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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 645 Novembro de 2007 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec Cartagena recebe espíritas de 30 países no 5 o Congresso Espírita Mundial Um total de 1.436 pes- soas de 30 diferentes países, esse o número de participan- tes do 5 o Congresso Espíri- ta Mundial, promovido pelo Conselho Espírita Internaci- onal e realizado no período de 10 a 13 de outubro pela Confederação Espírita Co- lombiana, com apoio da Fe- deração Espírita da Costa Atlântica (foto). Dos países ali represen- tados, o destaque ficou para a Co- lômbia (813 pessoas) e o Brasil (349). Estados Unidos, Venezuela e Peru vieram logo a seguir na lis- ta dos países com maior número de representantes. O evento foi iniciado e encer- rado com conferências de Divaldo Pereira Franco e contou com 35 expositores de diferentes países, os quais desenvolveram seminários e painéis sobre temas das quatro par- tes de O Livro dos Espíritos, aten- dendo, assim, ao tema central 150 anos de Luz e Paz. Várias apresen- tações artísticas e o filme sobre Bezerra de Menezes também inte- graram a programação do Con- gresso. No dia 12 de outubro, à tarde, enquanto J. Raul Teixeira proferia sua conferência, Divaldo Franco psicografou uma mensagem ditada pelo Espírito de Ana Fuentes de Cardona, que foi, na Terra, verda- deira missionária de nossa Doutri- na, naquela cidade e por todo o país. A mensagem de Ana de Cardona, que desencarnou em 2003, é publi- cada nesta edição. Págs. 8 e 9 Aniversário de Hugo Gonçalves é comemorado em jantar Foi durante um agradável jan- tar que amigos e familiares de Hugo Gonçalves, o “Paizinho”, como é conhecido e chamado ca- rinhosamente, comemoraram o 94.º aniversário daquele que é considerado um dos grandes ba- luartes do Movimento Espírita em nosso Estado. O evento foi reali- zado no último sábado, dia 6, na Loja Maçônica Regeneração III, na região central de Londrina e contou com a presença de cerca de 250 pessoas (fotos). Antes de o jantar ser servido, um dos sobrinhos de Hugo, Édo Mariani, da cidade de Matão (SP), pronunciou uma bela mensagem de carinho em homenagem ao ani- versariante. Ele lembrou as ações realizadas pelo “paizinho” e sali- entou que “Hugo é uma pessoa que soube aproveitar de verdade a sua passagem pela Terra, praticando a caridade na sua forma mais plena”. Também foi apresentada uma sé- rie de imagens dos trabalhos reali- A Revue Spirite há 140 anos ........ 15 Aiglon Fasolo ............................... 6 Clássicos do Espiritismo ............... 5 Crônicas de Além-Mar ................ 12 De coração para coração ................ 4 Divaldo responde .......................... 5 Editorial ........................................ 2 Efigênia S. Santos ....................... 10 Emmanuel .................................... 2 Espiritismo para as crianças ......... 14 Estudando as obras de André Luiz ............................. 13 Grandes Vultos do Espiritismo ...... 7 Jane Martins Vilela ...................... 13 Joanna de Ângelis ......................... 2 José Viana Gonçalves .................. 12 Momentos com Divaldo Franco .. 10 Palestras, seminários e outros eventos .......................... 11 Congresso de Divulgadores do Espiritismo atrai um público numeroso Numa promoção da Associação Brasileira de Divulgadores do Es- piritismo – ABRADE, realizou-se em João Pessoa, na Paraíba, o 2 o CONBRADE - Congresso Brasilei- ro de Divulgadores do Espiritismo, de que participaram 20 expositores, Vasconcellos, sede da Federação Espírita Paraibana, e o tema cen- tral foi ”Comunicação Social Es- pírita – Construindo pontes entre as pessoas”. Luiz Signates profe- riu a palestra de abertura e Cosme Massi, a de encerramento. Pág. 3 Evento realizado na Loja Maçônica Regeneração III, na região central de Londrina, contou com a presença de cerca de 250 pessoas entre amigos e familiares do “paizinho”, que comemorava naquela data 94 anos de idade zados por Hugo Gonçalves em Cambé, ao longo de sua vida. Fotos dele com crianças, com sua esposa Dulce, e também com os colabora- dores do Centro Espírita Allan Kar- dec, da cidade de Cambé, foram al- gumas das imagens expostas. Com muita simpatia e humilda- de, Hugo Gonçalves também pro- nunciou algumas palavras. Além de agradecer os convidados presentes, ele garantiu ser “apenas uma criaturinha”, e logo em seguida dis- se, brincando, “vamos jantar por- que todos vieram aqui para comer”. Além de fundador e diretor do conhecido jornal espírita O Imor- tal, que completa em dezembro 54 anos de existência ininterrupta, Hugo Gonçalves leva consigo um grandioso currículo composto pela administração de entidades como o Centro Espírita Allan Kardec e o Lar Infantil Marília Barbosa, ambos si- tuados na cidade de Cambé (PR), e a participação decisiva no movimen- to que deu origem, nos anos 60, à estudiosos e profissionais ligados à área da comunicação e cerca de 500 participantes provenientes de agru- pamentos espíritas de todo o País. O encontro ocorreu no período de 11 a 14 de outubro de 2007, no Centro de Convenções Lins de Ainda nesta edição Com o seminário geral “Refle- tindo com Kardec”, ministrado por Maria Helena Marcon, presidente da Federação Espírita do Paraná, iniciou-se no dia 21 de outubro, no anfiteatro do Centro de Ciências Humanas da Universidade Estadu- al de Londrina, mais uma reunião Inter-Regional Norte, que contou com a participação de 263 pessoas. Na noite anterior, no Centro Espíri- ta Nosso Lar, os diretores da Fede- ração reuniram-se com os dirigen- tes espíritas da região. Pág. 3 Inter-Regional Norte agrada a todos criação do Conselho Federativo da Federação Espírita do Paraná e às Uniões Regionais Espíritas. Inaugurado em março de 1953, o Lar Infantil Marília Barbosa, pouco tempo depois, passou a ser administrado pelo casal Dulce e Hugo, que contou sempre com a colaboração indispensável de sua esposa, falecida há poucos anos. Acolhendo meninas órfãs, em re- gime de internato, o Lar Marília Barbosa tornou-se uma referência em matéria de instituição espírita voltada para a criança desvalida. Nascido em 1913 em Matão, Hugo teve como orientador de toda a sua infância e juventude o saudo- so Cairbar Schutel, do qual se tor- nou discípulo dedicado e um exem- plo para todas as gerações de espí- ritas que têm nele uma referência em todos os campos de atuação do Movimento Espírita, especialmen- te no tocante à divulgação por meio do jornal e da tribuna. (Fernanda Borges, de Londrina-PR.) Hugo recebe o cumprimento de sua nora Terezinha Momento em que Hugo agradeceu a todos pela festa Flagrante do jantar com Hugo (centro), Édo Mariani (à esq.), Cairbar e Maria José (à direita) Momento do Congresso Mundial de Cartagena quando Nestor Masotti se dirigia ao público

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 645 Novembro de 2007 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

Cartagena recebe espíritasde 30 países no 5o Congresso

Espírita MundialUm total de 1.436 pes-

soas de 30 diferentes países,esse o número de participan-tes do 5o Congresso Espíri-ta Mundial, promovido peloConselho Espírita Internaci-onal e realizado no períodode 10 a 13 de outubro pelaConfederação Espírita Co-lombiana, com apoio da Fe-deração Espírita da CostaAtlântica (foto).

Dos países ali represen-tados, o destaque ficou para a Co-lômbia (813 pessoas) e o Brasil(349). Estados Unidos, Venezuelae Peru vieram logo a seguir na lis-ta dos países com maior número derepresentantes.

O evento foi iniciado e encer-rado com conferências de DivaldoPereira Franco e contou com 35expositores de diferentes países, osquais desenvolveram seminários epainéis sobre temas das quatro par-tes de O Livro dos Espíritos, aten-dendo, assim, ao tema central 150anos de Luz e Paz. Várias apresen-

tações artísticas e o filme sobreBezerra de Menezes também inte-graram a programação do Con-gresso.

No dia 12 de outubro, à tarde,enquanto J. Raul Teixeira proferiasua conferência, Divaldo Francopsicografou uma mensagem ditadapelo Espírito de Ana Fuentes deCardona, que foi, na Terra, verda-deira missionária de nossa Doutri-na, naquela cidade e por todo o país.A mensagem de Ana de Cardona,que desencarnou em 2003, é publi-cada nesta edição. Págs. 8 e 9

Aniversário de Hugo Gonçalvesé comemorado em jantar

Foi durante um agradável jan-tar que amigos e familiares deHugo Gonçalves, o “Paizinho”,como é conhecido e chamado ca-rinhosamente, comemoraram o94.º aniversário daquele que éconsiderado um dos grandes ba-luartes do Movimento Espírita emnosso Estado. O evento foi reali-zado no último sábado, dia 6, naLoja Maçônica Regeneração III,na região central de Londrina econtou com a presença de cercade 250 pessoas (fotos).

Antes de o jantar ser servido,um dos sobrinhos de Hugo, ÉdoMariani, da cidade de Matão (SP),pronunciou uma bela mensagemde carinho em homenagem ao ani-versariante. Ele lembrou as açõesrealizadas pelo “paizinho” e sali-entou que “Hugo é uma pessoa quesoube aproveitar de verdade a suapassagem pela Terra, praticando acaridade na sua forma mais plena”.Também foi apresentada uma sé-rie de imagens dos trabalhos reali-

A Revue Spirite há 140 anos ........ 15Aiglon Fasolo ............................... 6Clássicos do Espiritismo ............... 5Crônicas de Além-Mar ................ 12De coração para coração ................ 4Divaldo responde .......................... 5Editorial ........................................ 2Efigênia S. Santos ....................... 10Emmanuel .................................... 2Espiritismo para as crianças ......... 14Estudando as obrasde André Luiz ............................. 13Grandes Vultos do Espiritismo ...... 7Jane Martins Vilela ...................... 13Joanna de Ângelis ......................... 2José Viana Gonçalves .................. 12Momentos com Divaldo Franco .. 10Palestras, semináriose outros eventos .......................... 11

Congresso de Divulgadores do Espiritismoatrai um público numeroso

Numa promoção da AssociaçãoBrasileira de Divulgadores do Es-piritismo – ABRADE, realizou-seem João Pessoa, na Paraíba, o 2o

CONBRADE - Congresso Brasilei-ro de Divulgadores do Espiritismo,de que participaram 20 expositores,

Vasconcellos, sede da FederaçãoEspírita Paraibana, e o tema cen-tral foi ”Comunicação Social Es-pírita – Construindo pontes entreas pessoas”. Luiz Signates profe-riu a palestra de abertura e CosmeMassi, a de encerramento. Pág. 3

Evento realizado na Loja Maçônica Regeneração III, na região central de Londrina,contou com a presença de cerca de 250 pessoas entre amigos e familiares

do “paizinho”, que comemorava naquela data 94 anos de idade

zados por Hugo Gonçalves emCambé, ao longo de sua vida. Fotosdele com crianças, com sua esposaDulce, e também com os colabora-dores do Centro Espírita Allan Kar-dec, da cidade de Cambé, foram al-gumas das imagens expostas.

Com muita simpatia e humilda-de, Hugo Gonçalves também pro-nunciou algumas palavras. Além deagradecer os convidados presentes,ele garantiu ser “apenas umacriaturinha”, e logo em seguida dis-se, brincando, “vamos jantar por-que todos vieram aqui para comer”.

Além de fundador e diretor doconhecido jornal espírita O Imor-tal, que completa em dezembro 54anos de existência ininterrupta,Hugo Gonçalves leva consigo umgrandioso currículo composto pelaadministração de entidades como oCentro Espírita Allan Kardec e o LarInfantil Marília Barbosa, ambos si-tuados na cidade de Cambé (PR), ea participação decisiva no movimen-to que deu origem, nos anos 60, à

estudiosos e profissionais ligados àárea da comunicação e cerca de 500participantes provenientes de agru-pamentos espíritas de todo o País.

O encontro ocorreu no períodode 11 a 14 de outubro de 2007, noCentro de Convenções Lins de

Ainda nesta edição

Com o seminário geral “Refle-tindo com Kardec”, ministrado porMaria Helena Marcon, presidenteda Federação Espírita do Paraná,iniciou-se no dia 21 de outubro, noanfiteatro do Centro de CiênciasHumanas da Universidade Estadu-al de Londrina, mais uma reuniãoInter-Regional Norte, que contoucom a participação de 263 pessoas.Na noite anterior, no Centro Espíri-ta Nosso Lar, os diretores da Fede-ração reuniram-se com os dirigen-tes espíritas da região. Pág. 3

Inter-RegionalNorte agrada

a todos

criação do Conselho Federativo daFederação Espírita do Paraná e àsUniões Regionais Espíritas.

Inaugurado em março de 1953,o Lar Infantil Marília Barbosa,pouco tempo depois, passou a seradministrado pelo casal Dulce eHugo, que contou sempre com acolaboração indispensável de suaesposa, falecida há poucos anos.Acolhendo meninas órfãs, em re-gime de internato, o Lar MaríliaBarbosa tornou-se uma referênciaem matéria de instituição espíritavoltada para a criança desvalida.

Nascido em 1913 em Matão,Hugo teve como orientador de todaa sua infância e juventude o saudo-so Cairbar Schutel, do qual se tor-nou discípulo dedicado e um exem-plo para todas as gerações de espí-ritas que têm nele uma referênciaem todos os campos de atuação doMovimento Espírita, especialmen-te no tocante à divulgação por meiodo jornal e da tribuna. (FernandaBorges, de Londrina-PR.)

Hugo recebe o cumprimentode sua nora Terezinha

Momento em que Hugo agradeceu a todos pela festa

Flagrante do jantar comHugo (centro), Édo Mariani (à esq.),

Cairbar e Maria José (à direita)

Momento do Congresso Mundial de Cartagenaquando Nestor Masotti se dirigia ao público

O IMORTALPÁGINA 2 NOVEMBRO/2007

EditorialEMMANUEL

Kardec perguntou aos Espíritos sea data comemorativa de finados repre-sentava uma ocasião especial e se osEspíritos se aglomeravam nesse dianos cemitérios, onde eram lembrados.Responderam que a data, em si, nãoexerce nenhuma influência sobre osEspíritos, mas que a lembrança, e es-pecialmente a simpatia, os atraem. Eficam felizes de serem lembrados.

Para os espíritas, o dia de finadosnão tem a significação especial que tempara a maioria das pessoas. Porque amorte do corpo físico é apenas um pas-so na vida imortal do ser. É a despedi-da da carne e das oportunidades que sóa encarnação possibilita. No entanto, alembrança daqueles que retornaram àpátria espiritual não deixa de ser im-portante, e, às vezes, dolorosa. Mesmotendo o conhecimento da vida futura,a morte guarda o sentimento de sepa-ração, a despeito de os Espíritos pode-rem estar presentes ao nosso lado.

A morte muitas vezes é mais deli-cada para aqueles que partem. MuitosEspíritos não têm consciência de quedesencarnaram. E, quando tomam ci-ência disto, não raro é um momentodramático, porque a morte do corpo fí-sico representa não contar mais com aspossibilidades de realização próprias daencarnação. E muitos desencarnadosnão sabem nada a respeito do futuro,e, portanto, da reencarnação. Daí o de-sespero que sentem diante da morte.

A atitude que o Espiritismo fo-menta em seus seguidores tem umduplo sentido. Em primeiro lugar, oEspiritismo ensina que a morte é con-seqüência natural do nascimento e quea vida se exerce antes, durante e de-pois da “vida” do corpo físico – dessemodo, é com naturalidade que o espí-rita deve lidar com a morte. Em se-

A religião deve possuir recursosterapêuticos de otimismo, de afirma-ção para o indivíduo e de identifica-ção pessoal com a vida. Não se im-pondo a ninguém, ajuda a discernirquais as melhores metas existenciaise como consegui-las. Apoiando-se no

Considerando as ondas do dese-jo, em sua força vital, todo impulso etodo anseio constituem também ora-ções que partem da Natureza.

O verme que se arrasta com difi-culdade, no fundo está rogando recur-sos de locomoção mais fácil.

A loba, cariciando o filhotinho, noimo do ser permanece implorando li-ções de amor que lhe modifiquem aexpressão selvagem.

O homem primitivo, adorando otrovão, nos recessos d´alma pede ex-plicações da Divindade, de maneira aeducar os impulsos da fé.

Todas as necessidades do mundo,traduzidas no esforço dos seres viven-tes, valem por súplicas das criaturasao Criador e Pai.

Por isso mesmo, se o desejo dohomem bom é uma prece, o propósitodo homem mau ou desequilibrado étambém uma rogativa.

Ainda aqui, porém, temos a lei dadensidade específica.

Atira uma pedra ao vizinho e oprojétil será imediatamente atraídopara baixo.

Deixa cair algumas gotas de per-fume sobre a fronte de teu irmão e oaroma se espalhará na atmosfera.

Liberta uma serpente e ele procu-rará uma toca.

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Dia dos vivosgundo lugar, a consciência de que omortos vivem faz com que continue-mos a nos relacionar com eles pormeio de nossas preces, pensamento eatos – assim, podemos não somenteperceber a influência dos que partiramcomo concorrer, pela prece, para orestabelecimento e equilíbrio daque-les que desencarnaram em perturba-ção física ou moral.

Muitas religiões consideram que,uma vez morto, o homem tem seu des-tino traçado. Então, de nada adiantaorar ou interceder por eles. A raiz des-sa consideração, no Cristianismo, éhistórica e não nos deteremos sobreela. O importante é que está enraizadana ignorância das coisas espirituais.Paulo, em sua 1.ª Epístola aos Corín-tios, já assinalava que a mediunidadeera um fato e que o homem era um serduplo, formado por corpo físico e cor-po espiritual: “Semeia-se o corpo car-nal, e nasce o corpo espiritual”. Amorte, para os cristãos primitivos,como Paulo, era encarada como omomento da ressurreição do corpoespiritual. Portanto, para eles, a mor-te não se opunha à vida, porque a vidacontinuava além da morte. Paulo exor-tava, nessa epístola, a que procurás-semos as coisas espirituais; portantoque utilizássemos da mediunidade (oucarisma, ou dom do espírito), mas quetudo fosse feito para edificação, e queprocurássemos, primeiro, a caridade.

A mediunidade é o elo que une asduas dimensões da vida. É uma dasvárias expressões da bondade de Deus,que permite que continuemos a nos re-lacionar com aqueles que não contammais com o corpo físico para se expres-sarem na matéria. Sim, mesmo contan-do com a mediunidade, ainda há a se-paração. Mas essa separação, além de

momentânea, faz parte do aprendiza-do da reencarnação, e muito contribuipara o crescimento espiritual daquelesque permanecem encarnados.

Certa vez, um Espírito, que tinhaplena consciência de sua situação dedesencarnado, estava dialogando como dirigente de uma sessão mediúnicaa quem disse que sentia uma certa re-volta diante de sua condição, porquehavia desencarnado em um acidenteno auge de sua juventude e fora, por-tanto, apartado daqueles a quem ama-va e das oportunidades que lhe sorri-am na flor da idade. Em certo momen-to, por intuição, o dirigente falou-lheda bondade de Deus, de que aquilo queacontecera tinha um porquê, que issolhe seria explicado no momento opor-tuno, e que, como terapia, além deconfiar nos amigos espirituais que oestavam orientando, deveria se apegaràs possibilidades do futuro, à reencar-nação – com o que, logo que fossepossível, teria uma nova infância, umanova juventude, uma nova madureza,ou seja, uma nova vida na carne. Aintuição do esclarecedor não falhouporque, diante dessa perspectiva, o Es-pírito sentiu o reconforto voltar a seucoração e decidiu seguir os passos pre-ditos pelos protetores espirituais.

A reencarnação, assim como amorte, é apenas um passo na vida doEspírito, mas o conhecimento da vidafutura é, sem dúvida, o mais consola-dor dos princípios para aqueles quesonham encontrar seus amados na tri-lha da evolução, porque na realidadenão existe a morte. A morte é tão-so-mente um fenômeno biológico que dizrespeito ao corpo perecível, visto quea alma é imortal e nada pode separar– nem mesmo o que chamamos morte– aqueles que se amam.

Um minuto com Joanna de Ângelisraciocínio, liberta o homem dos totense tabus atávicos, facilmente aplican-do-lhe as regras éticas de conduta, queo tornam seguro e calmo no processode crescimento íntimo.

Abandonando a idéia de um Deus-homem ou um homem-Deus, o crente

A oração do justo

Solta uma andorinha e ela busca-rá a altura.

Minerais, vegetais, animais e almashumanas estão pedindo habitualmen-te, e a Providência Divina, através daNatureza, vive sempre respondendo.

Há processos de solução demora-da e respostas que levam séculos paradescerem dos Céus a Terra.

Mas de todas as orações que seelevam para o Alto, o apóstolo desta-ca a do homem justo como sendorevestida de intenso poder.

É que a consciência reta, no ajus-tamento à Lei, já conquistou amiza-des e intercessões numerosas.

Quem ajunta amigos, amontoaamor. Quem amontoa amor, acumulapoder.

Aprende, assim, a agir com justi-ça e bondade e teus rogos subirão sementraves, amparados pelos veículos dasimpatia e da gratidão, porque o jus-to, em verdade, onde estiver, é sem-pre um cooperador de Deus.

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a divulgar o Espiritismodo Grupo Espírita de que faça parte.

A Assinatura múltipla é a formaideal para os Grupos e Centros Espíri-tas interessados na melhor divulgaçãodo Espiritismo, dado o caráter multi-plicador desse investimento.

Não é preciso efetuar o pagamen-to agora. Você receberá pelo correio oboleto bancário correspondente, quepoderá ser quitado em qualquer agên-cia bancária.

Lembre que, segundo Emmanuel,a maior caridade que podemos fazer àDoutrina Espírita é a sua divulgação.Ajude-nos, pois, a divulgá-la, colabo-rando com os jornais, os programas derádio e TV e os livros espíritas.

Assinale a opção de sua preferência:( ) Assinatura simples ( ) Assinatura múltipla

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JOANNA DE ÂNGELIS, mento-ra espiritual de Divaldo P. Franco, éautora, entre outros livros, de Momen-tos de Iluminação (Livraria EspíritaAlvorada Editora, 1990), do qual foiextraído o texto acima.

EMMANUEL, que foi o mentorespiritual de Francisco CândidoXavier e coordenador da obra mediú-nica do saudoso médium mineiro, éautor, entre outros livros, de “FonteViva” (Editora da FEB, 1956), de ondefoi extraído o texto acima.

assimila o conteúdo da definição doDr. Paul Tillich, célebre religioso con-temporâneo: “É tão ateu afirmar aexistência de Deus, como negá-la.Deus é o próprio ser, não um ser.”

A crença em Deus é, também, umaforma de dar sentido, dar significado àvida. Desse modo, a atitude religiosa éuma maneira de o homem encontrarmotivos superiores para viver, para dig-nificar a vida e até mesmo para dar aexistência por eles, qual ocorre em ou-tras áreas do comportamento humano.

A religião é também responsávelpor inúmeros impulsos criativos e re-alizadores, o que a torna essencial àvida.

“A oração feita por um justo pode muitoem seus efeitos.” – (Tiago, 5:16.)

O IMORTALNOVEMBRO/2007 PÁGINA 3

Ocorreu no Centro Espírita Nos-so Lar, de Londrina, na noite do úl-timo sábado, dia 20, o início das ati-vidades da reunião Inter-RegionalNorte. Cerca de 50 trabalhadores re-presentando 21 instituições espíritasda 4.ª União Regional Espírita (Ja-carezinho), da 5.ª URE (Londrina)e da 6.ª URE (Faxinal) conversaramcom Maria Helena Marcon, Francis-co Ferraz Batista e Luiz Henriqueda Silva, da Diretoria Executiva daFederação Espírita do Paraná, alémde Karina Greca e Marco AntônioNegrão, respectivamente, diretoresdos Departamentos de Infância e Ju-ventude e de Assistência Social Es-pírita da FEP.

Cláudia Rojas, presidente da 5.ªURE, representando os confradesJosé Aparecido Sanches (4ª URE) eAlan Kardec Moreira (6ª URE), eJuvenal de Abreu Silva, presidentedo “Nosso Lar”, recepcionaram atodos com muita alegria e descon-tração, clima esse que se mantevedurante as duas horas de informa-ção, esclarecimento e fortalecimen-to do Movimento Espírita, propor-cionados pelos companheiros deCuritiba.

A preocupação com a criaçãode novas Casas Espíritas

Maria Helena Marcon explicouinicialmente que o objetivo da Fe-deração é auxiliar e orientar as Ca-sas Espíritas, mas não vinha ali tra-zer soluções e, sim, propor uma tro-ca de experiências, lembrando queé necessária a união de forças entreos espíritas para que consigamosatingir os nossos objetivos.

JOSÉ MIGUEL [email protected]

De Londrina

Um dos assuntos que suscitoumaior discussão foi o livro espírita,visto que tem havido atualmente umgrande apelo comercial de editoras naexploração das palavras “Espírito” e“Espiritismo”, o que obriga a que te-nhamos um cuidado maior em relaçãoàs obras ditas de origem mediúnica.

Falou-se também da necessidade dese formarem grupos que possibilitem aexpansão do Movimento Espírita emnosso Estado. Maria Helena disse en-tão que 65% das cidades do Paraná nãopossuem Centro Espírita e, em vistadisso, devemos desenvolver esforçospara que essa carência seja reduzida.

Foi mencionado, então, por con-frades de Londrina, a experiência da

SBEE, entidade criada na cidade como propósito de incentivar a fundaçãode grupos espíritas nos bairros popu-losos da cidade, do que se originaramdiversos Centros Espíritas, fundadosa partir de um grupo familiar formadonos bairros da cidade. O Centro Espí-rita Caminho de Damasco (JardimMonte Belo), o Centro Espírita AnitaBorela de Oliveira (Conjunto Parigotde Souza) e o Grupo de Estudos Espí-ritas André Luiz (Conjunto Cafezal),bem como o Centro Espírita de Ibaitiforam algumas das instituições nasci-das daquele trabalho.

Ao final, cada dirigente presenterecebeu um exemplar atualizado do

opúsculo Orientação ao Centro Es-pírita, obra produzida pelo ConselhoFederativo Nacional e impressa pelaFederação Espírita Brasileira.

O resultado da reunião foi consi-derado positivo pela maioria dos pre-sentes, sobretudo porque atendeu auma antiga solicitação das Casas Es-píritas de se aproveitar o sábado queantecede as reuniões inter-regionaisrealizadas no Estado, para encontrosdessa ordem. Testada pela primeiravez no ano passado em Jacarezinho, aexperiência se revelou válida e serárepetida nos anos porvindouros.

Encontro na UniversidadeEstadual de Londrina

No domingo, dia 21, pela manhã,o anfiteatro do Centro de Ciências Hu-manas da Universidade Estadual deLondrina recebeu um público nume-

roso, que totalizou precisamente 263pessoas.

Após a abertura feita às 9h porClaudia Rojas, presidente da URE da

5.ª Região, Maria Helena Marcon mi-nistrou o seminário geral “Refletindocom Kardec”. Em seguida, os partici-pantes se distribuíram em quatro gru-pos para participar dos semináriossetoriais coordenados por Francisco

Um público numeroso prestigia a reunião Inter-Regional NorteEvento organizado pela Federação Espírita do Paraná ocorreu no campus da Universidade Estadual de Londrina e reuniu mais de 250 pessoas

Ferraz Batista e Luiz Henrique (“OPensamento Kardequiano na organi-zação da Casa Espírita” – área ad-ministrativa/institucional), MariaHelena Marcon (“Instruções de Kar-dec ao Movimento Espírita” – áreadoutrinária/difusão), Karina Greca(“Evangelizar é espiritualizar o por-vir” – área de infância e juventude)e Marco Antônio Negrão (“Carida-de, a lei de justiça e amor em ação”– área do serviço assistencial espí-rita).

Os seminários encerraram-se às12h30, seguindo-se o almoço con-fraternativo, após o que os partici-pantes do encontro puderam retornaraos seus lares.

Colaborou nesta reportagemMarinei Ferreira Rezende, [email protected], de Londrina.

A Associação Brasileira de Divul-gadores do Espiritismo - ABRADEpromoveu de 11 a 14 de outubro de2007, em João Pessoa (PB), o 2o

CONBRADE - Congresso Brasileirode Divulgadores do Espiritismo, deque participaram 20 expositores, es-tudiosos e profissionais ligados à áreada comunicação e cerca de 500 parti-cipantes provenientes de agrupamen-tos espíritas de todo o País (fotos).

O local do evento foi o Centro deConvenções Lins de Vasconcellos,sede da Federação Espírita Paraiba-na, situada na Av. Gal. Bento daGama, 555 – Torre, e o tema central, ”Comunicação Social Espírita –Construindo pontes entre as pessoas”.

Entre as Associações que marca-ram presença, destaque para as As-sociações de Divulgadores do Espi-ritismo (ADEs) de Minas Gerais, Ce-ará, Sergipe, Campinas, São Paulo,Pernambuco, Paraná, Piauí, RioGrande do Norte, Santa Catarina,além da anfitriã ADE Paraíba. Tam-

(RJ), Glauber Filho, Alkíndar deOliveira (SP), Fátima Ferreira (MG),Ivana Raisky (SP), Gezsler CarlosWest (PE), André Trigueiro (RS) eCosme Massi (PR), que fez a pales-tra de encerramento.

Além das exposições propria-mente ditas, o evento contou comuma livraria, montada especialmentepara este fim, e com uma mostrapermanente de trabalhos na área dacomunicação social, batizada de“Feira de Idéias”, desenvolvidos porgrupos espíritas de todo o país.

Durante os intervalos, os parti-cipantes também puderam apreciara apresentação de dezenas de artis-tas que se revezaram ao longo dosquatro dias de evento.

Ao final do Congresso, uma jus-ta homenagem ao confrade Ildefon-so do Espírito Santo, espírita residen-te no estado da Bahia que, a despeitode seus 83 anos, participou ativamen-te das discussões, ilustrando a exten-são do intercâmbio de experiênciasocorrido durante o 2o CONBRADE.

Outras informações sobre o con-gresso podem ser obtidas no sitewww.abrade.com.br/conbrade2007.htm/.

Cerca de 500 pessoas participaram do 2o CongressoBrasileiro de Divulgadores do Espiritismo

bém estiveram representadas as se-guintes entidades: Associação Brasi-leira dos Médicos Espíritas (AME),Associação Brasileira dos PedagogosEspíritas (ABRAPE), Federação Es-pírita Brasileira (FEB) e Confedera-ção Espírita Pan-Americana (CEPA).

O objetivo principal do Congresso foifornecer subsídios, tanto teóricos comopráticos, para a melhor compreensão decomo Comunicação Social Espírita(CSE) pode auxiliar no relacionamentoentre as pessoas dentro e fora do ambi-ente espírita. Para tanto, foram organiza-das dezenas de atividades como oficinas,cursos, painéis, mesas-redondas, pales-tras, lançamentos de livros, mostras cul-turais, etc., que trataram de assuntos en-volvendo rádio, televisão, internet, jor-nal, artes (com destaque para o teatro ecinema), educação, relacionamento hu-mano, além de atualidades como ecolo-gia e responsabilidade social.

Participaram como expositoresLuís Signates (GO), que fez a pales-tra de abertura do evento, SeverinoCelestino (PB), Alexandra Torres(PE), Marcus Vinícius Pacheco, DoraIncontri (SP), Marcelo Firmino (PB),Wilson Czerski (PR), Sonia Zaghetto(DF), Alamar Régis (SP), Pedro Vieira

DERMEVAL CARINHANAJUNIOR

[email protected] Campinas, SP

Instante em que a reuniãoInter-Regional Norte se iniciou

Flagrante do seminário geral ministradopor Maria Helena Marcon

O IMORTALPÁGINA 4 NOVEMBRO/2007

É de José Jorge, o saudoso con-frade carioca que desencarnou em 11de dezembro de 2006, esta assertiva:“Crer é uma coisa; saber é uma aqui-sição inalienável. Quem não estudanão sabe; nem pisou ainda o primeirodegrau”. “O nascimento biológicodepende dos pais; o nascimento espiri-tual depende de nós”. E quando a pes-soa dá valor à Doutrina Espírita, elaestá pisando o segundo degrau, que éa conversão. “No Espiritismo, 90%dos indivíduos são convertidos”, com-pletava o querido amigo.

Para ilustrar essa tese, o professormencionava o caso do “Baiano”, umsujeito que, embora estando sempreembriagado, não deixava de ir às reuni-ões públicas de determinado CentroEspírita localizado na antiga capital doPaís. “Baiano” morrera numa farra e,anos depois, comunicou-se naquelemesmo Centro, em uma sessão mediú-nica cujo dirigente se recordava do es-tado de embriaguez que caracterizou osúltimos anos do confrade.

Quando a exposição oral é boa“Lá vem o Baiano!” — pensou

consigo o dirigente, preocupado como andamento da reunião. Por isso, seudesejo era logo “expulsar” dali o Espí-

rito. “Por favor, não me mande embo-ra...”, pediu-lhe com voz chorosa a en-tidade desencarnada, que pediu tempopara contar a sua história. No plano es-piritual, logo que percebeu que haviadesencarnado, ele pedira oportunidadede trabalho. Mas o que ele poderia fa-zer, se pouco sabia? Dedicou-se entãoa uma tarefa curiosa. Fingindo que nãosabia estar desencarnado, trazia para asreuniões do Centro Espírita os Espíri-tos desocupados que também ignora-vam a própria desencarnação. Os con-vites eram para uma festa que ali ocor-reria. E, assim, “Baiano” conseguiuatrair muitas entidades à Casa espíri-ta... “Aprendi muita coisa no Espi-ritismo, mas aproveitei pouco...”, di-zia aquele que fora conhecido na Terrapelo apelido de “Baiano”.

O fato comprova que muito apren-demos no Centro Espírita e que a pa-lavra é muito importante, como Joãoregistra: “Muitos acreditaram em Je-sus por causa de sua palavra” (João,4:41). O objetivo da preparação de ex-positores espíritas deve ser, pois, téc-nico e moral. Exposição vem do latim“expositione” (narrativa, narraçãoetc.), mas a exposição é boa apenasquando esclarece, quando atende às fi-nalidades da didática, que, no dizer de

Comênio, é a arte de ensinar todas ascoisas a todo mundo.

O segredo da exposição doutrináriaNuma exposição doutrinária, o se-

gredo é a motivação. É preciso que osouvintes tenham o interesse voltado parao palestrante, e as dúvidas devem serresolvidas na hora. Sabe-se que nãoexiste regra específica para a motivação.Muitas vezes, um fato inesperado, umadata importante, uma notícia de últimahora podem servir de motivação.

Há motivações provocadas. Umnome errôneo que se coloque deliberada-mente chama a atenção da platéia e atraipara o palestrante as atenções que ele de-seja. Quem fala deve inteirar-se de quehá limitações em toda explanação dou-trinária: limitações daquele que fala, da-queles que ouvem, da sala etc. Um pon-to, porém, indiscutível é que ninguémensina o que não sabe. Constitui, pois,ponto pacífico que para divulgar é pre-ciso, primeiro, conhecer, e para conhe-cer é preciso estudar.

As qualidades da exposição oralAs técnicas da exposição espírita

dependem da capacidade de quem fala.Não se pode afirmar qual é a melhor.Jesus só usava a palavra. É preciso, po-rém, que o expositor tenha voz apro-priada à tarefa que vai desempenhar eo roteiro do assunto a ser explanado.Especificamente com relação à técni-ca, três qualidades tornam-se indispen-sáveis a uma boa exposição oral: in-tensidade de voz; clareza; expressão.

Por intensidade de voz entenda-se a capacidade de falar suficiente-mente alto, de modo que todos pos-sam ouvir o que é dito.

Clareza significa dizer as palavrascorretamente, sem “engolir” sílabas,tendo um cuidado especial com a pro-núncia dos vocábulos proparoxítonose com a formação de cacófatos, que,de modo geral, são perfeitamente evi-táveis. “Ela tinha falado”, “a bonecadela”, “pagou pouco por cada cadei-ra” são frases comuns que podem serditas de modo a se evitar o cacófato,

que deslustra a exposição oral, sobre-tudo nos programas de rádio, onde aatenção com o som é muito maior.

Aquele que usa a tribuna deve ter cui-dado especial com certos vocábulos quesão costumeiramente pronunciados deforma errônea em nosso meio. “Fluido”é um deles. Ora, o substantivo “fluido” éformado por duas sílabas: flui + do, edeve ser assim pronunciado. É erro falar“fluído”, com acento na letra “i”. Outroerro comum dos espíritas é utilizar o vo-cábulo “palestrista”, que não existe, emlugar do correto “palestrante”.

Expressão é conferir à verbaliza-ção a entonação que cada palavra deveter no discurso. A expressão é a almada exposição oral, enquanto que in-tensidade e clareza seriam o seu cor-po. A ênfase, repetindo-se os termos,aumenta a expressão. E nesse sentidodevemos entender que a entoação devoz e sua modulação devem ser regu-ladas de acordo com o significado quea palavra tem na frase. Ninguém dirá:“Estou com ódio de você”, sorrindo.

A adequação e afundamentação doutrináriaValer-se de uma história para ilus-

trar uma palestra é recurso válido. Je-sus foi também um mestre nisso, comomostram suas inúmeras parábolas, queo povo compreendia com facilidade.

Há defeitos na oratória que devem,contudo, ser combatidos. Existem ora-dores que falam tão devagar, que dãosono: são chamados popularmente“conta-gotas”. E há os que disparam,como metralhadoras, falando tão ra-pidamente, que o ouvinte não con-segue acompanhá-los.

Outro aspecto importante a serconsiderado numa exposição é suaadequação ao público, ao tempo e aolocal. Numa assembléia de pessoashumildes, destituídas de maior cultu-ra, não se deve fazer exposição sobretema árido, acima de sua capacidadede compreensão. Um orador com pou-ca intensidade de voz não será ouvidopor todas as pessoas num salão paraduzentas pessoas. Se não houver no

De coração para coraçãoASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO - [email protected]

De Londrina

recinto equipamento de som que per-mita amplificar-se a voz, ele não deveaceitar o convite para falar em lugarsemelhante, porque poucos aproveita-rão sua palestra.

A exposição oral, no meio espírita,deve visar ainda à integração com aDoutrina Espírita, com a Casa Espíritae com o próprio palestrante. É precisoentender que uma palestra espírita temde examinar o tema proposto à luz daDoutrina Espírita, evitando-se expo-sições que se fundamentem inteiramenteem textos escriturísticos. Evite-se tam-bém falar sobre um assunto em que hajadiscordância de pontos de vista entre oorador e a instituição onde se vai falar.Se há na Casa o hábito de fazer as ora-ções em pé, como ocorre na FederaçãoEspírita Brasileira, não se justifica quea pessoa, naquele recinto, se coloque emposição contrária. Se a Casa adota a sis-temática dos passes padronizados, evi-dentemente deverá ele evitar, numa pa-lestra pública, criticar tal método de tra-balho, o que não significa ignorar esseassunto em seminários específicos paraos quais o palestrante tenha sido espe-cialmente convidado.

Os pontos essenciais à boaexposição oral

Concluindo, é preciso convir em quenão existe uma didática espírita, porquea didática transcende o nosso meio e for-nece elementos a todas as disciplinas. Nocaso da exposição oral, ela estabelecequatro pontos essenciais que compete aoexpositor ter sempre em mente:1.o - Saber o que vai falar (estudo pré-vio).2.o - Saber para quem vai falar (ade-quação do assunto).3.o - Saber para que vai falar (finali-dade).4.o - Saber como vai falar (planeja-mento, motivação e fixação).

Nesses quatro pontos situa-se o se-gredo do êxito de qualquer exposiçãooral, que deve ser revestida sempre damesma alegria destacada por Paulonuma de suas cartas aos Coríntios: “Dai,dai mesmo pouco, mas dai com alegria”.

Algumas anotações sobre as exposições doutrináriasAs técnicas da exposição espírita dependem da capacidade de quem fala; não se pode afirmar qual é a melhor. Jesus só usava a palavra

Pílulas gramaticaisJá falamos do assunto aqui trata-

do e só voltamos a ele porque muitosainda insistem nos erros adiante cita-dos. Assim, lembremos mais uma vez:posto que: é conjunção concessi-va, equivale a “embora”. Não sig-nifica “visto que”, como vários ar-ticulistas e oradores têm utilizado. tão-somente e tão-só: são sempregrafadas com o hífen. Espírito: terá inicial maiúsculasempre que se referir a um indiví-duo desencarnado.espírito: terá inicial minúscula nosdemais casos, como na expressão“paz de espírito”.

através: não significa “por meiode”, “por intermédio de”, comotantos escrevem ou falam.Doutrina Espírita e Espiritismo:serão sempre escritas com iniciaismaiúsculas, em obediência às nor-mas baixadas pela Academia.contar: não pode vir antes de ora-ção subordinava objetiva, isto é:“contar que” é erro que devemosevitar. Usemos esse verbo somen-te quando não vier em seguida aconjunção “que”, como nestesexemplos: Contar histórias. Con-tou o drama por que passou. Con-tou as agruras da infância.

O IMORTALNOVEMBRO/2007 PÁGINA 5

Clássicos do Espiritismo

O Grande Enigma (2ª Parte)ANGÉLICA REIS

[email protected] Londrina

Damos continuidade à publica-ção do texto condensado da obraO Grande Enigma, de LéonDenis. As páginas citadas referem-se à 7.a edição publicada pela Edi-tora da FEB.

*19. Pouco a pouco, a luz se

engrandece em nós outros, e gra-dualmente, de maneira insensível,como as sombras dão lugar à luzdo dia, nossa alma se ilumina dasirradiações desse foco que residenela e faz desabrochar, em nossopensamento e em nosso coração,formas novas, inesgotáveis de ver-dade e de beleza. (P. 30)

20. A Matéria é um modo, umaforma transitória da substância uni-versal. Escapa à análise e desapa-rece sob a objetiva dos microscó-pios, para se transmudar em radia-ções sutis. Não tem existência pró-pria. As filosofias que a tomam porbase, repousam sobre uma aparên-cia, uma espécie de ilusão. “A ma-téria - diz William Crookes - é ummodo do movimento.” (P. 32)

21. As velhas teorias estabeleci-am distinção entre Matéria e a For-ça, mas sabemos hoje que ambas seconfundem. Toda matéria pode sertransformada em força e toda forçase condensa em matéria, percorren-do assim um círculo incessante. Emdiscurso proferido no Congresso deQuímica, realizado em 1903 emBerlim, Crookes asseverou: “Todamatéria tornará a passar pelo estadoetéreo de onde veio”. (P. 33)

22. As descobertas de G. LeBon provaram que as irradiaçõessão uma propriedade geral de to-dos os corpos. A matéria podedissociar-se indefinidamente; ela éenergia concretizada. (P. 34)

23. O Universo não é, pois, talcomo parecia aos nossos fracos sen-tidos. O mundo físico constitui ínfi-

ma parte dele. Existe, fora do círcu-lo de nossas percepções, uma infini-dade de forças e de formas sutis quea Ciência ignorou até hoje. O domí-nio do invisível é muito mais vasto emais rico que o do mundo visível. Aexistência dos fluidos, afirmada pe-los Espíritos há meio século, estáestabelecida experimentalmente, demaneira rigorosa. (P. 35)

Somos a criação e a expressãode Deus, que é a fonte do Bem

24. Os seres vivos também emi-tem irradiações, mas de naturezasdiferentes. Eflúvios humanos, vari-ando de forma e de intensidade soba ação da vontade, impregnam pla-cas com misteriosa luz. As voliçõesdo pensamento, as projeções davontade transmitem-se através doEspaço, como as vibrações do some as ondulações da luz, e vão im-pressionar organismos em simpatiacom o do emitente. (P. 35)

25. A energia parece ser a subs-tância única, universal. No estadocompacto, ela reveste as aparênciasdo que chamamos matéria sólida, lí-quida, gasosa. Sob um modo maissutil, constitui os fenômenos de luz,calor, eletricidade, magnetismo, afi-nidade química. Estudando a ação davontade sobre os eflúvios e as irra-diações, poderíamos, talvez, entrevero ponto em que a força se torna inte-ligente, em que o pensamento setransforma em vida. (PP. 38 e 39)

26. Deus manifesta-se na Natu-reza, e o homem é, na Terra, a maisalta expressão dessa Natureza. So-mos a criação e a expressão de Deus,que é a fonte do Bem. Esse Bem, nóso possuímos em estado de gérmen enossa tarefa consiste em desenvolvê-lo. Nossas vidas sucessivas, nossaascensão na espiral infinita das exis-tências, não têm outro fim. (P. 42)

27. A tarefa que cada um tem arealizar resume-se em três pala-vras: saber, crer, querer, isto é, sa-ber que temos recônditos e inatosrecursos incalculáveis; crer na efi-

ciência de nossa ação sobre os doismundos, o da Matéria e o do Espí-rito; querer o Bem, dirigindo nos-so pensamento para o que é belo egrandioso e conformando nossasações com as leis eternas do traba-lho, da justiça e do amor. (P. 42)

28. Vindas de Deus, todas asalmas são irmãs. Da paternidade deDeus decorre a fraternidade huma-na; todas as relações que nos ligamunem-se a esse fato. (PP. 42 e 43)

29. Nossa inteligência ainda nãoamadureceu; nossa razão, criança, tro-peça nos acidentes do caminho; daí oerro, os desfalecimentos, as provaçõese a dor. Mas cada ser possui os rudi-mentos de uma inteligência que atin-girá o gênio e tem a imensidade dostempos para desenvolvê-la. Cada vidaterrestre é uma escola, a escola pri-mária da Eternidade. (P. 44)

A prece é a expressão mais altada comunhão entre as almas

30. Nessa lenta ascensão, procu-ramos, antes de tudo, a ventura, afelicidade. Contudo, em seu estadode ignorância, o homem não podeatingir esses bens, porque os temprocurado quase sempre onde nãoestão, na região das miragens e dasquimeras e por meio de processoscuja falsidade só lhe aparece depoisdas decepções e dos sofrimentos.São esses sofrimentos que nos escla-recem, ensinando-nos que a verda-deira felicidade não está nas coisasda matéria, passageiras e mutáveis,mas na perfeição moral. (PP. 44 e 45)

31. Todos os seres encontram-se ligados uns aos outros e se influ-enciam reciprocamente. O Univer-so inteiro está submetido à lei dasolidariedade. Uma força, que de-nominamos atração, os reúne atra-vés dos abismos do Espaço. (P. 45)

32. A solidariedade liga os as-tros, como os homens. Daí vêmtodas as intuições geniais, as ins-pirações profundas, as revelaçõesgrandiosas. Em todos os tempos,o pensamento elevado irradiou no Do livro Palavras de Luz, de Divaldo P. Franco e Espíritos Diversos.

Divaldo responde– Qual deve ser a atitude de

um evangelizador ao deparar-secom um jovem com tendênciashomossexuais, sabendo que ele seencontra nessa situação sentindoamor por outro do mesmo sexo?

Divaldo: O problema é de or-dem íntima. Não temos o direito deinvadir a privacidade de ninguém,a pretexto de querer ajudar os ou-tros. Há uma preocupação em nós,de querermos salvar os outros, an-tes de nos salvarmos a nós mesmos.Deveremos sempre ensinar correta-mente o que a Doutrina nos reco-menda. Se alguém vier pedir-nosajuda, estendamo-la sem puritanis-mo, sem atitudes ortodoxas, porqueo problema posto em pauta é demuita profundidade para uma aná-lise de natureza superficial. Se no-tamos que um dos nossoscondiscípulos está numa fase detransição – e a adolescência, alémde ser um período de formação dapersonalidade, é também debipolaridade sexual – procuremosestimulá-lo para que canalize cor-retamente as suas emoções para aação do bem, mas também sem cas-

trar-lhe as manifestações do senti-mento. Façamo-lo de uma formaedificante, e, quando as circunstân-cias nos permitirem, falemos que asDivinas Leis estabeleceram nasduas polaridades, a masculina e afeminina, o equilíbrio para a perpe-tuação da espécie. O sexo foi feitopara a vida; não a vida para o sexo.Daí, o indivíduo que sinta qualquerdistúrbio na área do comportamen-to sexual, considere que se encon-tra em um educandário da vida, paracorrigir desequilíbrios que devemser conduzidos para as disciplinasde uma vida feliz, deixando quecada qual faça a sua opção, sem opuritanismo que tudo condena esem o modernismo que tudo alber-ga, porque cada um vai responderpelo uso que faz da existência con-forme as suas resistências. É muitofácil propor a alguém que suba amontanha, sem saber até onde vãoas suas forças. Em Doutrina Espí-rita ninguém vive as experiênciasalheias, como em nenhuma outra.A nossa tarefa é a de exemplificar-ensinando, para que cada um façao melhor ao seu alcance.

cérebro humano e Deus nunca re-cusou seu socorro, nem sua luz, araça alguma, a povo algum. (P. 46)

33. Muitas vezes, durante osono, as almas terrestres, atraídaspor suas irmãs mais adiantadas,lançam-se com força para as altu-ras a fim de se impregnarem dosfluidos vivificantes da pátria eter-na. Ali, Espíritos amigos as cercame as exortam, reconfortam e acal-mam suas angústias. (P. 48)

34. A prece é a expressão maisalta dessa comunhão entre as al-mas. Nesse sentido, ela é o ato maisimportante da vida; é a inspiraçãoardente do ser humano que sentesua pequenez e sua miséria e pro-cura, pelo menos por um instante,

pôr as vibrações do seu pensamen-to em harmonia com a sinfoniaeterna. (P. 50)

35. Trabalhar com sentimentoelevado, visando a um fim útil e ge-neroso, é também orar. O trabalho éa prece ativa desses milhões de ho-mens que lutam e penam na Terra,em benefício da Humanidade. (P. 51)

36. A vida do homem de bemé, assim, uma prece contínua, umacomunhão perpétua com seus se-melhantes e com Deus. Não temele necessidade de palavras, nemde formas exteriores para exprimirsua fé, que se exprime por todosos seus atos e por todos os seuspensamentos. (PP. 51 e 52) (Con-tinua no próximo número.)

O IMORTALPÁGINA 6 NOVEMBRO/2007

A maioria dos historiadores acre-dita que Mohamed achava que o fimdo mundo estava próximo, no entantoessa idéia não tinha para ele um sig-nificado muito extraordinário. Nãotem esta idéia no Alcorão a transcen-dência que tem no Novo Testamento.

No Alcorão se conservam os ele-mentos principais da mitologia judaico-cristã e subsistem. além desses, nume-rosas idéias primitivas. O selvagem nun-ca está muito longe. Os anjos desempe-nham papel importante, dos quais o maisimportante é o arcanjo Gabriel. Os gê-nios (djins) estão tratando sempre desubir aos céus para, por curiosidade, vero que fazem os anjos. Os anjos, porém,arremessam sobre eles meteoritos, quecaem na Terra; meteoritos esses que sãovenerados, como a pedra que se encon-tra na Caaba, em Meca.

O Alcorão. no seu conjunto, é umcaos no qual nem as idéias essenciais seapresentam claramente. Dentro dessecaos, entretanto, brilham algumas luzes,rasgos fulgurantes de um feroz gênio aquie ali. Claro é, porém, que os crentes sãoos únicos que sabem apreciar devidamen-te os Livros Sagrados. Parece evidenteque Mohamed conseguiu expressar comperfeição a alma de seu povo, pois a ci-vilização árabe não chegou a elevar-semuito acima do nível do Alcorão. Apa-rentemente, as massas muçulmanas en-contram ainda no Alcorão o alimento in-telectual que lhes basta.

Sobre esses conceitos, simples notopo, complicados na base, correspon-de uma prática cujos dados essenciaistambém são simples mas que se com-plicam em casos particulares.

O crente tem seis grandes deveres:

• A afirmação de sua fé: Só há umDeus, e Mohamed é o seu profeta.• As cinco orações diárias.• A esmola.• O jejum de Ramadã, que dura um mês,desde que o sol nasce até que se põe..• A peregrinação a Meca (dentro daspossibilidades de cada um).• A Guerra Santa, obrigação que, deteórica, tornou-se prática.

Além desses deveres, está proibidopara o crente: a carne de porco, o vinhoe a usura. O homem pode ter quatromulheres. (Mohamed recebeu dos Céuso privilégio de poder ter até quinze, po-rém eram as viúvas de companheirosseus, que necessitavam de proteção.)

Sobre essas disposições, e emboraas tenha dogmatizado, o Islã não tempropriamente uma Igreja. Existem ossábios (imãs ou ulemás), que são osprotetores da doutrina e das tradições,estudiosos do Alcorão. Existe o Califa,que é o chefe civil dos crentes. Existeo Sheikh-al-Islam, chefe religioso queé a autoridade espiritual, frente à auto-ridade civil do Califa. Porém, a autori-dade espiritual tampouco representa al-guma coisa no Islamismo. O ideal se-gue sendo Mohamed, profeta de Alá echefe da Santa Guerra.

Foi impossível, naturalmente, sujei-tar-se totalmente às leis do Alcorão, poisas tradições representaram para oislamismo uma importância considerá-vel. Tudo começou por escrevê-las etransmiti-las, ou por escrever e transmi-tir tudo o que Mohamed havia dito efeito; depois, tudo o que seus discípu-los próximos haviam dito e feito, e, porúltimo, tudo o que seus filhos e descen-dentes também haviam dito e feito.

Dessa maneira formaram-se biblio-tecas inteiras e todos os crentes se viramesmagados pela diluição das idéias reli-giosas. Ocorreu com o islamismo algo

AIGLON FASOLOaiglon@nêmora.com.br

De Londrina

O IMORTAL na internetDesde abril de 2004, o jornal O IMORTAL pode ser lido, na

íntegra, pela internet, no site abaixo:

www.editoraleopoldomachado.com.br/imortal/indice.htmPara escrever à Redação do jornal, o interessado deve utili-

zar o e-mail abaixo indicado:

[email protected]

parecido ao que ocorreu com os judeus ea cópia do Talmud, em que comentáriosse sucedem a comentários, e comentári-os de comentários, assim sucessivamen-te ad infinitum. Disso resultou ser comouma espécie de cópia deformada esimplificada de idéias judaico-cristãs,uma espécie de escolástica, de misticis-mo, de gnosticismo, de filosofia.

A proibição religiosa de venerarícones, como imagens humanas e ou-tros, obrigou os muçulmanos a desen-volver sua arte de maneira mais con-creta. A matemática tornou-se seu es-cape, as formas retas, os arabescos deseu alfabeto artisticamente desenha-do, a abstração das formas, por fim,permite medir sua sede de beleza.

Em sua poesia existe algo que nãohá em nenhuma outra parte, feita deardor, de simplicidade, um grande sen-tido do gesto em si, e por que não dizerum certo charlatanismo, que não é sem-pre inconsciente. Não falta tambémuma profunda simpatia pela naturezahumana, porque no fim das contas nin-guém será eternamente condenado. Anatureza humana é assim retratada semnenhuma vergonha, e o pecado origi-nal não é mais que uma vaga lenda.

Infelizmente, ainda existe muitamiséria em todos eles, mais ainda queno cristianismo: mais massacres, maispobreza, mais ignorância. Não devemosesquecer, porém, que o islamismo sedesenvolveu em terras mais difíceis, cli-mas mais violentos, e com um elemen-to humano menos favorecido. Se pesar-mos todas essas considerações, o esfor-ço de Mohamed, que levou até o limitede seu esforço todo um povo, e depoistoda uma civilização; o esforço destegrande homem, que não perdeu sua vi-talidade inicial apesar de tantos fracas-sos, é digno de nossa mais alta admira-ção. (Continua no próximo número.)

Sobre a evolução das religiões, oucomo Kardec chegou ao Espiritismo

(Parte 21)

O IMORTALNOVEMBRO/2007 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Cristianismo. Era outono do ano 386;contava então 32 anos. Agostinho co-meça a ensinar e busca a fama, semmuita preocupação o grupo buscavaum mundo diferente, um mundo novo.Os amigos o convencem a viajar paraRoma, onde conhece o bispoAmbrósio e aos poucos sua vida foitomando novo rumo. Chegou a ser bri-lhante professor de retórica emCartago, Roma e Milão. Deixando adocência, retira-se para Cassiaco, re-cinto de paz e silêncio e põe em práti-ca o Evangelho em profunda amizadecompartilhada: vida de quietude, ani-mada somente pela paixão à verdade.Agostinho renuncia inteiramente aomundo, à carreira, ao matrimônio; re-tira-se, durante alguns meses, para asolidão e o recolhimento em Milão,onde escreveu seus diálogos filosófi-cos e, na Páscoa do ano 387, junta-mente com o filho Adeodato e o ami-go Alípio, recebeu o batismo das mãosde Santo Ambrósio.

Sua vida daquele momento emdiante seria meditar, escrever livros,discursar. Em 391, é chamado aHipona, um grande centro comerci-al de cerca de 30.000 habitantes.Cinco anos depois foi nomeado bis-po auxiliar de Hipona. Consagradomais tarde bispo de Hipona, conver-teu sua residência em casa de ora-ção e tribunal de causas. Inspiradorda vida religiosa, pastor de almas,administrador de justiça, defensor dafé e da verdade, prega e escreve deforma infatigável e condensa o pen-samento do seu tempo. Grande eraa luta, à época, contra as chamadasheresias. As palavras que mais apa-recem em seus escritos são amor ecaridade. Por vezes, desenvolvendouma idéia, interrompe seu raciocí-nio para deixar escapar gritos deamor a Deus: “Ó Senhor, amo-Te.Tu estremeceste meu coração com apalavra e fizeste nascer o amor por

Santo Agostinho

Aurelius Augustinus, mais co-nhecido como Santo Agostinho(foto), nasceu em Tagaste de Nu-mídia, província romana ao norteda África em 13 de novembro de354. Foi o primogênito do pagãoPatrício e da fervorosa cristã Mô-nica. Criança alegre, buliçosa, en-tusiasta do jogo, travessa e aman-te da amizade, não gostava muitode estudar porque os mestres usa-vam métodos agressivos e nãoeram sinceros. Ante os adultos serevela como “um menino de gran-des esperanças”, com inteligênciaclara e coração inquieto. Nessa lutaAgostinho vai contra o desejo damãe, católica fervorosa, de ver ofilho convertido ao Cristianismo,mas Agostinho é homem comumcheio de vicissitudes que passou,ainda na juventude, a viver comuma mulher a quem foi fiel, tendose tornado pai em 373, com ape-nas 19 anos. Seu filho, de nomeAdeodato, morreria aos 17 anos.

Depois da morte do pai foi paraCartago e se meteu num grupo dejovens baderneiros e, desorientado,ingressou na seita dos maniqueus,da qual participou por nove anos,sem ali conseguir a descoberta deuma verdade que lhe aquietasse aalma. Viveu assim longos anos comânimo disperso. Estando em Milão,no seu horto, uma canção infantil,na voz cristalina de uma criança queinsiste “Toma, lê”, faz com que eleprocure o livro a respeito de SãoPaulo e retorne em definitivo ao

Ti. Tarde Te amei, ó Beleza tão ami-ga e tão nova, tarde Te amei... To-caste-me, e ardo de desejo de alcan-çar a Tua paz”.

Santo Agostinho defrontou-secom dificuldades para conciliar acriação da alma com o “pecado ori-ginal”, porque não sabia explicarcomo a alma, criada por Deus, po-dia nascer com o pecado original.Para ele, cada indivíduo possui umaalma, sendo-nos impossível sabera sua origem, porque é um misté-rio divino, mas, depois que surge,continua a existir eternamente. Daía sua crença na imortalidade. Ima-ginava que a alma poderia ser felizou infeliz na eternidade, dependen-do dos atos praticados nesta vida.Aquele que se dispuser a estudar,profundamente, a questão da me-mória e, conseqüentemente, dotempo vivido, verá quanto é com-plexo tal estudo. Não foi, portanto,à toa que ele chegou à conclusãodessa dificuldade ao proferir suacélebre frase sobre o tempo, conti-da no Livro XI, item 14, de suas“CONFISSÕES”.

Em 429 os vândalos, guiadospor Genserico atravessaram o Es-treito de Gibraltar e atacaram o nor-te africano. Agostinho, cercado comseu povo, sente amargura e luto, masalenta o ânimo de seus fiéis e osconvida à defesa. No terceiro mêsdo assédio, aos 76 anos de vida, em28 de agosto de 430, morreu comoum autêntico cristão, alegrando des-se modo o coração da mãe que tan-to rezou pela conversão do filho.

Convidado a participar da equi-pe do Espírito da Verdade, as pon-derações do Espírito de SantoAgostinho podem ser encontradasem vários momentos da ObraKardequiana, como O Livro dosEspíritos (prolegômenos, respostaàs questões 495, 919 e 1.009), O

Evangelho segundo o Espiritismo(capítulo III, itens 13 e 19; capítu-lo V, item 19; capítulo XII, itens 12e 15; capítulo XIV, item 9; capítuloXXVII, item 23), O Livro dos Mé-diuns (capítulo XXXI, dissertaçõesde número I e XVI.

Agostinho inspirou-se emPlatão, e os problemas que o preo-cupavam eram de ordem moral: omal, a liberdade, a graça, a predes-tinação. Santo Agostinho dizia quea razão ajuda o homem a alcançara fé; em seguida, a fé orienta e ilu-mina a razão; e esta, por sua vez,contribui para esclarecer os conteú-dos da fé. Para Santo Agostinho, «ohomem é uma alma racional que seserve de um corpo mortal e terres-tre». O problema da liberdade estárelacionado com a reflexão sobre omal, sua natureza e sua origem.

O Espírito de Erasto, discípulode São Paulo, em uma de suas co-municações, afirma: “Santo Agosti-nho é um dos maiores divulgadoresdo Espiritismo; ele se manifesta qua-se que por toda parte. Como mui-tos, ele também foi arrancado do pa-ganismo. Em meio de seus exces-sos, sentiu o alerta dos Espíritos su-periores: a felicidade se encontraalhures e não nos prazeres imedia-tos. Depois de ter perdido a sua mãe,

disse: ‘Eu estou persuadido de queminha mãe voltará a me visitar eme dar conselhos, revelando-me oque nos espera a vida futura’.”

A questão n. 919 de O Livrodos Espíritos, que aborda o tema“Conhecimento de si mesmo”, foirespondida pelo Espírito de SantoAgostinho. Indagado pelo Codifi-cador sobre qual é o meio práticomais eficaz que tem o homem dese melhorar nesta vida e de resis-tir à atração do mal, respondeuSanto Agostinho: “Um sábio daAntigüidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo”. E dissertou: “Fazeio que eu fazia, quando vivi na Ter-ra: ao fim do dia, interrogava a mi-nha consciência, passava revista aoque fizera e perguntava a mimmesmo se não faltar a algum de-ver, se ninguém tivera motivo parade mim se queixar. Foi assim quecheguei a me conhecer e a ver oque em mim precisava de reforma.Aquele que, todas as noites evo-casse todas as ações que praticaradurante o dia e inquirisse de simesmo o bem ou o mal que hou-vera feito, rogando a Deus e ao seuanjo de guarda que o esclareces-sem, grande força adquiriria parase aperfeiçoar, porque, crede-me,Deus o assistiria.”

Santo Agostinho

AGRADECIMENTO ÀSANTA CASA DE CAMBÉ

A família ALGACYR FERREIRA agradece ao Corpo Clíni-co, à Administração e à Provedoria da Santa Casa de Misericórdiade Cambé, que no dia 26 de setembro de 2007 criaram o Grupo deEstudos Dr. Algacyr Ferreira e homenagearam sua inesquecívelmemória com um coquetel e com a aula inaugural sobre “A Histó-ria da Anestesia” no Hotel Solarium, nesta cidade de Cambé.

A família Algacyr Ferreira, presente ao evento, sensibiliza-da, jamais esquecerá esse carinho.

CLAUDIA [email protected]

De Viena, Áustria

Um sucesso o 5o Congresso Espírita Mundial

A cidade de Cartagena de Ín-dias (Colômbia) foi o palco, nosdias 10 a 13 de outubro, do 5o Con-gresso Espírita Mundial, promovi-do pelo Conselho Espírita Interna-cional e realizado pela Confedera-ção Espírita Colombiana, comapoio da Federação Espírita daCosta Atlântica.

O evento realizado no Centrode Convenções de Cartagena con-tou com 1.436 pessoas, oriundasdos seguintes países: Colômbia(813), Brasil (349), Estados Uni-dos (51), Venezuela (32), Peru(23), Equador (15), Guatemala(14), Porto Rico (14), Argentina(11), Uruguai (11), Panamá (10),Paraguai (9), Espanha (8), Portu-gal (6), Chile (4), Reino Unido (4),Bolívia (3), França (3), Suécia (3),Suíça (3), Bélgica (2), Cuba (2),Áustria (1), Holanda (1), Honduras(1) e Japão (1). O evento foi ini-ciado e encerrado com conferên-cias de Divaldo Pereira Franco e

contou com 35 expositores de dife-rentes países, os quais desenvolve-ram seminários e painéis sobre te-mas das quatro partes de O Livrodos Espíritos, atendendo, assim, aotema central 150 anos de Luz e Paz.Várias apresentações artísticas e ofilme sobre Bezerra de Menezestambém integraram a programaçãodo Congresso.

Como se desenvolveuo Congresso

Pela manhã do dia 10 de outu-bro, das 8h30 às 11h30, foi realiza-do no Centro de Convenções umpré-congresso, com entrada franca,o qual contou com a participação demais de 2.000 pessoas, sendo quemuitas delas assistiram às conferên-cias de pé.

A prece de abertura do eventofoi proferida por J. Raul Teixeira e,na seqüência, Divaldo Franco pro-feriu a primeira conferência do dia.O pré-congresso contou tambémcom as conferências de AlbertoAlmeida e de Nestor Masotti, Se-cretário Geral do Conselho Espírita

Internacional - CEI.A abertura oficial do Congres-

so ocorreu às 16h, no mesmo dodia 10, com a apresentação musi-cal de um grupo de 40 criançasatendidas pela instituição colom-biana Remanso de Amor, que can-taram algumas canções colombi-anas. Foi um momento de muitaalegria e satisfação.

A seguir, Divaldo Franco eNestor Masotti foram homenagea-dos pela Assembléia Legislativa deCartagena de Índias. Vale informarque no decorrer da cerimônia deabertura Divaldo Franco foi tambémhomenageado pelas crianças da ci-tada instituição.

Dando continuidade às ativida-des, Roger Perez, presidente daUnião Espírita Francofônica, mui-to emocionado, entregou a NestorMasotti objetos pessoais de AllanKardec, para que fizesse parte doacervo do Conselho Espírita Inter-nacional.

Nos dias que se seguiram, oscongressistas assistiram a seminá-rios, conferências, painéis, abordan-do todos eles temas de O Livro dosEspíritos.

Os presentes consideraram dealto nível os trabalhos apresentadospelos conferencistas, dentre eles J.Raul Teixeira, Marlene Nobre, Dé-cio Iandoli Jr., Elsa Rossi, DivaldoFranco e Maria Isabel Saraiva, alémde outros.

Nos intervalos das conferênci-as, os congressistas foram brinda-dos com belas apresentações artís-ticas e musicais, destacando-se ne-las a presença da cantora lírica bra-sileira Ana Ariel. Era possível tam-bém, nesses intervalos, visitar aspequenas livrarias e uma exposiçãohistórica sobre o Espiritismo.

A cidade de Cartagena de Índi-

as recebeu com muito carinho,fraternidade e alegria todos os par-ticipantes do Congresso EspíritaMundial. Excelente também foi otrabalho da Comissão Organizado-ra do evento.

A cerimônia de encerramento,igualmente bela, iniciou-se com aapresentação de um grupo folclóri-co de cantores e dançarinos colom-bianos, que proporcionou a todos ospresentes momentos de muita ale-gria, fraternidade e animação. Apósessa apresentação, foram proferidosos discursos de agradecimento e, emseguida, encerrando o Congresso,Divaldo Franco proferiu uma novaconferência.

A mensagem de AnaFuentes de Cardona

No dia 12 de outubro, à tarde,enquanto J. Raul Teixeira proferiasua conferência, Divaldo Francopsicografou uma mensagem ditadapelo Espírito de Ana Fuentes deCardona, que foi, na Terra, verda-deira missionária de nossa Doutri-na, nesta cidade e por todo o país.Ana de Cardona desencarnou em2003.

A mensagem, escrita em caste-lhano, um idioma que Divaldo nãodomina, é transcrita na íntegra:

Queridas hermanas, queridoshermanos del alma:

Que la paz del Maestro Jesúspermanezca en nuestros corazones.

La sociedad terrestre nunca tuvotanta cultura, ciencia y tecnologíacomo en esta actualidad. Mientrastanto, jamás hubo tanto dolor yaflicción como en estos días…

El sufrimiento alcanza nivelesjamás experimentados anteriormen-te.

PÁGINA 8 PÁGINA 9O IMORTAL NOVEMBRO/2007NOVEMBRO/2007

El hambre avergüenza la civili-zación y amenaza miles de millonesde vidas, no se señalando el núme-ro absurdo de aquellos que,sobreviviendo a la calamidad, per-manecerán marcados con lasdegeneraciones que resultarán de lacalamidad terrible…

Las enfermedades infecto-con-tagiosas amplían sus territoriosalcanzando todas las poblaciones dela Tierra, pese a las admirables con-quistas de la Medicina y de laFarmacología…

El egoísmo predomina en el serhumano individualmente, en grupo,colectivamente, demostrando quelos ciclos de ética y de civilizaciónnon han cambiado realmente lasociedad.

Hay carencia de amor en unmundo rico de cosas que podrían so-luciona, por lo menos, una gran par-te de los padecimientos de la Tierra.

Jamás hubo tantas corrientes fi-losóficas y denominaciones religi-osas y tan poca religiosidad!

El Cristianismo cumple dos milaños y preguntamos: qué hicimos deJesús?, cómo confundimos Sus

palabras, adaptándo-las a nuestrosintereses inferiores?

Felizmente, a la vez, vivimos elmomento del Consolador, conformeEl nos hubiera prometido, graciasal heroísmo de Allan Kardec, elnoble codificador.

El Espiritismo llega en el mo-mento cuando las doctrinas cien-tíficas pueden confirmar sus pos-tulados y paradigmas, en el instan-te cuando hay discernimiento cul-tural para superar las antiguascalumnias al respecto de lassupercherías con que han queridoconfundirlo.

Sus propuestas ético-morales,centradas en el Evangelio de Jesús,constituyen las directrices de segu-ridad para construirse la nuevasociedad del porvenir…

Su pedagogía moral elaboradapor los principios de la renovaciónespiritual para mejor, constituyen laherramienta preciosa para libertar elser humano de la ignorancia, delfanatismo, de la indiferencia alrespeto de la vida.

Desmitificando la muerte, am-plia los horizontes de la vida,

ofreciendo sentido y significadosociológico a la existencia carnal.

Se inicia, de ese modo, el ama-necer de la nueva era.

Es cierto que hay muchas som-bras… Empero la media noche, quees la hora máxima de las tinieblas,con un minuto después, ya es el ini-cio del amanecer.

Exultemos de júbilo porquevivimos la hora grandiosa para inau-gurar el período de la inmortalidadentre los seres humanos.

El siglo pasado se caracterizópor las conquistas científicas, tec-nológicas, iniciándose el período dela comunicación virtual,superándose distancias e isolandolas creaturas delante de las compu-tadoras, destruyendo las relacionespersonales, las vivencias de las re-laciones de vidas…

A este siglo, entretanto, sin em-bargo los sufrimientos superlativosde estos días, pertenecen el amor,el bello, la religiosidad humana, elarte, la espiritualidad.

A los espiritistas, sin despreciopor las demás creaturas y doctrinas,les cabe la tarea extraordinaria decambiar las estructuras morales ysicológicas de la actualidad, inau-gurando el periodo de la paz.

Emprender el compromiso deservir y realizar el bien, es deberintransferible que todos los espiri-tistas, encarnados y desencarnados,nos debemos imponer, sin excusas,sin justificativas para la fuga de laresponsabilidad.

Colombia, en la heroica Carta-gena de Indias, está hospedando enestos días expresivo numero de es-piritistas del mundo…

Bajo la inspiración de Jesucristo,por intermedio del libertador SimónBolívar y muchos próceres de nu-estro amado país, se inscriben en los

Espíritus y en los corazones lasenseñanzas de amor y de conocimi-ento para promoverse la paz, lajusticia social, la felicidad de nues-tro amado pueblo.

Uribe y San Pedro Claver asistena este 5º Congreso Espírita Mundi-al, acompañando a los expositoresy orientándoles a definir rumbos dela verdad para mañana.

A nosotros, pues, cumple la tareade servir y servir, pues esta es lanueva determinación que viene delo Alto.

Espiritas, amad, enunció elEspiritu de Verdad, como primeromandamiento – para que podraisinstruiros, para mejor servir.

Quien no vive para servir aun noha aprendido a vivir.

Esta es pues la hora de avanzaren el rumbo del porvenir.

Sin mirar hacia atrás, avance-mos, resolutos, abandonando nues-tras rivalidades, disensiones, pasi-ones inferiores y vivamos la frater-nidad legítima.

Más importante que saber esaplicar el conocimiento en favor delser.

Nosotros, aquellos que nos en-contramos en la erraticidad y quevivimos en la Tierra el ideal espíri-ta, estamos de pie, en lucha, y osconclamamos, hermanas y herma-nos espiritistas, para comenzarmoshoy y ahora la obra de redenciónhumana, iniciando el mundo deregeneración.

Agradeciendo, a todos por larealización de este ágape mundialde paz y de luz, os abraza con infi-nito cariño y ternura, vuestra servi-dora de ayer, de hoy y de mañana,

Ana Fuentes de Cardona

A mensagem acima, que muitocomoveu a todos, é reproduzida em

A cidade colombiana de Cartagena de Índias recebeu 1.436 pessoas de 30 países, com destaque para as delegações da Colômbia e do Brasil

Flagrante da mesa diretora na abertura do pré-Congresso, com Divaldo ao centro Cartaz oficial do Congresso Mundial de Cartagena

seguida, numa tradução livre parao português, feita por nosso confra-de Washington Fernandes, de SãoPaulo-SP:

Queridas irmãs, queridos ir-mãos da alma:

Que a Paz do Mestre Jesus per-maneça em nossos corações

A sociedade terrestre nunca tevetanta cultura, ciência e tecnologiacomo na atualidade. Ainda tanto,nunca teve tanta dor, aflição comonestes dias...

O sofrimento alcança níveis ja-mais experimentados anteriormen-te.

A fome envergonha a civiliza-ção e ameaça milhões de vidas,não se contando o número absur-do daqueles que, sobrevivendo àcalamidade, permaneceram mar-cados com as degenerescênciasque resultaram da calamidade ter-rível.

As enfermidadesinfecto-contagiosasampliam seus territó-rios alcançando todasas populações da Ter-ra, ainda que admirá-veis conquistas daMedicina e da Far-macologia...

O egoísmo pre-domina no ser huma-no individualmente,em grupo, coletiva-mente, demonstran-do que os ciclos deética e de civilizaçãonão se transforma-ram realmente nasociedade.

Há carência deamor num mundo ricode coisas que poderi-am solucionar, pelo

menos, grande parte dos padeci-mentos da Terra.

Jamais houve tantas correntesfilosóficas e denominações religi-osas e tão pouca religiosidade.

O Cristianismo cumpre doismil anos e perguntamos: que fize-mos de Jesus? Como confundimossuas palavras, adaptando-as anossos interesses inferiores?

Felizmente, vivemos o momen-to do Consolador, conforme Elenos prometeu, graças ao heroísmode Allan Kardec, o nobre codifi-cador.

O Espiritismo chega no momen-to quando as doutrinas científicaspodem confirmar seus postuladose paradigmas, no instante quandohá discernimento cultural para su-perar as antigas calúnias a respei-to das fraudes com que hão queri-do confundi-lo. (Continua na pág.10 deste mesmo número.)

Momento em que Raul Teixeira fazia sua conferência no Congresso

O IMORTALPÁGINA 10 NOVEMBRO/2007

Núcleos Espirituais de Desenvol-vimento - Esses Núcleos formam umaconstrução com aspecto de estrela dequatro pontas, que consiste na edificaçãocentral, circundada por quatro outrasconstruções que são as pontas da estre-la, tudo em um conjunto espelhando aunião dos anexos e trabalhando todosjuntos pelo bem da administração. As-semelha-se a um prédio de escritórios,compreendendo oito Núcleos: Núcleo daAdministração, da Energia, da Medici-na Espiritual, da Casa da Criança, daDoutrina, da Alimentação, do Lazer edos Serviços Gerais. Ligado aos Núcle-

os de Desenvolvimento encontra-se oCentro de Reciclagem Tecnológico, lo-cal em que se elaboram projetos funda-mentados em orientações provenientesda Unidade da Divina Elevação e pas-sados por Cairbar, visando o aperfeiço-amento tecnológico da Colônia.

Coordenadorias Especializadas -É um local de divisão de tarefas, em nú-mero de seis: Coordenadoria de Recep-ção, de Triagem, de Programas, deAcompanhamento, de Proteção e deAvaliação. As Coordenadorias se ligamfundamentalmente à essência do traba-lho desenvolvido pela Colônia, sendo oprocesso evolutivo dos seres o seu pon-to alto.

Unidade da Divina Elevação - É o

setor que estabelece contato com a Es-piritualidade Superior; um local de aces-so restrito a Cairbar Schutel e Scheilla.Caracteriza-se por muita luz e é bastan-te respeitado na Cidade Espiritual. È daíque partem as instruções do Mais Altopara a Colônia, bem como as revelaçõesque seus dirigentes têm o mérito de co-nhecer.

Casa da Criança - É o maior pré-dio da Colônia, com cinco andares, abri-gando cerca de 2.550 crianças espiritu-ais. Scheilla dirige esta Casa com umaequipe de 25 coordenadores. Trabalhamem cada equipe dez Espíritos, o que re-sulta num total de 250 trabalhadores. Alipredomina o amor ao trabalho, baseadona compreensão e harmonia de conjun-

to.Casa de Repouso ou Hospital de

Scheilla - Situa-se ao lado da Casa daCriança, e tem como dirigente Scheilla.Sua equipe está ligada ao Núcleo de De-senvolvimento da Medicina Espiritual.É um local onde são recebidos os Espí-ritos sofredores recém-chegados dosPostos de Socorro, trazidos pela equipesocorrista que mantém perfeita integra-ção com o trabalho de Scheilla. De acor-do com Cairbar, “Scheilla é um verda-deiro exemplo de fé, de perseverança,de humildade e, sobretudo, de amor!”Ela trabalha sem repouso no Hospital.Dedica-se com amor às crianças queestagiam na colônia, e com um amorsublime se dedica também aos Espíri-

tos abortados que necessitam carinho demãe. O médico espiritual Bezerra deMenezes refere-se a ela como sendo“amor e luz”.

Centro de Aprendizado da Luz Di-vina - É o local onde os duzentos milhabitantes de Alvorada Nova mantêmcontato com os ensinamentos de Cristo.É o esteio cultural e doutrinário da Co-lônia.

Casa da Sublime Justiça - É umaCasa onde trabalhadores analisam a si-tuação de outros Espíritos, dando-lhesa oportunidade de acompanhar todo oprocesso avaliatório para que daí se ex-traia uma conclusão lógica de sua con-duta no plano espiritual. (Continua nopróximo número.)

Um sucesso o 5o Congresso Espírita Mundial(Conclusão da entrevista das págs. 8 e 9.)

O século passado se caracterizoupelas conquistas científicas, tecnológi-cas, iniciando-se o período da comuni-cação virtual, superando-se distânciase isolando as criaturas diante dos com-putadores, destruindo as relações pes-soais, as vivências de relações de vidas...

Neste século, entretanto, sem embar-go os sofrimentos superlativos destes dias,pertencem o amor, o belo, a religiosidadehumana, a arte, a espiritualidade.

Aos espíritas, sem desmerecer asdemais criaturas e doutrinas, cabe atarefa extraordinária de alterar as es-truturas morais e sociológicas da atu-alidade, inaugurando o período da paz.

Empreender o compromisso de ser-vir e realizar o bem, é dever intransfe-rível que todos os espíritas, encarna-dos e desencarnados, nos devemos im-por, sem excusas, sem justificativaspara a fuga da responsabilidade.

A Colômbia, na heróica Cartagena deÍndias, está hospedando nestes dias expres-sivo número de espíritas do mundo...

Sob a inspiração de Jesus Cristo, porintermédio do libertador Simon Bolívar emuitos próceres de nosso amado país, seinscrevem nos Espíritos e nos corações osensinamentos de amor e conhecimentopara promover-se a paz, a justiça social,a felicidade e nosso amado povo.

Uribe e São Pedro Claver assistem aeste 5º Congresso Espírita Mundial, acom-panhando aos expositores e orientando-osa definir rumos da verdade para amanhã.

atividades, com destaque sobre as come-morações pelo Sesquicentenário de O Li-vro dos Espíritos. Os países representadosforam Alemanha, Argentina, Austrália,Bélgica, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia,Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Es-tados Unidos, França, Japão, Guatemala,Holanda, Honduras, Itália, México, No-ruega, Nova Zelândia, Panamá, Paraguai,Peru, Portugal, Reino Unido, Suécia, Suí-ça, Uruguai e Venezuela. Houve apresen-tação de Relatório das Atividades da Co-missão Executiva do CEI, com visitas eseminários realizados em vários países,sobre a TVCEI, edição de livros, da Re-vista Espírita, dos Boletins Eletrônicos doCEI e do CEI-Europa, e, também dasCoordenadorias de Apoio aos Movimen-tos Espíritas da Europa, América do Sul,América Central e Caribe.

Ricardo Lequerica fez breve relatosobre o 5o Congresso Espírita Mundial e,por proposta da Federação Espírita Es-panhola, a Espanha foi escolhida comosede do 6o Congresso Espírita Mundial,previsto para realizar-se em 2010.

A Fraternidad Espírita Dios, Amory Caridad, do Panamá, teve aprovadasua participação como membro obser-vador, sendo o 33o país a integrar o CEI.Foram eleitos, em seguida, os novosmembros da Comissão Executiva doCEI, que ficou assim constituída: Se-cretário Geral – Nestor João Masotti,1o Secretário – Charles Kempf, 2o Se-cretário – Elsa Rossi, 1o Tesoureiro –Antonio Cesar Perri de Carvalho, 2o Te-soureiro – Vanderlei Marques.

A próxima Reunião do CEI será reali-zada em Liège (Bélgica), em abril de 2009.

A nós, pois, cumpre a tarefa de ser-vir e servir, pois esta é a nova determi-nação que vem do Alto.

Espíritas, amai-vos, enunciou o Es-pírito de Verdade, como primeiro man-damento – para que possais instruir-vos,para melhor servir.

Quem não vive para servir aindanão aprendeu a viver.

Esta é, pois, a hora de avançar norumo do porvir.

Sem olhar para trás, avancemos,resolutos, abandonando nossas rivali-dades, dissensões, paixões inferiores evivamos a fraternidade legítima.

Mais importante que saber é apli-car o conhecimento em favor do ser.

Nós, aqueles que nos encontramosna Erraticidade e que vivemos na Terrano ideal espírita, estamos de pé, na luta,e os conclamamos, irmãs e irmãos espí-ritas, para começarmos hoje e agora aobra de redenção humana, iniciando omundo de regeneração.

Agradecendo a todos pela realizaçãodeste ágape mundial de paz e de luz, osabraça com infinito carinho e ternura vos-sa servidora de ontem, hoje e de amanhã,

Ana Fuentes de Cardona

Reunião do CEI em CartagenaNos dias 14 e 15, seguintes ao en-

cerramento do Congresso, realizou-se a12a Reunião Ordinária do Conselho Es-pírita Internacional, no Hotel Capilla delMar, em Cartagena de Índias (Colômbia).

A reunião foi dirigida por Eduardo dosSantos (Uruguai), com o apoio do Secretá-rio Geral do CEI, Nestor João Masotti. Re-presentantes de 31 países fizeram relatos de

Cidades Espirituais (2ª Parte)

EFIGÊNIA S. SANTOSDe Londrina

Pedimos a Divaldo que falassesobre Maria Dolores, já que, quandoencarnada, tinham sido muito amigos.Ele prontamente nos atendeu, contan-do fatos interessantes da querida ami-ga.

“Conheci Maria Dolores no anode 1949. Ela morava em Itabuna, BA,e era casada com Cármine Laroca.Não tiveram filhos.

Maria Dolores criou e educoumeninas órfãs. Uma delas, hoje, é pro-fessora de inglês, na cidade de Otawa,no Canadá. Essa menina era filha deuma senhora muito pobre. MariaDolores ficou com a menina, a fim deeducá-la e pediu-me para que ampa-rasse sua mãe na “Mansão do Cami-nho”.

Quando estávamos para inaugu-rar a “Mansão do Caminho”, MariaDolores no ofereceu o refeitório comcinco mesas e as cadeiras. Nós éra-mos muito amigos.

Maria Dolores era uma médiummuito sensível, muito boa, uma exce-lente pianista, pintora e aquarelistaadmirável.

Deixou também um livro de poe-mas publicado sobre Francisco deAssis. Era uma pessoa fascinante.

Eu a chamava pelo apelido deMadô.

Maria Dolores veio morar na Ci-dade Baixa, fundando um Centro

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

Momentos com Divaldo FrancoEspírita com um grupo de amigos.Esse grupo tinha o objetivo de aten-der os pobres da invasão.

Era uma personalidade jovial,alegre, otimista.

Hospedou Pietro Ubaldi, quandoveio à Bahia pela primeira vez, em1951. Na casa dela eu o conheci, fa-zendo parte da Comissão Organiza-dora para recepcioná-lo.

Clóvis Tavares, que o acompa-nhou, teve que seguir à cidade deCampos, no Estado do Rio de Janei-ro, e eu, então, acompanhei PietroUbaldi até Fortaleza.

Pietro Ubaldi era um homemincomum, silencioso, místico, discre-to, muito nobre e muito introvertido.

No tempo do Natal, eu psicogra-fava as mensagens alusivas à data eMaria Dolores pintava os desenhoscom aquarela. Naquele tempo não seusavam cartões feitos em gráficas.Comprávamos cartolina e ela dese-nhava enfeites de Natal, pintava-os,recortava-os e colocava as mensa-gens impressas.

Era uma grande paisagista. Nes-sa época eu psicografava mensagensde um Espírito chamado Carlos eMaria Dolores me auxiliava muitonesse trabalho.

No além-túmulo, é impressionan-te como Chico Xavier a traduz.

No ano de 1976, ela fez uma qua-dra através de Chico Xavier e me ofe-receu. Assinou Madô e a quadra veiocom a letra que tinha na Terra. Foinotável”.

(Texto extraído do livro: “O Jovem que Escolhe o Amor”, de Maria AnitaRosas Batista.)

CLAUDIA [email protected]

De Viena, Áustria

O IMORTALNOVEMBRO/2007 PÁGINA 11

Palestras, seminários e outros eventos

- A USEL - União das Sociedades Espíri-tas de Londrina promoveu no dia 28 deoutubro, no auditório do Centro de Estu-dos Espirituais Vinha de Luz, reunião en-tre seus dirigentes e os representantes dasCasas Espíritas londrinenses, ocasião emque foram aprovadas as seguintes delibe-rações: 1) Semana Espírita de Londrina em2008: o início ocorrerá no dia 19 de julho,com encerramento no dia 27 ou 28 de ju-lho. 2) Promoções: ficou acertada a reali-zação de duas promoções de pizza paraarrecadar recursos financeiros destinadosao custeio da Semana Espírita. 3) Promo-ções feitas pelas Casas Espíritas: a USELdeverá divulgá-las nos folders que distri-bui mensalmente com a programação depalestras. 4) Para dar continuidade ao de-bate dos assuntos tratados na reunião edefinir a programação seguinte, a USELpromoverá nova reunião no dia 25 de no-vembro de 2007, às 15h, no Centro de Es-tudos Espirituais Vinha de Luz.

Curitiba – - No dia 28 do mês passado,o expositor espírita Cosme Massi minis-trou o seminário “Recolhimento e cal-ma”, no Teatro da FEP (Alameda Cabral,300), das 9 às 12h30. O seminário foitransmitido ao vivo pela internet, no ca-nal 2 da TV CEI (www.tvcei.com).

- A Federação Espírita do Paraná está co-lhendo assinaturas para o abaixo-assina-do iniciado pelo Movimento Nacional emDefesa da Vida - Brasil Sem Aborto, con-vidando às entidades espíritas a aderiremao Movimento. O abaixo-assinado vemsendo distribuído pela FEP e, após pre-enchido, deve ser encaminhado direta-mente ao endereço do Movimento, nomesmo indicado. Mais informações po-dem ser obtidas através do sitewww.brasilsemaborto.com.br.

Cornélio Procópio – O Centro EspíritaRedenção promoveu em outubro seuMês Espírita, com a participação de ex-positores de várias cidades da região. Aabertura foi realizada no dia 6 com pa-lestra proferida por José Antônio Vieirade Paula e o encerramento ocorreu nodia 27 com Rosana Voigt Silveira.

Cambé – No Centro Espírita AllanKardec, situado na Rua Pará, 292, re-alizam-se em novembro, às quartas-feiras, a partir das 20h30, palestras acargo dos seguintes palestrantes: dia7, Pedro Garcia (Arapongas); dia 14,José Gonçalves de Oliveira (Cambé);dia 21, Gilberto Coutinho (Cambé); edia 28, Paulo Costa (Londrina).

Londrina - A Comissão em Defesa daVida de Londrina e Região promove o“Show pela Vida” no dia 10 de novem-bro (sábado), com início às 16 horas, noMoringão. Haverá culto ecumênico,apresentação de bandas, grupo de dançae apresentação do Coral Espírita HugoGonçalves. Será sorteado um notebookentre os participantes do evento.

- O Centro Espírita Nosso Lar promo-ve em novembro mais dois cursos: Cur-so e Reciclagem sobre Recepção, no dia10, sábado, das 20 às 22 horas, a serministrado por Leda Negrini, e Cursosobre Passe, em 4 módulos, nos dias 11,18 e 25 de novembro e 2 de dezembro,domingo, das 9 às 10h da manhã, a serministrado também por Leda Negrini.As inscrições para os dois cursos estãoabertas na Livraria do “Nosso Lar”. Nãohá pagamento de taxa alguma.

- O Grupo de Estudos Espíritas “AbelGomes”, que é coordenado por AstolfoOlegário de Oliveira Filho, concluiu no dia22 de outubro o estudo do livro “Liberta-ção”, de André Luiz, e promove nas datasabaixo, segunda-feira, às 20h, os seguin-tes seminários: 5 de novembro – “Progra-mação Reencarnatória”; 12 de novembro– “Morte, cremação de cadáveres e doa-ção de órgãos”; 19 de novembro – “Alco-olismo e obsessão”; 26 de novembro – “Je-sus e o 3o Milênio”. Os seminários serãorealizados no Centro Espírita Nosso Lar.

- O programa televisivo Vida e Valores,apresentado por Raul Teixeira e que com-pletou um ano no ar em julho último, étransmitido na região de Londrina atravésdo canal televisivo 7, TV JB e tambémtransmitido na Internet pela TV MundoMaior (www.tvmundomaior.com.br) eTVCEI (www.tvcei.com).

- O Círculo de Leitura “Anita Borelade Oliveira” promove no dia 4 destemês mais uma reunião, desta vez nacasa de Neusa e Antônio CarlosCoutinho, quando será estudado maisum módulo referente ao livro “LeonTolstoi por ele mesmo”, psicografadopor Célia Xavier Camargo.

Apucarana – Em comemoração do MêsEspírita, foram promovidas em outubrodiversas atividades na cidade, encerran-do-se a programação com palestra pro-ferida no dia 27, por Astolfo Olegáriode Oliveira Filho, sobre o tema “Finali-dade Vida – Por que encarnamos? Porque estamos neste mundo?”. A palestraocorreu no Grupo Espírita Joana D´Arc.

Cascavel – De 30 de outubro a 3 de no-vembro, a 10.ª URE estará realizando a IX Semana da Cultura Espírita de Cas-cavel, evento que contará com a presen-ça de Gerson Tavares, Luis MaurícioResende, Carlos Abranches e SuelySchubert, que lançará 2 livros de sua au-toria. Haverá também duas apresenta-ções de teatro, exposições e feira de li-vros, Cds e Dvds.

São Paulo (SP) – A UDEsp (União dosDelegados de Polícia Espíritas do Estadode São Paulo) realizou no dia 25 de outu-bro o 10.º Encontro de Delegados de Polí-cia Espíritas no Auditório Dr. Ivahir deFreitas Garcia, da ADPESP (Associaçãodos Delegados de Polícia do Estado de SãoPaulo), Av. Ipiranga, 919, 10.o andar, Cen-tro. Foram tratados no Encontro os seguin-

tes temas: a) O policial espírita, pelo Dr.Roosevelt de Souza Bormann. b) Filosofiapenal do futuro, pelo Dr. José Leal. Maisinformações sobre o evento pelo telefone(0xx11) 2168-2877 (horário comercial) oupelo E-mail [email protected].

Campinas – No dia 2 deste mês, o jor-nal “O Imortal” e o jornal “ComunicaA-ção”, publicado pela ADE-Paraná, serãoobjeto do programa “Observatório Espí-rita”, que vai ao ar, ao vivo, a partir das20h30, pela WEB Rádio Espírita Campi-nas, cujo site é www.adecampinas.org.br.

Matão – A USE – União das SociedadesEspíritas do Estado de São Paulo reali-zou nos dias 27 e 28 de outubro Encon-tro Estadual de Comunicação SocialEspírita, sobre o tema “ComunicaçãoSocial Espírita: Da teoria à Prática”, nasdependências do Centro Espírita AllanKardec (Av. Trolezzi, 2349 – VilaBuscardi). O evento teve por objetivoorientar as instituições espíritas na insta-lação de um departamento de Comuni-cação Social Espírita; estimular a forma-ção de equipes de trabalho; e planejar eexecutar ações de comunicação social es-pírita, visando atender as necessidades e

Palestras promovidas pela USEL em Londrina

anseios das instituições espíritas, em re-lação ao público interno e externo.

Osasco – O livro Renúncia, de Em-manuel, psicografia de Chico Xavier,foi adaptado para o teatro pela CadirProduções. A peça que leva o mesmonome do livro vem sendo apresentadaem diversas cidades brasileiras, tendosido apresentada no dia 25 de outubrono Teatro Municipal de Osasco (Av. dosAutonomistas, 1533 – Campesina -fone: 3685-9596 / 3682-3916). Mais in-formações podem ser solicitadas via e-mail: [email protected] e tam-bém estão disponíveis nos endereçoseletrônicos: http://renuncia.slide.com/, www.youtube.com/cadirpa e http://cadir.multiply.com

Petrópolis – O Conselho Espírita doRio de Janeiro realizou a XVIII Con-fraternização Espírita do Estado doRio de Janeiro, no período de 26 a 28de outubro, no Palácio de ConvençõesQuitandinha, na cidade de Petrópolis,na Rua Joaquim Rolla nº. 2, no bairrodo Quitandinha. O tema central foi: “OLIVRO DOS ESPÍRITOS: 150 anosiluminando consciências”.

Alderico Natal Sposti (à dir.) presidiu a reuniãorealizada pela USEL no dia 28 de outubro

O IMORTALPÁGINA 12 NOVEMBRO/2007

ELSA [email protected]

De Londres

“Ah!. Se eu soubesse disso, te-ria participado”! Quando Jesusreferiu-se a todos, com a frase “Fe-lizes os que crêem sem ver”, comoem todas as lições, palavras reple-tas de sabedoria, vale dizer, quevamos participar da união, dos tra-balhos, dar nossa contribuição,nossa presença, nosso apoio frater-no, sem julgamentos, fazendo omelhor para que o conjunto de tra-balhadores e trabalhos sejam bemharmonizados, assim, estando nomeio, oferecendo o melhor a to-dos.

Como é do conhecimento damaioria dos leitores deste concei-tuado periódico espírita O Imor-tal, foi realizado na cidade de Lon-dres, o Primeiro Congresso Britâ-nico de Medicina e Espiritualida-de. A amplitude do titulo do Con-gresso abrangeu médicos simpati-zantes ao Espiritismo, médicos

espiritualistas e médicos espíritas.Com isso, abrangeu-se também umpublico muito maior de inglesesinteressados nos temas desenvol-vidos por todos os palestrantes.

Apesar de termos acolhido emtorno de 450 congressistas noGreat Hall dos Quakers MeetingHouse, no centro de Londres, aolado da Estação de trens Euston,uma das mais movimentadas (apóslevantamento final é que soube-mos o número exato, pois a expec-tativa girava em torno de 350 par-ticipantes), ainda até agora recebe-mos e-mails e telefonemas de al-gumas pessoas que poderiam terfeito um remanejamento em seusdiários e com isso teriam partici-pado. Mas, como sabem, é verão,praia, amigos, viagens.

O congresso realmente foi umacontecimento inédito em terrasbritânicas. Temos diversos e-mailsescritos por ingleses que participa-ram e nos enviaram palavrasencorajadoras de que continuemosa trazer eventos como esse, o que

certamente acontecerá em outubrode 2009, em Londres.

Para manter aquecido o gostode um trabalho como esse, serárealizado em inicio de dezembro,também em Londres, um seminá-rio com Guy Lyon Playfair, escri-tor não-espírita mas que trabalhouanos no Brasil em pesquisas como Dr. Hernani Guimarães Andrade,um dos maiores cientistas espíri-tas brasileiros, já conhecido tam-bém da maioria dos espíritas, e oengenheiro alemão espíritaDagobert Goebel, um dos dirigen-tes do Grupo Espírita ALKSTAR.E na seqüência do aquecimento deinformações, prepara-se a Alema-nha para realizar o seu PrimeiroCongresso Alemão de Medicina eEspiritualidade, na mesma linha detrabalhos iniciados nos EstadosUnidos no ano de 2006, com a re-alização do Primeiro CongressoNorte-Americano de Medicina eEspiritualidade, em conjunto coma AME Internacional e o Conse-lho Espírita dos Estados Unidos.

Crônicas de Além-Mar

Ainda a repercussão do inédito evento

Caminho redentor

Deus de Bondade, Pai e Criador.Há dois mil anos nos mandaste o Filho,O Rei dos Reis, o Grande e Bom Pastor,

Cujo redil nos indicara o trilho.

Nos Seus Sermões de Eterno ProfessorEle ensina o dulcíssimo estribilho

Do Evangelho que espelha o Seu AmorMostrando à humanidade excelso brilho.

Depois de tanto Bem ter praticado,Foi pelo povo, insano, condenadoA morrer numa cruz de malfeitor.

Ainda assim, o exemplo fora dado:Conquanto entre ladrões crucificado,

Mostrou-nos o Caminho Redentor.

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

ELSA ROSSI, escritora e pa-lestrante espírita brasileira radicadaem Londres, é 2ª Secretária doConselho Espírita Internacional,diretora do Departamento de Uni-ficação para os Países da Europa,organismo do Conselho EspíritaInternacional e secretária da Bri-tish Union of Spiritist Societies(BUSS).

Fundada em 18/4/2007, a re-vista eletrônica O Consoladorapresenta todas as sextas-feiras narede mundial de computadoresuma nova edição contendo artigos,notícias, entrevistas e reportagenssobre os principais eventos ocor-ridos no Brasil e no exterior.

Eis as atrações de cada ediçãoda revista:• Elucidações de Emmanuel• Correio Mediúnico• Espiritismo para as crianças• Raul Teixeira responde• Jóias da poesia contemporânea• Estudo dos Clássicos do Espiri-

Leia e divulgue

O ConsoladorRevista Semanal de Divulgação Espírita

www.oconsolador.comtismo• Estudo das Obras de Allan Kardec• Estudo das Obras de André Luiz• Estudo Sistematizado da Doutri-na Espírita (ESDE)• Questões Vernáculas• O Espiritismo responde• Entrevista com confrade do Bra-sil ou do exterior• Reportagens sobre os principaiseventos espíritas• Esperanto em destaque• Livros novos• Noticiário nacional• Noticiário internacional• Cartas dos leitores

• Carta ao leitor• Editorial.

Até o dia 26 de outubro, con-forme registros da Locaweb, queadministra o site da revista, comapenas seis meses de vida, apu-rou-se o seguinte:• A revista tem leitores em 48países de todos os continentes• 64.359 é o número de downloa-ds realizados de textos da revista• 278.916 é o número de impres-sões feitas de páginas da revista.

O Consoladorwww.oconsolador.com

Na Grã Bretanha, tivemos a BUSS– British Union of SpiritistSocieties, a APES – Associaçãodos Profissionais Espíritas da Saú-de, que é um Núcleo da AME In-ternacional em terras britânicas, ea AME Internacional. Na Alema-nha será também o trabalho emconjunto da AME Internacionalcom o Grupo ALKSTAR, do Mo-vimento Espírita Alemão.

Fica aqui um convite aos leito-res que O Imortal e a revista ele-trônica O Consolador têm em to-dos os países em terras de além-mar, para que possam participar,esforçando-se para isso, anotandoem suas agendas, dando o neces-sário apoio ao Congresso Alemãode Medicina e Espiritualidade e atodos os eventos possíveis, pois sóassim estaremos abrindo portasdiretamente para a rua, onde pas-

sam transeuntes de toda sorte, comsuas curiosidades e necessidades...E tenhamos a certeza de participarpara acontecer e não esperar paraver o que vai acontecer.

O importante é estar lá, é fazerparte do momento que, mesmo quedure dois dias, é sempre efêmero,e a lembrança depois trará alegri-as imensas para nossa alma, pornão termos perdido a experiência,a participação, a oportunidade.

O IMORTALNOVEMBRO/2007 PÁGINA 13

Processo obsessivo

Um dia desses, conversando comuma jovem senhora que procurou oCentro Espírita por motivo de afli-ção, terminamos dizendo: “No futu-ro, você talvez bendiga as dores queagora rejeita. Se não fossem por elas,você teria ficado acomodada com suavida cotidiana e talvez nunca procu-rasse um Centro Espírita e recebessea luz do seu conhecimento. Agrade-ça a Deus por tudo isso”.

Ela, surpresa, ponderou: “Sabeque é verdade?”

bárbaros do passado. Amor e perdãodevem ser a nossa busca. Paciência,uma virtude a conquistar.

Um dia, quem sabe, se persistir, ajovem que procurou a Casa Espírita sefelicitará por ter acontecido isso em suavida, por ter podido ampliar sua visãoe não simplesmente se livrar do Espíri-to, mas transformar o ódio em amor etê-lo como alguém muito querido.

Esses fenômenos mediúnicos es-tão acontecendo por toda a parte ecada vez com pessoas mais jovens,principalmente na adolescência... Es-tejamos preparados para esclarecê-lose não recomendar de imediato, comoainda vemos, desenvolvimentomediúnico para alguém despreparadoe em franco processo obsessivo, mas,sim, desenvolvimento do médiumcom estudo, amor, paciência e traba-lho. Depois, sim, se perseverar no Es-piritismo, o trabalho mediúnico seráuma conseqüência.

JANE MARTINS [email protected]

De Cambé

Sua história é como a de muitosoutros que procuram o Espiritismo de-vido ao sofrimento. Nada de dizer hojeque é a maioria. Pode ter sido no passa-do. Hoje a maioria procura o Espiritis-mo porque deseja respostas lógicas,num tempo em que o raciocínio, os fa-tos que falam à inteligência, têm gran-de peso, graças aos mecanismos da evo-lução, que aprimoram o indivíduo.

Essa irmã acima citada, no entan-to, veio devido à dor. Freqüenta a casahá pouco tempo. Morre de medo dosEspíritos e é médium. Relata ela queisso ocorre desde os 13 anos de ida-de, quando começou a vê-los em suamente. Foi se acostumando com o

fenômeno e agora já não tem medoda maioria, mas mantém o medo atrozde um Espírito que a acompanha qua-se todo o tempo. Com esse, ela nãoconsegue nem conversar, tamanho omedo que sente. Quer se livrar dele...

Orientemo-la ao estudo, aos pas-ses, ao Evangelho, principalmente aoEvangelho no lar, e sobretudo à de-terminação de se melhorar como serhumano e ao cultivo da paciência.

É um caso típico de obsessão e, sehá um obsessor, uma causa justa há portrás. É necessário transformar o perse-guidor num amigo. O medo que elasente dele revela que ele não é amigo.

Ledo engano pensar que umobsessor se afasta num passe de mági-ca! Livrar-se dele!... É preciso parar detemer e ter compaixão, olhos de mise-ricórdia porque deve ser um Espíritosofrido. Compaixão e misericórdia atéconseguir transformar isso em amor.Fazer do inimigo um amigo. Tal era a

proposição de Jesus: Amar! Que méri-to há em se amar apenas aos amigos? Épreciso amar “aqueles que nos odeiame nos caluniam”, propõe-nos Jesus.

É preciso muita paciência, conven-cer o Espírito ferido de que hoje aqueleque está encarnado é melhor do que naépoca em que o Espírito foi lesado. Épreciso esforço incessante em comba-ter os defeitos, estimulando a vivênciadas virtudes. Não há mágica. O Espíri-to obsessor pode se transformar em umgrande amigo, se perceber que sua ví-tima de hoje despertou para o bem, vivehoje com mais amor do que ontem.

Há muitos casos de Espíritosperseguidores que vêm às reuniõesmediúnicas e publicamente se des-culpam com aquele que perseguiam.

Estamos numa época em queverdadeiramente o amor deve se im-plantar na Terra e, para isso, deve-mos deixar para trás, como nos dizo próprio Evangelho, os costumes

- Qual a missão do Espíritoprotetor?

- A de um pai para com os fi-lhos: conduzir o seu protegido pelobom caminho, ajudá-lo com os seusconselhos, consolá-lo nas suas afli-ções, sustentar sua coragem nas pro-vas da vida. (Questão 491, de “OLivro dos Espíritos” – Allan Kardec).

Nenhuma criatura existe sobrea Terra que não conte com o auxí-lio de um Espírito protetor e nissotemos uma das mais belas econsoladoras concessões da provi-dência divina.

Ninguém poderá dizer que estásó na vida, mesmo que esteja mo-mentaneamente isolado do conví-vio social, pois sempre contarácom a presença amiga e oportunade um Espírito generoso, seguin-do seus passos. Devemos, então, aele recorrer com freqüência, querseja para solicitar seus valiosospréstimos, quer seja para agrade-cer suas constantes e importantesintercessões em nosso favor. Deuso coloca a nossa disposição paraque possamos cumprir com as nos-sas obrigações e responsabilidadesna existência física, pois que a nos-sa presença na Terra tem objetivos

Nosso Espírito protetorConfiantes, aprendemos a contar

com o valioso apoio desse amigo leal,mas não podemos descuidar, em ne-nhum momento, de seguir nossa pró-pria estrada, uma vez que a evoluçãoespiritual, que nos assegurará as con-quistas eternas, sempre será o resul-tado do nosso esforço pessoal.

Os acertos verificados na vidaou os erros deliberados sempre se-rão de nossa inteira responsabilida-de. Nunca a Providência divina nosdeixará desprotegidos, nem nos de-samparará, mas fazer ou deixar defazer, seguir por um caminho ou poroutro, sofrer ou ser feliz será sem-pre uma escolha totalmente nossa.

Busquemos, sim, pelo nossoEspírito protetor, mas nunca dei-xemos de assumir a nossa parte.Esse amigo espiritual terá sempreimenso prazer em nos ajudar, mascaso não lhe dermos ouvidos, pre-ferindo acolher as sugestões quenos chegam de fontes menos dig-nas, poderá se afastar do nossoconvívio, por algum tempo, até queaprendemos a reconhecer os ver-dadeiros valores da vida. Trabalharpela perfeição espiritual é tarefaexclusivamente nossa, mas a Bon-dade divina, para nos ajudar, colo-cou ao nosso lado um Espírito pro-tetor. Procuremos por ele visandofacilitar as nossas tarefas, mas nun-ca esqueçamos de que ele não rea-lizará o serviço que é nosso.

Estudando as obrasde André Luiz

O Espiritismo nos esclarece quenosso mundo está destinado a se tor-nar um Mundo de Regeneração (AGênese, cap. XVIII, 27 e 28) e quepor isso uma grande migração de al-mas se dará: Espíritos bons virãoencarnar-se aqui e Espíritos que nãose deixaram sensibilizar pelo bem de-verão partir para mundos compatíveiscom seus estados morais evolutivos.

O que muita gente estranha é oCodificador do Espiritismo afirmarque nem todos os Espíritos retarda-tários serão expulsos da Terra, escla-recendo que muitos há que só sãomaus por fora, devido à influência damatéria, mas que têm grandes possi-bilidades de se renovarem ao conta-to com os Espíritos mais elevados.

André Luiz, no livro “Os Mensa-geiros”, nos apresenta um quadro quebem exemplifica essa situação, quan-do em visita a uma Instituição de So-corro, “Campo da Paz”, construída emregião espiritual menos elevada, bempróxima ao planeta.

Lá, conhece Cecília, que anseiaem adquirir créditos morais parapoder pelo menos visitar a ColôniaEspiritual Nosso Lar, de ondeAndré procede.

E quando André tenta dizer queNosso Lar não é muito diferente de“Campo da Paz”, dizendo que lá tam-bém há muitos sofredores, ouve de Ce-cília profunda lição que muito nos aju-daria a entender a diferença entre nossomundo de hoje e o Mundo de Regene-ração a que nossa Terra se destina.

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

Ouçamos Cecília:“Creia que os sofredores que atin-

gem o seu núcleo já se encontram acaminho de excelentes realizações.

Os irmãos desequilibrados quelá existem, já se torturam pelo va-garoso despertar da consciência, jásentem remorsos e arrependimentosindicativos de renovação.

São sofredores que melhoramprogressivamente, porque o ambien-te da cidade é de elevação positiva.

Onde a maioria vive com a bon-dade, a maldade da minoria tende adesaparecer”.

E Cecília continua a comparação:“Vocês conhecem lá muitos Es-

píritos sofredores mas, em “Campoda Paz”, conhecemos muitos Espí-ritos obsessores.

Lá poderá existir muita genteque ainda chora; mas em nosso meiohá muita gente que ainda se revolta.

É mais fácil medicar o quegeme, que atender ao revoltado.

Nas Câmaras a que se refere,vocês retificam erros que já aparece-ram, dores que já se manifestaram;mas aqui, meu amigo, somos com-pelidos a lutar com irmãos ignoran-tes e perversos, que se sentem abso-lutamente certos nas fantasias perigo-sas que esposaram, e vemo-nos obri-gados a atender a doentes que nãoacreditam na própria enfermidade.”.

E, com essa explanação Cecíliadeixa bem claro a diferença do am-biente espiritual onde vive, comNosso Lar, onde anseia viver.

Um local lembra o Mundo deExpiação e Provas que vivemos e ooutro nos leva a imaginar como seráum Mundo de Regeneração.

... “E eu vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei o bem àqueles que vos odeiam eorai por aqueles que vos perseguem e vos caluniam.” - Jesus (Mateus, 5:20 e 43-47.)

WALDENIRAPARECIDO CUIN

[email protected] Votuporanga, SP

claros de nos promover o crescimen-to espiritual.

No entanto, é preciso compreen-der que o Espírito protetor em mo-mento algum realizará a tarefa quenos compete, uma vez que está aonosso lado como um pai, um amigo,um irmão, mas não como alguém ha-bilitado a fazer o serviço que noscompete, fruto de nossos compro-missos. Além disso, é em razão donosso próprio esforço que adquiri-mos as experiências que nos asse-gurará o amadurecimento espiritualde que temos tanta necessidade.

Desse modo, nosso benfeitor ami-go intuitivamente nos aconselha nosmomentos de dúvida, mas a decisãode qual caminho seguir será semprenossa; escolher o que é melhor e maisproveitoso é de competência exclu-sivamente nossa. O Espírito protetorpode nos consolar face a situaçõesque nos causam dores e sofrimentos,mas sair do marasmo, ou da letargia,é obrigação própria de cada um, poisa vida sempre nos presenteia com to-das as possibilidades de deliberar pelamelhor direção.

Constantemente nosso Espíritoprotetor distribuiu sua ajuda ao nos-so redor, mas precisamos trilhar pelavida com as nossas próprias pernas,pois tal decisão permitirá que colha-mos os frutos da nossa plantação, oque faz nascer o indispensável apren-dizado que não podemos dispensar.

O IMORTALPÁGINA 14 NOVEMBRO/2007

O sonho de LaurinhoLaurinho tinha apenas oito anos,

mas era muito vivo e inteligente.Certo dia, na escola, ele ouviu a

professora falar sobre a existência da“alma” explicando que ela é imortale, por isso, já existia antes desta vidae continuaria existindo após a mortedo corpo. Para finalizar, a professora,que era espírita, completou:

— O sono é um estado muito pareci-do ao da morte, porque o espírito se des-prende do corpo e vai para onde quiser. Adiferença é que, do sono, acordamos to-das as manhãs; e, quando ocorre a mortedo corpo material, o espírito não volta maisa habitar aquele corpo de carne.

Laurinho escutou com muita aten-ção e ficou preocupado com as pala-vras da professora.

Na verdade, não entendia direitocomo isso poderia acontecer. Aliás,nem sabia se acreditava em “espírito”.

— Será que temos mesmo umaalma ou espírito? — perguntou.

— Nós não temos uma alma ouespírito, Laurinho. “Nós somos” o es-pírito — respondeu a professora.

Laurinho estava surpreso. Ele nuncaouvira ninguém falar sobre esse assunto!

Assim, voltou pensativo e cheiode dúvidas para casa, e o resto do dia

pai lendo um livro emsua cadeira de balan-ço preferida.

Foi até a cozinhabeber água, mas nãoconseguiu segurar ocopo, pois sua mãopassava por ele semconseguir pegá-lo.

Viu seu gatinhoXuxú que estava ron-ronando num canto dacozinha e resolveubrincar com ele.

— Xuxú! Xuxú!— chamou.

O gatinho acor-dou, sonolento. Lauri-nho aproximou-se e passou as mãosno animalzinho que, eriçando os pê-los, miou e correu a esconder-se noquarto de despejo no meio de um mon-te de roupas, como se estivesse commedo.

Laurinho resolveu deixar Xuxúem paz e voltar para o quarto.

Ao passar pela sala, viu o vovôCarlos ao lado de sua mãe. O avô, sor-ridente, disse:

— Cuide de sua mãe para mim,Laurinho. Diga a ela que estou muitobem.

O menino, já com sono, voltoupara o quarto e deitou-se.

No dia seguinte, Laurinho desper-tou cedo para ir à escola. Trocou deroupa e foi até a cozinha onde sua mãeacabava de preparar o café.

Sentaram-se. A senhora comentou,enquanto colocava café na xícara:

— Que estranho! Não sei ondeestá o seu gatinho. Sempre que senta-mos à mesa para as refeições, Xuxúse aproxima para ganhar alguma coi-sa. Estou acordada há horas e ele ain-da não apareceu.

Naquele momento, Laurinho lem-brou-se do sonho que tivera e afirmou:

— Eu sei onde ele está.Levantou-se, foi até o quarto de

despejo, abriu a porta e Xuxú saiu seespreguiçando todo.

— Como você sabia que ele esta-

Nessa época, quando nos apro-ximamos do Dia de Finados, data emque se homenageiam os mortos, épreciso parar e refletir.

Jesus deixou bem claro que a mor-te não existe. A morte do corpo físicorepresenta apenas a passagem de ummundo para o outro. O Espírito deixa omundo material e passa a viver no mun-do espiritual, que é sua verdadeira vida.

O Mestre não apenas falou sobrea importância da vida futura, exempli-ficou seus ensinamentos retornandoapós sua morte na cruz para mostraraos discípulos a verdade que ensinara.

Por isso, meu ami-guinho, não adiantaprocurarmos nossosmortos queridos no ce-mitério, porque elesnão estão lá. Sob a ter-ra permanecem apenasos restos mortais, quenada mais importam.É como uma roupa ve-lha que não serve mais para o uso, detão estragada que está.

E além do mais, quem é que gostade lugares tristes?

Se pudermos escolher, natural-mente iremos para os melhores lu-gares, mais agradáveis e alegres.Assim também acontece com o Es-pírito que já deixou a Terra.

A realidade do mundo espiritualé muito bonita. A vida lá é muito me-lhor do que a nossa, que estamos ain-da aqui encarnados. Tudo o que ve-mos aqui na Terra, e que nos parecebelo, é apenas pálida e imperfeita có-pia do que existe na Espiritualidade.

Dessa forma, se temos algum ente

querido que já partiu para a realidademaior, nos lembremos dele com ale-gria, recordando os momentos felizesque passamos juntos ou passagens en-graçadas da nossa vida em comum,emitindo pensamentos de carinho e desaudade, mas sem revolta ou deses-pero. Façamos preces envolvendo-oem vibrações afetuosas para que elese sinta amado e protegido.

Se sentirmos necessidade deofertar-lhe alguma coisa, que nãoseja nossa ida ao cemitério, onde elecertamente não irá gostar de retornar.

Coloquemos um vaso de flores emnossa casa mesmo,lembrando sua presen-ça querida. Podemosdoar algo a alguémmais necessitado, emseu nome, o que o dei-xará gratificado.

Ou então, meuamiguinho, vocêpode enviar-lhe um

buquê de flores.Como? Bem, pense nas flores

que seu ente querido mais gostava,ou, então, aquelas que você acha maisbonitas. Imagine um lindo ramo deflores, adorne-o com o papel e a fitaque desejar, demonstrando seu cari-nho. Depois, escreva mentalmenteum belo cartão, com as palavras quegostaria de lhe dizer. Em seguida, en-tregue sua oferenda dizendo:

— Estas flores são para você!Tenha certeza de que seu ente queri-

do receberá seu presente. Assim, ele irárealmente se sentir homenageado e agra-decerá a feliz lembrança que você teve.

Experimente!

A morte não existenão conseguiu pensar em outra coisa.

À noite, fez uma pequena oração paraJesus, que a mãe ensinara, e deitou-se. Nãodemorou muito, estava dormindo.

Algum tempo depois, Laurinhoacordou. Sentiu sede e levantou-separa beber água.

Reconhecia-se mais leve, bem dis-posto. Ao olhar para o leito, levou umsusto. Viu um outro Laurinho dormindo.

Como poderia estar em dois luga-res ao mesmo tempo?!...

Lembrou-se, então, do que a pro-fessora havia ensinado.

— Que legal! Então, este é meucorpo espiritual e estou fora do corpode carne!

Achando graça da situação, saiudo quarto e caminhou pela casa. Seuspais ainda estavam acordados eLaurinho viu a mãe fazendo tricô e o

va lá? — Perguntou opai, curioso.

Laurinho contou osonho que teve à noi-te, deixando os paissurpresos. Depois con-tinuou:

— E tem mais. Ovovô Carlos, que esta-va na sala ao seu lado,mamãe, pediu-me quecuidasse de você e quelhe dissesse que eleestá muito bem.

Emocionada, a se-nhora, cujo pai tinhamorrido há alguns me-ses, exclamou:

— Mas, seu avô Carlos já morreu,meu filho!

— Pois eu o vi bem vivo, mamãe.E nem me lembrei que ele já estavamorto.

Os pais de Laurinho não conti-nham a satisfação e se abraçaram, per-cebendo que algo de muito grandiosoocorrera àquela noite.

Eles, que não acreditavam emnada, sentiam agora uma nova espe-rança em seus corações, graças ao so-nho de seu filho Laurinho.

E o menino, de olhos arregalados,disse:

— E não é que minha professoratem razão? A morte não existe!...

Tia Célia

O IMORTALNOVEMBRO/2007 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1867 (Parte 11)

Damos continuidade à publica-ção do texto condensado da Re-vista Espírita de 1867. As pági-nas citadas referem-se à versãopublicada pela Edicel.

*158. Em carta dirigida a Kardec,

o Sr. Bonnemère revela pormeno-res relacionados com a origem daobra Roman de l’Avenir - Romancedo Futuro -, focalizado anteriormen-te pela Revista. O escritor confirmaque, ao escrever o livro, não conhe-cia o Espiritismo e não possuía ne-nhuma obra sobre as questões trata-das no romance. O médium bretão– o verdadeiro responsável pelo li-vro – foi quem lhe forneceu os ori-ginais e explicou as condições emque os recebeu. “Quando devo ser-vir de instrumento a algum dos ami-gos desaparecidos, seu nome ressoaem meu ouvido”, disse-lhe o jovembretão. “Se for um romance quedevo escrever, para começar me vemo título, depois vêm os acontecimen-tos; às vezes é questão de um ou doisdias para o compor inteirinho.”(Págs. 327 a 329.)

159. Bonnemère argumenta, re-lativamente à origem mediúnica dolivro: “Se um indivíduo que jamaisabriu um livro de medicina escreve,sem ter consciência disso, remédiosque podem curar, em muitos casos,a maioria dos males atualmente con-siderados incuráveis, parece-me in-contestável que tais coisas lhe sãoreveladas por uma força desconhe-cida e misteriosa”. E, bastante segu-ro de si, conclui assim a carta: “Aquipode haver um mistério, mas afir-mo que não há mistificação. Se soumistificado, restar-me-ão sempre oscento e tantos romances e novelasdesse romancista sem o saber, cujapublicação vai ocupar agradavel-mente os lazeres dos últimos anosde minha vida, e dos quais deixareia maior parte para outros depois demim”. (Págs. 331 e 332.)

160. Comentando o caso, Kardecrecorda que existem médiuns incons-cientes e médiuns conscientes. A pri-meira categoria, à qual pertence ojovem bretão citado pelo Sr. Bonne-mère, é a mais numerosa e quase ge-ral, a ponto de se poder dizer que em100 pessoas 90 são dotados dessa

aptidão em graus mais ou menos os-tensivos. O Romance do Futuro era,sem dúvida, uma obra mediúnica dojovem bretão e o Sr. Bonnemère agiucorretamente por ter declinado a suapaternidade. (Pág. 333.)

161. Um único reparo é feitopor Kardec à carta do Sr. Bonne-mère: quando ele se felicita peloacaso que lhe pôs em mãos os do-cumentos fornecidos pelo médiumbretão. O Espiritismo não admite oacaso nem o sobrenatural nos acon-tecimentos da vida. Foi, pois, inten-cionalmente que aqueles documen-tos lhe haviam chegado, porque nasmãos do jovem bretão teriam, comcerteza, ficado perdidos. Era preci-so que alguém se encarregasse deos tirar da obscuridade. Ao Sr. Bon-nemère, sugere o Codificador, cou-be essa missão. (Pág. 335.)

162. Finalizando sua análise,Kardec lembra que o objetivo provi-dencial da manifestação dos Espíri-tos é atestar a sua existência, provarao homem que nem tudo acaba paraele com a vida corporal e instruí-losobre sua condição futura. (Pág. 336.)

163. A Revista reproduz notí-cia sobre o cura Gassner, publica-da no jornal L’Exposition populaireillustrée. Nascido em 1727, Jean-Joseph Gassner, após quinze anosde sua ordenação sacerdotal, reve-lou-se ao mundo como dotado deum poder excepcional: o de curaras doenças pela simples aposiçãodas mãos, sem empregar nenhumremédio nem exigir remuneração.O corpo médico ergueu-se contraele, e também alguns bispos daIgreja assim agiram. Constrangidoa submeter-se a um inquérito deter-minado pelo bispo de Constança,Gassner disse que as doenças podi-am ser divididas em três grupos: 1)doenças naturais ou lesões. 2) do-enças de obsessões. 3) doençascomplicadas de obsessões. Gassnermorreu em 1779, aos 52 anos deidade. (Págs. 336 e 337.)

Os pressentimentos se explicampelo desprendimento da alma,que ocorre, às vezes, no estado

de vigília

164. Em artigo publicado emseguida, a Revista refere diversosfatos concernentes a pressentimen-tos e prognósticos extraídos da re-portagem sobre o cura Gassner.(Págs. 338 a 342.)

165. Analisando os fatos conti-dos na reportagem, Kardec obser-va que neles se viam duas coisasbem distintas: os pressentimentose os fenômenos considerados comoprognósticos de acontecimentos fu-turos. (Pág. 342.)

166. Não se podem negar os pres-sentimentos, dos quais – diz Kardec– há poucas pessoas que não tenhamtido exemplos. Os pressentimentosse explicam pelo desprendimento daalma: é preciso que “algo se despren-da de nós, veja e entenda o que nãopodemos perceber pelos olhos e pe-los ouvidos”. “É sobretudo nos mo-mentos em que o corpo repousa, du-rante o sono, que o Espírito, apro-veitando o descanso que lhe deixa ocuidado de seu invólucro, em parterecobra a liberdade e vai colher noespaço, entre outros Espíritos, encar-nados como ele, ou desencarnados,e no que vê, idéias cuja intuição trazao despertar.” (Págs. 342 e 343.)

167. Essa emancipação da almadá-se, por vezes, no estado de vigí-lia, nos momentos de absorção, demeditação ou devaneio. Ocorre, so-bretudo, de maneira mais efetiva emais ostensiva nas pessoas dotadasde dupla vista ou visão espiritual. Ospressentimentos têm, pois, a sua ra-zão de ser e encontram a sua expli-cação natural na vida espiritual, quenão cessamos um instante de viver,porque é a vida normal. (Pág. 343.)

168. Já não se dá o mesmo comos fenômenos físicos, tidos comoprognósticos de acontecimentosfelizes ou infelizes, porque, emgeral, esses fenômenos não têmnenhuma ligação com as coisas queparecem pressagiar. É, pois, umabsurdo crer em prognósticos fun-damentados em fenômenos dessaordem. (Págs. 343 e 344.)

169. Em novo artigo sobre ozuavo Jacob e suas curas, Kardec fazuma série de considerações que adi-ante resumimos: I – Acusar o Sr.Jacob de charlatão era uma boba-gem, porque seu desinteresse mate-rial era um fato notório: Jacob nadapedia e nada aceitava, nem mesmoagradecimentos, das pessoas queatendia. II – O Sr. Jacob não curavatodas as doenças; além disso, de doisindivíduos feridos pelo mesmo mal,muitas vezes curava um e nada con-seguia fazer pelo outro. III – As cu-ras obtidas pelo zuavo não represen-tava uma volta à era dos milagres,porque nelas nada havia de sobre-

natural nem de miraculoso. Jacobera, tão-somente, dotado de um po-der fluídico que, independentemen-te de sua vontade, podia curar cer-tas doenças, sem que ele mesmosoubesse por quê. IV – A cura eraobtida sem emprego de remédios;resultava, pois, de uma influênciaoculta, porque o Sr. Jacob não davapasses nem tocava os doentes.(Págs. 344 a 346.)

170. A crítica, informa o Codifi-cador do Espiritismo, não poupou ozuavo Jacob. Como lhe faltassemboas razões, ela prodigalizou-lhe tro-ças e injúrias grosseiras, mas nadadisso o atingiu. Desprezando umase outras, o Sr. Jacob demonstrou atodos a sua moderação. (Pág. 347.)

Existem circunstâncias quepodem favorecer ou paralisar

a ação fluídica e, assim, otratamento

171. Alguns chegaram a soli-citar a sua prisão, como impostorque abusava da credulidade públi-ca. Ora, impostor é o que prometee não cumpre. Jacob nunca prome-teu nada. Que lhe podiam imputar?Que artigos da lei ele infligia?Como o zuavo não exercia a medi-cina, nem mesmo de forma osten-siva o magnetismo, existia algumalei que proibisse curar as pessoasolhando-as? (Pág. 347.)

172. Um fato interessante ocor-rido com o Sr. Jacob é também exa-minado por Kardec. O zuavo recu-sou ir curar pessoas internas numhospital, sob as vistas de pessoascapacitadas a apreciar a realidade desuas curas. Duas razões – adverteKardec – devem ter motivado suarecusa. Primeiro: a oferta que lhefizeram não foi ditada pela simpa-tia; era mais um desafio que lhe pro-punham. Segundo: existem circuns-tâncias que podem favorecer ouparalisar a ação fluídica. Jacob de-veria saber disso. Quando rodeadode enfermos que o buscavam volun-tariamente, a confiança deles os pre-dispunha à cura. Não existindo essaconfiança, o meio não favoreceriao tratamento. (Pág. 348.)

173. O erro dos senhores que lhepropuseram esse desafio foi crer quefenômenos dessa espécie possamser manobrados à vontade. Mas ascuras desse gênero são espontâne-as, imprevistas e não podem ser pre-meditadas nem postas em concur-

so. Jacob estava, pois, certo em nãoatender o pedido. (Pág. 349.)

174. Na seção de livros novos,a Revista focaliza o livro A Razãodo Espiritismo, escrito por MiguelBonnamy, sobre o qual o Codifica-dor faz as seguintes considerações:I – Esta é a primeira publicação emque a filosofia espírita é encaradaem todas as suas partes e em toda asua altura. II – Seu autor não se li-mita a emitir sua opinião: ele amotiva e dá a razão de ser de cadacoisa. III – O ponto de vista em queele se colocou é principalmente odas conseqüências filosóficas, mo-rais e religiosas, que constituem oobjetivo essencial do Espiritismo edele faz uma obra humanitária.(Págs. 349 a 354.)

175. Depois de transcrever al-guns trechos da obra, Kardec acres-centou: “O Sr. Bonnamy já é co-nhecido de nossos leitores, que pu-deram apreciar a firmeza, a sua in-dependência de caráter e a eleva-ção de seus sentimentos, pela notá-vel carta que publicamos na Revis-ta de março de 1866, no artigointitulado: O Espiritismo e a Ma-gistratura. Ele vem hoje, por umtrabalho de alto alcance, prestar re-solutamente o apoio e a autoridadede seu nome a uma causa que, nasua consciência, considera como ada Humanidade (Pág. 357.)

176. Disto isto, Kardec lembraque, entre os adeptos numerososque o Espiritismo contava na ma-gistratura, o Sr. Bonnamy, juiz deinstrução em Villeneuve-sur-Lot, eo Sr. Jaubert, vice-presidente do tri-bunal de Carcassone, foram os pri-meiros que abertamente arvorarama bandeira espírita. “Os espíritasatuais e os do futuro saberãoapreciá-lo e não o esquecerão”, con-cluiu o Codificador. (Pág. 357.)

177. Duas notas encerram o nú-mero de novembro de 1867: I – Anotícia do lançamento do último li-vro de Kardec, “A Gênese, os Mila-gres e as Predições segundo o Espi-ritismo”, previsto para dezembro. II– O aviso de que a Revista não to-maria em consideração as cartas re-cebidas sem assinatura, sem ende-reço certo ou com remetente desco-nhecido. Tais cartas, diz o aviso, “sãopostas na cesta”. (N.R.: O livro “AGênese” acabou circulando apenasem janeiro do ano seguinte, e nãoem dezembro de 1867.) (Pág. 358 )(Continua no próximo número.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

O IMORTALPÁGINA 16 NOVEMBRO/2007

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Integrante do Conselho Edito-rial da revista O Consolador, JoséPassini (foto) é natural de Nova Ita-pirema, interior de São Paulo, masreside há muito tempo na cidade mi-neira de Juiz de Fora. Espírita des-de a infância, Passini considera aDoutrina codificada por Kardeccomo uma bússola em sua vida, as-sim como ele mesmo diz. Segundoele, o Espiritismo pode ser compa-rado a um farol que ilumina seus ca-minhos. “Ele me faz assumir, cadavez mais, a minha condição de es-pírito imortal, temporariamente en-carnado, isto é, conscientizando-meda minha cidadania espiritual.”

Esperantista conhecido interna-cionalmente, Passini foi reitor daUniversidade Federal de Juiz deFora. Doutor em Lingüística, seuextenso currículo revela a ocupa-ção de diversos cargos em casas es-píritas. Atualmente ele faz parte daequipe do programa Opinião Espí-rita (rádio e TV) e do Departamen-to de Evangelização da Criança daAliança Municipal Espírita de Juizde Fora.

Nesta entrevista, ele manifestasua opinião sobre diversos assuntosrelevantes e do interesse da comu-nidade espírita e não-espírita. Dizele que, quando apresenta a Doutri-na Espírita aos leigos, procura fazê-lo com clareza, mostrando-a comouma religião singular, a servivenciada fora dos templos, no ser-viço a Deus, na pessoa do próximo.“Enalteço a sua feição consoladora,pela certeza da imortalidade daalma, ao tempo em que liberta a cri-atura humana do temor do inferno,resgatando as lições de Jesus no to-cante à Misericórdia Divina.Enfatizo sempre que o Espiritismonão trouxe nada de novo, pois suaspropostas estão todas contidas noNovo Testamento. Todas.”

– Havendo nascido no estadode São Paulo, que fato o levou amorar em Juiz de Fora?

FERNANDA [email protected]

De Londrina

Passini: Meus pais se transferi-ram para Lins, quando eu contavacom 3 anos de idade. Lá morei atéos 19. Transferi-me para São Paulo,onde residi por quatro anos. Deixan-do São Paulo, fixei-me definitiva-mente em Juiz de Fora, em funçãode emprego que me foi oferecido.

– Qual a sua formação?Passini: Licenciatura em Letras,

Mestrado em Língua Portuguesa eDoutorado em Lingüística.

– Que cargos ou funções vocêjá exerceu no movimento espírita?

Passini: Presidente do InstitutoJesus, obra de amparo ao menor ca-renciado; presidente da Aliança Mu-nicipal Espírita, por duas vezes; pre-sidente do Centro Espírita União,Humildade e Caridade.

– Que tarefas desempenha atu-almente no meio espírita?

Passini: Membro da equipe doprograma Opinião Espírita (Rádio eTelevisão) e do Departamento deEvangelização da Criança da Alian-ça Municipal Espírita de Juiz de Fora.

– Quando você teve contato como Espiritismo? Houve algum fato oucircunstância especial que tenhapropiciado esse contato inicial?

Passini: Minha família tornou-seespírita quando eu tinha uns 4 anosde idade. A família toda é espírita.

– Dos três aspectos do Espiri-tismo – científico, filosófico e reli-gioso – qual é o que mais o atrai?

Passini: Os três, na seguinte or-dem: religioso, filosófico e científico.

– Que autores espíritas maislhe agradam?

Passini: Kardec, Léon Denis,Emmanuel, André Luiz.

– Que livros espíritas você con-sidera de leitura indispensável aosconfrades iniciantes?

Passini: A Codificação e asobras de Francisco Cândido Xavier,notadamente as escritas por Emma-nuel e André Luiz.

– Se você fosse passar algunsanos num lugar remoto, com aces-so restrito às atividades e trabalhosespíritas, que livros pertinentes àDoutrina Espírita, você levaria?

Passini: Os acima citados.

– As divergências doutrinári-as em nosso meio reduzem-se apoucos assuntos. Um deles diz res-peito ao chamado Espiritismolaico. Para você, o Espiritismo éuma religião?

Passini: Depende do que seconceitua como religião. Se o Espi-ritismo não é religião, Jesus nãotrouxe religião alguma à Terra. Achoque é mais uma questão de palavrasque, infelizmente, provoca muitadiscussão capaz de tirar muita gentedo trabalho produtivo.

– Outro tema que suscita ge-ralmente debates acalorados, dizrespeito à obra publicada na Fran-ça por J. B. Roustaing. Qual é suaapreciação dessa obra?

Passini: Creio que Roustaing éum dos Espíritos da equipe de Kar-dec, mas que se desviou, pretenden-do ombrear com o Codificador, pro-duzindo uma obra completamenteequivocada. Nas equipes dos gran-des missionários há sempre algumque falha...

– O terceiro assunto em que aprática espírita às vezes divergeestá relacionado com os chamadospasses padronizados, propostos naobra de Edgard Armond. Embo-ra saibamos que no Paraná a op-ção já definida pela Federaçãoseja tão-somente a imposição dasmãos tal como recomenda J. Her-culano Pires, qual é sua opinião arespeito?

Passini: Creio que há pessoasque sempre querem dar um toquepessoal em tudo, chegando a atitu-des infelizes. Jesus foi muito sim-

“A Doutrina Espírita é a bússola que me orientano estabelecimento da rota da minha vida”

ples na imposição de mãos, pratican-do-a com naturalidade e recomen-dando que o imitássemos. O essen-cial para o passe é o esforço do pas-sista em manter-se equilibrado, vi-vendo dentro dos parâmetros doEvangelho de Jesus. Menos técnicae mais Evangelho!

– Como você vê a discussão emtorno do aborto? No seu modo dever as coisas, os espíritas deveri-am ser mais ousados na defesa davida como tem feito a Igreja?

Passini: O trabalho espírita temsido desenvolvido no sentido de es-clarecer, com muita firmeza, semcampanhas ruidosas.

– A eutanásia, como sabemos, éuma prática que não tem o apoio daDoutrina Espírita. Kardec e outrosautores, como Joanna de Ângelis, jáse posicionaram sobre esse tema.Surgiu, no entanto, ultimamente aidéia da ortotanásia, defendida atémesmo por médicos espíritas. Quala sua opinião a respeito?

Passini: Quem lê atentamenteAndré Luiz não tem dúvidas quantoao assunto. No livro “Obreiros daVida Eterna”, vemos o caso de Ca-valcanti e de Dimas. A respeito des-te último, há uma frase que esclare-ce bem o assunto: “Estamos autori-zados a aliviá-lo, o que faremos hoje,alijando-lhe o fardo pesado de ma-téria densa” (cap. 13). Ora, se os Es-píritos recebem ordem do Alto parao desligamento – ou libertação, con-forme dizem às vezes –, nós, que nãoenxergamos a vida espiritual, é quevamos tomar iniciativas?

– O movimento espírita emnosso país lhe agrada ou falta algonele que favoreça uma melhor di-vulgação da Doutrina?

Passini: Acho que a Doutrina estásendo muito bem divulgada. Talveznão a gosto daqueles que apreciamgrandes espetáculos. A maior divul-gação, a mais eficaz, é aquela feitapela nossa exemplificação pessoal.Portanto, a questão não é divulgação,mas exemplificação, conforme o pen-samento de Guillon Ribeiro, manifes-tado ao irmão Jacob, no livro “Vol-tei”: “Daí continuar acreditando que

o maior serviço prestado à Doutri-na é, ainda, o da própria conversãoao Infinito Bem”.

– Como você vê o nível dacriminalidade e da violência queparece aumentar em todo o paíse como nós, espíritas, podemoscooperar para que essa situaçãoseja revertida?

Passini: Estamos vivendo aqui-lo que se denomina “Fim dos Tem-pos”. O quadro vai mudar, sem dú-vida. Basta lembrarmos de Jesus,quando asseverou, no Sermão daMontanha: “... os mansos herdarãoa Terra”. Kardec fala a mesma coi-sa em “A Gênese” e Emmanuel em“A Caminho da Luz”.

– A preparação do adventodo mundo de regeneração emnosso planeta já deu, como sa-bemos, seus primeiros passos.Daqui a quantos anos você acre-dita que a Terra deixará de serum mundo de provas e expia-ções, passando plenamente àcondição de um mundo de rege-neração, em que, segundo SantoAgostinho, a palavra “amor”estará escrita em todas as fron-tes e uma equidade perfeita re-gulará as relações sociais?

Passini: Tenho certeza abso-luta de que vai acontecer, mas fi-xar datas é um tanto temerário...

– Em face dos problemas quea sociedade terrena está enfren-tando, qual deve ser a priorida-de máxima dos que dirigem atu-almente o movimento espírita noBrasil e no mundo?

Passini: Indubitavelmente aevangelização da Humanidade, acomeçar, com prioridade absolu-ta, pela criança. Creio que o Mo-vimento Espírita ainda não seconscientizou plenamente do al-cance do trabalho de evangeliza-ção começado na infância. Há umadesproporção muito grande entreo tempo empregado com a mediu-nidade e com a evangelização dacriança. A mediunidade trata domal já instalado: a evangelizaçãoda infância aplica preventivamen-te a vacina contra o mal.

José Passini:

José Passini