentação dos pecados que nos le-variam ao inferno, ensinavam-nos que Deus tinha um olho mui-to poderoso e tudo via. Quandoestávamos ali para cometer umdaqueles pecadinhos próprios denossa idade, lembrávamos que oolho de Deus estava vendo e... se-gurávamos!

Nada escapava àquele olho.Nem nossos pensamentos maisíntimos. Ele invadia nossa alma,sabia de nossos secretos desejos.E o pior de tudo é que, mesmoque ficássemos só na vontade, eletambém nos puniria. Porque porpensamento também se pecava.

Eram tempos em que se acre-ditava num Deus severo, que nãotolerava as fraquezas humanas enos obrigava a andar na linha.

MILTON R. MEDRANMOREIRA

[email protected] Porto Alegre

Obedecíamos por medo.Há quem tenha saudade desses

tempos. Eu não. Pode-se compre-ender, hoje, que a ética está dentroda alma humana. A vida já nos pos-sibilita entender que ser bom, cor-reto, viver de acordo com a consci-ência, só traz vantagens. Para nós epara os que nos rodeiam.

Pena que nem todo o mundose dá conta disso. Deixaram de crernaquele Deus de antigamente, mastambém não foram capazes de des-cobrir esse outro que está dentroda gente. E porque em nada creeme acham que de seus atos não re-sultam consequências, tentam en-ganar todo mundo. Às vezes, umacomunidade inteira. Como julgamque ninguém está vendo, tornam-se capazes de tudo.

Mas a vida tem seus mecanis-mos inteligentes, independente-mente de nossas crenças. Atribui-ções que, antes, julgávamos seremda competência exclusiva dos“deuses” são assumidas pelo pró-prio homem. E é assim que, pou-co a pouco, eles vão sendo desco-

bertos:Um repórter que se faz pas-

sar por corruptor...;Uma câmara escondida capta

o momento exato em que o figu-rão recebe a propina...;

Uma interceptação telefônicaflagrando o acerto entre aempreiteira e o político...

Os que antes julgavam tudopoder vão, dessa forma, caindonas malhas da lei e se desmorali-zando perante a sociedade.

Aparatos eletrônicos que des-mascaram políticos desonestos,empresários ou profissionais sa-fados são, pode-se dizer hoje, osolhos e os ouvidos de Deus a ser-viço do homem.

Talvez, por aí, um dia, elespossam entender que, realmente,não vale a pena. E, mesmo que,por um tempo ainda, não sejamdescobertos, eles sofrerão, no ín-timo de suas consciências, osefeitos do mal praticado. Nos per-feitos mecanismos das leis davida, não há lugar para a impuni-dade.

O viajor e a Fé

— “Donde vens, viajor triste e cansado?”

— “Venho da terra estéril da ilusão.”

— “Que trazes?”

— “A miséria do pecado,

De alma ferida e morto o coração.

Ah! quem me dera a bênção da esperança,

Quem me dera consolo à desventura!”

Mas a fé generosa, humilde e mansa,

Deu-lhe o braço e falou-lhe com doçura:

— “Vem ao Mestre que ampara os pobrezinhos,

Que esclarece e conforta os sofredores!...

Pois com o mundo uma flor tem mil espinhos,

Mas com Jesus um espinho tem mil flores!”

Poema psicografado por Francisco Cândido Xaviere integrante do livro Parnaso de Além-Túmulo.

Cármen Cinira

O IMORTALJANEIRO/2010 PÁGINA 13

Respeitamos as pesquisas e asdescobertas da Ciência, mas a ver-dade é que quem lê e assimila oconteúdo das obras básicas da Co-dificação Espírita tem uma noçãoclara da maneira como surgiu oUniverso.

Se ele surgiu de uma explosão,o Big Bang propalado pelos cien-tistas, então, deve ter sido uma ex-plosão de amor, pois Deus é amore não foi outro senão Ele o criadorde tudo o que existe, abaixo e aci-ma do Sol.

É aí que vemos a atualidadede O Livro dos Espíritos, OEvangelho segundo o Espiritis-mo, O Livro dos Médiuns, OCéu e o Inferno e A Gênese. Ajovem Doutrina – O Espiritismo– que surgiu em 18 de abril de1857, avançou a passos largos,mostrando, de modo claro, a ori-

gem do sofrimento; explicando omistério da vida e da desencarna-ção; deixando claro o progressode todos os Espíritos dentro dotempo e do espaço, sob a égidedas leis eternas e imutáveis doCriador de todas as coisas; des-vendando os segredos do macroe do microcosmo.

O missionário da Terceira Re-velação, que veio à Terra em 3 deoutubro de 1804 e desencarnou em31 de março de 1869, viveu 65 anospara, em poucos anos, consideran-do-se o tempo no nosso planeta,codificar e consolidar uma Doutri-na que oferece o mais lógico con-junto doutrinário, majestoso edifí-cio de verdades irretorquíveis.

Nascido Hippolyte LéonDenizard Rivail e adotando o pseu-dônimo Allan Kardec, de uma re-encarnação como sacerdote druida,O Bom Senso Encarnado, comobem o definiu Camille Flammari-on, viveu pouco, mas viveu bem;morreu moço, para viver sempre.

A biografia de Allan Kardec,publicada na Revista Espírita,de maio de 1869 e transcrita nolivro Obras Póstumas, indaga:“Quem, entre nós, sem ser taxa-do de presunçoso, poderia pos-suir o espírito de método e orga-nização com o qual se iluminamos trabalhos do mestre? Só aque-la robusta inteligência poderiaempregar tanto material, de na-tureza tão diversa, triturá-lo,transformá-lo, para esparzi-locomo saudável orvalho pelas al-mas sequiosas de conhecer e deamar”.

A biografia diz que ele foi um“trabalhador infatigável, sempre oprimeiro a iniciar o trabalho e oúltimo a deixá-lo”. E que “morreucomo viveu: trabalhando”. E mais:“O homem deixou-nos, mas a suaalma será sempre conosco. É umprotetor seguro, uma luz a mais,um trabalhador infatigável, que foiaumentar as forças das falanges doespaço”.

Foi por Fortier, magnetiza-dor conhecido de Kardec, queele ouviu falar pela primeiravez , em 1854, das mesasgirantes. Os jornais noticiavamexperiências feitas em Nantes,Marselha e outras cidades sobreo fato de o fluido magnético, es-pécie de eletricidade, atuar so-bre os corpos inertes e fazê-losmover.

O Sr. Fortier disse a Kardecque mais extraordinário do quefazer a mesa girar e andar é fazê-la falar; que, perguntando algo, elaresponde. “Só acreditarei se vir ouse me provarem que a mesa temcérebro para pensar, nervos parasentir e que pode tornar-se sonâm-bula. Até então, permita-me queconsidere isso uma história fabu-losa”, respondeu Kardec.

O raciocínio lógico de um ho-mem de bom senso: “Há 50 anos,se tivessem dito, pura e simples-mente, a alguém que era possí-vel a transmissão de uma notíciaa 500 léguas, e a recepção da res-posta, dentro de uma hora, obter-se-ia uma gargalhada em troco,aliás, bem firmada em razões ci-entíficas, que provavam a impos-sibilidade material do fato. Hoje,que a lei da eletricidade é conhe-cida, ninguém o contesta, nemmesmo um campônio. O mesmoacontece aos fenômenos espíri-tas” (Obras Póstumas – A minhainiciação ao Espiritismo).

Realmente, como esclarecemos Espíritos, na resposta à ques-tão 798, de O Livro dosEspíritos, o Espiritismo “se tor-nará uma crença comum e mar-cará uma nova era na História daHumanidade, porque pertence àNatureza e chegou o tempo em

A atualidade de Allan KardecALTAMIRANDO CARNEIRO

[email protected] São Paulo

Histórias que nos ensinam

Fui o único filho a sair de casapara estudar fora. Vim do interi-or de São Paulo para o Norte doParaná onde conheci o Espiritis-mo, através de Hugo Gonçalves,diretor deste jornal.

Na minha família, a maioriaeram católicos. Fui o primeiro aingressar nas fileiras do Espiritis-mo, sendo que uns três anos de-pois meus pais também aderiramao Consolador Prometido.

O fato que vou narrar mudouprofundamente minha vida.

Todos os anos, eles vinhamme visitar e à minha família. Che-gavam na hora do almoço de umdia e iam embora na manhã dodia seguinte.

À tarde, meu pai e eu saíamoscaminhar, quando ele sempre meperguntava se eu precisava de algo.

Naquela época, vinte anosatrás, eu já recebia de Sr. Hugo atarefa de levar a mensagem espí-rita pela região, através de peque-nas palestras. Ia em um carro an-tigo, modelo Chevette, onde nor-

JOSÉ ANTÔNIOV. DE PAULA

[email protected] Cambé

malmente eu passava um calor in-suportável, que só quem mora oujá morou aqui, no Norte do Para-ná, sabe como é a temperatura dedeterminadas cidades desta região.

Eu tinha um terreno que esta-va à venda há mais de um ano, eque eu pretendia transformar emar-condicionado para o carro. Masnada de conseguir vendê-lo.

Naquela tarde, enquanto cami-nhávamos, ele fez a tradicionalpergunta: “Você precisa de algo?”

No mesmo instante, respondique sim, que gostaria muito de umar-condicionado. E expliquei oporquê. Então, surpreso, ouvi demeu pai algo que jamais esperariaque um dia fosse ouvir.

Ele me disse:– Filho, há quase três anos você

nos apresentou a abençoada Doutri-na dos Espíritos, o que mudou o rumode minha vida e de sua mãe. Confes-so – continuou ele – que esperava devocê uma outra atitude. Julgava quevocê, com a mente agora envolvidapelos ensinamentos de Jesus, à luz daverdade renovadora, fosse pensar emsua esposa, que fica em casa cuidan-do de tudo, enquanto você trabalha,e não em si próprio...

E no outro dia, como sempre,

eles foram embora bem cedo...Naquela mesma tarde, sentei-

me para ouvir o jornal das 13horas, quando, para minha sur-presa, escutei minha esposa con-versando com nossa funcionária,que até hoje está conosco, e di-zer: “Meu sonho era poder to-mar café aqui na cozinha...”

Morávamos, há alguns anos, emum apartamento pequeno, onde acozinha era imediata à área de ser-viço, o que impedia de colocarmosali uma mesa. Então ela preparavao café e vinha para a mesa da copa.

Eu nunca havia escutado osdesejos simples de minha mulher,embora eu jurasse para mim mes-mo que a amava, e muito.

Bem, não se passou um mêsquando apareceu um compradorpara meu terreno... E, em minhamente, a indignação de meu paiainda ressoava...

Creio que não será necessáriodizer que o ar-condicionado viroucozinha planejada. E mais do queisso, confesso que nunca mais tivea coragem de querer alguma parauso pessoal sem antes perguntar aela se precisava de algo.

Inesquecível a lição aprendi-da naquela tarde.

que deve tomar lugar nos conhe-cimentos humanos. Haverá, en-tretanto, grandes lutas a susten-tar, mais contra os interesses doque contra a convicção, porquenão se pode dissimular que hápessoas interessadas em comba-tê-lo, umas por amor-próprio eoutras por motivos puramentemateriais. Mas os seuscontraditores, ficando cada vezmais isolados, serão finalmenteforçados a pensar como todos osoutros, sob pena de se tornaremridículos”.

Allan Kardec faz a seguinteobservação a respeito do assun-to: “As ideias só se transformamcom o tempo e não subitamente;elas se enfraquecem de geraçãoem geração e acabam por desa-parecer com os que as professa-vam e que são substituídos poroutros indivíduos imbuídos denovos princípios, como se veri-fica com as ideias políticas. Vedeo paganismo; não há ninguém,certamente, que professe hoje asideias religiosas daquele tempo;não obstante, muitos séculos de-pois do advento do Cristianismoainda havia deixado traços quesomente a completa renovaçãodas raças pôde apagar. O mesmoacontecerá com o Espiritismo;ele faz muito progresso, mas ha-verá ainda, durante duas ou trêsgerações, um fermento de incre-dulidade que só o tempo fará de-saparecer. Contudo, sua marchaserá mais rápida que a do Cristi-anismo, porque é o próprio Cris-tianismo que lhe abre as vias so-bre as quais ele se desenvolverá.O Cristianismo tinha que des-truir; O Espiritismo só tem queconstruir.”

Os leitores de todo o globo podem ler o jornal O Imortalpor meio da internet, sem custo nenhum e sem necessidade decadastro, senha ou inscrição.

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ções de 2006 em diante. Basta clicar na edição desejada.A comunicação via internet com a Direção do jornal pode ser

feita por meio deste correio eletrônico: [email protected]

O jornal O Imortalna internet

O IMORTALPÁGINA 14 JANEIRO/2010

Mudando de VidaRodolfo era um menino muito

inteligente. Nascera num lar de ba-ses sólidas, em que os pais procu-ravam dar-lhe o melhor.

Apesar disso, Rodolfo não se in-teressava por nada que representas-se necessidade de estudo e aprimo-ramento. Gostava mesmo era debrincar, jogar bola com os amigose assistir à televisão.

Os pais preocupavam-se com ocomportamento do filho, cujo resul-tado era ir mal na escola, tirandosempre as piores notas da classe.

A professora alertara os pais,chamando-os um dia à escola paraconversar:

– Rodolfo é um garoto vivo einteligente. Contudo, se continuarassim não será aprovado no final doano. Além disso, suas companhiassão as piores e temo que, se não fortomada uma atitude, teremos pro-blemas sérios no futuro.

Os pais de Rodolfo agradeceramà professora e voltaram para casa su-mamente apreensivos, pensandoqual a melhor atitude a ser tomada.

Aproveitando um momento pro-pício, chamaram Rodolfo e inicia-ram um diálogo com ele, falando-lhe, com amor, sobre a necessidadede mudar de vida.

Não valeram conselhos e suges-tões, apelos à disciplina e ameaçasde corretivos. Rodolfo estava irre-dutível, respondendo sempre:

– Não adianta. Não gosto de es-tudar. Quero sair da escola.

– Mas, meu filho, você só tem

Já estamos no ANO NOVO!As festas se acabaram, você

ganhou no Natal os presentes quedesejava, e agora está curtindo asférias que bemmerece, por seuesforço no anoque passou.

Não preci-sando estudar,terá muito tem-po à sua dispo-sição. O quefará com ele?

Se você forviajar com a fa-mília, ótimo!Procure apro-veitar para bemconhecer os lu-gares por ondepassar.

Se você nãovai poder viajar,não tem impor-tância! Existeuma infinidade de coisas que vocêpode fazer, sem sair de sua cida-de, como brincar com os amigos,passear pela cidade, andar de bi-cicleta, ver televisão, ler um bom

Feliz 2010!

dez anos e toda a vida pela frente.Precisa se preparar para o futuro.Aprender, para enriquecer-se inte-riormente e ser um cidadão útil àsociedade, quando crescer.

– Não adianta. Esta é a vida deque eu gosto. Não quero estudar mais.

Os pais se calaram vendo a inuti-lidade de continuar a dialogar com ele.

Foram deitar-se preocupados. Oque fazer?

Elevando o pensamento ao Cri-ador, suplicaram ajuda na educação

do filho. Espíritas que eram, não ig-noravam que Rodolfo era um Espí-rito que viera à Terra para progre-dir, e que eles, seus pais, eram res-ponsáveis por sua vida.

Um Espírito amigo, que foraavó do menino quando encarnada,comovendo-se com a situação dospais e também preocupada com ofuturo do neto, desejando auxiliar,teve uma idéia.

Aproximou-se do leito do garo-to, que acabara de deitar, e aguardou.

Adormecendo, Rodolfo saiu docorpo e viu a avó ao lado da cama, comos braços estendidos em sua direção:

livro, jogar bola, ir ao cinema.Estes são apenas alguns exem-

plos. Você pode fazer muito mais,como: visitar crianças necessita-

das, doar livros,roupas, calça-dos, e brinque-dos de que nãovai mais preci-sar, entre outrascoisas.

E ainda vailhe sobrar mui-to tempo para sedivertir.

Nós, da equi-pe do Jornal “OImortal”, deseja-mos a você e suafamília um ANONOVO muito fe-liz, repleto dePAZ, AMOR EALEGRIA.

Que Jesusampare a todos,

e que, em nosso mundo, as pes-soas consigam viver com menosviolência e mais PAZ, FRATER-NIDADE E SOLIDARIEDADE!

FELIZ ANO NOVO!...

de aspecto feio, sofrendo, choran-do e se lastimando.

Assustado, o coração aos saltos,Rodolfo indagou:

– Que lugar é esse, vovó? Quemsão essas pessoas?

Fitando penalizada aqueles in-felizes, a senhora explicou:

– Esses, Rodolfo, são Espíritosque, na Terra, só pensaram em gozara vida, entregues ao egoísmo e à inu-tilidade. Viveram apenas para si mes-mos. Não procuraram aprender paraprogredir e melhorar intimamente.Hoje, colhem o que plantaram. Vocêviu regiões siderais de grande belezaem que Espíritos bons se dedicam aoaprimoramento de suas potencialida-des, buscando o melhor, para si mes-mos e para o próximo. Aqui, está olado oposto da moeda. Onde existi-ram o egoísmo, a preguiça, a indife-rença, agora convivem a dor, o sofri-mento, o remorso, por não terem

aproveitado as oportunidades queDeus lhes outorgara.

Assustado, Rodolfo teve vonta-de de fugir daquele lugar cheio degritos e lamentos. Nada mais viu eacordou em seu leito, banhado desuor, tremendo de medo.

O dia começava a clarear. Rodol-fo lembrava-se nitidamente do sonhoque tivera com a vovó Lúcia. Sentiaque não fora um sonho, que realmen-te se encontrara com a avó.

Quando a mãezinha veiodespertá-lo para ir à escola, o queera sempre um momento difícil,encontrou-o arrumado e pronto paratomar o café.

Surpresa, a mãe perguntou, no-tando-o diferente:

– O que houve, meu filho?– Nada. Hoje estou com vonta-

de de estudar.

Tia Célia

– Venha, Rodolfo, quero queveja algumas coisas interessantes.

– Vovó Lúcia! Para onde va-mos?

– Você verá. Venha comigo.Tomando a mão do neto, a se-

nhora levou-o pelo espaço, volitandoa grande velocidade. Rodolfo esta-va surpreso e entusiasmado com anovidade. Gostava de aventuras.

Desceram num lugar muito lin-do onde crianças faziam um concer-to ao ar livre, em meio a um jardim,tocando melodias lindíssimas.

Encantado, sentindo enormebem-estar, Rodolfo exclamou:

– Que beleza! Onde estamos,vovó?

– Num mundo muito distante daTerra.

– Gostaria de saber tocar músi-cas tão belas! – disse ele.

– Sim, mas para isso é preciso oesforço do aprendizado. Essas cri-anças há longo tempo se dedicam àarte da música.

Deixando aquele ambiente depaz e harmonia, a avó levou Rodol-fo para outro local, igualmente beloe agradável, onde muitas criançasse dedicavam à arte, algumas dese-nhavam, outras pintavam e outrasesculpiam estátuas primorosas.

– Como conseguem fazer coi-sas tão belas e com tanta perfeição?– indagou Rodolfo, deslumbrado.

– Ah! Precisaram de muito esfor-ço, dedicação e perseverança para de-senvolver a arte que agora expressam.

Partindo dali até outro local queparecia uma escola, Rodolfo viu cri-anças escrevendo poemas e fazen-do textos que seriam, mais tarde,usados em livros.

– Mas são apenas crianças! –considerou – Como conseguem es-crever tão bem?

– São Espíritos que se dedicamà literatura e que se preparam paraenviar aos encarnados o resultadodos seus trabalhos e das suas con-quistas. Mas, para isso, precisaramestudar muito.

Deixando o ambiente saturadode harmonia, a vovó levou Rodolfoa outro lugar. Afastando-se das re-giões celestes e agradáveis, de céulimpo e azul, mergulharam em umambiente pesado, de densa neblina,onde Rodolfo viu criaturas escuras,

O IMORTALJANEIRO/2010 PÁGINA 15

Mais consciência e Condensado de Bose-Einstein

Entre os cientistas que têm es-tudado a relação entre os mecanis-mos da vida, da consciência e o quese chamou de Condensado de Bose-Einstein, a ligação matéria-espírito,sem dúvida tem proeminência a fí-sica quântica formada pelo MIT(Massachusetts Institute ofTechnology) e doutora em Filoso-fia e Religião por Harvard DanahZohar, que hoje vive em Oxford, naInglaterra.

Em seu livro “O Ser Quântico”,ela propõe uma nova visão da rela-ção do homem com a natureza, as-sinalando que fazemos parte inte-grante dela e dela não somosdissociados.

Diz ela:“Praticamente todas as grandes

religiões acolheram e refletiram aciência de sua época, ou ao menosa compreensão corrente da nature-za e suas forças juntamente com omais corrente conhe-cimento da na-tureza humana e da psicologia. Issoporque a principal força motriz portrás de qualquer percepção religio-sa é a tentativa de formar um qua-dro coerente do mundo e de nossolugar nele.

Assim, os antigos gregos, queeram obcecados pelas forças natu-rais - ventos, tempestades, terremo-tos etc. - e a impotência humana di-ante delas (o destino), concebiamseus deuses e deusas comocorporificações humanoides superi-ores daquelas forças e deles mesmosenquanto joguetes dos deuses.Como eles, os deuses eram corajo-sos e ardilosos, por vezes mal-humorados e vingativos, e o desa-

fio era vencê-los pela persuasão oupelo ardil.

A “ciência” budista era uma ci-ência dos estados de consciência.Preocupava-se em como ver atravésdas ilusões, como controlá-las. Por-tanto, concebia o Universo comoalgo parecido com o estado básicotodo abrangente da consciência, umaconsciência da qual a parte humanahavia se separado. O desafio eravoltar ao estado básico, atingir aunião com ele e assim chegar aonirvana: ausência de tempo e cons-ciência/inconsciência.

A tradição cristã, como a judai-ca, na qual está fundada, preocupa-va-se com a unificação e a ordemsociais - a Lei ou unidade do corpode Cristo. Ao propor seus fundamen-tos, porém, ela englobou acosmologia de Ptolomeu centrada naTerra e a convicção platônica numadivisão entre este mundo terreno damatéria e o mundo do espírito. Parao mundo da matéria, os padres docristianismo adotaram com prazer osaspectos principais da ciência gre-ga, rejeitando porém a ideiaaristotélica de um universo que sem-pre existiu uma vez que isto colidecom a narração bíblica da criação.De certo modo rejeitaram igualmen-te a teleologia aristotélica - a noçãode que a matéria tem um sentido depropósito ou direção (a “causa final”de Aristóteles) pois isto ia contra adivisão entre matéria e espírito.

Para o mundo do espírito, o cris-tianismo concebeu um Deus trans-cendente que permitia que Sua in-fluência fosse sentida através dasforças das esferas celestes, habita-das por várias hostes angélicas, aideia de um Universo centrado naTerra - o que a fazia merecedora deatenção especial do Deus transcen-

dente -, a credibilidade dos milagrese da ressurreição da carne foram setornando problemáticas. A Igrejaapegou-se tenazmente ao que algunsde seus padres mais modernos cha-mam de “catecismo de escola paro-quial”. Mas muitos de seus seguido-res foram assolados pela dúvida.

Não é mais possível acreditar emambos: as descobertas da ciênciamoderna e os ditames tradicionais daIgreja. Assim, para um número cadavez maior de pessoas, a ciência e apsicologia tomaram hoje o lugar dareligião tradicional. Queremos, tal-vez mais do que nunca, nos compre-ender e a nosso mundo, conhecer ahistória do Universo e a de nossolugar nele para formar um quadrocoerente de como deveríamos noscomportar e em direção a que obje-tivos deveríamos lutar, para saber oque tem valor e o que não tem. Mascada vez mais nos voltamos para aciência a fim de saber essas coisas.Quando ela não oferece as respos-

tas, sentimo-nos perdidos.Nem a física mecânica de Newton

nem a biologia de Darwin disserammuito que possa contribuir para umquadro coerente de nós mesmos den-tro do Universo. A física de Newtonnão tem absolutamente nada a dizersobre a consciência nem sobre o pro-pósito e os objetivos dos seres cons-cientes. A visão de mundomecanicista fez muito pelo enfraque-cimento das certezas do cristia-nismo,mas tinha pouco valor espiritual paracolocar em seu lugar.

Analogamente, a biologiadarwinista, quer em sua versão ori-ginal brutal e determinista (a sobre-vivência do mais forte), quer na ver-são neodarwinista com ênfase naevolução aleatória, tem pouco a nosdizer acerca do porquê de estarmosaqui, de como nos relacionamos como surgimento da realidade material,e muito menos acerca do propósitoe significado de qualquer evoluçãoda consciência além da conclusão

muito simples e utilitária de que aconsciência parece conferir “algumavantagem evolutiva”.

Da mesma forma, a tecnologianos deu um padrão de vida muitomais elevado, mas nenhuma noçãodo que é a vida - nenhuma melhorana “qualidade de vida”. A tecnolo-gia, como a pura ciência mecânica, édespojada de valores; está ali paratodo e qualquer uso. Sob muitos as-pectos, essa tem sido sua força, as-sim como a fria objetividade era aforça da física de Newton - separavao propositado do mecânico e possi-bilitava que víssemos claramente oque fazia o mecânico funcionar. Masesse tipo de ciência e de tecnologianão nos diz nada sobre nós mesmos,deixando-nos com uma sensação dealienação de nosso ambiente materi-al. Isoladas, sem nenhum comple-mento espiritual, essa ciência e tec-nologia nos fazem sentir alienadosuns dos outros e do mundo.” (Conti-nua no próximo número.)

AIGLON [email protected]

De Londrina

Caridade para com o trabalhador espírita

Abraham Maslow (1908–1979), psicólogo norte-americanodo século passado, elaborou a pi-râmide das necessidades humanas,dividindo-a em 5 categorias: fisi-ológicas, de segurança, sociais, deestima e realização pessoal.

Didaticamente, Maslow abor-dou ponto interessante e credorde reflexão. Sua teoria, emboratenha alguns detratores, reflete demaneira prática as necessidadeshumanas e suas implicações namotivação do indivíduo. Aliás,vale lembrar que nem o próprioMaslow estava plenamente satis-feito com sua teoria. Julgava fal-tar algo, o elemento básico: a es-piritualidade. Natural o pensa-mento de Maslow, porquanto oHomem não é apenas carne eosso, mas também, e, sobretudo,um ser espiritual. No entanto,nosso objetivo não é seaprofundar nas elucubrações dopensador norte-americano. Gos-taríamos de, no presente artigo,tratar de tema pertinente às lide-ranças espíritas e o relacionamen-to com os demais trabalhadoresda Casa Espírita.

Perceba, caro leitor, indepen-dente de nossa condição social e

cultural, todos temos necessidades.A própria existência humana im-põe que seja assim. As necessida-des fisiológicas, por exemplo, sãoimpositivos naturais de nossa vol-ta ao corpo físico. Subordinados àmáquina orgânica, temos que aqui-escer às suas necessidades, querqueiramos ou não.

Reforçando: todos nós, inde-pendente da condição que tempo-rariamente ocupamos, temos ne-cessidades, incluindo, portanto, otrabalhador espírita.

Sim, os abnegados servidores daseara espírita têm suas necessidadese enfrentam, como seres humanosque são, os desafios da existência.São merecedores de caridade, pre-cisam sentir que são queridos e quea Casa Espírita também está dispos-ta a suprir suas necessidades. Logo,forçoso admitir que a mesma cari-dade destinada aos assistidos das ins-tituições espíritas deve ser estendi-da aos trabalhadores. Aliás, é um bá-sico princípio de justiça.

Entretanto, não raro enxerga-mos apenas o que nossos limita-dos olhos físicos mostram. As di-ficuldades materiais encarnadas namiséria e abandono são vistasclaramente. Há, porém, situaçõesque vão muito além das aparênci-as. Há pessoas que choram sorrin-do e, quando isso ocorre, muitasvezes não percebemos. É preciso,

pois, estar atento e ser um líderespírita participativo para mostrarao grupo a importância de cadamembro. É necessário estar aten-to para observar as necessidadesdos indivíduos. Em alguns mo-mentos da existência precisamosdo abraço, do apoio ou mesmodos ouvidos dos amigos. Rele-vante que o encontremos na CasaEspírita, em meio aos amigos quesabem as felicidades e agruras daexistência humana sob as diretri-zes marcantes da Imortalidade daAlma.

Eis, então, um oportuno lem-brete às lideranças da doutrinacodificada por Kardec: atentemtambém para as necessidades dosvoluntários das instituições queestão sob sua coordenação.

Preocupem-se com seus tra-balhadores, se estão motivados,enfrentando desafios ou dificul-dades. Perguntem, exponham,criem laços de amizades e o sau-dável hábito de preocupar-se como próximo mais próximo. Enfim,lembrem-se de que o problematambém bate à porta de quem seempenha em abri-la aos menosfavorecidos. Caridade tambémpara com o trabalhador espírita,para que nossas Casas sejam la-res revestidos do fraterno amor deCristo.

Pensemos nisso.

WELLINGTON [email protected]

De Bauru, SP

Divaldo responde– O terrorismo vem causando

muitos males em todos os cantosda Terra. Muitas vidas foram e con-tinuarão sendo ceifadas em nomedo fanatismo religioso. Como en-tender que alguém possa morrer ematar em nome de Deus?

Divaldo Franco: Infelizmen-te, o fanatismo de qualquer natu-reza responde pela predominân-cia da natureza animal sobre anatureza espiritual do ser (ques-tão 742 de O Livro dos Espíri-tos), dando lugar a atrocidadesinimagináveis. Entretanto, o sui-

cídio através de bombas e de ou-tras formas hediondas constitui omais degradante processo de con-duta em relação à dignidade hu-mana, porque a vida física é su-blime dom concedido por Deus,que ninguém tem o direito de in-terromper, porque faculta o de-senvolvimento intelecto-moral doEspírito.

Tal comportamento demons-tra o estágio primário em que ain-da se reencarnam muitos Espíri-tos desvairados sem possibilida-de de manter o equilíbrio...

(Extraído de entrevista concedida ao jornal O Imortal, publicadaem maio de 2008.)

O IMORTALPÁGINA 16

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“Dois meios podem servir parafixar as ideias sobre as questõesduvidosas: primeiro, é submetertodas as comunicações ao examesevero da razão, do bom sensoe da lógica; o segundo critério

da verdade está naconcordância do ensino.”

(Allan Kardec em O que é oEspiritismo - c. 2, n. 99.)

No livro “Na Próxima Dimen-são” do Espírito Inácio Ferreira,psicografia de Carlos A. Baccelli,1ª edição, lemos:

1ª - c.33, p.210, “... mas, res-pondendo-lhe, digo-lhe que é pre-ciso que eu esqueça, assim comonão mais me lembro de que, umdia, fui Carlos Chagas, haverei deesquecer de que sou André Luiz...”(sic); e no c.35, p.221, vemos: “...inclusive o Umbral, onde estivedurante uns oito anos...”; e

2ª - c.35, p.222, “... inclusiveo Umbral onde estive durante unsoito anos...”.

Vamos analisar tais passagens àluz da lógica, do bom senso e da ra-zão, seguindo os ensinamentos deKardec em epígrafe. Para tanto de-vemos contextualizá-las em face dedados biográficos de seus dois filhosEvandro e Carlos Chagas Filho; deinformações prestadas pelo Espíri-to Emmanuel, na apresentação doEspírito André Luiz, intitulada“Novo Amigo”, datada de 3/10/1943 e constante do livro Nosso Lar;de dados e situações narradas peloEspírito André Luiz nos livros Nos-so Lar e Os Mensageiros; e de in-formação dada pelo Espírito IrmãoJacob no livro Voltei. Todos os li-vros foram psicografados por Fran-cisco Cândido Xavier.

Primeiramente, trataremos dasegunda passagem acima referida,considerando-a válida, visto queconcordante com a passagem doc. 7º de Nosso Lar, em que Lísiasdiz: “Talvez você (André Luiz) nãosaiba ainda que a sua permanên-

PEDRO BEZERRA [email protected]

Do Rio de Janeiro

Terá sido o Espírito André Luiz o Dr. Carlos Chagas?

JANEIRO/2010

cia nas esferas inferiores durou maisde oito anos consecutivos”.

Os dados mostram aimpossibilidade matemáticade o Espírito Carlos Chagas

haver escrito o livro Nosso Lar

Em validarmos tal passagem,convém verificar a possibilidadelógico-matemática de ser o Dr.Carlos Chagas o autor espiritual dolivro Nosso Lar, conforme dadosbiográficos dele e cronográficosdos livros Nosso Lar, Os Mensa-geiros e Voltei, a saber:

A - Falecimento de Carlos Cha-gas: 8/11/1934;

B - Data da apresentação“Novo Amigo” de Emmanuel: 3/10/1943, livro Nosso Lar;

C - Prefácio de Emmanuel nolivro Os Mensageiros: datada de25/2/1944; e,

D - Tempo para a afinização deAndré Luiz com Chico Xavier: 700dias consecutivos, livro Voltei, c. 1º,confirmado pela carta de Chico Xavier,de 12/10/1946, a Wantuil de Freitas,segundo livro “Testemunhos de ChicoXavier”, 1ª Ed. FEB, p. 97-99.

E - Tempo indeterminado en-tre o resgate de Carlos Chagas,Espírito, do Umbral e o início doperíodo de setecentos dias paraafinização com Chico Xavier, pois,estando no Umbral, teve necessi-dade de tratamento, recuperação einstrução a fim de se tornar aptoao mister de escritor espiritual.

Se correlacionarmos os dadossupra e realizarmos uma adição, des-ta forma: 8/11/1934 + 8 anos + 1 anoe 11 meses (700 dias) + tempoindeterminado = 8/10/1944 + tempoindeterminado, concluímos, pois,pela impossibilidade matemática deo Espírito Carlos Chagas haver escritoo livro Nosso Lar, cuja conclusão deu-se, no máximo, em 3/10/1943, por sera data em que Emmanuel nos apre-sentou o Espírito André Luiz.

Acrescente-se que, pelo resultadoda soma acima, o livro Os Mensagei-ros não pode, igualmente, ter sido es-crito pelo Dr. Carlos Chagas, tendo emvista a data do prefácio de Emmanuel,

para essa obra, ser 25/2/1944.Se supusermos um período de

tempo similar para tratamento, re-cuperação e instrução do Dr. CarlosChagas ao descrito por André Luizem Nosso Lar, o livro Missionári-os da Luz, prefácio de Emmanuelde 13/5/1945, também não pode serda lavra do Dr. Carlos Chagas, Es-pírito; além disso, o livro Obreirosda Vida Eterna, prefácio de Emma-nuel de 25/3/1946, fica sob suspei-ta quanto ao seu escritor espiritual.

Há, também, o lado moral aconsiderar.

Carlos Chagas ficou órfão depai aos quatro anos e não teria

condições de participar denegócios como André narrou

Vejamos as afirmações de Emma-nuel ao apresentar-nos André Luiz:

1) “Embalde os companheirosencarnados procurariam o médicoAndré Luiz nos catálogos da con-venção.”

2) “Por vezes o anonimato éfilho do legítimo entendimento edo verdadeiro amor.”

3) “Entretanto, de há muitodesejamos trazer ao nosso círculoespiritual alguém que possa trans-mitir a outrem o valor da experi-ência própria, com todos os deta-lhes possíveis à legítima compre-ensão da ordem que preside o es-forço dos desencarnados laborio-sos e bem-intencionados.” (grifei)

4) “Guarde a experiência dele(André Luiz) no livro d’alma. Eladiz bem alto que não basta à cria-tura apegar-se à existência huma-na, mas precisa saber aproveitá-ladignamente...” (grifei).

Analisando essas assertivas deEmmanuel, vemos que, embora oanonimato assumido pelo Espíritocomunicante, ao chamar-se AndréLuiz, ele relata experiências vividaspor ele após o seu desencarne, mu-dando apenas o necessário à preser-vação do seu anonimato por amoraos seus familiares ainda na carne.Não temos, pela coerência do Espí-rito Emmanuel, na qualidade de Es-pírito mentor de Chico Xavier, re-velada em seus livros e mensagens,no transcurso da vivência mediúni-ca do nosso amado Chico, por queduvidar quando ele nos concita aguardar no livro d´alma a experiên-cia de André Luiz, seja ele quem for.

Fazendo abstração do fator tem-po após o desencarne do Dr. CarlosChagas, há passagens no livro Nos-so Lar que, em face das assertivasde Emmanuel, de que o EspíritoAndré Luiz falava de experiênciaspróprias, se caracterizam por com-pleta impossibilidade, como a pas-sagem narrada no capítulo 35 - En-contro Singular, onde André Luizencontra o Espírito Silveira, antigodevedor de seu pai, ficando constran-gido conforme diz: “Queria descul-par-me e todavia não encontrava fra-ses justas, porque, na ocasião, tam-bém encorajara meu pai a consumaro iníquo atentado...”. Ora, CarlosChagas ficou órfão de pai aos qua-tro anos de idade e não teria condi-ções de participar, em qualquer hi-pótese, de negócios de adultos daforma como André Luiz narrou.

Carlos Chagas teve dois filhos:Evandro Chagas e CarlosChagas Filho; André Luizteve duas filhas e um filho

Há ainda a questão da família aconsiderar. Carlos Chagas teve doisfilhos: Evandro Chagas que faleceuem 1940, no Rio de Janeiro, de de-sastre aéreo, e Carlos Chagas Filho,falecido em 2000, católico, de vidaequilibrada, chegando a ser presidenteda Academia Pontifícia de Ciênciasdo Vaticano. Ambos foram médicos.

Nos sites abaixo podemos ob-ter dados sobre a família terrena do

Dr. Carlos Chagas: a) http://www.e ta l l . hpg . ig . com.br /chagas.htm;

b) http://www.medio.com.br/index.php (pesquise por CarlosChagas);

c) http://www.coc.fiocruz.br/areas/dad/guia_acervo/index.htm;

d) http://www.coc.fiocruz.br/manguinhos/carlos.htm.

Vemos por esses dados que,à época da lavra do livro NossoLar, a família terrena do Dr.Carlos Chagas se constituía ape-nas da esposa e de um filho, vis-to que o outro já havia desencar-nado, enquanto André Luiz nosdiz que tinha duas filhas e umfilho encarnados quando da suavolta, em Espírito, ao antigo lar.

Há ainda outras análises a se-rem feitas, mas finalizamos trans-crevendo o conselho do EspíritoSão Luís, constante do nº 266 d´OLivro dos Médiuns: “Qualquerque seja a confiança legítima quevos inspirem os Espíritos que pre-sidem aos vossos trabalhos, umarecomendação há que nunca serádemais repetir e que devereis terpresente sempre na vossa lem-brança, quando vos entregais aosvossos estudos: é a de pesar emeditar, é a de submeter aocadinho da razão mais severa to-das as comunicações quereceberdes; é a de não deixar depedir as explicações necessáriasa formardes opinião segura, des-de que um ponto vos pareça sus-peito, duvidoso ou obscuro”.

Estudemos Kardec!

Nota:O artigo acima foi publicado

inicialmente no site:h t t p : / / w w w. i n s t i t u t o

a n d r e l u i z . o r g / c a _ p e d r o _bezerra_neto.html.

Nossa confreira Lori Marlidos Santos, dirigente da institui-ção mantenedora do site referi-do, autorizou expressamente apublicação do artigo neste peri-ódico, tendo em vista a sua rele-vância e oportunidade.