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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 55 Nº 649 Março de 2008 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec A Revue Spirite há 140 anos ..... 15 Aiglon Fasolo .............................. 6 André Luiz ................................ 12 Clássicos do Espiritismo ............. 5 Crônicas de Além-Mar .............. 12 De coração para coração ............. 4 Divaldo responde ........................ 5 Editorial ....................................... 2 Emmanuel .................................... 2 Espiritismo para as crianças ..... 14 Estudando as obras de André Luiz . 13 Gerson Simões Monteiro .......... 13 Grandes vultos do Espiritismo .... 7 Humberto de Campos ................. 3 Jane Martins Vilela ................... 13 Joanna de Ângelis ....................... 2 José Viana Gonçalves ............... 12 Momentos com Divaldo Franco 10 Palestras, seminários e outros eventos ............................ 11 Ainda nesta edição Pinhais sedia a X Conferência Estadual Espírita Será em Pinhais, na Grande Curitiba, a X Conferência Estadu- al Espírita, evento promovido pela Federação Espírita do Paraná pro- gramado para os dias 7, 8 e 9 de março. Como no ano anterior, a coor- denação das conferências e semi- nários será de Divaldo Franco, Raul Teixeira e Cosme Massi, com conferência de abertura a cargo de Divaldo Franco. O local será o Expotrade, si- tuado na Rodovia Deputado João Leopoldo Jacomel, 10.454). Além da conferência inicial, no dia 7, às 20h30, o programa da Conferência Estadual prevê no dia 8, das 14h às 16h, o Seminá- rio: Caráter da Revelação Espíri- ta, com Cosme Massi, e das 16h30 às 18h30, o Seminário: Existência de Deus, com Divaldo Franco. As atividades do dia 8 encer- ram-se com a conferência de Raul Teixeira, a partir das 20h30. No domingo, dia 9, das 9h30 às 11h30, Raul ministra o Seminário: Sinais dos Tempos. Pág. 11 Fenômenos de TCI evocam hoje a fase que deu origem ao Espiritismo moderno “Apesar de tudo, o Espiritismo segue em frente”, diz Caúmo Octávio Caúmo Serrano, pau- listano hoje radicado em João Pessoa (Paraíba), vive a singular experiência de participar de duas instituições com o mesmo nome, em São Paulo e na capital parai- bana. Espírita desde 1974, tornou-se conhecido em todo o Brasil com sua coluna mensal na Revista In- ternacional de Espiritismo (RIE), de Matão (SP), na qual escreve regularmente há mais de dez anos. Autor de vários livros, Caúmo diz em entrevista concedida a Orson Peter Carrara o que pensa do movimento espírita brasileiro, no qual, entende ele, “são raros os verdadeiros espíritas, incluin- do-se os dirigentes das casas e federativas, mais preocupados em cristalizar-se nos cargos, mesmo à custa de atitudes desonestas, tudo muito próprio do ser huma- no imperfeito que vive num pla- neta de provas e expiações.” Esse pensamento não lhe tira, porém, o otimismo sobre os ru- mos do movimento, o que ele ex- pressa nesta frase: “Apesar de tudo, o Espiritismo segue em fren- te e ajuda muita gente”. Pág. 16 Encontro de Juventudes Espíritas começa dia 21 Realiza-se de 21 a 23 de mar- ço em Matinhos, no litoral para- naense, o X Encontro Confrater- nativo de Juventudes Espíritas do Paraná, evento promovido pelo Departamento de Infância e Juven- tude da Federação Espírita do Pa- raná. Participarão do Encontrão, como é conhecido o evento, jovens das diversas regiões que tenham participado das prévias realizadas pelas UREs. Pág. 11 Londrina realiza mais uma edição da CONMEL O Lar Anália Franco de Lon- drina sediou no mês passado, du- rante o período do carnaval, a 14 a Confraternização das Mocidades Espíritas em Londrina, evento pro- movido pelo departamento de In- fância e Juventude da União Re- gional Espírita – URE 5ª Região, conhecido no movimento espírita pela sigla CONMEL. O tema central teve na frase “O homem do mundo é mais frágil do que perverso” o direcionamento das ações realizadas, em que a fi- gura de Pedro, o Apóstolo, foi des- tacada com freqüência. Cerca de 40 trabalhadores es- tiveram envolvidos com a estru- tura de apoio ao Encontro, e pu- deram proporcionar aos 50 jovens que ali permaneceram de sábado à terça-feira momentos de estu- do, discussão, lazer e convivên- cia. Pág. 3 Divaldo Franco volta ao Norte do Paraná Divaldo Franco (foto) , conhecido no meio espírita como o Semeador de Estrelas, profere palestra no dia 4 deste mês, às 20h, no salão de festas do Londrina Coun- try Club, iniciando desse modo, no Norte do Paraná, mais uma jornada de atividades espíritas que abrangerá também as cidades de Maringá, Ponta Grossa e Pinhais, em nosso Estado. Como é lembrado no editorial desta edição, há mais de cinqüenta anos que Divaldo tem semeado estrelas em nossa região. Pág. 2 No dia 31 de março come- mora-se o aniversário de 160 anos dos fenômenos de Hydesville, cujas protagonis- Segundo Jorge Hessen, a TCI vem repetir, nos tempos atuais, o que representou para o mundo a fenomenologia de Hydesville, no Estado de Nova York, nos idos de 1848, que cul- minou com a chegada do Con- solador prometido pelo Cristo à Humanidade. De acordo com o articulista, à época do Codificador, a Trans- comunicação Instrumental esta- va presente nas primeiras men- sagens através da mesa pé-de- galo ou, depois, na pequena ces- ta de vime, ou ainda pela mani- festação das mensagens fixadas em ardósia, sem contato huma- no. Págs. 8 e 9 tas foram Kate e Margareth Fox (foto) . Para rememorar esses fa- tos, Jorge Hessen escreveu in- teressante artigo em que faz uma ana- logia entre aquela fase inici- al do Espi- ritismo e as experi- ências atu- ais em tor- no da cha- m a d a Transco- municação Instru- mental.

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 55 Nº 649 Março de 2008 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

A Revue Spirite há 140 anos ..... 15Aiglon Fasolo .............................. 6André Luiz ................................ 12Clássicos do Espiritismo ............. 5Crônicas de Além-Mar .............. 12De coração para coração ............. 4Divaldo responde ........................ 5Editorial ....................................... 2Emmanuel .................................... 2Espiritismo para as crianças ..... 14Estudando as obras de André Luiz .13Gerson Simões Monteiro .......... 13Grandes vultos do Espiritismo .... 7Humberto de Campos ................. 3Jane Martins Vilela ................... 13Joanna de Ângelis ....................... 2José Viana Gonçalves ............... 12Momentos com Divaldo Franco 10Palestras, seminários eoutros eventos ............................ 11

Ainda nesta edição

Pinhais sedia a X ConferênciaEstadual Espírita

Será em Pinhais, na GrandeCuritiba, a X Conferência Estadu-al Espírita, evento promovido pelaFederação Espírita do Paraná pro-gramado para os dias 7, 8 e 9 demarço.

Como no ano anterior, a coor-denação das conferências e semi-nários será de Divaldo Franco,Raul Teixeira e Cosme Massi, comconferência de abertura a cargo deDivaldo Franco.

O local será o Expotrade, si-tuado na Rodovia Deputado JoãoLeopoldo Jacomel, 10.454).

Além da conferência inicial, nodia 7, às 20h30, o programa daConferência Estadual prevê nodia 8, das 14h às 16h, o Seminá-rio: Caráter da Revelação Espíri-ta, com Cosme Massi, e das16h30 às 18h30, o Seminário:Existência de Deus, com DivaldoFranco.

As atividades do dia 8 encer-ram-se com a conferência de RaulTeixeira, a partir das 20h30. Nodomingo, dia 9, das 9h30 às 11h30,Raul ministra o Seminário: Sinaisdos Tempos. Pág. 11

Fenômenos de TCI evocamhoje a fase que deu

origem ao Espiritismo moderno

“Apesar de tudo, o Espiritismosegue em frente”, diz CaúmoOctávio Caúmo Serrano, pau-

listano hoje radicado em JoãoPessoa (Paraíba), vive a singularexperiência de participar de duasinstituições com o mesmo nome,em São Paulo e na capital parai-bana.

Espírita desde 1974, tornou-seconhecido em todo o Brasil comsua coluna mensal na Revista In-ternacional de Espiritismo (RIE),de Matão (SP), na qual escreveregularmente há mais de dez anos.

Autor de vários livros, Caúmodiz em entrevista concedida aOrson Peter Carrara o que pensa

do movimento espírita brasileiro,no qual, entende ele, “são rarosos verdadeiros espíritas, incluin-do-se os dirigentes das casas efederativas, mais preocupados emcristalizar-se nos cargos, mesmoà custa de atitudes desonestas,tudo muito próprio do ser huma-no imperfeito que vive num pla-neta de provas e expiações.”

Esse pensamento não lhe tira,porém, o otimismo sobre os ru-mos do movimento, o que ele ex-pressa nesta frase: “Apesar detudo, o Espiritismo segue em fren-te e ajuda muita gente”. Pág. 16

Encontro de Juventudes Espíritas começa dia 21Realiza-se de 21 a 23 de mar-

ço em Matinhos, no litoral para-naense, o X Encontro Confrater-nativo de Juventudes Espíritas do

Paraná, evento promovido peloDepartamento de Infância e Juven-tude da Federação Espírita do Pa-raná. Participarão do Encontrão,

como é conhecido o evento, jovensdas diversas regiões que tenhamparticipado das prévias realizadaspelas UREs. Pág. 11

Londrina realiza mais umaedição da CONMEL

O Lar Anália Franco de Lon-drina sediou no mês passado, du-rante o período do carnaval, a 14a

Confraternização das MocidadesEspíritas em Londrina, evento pro-movido pelo departamento de In-fância e Juventude da União Re-gional Espírita – URE 5ª Região,conhecido no movimento espíritapela sigla CONMEL.

O tema central teve na frase “Ohomem do mundo é mais frágil do

que perverso” o direcionamentodas ações realizadas, em que a fi-gura de Pedro, o Apóstolo, foi des-tacada com freqüência.

Cerca de 40 trabalhadores es-tiveram envolvidos com a estru-tura de apoio ao Encontro, e pu-deram proporcionar aos 50 jovensque ali permaneceram de sábadoà terça-feira momentos de estu-do, discussão, lazer e convivên-cia. Pág. 3

Divaldo Franco volta aoNorte do Paraná

Divaldo Franco(foto), conhecidono meio espíritacomo o Semeadorde Estrelas, proferepalestra no dia 4deste mês, às 20h,no salão de festasdo Londrina Coun-try Club, iniciandodesse modo, noNorte do Paraná,mais uma jornada de atividades espíritas que abrangerá também ascidades de Maringá, Ponta Grossa e Pinhais, em nosso Estado. Comoé lembrado no editorial desta edição, há mais de cinqüenta anos queDivaldo tem semeado estrelas em nossa região. Pág. 2

No dia 31 de março come-mora-se o aniversário de 160anos dos fenômenos deHydesville, cujas protagonis-

Segundo Jorge Hessen, aTCI vem repetir, nos temposatuais, o que representou parao mundo a fenomenologia deHydesville, no Estado de NovaYork, nos idos de 1848, que cul-minou com a chegada do Con-solador prometido pelo Cristoà Humanidade.

De acordo com o articulista,à época do Codificador, a Trans-comunicação Instrumental esta-va presente nas primeiras men-sagens através da mesa pé-de-galo ou, depois, na pequena ces-ta de vime, ou ainda pela mani-festação das mensagens fixadasem ardósia, sem contato huma-no. Págs. 8 e 9

tas foram Kate e Margareth Fox(foto). Para rememorar esses fa-tos, Jorge Hessen escreveu in-teressante artigo em que faz

uma ana-logia entrea q u e l afase inici-al do Espi-r i t i smo eas experi-ências atu-ais em tor-no da cha-m a d aTr a n s c o -municaçãoI n s t r u -mental.

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O IMORTALPÁGINA 2 MARÇO/2008

EditorialEMMANUEL

O Semeador de Estrelas está de vol-ta à nossa região. Divaldo Pereira Fran-co faz sua conferência dia 4 deste mêsem Londrina. O estimado médium etribuno traz-nos novamente seu verboque desperta as pessoas para as verda-des espirituais, para a realidade da vida.

A importância das conferências deDivaldo não se resume ao conteúdo daspalestras. Há muito mais envolvido emcada visita sua. Falamos disso, porquealguns espíritas lamentam às vezes nãohaverem encontrado novidades no con-teúdo de suas palestras. É claro que, paraos que já são espíritas, não há nada denovo. Mas as palestras são destinadas adois tipos de público. A um público lei-go que, sim, se depara com a novidadeda Doutrina Espírita. E a um públicoespírita, que vê repisados velhos e im-portantes temas, além do júbilo e o pra-zer de contemplar essas velhas verda-des no formato novo dos raciocínios doestimado confrade. E para ambos os pú-blicos as conferências de Divaldo ser-vem de despertamento para a realidade,servem para acordar-nos do sono pesa-do das preocupações materiais.

Existe, porém, como explica umeminente amigo, uma outra forte ra-zão para prestigiarmos as conferênci-as do Semeador de Estrelas. É que suavisita é acompanhada também poruma plêiade de Espíritos elevados queoperam um verdadeiro saneamento do

A insatisfação prepondera no or-ganismo social da Terra, fazendo víti-mas que se estiolam em processo dedecomposição interior. As pessoas quesofrem dificuldade econômica rebe-lam-se ou se entregam à prostração dodesinteresse, em lamentável estado deagonia lenta.

As outras, que buscam segurançae dispõem de haveres, projeção e po-der na comunidade, experimentamcarência afetiva, entregando-se, nãoraro, a excessos que terminam porentediar, conduzindo-as aos mais sór-didos abusos do desrespeito por simesmas e pelos outros, exaurindo-senos alcoólicos, na usança do sexo

Muitas instituições da vidacristã, respeitáveis por seus pro-gramas e fundamentos, sofremprejuízos incalculáveis, em razãoda leviandade com que muitoscompanheiros se observam unsaos outros.

Aqui, comenta-se o passadodesairoso de quem procura hojerecuperar-se dignamente; ali, pe-quenos gestos infelizes são anali-sados, através das escuras lentesde sarcasmo e da crítica . . .

A censura e a reprovaçãoindiscriminadas, todavia, derra-mam-se na família de ideal, comochuva de corrosivos na plantação,aniquilando germes nascentes,destruindo flores viçosas e enve-nenando frutos destinados aos ce-leiros do progresso comum.

Nunca é demais repetir a ne-cessidade de perdão, bondade eotimismo em nossas fileiras e ati-vidades.

Lembremo-nos de que, com onosso auxílio, tudo hoje pode sermelhor que ontem, e tudo amanhã

Semeando estrelasambiente que os recebe.

Divaldo, como é de conhecimentode todos, teve certa vez uma visão.Havia um senhor de idade, cabelosbrancos, sentado numa praça embaixode uma frondosa árvore e cercado decrianças. Ele se aproximou e o homemolhou para ele. Era o próprio Divaldo.Então ele fundou a Mansão do Cami-nho, obra que cresceu e tornou-se umgrande centro de assistência material,médica e psicossocial, acolhendo cen-tenas de jovens e adultos. De sua lavrapsicográfica, vem publicando mais deuma centena de livros com triplo obje-tivo: sustentar a obra assistencial, di-vulgar o Espiritismo e orientar a todosos leitores na condução de suas vidas.

O trabalho de divulgação do Es-piritismo por meio de conferênciaspúblicas no interior do Brasil e no ex-terior é conhecido de todos. Mas pou-cos calculam quanto sacrifício íntimoé necessário para empreender dezenasde viagens por ano, que acarretam pri-vações e demandam extrema discipli-na para continuar orientando a obra as-sistencial, as psicografias e o labormediúnico na área da desobsessão.

Em vista disso, quando esse ab-negado trabalhador é vítima de críti-cas sem procedência, ficamos conster-nados, embora saibamos que ninguémé vítima por acaso e que tais vicissi-tudes se devem, certamente, ao acer-

to de contas com o passado. Elas, con-tudo, parecem injustas quando se levaem conta apenas a conduta presente –impecável sob todos os aspectos.

O fato é que Divaldo continua se-meando estrelas.

Desde a antiguidade clássica, as es-trelas não apenas encantam por sua be-leza como servem de norte para os via-jantes em águas muitas vezes conturba-das. O que Divaldo tem feito é semearas estrelas que orientam o MovimentoEspírita e a cada um dos discípulos doEvangelho Redivivo em particular. De-vemos a ele não somente o respeitomerecido mas também muito de nossaforma de conduzir-nos com passos se-guros. Muito mais que um psicógrafo,que é um papel até certo ponto passivoem relação ao conteúdo comunicado,Divaldo é um guia seguro, pelo seu co-nhecimento e pela experiência adquiri-da com muito trabalho dedicado ao bem.

Nossa região deve ser grata ao fatode, ano após ano, Divaldo tê-la incluí-do no programa de suas conferências.

Há mais de cinqüenta anos o se-meador tem saído a semear em nos-sas terras, orientando e despertandoespíritas e leigos de nossa região, e suapresença continuada de Semeador deEstrelas entre nós já rendeu uma cons-telação capaz de guiar-nos nos passosincertos do Movimento Espírita daatualidade.

Um minuto com Joanna de Ângelisalucinado, nos tóxicos. O suicídio,direto ou não, é o próximo passo nacorreria desenfreada.

A insatisfação resulta do desco-nhecimento das finalidades reais daexistência terrestre. A teimosa nega-ção do homem integral – espírito,perispírito e matéria – a favor da for-ma física em que se apresenta, é agrande responsável pelo desenfreioque se observa em toda parte. Comoefeito imediato, a insatisfação arqui-teta gozos sempre novos, fugas da re-alidade, cada vez, mais espetaculares,não impedindo, entretanto, que as suasvítimas se reencontrem mais cansadas,mais inquietas, menos saciadas.

Necessidade do bem

será melhor que hoje.O mal, em qualquer circuns-

tância, é desarmonia à frente daLei e todo desequilíbrio redundaem dificuldade e sofrimento.

Examinemo-nos mutuamente,acendendo a luz da fraternidadepara que a fraternidade nos cla-reie os destinos.

Sem perseverança no bem,não há caminho para a felicidade.

Por isso mesmo, recomen-dou-nos o Apóstolo Paulo: - “econsideremo-nos uns aos outrospara nos estimularmos à carida-de e às boas obras”, porque so-mente nessa diretriz estaremosservindo à construção do Reinodo Amor.

JOANNA DE ÂNGELIS, mento-ra espiritual de Divaldo P. Franco, éautora, entre outros livros, de Mo-mentos de Iluminação (Livraria Es-pírita Alvorada Editora, 1990), do qualfoi extraído o texto acima.

A atual liberação dos instintos edos conflitos, como terapêutica deauto-afirmação do homem, mais o tor-na ansioso quão mais insatisfeito.

O processo de amadurecimentopsicológico portador de serenidadepara o indivíduo, no entanto, é dife-rente dos cômodos métodos de apa-rente solução imediata. Primeiro, énecessário disciplinar a vontade, apósdescobrir que se encontra em um es-tágio da vida, a caminho de nova eta-pa a conquistar. Logo depois, buscaras motivações próprias para a luta quedeve travar no seu mundo íntimo, afim de encontrar-se, equipando-se deequilíbrio, de discernimento para osconfrontos inevitáveis do futuro.

Não ter pressa na colheita de re-sultados, tampouco evitar o posterga-mento das ações. Uma vida plena érica de criatividade, de experiências,de informações e de belezas. Em to-das as situações afirmar-se comoaprendiz, valorizar o ensejo e adqui-rir o controle sobre elas. Nunca desis-tir do programa iluminativo.

“E considerar-nos-emos uns aos outrospara nos estimularmos à caridade e às boas

obras.” – Paulo. (HEBREUS, 10:24.)

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EMMANUEL, que foi o men-tor espiritual de Francisco Cândi-do Xavier e coordenador da obramediúnica do saudoso médiummineiro, é autor, entre outros li-vros, de “Fonte Viva” (Editora daFEB, 1956), de onde foi extraídoo texto acima.

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O IMORTALMARÇO/2008 PÁGINA 3

O Lar Anália Franco de Lon-drina foi o local escolhido paraa realização da 14a Confraterni-zação das Mocidades Espíritasem Londrina, evento promovi-do pelo departamento de Infân-cia e Juventude da União Regi-onal Espírita – URE 5ª Região,conhecido no movimento espí-rita como CONMEL (fotos).

JOSÉ MIGUEL [email protected]

De Londrina

Cerca de 40 trabalhadores es-tiveram envolvidos com a estru-tura de apoio ao Encontro, e pu-deram proporcionar aos 50 jovensque ali permaneceram de sábadoà terça-feira momentos de estudo,discussão, lazer e convivência.

O tema central teve na frase “Ohomem do mundo é mais frágil doque perverso” o direcionamentodas ações realizadas, e a figura dePedro, o Apóstolo, foi destacadacom freqüência.

Já no sábado à tarde, Silvana

A juventude espírita esquece o carnaval e participa da 14ª CONMELComo ocorreu em 1994, quando da 1a CONMEL, o local escolhido foi o Lar Anália Franco de Londrina, que abrigou durante o evento jovens espíritas de várias cidades

O Carnaval no Rio de Janeiro,em 1939, foi mais uma nova reali-zação da alegria carioca, entornan-do nas almas da agigantada Sebas-tianópolis o vinho dos prazeres fá-ceis e das vibrações ruidosas, queproduz o temporário esquecimentodas mais nobres responsabilidadesda vida.

Um escritor, encarnado ou de-sencarnado, que venha falar contraos excessos do período carnavales-co, no Rio, costuma perder o seutempo e o seu esforço sagrados.

Os três dias de Momo são inte-gralmente destinados ao levanta-mento das máscaras com que todosujeito sai à rua nos demais dias doano, e a maioria dos leitores não de-seja sacrificar a paz de seus hábitosmais antigos.

Mate-se o vizinho, gritem as es-tatísticas, protestem os religiosos,

O Carnaval no Rionito ala Vida.

Diante das vibrações carnava-lescas do povo carioca, nós nos ca-lamos, porém, como o homem quelastima as irreflexões de um amigo,silenciando, quanto ao seu proceder,em face das qualidades generosasque lhe exornam a personalidade.

Somos dos que crêem na eficá-cia da educação para o extermíniocompleto desses excessos doloro-sos, porquanto todo o problema éde ordem educativa.

A propósito dessa necessidadeimediata do nosso povo, apraz-merecordar, nesta página, a lenda damaçã podre, que li alhures, sem po-der determinar, no momento, o ob-jeto preciso de minha lembrança.

Reunidos na praça pública, al-guns velhos patrícios romanos fa-lavam cios desvios do Império e dapenosa decadência dos seus costu-mes em família. (Continua na pág.10 desta edição.)

Houve, porém, outra estatísticamenos conhecida.

O Delegado de Menores recebeuquatrocentas e doze reclamações, so-bre crianças desaparecidas. Só noPosto Central da Assistência Munici-pal foram atendidas mais ‘de mil ecem pessoas.

A par da progressão dos negóci-os, multiplicaram-se as agressões,proliferou o crime, intensificaram-seas quedas na viu pública, os aciden-tes de toda natureza, os desastres deautomóveis, as expressões de alcoo-lismo, as tentativas de suicídio, as in-toxicações, os casos de hospitalizaçãoimediata, sem nos referirmos aos do-lorosos dramas da sombra, que fica-ram na penumbra, receosos da inqui-rição policial e da crítica dos vizinhos.

O Carnaval passou qual onda fu-riosa, levando, como sempre, todos osbons sentimentos ainda vacilantes,que aguardavam a âncora da fé pura,a fim de se consolidarem no mar infi-

Valentim coordenou a apresenta-ção teatral “Jesus e Pedro” eGilson Ribeiro com RosanaSilveira apresentaram o Projeto“Revista Espírita” que seria de-senvolvido pelos vários grupos. Ànoite, Marcelo e Cristina Pinezze,da cidade de Campo Mourão, co-mandaram o sarau musical no sa-lão do Centro de Estudos Espiri-tuais “Vinha de Luz”, que fica naquadra do Lar. Por fim, o sábadoteve as atividades finalizadas como já tradicional “Evangelho nos

contemplação das belezas topográfi-cas da cidade valorosa de São Sebas-tião, mas para o conhecimento daspaixões desencadeadas do nosso povoem meneios de Terpsícore africana.

Neste ano, intensificaram-se asfolganças, com a nota dos marinhei-ros ianques e suecos, que se entrega-ram totalmente à folia.

O movimento carioca causou umavida, nova. Não faltou mesmo a notaalegre e pitoresca da criança que nas-ceu em Niterói, em plena rua, sobreum leito improvisado de serpentinas.

Os jornais e as estações radiofô-nicas não tiveram outro assunto quenão fosse o da vitória de Momo noseu reinado extravagante de orgia. Oscomerciantes se pronunciaram.

A cerveja, o chope e outras bebi-das tiveram o consumo aproximadode cinco milhões de garrafas. Movi-mentação extraordinária e lucros as-sombrosos. Prosperaram os negóciosda Central e da Cantareira.

chorem os foliões que não puderamsair da intimidade doméstica, o im-perativo do momento é buscar o tur-bilhão da Avenida ou descer dos mor-ros pobres e tristes para a Praça Onze,em face do apelo irresistível de Momoe de seus incontáveis seguidores.

Tanto cuidado dedicou-se no Rioao reinado bufo que o governo ampa-rou as tendências generalizadas dopovo, porque o homem da adminis-tração, preocupado com os fenôme-nos diplomáticos e com as tabelas or-çamentárias, não dispõe de tempopara atender ao total das necessida-des dos governados, apreciando, pelarama, as suas predileções, cumprin-do à sua psicologia política satisfazeràs exigências populares, para que asmassas o deixem em paz, na soleni-dade do gabinete, dentro da soluçãodos seus graves problemas adminis-trativos de ordem imediata.

Foi assim que atraímos grandescorrentes turísticas, não mais para a

dormitórios”.O domingo foi destinado a es-

tudos na parte da manhã, oficinas(de música, divulgação, meditaçãoe conotação de estórias) na parteda tarde e sessão “Pipoca” à noi-te, onde os jovens assistiram eposteriormente analisaram o filme“Coach Carter”.

Na segunda-feira pela manhãnovamente os estudos, à tarde asoficinas e à noite o tão aguardadoPrograma “Altazoras” onde noquadro “Fala Garoto” os jovens da

Humberto de Campos

CONMEL conversaram comAstolfo Olegário de Oliveira Fi-lho e Magali Almeida.

E a terça-feira chegou, mar-cando a apresentação dos gruposa respeito dos estudos, das ofi-cinas e do Projeto “Revista Es-pírita”. Ao final, uma apresen-tação de vários momentosregistrados durante os quatrodias de CONMEL por PauloFernando de Almeida, que trou-xe alegria e muita descontraçãopara todos.

Um dos momentos da CONMEL deste ano O estudo foi a tônica da CONMEL 2008 Flagrante parcial do encontro juvenil Outro momento do encontro realizado no carnaval

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O IMORTALPÁGINA 4 MARÇO/2008

De coração para coração

Conforme levantamento feito porMarcelo Borela de Oliveira, são deautoria de Allan Kardec os seguin-tes textos publicados pelo Codifica-dor do Espiritismo na Revue Spirite:

1. O ensino dos Espíritos é eminen-temente cristão porque se apóia na imor-talidade da alma, nas penas e recompen-sas futuras, no livre-arbítrio e na moralcristã. (Revue Spirite de 1858, p. 313.)

2. O Espiritismo é o mais podero-so auxiliar das idéias religiosas: ele dáreligião aos que não a possuem; forti-fica-a nos que a têm vacilante; conso-la pela certeza do futuro, faz suportarcom paciência e resignação as tribula-ções desta vida e desvia o pensamentodo suicídio. (Revue de 1859, p. 5.)

3. O Espiritismo não nega a Deus,a alma, o livre-arbítrio, as penas e re-compensas futuras. Longe disso, eleprova, não pelo raciocínio, mas pelosfatos, essas bases fundamentais da re-ligião, cujo inimigo mais perigoso é omaterialismo. (Revue de 1859, p. 150.)

4. O Espiritismo é forte porquese apóia nas bases da religião: Deus,a alma, as penas e recompensas fu-turas, baseadas naquilo que fazemos.(Revue de 1860, p. 4.)

5. Impedindo inúmeros suicídios,devolvendo a paz e a concórdia a mui-tas famílias, tornando mansos e paci-entes homens violentos e coléricos, dan-do resignação e consolo aos que não ostinham, reconduzindo a Deus os que odesconheciam, o Espiritismo, longe deantagonista, é o mais poderoso auxiliarda Religião. (Revue de 1861, p. 317.)

6. O Espiritismo jamais se arvorouem rival do Cristianismo, do qual sedeclara filho. Ele combate o ateísmo e

o materialismo e repousa sobre as ba-ses fundamentais de toda religião e so-bre a moral do Cristo. “Se renegasse ocristianismo, ele se desmentiria, suici-dar-se-ia.” (Revue de 1862, p. 121.)

7. O Cristianismo, tal qual saiuda boca de Jesus, mas apenas tal qualsaiu, é invulnerável, porque ele é alei de Deus. (Revue de 1864, p. 202.)

8. É o Espiritismo uma religião?Ora, sim, sem dúvida, senhores. Nosentido filosófico, o Espiritismo éuma religião, e nós nos glorificamospor isso, porque é a doutrina que fun-da os elos da fraternidade e da co-munhão de pensamentos, não sobreuma simples convenção, mas sobrebases mais sólidas: as mesmas leisda natureza. (Revue de 1868, p. 351.)

9. O verdadeiro objetivo das as-sembléias religiosas deve ser a co-munhão de pensamentos; é que, comefeito, a palavra religião quer dizerlaço. Uma religião é um laço quereliga os homens numa comunidadede sentimentos, princípios e crenças.(Revue de 1868, p. 351 a 354.)

10. Esse laço é, porém, um laçoessencialmente moral, que liga os co-rações, e seu objetivo é estabelecer,entre as pessoas que ele une, a fra-ternidade e a solidariedade, a indul-gência e a benevolência mútuas.(Revue de 1868, p. 354 a 357.)

11. O Espiritismo é inteiramentebaseado no dogma da existência daalma, sua sobrevivência ao corpo, suaindividualidade após a morte, suaimortalidade, as penas e as recompen-sas futuras. Seu objetivo é prová-lasde maneira patente e sua moral é ape-nas o desenvolvimento das máximas

do Cristo. (Revue de 1860, p. 308.)12. Mataram o Cristo, mataram

seus apóstolos, e no entanto a idéiacristã triunfou, vencendo até a perse-guição dos Césares onipotentes. Porque, então, o Espiritismo, que não ésenão o desenvolvimento e a aplica-ção da idéia cristã, não triunfará de al-guns trocistas ou de antagonistas quenão lhe puderam opor senão uma ne-gação estéril? (Revue de 1861, p. 358.)

13. O Cristianismo, ao surgir,teve que lutar contra uma potênciaterrível: o Paganismo. O Espiritismonada tem a destruir, porque assentasuas bases no próprio Cristianismo eno Evangelho, do qual é simples apli-cação. (Revue de 1861, p. 316.)

14. A moral que ele ensina é boaou má? É subversiva? Eis a questão.Ora, desde que é a moral do Evan-gelho desenvolvida e aplicada,condená-la seria condenar o Evan-gelho. (Revue de 1861, p. 317.)

15. Em suas instruções os Espí-ritos superiores têm sempre o objeti-vo de despertar nos homens o amordo bem pela prática do Evangelho.(Revue de 1858, p. 5.)

16. Graças às comunicações de oraem diante estabelecidas de maneirapermanente entre os homens e o mun-do invisível, a lei evangélica, ensina-da em todas as nações pelos própriosEspíritos, não mais será letra morta,porque cada um a compreenderá e ne-cessariamente será solicitado a pô-laem prática, a conselho de seus guiasespirituais. (Revue de 1864, p. 99.)

17. Não existe nenhuma surpre-sa no fato de haver Deus enviado osbons Espíritos para lembrar o senti-do verdadeiro de sua lei. “Eles nãovêm para destruir o cristianismo, masdesligá-lo das falsas interpretações edos abusos que nele introduziram oshomens.” (Revue 1864, p. 275.)

18. A bandeira “Fora da carida-de não há salvação”, por ele postano frontispício do Espiritismo, nãosurgiu por ato de sua autoridade, masdos ensinos dos Espíritos, que a co-lheram nas palavras do Cristo, em queela se encontra com todas as letras,como pedra angular do edifício cris-tão. (Revue de 1866, pp. 114 a 116.)

19. A fraternidade deve ser a pe-dra angular da nova ordem social, masnão existirá fraternidade real, sólidae efetiva se não for apoiada em baseinabalável, que é a fé, não a fé em taisou quais dogmas, mas a fé nos princí-pios fundamentais que todos podemaceitar: Deus, a alma, o futuro, o pro-gresso individual indefinido, a perpe-tuidade das relações entre os seres.(Revue de 1866, p. 289 a 301.)

20. O Espiritismo não diz: Forado Espiritismo não há salvação, masapoiado no Cristo: Fora da caridadenão há salvação, princípio de uniãoe tolerância que ligará os homens numsentimento comum de fraternidade,em vez de os dividir em seitas inimi-gas. (Revue de 1866, p. 289 a 301.)

21. O Cristo não disse tudo o quepoderia ter dito, porque os homens desua época não o compreenderiam. Eis

por que mais tarde seria enviado à Ter-ra o Consolador, o Espírito de Verda-de, que haveria de restabelecer todasas coisas e explicar tudo quanto eledissera. (Revue de 1867, p. 261 a 285.)

22. Se considerarmos o poder mo-ralizador do Espiritismo, a força mo-ral, a coragem e as consolações queele dá nas aflições, reconheceremosque ele realiza todas as promessas doCristo a respeito do Consolador pro-metido. Ora, como é o Espírito de Ver-dade que preside ao grande movimen-to de regeneração, a promessa de seuadvento se acha realizada, porque eleé, de fato, o verdadeiro Consolador.(Revue de 1867, p. 261 a 285.)

23. Tal é a fé dos espíritas, e a pro-va de sua força é que se esforçam portornar-se melhores, dominar suas incli-nações más e pôr em prática as máxi-mas do Cristo, olhando todos os homenscomo irmãos, perdoando aos inimigose fazendo o bem pelo mal, a exemplodo Mestre. (Revue de 1868, p. 7 a 12.)

24. O mais perfeito modelo de con-cisão, no caso da prece, é a Oração do-minical, que é a mais indicada para aspreces da manhã e da noite, desde quedita com inteligência, de coração, e nãodos lábios. (Revue de 1864, p. 234.)

25. Uma vez por semana, porexemplo, no domingo, pode-se consa-grar à prece um tempo mais longo, aisto acrescentando a leitura de algu-mas passagens do Evangelho e a dealgumas boas instruções, ditadas pe-los Espíritos. (Revue de 1864, p. 234.) (Continua no próximo número.)

A natureza religiosa do Espiritismo (1ª Parte)

Pílulas gramaticaisOs pronomes demonstrativos

indicam a posição dos seres com re-lação às três pessoas do discurso:1a pessoa – este, esta, isto.2a pessoa – esse, essa, isso.3a pessoa – aquele, aquela, aquilo.

Assim, quando digo “este li-vro”, refiro-me a um livro que estápróximo de mim, isto é, próximoda pessoa que fala. Se digo “esselivro”, estou me referindo a um li-vro que está perto da pessoa comquem falo, ou seja, do ouvinte.Quando digo “aquele livro”, falode um livro que está afastado demim e do ouvinte.

Em relação ao tempo, o racio-cínio é semelhante:

Quando digo “este ano”, refiro-me ao ano em curso. O mesmo sedá quando falo “estes dias”, refe-rindo-me aos dias em curso. Se digo“esses dias”, estou-me referindo adias próximos mas que já passaram.Quando digo “aqueles dias”, refi-ro-me a dias afastados no tempo eque igualmente já passaram.

No tocante ao uso de “isto”, “isso”ou “aquilo”, a idéia é a mesma.

Veja estes exemplos:Eu lhe disse isto: que não mais

o queremos conosco.Isso que lhe falei é isto que vou

dizer-lhe agora: vá embora!Não faça mais aquilo que fa-

zíamos nos dias da juventude.

ASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO - [email protected] Londrina

O Espiritismo respondeRecebi de Ana a seguinte per-

gunta: “Quando reencarnamos, vol-tamos sempre ao mesmo grupo fa-miliar, ou podemos renascer em ou-tra família e mesmo em outro país?”

Nossas diferentes existênciastanto se passam na Terra como nosdiferentes mundos que povoam oUniverso. Os vínculos espirituaisfazem com que geralmente volte-

mos ao mesmo círculo de que parti-cipamos antes em existências pas-sadas, mas pode perfeitamente ocor-rer que sejamos enviados a grupos elocais diferentes, sem que se percaa ligação com aqueles que formamo que chamamos família espiritual.Tudo depende da natureza da provaou da missão que nos é confiada.

A reencarnação – ao contrário do

que muitos pensam – não destrói oslaços de família, mas os distende.Como a parentela se baseia geral-mente sobre as afeições anteriores,os laços que unem os parentes sãomenos precários, de modo que po-demos perfeitamente encontrar, en-tre os vizinhos e entre os servido-res, Espíritos que estiveram ligadosa nós pelos laços consangüíneos.

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O IMORTALMARÇO/2008 PÁGINA 5

Clássicos do Espiritismo

O Grande Enigma (6ª Parte)ANGÉLICA REIS

[email protected] Londrina

Damos continuidade à publica-ção do texto condensado da obraO Grande Enigma, de LéonDenis. As páginas citadas referem-se à 7.a edição publicada pela Edi-tora da FEB.

*89. Deus é a grande Alma do

Universo, o foco de onde emanatoda a vida, toda a luz moral.“Não podeis passar sem Deus -assevera Léon Denis -, de igualmodo que a Terra e todos os seresque vivem em sua superfície nãopodem dispensar seu foco solar.”(P. 117)

90. “Deus é o Sol das Almas!”,afirma Denis. “Extingui a idéia deDeus, e imediatamente a mortemoral se estenderá sobre o mun-do.” Após dizer isso, Denis acres-centa: “Levantar, engrandecer aidéia de Deus, desembaraçá-la dasescórias em que as religiões e ossistemas a têm envolvido, tal é amissão do Espiritualismo moder-no!” (P. 118)

91. Após referir-se de formapoética à beleza e à vastidão doUniverso, Denis diz que as estre-las que povoam o firmamento pa-recem sorrir, qual se fossem ami-gas esquecidas. Seus mistérios nosatraem, contudo, mais tarde, nosséculos futuros, conheceremos es-sas maravilhas que nosso pensa-mento hoje apenas toca. (P. 126)

A floresta

92. Tudo na floresta, segundoLéon Denis, é encanto, mas ela nãoconstitui somente maravilhoso es-petáculo: é também perpétuo en-sinamento, pois nos fala das regrasfortes, dos princípios augustos queregem toda a vida e presidem à re-novação dos seres e das estações.(P. 132)

93. A Natureza mostra-nos, emtoda a beleza da vida, o prêmio doesforço paciente e corajoso e a ima-gem dos nossos destinos sem-fim,e nos diz que tudo está em seu lu-gar no Universo, embora tudo evo-lua e se transforme, almas e coi-sas. A morte é apenas aparente; aostristes invernos sucedem os diasprimaveris, cheios de vida e de pro-messas. (P. 134)

94. A lei de nossas existênciasnão é diferente das estações. De-pois dos dias de sol, no verão, vemo inverno da velhice e, com ele, aesperança dos renascimentos e denova mocidade. (P. 134)

95. A floresta é o adorno daTerra e a verdadeira conservado-ra do globo. Sem ela, o solo, ar-rastado pelas chuvas, cedo volta-ria aos abismos do mar imenso.Ela retém as largas gotas da tem-pestade em seus tapetes de relva,no enredamento de suas raízes.Por toda parte em que as árvoresdesaparecem, a terra se empobre-ce, perde sua beleza e chegam,gradualmente, a monotonia, a ari-dez e depois a morte. (PP. 134 e135)

96. Lembrando como os gau-leses tratavam com carinho assuas florestas, Denis tece ligeirocomentário sobre a idéia funda-mental do druidismo, que era aevolução, o progresso e o desen-volvimento, idéia essa tomada,até certa medida, à Natureza ecompletada pela Revelação. (P.137)

97. Com efeito, a impressãogeral que ressalta do espetáculo domundo é um sentimento de harmo-nia, uma noção de encadeamento,uma idéia de fim e de lei, isto é,relações eternas dos seres e dascoisas. “A concepção evolutiva -afirma Léon Denis - emana do es-tudo dessas leis. Há uma direção,uma finalidade na evolução, e esserumo traz o conjunto das vidas, porgradações insensíveis e seculares,

para um estado sempre melhor.” (P.137)

98. O Catolicismo afastou essaidéia, mas a Ciência nos torna alevar para ela. Primeiramente, elaespiritualiza a matéria, reduzindo-a a centros de força, e nos mostrao sistema nervoso tornando-secada vez mais complexo na escalados seres, para chegar ao homem.(P. 137)

99. Considerando que a evolu-ção é a lei central do Universo, oprincipal papel da ordem social éfacilitá-la a todos os seus compo-nentes. A vida é boa, útil e fecun-da. Diante das perspectivas infini-tas que ela nos abre, todos os sen-timentos deprimentes, o pessimis-mo, a dúvida, a tristeza e o deses-pero desaparecem para dar lugar àsinspirações imortais, à esperançaimperecível. (P. 138)

O mar e a montanha

100. O mar é um granderegenerador. Sem ele, a terra se-ria estéril e infecunda. Em seuseio se elaboram as chuvas bené-

ficas; todo o sistema de irrigaçãodo globo a ele deve o nascimen-to. Sua efusão de vida é sem li-mites. (P. 144)

101. O mar foi o cadinho gi-gantesco em que se elaboraram asprimeiras manifestações da vida.Ainda hoje ele é a mãe, a nutrizfecunda por meio da qual se desen-volvem as existências prodigiosas,a seiva transbordante, da qual nada,nem a raiva destrutiva do homem,nem as causas reunidas de morta-lidade, de luta, de guerra entre asespécies, pode minorar a intensi-dade. (P. 146)

102. O poder de reprodução decertas espécies é tal que, sem asforças que a combatem e lhe ate-nuam os efeitos, o mar se teria hámuito tempo transformado emmassa sólida. Cada fêmea de aren-que contém em média cinqüentamil ovos e cada ovo se multiplica,por sua vez, por cinqüenta mil. Obacalhau, que se alimenta do aren-que, tem nove milhões de ovos - oterço do seu peso. Para o mundodos mares, como se vê, a obra es-sencial é amar e multiplicar ! O

Oceano é comparável a imensacuba sempre em fermentação deexistências. A morte aí produz avida; sobre os resíduos orgânicosdos seres destruídos, outros orga-nismos aparecem e se desenvol-vem incessantemente! (PP. 146 e147)

103. A montanha é uma bíblia,cujas páginas apresentam um sen-tido oculto, um sentido profundo.Em suas camadas rochosas,enrugadas, revolvidas pelos abalosplutônicos, podemos ler a gênesedo globo, as grandes epopéias daHistória do mundo, antes da apa-rição do homem. (P. 154)

104. As fontes quentes nosdemonstram que as entranhas doglobo encerram ainda a vida ar-dente, crepitante, prestes a jorrar,e que a ação do enorme e tene-broso ciclope é sempre possível.(P. 155)

105. Do mesmo modo que aflor se abre às carícias do Sol e daslágrimas do rocio, a alma se ex-pande sob a influência radiosa dagrande Natureza. (P. 155) (Conti-nua no próximo número.)

Entrevista publicada no jornal O IMORTAL, edição de junho/1984, pág. 6.

Divaldo responde– Que é que as pessoas que-

rem dizer quando afirmam que oplanejamento familiar é menosgrave que o aborto?

Divaldo: Quando se faz a co-locação de que o planejamentofamiliar é menos grave do que oaborto, quer-se dizer que o idealseria que os casais tivessem osfilhos que lhes fossem determi-nados. Argumenta-se, porém, queas pessoas devem ter os filhosque possam criar. No entanto,vivemos numa época, numa vidade relatividades. Os problemaseconômicos que temos hoje ou acomodidade que hoje desfruta-

mos, possivelmente não serão osmesmos amanhã. Eu sou o 13º fi-lho de uma família pobre, nascidona crise de 1929, exatamente quan-do meu pai perdeu os poucos bensque possuía e, não obstante, eu fuio único da família que estudou aEscola Normal, enquanto os meusirmãos, que nasceram num perío-do econômico muito melhor, nãoquiseram estudar. Sabemos que oEspírito que se vai reencarnar tam-bém se faz acompanhar dos fato-res que lhe propiciem os meios paraque ele colime os resultados ide-ais. A posição seria difícil: que osnubentes, ao assumirem a respon-

sabilidade da comunhão física, sepreparassem para ter os filhosque a Divindade lhes determinas-se. Mas, se eles podem progra-mar a família dentro da técnicaque melhor lhes pareça, porqueé uma liberdade pessoal de esco-lha, já que as responsabilidadessão dos cônjuges, eles têm essedireito. Segundo tenho aprendi-do com os Espíritos, o ideal seriaque a progênie resultasse da res-ponsabilidade assumida pelosconsortes na união matrimonial,em número que a Divindade es-tabeleceu. É um problema, por-tanto, de consciência.

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O IMORTALPÁGINA 6 MARÇO/2008

Francisco de Assis, o homem – Pou-co depois, entrou para rezar e meditar napequena capela de São Damião,semidestruída pelo abandono. Estava ajo-elhado em oração aos pés de um crucifi-xo bizantino, que a piedade popular alivenerava, quando uma voz, saída do cru-cifixo, lhe falou: “Francisco, vai e recons-trói a minha Igreja que está em ruínas”.Não percebendo o alcance desse chama-do e vendo que aquela Igrejinha estavaprecisando de urgente reforma, Francis-co regressou a Assis, tomou da loja pa-terna um grande fardo de fina fazenda evendeu-a. Retornando, colocou o dinhei-ro nas mãos do sacerdote de São Damião,oferecendo-se para ajudá-lo na reconstru-ção da capela com suas próprias mãos.

Conhecendo o caráter de Pedro Ber-nardone, é fácil imaginar sua cólera ao verdesfalcada sua casa comercial e perdido oseu dinheiro. Não bastava já o desfalqueque dava ao entregar gratuitamente merca-dorias e alimentação para os “vagabundos”necessitados? Agora mais essa! E Francis-co teve que se esconder da fúria paterna.

Certo dia saiu resolutamente a mendi-gar o sustento de porta em porta na cidadede Assis. Para Bernardone isso já era de-mais! Como podia ele envergonhar de talforma sua família? Se seu filho havia per-dido o juízo, era necessário encarcerá-lo!Assim, Francisco experimentou mais umavez o cativeiro, desta feita num escuro cu-bículo debaixo da escada da própria casapaterna. Pelo que sabemos, depois de al-guns dias, movida pela compaixão, sua mãeabriu-lhe às escondidas a porta e o deixoupartir livremente para seguir o seu destino.

Ao final de 1206, Pedro Bernardone,convencido de que nem as razões nem aforça podiam torcer o ânimo de Francis-co, decidiu recorrer ao Bispo, instauran-do-se um julgamento como nunca aconte-ceu na história de outro santo. O palco dojulgamento foi a própria Praça Comunalde Assis, junto à igreja de S. Maria e àcasa do bispo, bem à vista de todos.

O desprezo e a zombaria no início desua missão – Bernardone exigiu que seu fi-lho lhe devolvesse tudo quanto recebera dele.Francisco, ciente da sentença de Cristo:“Quem ama o seu pai ou a sua mãe maisque a Mim, não é digno de Mim” (Mt 19,29),sem vacilar um momento se despojou detudo até ficar nu, jogou os trajes e o dinheiroaos pés de seu pai, e exclamou: “Até agorachamei de pai a Pedro Bernardone.Doravante não terei outro pai, senão o PaiCeleste”. O Bispo, então, o acolheu, envol-vendo-o com seu manto. Daquele momentoem diante, cantando “Sou o arauto do Gran-de Rei, Jesus Cristo”, afastou-se de sua fa-mília e de seus amigos e entregou-se ao ser-viço dos leprosos, tratando de suas feridas,e à reconstrução das Capelas e Oratórios quecercavam a cidade. Cada dia percorria as ruasmendigando seu pão e convidando as pes-soas para que contribuíssem com pedras etrabalho na restauração das “Casas de Deus”que estavam em ruínas.

De alguns recebia apoio e incentivo.De muitos, o desprezo e a zombaria. Noentender da maioria, o filho de Pedro Ber-nardone havia perdido completamente ojuízo! E não só a garotada da cidade escar-necia dele, chamando-o de louco e outrosqualificativos menos nobres. Mais de umavez sentiu-se tentado a voltar atrás, quan-do chegava à porta de seus antigos amigos;mas saía vitorioso nessas lutas entre o or-gulho humano e o próprio ideal. Já algunscomeçaram a reconhecer nele traços do fu-turo santo, embora ele mesmo ainda nãoconhecesse claramente sua vocação.

Estava já terminando a restauraçãoda última Igrejinha da redondeza, acapelinha de Santa Maria dos Anjos eperguntava-se o que faria depois. O quemais lhe pediria Deus? Não havia enten-dido ainda que a Igreja que devia restau-rar não era a de pedra, mas a própria Igre-ja de Cristo, enfraquecida na época pelasdivisões, heresias e pelo apego de seuslíderes às riquezas e ao poder.

Na pregação do Evangelho de Cris-to – Devia ser aquele o ano de 1209. Certodia, Francisco escutou, durante a missa, aleitura do Evangelho: tratava-se da passa-gem em que Cristo instruía seus Apóstolos

AIGLON FASOLOaiglon@nêmora.com.br

De Londrina

O IMORTAL na internetDesde abril de 2004, o jornal O IMORTAL pode ser lido, na

íntegra, pela internet, no site abaixo:

www.editoraleopoldomachado.com.br/imortal/indice.htmPara escrever à Redação do jornal, o interessado deve utili-

zar o e-mail abaixo indicado:

[email protected]

sobre o modo de ir pelo mundo, “sem túni-cas, sem bastão, sem sandálias, sem provi-sões, sem dinheiro no bolso...” (Lc 9,3). Taispalavras encontraram eco em seu coraçãoe foram para ele como intensa luz. E excla-mou, cheio de alegria: “É isso precisamen-te o que eu quero! É isso que desejo de todoo coração!” E sem demora começou a vi-ver, como o faria em toda a sua vida, a puraletra do Evangelho. Repetia sempre para sie, mais tarde, também para seus companhei-ros: “Nossa regra de vida é viver o Evan-gelho de Nosso Senhor Jesus Cristo”!

A partir daquele dia, Francisco iniciousua vida de pregador itinerante, percorren-do as localidades vizinhas e pregando, empalavras simples, o Evangelho de Cristo.

Muitos começaram, enfim, a compre-ender o sentido dessa vida e manifestaramo desejo de segui-la. O primeiro foi umhomem rico de Assis, Bernardo de Quinta-val. Ao perguntar para Francisco: “O quedevo fazer para seguir-te”?, este decidiu,como em todos os momentos decisivos desua vida, recorrer ao Evangelho para que opróprio Cristo lhes desse a resposta.

De manhã, bem cedo, foram ambos àmissa. Pelo caminho juntou-se aos doisPedro de Catânia, doutor em Direito enovo companheiro. Por três vezes abriramo livro do Evangelho, e as três respostasque encontraram foram as seguintes: “Sequeres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres. Depois vem e segue-me” (Mt19,21). “Não leveis nada pelo caminho,nem bastão, nem alforje, nem uma segun-da túnica...” (Lc 9,3). “Se alguém quer virapós mim, negue-se a si mesmo, tome asua cruz cada dia e siga-me” (Mt 16,24).

“Isto é o que devemos fazer, e é o quefarão todos quantos quiserem vir conosco”– exclamou Francisco, que subitamente viubrilhar uma luz sobre o caminho que ele eseus companheiros deveriam seguir. Final-mente encontrou o que por tanto tempohavia procurado! Isto aconteceu a 24 defevereiro de 1208, dando início à fundaçãoda Fraternidade dos Irmãos Menores.

No mesmo dia, Bernardo de Quinta-val vendeu todos os seus bens e repartiuo dinheiro entre os pobres de Assis. (Con-tinua no próximo número.)

Sobre a evolução das religiões, oucomo Kardec chegou ao Espiritismo

(Parte 25)

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O IMORTALMARÇO/2008 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Yvonne do Amaral Pereira

Yvonne do Amaral Pereira nas-ceu na antiga Vila de Santa Terezade Valença, hoje Rio das Flores, suldo estado do Rio de Janeiro. Filhade Manuel José Pereira Filho, umpequeno comerciante, e deElizabeth do Amaral, foi a primeirade seis filhos do casal. A mãe já ha-via tido um filho de seu primeirocasamento. Recém-nascida, comapenas 29 dias, teve um acesso detosse que a sufocou, deixando-a emestado de catalepsia, em que se man-teve por seis horas, tendo o médicoe o farmacêutico da localidade che-gado a atestar o óbito por sufocação.A família preparou o corpo da bebêpara o velório, colocando-lhe umvestido branco e azul, adornando-acom uma grinalda, enquanto aguar-dava o pequeno caixão branco dapraxe. Nesse momento, sua mãe,retirando-se para o interior da resi-dência da família, endereçou umafervorosa prece a Maria de Nazaré,solicitando-lhe a intervenção, umavez que, no íntimo, não acreditavaque a filha estivesse morta. Momen-tos depois, a bebê acordou, choran-do. Décadas mais tarde foi explica-do que o fenômeno, vivido naquelaidade, correspondera a um resgateda médium, suicida por afogamen-to em encarnação anterior.

Yvonne cresceu em lar espíritae modesto, visitado em diversasocasiões pela pobreza. O pai, gene-roso de coração, desinteressado dosbens materiais, entrou em falênciapor três vezes, pois favorecia os fre-gueses em prejuízo próprio. Mas

tarde, tornou-se funcionário público,cargo que ocupou até sua desencar-nação, em 1935. O lar sempre foi po-bre e modesto, conheceu dificuldadesinerentes ao seu estado social, o que,segundo ela, a beneficiou muito, poisbem cedo se alheou das vaidadesmundanas e compreendeu as neces-sidades do próximo. O exemplo deconduta dos pais teve influência ca-pital no futuro comportamental damédium. Era comum albergar na casapessoas necessitadas e mendigos.Com quatro anos de idade, a meninajá via e ouvia Espíritos, os quais, porfalta de conhecimento e maturidade,considerava como pessoas encarna-das. Duas entidades eram particular-mente caras: O Espírito Charles, aquem considerava seu pai real, devi-do a lembranças vivas de uma encar-nação passada, em que esse Espíritofora seu pai carnal. Charles, Espíritoelevado, foi seu orientador durantetoda a sua vida e atividade mediúni-ca. O Espírito Roberto de Canalejas,que foi médico espanhol em meadosdo século XIX, era a outra entidadepela qual nutria um profundo afeto ecom a qual tinha ligações espirituaisde longa data e dívidas a saldar.

Saudade de sua última encar-nação na Espanha – Aos oito anosrepetiu-se o fenômeno de catalepsia,associado a desprendimento parcial.Aconteceu à noite e a visão que tevemarcou-a pelo resto da vida. Em es-pírito, foi parar ante uma imagem do“Senhor dos Passos”, na igreja quefreqüentava. Pedia socorro, pois so-fria muito. A imagem, então, cobran-do vida, lhe dirigiu as seguintes pa-lavras: “Vem comigo, minha filha,será o único recurso que terás parasuportar os sofrimentos que te espe-ram”. Ela aceitou a mão que lhe eraestendida, subiu os degraus mas nãose lembrou de mais nada. De fato,

Yvonne foi uma criança infeliz. Vi-via acossada por uma imensa sau-dade do ambiente familiar que tive-ra na sua última encarnação naEspanha e que lembrava com extra-ordinária clareza. Os fenômenos quepercebia perturbavam-na. Conside-rava os atuais familiares, principal-mente o pai e os irmãos, como pes-soas estranhas, assim como estranha-va a casa e a cidade onde morava.Para a criança, o pai verdadeiro erao Espírito Charles e a casa real, a daEspanha. Esses sentimentos confli-tuosos, assim como o afloramentodas faculdades mediúnicas, faziamcom que Yvonne apresentasse umcomportamento considerado anor-mal por seus familiares, razão pelaqual até os dez anos de idade passoua maior parte do tempo na casa daavó paterna.

Aos 12 anos, o pai deu-lhe depresente “O Evangelho segundo oEspiritismo” e o “Livro dos Espíri-tos”, que a acompanharam pelo res-to da vida, sendo sua leitura repeti-da um bálsamo nas horas difíceis.Aos 13 anos começou a freqüentaras sessões práticas de Espiritismo,que muito a encantavam, pois via osEspíritos comunicantes. Teve comoinstrução escolar o curso primário.Não pôde, por motivos econômicos,fazer outros cursos, o que represen-tou uma grande provação para ela,pois amava o estudo e a leitura. Des-de cedo teve que trabalhar para o seupróprio sustento, e dedicou-se à cos-tura, bordado, renda, flores, etc. Aeducação patriarcal que recebeu fezcom que vivesse afastada do mun-do. Isto, por um lado, favoreceu odesenvolvimento e recolhimentomediúnico, mas, por outro, a tornouexcessivamente tímida e triste. Ten-do cultivado desde a infância o estu-do e a leitura, completou a sua for-

mação como autodidata, pela leiturade livros e periódicos. Desejava es-tudar piano e chegou a dedilhar oteclado. Mas, a pobreza de seus paislhe impediu o acesso aos estudos quea pudessem habilitar à prática musi-cal. Leitora voraz, aos dezesseis anosjá tinha lido obras clássicas deGoethe, Bernardo Guimarães, Joséde Alencar, Alexandre Herculano,Arthur Conan Doyle e outros.

Uma mediunidade diversifica-da – A partir dessa idade, fase da ado-lescência, a mediunidade tornou-seum fenômeno comum para Yvonne,que recebia a maior parte dos infor-mes de além-túmulo, crônicas e con-tos em desdobramento, no momentodo sono noturno. A sua mediunidade,porém, foi diversificada. Foi médiumpsicógrafa e receitista, assistida porentidades de grande elevação, comoBezerra de Menezes, Charles, Rober-to de Canalejas, Bittencourt Sampaio.Praticou a mediunidade de incorpo-ração e era também médium passis-ta. Possuía mediunidade de efeitosfísicos, chegando a realizar sessões dematerialização, mas nunca sentiu atra-ção por essa modalidade mediúnica.Os trabalhos, no campo da mediuni-dade, que mais gostava de fazer eramos do desdobramento, incorporaçãoe receituário.

Como foi dito, era através do des-dobramento noturno que Yvonne na-vegava através do mundo espiritual,amparada por seus orientadores, co-letando as crônicas, contos e roman-ces com os quais hoje nos deleitamos.Como médium psicofônica, pôde en-trar em contato com obsessores,obsidiados e suicidas, aos quais de-votava um carinho especial, sendoque muitos deles tornaram-se espíri-tos amigos. Atuou em casas espíritasnas cidades de Lavras (MG), Barrado Piraí (RJ), Juiz de Fora (MG),

Pedro Leopoldo (MG) e Rio de Ja-neiro (RJ), cidades em que residiusucessivamente. No receituário ho-meopático trabalhou em diversoscentros espíritas das várias cidadesem que morou durante os 54 anosde atividade. Foi uma médium in-dependente, que não se submetiaaos entraves burocráticos que al-guns centros exercem sobre seus tra-balhadores, seguia sempre a “Igre-ja do Alto” e com ela exercia a cari-dade a qualquer hora e a qualquerdia em que fosse procurada pelossofredores. Foi uma esperantistaconvicta e trabalhou arduamente nasua propaganda e difusão, atravésde correspondência que mantinhacom outros esperantistas, tanto noBrasil, quanto no exterior.

Embora desde 1926 tivesse re-cebido numerosas obras por meioda psicografia, somente decidiupublicá-las na década de 1950, apósmuita insistência dos mentores es-pirituais. Sua obra mediúnica cons-ta de 20 livros. Eis os principais:Memórias de um Suicida, obra di-tada em 1926 por Camilo CasteloBranco e completada por LéonDenis, publicada 30 anos depois;Nas telas do infinito; Amor e ódio;A tragédia de Santa Maria;Devassando o invisível; Ressurrei-ção e vida; Nas voragens do peca-do; O cavaleiro de Numiers; O dra-ma de Bretanha.

Nos primeiros dias de marçodo ano de 1984 a uma cirurgiade emergência, à qual não resis-tiu, desencarnando. Retornou as-sim, ao Mundo Espiritual, umadas mais respeitáveis médiuns doMovimento Espírita Brasileiro,Yvonne do Amaral Pereira, às 22horas do dia 9 de março daqueleano, após um longo período deatividades na causa espírita.

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JORGE [email protected]

De Brasília, DF

Fenômenos de TCI revivem os fatos que deram origem ao Espiritismo

“A Transcomunicação Instru-mental vem repetir, nos temposatuais, o que representou para omundo a fenomenologia deHydesville, no Estado de NovaYork, nos idos de 1848, que cul-minou com a chegada do Conso-lador prometido pelo Cristo à Hu-manidade”. (1) Altivo Ferreira, di-retor da FEB, remete-nos aos diasgloriosos de Allan Kardec. “Àépoca do Codificador, a Transco-municação estava presente nas pri-meiras mensagens através da mesapé-de-galo ou, depois, na peque-na cesta de vime, ou de outros fe-nômenos, pela manifestação dasmensagens fixadas em ardósia,sem contato humano”. (2)

Realmente, o professor Hippo-lyte Léon Denizard Rivail, emmaio de 1855, tomou conhecimen-to de mesas que respondiam combatidas às perguntas feitas aos“Espíritos”. “O gênio de Lyon viuaí que havia um poder inteligentepor trás desse mini-poltergeist”

(segundo o pesquisador HernaniGuimarães Andrade). “O métodoestá muito aquém da técnica con-temporânea, mas o princípio deconversar com entidades sem aboca e os ouvidos do médium estátodo aí.” (3) Indubitavelmente foiAllan Kardec que interpretou essebelo fenômeno, desde seu início,quando codificou a Doutrina Espí-rita, revelando e confirmando aimortalidade da alma.

Naquela época, os instrumen-tos para a Transcomunicação fo-ram principalmente as “mesasgirantes”, entre outros. Com oavanço tecnológico, os Espíritostêm utilizado os equipamentos ele-trônicos disponíveis da atualidadepara se comunicarem, como a te-levisão, gravadores, telefones,computadores e chapas fotográfi-cas sensíveis em câmaras de altavelocidade. É o fenômeno detranscomunicação Instrumentalque, por definição, é o uso de ins-trumentos eletrônicos para o inter-câmbio com a vida além-túmulo.(4)

O Livro dos Espíritos, questãonº 934, registra: “Tendes, porém,

uma consolação em poderdes co-municar-vos com os vossos amigospelos meios que vos estão ao alcan-ce, enquanto não dispondes de ou-tros mais diretos e mais acessíveisaos vossos sentidos”. (5) (grifamos)Destarte, os grandes gênios da hu-manidade estão a um apertar teclade aparelho de gravação e são achave mestra para abertura dos pór-ticos dos mistérios da vida espiri-tual. “Com eles estão os segredosdo tempo, do espaço, da História,da ciência, da filosofia.” (6) Elespossuem o archote capaz de nos ilu-minar a caminhada entre as duas es-tações densas de nossas indagaçõestranscendentais: de onde viemos epara onde vamos?

“Extraordinárias descobertasdescortinam novos e grandiososhorizontes aos conhecimentos hu-manos”. (7) Embora pareça umanovidade para muitos, a rigor, a pes-quisa de TCI já tem mais de 100anos. Segundo os pesquisadores,Thomas Edson teria sido o primei-ro a cogitar da possibilidade decontatar os mortos, quando disseque se ele conseguisse criar umaparelho sutil o suficiente para quepudesse ser manipulado pelos quejá partiram, o intercâmbio ocorre-ria. Porém, só com o advento daEletrônica é que os contatos inter-dimensionais começaram a se fir-mar, ou seja, a partir dos anos 50.E foi em junho de 1956, em Esto-colmo, que um homem dedicado agravar pássaros, Friederich Jürgen-son, gravou pela primeira vez umavoz do Além-Túmulo. “As suas ex-periências ensejaram ao grandepesquisador Raudive dar prossegui-mento. Mas, nessa época, já o gran-de engenheiro Meek tentava nosEUA realizar esse admirável traba-lho, utilizando o Spiricom. (8) Atra-

vés de três gerações sucessivas etentativas de Spiricom, eles logra-ram gravar vozes atribuídas inclu-sive a Charles Richet, o pai dametapsíquica humana.” (9)

“Há uma preocupação em saberse a TCI se tornará reconhecidapela ciência, contudo, é da nature-za humana a característica de com-bater, contestar, reagir, e esse pro-cesso é natural, levando ao conhe-cimento de todos sobre esses fenô-menos, sendo inexistente negar-lhea legitimidade dos fatos comprova-dos.” (10) As religiões já vêm afir-mando que se vive depois da mortehá mais de 5.000 anos, mas a ciên-cia não tem prestado muita atenção.“Quem sabe, se ao invés disso serdito sob teor religioso, mas com-provado como uma verdade cientí-fica, tenhamos a disseminação efe-tiva dessa realidade – cujo resulta-do, imaginamos, será o de trazermais responsabilidade para o Ho-mem, enfim, novos rumos para aHumanidade.” (11)

Atualmente, por ser a comuni-cabilidade interdimensional umarealidade, cremos que no porvir nãomuito distante a Ciência oficial pas-sará a se defrontar com a realidadedo Espírito, devidamente compro-vado em laboratório. Até porque“Químicos e físicos, geômetras ematemáticos, erguidos à condiçãode investigadores da verdade, sãohoje, sem o desejarem, sacerdotesdo Espírito, porque, como conse-qüência de seus porfiados estudos,o materialismo e o ateísmo serãocompelidos a desaparecer, por fal-ta de matéria, a base que lhes asse-gurava as especulações negativis-tas.” (12)

A parte científica do Espiritis-mo abarca áreas como a pesquisade casos de Poltergeist, Reencarna-

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ção, E.Q.M., Visões em Leito deMorte, Telepatia, Clarividência,Regressões a Vidas Passadas etc. e,embora todos esses fenômenos se-jam fartos de evidências, carece dedocumentação para sair da catego-ria de metaciência. A Transcomu-nicação Instrumental é um segmen-to rico em possibilidades no levan-

tamento de provas a favor da reali-dade da sobrevivência pós-morte,além de evidenciar a comunicabi-lidade.

Para chegar ao que é hoje, aDoutrina teve de caminhar dos Es-tados Unidos para o México, daípara a Escócia e depois à Inglater-ra, até chegar às mesas girantes de

Paris, em 1853. Como disse AllanKardec, na Revista Espírita de maiode 1864, os fenômenos surgiramprimeiro nos EUA como de efeitosfísicos, porque estavam na índoledaquele povo. Quando penetraramna França, que era o berço da cul-tura universal de então, mudaramas características do fenômeno, deefeitos físicos para efeitos inteli-gentes. “No Brasil, temos quase umséculo e meio de convivência comos fenômenos de efeitos inteligen-tes. Não precisamos mais de mate-rialização de Espíritos, movimen-tação de objetos à distância, escri-ta direta etc. e outros tipos de fenô-menos para nos convencer de coi-sa alguma. Os Centros Espíritas tra-balham basicamente com o fenô-meno inteligente, que busca a trans-formação moral da humanidade.”(13)

Os fenômenos de Hydesvilleprovocaram um rebuliço geral, atra-indo a atenção de pesquisadores, daImprensa e dos religiosos. Com oavanço da Cibernética e daInformática, os Espíritos estão bus-cando outros caminhos para provo-car os mesmos resultados. No en-tanto, é extremamente importantelembrarmos que “O Centro Espíri-ta tem sua função, como pólodifusor doutrinário e posto de so-corro ao semelhante. Não se podenegar a validade das experiênciasde transcomunicação, como tam-bém não se pode negar os resulta-dos obtidos pela TVP (Terapia deVidas Passadas), pois seria o mes-mo que negar a reencarnação. Masnem uma nem outra são finalida-des do Centro. A TVP é para a clí-nica médica especializada, assimcomo a TCI é um trabalho para pes-quisadores”. (14)

Procuramos sempre evitar rela-

cionar a TCI com o Espiritismo es-pecificamente. Isso porque, pelasua natureza, a TCI é uma“tecnologia científica” que surgiuindependentemente de qualquer ati-tude ou base religiosa. Ela poderáter implicações religiosas apenasnos seus efeitos. A TCI unicamen-te funcionará como uma evidênciade apoio à hipótese da sobrevivên-cia após a morte física e à comuni-cabilidade com o plano espiritual.Este aspecto é comum a todas asreligiões espiritualistas.

Recordo que o Papa João Pau-lo II, em 1983, disse: “O diálogocom os mortos não deve ser inter-rompido, pois, na realidade, a vidanão está limitada pelos horizontesdo mundo”. (15) Posteriormente,em novembro de 98, dirigindo-sea peregrinos em Roma, conformetransmitido pela Rádio Vaticano,João Paulo II novamente afirmou:“Não se deve pensar que a vidadepois da morte começa no Dia doJuízo Final. Condições muito par-ticulares existem depois da mortenatural. É uma fase de transição.Enquanto o corpo se dissolve, oscomponentes espirituais prosse-guem vivos. Esse elemento espi-ritual é formado pela própria cons-ciência e seu livre-arbítrio. O ho-mem existe sem o corpo físico”.(16)

O Padre François CharlesAntoine Brune dedica-se a estudosdos fenômenos de TCI. Brune de-clara que “O após vida existe e nóspodemos nos comunicar com aque-les que chamamos de mortos”. (17)Autor dos livros “Os Mortos nosFalam” e “Linha Direta do Além”,François Brune ainda esclarece:“Escrevi estes livros para tentar der-rubar o espesso muro de silêncio,de incompreensão, de ostracismo,

Em 31 de março próximo será comemorado o aniversário de 160 anos dos fenômenos de Hydesville, cujas protagonistas foram Kate e Margareth Foxerigido pela maior parte dos meiosintelectuais do ocidente. Para eles,dissertar sobre a eternidade é tole-rável; dizer que se pode entrar emcomunicação com ela é considera-do insuportável. (...) Eu quero mos-trar que a vida continua, que háDeus que nos ama, que nos esperae que o único valor da vida é oamor. Quero mostrar que a vidadepois da morte depende de nossavida neste mundo”. (18)

Fontes:[1] Entrevista com Altivo Fer-

reira. Fonte: Jornal Alavanca , denovembro-dezembro de 1997.

[2] Depoimento de Divaldo P.Franco no programa “EspiritismoVia Satélite”, dia 2/11/97, disponí-vel em http://www.consciesp.org.br,acessado em 23/1/2005.

[3] Disponível em www.espiritismogi.com.br, acessado em12/11/2005.

[4] Leia Ponte Entre o Aqui e oAlém, de Hildegard Shäffer (Ed.Pensamento), em que tudo está des-crito com detalhes, incluindo as téc-nicas.

[5] Kardec, Allan. O Livro dosEspíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB2001, pergunta 934.

[6] Disponível em www.espiritismogi.com.br, acessado em02/11/2005.

[7] Xavier, Francisco Cândido.Nos Domínios da Mediunidade,Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000,Cap. 1.

[8] Spiricom é um vocábulo for-mado pela contração de duas pala-vras do inglês: spirit e comunicati-on. Ela serve para designar um sis-tema eletrônico que possibilita acomunicação verbal, direta e emdois sentidos, com os Espíritos depessoas já falecidas.

[9] Depoimento de Divaldo P.Franco no programa “EspiritismoVia Satélite”, dia 2/11/97, disponí-vel em http://www.consciesp.org.br,acessado em 23/1/2005.

[10] Atualidade do Pensamen-to Espírita, pelo Espírito Viannade Carvalho – Divaldo P. Franco.

[11] Associação Nacional deTranscomunicadores (ANT), dis-ponível em http://grupopas.com.br/artigos.asp, acessado em 22/10/2005.

[12] Idem, cap. 4.[13] Entrevista com Hernani

Guimarães Andrade Fonte: Revis-ta de Espiritismo N. 26 – 1995.

[14] Entrevista com AltivoFerreira Fonte: Jornal Alavanca,de novembro-dezembro de 1997.

[15] Consciência espírita -www.consciesp.org.br, disponívelem http://www.guia.heu.nom.br/t_c_i_.htm, acessado em 11/10/2005.

[16] Idem.[17] Brune, François. Os Mor-

tos nos Falam, Sobradinho, DF:Edicel, 1991, 1ª edição.

[18] Idem.

As célebres irmãs Fox

Cabana das irmãs Fox em Hydesville Padre François BruneCapa de Os Mortos nos Falam,

de François Brune

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O IMORTALPÁGINA 10 MARÇO/2008

No ano de 1970, no mês de janei-ro, apareceu-me o Espírito ManoelPhilomeno de Miranda, dizendo que,na Terra, havia trabalhado na UniãoEspírita Baiana, atual Federação.

Quando chegou ao Mundo Es-piritual foi estudar em mais pro-

fundidade as alienações por obses-são e as técnicas correspondentesda desobsessão...

Ao me aparecer, então, pela pri-meira vez, disse-me que gostaria deescrever por meu intermédio...

Na visita que Manoel Philo-meno me permitiu fazer à Colô-nia em que ele se hospedava, le-vou-me a uma curiosa biblioteca.Mostrou-me como são arquivados

os trabalhos gráficos que se fazemna Terra. Disse-me que, quandoum escritor ou um médium, sejaquem for, escreve algo que bene-ficia a Humanidade – no caso doescritor – é um profissional, mas,o que ele produz é edificante, nes-sa biblioteca fica inscrito com umtipo de letra bem característica,traduzindo a nobreza do seu con-teúdo...

Quando a pessoa escreve porideal e não é remunerado, ao se abri-rem esses livros, as letras adquiremrelevo e são de uma forma muitoagradável à vista, tendo uma pecu-liar luminosidade. Se a pessoa, po-rém, o faz por ideal e estando nummomento difícil, sofrido, mas ain-da assim escreve com beleza, es-quecendo-se de si mesma, para aju-dar a sociedade, a criatura humana,ao abrir-se o livro, as letras adqui-rem uma vibração musical e setransformam em verdadeiros can-tos, em que a pessoa ouve, vê e cap-ta os registros psíquicos de quandoo autor estava elaborando a tese.

O oposto também é verdadeiro.Em fichários que ficam em re-

giões menos felizes, mais desarvo-

Momentos com Divaldo FrancoJOSÉ ANTÔNIO V. DE PAULA

[email protected] Cambé

radas, aqueles que, na Terra, ela-boram cenas degradantes, ficamtambém registrados.

E quando os livros são abertos(são os crimes, são a concupiscên-cia, a vulgaridade) exsudam umaespécie de plasma pegajoso e nau-seante, que dá um estado muito de-sagradável ao leitor, exceto àqueleque se familiariza com essas idéiase se compraz nelas, nutrindo-se comtal tipo de energia grafada....

Eis por que vale a pena, quan-do estamos desalentados e sofri-dos, não desanimarmos e conti-nuarmos as nossas tarefas, o quelhes dá um valor muito maior.

(Texto extraído do livro “OSemeador de Estrelas”, escrito porSuely Caldas Schubert.)

A experiência de umconhecido articulista

(Conclusão da entrevista publicada na pág. 16)– Somos contemporâneos

dos 150 anos da Sociedade Pa-risiense de Estudos Espíritas eda Revista Espírita. Como es-timular o estudo da citada pu-blicação e utilizar a experiên-cia da instituição fundada porKardec em favor da atualida-de do movimento espírita?

A única forma é criar grupos afim de mostrar que o próprio Kar-dec criou o estudo no Espiritismo.“O uni-vos e instruí-vos” é a úni-ca forma de alastrar o conheci-mento doutrinário. Devemos con-siderar, também, que a edição edivulgação da Revista Espíritaainda é mínima. Quando criamosnosso Centro Kardecista OsEssênios em João Pessoa, escolhe-mos o dia 1º de abril de 1997 parafundação como marco referente aodia da Sociedade Parisiense deEstudos Espíritas, fundada em Pa-ris a 1o de abril de 1858 e autori-zada por portaria do Sr. Prefeitode Polícia, conforme o aviso deS. Ex. o Sr. Ministro do Interior eda segurança geral, em data de 13de abril de 1858.

– Perante os que se encon-tram angustiados, desespera-dos, desnorteados, como fazer

chegar com mais eficiência oconhecimento espírita que tan-to nos têm beneficiado a vida?

O conhecimento espírita vemaumentando e é pouco a poucoque ele deve crescer. As seitas quemais cresceram, carismáticos eevangélicos, nada levam aos fiéisque sirva para o seu futuro espiri-tual. Uma continua dizendo queDeus castiga e a outra afirmandoque já estamos todos salvos pelosangue de Jesus, desde que entre-mos para a sua igreja e paguemoso dízimo. Enquanto o despertarnão vier de dentro para fora, o so-frimento é uma trilha para buscaro caminho certo. Enquanto os ho-mens forem acomodados, apesardo sofrimento, e desejarem resol-ver seus problemas sem esforço,ainda acreditando em milagres, ociclo não se fecha. Lembramos oque disse Jesus a Judas, quando amulher o ungiu com o óleo: “Ospobres sempre existirão”. Mesmoporque o Espiritismo nos explicaque o pobre de hoje pode ser o ricoinvigilante de ontem. Por isso te-mos pobres mais orgulhosos quemuitos ricos. Cada um tem seupróprio tempo. E Deus cuida detodos! (Orson Peter Carrara, deMatão-SP.)

Fundada em 18/4/2007, a re-vista espírita eletrônica O Con-solador apresenta todos os do-mingos na rede mundial de com-putadores uma nova edição con-tendo artigos, notícias, entrevis-tas e reportagens sobre os princi-pais eventos ocorridos no Brasile no exterior.

Cada edição da revista com-põe-se de 32 matérias, a saber:• Artigos e crônicas• Carta ao leitor• Cartas dos leitores• Correio mediúnico• Editorial.• Elucidações de Emmanuel

Leia e divulgue

O ConsoladorRevista Semanal de Divulgação Espírita

www.oconsolador.com• Entrevista com confrade do Bra-sil ou do exterior• Esperanto em destaque• Espiritismo para as crianças• Estudo das Obras de Allan Kar-dec• Estudo das Obras de André Luiz• Estudo dos Clássicos do Espiri-tismo• Estudo Sistematizado da Doutri-na Espírita (ESDE)• Jóias da poesia contemporânea• Livros novos• Movimento Espírita na Europa• Movimento Espírita na Américae nos outros continentes• Movimento Espírita Brasileiro

• O Espiritismo responde• Passamentos• Questões vernáculas• Raul Teixeira responde• Reportagens sobre eventos es-píritas no Brasil e no exterior.

A partir da revista, é possívelao leitor acessar as edições men-sais do jornal O Imortal, bemcomo o programa “Reflexão Es-pírita” e a programação da TVCEI, produzida pelo ConselhoEspírita Internacional.

O Consoladorwww.oconsolador.com

O Carnaval no Rio(Conclusão do artigo publicado na pág. 3)

Alguns, possuidores de espe-rança, apelavam para a guerra oupara novos decretos de força quecompelissem os seus compatrio-tas ao cumprimento dos mais sa-grados deveres da existência.Contudo, um dos componentesdo grupo tomou de uma grandemaçã podre, exclamando:

– “Esta maçã, meus amigos,é o símbolo do atual Império.Nunca mais voltaremos ao seiodas nossas antigas tradições!...No dia em que esta fruta voltar aser bela, retomando a sua purezaprimitiva, também nós teríamosrestaurado a alegria de nossavida, com a volta aos sagradoscostumes!...”

Os companheiros seguiam-lhe a palavra, com atenção, quan-

pelo futuro adentro com a purezado nosso idealismo!”

O Carnaval é a maçã podre doRio de Janeiro. Na sua intimida-de, porém, está a semente gene-rosa dos elevados sentimentos daalma brasileira.

Cultivemos essas sementessagradas no espírito das geraçõesque surgem. Que se congreguemtodos os núcleos do bem e, mui-to especialmente, os do Espiritis-mo cristão, para as sublimadas re-alizações desse grande labor edu-cativo, e a podridão terá passadocom o tempo, a fim de que pos-samos trabalhar, em nosso sagra-do idealismo, sob as luzes gene-rosas e augustas do Cruzeiro.

do o mais velho e o mais experi-ente de todos respondeu com aus-tera nobreza:

– “Enganais-vos, meu amigo!...Poderemos renovar a nossa

vida, como essa fruta poderá vir,mais tarde, a ser nova e bela.

Tomemos as sementes destamaçã condenada e deitemo-las, denovo, no seio da terra generosa.

Cultivemos os seus rebentoscom cuidado e amor e, sob o am-paro do tempo, o nosso esforço vê-la-á multiplicada em novas maçãsfrescas e formosas!...

Façamos assim também com onosso povo.

Busquemos semear na ala dasgerações florescentes os princípi-os sagrados de nossas tradições edos nossos hábitos e, mais tarde,toda podridão terá passado na es-teira do Tempo, para caminharmos

Humberto de Campos

(Do livro “Novas Mensagens”,de Humberto de Campos, psicogra-fado por Francisco CândidoXavier, págs. 34/38, 5a ed. FEB.)

Entrevista: Octávio Caúmo Serrano

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O IMORTALMARÇO/2008 PÁGINA 11

Palestras, seminários e outros eventosexpositor será Divaldo Pereira Fran-co e a transmissão ocorrerá no dia 7,às 20h no referido Centro.– No dia 10 de fevereiro, sob a coor-denação de Leonor Panho, o Centro deEstudos Espirituais Vinha de Luzreiniciou o trabalho de evangelizaçãopara crianças a partir dos 3 anos de ida-de. O trabalho já conta com a partici-pação de 70 crianças e adolescentes doLar Anália Franco de Londrina e da co-munidade vizinha. Compõem a equi-pe de evangelizadores os seguintes vo-luntários: Helena, João Pedro, IsabelaSilva, Margot, Dirce, Naíde, Edna,Renato, Sílvia, Silvério, Genise, JoãoSilva, Ana Paula, Isabela Panho, Laura,Tamires, Cida Leite e Valdomiro.– Iniciaram-se no “Nosso Lar” emfevereiro as atividades de 2008 doGrupo de Estudos Espíritas AbelGomes (GEEAG), com reuniões naterça, das 18h30 às 19h50, e na quin-ta-feira, das 14h10 às 15h30. A obraem estudo é “Vida e Sexo”, de Em-manuel. A coordenação do GEEAGestá a cargo de Astolfo Olegário deOliveira Filho.– A União das Sociedades Espíritasde Londrina (USEL) promove emmarço, como de hábito, palestras nasCasas Espíritas adesas, de acordo coma seguinte programação: dia 1o, sába-do – 20h: “Amor e Caridade”, tema:“Amor ao Próximo”, palestrante: An-tonio José Saviani; dia 2, domingo -9h30: “Meimei”, tema: “Joanna deÂngelis”, palestrante: Dorotéia C. ZielSilveira; dia 7, sexta-feira - 20h: “Cen-tro Espírita Maria de Nazaré”, tema:“Amar ao próximo, questão de inteli-gência”, palestrante: Aldérico NatalSposti; dia 8, sábado – 15h: “NúcleoEspírita Hugo Gonçalves”, tema: “Es-tudando as Obras de André Luiz”, pa-lestrante: José AntônioVieira de Paula;dia 11, terça-feira – 20h: “SociedadeMaria de Nazaré”, tema: “A Existên-cia de Deus”, palestrante: OswaldoSantos; dia 14, sexta-feira – 20h:“Aprendizes do Evangelho”, tema:“Bem-aventurados os Mansos e Pací-ficos”, palestrante: Walquiria Ferraci-ni; dia 15, sábado – 16h30: “NúcleoBenedita Fernandes”, tema: “Céu e In-ferno”, palestrante: Leda Negrini deAlmeida; dia 16, domingo – 9h15:“Grupo Espírita Jésus Gonçalves”,

Estado do ParanáCambé – O Centro Espírita AllanKardec (Rua Pará, 292) promovetodas as quartas-feiras, às 20h30,em sua sede, palestras públicas. Emmarço, são estes os palestrantesconvidados: dia 5, Célia Xavier deCamargo (Rolândia-PR); dia 12,Júpiter Villoz Silveira (Londrina);dia 19, José Antônio Vieira de Paula(Cambé); e dia 26, Ivonne Csucsuly(Maringá-PR).

Londrina – Divaldo Franco (foto)profere palestra no dia 4 de março,terça-feira, às 20h, no salão de fes-tas do Londrina Country Club, ini-ciando desse modo a jornada espí-rita que realizará neste mês em ci-dades paranaenses. Além de Lon-drina, ele falará em Maringá, Pon-ta Grossa e Pinhais.– O programa televisivo Vida e Va-lores, produzido pela Federação Es-pírita do Paraná – FEP e apresentadopor Raul Teixeira, é transmitido naregião de Londrina pelo canaltelevisivo 7 - TV JB e também trans-mitido na Internet pela TV MundoMaior (www.tvmundomaior.com.br)e TVCEI (www.tvcei.com). A trans-missão ocorre sempre aos domingos,das 9 às 9h15.– Cosme Massi, destacado estudi-oso espírita, colaborador da FEB eda FEP, estará em Londrina, coor-denando seminários sobre os 150anos da Revista Espírita, nos dias1º e 2 de março, no Centro EspíritaNosso Lar..– O Centro Espírita Nosso Lartransmitirá ao vivo a palestra deabertura da X Conferência Estadu-al Espírita, promovida pela Fede-ração Espírita do Paraná – FEP. O

tema: “Terapia do Perdão”, palestran-te: Maria Eloíza Ferreira; dia 16, do-mingo – 9h30: “Anita Borela de Oli-veira”, tema: “O Aborto na Ótica Es-pírita”, palestrante: José Alves Cos-ta; dia 18, terça-feira – 20h: “AllanKardec”, tema: “Autoconhecimento”,palestrante: Roberto Camargo; dia 20,quinta-feira – 20h: “Vinha de Luz”,tema: “A Finalidade da Encarnação”,palestrante: Geraldo Saviani; dia 21,sexta-feira – 20h: “Caminho de Da-masco”, tema: “Porque Sou Espírita”,palestrante: Alceu A. Moraes; dia 25,terça-feira – 20h: “Bom Samaritano”,tema: “Mundo de Regeneração: aNova Era”, palestrante: Hamilton Fa-brício; dia 30, domingo – 9h: “Co-munhão Espírita Cristã de Londrina”,tema: “Não é Trágico Ser Médium”,palestrante: Pedro Vanderlei Paulino.Pinhais – Realiza-se nos dias 7, 8 e9 de março a X Conferência Estadu-al Espírita. Como no ano anterior, acoordenação das conferências e se-minários será de Divaldo Franco,Raul Teixeira e Cosme Massi, e olocal será o Expotrade (Rodovia De-putado João Leopoldo Jacomel,10.454). Eis a programação do even-to: dia 7: 20h30 – Conferência deabertura com Divaldo Franco. Dia8: 14h às 16h – Seminário: Caráterda Revelação Espírita com CosmeMassi. Dia 8: 16h30 às 18h30 – Se-minário: Existência de Deus comDivaldo Franco. Dia 8: 20h30: Con-ferência com Raul Teixeira. Dia 9:9h30 às 11h30: Seminário: Sinais dosTempos com Raul Teixeira.Curitiba – No dia 2 de março,Reginaldo Araújo profere palestrasobre o tema “Meio ambiente e Es-piritualidade”. A palestra será às 10horas, no Teatro da FEP (AlamedaCabral, 300).Matinhos – O Departamento de In-fância e Juventude da Federação Es-pírita do Paraná realizará no períodode 21 a 23 de março o X EncontroConfraternativo de Juventudes Espí-ritas do Paraná. Participarão doEncontrão, como é tradicionalmenteconhecido o evento, jovens das di-versas regiões do Estado que tenhamparticipado das prévias realizadaspelas Uniões Regionais Espíritas daFEP. Mais informações podem ser

obtidas junto às UREs da região cor-respondente à Casa Espírita a que ojovem se encontra vinculado ou atra-vés do telefone (41) 3223-6174.Maringá – A 7ª União Regional Es-pírita está organizando caravana paraa X Conferência Estadual Espírita arealizar-se em Curitiba, no período de7 a 9 de março. Os interessados de-vem entrar em contato com SheilaBorges de Sá, pelo telefone (44) 3227-4281 ou 44 3025 5426 das 13h15 às17h e das 19 às 21h30 ou LannesBoljevac Csucsuly, através do telefo-ne (44) 3028 – 9563 ou 9972-4769– Divaldo Franco estará em Marin-gá, dia 5 de março, no Ginásio de Es-portes Chico Neto, às 20h30m, pro-ferindo Conferência Espírita. Comosempre acontece, o evento está sen-do aguardado com muita expectati-va pelos momentos de iluminaçãoque a sua presença proporciona paraa cidade e região.– O departamento de Infância e Ju-ventude da FEP levou a Maringá oseminário “Evangelizador – servidorde Jesus”, no dia 16 de fevereiro, das15 às 18 horas, na Associação Espí-rita de Maringá (Rua Pombal, 40,zona 03). Na oportunidade foramabordados o compromisso do evan-gelizador; a atuação individual e daequipe; motivação individual e daequipe; superação dos desafios parao aprimoramento da tarefa.Ponta Grossa – Divaldo PereiraFranco proferirá conferência na ci-dade, no dia 6 deste mês, às 20 ho-ras. O evento terá lugar no Centro deEventos do Shopping Palladium, lo-calizado à Rua Ermelino de Leão,703, Centro.Sertaneja – No dia 12 de fevereiro,o Centro Espírita Dr. Bezerra deMenezes comemorou com palestraseu primeiro ano de fundação. O cen-tro espírita é dirigido pelo confradeAntônio Bordini e fica localizado naRua Carlos Chagas, 81.Guarapuava – No dia 9 de fevereirofoi realizado nas dependências do Cen-tro Espírita Jesus e Verdade (RuaTiradentes, 981, Centro) o seminário “Amediunidade nossa de todos os dias”,com Maria Helena Marcon. Foramabordados os aspectos: convivendo coma mediunidade, objetivos da mediuni-

dade em nossas vidas, o burilamentodas faculdades anímicas.Jacarezinho – “Espiritismo – ver-dade e vida” foi o tema do seminá-rio coordenado por Ubiratan CezarArchetti, no Centro Espírita JoãoBatista (Rua Marechal Deodoro,701), no dia 16 de fevereiro. O se-minário abordou os aspectos dodespertamento da consciência,aprendizado e aplicação, religião ereligiosidade, educação e Kardec.

Outros estados do BrasilSão Paulo (SP) – A extraordináriaobra O AMOR JAMAIS TE ES-QUECE, psicografada pelo mé-dium André Luiz Ruiz e ditada peloespírito Lucius, agora já está nospalcos. A obra é a primeira datrilogia de Lucius, envolvendo asaga de Pilatos e demais persona-gens do primeiro século da era cris-tã. O espetáculo estreou no dia 23de fevereiro, às 17h30, no TeatroUnião Cultural, na Rua MarioAmaral, 209, telefone (11) 2148-2904. Informações com o grupoatravés dos seguintes contatos:[email protected] etelefones (11) 5641-4491 e (11)9694-3684. Belo Horizonte – A União Espíri-ta Mineira, que completará seu pri-meiro centenário de existência em24 de junho de 2008, realiza esteano o IV Congresso Espírita Mi-neiro. O certame ocorrerá no perí-odo de 3 a 6 de abril, Minas Cen-tro, situado na Avenida Augusto deLima, 785, em Belo Horizonte. Otema central será “Espiritismo:Amor e Educação” e as inscriçõespodem ser feitas no http://www.uemmg.org.br/congresso.Rio de Janeiro – Realiza-se na ci-dade do Rio de Janeiro, no dia 2 demarço, das 9h às 13h, o 5o Seminá-rio Beneficente, com a presença doorador Divaldo Pereira Franco. Otema do seminário é “Álcool, dro-gas, vícios: como o Espiritismopode ajudar a evitar ou conviver”.A realização é do MAP – Movi-mento de Amor ao Próximo e oevento ocupará as dependências doCitibank Hall, na Barra da Tijuca.Informações: (21)3392-5600 [email protected].

Divaldo Franco, quedia 4 falará em Londrina

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O IMORTALPÁGINA 12 MARÇO/2008

ELSA [email protected]

De Londres

2007 foi um ano cheio de opor-tunidades em nossas vidas, como as-sim têm sido todos os anos. Poisbem, com os pés bem no chão sem-pre penso que quaisquer que sejamas metas que queiramos atingir emnossas vidas, devemos “começarpelo começo”. Tudo o que se pre-tende fazer tem de ter um começo.Este foi e continua sendo o sloganusado para divulgar o estudo sobreo conhecimento espírita: “Comecepelo começo”. Janet Duncan é pio-neira em instalar o primeiro grupoespírita no Reino Unido, 25 anosatrás. Ela utilizou a tradução desteslogan “Comece pelo começo” paradivulgar o Espiritismo.

Com esta frase estrategicamen-

te colocada nos folhetos nos anos se-guintes divulgando a Doutrina Es-pírita, deu-se a conhecer aos ingle-ses que eram gratuitamente dispo-nibilizados os estudos da DoutrinaEspírita nos diversos grupos espíri-tas do Reino Unido, dando assimoportunidade aos nossos irmãos bri-tânicos de estudarem para conhece-rem de perto essa nossa Doutrina deAmor.

Aqui relato um propósito queprocuro manter em minhas viagens.Sempre carrego na bolsa as“brochurinhas” – “GET TO KNOWSPIRITISM” - Conheça o Espiri-tismo. Em inúmeras oportunidades,“esqueço-as” nos assentos dos trens,ônibus, aviões, metrôs, etc. e sem-pre que posso observo serem colhi-das as brochuras e serem lidas pelaspessoas. Penso comigo mesma:“Mais um irmão ou irmã que segura

em suas mãos uma pequena luz doconhecimento do que seja o Espiri-tismo”.

Lembro-me de que em 1992(dezesseis anos atrás), quando mepreparava para a viagem a Espanha-Madrid, onde eu iria participar doCongresso Espírita Internacional,organizado pela Federação Espíri-ta Espanhola, um fato inusitado sedeu. Nosso amigo Napoleão de Ara-újo, então presidente da FederaçãoEspírita do Paraná, onde eu era tra-balhadora voluntária, deu-me 5exemplares do livro em inglês“THE GOSPEL ACCORDING TOSPIRITISM” - “O Evangelho se-gundo o Espiritismo”, para que eudespretensiosamente os “esqueces-se” nos aeroportos durante o traje-to da viagem. Assim o fiz. Napoleãoescrevera uma mensagem na pri-meira folha de cada exemplar em

Crônicas de Além-Mar

Começar pelo começo

Obrigado, Senhor!

Obrigado, meu Deus, muito obrigado!Por tudo quanto eu tenho recebido.Eu sempre sou por Ti abençoado,

Por isso em Teu Amor tenho vivido.

Pela estrada do bem tenho trilhadoE o coração pulsar esclarecido

Pela luz do Evangelho iluminadoFaz da minha vida um jardim florido.

Por isso afirmo sempre esta verdade:Fazer a toda hora a caridade

É ver o que de belo ela contém.

É fazer luz no coração da gente;É viver cada dia intensamente

E sentir quanto é bom fazer o bem!

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

ELSA ROSSI, escritora e pales-trante espírita brasileira radicada emLondres, é 2ª Secretária do Conse-lho Espírita Internacional, diretorado Departamento de Unificação paraos Países da Europa, organismo doConselho Espírita Internacionale secretária da British Union ofSpiritist Societies (BUSS).

inglês, informando à pessoa que oencontrasse, caso ela necessitassede informações a respeito da Codi-ficação, poderia entrar em contacto.

Tempos depois aconteceu prati-camente a mesma situação na Sué-cia. Resolvemos fazer a mesma coi-sa quando do lançamento da publi-cação do Evangelho segundo o Es-piritismo traduzido para o sueco.Nossos queridos amigos CidinhaBergman e Olof Bergman nos deramexemplares para que também os es-quecêssemos nos aeroportos queconstavam de nosso trajeto. Cadaexemplar deixado e apanhado poralguém no aeroporto nos enchia dealegria.

Hoje ainda fazemos isso, apro-veitando todas as viagens que rea-lizamos, ora indo à Suíça, Suécia,França, Dinamarca, Alemanha,Espanha, Itália, Chipre, entre outrosmais, sempre que a oportunidade senos aparece, deixando exemplaresdos livros em inglês que temosoportunidade e condições de doar,por exemplo: Courage, Green Lighte We are all Mediums, além dos fo-lhetos CONHEÇA O ESPIRITIS-

MO, no idioma do país em que eume encontre. Mantenho sempre co-migo esses folhetos que o CEI,Conselho Espírita Internacional, játem traduzido e muitos impressos,em 22 idiomas, que estão disponí-veis, podendo ainda ser impresso naquantidade que se precisar, retiran-do diretamente do site do CEI:www.spiritist.org/.

Hoje pode-se enviar por e-mail,para nossos irmãos de qualquer par-te do nosso lindo planeta, oCONHECA O ESPIRITISMO emqualquer idioma que seja necessá-rio. Assim, está o CEI contribuin-do para que a informação espíritapossa ser disponibilizada para to-dos os nossos irmãos de terras dealém-mar.

Irmãos em perigoOs que pretendem transformar

o próximo, de um dia para outro, agolpes verbais.

Os que descobrem pareceresinteligentes e bons conselhos paratodas as pessoas, distraídos dosproblemas que lhes são próprios.

Os que colocam a mente emoutro mundo, de maneira absolu-ta, sem atender aos deveres domundo em que respiram.

Os que permanecem incessan-

temente preocupados em se defen-derem.

Os que fazem dez projetos ma-ravilhosos por dia sem concretizarnenhum deles em dez anos.

Os que reconhecem a grandezadas verdades divinas, mas que jamaisdispõem de tempo para cultivá-las,em favor da própria iluminação.

Os que adiam indefinidamentepara amanhã o serviço da compre-ensão e do amor ao próximo.

Os que se sentem senhores ex-clusivos de todos os trabalhos no

campo da caridade, sem distribuiroportunidades de serviço aos ou-tros.

Os que declaram perdoar aofensa, mas que nunca conseguemesquecer o mal.

Os que encontram ensejo de seentediarem da vida.

(Página psicografada pelo mé-dium Francisco Cândido Xavier,constante do livro Agenda Cris-tã, cap. 8, publicado pela Federa-ção Espírita Brasileira.)

Todos os domingos, está na redemundial de computadores mais uma edi-ção semanal da revista O Consolador,fundada em 18/4/2007, com artigos, en-trevistas, reportagens e noticiário do mo-vimento espírita no Brasil e no exterior.

Leia e divulgue

O ConsoladorRevista Semanal de Divulgação Espírita

www.oconsolador.comA partir do mesmo site, é possí-

vel ao leitor acessar também as edi-ções mensais do jornal “O Imortal”,bem como o programa de TV “Re-flexão Espírita” e a programação daTV CEI, produzida pelo Conselho

Espírita Internacional.O acesso ao site www.

oconsolador.com é feito a custozero, podendo o leitor baixar ou im-primir os textos que quiser, semônus algum.

André Luiz

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O IMORTALMARÇO/2008 PÁGINA 13

Como sair da depressão

É muito comum, diante da vidaque levamos, ficarmos de vez emquando agoniados com sensações de

prazer nas atividades diárias decor-rem dos momentos difíceis que es-tamos atravessando, seja pela mortede um ente querido, separação con-jugal, perda de emprego ou quais-quer outros tipos de perda.

Nesses casos, a melhor formapara sairmos da depressão é orarmosa Deus com toda fé e sinceridade,pedindo forças e coragem para pros-seguirmos vivendo com entusiasmoe esperança no futuro, pois o PaiCelestial nunca está pobre de mise-ricórdia.

GERSON SIMÕES MONTEI-RO é presidente da Fundação Cris-tã-Espírita Paulo de Tarso, do Riode Janeiro, RJ, e diretor da RádioRio de Janeiro.

GERSON SIMÕESMONTEIRO

[email protected] Rio de Janeiro

pessimismo e de tristeza, que noslevam a um quadro depressivo.

Quando nos encontrarmos nessasituação, vale a pena verificar, inici-almente, se esse quadro surgiu pelofato de alguém ter nos ofendido emum dado momento.

Se a gente descobre, então, que

a depressão teve origem a partir dealguma ofensa recebida, pode sairdela perdoando o ofensor no climada compreensão.

Assim, estaremos eliminandomágoas e ressentimentos, causado-res de tão doentios e malignos sen-timentos dentro da nossa alma, umavez que o perdão é a única soluçãopara sairmos dessa “fossa” interior.E não há outro caminho, senão o deperdoarmos os nossos ofensores.

Quantas vezes, também, ficamostristes e deprimidos ao ferirmos alguéme não nos desculpamos interiormentepela falta cometida. Isso se dá pelo fatode acreditarmos que em hipótese algu-ma podemos errar nessa vida.

Neste caso, é preciso deixar oorgulho de lado e concedermos o

autoperdão a nós mesmos, porque,pensando bem: se erramos no pas-sado, hoje, mais amadurecidos, so-mos outra pessoa, temos outra cabe-ça. Porém, devemos ter cuidado paranão acreditarmos que somos infalí-veis, idéia por sinal muito perigosa.

No entanto, a melhor forma denos autodesculparmos será sempreatravés da reparação do mal que te-nhamos feito ao próximo, pela prá-tica do bem em seu favor.

Convenhamos, se somos passí-veis de errar usando o nosso livrearbítrio, logicamente temos condi-ções de reparar todos os erros co-metidos, utilizando a liberdade con-cedida pelo Divino Criador.

Convém observar, ainda, se odesânimo que sentimos e a perda do

“Cada um terá que dar contas da inutilidade voluntária da sua existência, inutilidade sempre fatal à felicidade futura.” (O Livro dos Espíritos, Pergunta 988)

Dor e consolo

Pobre planeta Terra! Por ondequer que os olhos perpassem ob-servamos lágrimas, dores, tormen-tos... O velho planeta de provas eexpiações carrega em seu bojoEspíritos muito necessitados.

A dor grassa... Mecanismodivino de socorro, medicamentopara Espíritos que estãoadoentados...

A dor, como diz o grandeLéon Denis, é o buril que lenta-mente, na marcha dos séculos,nas diversas reencarnações vailapidando o Espírito, até que este,livre das imperfeições, deixemanifestar o brilho, o ser quemelhorou.

Parece não haver fim para ossofrimentos, mas sabemos quehaverá sim, e, na medida em queo egoísmo e o orgulho cederemlugar para o amor, para o altruís-mo, a paz haverá de conquistarseu espaço e a Terra se redimirá,perderá a psicosfera sombria, seráum planeta mais feliz.

Os tormentos continuarão asuceder enquanto isso não se dá,ora físicos, ora morais...

Um dia desses, num grupo deescuta, um senhor já idoso, maisde sessenta anos, encontrava-seà beira do desespero. Sua espo-sa, vitimada por um acidentevascular cerebral, havia passadomais de 30 anos no leito, depen-

te fardos pesados sobre ombrosfrágeis...

Eles gostaram tanto e senti-ram-se tão consolados que essamédica foi convidada várias ve-zes a falar ao grupo, e a propa-ganda que fizeram foi tanta queo grupo abriu suas palestras paraoutros e o espaço disponível tor-nou-se pequeno quando ela par-ticipava.

O senhor que queria suicidar-se mudou de idéia. Hoje é umhomem que sorri, tem um brilhonos olhos. Tem a certeza de quenovamente verá sua esposa e queé melhor que chegue bem aomundo espiritual, sem pressa...

O consolo bendito que a Dou-trina Espírita proporciona enxu-ga lágrimas e acalma os coraçõeslacerados pelos espinhos dos so-frimentos. A dor torna-se compre-ensível à luz dessa doutrina, nãomais é execrada, mas enfrentadacom resignação e tolerância, gra-ças à certeza de que haverá depassar e que aquele que a experi-mentou sem revolta sentirá o jú-bilo da vitória.

Belo o Espiritismo que edifi-ca e feliz aquele que sabe apro-veitar seus ensinamentos!

Um dia o planeta Terra seráfeliz! Até lá, aqueles que podemsão chamados para consolarem osaflitos.

Se chamado, meu irmão,atenda ao convite, enxugue lágri-mas, console a dor, acalme ossofrimentos do próximo!

dente em tudo dele. E ele cuidoudela com amor desvelado, com ca-rinho, paciência...

Quando a esposa desencarnou,ele quase sucumbiu.

Havia acostumado a ser útil,cuidava sempre dela. De repente,não mais sua presença, não maisocupação com ela... Entrou em de-sespero. Arquitetou idéias de sui-cídio. Comprou até a corda paraenforcar-se...

Como a misericórdia divinaestá a postos, a dor sempre é so-corrida e não necessita ser aumen-tada, que é o que ocorreria caso sesuicidasse... Resolveu ir ao grupode escuta, que atende carinhosa-mente aos sofrimentos.

Esse grupo funciona com todosos que participam da comunidade,assinando um documento em quese comprometem a manter em si-gilo o que ouvirem. Como todostêm problemas, sofrimentos, quan-do escutam um depoimento, parti-cipam com suas próprias experiên-cias, seus fracassos, seus sucessos,seus conselhos...

Esse senhor ouviu muito bonsconselhos, força, coragem... Umamédica espírita convidada, saben-do desses casos, abordou com elas,profitentes de várias religiões, masrespeitando a todas, a temática daimortalidade da alma, da confirma-ção da existência e sobrevivênciado Espírito, das dificuldades dosuicida e da força que cada umdeve ter para suportar seus fardos,na certeza de que Deus não permi-

JANE MARTINS [email protected]

De Cambé

Estudando as obrasde André Luiz

Neste mês, apresentaremos im-portante visão que André Luiz (foto)e Hilário puderam presenciar, atra-vés de uma janela em uma Institui-ção de Socorro, “Mansão Paz”, deresponsabilidade da Colônia Nos-so Lar, instalada nas regiões inferi-ores do Umbral, em torno da Terra.

Diz André: “Era uma espécie de‘mosteiro São Bernardo’, em zonacastigada por natureza hostil... Umcasario enorme ,semelhante a vastacidadela instalada com todos os re-cursos de segurança e defesa, quemantém setores de as-sistência e cursos deinstrução, nos quaismédicos e sacerdotes,enfermeiros e profes-sores encontram, de-pois da morte terres-tre, aprendizados equefazeres da maiselevada importân-cia”.

Enquanto conver-savam com Druso, o diretor abne-gado e amigo, repararam lá fora, atra-vés de material transparente de lar-ga janela, uma espécie de convulsãoda Natureza, que assim é retratadapelo autor:

“Ventania ululante, carreandoconsigo uma substância escura, se-melhante à lama aeriforme,remoinhava com violência, em tor-velinho estranho, à maneira detreva encachoeirada... E do corpomonstruoso do turbilhão terrívelrostos humanos surdiam emesgares de horror, vociferandomaldições e gemidos”.

“Apareciam de relance, jungi-dos uns aos outros, como vastas cor-rentes de criaturas agarradas entresi, em hora de perigo, na ânsia ins-tintiva de dominar e sobreviver”.

Questionado por André, sobreo motivo de não serem ali socorri-

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

dos, Druso afirma que o socorro épara os que desejam salvar-se, oque não condizia com as condiçõesdaqueles que ali estavam. E pergun-tado sobre quem eram essas cria-turas, ouve o amigo impressiona-do, a seguinte resposta:

“As criaturas que se mantêmassim desabrigadas, depois dotúmulo, são aquelas que não se aco-modam com o refúgio moral de qual-quer princípio nobre. Trazem o ínti-mo turbilhonado e tenebroso, qual aprópria tormenta, em razão dos pen-samentos desgovernados e cruéis deque se nutrem. Odeiam e aniquilam,mordem e ferem. Alojá-los, de ime-diato, nos santuários de socorro aqui

estabelecidos, será omesmo que asilar ti-gres desarvoradosentre fiéis que oramnum templo.”

Restava, aoaprendiz, saber seessa fase espiritualseria algo eterno oupassageiro, como jávinha aprendendoem sua nova fase de

estudante das leis espirituais, e sevalia como fonte definitiva de li-quidação de débitos.

Na sabedoria que caracteriza oespírito orientador e amigo, Drusoentão conclui: “ Semelhante fase deinconsciência e desvario passa tam-bém como a tempestade, embora acrise, por vezes, persevere por anos...O desespero vale por demência a queas almas se atiram nas explosões deincontinência e revolta. Não servecomo pagamento nos tribunais divi-nos.... Cessada a febre de loucura erebelião, o Espírito culpado volve aoremorso e à penitência. Acalma-secomo a terra que torna à serenidadee à paciência, depois de insultada peloterremoto, não obstante amarfanhadae ferida. Então, como o solo que re-gressa ao serviço da plantação pro-veitosa, submete-se de novo à semen-teira renovadora dos seus destinos” .

André Luiz, o autorespiritual de Nosso Lar

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O IMORTALPÁGINA 14 MARÇO/2008

A bola coloridaBrincando no quintal, Susana,

de seis anos, viu seu amigo Éricodo outro lado da cerca.

Feliz por ver o vizinho, ela ochamou:

- Érico, venha brincar comigo!Acabo de ganhar uma linda bolacolorida!

Com os olhos brilhantes de ani-mação, o pequeno pulou a cercabaixa, indo ao encontro da amigui-nha.

Susana segurava abola com as mãos e omenino ficou encanta-do.

Era realmente umabola de plástico debelo colorido, quechamaria a atenção dequalquer criança.

Puseram-se a brin-car no gramado.

Érico tinha umcão. Um vira-lata ca-ramelo e branco, vivoe inteligente, que gostava de brin-car e de passear com eles.

De repente Bob, cachorro deÉrico viu os dois brincando e nãoteve dúvida. Passou por um bura-co na cerca e, latindo alegremen-te, avançou, querendo participarda brincadeira. Em disparada, pu-lou sobre a bola e suas garras afi-adas a alcançaram no ar. Para es-panto das crianças e do própriocão, que não sabia o que estava

não é mais meu amigo. Vá embo-ra!

O menino e o cachorro estavamdesolados. Érico tentou explicar,mas Susana não o deixou falar.Apesar das lágrimas do garoto edos uivos do cão, a menina nãoreconsiderou sua atitude.

Virou-lhe as costas e entrou emcasa muito zangada, enquantoÉrico e o cachorro ficavam para-dos, tristes.

Susana, cheia de indignação,contou para a mãe o que tinhaacontecido, pedindo-lhe que to-masse uma atitude contra o vizi-nho.

A senhora, serena, considerou:- Minha filha, entendo que você

esteja lamentando a perda da suabola. Contudo, é só um brinque-do, e, pelo que entendi, a culpa nãofoi de ninguém. Seu pai lhe com-prará outra, fique tranqüila.

- Não quero! Quero aquelabola! Nunca mais falo com Érico.Nunca mais quero vê-lo!

A mãezinha calou-se, compre-endendo que não adiantaria falarmais nada naquela hora.

Os dias se passaram. Susana, dajanela da cozinha, via Érico encos-

tado na cerca, tristinhode fazer dó. Porémnão amolecia o cora-ção.

Certo dia, uma se-mana depois, a mãelhe disse:

- Minha filha, vejoque você anda meiochateada, não brincamais...

- Não tenho vonta-de, mamãe. Sozinhanão tem graça.

- Chame o Érico. Ele está lá dooutro lado da cerca ? sugeriu.

- Não. Não quero.- Ele não é seu melhor amigo?

Vocês sempre se deram tão bem!- Era! Agora não é mais.A mãe pensou um pouco, cha-

mou a filha, sentou-a no colo comcarinho, e considerou:

- Minha filha, amizade é um te-souro de valor incalculável. E vocêestá perdendo esse tesouro por uma

Olá, meu amiguinho!Estamos chegando na Páscoa!

É um dia muito feliz porque logolembramos de presentes, decoelhinhos e de ovos de chocolate!

Porém, a verdadeira Páscoanão é nada disso.

Você sabe o que representa aPáscoa?

Originalmente, a Páscoa éuma festa anual dos hebreus, quecomemoram a saída do seu povodo cativeiro no Egito.

Muito tempo depois, tornou-se uma festa anu-al dos cristãos,porque foi exata-mente na Páscoajudaica que Jesusfoi preso, julgadoe condenado amorrer na cruz,entre dois la-drões. Era sexta-feira.

No domingo,Maria Madalenae outras duas mulheres, levandoaromas e ervas para embalsamaro corpo de Jesus, foram até otúmulo e o encontraram vazio. De-pois, Maria Madalena viu Jesus econversou com ele, compreenden-do que ele tinha ressuscitado.

Então, em memória de Jesus,que retornou em espírito e verda-de após a sua morte, os cristãospassaram a comemorar a Páscoa.

Esse fato, conhecido como aRessurreição de Jesus, é dosacontecimentos mais importantese decisivos, pois representa a pro-

va da imortalidade da alma, queo Cristo tanto havia pregado.

Quanto ao costume de pre-sentear com ovos, vem dos tem-pos antigos, quando os pagãoscelebravam a volta da primaveraoferecendo uns aos outros ovosde galinha, pintados de cores vi-vas, hábito que ainda existe emcertos países.

E o que é que o coelho temcom isso?

Muitos povos têm o coelhocomo símbolo da fertilidade, re-

presentando a re-novação da vida,assim como opróprio ovo.

E os ovos dechocolate, tãogostosos?

Para incenti-var as vendas noperíodo que an-tecede à Páscoa,alguém uniu oútil ao agradá-

vel. Inventou os ovos de chocola-te, que os comerciantes passarama vender com grande sucesso.

Podemos ganhar e comerovos de chocolate, sem culpa.Não podemos nos esquecer, po-rém, de que o significado da Pás-coa é muito importante para nós,cristãos.

Nesse domingo de Páscoa,então, vamos nos lembrar de Je-sus, agradecendo a ele pela suavida, pelo exemplo que nos dei-xou e pelo seu Evangelho, que éluz em nossas almas.

Páscoa

acontecendo, a linda bola colori-da caiu na grama, murcha, vazia,rasgada, enquanto o cachorro ga-nia, frustrado.

Susana, surpresa, não queriaacreditar no que estava vendo.Num momento, a bola estava noar, cheia e linda; no momento se-guinte, era um trapo qualquer, va-zio e sem graça.

Revoltada por ter perdido obrinquedo novo, começou a cho-

rar, acusando Érico pelo acidente:- Buááá!... Está vendo o que

você fez?- Não tive culpa, Susana. Des-

culpe-me. Foi o Bob que quis brin-car conosco. Coitado! Ele tambémnão teve intenção de estragar suabola. Veja como está triste!

- Não interessa. O cachorro éseu e, portanto, a culpa é sua.Quem mandou deixá-lo entrar nomeu quintal? A partir de agora você

colorida bola de plástico, frágil,que estragou na primeira brinca-deira? Pense bem! Bola igualàquela você encontra em qualquerloja, mas uma amizade valiosa,não.

Susana ficou pensativa por al-guns instantes. Depois, decidiu-se.

Abriu a porta e voou para oquintal. Aproximou-se da cerca,convidando:

- Vamos brincar?

O garoto, meio sem jeito, per-guntou:

- Não está mais zangada comi-go? Afinal, por minha culpa per-deu sua bola nova. Mas, não se pre-ocupe. Falei com minha mãe e elavai lhe comprar outra.

Susana sorriu, já esquecida doincidente:

- Isso não tem importância. Suaamizade vale muito mais!

TIA CÉLIA

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O IMORTALMARÇO/2008 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1868 (3ª Parte)

Continuamos a publicação dotexto condensado da Revista Espí-rita de 1868. As páginas citadas re-ferem-se à versão publicada pelaEdicel.

*25. Quatro notas fecham o nú-

mero de fevereiro: I – A primeira dizter sido publicado o primeiro capí-tulo d’ A Gênese, “Caracteres daRevelação Espírita”, numa brochu-ra à parte. II – A segunda dá contade que estava no prelo a segundaedição de A Gênese, tendo em vistaque praticamente se esgotara a pri-meira edição. III – A terceira refereo lançamento em Paris do livro Ospensamentos do zuavo Jacob. IV –A última nota avisa que o periódicoGiornale di Studii Psicologici, deNápoles, circularia, a partir de mar-ço, nos dias 1o e 15 de cada mês.(Págs. 62 e 63.)

26. A Revista de março se ini-cia com um alentado artigo de AllanKardec a respeito das comunicaçõespublicadas em fevereiro relaciona-das com o tema Os Messias do Es-piritismo. (Págs. 65 a 71.)

27. A idéia da vinda de um ou vá-rios messias era mais ou menos geral,diz Kardec, mas fora encarada sobpontos de vista mais ou menos erra-dos. Disseram que os messias do Es-piritismo viriam após a sua constitui-ção. Ora, não é estranho o missioná-rio chegar quando o objeto de suamissão está realizado? (Págs. 65 e 66.)

28. Feitas as considerações pre-cedentes, o Codificador observou: I– A revelação espírita é, ao mesmotempo, o produto do ensino dos Es-píritos e do trabalho dos homens, ese realiza sob a direção de grandesEspíritos, que receberam a missãode presidir à obra de regeneração dahumanidade. II – Se não cooperamna obra como encarnados, nem porisso deixam de dirigir os trabalhoscomo Espíritos, de que temos as pro-vas. Seu papel de messias, então,não se apagou, pois que o realizamantes de sua encarnação, e essa açãoé até mais eficaz, porque podemestendê-la a toda a parte. III – ComoEspíritos, fazem hoje o que o Cristofazia como homem: ensinam, maspelas mil vozes da mediunidade.Virão, a seguir, fazer como homenso que o Cristo não pôde fazer: ins-talar sua doutrina. IV – A instalaçãode uma doutrina chamada a regene-

rar o mundo não pode ser obra deum dia, e a vida de um homem nãobastaria para isto. Primeiro é preci-so elaborar os princípios. Mais tar-de, estando o terreno preparado e aobra elaborada, será o momento dedar a última demão no edifício econsolidá-la. V – Enquanto esperam,eles não estão inativos, pois dirigemos trabalhadores. Sua encarnaçãoposterior não será, pois, senão, umafase de sua missão. (Págs. 66 e 67.)

29. A identificação dos novosmessias não se torna difícil se levar-mos em conta os ensinamentos con-tidos no cap. 21 de O Evangelhosegundo o Espiritismo. Diz o bomsenso que Deus não pode escolherseus messias entre os Espíritos vul-gares, mas entre os que sabe capa-zes de realizar seus desígnios. Naprimeira linha das qualidades mo-rais que distinguem o verdadeiromissionário, ou messias, há que co-locar a humildade sincera, o devo-tamento sem limites, o desinteressematerial e moral absoluto e a abne-gação da personalidade. Assimcomo se reconhece a árvore por seusfrutos, reconhecer-se-ão os verda-deiros messias por suas obras, e nãopor suas pretensões. (Págs. 67 e 68.)

30. Algumas pessoas, lembraKardec, temeram que a qualificaçãode messias espalhasse sobre a dou-trina espírita um verniz de misticis-mo. Ora, a palavra messias é empre-gada pelo Espiritismo na sua acepçãoliteral de mensageiro, enviado, abs-tração feita da idéia de redenção e demistério, própria dos cultos cristãos.Para o Espiritismo, todo Espírito en-carnado para cumprir uma missãoespecial junto à Humanidade é ummessias, na acepção geral da palavra,ou seja, um missionário ou enviado,com a diferença que o vocábulo mes-sias implica de modo mais particulara idéia de uma missão direta da Di-vindade, de onde se segue que há umadistinção a fazer entre os messias pro-priamente ditos e os simples missio-nários. A vinda deles não será mar-cada por nenhum prodígio. Nada osassinalará à atenção pública, senão agrandeza de suas obras, a sublimida-de de suas virtudes e a parte ativa efecunda que tomarão na fundação danova ordem de coisas. (Págs. 68 e69.)A Imperatriz Maria, da Rússia,

via e ouvia os Espíritos31. Assim serão os messias do

Espiritismo: grandes homens entreos homens, grandes Espíritos entreos Espíritos. Quantos serão? SóDeus o sabe. Ninguém saberá em

que família e em que lugar eles nas-cerão. Nenhum anjo virá anunciar asua vinda. E ao lado deles, dos mes-sias propriamente ditos, Espíritos su-periores encarnar-se-ão com missõesespeciais para os secundar, nascen-do em todas as classes, em todas asposições sociais, em todas as seitase em todos os povos. É, sobretudo, oséculo 20 que verá florescerem gran-des apóstolos do Espiritismo e porisso poderá ser chamado o século dosmessias. (Págs. 69 a 71.)

32. A biblioteca imperial de SãoPetersburgo publicou em 1858 umacoletânea de cartas inéditas escritaspelo célebre fisionomista Lavater àImperatriz Maria, da Rússia, esposade Paulo I e avó do Imperador rei-nante. Enviadas de Zurique, as car-tas, em número de seis, foram escri-tas de 1796 a 1798. (Págs. 71 a 80.)

33. Foi a pedido da ImperatrizMaria e de seu esposo Paulo I queLavater enviou as citadas cartas, cujotom prova que ele se dirigia a pesso-as convictas das idéias que antecipa-ram em sessenta anos os ensinamen-tos espíritas. Manifestando-se espon-taneamente a 7 de fevereiro de 1868,na Sociedade Espírita de Paris, o Es-pírito de Paulo I disse que Lavater osiniciara na sublime doutrina e suascartas eram por eles esperadas comansiedade febril. “Todas essas ques-tões, hoje causticantes, nós as aceita-mos há sessenta anos”, informou Pau-lo I, acrescentando que a ImperatrizMaria gozava da faculdade de ver eouvir os Espíritos. (Págs. 80 a 82.)

34. Um caso relatado pelo dr.Champneuf, correspondente da Re-vista em Maine-et-Loire, comprovaque os Espíritos não se despojamimediatamente de seu caráter ao en-trarem no mundo espiritual. O cor-respondente cita alguns fatos produ-zidos por um Espírito chamadoFlageolet, autor de várias traquina-gens na casa de um de seus irmãos.Desencarnado em idade avançada,Flageolet revelava com suas traves-suras o caráter de uma criança, pró-prio do desenvolvimento moral queatingira. Comentando o fato, Kardecdiz que, sem dúvida, Flageolet per-tencia à categoria de Espíritos aindacrianças, mais levianos que maus;mas o meio sério no qual se mani-festava e o contato com homens es-clarecidos concorreriam para o ama-durecimento de suas idéias e o seuprogresso. (Págs. 82 a 84.)

35. No artigo “Ensaio teórico dascuras instantâneas”, Kardec tece vá-rias considerações que adiante resu-mimos: I – De todos os fenômenos

espíritas, um dos mais extraordinári-os é o das curas instantâneas. Pergun-ta-se então: Como o fluido pode ope-rar uma transformação súbita no or-ganismo? E mais: Por que o indiví-duo que possui essa faculdade nãotem acesso sobre todos os que sãoatingidos pela mesma moléstia? II –A explicação seguinte, deduzida dasindicações fornecidas por um mé-dium em sonambulismo espontâneo,parece jogar luz nova sobre a ques-tão, mas, adverte Kardec, “não a da-mos como absoluta”, e sim a títulode hipótese e como forma de estudo.III – Na medicação terapêutica sãonecessários remédios apropriados aomal; eis por que não existe um remé-dio universal. Ocorre a mesma coisacom o fluido curador, verdadeiroagente terapêutico, cujas qualidadesvariam conforme o temperamento fí-sico e moral dos indivíduos que otransmitem. IV – A cura depende,pois, em princípio, da adequação dasqualidades do fluido à natureza e àcausa do mal, o que muitos não com-preendem. Além disso, existe umaoutra causa, inteiramente moral, quenos é revelada pelo Espiritismo: amaioria das moléstias, como todas asmisérias humanas, são expiação dopresente ou do passado, ou provaçõespara o futuro, cujas conseqüências de-vem ser sofridas, até que tenham sidoresgatadas. (Págs. 84 a 86.)

“Como explicar ascuras instantâneas?”

36. Na seqüência do artigo, oCodificador assevera: I – Conside-radas do ponto de vista fisiológico,as doenças têm duas causas. É dadiferença destas duas causas que res-salta a possibilidade das curas ins-tantâneas em alguns casos, e não emtodos. II – Certas doenças têm suacausa original na alteração dos teci-dos orgânicos; aliás essa é a únicaadmitida pela ciência. Como, para aremediar, ela só conhece as substân-cias medicamentosas tangíveis, nãocompreende a ação de um fluidoimpalpável, tendo a vontade comopropulsor. A cura pelo magnetismoprova, no entanto, que essa ação nãoé uma mera ilusão. III - Na cura dasmoléstias dessa natureza, pela açãofluídica, ocorre substituição dasmoléculas orgânicas mórbidas pormoléculas sadias. A substânciafluídica produz um efeito análogo aoda substância medicamentosa, coma diferença de que, sendo maior a suapenetração, em razão da tenuidadede seus princípios constitutivos, agemais diretamente sobre as molécu-las primeiras do organismo do que o

podem fazer as moléculas mais gros-seiras das substâncias materiais.Além disso, suas qualidades sãomodificáveis pelo pensamento, en-quanto as da matéria são fixas e in-variáveis. IV – Tal é, em tese, o prin-cípio sobre o qual repousam os tra-tamentos magnéticos. A ação dosremédios homeopatas em dosesinfinitesimais baseia-se no mesmoprincípio: a substância medicamen-tosa, levada por sua divisão ao esta-do atômico, adquire até certo pontoas propriedades dos fluidos, excetoo princípio anímico, que existe nosfluidos animalizados e lhes dá qua-lidades especiais. V – Em resumo: areparação da desordem orgânica sefaz pela introdução no organismo demateriais sadios, que substituemmateriais deteriorados. Esses mate-riais podem ser fornecidos pelos me-dicamentos ordinários in natura(medicina tradicional), pelos mes-mos medicamentos em estado dedivisão (homeopatia) ou pelo flui-do magnético, que nada mais é quematéria espiritualizada. VI – Trata-se de três modos de reparação, oumelhor, de introdução e assimilaçãodos elementos reparadores. Todostrês estão igualmente na natureza etêm sua utilidade, conforme os ca-sos especiais, o que explica por queum tem êxito onde outro fracassa.VII – São três ramos da arte de cu-rar, destinados a se suplementar e secompletar, conforme as circunstân-cias, mas dos quais nenhum tem odireito de se julgar a panacéia dogênero humano. Seja qual for, é fá-cil compreender que a substituiçãomolecular, necessária ao restabele-cimento do equilíbrio, só se podeoperar gradualmente, e não por en-canto. A cura não pode deixar de sersenão o resultado de uma ação con-tínua e perseverante, mais ou menoslonga, conforme a gravidade dos ca-sos. VIII – Como explicar, então, ascuras instantâneas? Para entenderesse fato é preciso considerar quecertas afecções não têm como causaprimeira a alteração das moléculasorgânicas, mas a presença de algoque as desagrega e perturba, como,por exemplo, a ação de um mau flui-do. É como um relógio novo, cujaspeças se encontrem em bom estado,mas com o movimento paralisado oudesregulado pela poeira. Não é pre-ciso substituir nenhuma peça; pararestabelecer a regularidade do mo-vimento basta purgar o relógio doobstáculo que o impede de funcio-nar. (Págs. 86 a 88.) (Continua nopróximo número.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

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O IMORTALPÁGINA 16 MARÇO/2008

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Octávio Caúmo Serrano nas-ceu em São Paulo, acreditou bus-car qualidade de vida em outraregião do país e entendeu depoisa programação reencarnatória.Técnico em Contabilidade, vivea experiência de participar deduas instituições com o mesmonome, em São Paulo e João Pes-soa, além do convívio com vári-as instituições onde profere pa-lestras em seu atual Estado. To-mou contato com o Espiritismoem 1974 e tornou-se muito co-nhecido com sua coluna mensalna Revista Internacional de Es-piritismo (RIE), na qual escrevedesde 1990. Autor de vários li-vros, nosso entrevistado revelaseu pensamento sobre vários as-suntos relacionados ao movi-mento espírita.

– Quantos livros você játem publicados?

Além da doutrina, gosto dapoesia e da literatura em geral.Publiquei dois livros que são co-letânea de artigos que escrevipara a imprensa espírita: Pon-tos de Vista e Modo de Ver, pre-faciados respectivamente pelossaudosos Miguel Pereira eAlberto de Souza Rocha, ambosdistribuídos pela Casa Editora OClarim. Escrevi alguns, pratica-mente esgotados: Trovas da Co-dificação, uma abordagem sobreO Livro dos Espíritos, Luz noTúnel e O Grande Mar, poemas,Tchau São Paulo, com crônicassobre a grande metrópole, e umopúsculo sobre Os Essênios, quepodemos enviar aos interessadosque solicitarem pelo [email protected]. Trovas daCodificação pode ser encontra-do na internet nos sites de pes-quisa.

ORSON PETER [email protected]

De Matão, SP

– Há quantos anos está coma coluna bilíngüe na RIE?

Iniciamos a coluna em julhode 1998, há quase dez anos, como artigo “Onde foi que eu errei?”,de muito boa repercussão, porqueaborda o problema de mães e fi-lhos. É uma experiência interes-sante e creio que levou muitossites e editoras a copiarem a idéiade O Clarim. Hoje, há farta lite-ratura em espanhol nas revistas ena NET. Nunca estudamos espa-nhol. Falamos e escrevemos comoautodidatas de “recordações reen-carnatórias”. Daí algumas expres-sões traduzidas ao pé da letra quenão têm a fidelidade da fala nati-va. Creio, no entanto, que todoscompreendem muito bem. Há al-guns meses temos uma confreiraboliviana, Maria Renee, que nosajuda para que o texto seja maisbem feito.

– Sobre a experiência com ainstituição espírita em João Pes-soa (PB) e com as palestras peloEstado, o que você pode dizer-nos?

A Casa Espírita de João Pes-soa, o Centro Kardecista OsEssênios, é uma casa rigorosaquanto à disciplina. Até fecha-mos a porta no início dos traba-lhos. Não aceitamos permitirtudo para ter casa cheia, emboraa nossa tenha boa freqüência.Inspiramo-nos na comunidadeessênia, zelosa nesse ponto. E,afinal, como diz o lúcido confra-de José Raul Teixeira, não temosde trazer os hábitos da rua para oCentro, mas levar os hábitos doCentro para a rua. Só assim me-lhoramos a sociedade. Fazemostambém palestras em diferentescasas espíritas, incluindo a Fede-ração local. Na Capital existemmais ou menos 30 centros e noestado, 130.

– Que critério utiliza paraelaboração de seus artigos da

RIE e d´ O CLARIM e na esco-lha dos temas?

Meus artigos nascem da ins-piração, da observação e do co-nhecimento. Ao visitar casas es-píritas observamos o comporta-mento dos dirigentes, trabalhado-res e público e analisamos se es-tão coerentes com a proposta deJesus, explicada pelos Espíritos aAllan Kardec. Procuramos tam-bém temas polêmicos para dar-lhes versão racional. Por exemplo,a caridade que aparentementetudo tolera, mas que no capítuloX de O Evangelho segundo o Es-piritismo São Luís deixa claro quepodemos repreender o que estáerrado. Um mero exemplo paraser lido atentamente.

– Como tem sentido o movi-mento espírita no Nordeste?Quais as diferenças e pontos co-muns que existem em relação aomovimento espírita de São Pau-lo?

O movimento no Nordeste édinâmico. Fazem-se muitos con-gressos, encontros, seminários.Diferente de São Paulo, que sefundamenta na FEESP e USE, ba-sicamente, com alguns centrosadesos à Aliança e à Fraternidadedos Discípulos de Jesus (setor III),enquanto a orientação no nordes-te é da FEB. A FEB defende Rous-

A experiência de um conhecido articulistaPaulista, mas residindo no Nordeste, entrevistado acumula atuação na imprensa, como dirigente espírita e como orador, além da visão de duas regiões do Brasil

taing e o corpo fluídico de Jesus,o que é seguido pela diretoria daFederação Espírita da Paraíba,entre outras. Não acreditamos nes-sa farsa do Cristo, que afirmounão ter vindo para contrariar asleis. Aqui também encontramosespíritas maçons e muito rançodos evangélicos nas cantorias detodas as casas espíritas.

– O que diria sobre os temaspolêmicos atualmente circulan-do pelo movimento espírita?

Sempre haverá temas polê-micos na imprensa espírita, por-que sempre existirá aquele queprecisa de evidência. Já quise-ram reformar O Livro dos Espí-ritos, já quiseram excluir Kardecdo Espiritismo, já veio a CEPApara criar algo novo. No entan-to, ainda são raros os verdadei-ros espíritas, incluindo-se os di-rigentes das casas e federativas,mais preocupados em cristalizar-se nos cargos, mesmo à custa deatitudes desonestas, tudo muitopróprio do ser humano imperfei-to que vive num planeta de pro-vas e expiações. Apesar de tudo,o Espiritismo segue em frente eajuda muita gente. E novos mis-sionários nascem todos os dias.Se a sua pergunta se refere basi-camente aos índigos, digo quesempre reencarnarão Espíritospara ajudar a humanidade. Mui-tos adiantados em inteligência,outros em moralidade e algunsem ambas. O planeta está cami-nhando para o estágio de rege-neração e isso acontecerá breve-mente. Quem sabe daqui a 50/60 anos já teremos a nova Ter-ra! É só observar os aconteci-mentos, os movimentos sociais,a luta dos ecologistas, o comba-te à corrupção como nunca seviu... Um sinal do que virá embreve.

– E na sociedade brasileira,os desafios em geral, que visão

lhe acarretam através do co-nhecimento espírita?

Temos defendido que somen-te a popularização do Espiritis-mo pode melhorar a sociedade.Quando a reencarnação for umfato aceito e vivido, inclusivepelos espíritas, não haverádesonestidade, aborto, estupro,seqüestro e outros crimes, por-que haverá a certeza de que sãoerros a serem corrigidos, comdores ou sem elas. Vemos mes-mo entre nós, os seguidores deAllan Kardec, uma teoria bemdiferente da prática. O saber e oser não têm caminhado juntos.Se os espíritas imaginam queestão “salvos” porque têm maisconhecimento, não fiquem mui-to certos disso. A quem mais édado, mais é cobrado...

– Como o movimento espí-rita poderá agir para superaros atuais desafios que enfren-ta, inclusive o desinteresse pe-los clássicos da literatura espí-rita?

O que faz as pessoas se inte-ressarem pelo Espiritismo são osexemplos que observam. Mesmonos lares, quando um dos cônju-ges freqüenta até com certo fa-natismo uma instituição, semmodificar-se, acaba afastando oparceiro da própria doutrina. Senão vê modificação no compa-nheiro, não pode acreditar queseja essa uma boa religião. Afi-nal, a boa religião é a que me-lhora o homem. Ler, mesmo osclássicos, e quero crer que aquientrem “Paulo e Estêvão”, “Há200 anos”, sem que o momentohaja chegado, será como assistirao flagelo de Jesus nos filmes daSemana Santa, sair do cinemaemocionado e entrar no primei-ro bar para descontrair com umacervejinha. A emoção sem a ra-zão de nada vale. (Continua napág. 10 desta edição.)

Entrevista: Octávio Caúmo Serrano

Octávio Caúmo Serrano