o “guia de negociantes” e os outros livros de ... · próprias, o dinheiro com as dívidas e...

8
1 Boletim N.º 44 do Centro de Estudos de História da Contabilidade Abril de 2009 Edição: APOTEC - - Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade Conselho Editorial: – Prof. Doutor Rogério F. Ferreira – Manuel J. Benavente Rodrigues Coordenação: – Isabel Cipriano APOTEC – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE CENTRO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA DA CONTABILIDADE CLASSIFICAÇÃO E SERIAÇÃO DE CONTAS Embora possa não ser total criação de De la Porte, a classificação e seriação de contas exposta na “CIÊNCIA” traduz um enorme avanço na época. Note-se que De la Porte (1769:180) se afirma como pioneiro, o que é bem evidenciado no texto seguinte: “Observe-se que até ao presente ninguém fixou o número de classes de contas, e explicou o uso, assim esta parte é inteiramente nova, e também curiosa e particularmente útil.” Tanto Lemarchand como Stevelinck consideram que a classificação pode ter sido originada pelo holandês De Graf. Mas De la Porte tem que ser acreditado pelo menos pela divulgação. Ao apreciar as soluções relativas à classificação de contas assume muita importância o cuidado em fazer a tradução terminológica para significados actuais, alguns termos têm hoje significado que não correspondem ao que lhes era atribuído quando usados pelos autores. A classificação de contas adoptada por De la Porte deve ser cotejada com a classificação mais divulgada na sua época, e que no século XIX foi a base para o rótulo “Teoria das cinco contas gerais”, relacionado com Degranges. As contas eram classificadas em duas classes: as particulares, contas representando relações com terceiros e contas gerais, as que não eram particulares. Como exemplo do racional suportando esta classificação considere-se a exposição no “Tratado sobre Partidas Dobradas”, (1792:2): “Abrem-se no razão duas qualidades de contas, a saber, gerais e particulares. As contas gerais são as que figuram o próprio comerciante a quem pertencem os livros. As contas gerais abertas no livro razão são as minhas próprias contas: quando uma destas contas gerais é devedora, eu é que sou o devedor, e quando uma destas mesmas contas é credora, eu é que sou o credor. Em lugar de várias contas gerais poderia abrir uma só conta, e lançar nela todos os particulares do meu negócio, mas desta forma tudo se confundiria, as fazendas alheias com as próprias, o dinheiro com as dívidas e sendo o livro razão aquele que se deve achar tudo com muita clareza, e distinção, em lugar disto teria uma verdadeira confusão, a qual se deve evitar quanto for possível abrindo várias contas gerais para separar os diferentes particulares, e dar a cada um a sua conta. As contas gerais entendem-se pelas seguintes ou outras da mesma natureza: Caixa Dividas passivas Capital Ganhos e perdas Fazendas gerais Gastos de caixa Papeis da Fazenda Real Despesas do comércio Comissões Fulano M.C. &c. &c. As contas particulares são as contas que eu abro a qualquer sujeito com quem negoceie, como por exemplo....A mesma distinção entre contas relativas a terceiros e outras contas foi, por outros autores, base para a seguinte classificação: O “GUIA de NEGOCIANTES” e os outros livros de contabilidade portugueses até 1800 (*) Hernâni O. Carqueja (conclusão)

Upload: ngodat

Post on 12-Sep-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: O “GUIA de NEGOCIANTES” e os outros livros de ... · próprias, o dinheiro com as dívidas e sendo o livro razão aquele que se deve achar tudo com muita clareza, ... Comptabilité

1

Boletim N.º 44 do Centrode Estudos de Históriada Contabilidade

Abril de 2009

Edição: APOTEC -- Associação Portuguesa deTécnicos de Contabilidade

Conselho Editorial:

– Prof. Doutor RogérioF. Ferreira

– Manuel J. BenaventeRodrigues

Coordenação:

– Isabel Cipriano

APOTEC – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE

CENTRO DE ESTUDOSDE HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

CLASSIFICAÇÃO E SERIAÇÃO DE CONTAS

Embora possa não ser total criação de De la Porte, a classificação eseriação de contas exposta na “CIÊNCIA” traduz um enorme avançona época. Note-se que De la Porte (1769:180) se afirma como pioneiro, o queé bem evidenciado no texto seguinte:

“Observe-se que até ao presente ninguém fixou o número de classes decontas, e explicou o uso, assim esta parte é inteiramente nova, e tambémcuriosa e particularmente útil.”

Tanto Lemarchand como Stevelinck consideram que a classificação podeter sido originada pelo holandês De Graf. Mas De la Porte tem que seracreditado pelo menos pela divulgação.

Ao apreciar as soluções relativas à classificação de contas assume muitaimportância o cuidado em fazer a tradução terminológica para significadosactuais, alguns termos têm hoje significado que não correspondem ao que lhesera atribuído quando usados pelos autores.

A classificação de contas adoptada por De la Porte deve ser cotejada com aclassificação mais divulgada na sua época, e que no século XIX foi a base parao rótulo “Teoria das cinco contas gerais”, relacionado com Degranges. Ascontas eram classificadas em duas classes:

– as particulares, contas representando relações com terceiros– e contas gerais, as que não eram particulares.Como exemplo do racional suportando esta classificação considere-se a

exposição no “Tratado sobre Partidas Dobradas”, (1792:2):“Abrem-se no razão duas qualidades de contas, a saber, gerais e particulares.

As contas gerais são as que figuram o próprio comerciante a quem pertencemos livros. As contas gerais abertas no livro razão são as minhas próprias contas:quando uma destas contas gerais é devedora, eu é que sou o devedor, e quandouma destas mesmas contas é credora, eu é que sou o credor. Em lugar de váriascontas gerais poderia abrir uma só conta, e lançar nela todos os particulares domeu negócio, mas desta forma tudo se confundiria, as fazendas alheias com aspróprias, o dinheiro com as dívidas e sendo o livro razão aquele que se deve achartudo com muita clareza, e distinção, em lugar disto teria uma verdadeiraconfusão, a qual se deve evitar quanto for possível abrindo várias contas geraispara separar os diferentes particulares, e dar a cada um a sua conta.

As contas gerais entendem-se pelas seguintes ou outras da mesma natureza:Caixa Dividas passivasCapital Ganhos e perdasFazendas gerais Gastos de caixaPapeis da Fazenda Real Despesas do comércioComissões Fulano M.C.&c. &c.As contas particulares são as contas que eu abro a qualquer sujeito com

quem negoceie, como por exemplo....”A mesma distinção entre contas relativas a terceiros e outras contas foi, por

outros autores, base para a seguinte classificação:

O “GUIA de NEGOCIANTES”e os outros livros

de contabilidade portuguesesaté 1800(*)

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Hernâni O. Carqueja

(conclusão)

Page 2: O “GUIA de NEGOCIANTES” e os outros livros de ... · próprias, o dinheiro com as dívidas e sendo o livro razão aquele que se deve achar tudo com muita clareza, ... Comptabilité

2

APOTEC – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE

CENTRO DE ESTUDOSDE HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

– contas de pessoas, ou de terceiros,– contas nominais, as que existem só em nome porque não lhes corresponde uma

pessoa.Também esta forma de designar as classes ou é esclarecida quando mencionada

ou existe sério risco de equívoco. As contas nominais podem acabar entendidas comocorrespondendo a nomes de pessoas, e portanto com significado oposto ao que lheera atribuído.

Do exposto resulta que o significado nos séculos XVII, XVIII e XIX da expressão“contas gerais” nada tem a ver com o que agora designamos “contas colectivas” ouainda “contas de razão geral” ou ainda “Contas gerais”. É com o significado de“não particular” que a expressão deve ser interpretada para cotejar a soluçãoapresentada por De la Porte face à alternativa apoiada numa primeira distinçãoentre contas particulares e contas gerais. Essa primeira distinção era muitas vezeso apoio para a caracterização de partidas simples e de partidas duplas, aquelas sómovimentavam as contas particulares e estas abarcavam as gerais, as contas donegócio (ou contas do negociante, quando se identifica negócio com negociante(26)).Além de se basear em terminologia mais conforme os entendimentos actuais, aclassificação apresentada por De la Porte é suportada por uma análise que continuaa fazer sentido, especialmente quando considerada a partir das contas de terceiros:

– os terceiros com quem se negocia– as coisas envolvidas no negócio– as contas que não representam coisas envolvidas no negócio mas respeitam ao

negócio.No anexo IV transcreve-se em francês actual a leitura feita por Lemarchand.

EM FECHO: O LEGADO DE DE LA PORTE

Numa perspectiva panorâmica a edição do “GUIA” em 1794 corrobora aescassez, à data, de textos em português sobre partidas dobradas e confirma anotoriedade do autor De la Porte. Os 109 anos passados desde a primeira edição emfrancês documentam a lenta evolução e divulgação do saber contabilístico,facto que não é menos evidenciado por edição de tradução equivalente em italianoem 1786, portanto só cinco anos antes da portuguesa. Não obstante a clareza daexposição o GUIA dos Negociantes não é a obra-prima do autor e não constitui basede referência para qualquer avanço significativo.

Procurando sintetizar os aspectos mais significativos da pessoa e legado doautor, teremos:

Matthieu de la Porte (c 1660-c 1732)(27) (também referido por Delaporte, porDe La Porte e por De la Porte) publicou em 1685 “Le GUIDE des Négocians etTeneurs des Livres” e depois, em 1704, publica “La SCIENCE des Négocians etTeneurs de Livres”. Embora nascido nos Países Baixos, naturalizou-se comofrancês e viveu e trabalhou em França, onde, aparentemente para poderexercer o ofício de guarda-livros, talvez em certo período ao serviço do rei, abjurou

COMPOSIÇÃO DO CENTRO DE ESTUDOS DE HISTÓRIADA CONTABILIDADE PARA O TRIÉNIO 2007-2009

Presidente Honorário: ANTÓNIO LOPES DE SÁ, PROF. DOUTOR | Conselho Científico: ANA RITA SILVA DE SERRA FARIA, DR.ª •Docente na Universidade do Algarve – ANTÓNIO CAMPOS PIRES CAIADO, PROF. DOUTOR • Professor no ISEG – ANTÓNIO LOPES DESÁ, PROF. DOUTOR • Professor Catedrático – ARMINDO FERNANDES COSTA, DR. • Revisor Oficial de Contas e Professor na Universidadedo Minho – HERNÂNI OLÍMPIO CARQUEJA, DR. • Director da Revista de Contabilidade e Comércio – JOAQUIM ANTÓNIO CALADOCOCHICHO, DR. • Responsável pela Biblioteca dos Arquivos Nacionais da Torre do Tombo – JOSÉ MARTINS LAMPREIA, DR. • ROC – JUDITECAVALEIRO PAIXÃO, DR.ª • Directora do Arquivo Histórico do Tribunal de Contas – MARIA DA CONCEIÇÃO COSTA MARQUES, DR.ª •Professora no ISCAC – ROGÉRIO FERNANDES FERREIRA, PROF. DOUTOR • Professor Catedrático | Conselho Executivo: ABÍLIOMARTINS • Associado da APOTEC – ANA CRISTINA MOURA MENDES, DR.ª • TOC e Associada da APOTEC – HELDER VIEGAS DA SILVA,DR. • Professor no ISCAL – JOÃO FILIPE GONÇALVES PINTO, DR. • Presidente da Assembleia Geral da APOTEC – JOSÉ ANTÓNIO R.PEDRO MURALHA, DR. • ROC – MANUEL JOSÉ BENAVENTE RODRIGUES • Membro da Direcção Central da APOTEC – MANUELVIRIATO CARDOSO PATULEIA • Presidente da Direcção Central da APOTEC – MARIA TERESA DE OLIVEIRA DIAS NETO, DR.ª • Vice--Presidente da Direcção Central da APOTEC – MATILDE CONCEIÇÃO ESTEVENS, DR.ª • Docente no ISCAL – OLGA CRISTINA PACHECOSILVEIRA, DR.ª • Secretária da CNCAP – SEVERO PRAXEDES SOARES, DR. • Director do Jornal de Contabilidade

Page 3: O “GUIA de NEGOCIANTES” e os outros livros de ... · próprias, o dinheiro com as dívidas e sendo o livro razão aquele que se deve achar tudo com muita clareza, ... Comptabilité

3

APOTEC – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE

CENTRO DE ESTUDOSDE HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

do protestantismo(28). O primeiro dos livros, de 1685, teve edições em francês até1743, foi editado em italiano em 1786 e foi editado em Lisboa em 1794 (qualquerdas traduções mais de cem anos após a edição em francês!), em tradução paraportuguês de José Joaquim da Silva Perez. A sua obra de 1704, “CIÊNCIA dosNegociantes”, teve edições em francês até 1800, duas com actualizações deterceiros, e várias edições em alemão até 1799. Foi paradigma dos textos sobrepartidas dobradas durante mais de um século, primando pela organizaçãoe síntese do saber adquirido, e clareza de exposição.

Entretanto a sua principal achega para o saber contabilístico traduz-se naracionalidade da lista de contas que prescreve, partindo da classificação dascontas como do proprietário, contas de coisas (depois designadas meios de acção)e contas de pessoas(29). Esta base sobreviveu cerca de dois séculos!

BIBLIOGRAFIA

Amorim, Jaime Lopes (1929); “Lições de Contabilidade Geral – Prelecções feitas ao curso de Contabilidade Geraldurante o ano lectivo de 1928-1929”; Volume I; Empresa Industrial Gráfica do Porto; Lda.; 524 págs. [Ovolume II, planeado para conter “todas as questões que prendem com a rigorosa determinação dos resultadose prestação de contas” não chegou a ser publicado nem existem referências conhecidas a manuscrito.]

Amorim, Jaime Lopes (1969); “Digressão através do Vetusto Mundo da Contabilidade”; Livraria AVIS; Porto;1969; 670 págs.

Autor anónimo; (1792); “Tratado sobre as Partidas Dobradas”; Officina de Smão Thaddeo Ferreira; Lisboa; 200págs.

Carqueja, Hernâni O. (1968); “Lições de TEORIA DA CONTABILIDADE ao curso de 1968/1969”; na Faculdadede Economia da Universidade do Porto; edição policopiada da AAFEP.

Carqueja, Hernâni O. (1975-B); “A Conta como Solução Contabilística”; separata da Revista de Contabilidade eComércio; Vol. XLII (1975); n.º 165; págs. 63 a 99.

Carqueja, Hernâni O. (1993); “A digrafia”; artigo publicado na Revista de Contabilidade e Comércio; Vol. L (1993);n.º 197 (págs. 171 a 176); 198 (págs. 315 a 328); 199 (págs. 453 a 478).

Carqueja, Hernâni O. (1998 e 1999); “O MÉTODO FÁCIL de Degrange, entre os livros de contabilidade portuguesaaté 1900”; comunicação apresentada em I Jornada de História da Contabilidade – APOTEC e ISCAL; Coimbraem 4 de Abril de 1998. [Também in JTCE – Jornal do Técnico de Contas e Empresa; n.os 403 (págs. 109 a 113);404 (págs. 145 a150); 405 (págs. 176 a179) e 406 (págs. 213 a 218)).

Costa, Francisco Felisberto Dias da (1900); “Institut Industriel et Commercial de Lisbonne”; compilação escritaem francês; Lisboa; 1900; sem identificação de editor. [O autor era capitão de mar e guerra e tinha sido Ministrodas Colónias; aparentemente publicação do IICL para apresentação na exposição de Paris de 1900]

Cruz Vidal, Caetano Léglise da – ver Vidal, Caetano Léglise da CruzDe la Porte, Mathieu; (1769); “La SCIENCE des Negicians et Teneurs de Livres”; Libraires Associés; Paris. [Em

formato oblongo]De la Porte, Mathieu; (1795) ; “GUIA de Negociantes, e de Guarda-Livros, ou novo tratado sobre os livros de contas

em partidas dobradas”; Regia Officina Typografica; LisboaDelaporte, E. René (s/ data); “Léon Gomberg. Sa Vie – Son Ouevre”; na introdução a “La Doctrine de la

Comptabilité et Les Méthodes Comptables”; obra póstuma de Léon Gomberg; edição de Les Amies de LéonGomberg; Paris; 136 págs.

Esteve, Esteban Hernández – ver Hernández Esteve, EstebanFerreira, Rogério Fernandes (1984); “Normalização Contabilística”; Livraria Arnado, Ld.ª; Coimbra; 560 págs.Forrester, David (1999); “An Invitation to Accounting History”; Strathclyde Convergencies; Glasgow G20 0AW;

U.K. (em 1999 e em 2000 disponível na WWW). (Colectânea de escritos distribuídos pelos temas A – Accountingin Various Epochs; B – Managerial and Control Accounting; C – Theories and Schools; D – Works as listed;os artigos dentro de cada tema tem numeração romana).

Gomberg, Léon (1936); “La doctrine de la Comptabilité et les Méthodes Compables”; oeuvre posthume par “lesAmis de Léon Gomberg”; 46 Rue de Rome; Paris; 136 págs.

Gonçalves da Silva, F. V. – ver Silva, F. V. Gonçalves daGonzalez Ferrando, José Maria (1961); tradutor para castelhano de Vlaemminck, Joseph-H, “Historia e Doctrinas

de la Contabilidad”; Editorial E.J.E.S.; Madrid; 1961; 430 págs.[A tradução tem aditamentos e correcções introduzidos feitos pelo tradutor]

Gonzalez Ferrando, José Maria (1996); “Panorama histórico de las fuentes de la Historia de la Contabilidad enEspaña” in “En Torno a la Elaboracion de una Historia de la Contabilidade en Espanha”; AECA; Madrid;pp 191 a 196.

Gonzalez Ferrando, José Maria (2004); Estudio introductorio in “Historia de la Contablidad” de Karl Peter Keil,AECA; Madrid

Hernández Esteve, Esteban (1994); “De Las Cuentas Y Las Escrituras”; Luca Pacioli; AECA – Asociación españolade Contabilidad y Administración de Empresas; Madrid; 1994.

Hernández Esteve, Esteban (1994); “Luca Pacioli treatise De Computis et Scripturis: a composite or a unifiedwork?”; in Accounting ; Business and Financial History; vol 4-1; 1994; págs. 67 a 82.

Hernández Esteve, Esteban (1995); “A Summa of Arithmetica prior to that of Luca Pacioli: “The Suma de la artede Arismetica” by Franchesch Sanct Climent (Barcelona, 1482)”, comunicação apresentada em 11 de Maio de1995 na EAA.

“Institut Industriel et Commercial de Lisbonne”; (1900); escrito em francês; compilação por Francisco FelisbertoDias da Costa (capitão de mar e Guerra e antigo Ministro das Colónias); Lisboa; sem identificação de editor;168 pág.s e XIV gravuras. [O autor era capitão de mar e guerra e tinha sido Ministro das Colónias;aparentemente publicação do IICL para apresentação na exposição de Paris de 1900]

Jouanique, Pierre (1996); “Un Classique de la Comptabilité au siécle des lumières – La Science des Nègociants deMatthieu de la Porte”; Accounting in France; Garland Publishing; NewYord and London; 1996; pags. 67 a87.

Keil, Karl Peter (2004); “Historia de la Contabilidad”; AECA; 2004. [V}ersión al castellano por Lopez y Lopez,

Page 4: O “GUIA de NEGOCIANTES” e os outros livros de ... · próprias, o dinheiro com as dívidas e sendo o livro razão aquele que se deve achar tudo com muita clareza, ... Comptabilité

4

APOTEC – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE

CENTRO DE ESTUDOSDE HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

Fernando; e estudio introductorio de González Ferrando, José Maria.]Lamouroux, Fernando Martin – ver Martin Lamouroux, FernandoLéautey, Eugéne et Guibault, Adolphe (1889); “La Science des Comptes mise a la porté de tous” Librairie Comptable

et Administrative; Paris; 502 págs. (Biblioteca da FEP: C.C. 708 – n.º 4317)Lemarchand, Yannick (1993); “Du Dépérissement à l’Amortissement”; Ouest Éditions; 1993; Nantes; 720 págs.Lemarchand, Yannick (1998); “À La Conquête De La Science Des Compates; Variations Autour De Quelques

Manuels Français De Tenue De Livres”; in Revista de Contabilidade e Comércio; Vol. LV (1998); n.º 219; págs.509 a 558.

Littleton, A. C. (1961); “Essays on Accounting”; University of Ilinois Press; Urbana; 1961. (Biblioteca da FEP: C.C.837- n.º 8140).

Lopes Amorim, Jaime – ver Amorim, Jaime LopesMartin Lamouroux, Fernando (1989); “Contabilidad”; Universidade de Salamanca; Salamanca; 594 págs.Mauri, Fernando Boter (1959); “Las Doctrinas Contables”; Editorial Juventud; SA; Barcelona; 1959; 328 págs.

(Biblioteca da FEP: C.C. 425- n.º 3721)Martins, Rodrigo Manuel de Everard (1944/1997); “Ensaio de Bibliografia Portuguesad de Contabilidade” RCC

n.º 216; págs. 545 e seguintesMelis, Federigo (1950); “Storia Della Ragioneria”; Dott. Cesare Zuffi editore; Bologna; 1950; 874 págs.Monteiro, Martin Noel (1965); “A Contabilidade e o seu Mundo”; I Volume; Portugália Editora; 1965; 596 págs.Monteiro, Martin Noel (1965); “A Contabilidade e o seu Mundo”; II Volume; Portugália Editora; 1965; 600 págs.Monteiro, Martin Noel (s/d – 1965); “Pequena História da Contabilidade”; APOTEC; LisboaPinto, Américo Cortes (1948); “Da Famosa Arte da Imprimissão”; Editora ULISSEIA Lda.; 1948; 508 págs.Reymondin, G. (1909). “Bibliographie Méthodoque”; Société Académique de France; Paris; 330 págs.“Revista de Contabilidade e Comércio”; Vol. LII (1995); n.º 205; colectânea “Luca Pacioli” com reedição do artigo

de F. V. Gonçalves da Silva anteriormente publicado; da págs. 5 a 27 do n.º 61/62, “Luca Pacioli: o Homem ea Obra”. Na mesma colectânea também foram publicados artigos sobre Luca Pacioli ou história da contabilidadede António Lopes de Sá, Esteban Hernández Esteve, Fernando Martin Lamouroux, José Fernandes de Sousae de Enrique Fernández Peña.

Rodrigues, Adriano Vasco (1969 A); “História da Civilização”; vol. I; Porto Editora; 1974 (8.ª edição); Porto.Rodrigues, Adriano Vasco (1969 B); “História da Civilização”; vol. II; Porto Editora; 1973 (7.ª edição); Porto.Rodrigues, Adriano Vasco (2000); “Breve Notícia sobre a arte de imprimir em Portugal”; Revista de Contabilidade

e Comércio; Vol. LIV (1997); n.º 215; págs. 511 e 512.Rodrigues, Manuel Benavente (1997); “Carta de Lei de 22 de Dezembro de 1761” comunicação no IX Congresso

AECA; e também no vol LVII (2000) n.º 226, da Revista de Contabilidade e Comércio; págs. 361 a 414.Roover, Raymond de (1970:17); “La Comptabilité à travers Les Âges”; Bibliothéque Royale Albert 1er; 1970.Roover, Raymond de (1955); “New Perspectives on the History of Accounting”; “The Accounting Review”; 1955;

July; American Accounting Association; Sarasota; Florida; USA; págs. 405 a 420.Sá, António Lopes de (1998); “História Geral e das Doutrinas da Contabilidade”; Vislis Editores; 2.ª Edição

Ampliada; 260 págs.Sarmento, José António (1955); “Lições de J. A. Sarmento de TEORIA da CONTABILIDADE” coligidas por alunos

do curso 1955/1956; edição poli copiada; FEP; Porto.Silva, F. V. Gonçalves da (1938); “A regulamentação Legal da Escrituração Mercantil”; Tipografia da Empresa

nacional de Publicidade; 1938 Lisboa; 288 págs.Silva, F. V. Gonçalves da (1948); “Luca Pacioli: o Homem e a Obra”; separata com o título “Luca Pacioli” anexa

à Revista de Contabilidade e Comércio; Vol. LII (1995); n.º 205. [Reedição de artigo publicado no vol. XVI(1948); n.º 61/62; págs. 5 a 27; e então também editado em separata.]

Silva, F. V. Gonçalves da (1959); “Doutrinas Contabilísticas”; Centro Gráfico de FAMALICÃO; 1959; 274 págs.Silva, F. V. Gonçalves da (1968); “Contabilidade Geral”; Livraria Sá da Costa Editora; Lisboa; I e II vol.s com

respectivamente 356 e 406 págs.Silva, F. V. Gonçalves da (1970); “Curiosidades, Velharias e Miudezas Contabilísticas”; edição sem indicação de

editor; Lisboa; 1970; 166 págs.Silva, F. V. Gonçalves da (1984); “Bosquejo duma sucinta História da Contabilidade em Portugal”; Revista de

Contabilidade e Comércio; Vol.XLVII/XVVIII (1983/1984); n.º 187/192; págs. 503 a 514.Stevelinck, Ernest (1970); “La Comptabilité à travers Les Âges”; Bibliothéque Royale Albert 1er; 1970.Vidal, Caetano Léglise da Cruz (1956); “Ensaio sobre um Planeamento Contabilístico Racional”; edição do autor;

Lisboa,;1965; 306 págs.Vlaemminck, Joseph-H (1956); “Histoire et Doctrines de la Comptabilité”; Dunod; Paris (Vie); 230 págs. [Bibl. da

FEP : C.C. 105 ; n. 29623)]Vlaemminck, Joseph-H (1961); “Historia e Doctrinas de la Contabilidad”; tradução para castelhano de Gonzalez

Ferrando, José Maria; Editorial E.J.E.S.; Madrid; 1961; 430 págs. [A tradução tem aditamentos e correcçõesintroduzidos fitos pelo tradutor]

Yamey, Basil S. (1947); “Notes on The Origin of Double Entry Bookkeeping”; “The Accounting Review”; 1947; July;American Accounting Association; Sarasota; Florida, USA; págs. 263 a 272.

Zurdo, Cañizares (1933); “Ensayo Histórico sobre Contabilidad”; Imprenta del Asilo de San Bartolomé; 1933; 192págs. [Reedição 1996 pela AECA – Associón Española de contabilidad y Administracion de Empresas; comestudo introdutório por Daniel Carrasco Díaz y Francisco González Gomila].

ANEXO I – Índice do GUIA DE NEGOCIANTES

(Índice em português actual excepto nomes próprios, com agrupamento por temas e realce dealguns pormenores; anote-se em especial a falta de exemplos do tipo monografia)

ÍNDICE DOS CAPÍTULOS QUE CONTÉM ESTE LIVROQualidades de um Guarda-Livros 1Regra para achar o Devedor, e Credor de qualquer artigo 2Forma de negociar, em que consistem as Negociações, e como elas se fazem 3Livros em geral, dos quais se deve servir, e como os deve guardar 4Do Memorial, ou Borrador 5Observações que se devem fazer no Memorial 9Do Diário 10Observações, a que se deve atender no Diário 13

Page 5: O “GUIA de NEGOCIANTES” e os outros livros de ... · próprias, o dinheiro com as dívidas e sendo o livro razão aquele que se deve achar tudo com muita clareza, ... Comptabilité

5

APOTEC – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE

CENTRO DE ESTUDOSDE HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

Do Livro da Razão 14Observações que se devem guardar no Livro da Razão ibidemDo Alfabeto 20Do Livro chamado Borrador da Caixa 25Do Livro das Facturas 30Do Livro das Contas Correntes 39Do Livro dos Meses, dos Saques, e Remessas 41Do Livro dos Números 46

LIVROSDo Livro da Despesa 50Definições 55Outras definições a respeito do Livro da Razão 58Do principio dos Livros, e por que forma de deve fazer o Inventário 61Descontar somas produzidas da compra, ou venda de fazendas 72Trocar, vender, e comprar por troca 74Comprar, e vender à condição de Aposta 78Saques, e Remessas, ou Letras de Cambio 80Remessas 98Do Risco 104Seguros 106Forma com que se fazem os Seguros, e por que razão 107Obrigações 116Comissões 118Dar Fazendas a um Capitão de um Navio para as vender a ganho a 1/2 119Promessas, e obrigações dadas, e recebidas em pagamento 122Terras, e Casas 124Juros 128Navios 131Feiras, ou Pagamentos públicos 138Feiras, ou pagamentos em Francforte 150Companhia, ou Sociedade 151Das contas que se devem observar para Saldar os Livros, e as Contas 153Corretagem 155Avanço, Cambio, ou Interesse 156

SABER DO NEGOCIANTEPortes de Cartas ibidemPontear 157Balança, ou Balanço 160

ANEXO II – Licença para editar em 1758

Da análise das primeiras páginas do MERCADOR EXACTO, OU MÉTODO FÁCIL PARAQUALQUER MERCADOR ARRUMAR AS SUAS CONTAS de João Baptista Bonavie, infere-se queo processo de autorização, até à distribuição de um livro, implicava então três licenças:

– Do Santo Oficio (licença de impressão dos cadernos)– Do Ordinário (licença de impressão do livro)– Do Paço (licença de impressão, liquidação da taxa e licença de distribuição)Pelo interesse que têm as referências feitas a Mons. De La Porte, Jacques Savary e João Fanini

transcreve-se infra o texto, com ortografia actual, da informação do Desembargador José de LimaPinheiro e Aragão para efeito da Licença do Paço.

Informação para autorização da impressão“SenhorManda-me V. Majestade ver o livro intitulado: MERCADOR EXACTO, O MÉTODO FÁCIL PARA

QUALQUER MERCADOR ARRUMAR AS SUAS CONTAS, o qual pretende dar ao prelo João BaptistaBonavie, seu autor.

Li com a precisa atenção este livro e, nele encontrei o método mais fácil para os Mercadoresarrumarem as suas contas. Em diversos idiomas correm impressos vários métodos semelhantes, comoé o que traz Snr. de La Porte no livro, que compôs com o título de Ciência dos Negociantes, impressoultimamente em Paris na língua francesa em 1741. Sobre esta matéria escreveu com grande acertoJacques Savary no seu Perfeito Negociante, de fol. 146 até fol. 182, da impressão de Genebra em 1752,em folha, e também no idioma francês. João Fanini compôs uma Biblioteca Mercatória na línguaItaliana impressa em Pádua no ano de 1597, onde se acha norma para formar os 14 livros, que eleatribui por todas as classes do comércio, e é aquela obra uma boa prova do grande comércio, que se faziaem Veneza, antes que a Providência abrisse as portas do Cabo da Boa Esperança, porque traz ascomputações dos pesos, e medidas de todos os géneros da Ásia, que aquela República manejou tantosanos.

Nenhum dos métodos referidos, e de outros, que tenho visto, me parece tão fácil como o presentee nele se conforma o Autor com o que V/ Majestade foi servido determinar no Alvará de 13 de Novembrode 1756 a respeito dos livros dos Comerciantes. Parece-me muito útil a impressão deste livro pela falta,que considero terem os Mercadores deste Reino de formulário para ordenarem os livros precisos paraaquela qualidade de comércio, de que usam, e poderá ser que haja quem fique assim a escrever naLíngua Portuguesa os mais métodos precisos a respeito do Comercio, vendo impresso este Livro, que

Page 6: O “GUIA de NEGOCIANTES” e os outros livros de ... · próprias, o dinheiro com as dívidas e sendo o livro razão aquele que se deve achar tudo com muita clareza, ... Comptabilité

6

APOTEC – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE

CENTRO DE ESTUDOSDE HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

em anda ofende as Leis de V. Majestade. Este é o meu parecer, e V. Majestade determinará o que forservido. Lisboa 20 de Abril de 1758.

José de Lima Pinheiro e Aragão”

ANEXO III – Extracto do “Código de Savary”

Gonçalves da Silva (1938; 37) faz a transcrição de texto do Título III, que se reproduz, adoptandoa ortografia actual de francês:

“Ordenações de ColbertTítulo III

Art.º 1.er Les négociants et marchands, tant en gros qu’en détail, auront un livre qui contiendra toutleur négoce, leurs lettres de change, leurs dettes actives et passives, et les deniers employés à la dépensede leur maison.

Les agents de change et de banque tiendront un livre journal dans lequel seront insérées toutes lesparties par eux négociées, pour y avoir recours en cas de contestation.

Les livres de négociants et marchands, tant en gros qu’en détail, seront signés sur le premier et ledernier feuillets par l’un des consuls dans les villes ou il y a juridiction consulaire : et dans les autrespar le maire ou l’un des échevins, dans frais ni droits, et les feuillets paraphés et cotés par premier etdernier de la main de ceux qui auront été commis par les consuls, ou maire et échevins, dont sera faitmention au premier feuillet.

Les livres des agents de change et de banque seront cotés, signés et paraphés par l’un des consulssur chaque feuillet, et mention sera faite dans le premier du nom de l’agent de change ou de banque,de la qualité du livre, s’il doit servir de journal, ou pour la caisse, et si c’est le premier, second ou autre,dont sera fait mention sur le registre du greffe de la juridiction consulaire ou de l’hotel-de-ville.

Les livres journaux seront écrits d’une même suite par ordre de date, sans aucun blanc, arrêtés enchaque chapitre et à la fin, et ne sera rien écrit aux marges.

Tous négociants, marchands et agents de change et de banque seront tenus, dans six mois après lapublication de notre ordonnance, de faire de nouveaux livre journaux et registres, signés, cotés etparaphés, suivant qu’il est ci-dessus ordonné, dans lesquels ils pourront, si bon leur semble, porter lesextraits de leurs anciens livres.

Tous négociants et marchands, tant en gros qu’en détail, mettront en liasses les lettres qu’ilsrecevront, et en registre la copie de celles qu’ils écriront.

Seront aussi tous les marchands de faire, dans le même délai de six mois, inventaire sous leur seingde tours leur effets mobiliers et immobiliers, et de leurs dettes actives et passives, lequel sera renouveléet récolé de deux ans en deux ans.

La représentation ou communication des livres journaux, registres ou inventaires, ne pourra êtrerequise ni ordonnée en justice, sinon pour succession, communauté et partage de société en cas defacilité.

Au cas néanmoins qu’un négociant ou un marchand voulut se servir de ses livres journaux etregistres, ou que la partie offrit d’y ajouter foi, la représentation pourra être ordonnée pour en extrairece qui concerne le différend.»

ANEXO IV – Quadro de Contas, conforme Lemarchand (1998:553)

Tableau 1. Classification des comptes de Mathieu de la Porte (1704)(30)

LES COMPTES SE REDUISENT EN TROIS CLASSES

La première est composée des comptes du Chef, ils n’expriment pas leurs titres, aucuns effetsni aucune personne, et sont• Capital • Profits et pertes • Dépenses• Provisions • Assurances1. Argent comptant qui n’a que la caisse2. Marchandises qui se divisent en• Marchandises entre nos mains pour notre compte• Marchandises entre les mains d’un autre pour notre compte• Marchandises entre nos mains pour compte d’un autre• Marchandises en société avec quelqu’unLa seconde renferme ceux des effets effectifs, qui sont de quatre sortes3. Effets en papier qui sont• Lettres et billets de change, promesses, obligations, etc., à recevoir• Contrats de rentes• Argent donné à la grosse• Billets à payer• Traites et remises4. Effets particuliers comme• Vaisseaux • Maisons et terres • Meubles• Intérêts dans les compagnies • Foires ou payemensLa troisième comprend ceux des correspondans ou des personnes avec qui on négocie, à quion en peut donner de plusieurs sortes selon les affaires; on peut les réduire à ceux-ci• Un compte commun, pour les affaires réciproques• Un compte courant, pour leurs affaires particulières (continua na página seguinte)

Page 7: O “GUIA de NEGOCIANTES” e os outros livros de ... · próprias, o dinheiro com as dívidas e sendo o livro razão aquele que se deve achar tudo com muita clareza, ... Comptabilité

7

APOTEC – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE

CENTRO DE ESTUDOSDE HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

PRÉMIO ENRIQUE FERNANDEZ PEÑA DE HISTORIA DACONTABILIDADE 2009

A Comissão de História da Contabilidade da AECA, presidida pelo Professor EstebanHernandez Esteve, premeia todos os anos trabalhos sobre história da contabilidade, emqualquer das línguas ibéricas, publicados ou apresentados oficialmente em Congressos,Encontros e similares, assim como em Universidades, entre 1 de Julho de 2008 e 30 deJunho de 2009.

ACADEMY OF ACCOUNTING HISTORIANSNomeações para “2009 Life Membership Award”

Os membros da Academy of Accounting Historians podem nomear historiadores decontabilidade para o “Prémio Carreira 2009”, até 15 de Maio próximo. Critérios emais informação, podem ser analisados no respectivo site da Academia.

ACCOUNTING HISTORY INTERNATIONAL EMERGING SCHOLARS’COLLOQUIUM”

16-17 de Julho de 2009Universidade de Siena – Itália

Contactos com a organizadora do Colóquio, Elena Giovannoni, email:[email protected]

ACADEMY OF ACCOUNTING HISTORIANS“Vangermeersch Manuscript Award”

Em 1988 a Academia dos Historiadores de Contabilidade instituiu um Prémio paraencorajar jovens professores universitários a fazer investigação histórica em contabilidade.

Assim têm condições de elegibilidade para este prémio, todos os professores uni-versitários de contabilidade com o grau de mestre ou doutor obtido nos últimos sete anos.

Para mais informações pode contactar “The Academy of Accounting Historians ”, TheUniversity of Alabama, Box 870220, Tuscaloosa, AL, USA 35487 ou emwww.accounting.rutgers.edu/raw/aah

REVISTA ACCOUNTING HISTORYPedido de comunicações

Tema: Histórias da pesquisa contabilística

Os editores da revista Alan Richardson e Joni Young, solicitam comunicações emlíngua inglesa a ser enviadas até 31 de Outubro de 2009. Os subtemas propostos, e outrasinformações poderão ser consultados no site da revista indicado nesta página.

ALGUNS ENDEREÇOS ÚTEIS EM HISTÓRIA DA CONTABILIDADE:

Revista electrónica “De Computis” – AECA – Espanha: www.decomputis.orgSocietà Italiana di Storia della Ragioneria: www.sisronline.itThe Academy of Accounting Historians: www.accounting.rutgers.edu/raw/aahComissão de História de Contabilidade da AECA: www.aecal.org/comisiones/

comisionhc.htmAccounting History Special Group of the Accounting and Finance Association of Australia

and New Zealand: www.muprivate.edu.au/index.php?id=156

NOVAS DA HISTÓRIA

• Un compte courant, pour nos affaires particulières• Un compte des affaires en société• Un compte de divers menus débiteurs• Un compte de divers menus créanciers

(*) III Jornada de História da Contabilidade, Lisboa, Fevereiro de 2006.(26) Hoje é particularmente importante distinguir o negócio do proprietário face à possibilidade de

limitação de responsabilidade e à realidade de poderem existir valores disponíveis para o negócio quenão correspondem a passivo nem pertencem ao proprietário.

(27) Jouanique (1996:67 a 87). Melis (1950:712) em nota confirma a imprecisão relativamente aonome deste importante autor. Na redacção do nome adoptámos a usada por Jouanique (1996) eLemarchand (1998), embora escrevendo, ao omitir o nome próprio, De la Porte em vez de «de la Porte».

(28) Lemarchand (1998:526).(29) Lemarchand (1998:553).(30) Mathieu de la PORTE. La science des négocians…, op. cit., p. 182.

(continuação da página anterior)

Page 8: O “GUIA de NEGOCIANTES” e os outros livros de ... · próprias, o dinheiro com as dívidas e sendo o livro razão aquele que se deve achar tudo com muita clareza, ... Comptabilité

8

APOTEC – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE

CENTRO DE ESTUDOSDE HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

ARTE E CONTABILIDADE

NOSSA SENHORA DAS ALFÂNDEGAS

A História das Alfândegas Portuguesas vem já do século XII, dos tempos donosso primeiro rei.

Este controle dos “portos secos, molhados e vedados” – alfândegas marítimase terrestres –, antecede ainda cerca de 40 anos, o controle administrativo instituídopelo rei D.Afonso II, com o IV Livro de Recabedo Regni.

Vetusta também, embora mais recente é a origem de Nossa Senhora dasAlfândegas, presente na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, também conhecidacomo Igreja da Conceição Velha, em Lisboa.

Em 1507, no reinado de D. Manuel I, a cidade de Lisboa foi invadida pela peste,morrendo muita gente. Grassando a peste e a fome, resolveram o almoxarife, osjuízes e os oficiais da Alfândega de Lisboa irem em romaria a Nossa Senhora daAtalaia, no termo da Aldeia Galega do Ribatejo – hoje Montijo –, e com toda adevoção comprarem um círio cada um.

E pelo milagre que a Senhora da Atalaia fez pela cidade e pelo povo de Lisboa,decidiram todos criar uma confraria.

Até ao século XVIII, realizava-se uma festa na Igreja da Conceição dos Freires,além de um bodo aos pobres no sítio da Atalaia, suportados pela Fazenda Real.Depois do terramoto, passou a festa para a Igreja da Conceição Velha, sendo aSenhora da Atalaia também chamada Nossa Senhora das Alfândegas. Com oliberalismo, em 1833 as Alfândegas foram reformadas e extinguiram-se estasobrigações. A tradição foi retomada em 1968, com uma missa solene celebradaanualmente a 18 de Dezembro – Dia da Expectação da Senhora –, na Igreja daConceição Velha, relembrando-se o Compromisso de 1507.

MB