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QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS DE MINAS GERAIS EM 2013 RESUMO EXECUTIVO Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Instituto Mineiro de Gestão das Águas

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QUALIDADE DAS

ÁGUAS SUPERFICIAIS

DE MINAS GERAIS EM 2013

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Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

Instituto Mineiro de Gestão das Águas

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Governo do Estado de Minas Gerais Sistema Estadual de Meio Ambiente Instituto Mineiro de Gestão das Águas Gerência de Monitoramento Hidrometeorológico

QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS DE MINAS GERAIS EM 2013

RESUMO EXECUTIVO

Março de 2014

Belo Horizonte

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SEMAD - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Secretário Adriano Magalhães Chaves

IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas

Diretora Geral Marília Carvalho de Melo

Diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Monitoramento das Águas Jeane Dantas de Carvalho

Gerente de Monitoramento Hidrometeorológico Wanderlene Ferreira Nacif, Química

Coordenadora do Programa Águas de Minas Katiane Cristina de Brito Almeida, Bióloga

I59m Instituto Mineiro de Gestão das Águas.

Monitoramento da qualidade das águas superficiais de Minas Gerais em 2013: resumo executivo / Instituto Mineiro de Gestão das Águas. --- Belo Horizonte: Instituto Mineiro de Gestão das Águas, 2014.

68p. : i l.

1. Monitoramento ambiental. 2. Qualidade da água. 3. Águas superficiais.

I. Título. CDU: 556.18

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Monitoramento das águas superficiais de MG em 2013 – Resumo Executivo | 3

REALIZAÇÃO:

IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas

Diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Monitoramento das Águas Jeane Dantas de Carvalho

Gerente de Monitoramento Hidrometeorológico Wanderlene Ferreira Nacif, Química

Coordenadora do Programa Águas de Minas Katiane Cristina de Brito Almeida, Bióloga

Coordenadora do Monitoramento de Água Subterrânea Maricene Paixão, Geóloga

Equipe Técnica Alice Helena dos Santos Alfeu, Engenheira de Minas Matheus Duarte Santos, Geógrafo Paula Pereira de Souza, Meteorologista Regina Márcia Pimenta de Mello, Bióloga Reginaldo Ventura de Sá, Meteorologista Sérgio Pimenta Costa, Biólogo Vanessa Kelly Saraiva, Química Átalo Pinto Coelho, graduando em Engenharia Ambiental

Apoio Administrativo Marina Francisca Nepomuceno Ilca Martins Flausino

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APOIO:

Coletas de Amostras e Análises

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI – CETEC

Gerência de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Ambiental Marcos Bartasson Tannús - Gerente de P&D Tecnologia Ambiental Cláudia Lauria Fróes Siúves – Bióloga, Responsável Laboratório Cláudia Márcia Perrout Cerqueira – Bióloga, Responsável Laboratório Enrico Sette – Biólogo, Responsável Laboratório Hanna Duarte Almeida Ferraz – Bióloga, Responsável Laboratório Jordana de Oliveira Vieira - Bióloga José Antônio Cardoso, Químico, Coordenador do Projeto Márcia de Arruda Carneiro - Bióloga Marina Andrada Maria - Bióloga Marina Miranda Marques Viana - Responsável Qualidade Mônica Alves Mamão - Bióloga Nathália Mara Pedrosa Chedid – Bióloga, Responsável Laboratório Patrícia Neres dos Santos - Química, Responsável Coleta Patrícia Pedrosa Marques Guimarães - Química, Responsável Laboratório

Gerência de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Química Olguita G. Ferreira Rocha, Química e Bioquímica Farmacêutica - Gerente Andréa Moreira Carvalho Hot de Faria - Química Renata Vilela Cecílio Dias – Química, Responsável Laboratório

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Sumário Índice de Figuras .............................................................. 6 Índice de Tabelas ............................................................. 7 1 Monitoramento da Qualidade das Águas ................................ 8

1.1 Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRH) ..................................................................... 11 1.2 Parâmetros Indicativos da Qualidade das Águas e Frequência de Amostragem ................................................................ 13

1.2.1 Metodologia dos cálculos dos indicadores da qualidade das águas 15

Índice de Qualidade das Águas – IQA ................................ 15 Contaminação por Tóxicos – CT ...................................... 17 Índice de Estado Trófico – IET ....................................... 18 Índice de Conformidade ao Enquadramento – ICE .................. 19 Densidade de Cianobactérias ......................................... 22 Ensaios Ecotoxicológicos ............................................. 22 BMWP ................................................................... 23 Panorama de Cumprimento da Norma ............................... 24

2 Resultados Obtidos em 2013 ............................................ 25 2.1 Climatologia de Precipitação no Estado .......................... 25 2.2 Diagnóstico da Qualidade das Águas Superficiais ................ 28

Índice de Qualidade das Águas – IQA ................................ 28 Contaminação por Tóxicos - CT ...................................... 34 Índice de Estado Trófico - IET ....................................... 42 Índice de Conformidade ao Enquadramento – ICE .................. 47 Densidade de Cianobactérias ......................................... 50 Ensaios Ecotoxicológicos ............................................. 55 Índice biótico “BMWP” ................................................ 57 Panorama de Cumprimento a Norma - PCN ......................... 60

3 Considerações Finais .................................................... 67 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 68

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Pontos de Monitoramento de Qualidade da Água Superficial da Rede Básica em operação em 2013. ......................................... 9 Figura 2: Pontos de Monitoramento de Qualidade da Água Superficial das Redes Dirigidas em operação em 2013 ................................ 10 Figura 3. Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos de Minas Gerais .................................................................. 12 Figura 4: Anomalia de precipitação de 2013 em relação a 2012, por trimestre. ..................................................................... 27 Figura 5: Frequência de ocorrência do IQA trimestral no estado de Minas Gerais ao longo da série histórica de monitoramento. ........... 28 Figura 6: Frequência de ocorrência do IQA trimestral nas bacias hidrográficas de MG nos anos de 2012 e 2013. ........................... 30 Figura 7: Índice de Qualidade da Água no Estado de Minas Gerais em 2013. .......................................................................... 31 Figura 8: Frequência de ocorrência da CT trimestral no estado de Minas Gerais ao longo da série histórica de monitoramento. .................. 35 Figura 9: Frequência de ocorrência da CT trimestral nas bacias hidrográficas de Minas Gerais nos anos de 2012 e 2013. ................ 36 Figura 10: Contaminação por tóxicos no Estado de Minas Gerais em 2013. .......................................................................... 37 Figura 11: Frequência de ocorrência de IET trimestral nas bacias do estado de Minas Gerais no período de 2007 a 2013. ..................... 43 Figura 12: Frequência de ocorrência da IET trimestral nas bacias hidrográficas de Minas Gerais nos anos de 2012 e 2013. ................ 44 Figura 13: Índice de Estado Trófico – IET no Estado de Minas Gerais em 2013. .......................................................................... 45 Figura 14: Frequência de ocorrência do ICE no estado de Minas Gerais para o biênio 2012-2013. .................................................... 47 Figura 15: Índice de Conformidade ao Enquadramento no Estado de Minas Gerais no biênio 2012-2013. ......................................... 48 Figura 16: Frequência de ocorrência do ICE nas bacias hidrográficas de Minas Gerais no biênio 2012-2013. ......................................... 49 Figura 17: Frequência de ocorrência de densidade de cianobactérias em Minas Gerais ao longo da série histórica de monitoramento. ........... 50 Figura 18: Pontos de monitoramento e respectivas classes de densidade de cianobactérias no Estado de Minas Gerais em 2013. ................. 51 Figura 19: Frequência de ocorrência dos resultados de ecotoxicidade em Minas Gerais ao longo da série histórica de monitoramento. ....... 55 Figura 20: Freqüência de ocorrência do BMWP na sub-bacia do rio das Velhas em 2013. .............................................................. 57 Figura 21: Frequência de ocorrência de parâmetros fora dos limites estabelecidos na legislação no Estado de Minas Gerais em 2013 ....... 60 Figura 22 : Panorama de Cumprimento da Norma no Estado de Minas Gerais em 2013. .............................................................. 66

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Pesos atribuídos aos parâmetros para o cálculo do IQA ..... 16 Tabela 2: Classes do Índice de Qualidade da Água e seu Significado. . 17 Tabela 3: Classes da Contaminação por Tóxicos e seus significados. .. 17 Tabela 4: Classes do Índice de Estado Trófico (Rios) e seu Significado. ................................................................................. 19 Tabela 5: Classes do Índice de Conformidade ao Enquadramento e seus Significados ................................................................... 20 Tabela 6: Relação dos parâmetros selecionados para o cálculo do ICE em cada bacia hidrográfica. ................................................ 21 Tabela 7: Classes das densidades de cianobactérias ..................... 22 Tabela 8: Classes do índice BMWP ......................................... 23 Tabela 9: Classificação e critérios do Panorama de Cumprimento da Norma ......................................................................... 25 Tabela 10: Corpos de água que apresentaram as melhores condições de IQA no ano de 2013 no Estado de Minas Gerais. .......................... 32 Tabela 11: Corpos de água que apresentaram as piores condições de IQA no ano de 2013 no Estado de Minas Gerais. .......................... 34 Tabela 12: Corpos de água que apresentaram as piores condições de CT em Minas Gerais no ano de 2013. .......................................... 39 Tabela 13: Corpos de água com graus de eutrofização mais avançados no estado de Minas Gerais em 2013 ........................................ 46 Tabela 14: Corpos de água que apresentaram densidade de cianobactéria igual ou superior a 10.000 cél/mL em Minas Gerais no ano de 2013. .................................................................. 53 Tabela 15: Corpos de água que apresentaram as piores condições em relação aos Ensaios Ecotoxicológicos no ano de 2013 ................... 56 Tabela 16: Corpos de água que apresentaram BMWP Excelente na bacia do rio das Velhas em 2013 .................................................. 58 Tabela 17: Corpos de água que apresentaram BMWP Péssimo na bacia do rio das Velhas em 2013 .................................................. 59 Tabela 18: Percentuais de ocorrência das categorias do Panorama de Cumprimento da Norma nas principais bacias hidrográficas de Minas Gerais em 2013 ............................................................... 62

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1 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS

No estado de Minas Gerais, o monitoramento da qualidade das águas superficiais no Estado é realizado pelo Igam, por meio do Programa Águas de Minas, em execução desde 1997.

Os dezesseis anos de operação da rede de monitoramento vêm demonstrando a sua importância no fornecimento de informações básicas necessárias para a definição de estratégias e da própria avaliação da efetividade do Sistema de Controle Ambiental, sob responsabilidade da SEMAD, e para o Planejamento e Gestão Integrada dos Recursos Hídricos, subsidiando a formação e atuação dos Comitês e Agências de Bacias a cargo do Igam/CERH.

Os principais objetivos desse programa de monitoramento são:

Conhecer e avaliar as condições da qualidade das águas superficiais em Minas Gerais;

Divulgar a situação de qualidade das águas para os usuários e apoiar o estabelecimento de metas de qualidade;

Fornecer subsídios para o planejamento da gestão dos recursos hídricos,

Verificar a efetividade de ações de controle ambiental implementadas e propor prioridades de atuação.

A área de abrangência do programa de monitoramento das águas superficiais inclui as principais bacias dos rios mineiros. O monitoramento básico é realizado em locais estratégicos para acompanhamento da evolução da qualidade das águas, identificação de tendências e apoio a elaboração de diagnósticos (ANA, 2012). A rede básica de monitoramento (macro-rede) em 2013 contava com 544 estações de amostragem distribuídas nas bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Grande, Doce, Paranaíba, Paraíba do Sul, Mucuri, Jequitinhonha, Pardo, Buranhém, Itapemirim, Itabapoana, Itanhém, Itaúnas, Jucuruçu, Peruípe, São Mateus e Piracicaba/Jaguari.

Nas regiões em que são dominantes as pressões ambientais decorrentes de atividades industriais, minerárias e de infra-estrutura, são operadas redes de monitoramento específicas para cada tipo de pressão antrópica, as quais são denominadas redes dirigidas, atualmente com 44 estações. Essas redes têm objetivos específicos, tais como subsidiar as propostas de enquadramento da sub-bacia da Pampulha e acompanhar a qualidade das Águas da Cidade Administrativa de Minas Gerais (CAMG) e Parque Estadual Serra Verde (PESV). Salienta-se que a partir da primeira campanha de 2013 setenta e duas (72) estações de amostragem pertencentes às redes dirigidas de monitoramento foram incorporadas à rede básica. Dessas, 36 estações estão localizadas na sub-bacia do rio das Velhas, 23 na sub-bacia do rio Paracatu, 1 na bacia do rio Urucuia, 11 na sub-bacia do rio Verde Grande e 1 na sub-bacia do rio Calindó. Além das estações das redes dirigidas que passaram a integrar a rede básica, outras 13 novas estações foram implantadas em 2013, sendo 4 delas na bacia do rio Jequitinhonha, 3 na sub-bacia do rio Paraopeba, 1 na bacia do rio Buranhém, 3 na sub-bacia do rio Jequitaí e 2 da bacia do rio Verde Grande.

Os pontos de monitoramento das redes básica e dirigidas são apresentados, respectivamente, na Figura 1 e Figura 2 a seguir.

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Figura 1: Pontos de Monitoramento de Qualidade da Água Superficial da Rede Básica em operação em 2013.

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Monitoramento das águas superficiais de MG em 2013 – Resumo Executivo | 10

Figura 2: Pontos de Monitoramento de Qualidade da Água Superficial das Redes Dirigidas em operação em 2013

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Monitoramento das águas superficiais de MG em 2013 – Resumo Executivo | 11

1.1 Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRH) A preservação e a utilização racional dos recursos hídricos são aspectos importantes para a resolução de problemas agudos relacionados à questão hídrica, visando ao bem estar de todos e à preservação do meio ambiente. A pressão antrópica devido ao desenvolvimento das atividades econômicas e o adensamento populacional de forma desordenada vêm ocasionando crescentes problemas aos recursos hídricos. Em virtude disso, as instâncias públicas e civis mobilizaram-se para a criação de legislação e políticas específicas, a fim de fundamentar a gestão participativa e descentralizada dos recursos hídricos. Visando orientar o planejamento, a estruturação e a formação dos Comitês de Bacia Hidrográfica no Estado, o CERH-MG estabeleceu, por meio da Deliberação Normativa DN N.º 06, de 04 de outubro de 2002, as 36 Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos de Minas Gerais – UPGRH (Figura 3). Nesse contexto, foi necessário selecionar os municípios por UPGRH, tendo-se adotado como princípio que a localização do distrito sede define a inserção do mesmo na Unidade. A única exceção refere-se ao município de Contagem, considerado na UPGRH SF5 (Alto e Médio Cursos do rio das Velhas) embora seu distrito sede esteja localizado na sub-bacia do rio Paraopeba. Tal consideração baseou-se nas características específicas de distribuição da população e atividades econômicas do município, que geram pressões mais representativas na vertente da sub-bacia do rio das Velhas. As UPGRHs, que são unidades físico-territoriais, identificadas dentro das bacias hidrográficas do Estado, apresentam uma identidade regional caracterizada por aspectos físicos, sócio-culturais, econômicos e políticos. Apesar do caráter técnico na concepção dessas unidades, sua definição foi resultado de um consenso entre os vários níveis de decisão relacionados à gestão das águas.

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Monitoramento das águas superficiais de MG em 2013 – Resumo Executivo | 12

Figura 3. Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos de Minas Gerais

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1.2 Parâmetros Indicativos da Qualidade das Águas e Frequência de Amostragem

A poluição das águas tem como origem diversas fontes, pontuais e difusas, associadas ao tipo de uso e ocupação do solo. De um modo geral, foram adotados parâmetros de monitoramento que permitem caracterizar a qualidade da água e o grau de contaminação dos corpos de água.

As campanhas de amostragem são trimestrais para a maioria das estações de monitoramento, com um total anual de 4 campanhas. Para as estações localizadas nas calhas dos rios das Velhas e Doce as campanhas são mensais.

Nas campanhas completas, realizadas em janeiro/fevereiro/março (JFM) e em julho/agosto/setembro (JAS), classificados climatologicamente como períodos de chuva e estiagem, respectivamente, são analisados 51 parâmetros comuns ao conjunto de pontos de amostragem. Nas campanhas intermediárias, realizadas nos meses abril/maio/junho (AMF) e outubro/novembro/dezembro (OND), considerados períodos de transição, são analisados 19 parâmetros genéricos em todos os pontos, além daqueles característicos das fontes poluidoras que contribuem para a área de drenagem da estação de coleta. Em alguns pontos de monitoramento são analisados ainda os parâmetros nitrogênio orgânico, densidade de cianobactérias, cianotoxinas, ensaios de toxicidade crônica e macroinvertebrados bentônicos, sendo que para este último a frequência é anual. No Quadro 1 são apresentados os parâmetros de qualidade de água analisados no estado de Minas Gerais.

Salienta-se que o parâmetro Escherichia coli passou a ser avaliado em contrapartida aos coliformes termotolerantes, a partir da primeira campanha de 2013. Esse fato se deve a estudos atuais que vem mostrando a espécie Escherichia coli como sendo a única indicadora inequívoca de contaminação fecal, humana ou animal, uma vez que foram identificadas algumas poucas espécies de coliformes termotolerantes habitando ambientes naturais apresentando, portanto, limitações como indicadores de contaminação fecal.

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Quadro 1: Parâmetros de qualidade de água avaliados nas estações de amostragem do Programa Águas de Minas.

Parâmetros

Alcalinidade Bicarbonato Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO* Nitrogênio Amoniacal Total*

Alcalinidade Total Demanda Química de Oxigênio – DQO* Nitrogênio Orgânico

Aluminio Dissolvido Densidade de Cianobactérias# Óleos e Graxas

Arsênio Total Dureza (Cálcio) Oxigênio Dissolvido – OD*

Bário Total Dureza (Magnésio) pH in loco*

Boro Total Dureza Total Potássio

Cádmio Total Ensaio de Toxicidade Crônica# Selênio Total

Cálcio Estreptococos Fecais Sódio

Chumbo Total Fenóis Totais Sólidos Dissolvidos*

Cianeto Livre Feofitina* Sólidos em Suspensão*

Cianotoxinas# Ferro Dissolvido Sólidos Totais*

Cloreto Total* Fósforo Total* Substâncias tensoativas

Clorofila a* Macroinvertebrados bentônicos# Sulfatos

Cobre Dissolvido Magnésio Total Sulfetos

Coliformes Termotolerantes/E. coli* Manganês Total Temperatura da Água*

Coliformes Totais* Mercúrio Total Temperatura do Ar*

Condutividade Elétrica in loco* Níquel Total Turbidez*

Cor Verdadeira Nitrato* Zinco Total

Cromo Total Nitrito

*Parâmetros comuns a todos os pontos nas campanhas intermediárias # Parâmetros analisados apenas em pontos específicos

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1.2.1 Metodologia dos cálculos dos indicadores da qualidade das águas

No intuito de traduzir de forma concisa e objetiva para as autoridades e o público a influência que as atividades ligadas aos processos de desenvolvimento provocam na dinâmica ambiental dos ecossistemas aquáticos, foram criados os indicadores de qualidade de águas superficiais.

Para avaliar a situação da qualidade dos recursos hídricos no estado de Minas Gerais, o Programa Águas de Minas utiliza, além dos parâmetros monitorados, os indicadores: Índice de Qualidade das Águas – IQA, Contaminação por Tóxicos – CT, Índice de Estado Trófico- IET, Densidade de Cianobactérias e Ensaios de Ecotoxicidade, sendo que os dois últimos são realizados apenas em alguns pontos específicos.

Índice de Qualidade das Águas – IQA

O IQA foi desenvolvido pela National Sanitation Foundation dos Estados Unidos em 1970, através de pesquisa de opinião junto a vários especialistas da área ambiental. Cada especilista selecionou, a seu critério, os parâmetros relevantes para avaliar a qualidade das águas e estipulou, para cada um deles um peso relativo na série de parâmetros especificados.

O tratamento dos dados da mencionada pesquisa definiu um conjunto de nove (9) parâmetros considerados mais representativos para a caracterização da qualidade das águas: oxigênio dissolvido, coliformes termotolerantes, pH, demanda bioquímica de oxigênio, nitrato, fosfato total, variação da temperatura da água, turbidez e sólidos totais. A cada parâmetro foi atribuído um peso, conforme apresentado na Tabela 1, de acordo com a sua importância relativa no cálculo do IQA. Em 2013, o valor do parâmetro coliformes termotolerantes foi substituído pelo de Escherichia coli no cálculo desse indicador. Na ausência de um dos parâmetros coliformes termotolerantes/E.coli e oxigênio dissolvido o IQA não foi calculado para aqueles pontos. E na ausência dos demais parâmetros, o IQA foi calculado considerando-se os valores dos oito parâmetros, sendo o peso do parâmetro faltante redistribuído entre os demais.

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Monitoramento das águas superficiais de MG em 2013 – Resumo Executivo | 16

Tabela 1: Pesos atribuídos aos parâmetros para o cálculo do IQA

Parâmetro Peso – wi

Oxigênio dissolvido – OD (%ODSat) 0,17

Coliformes termotolerantes *(NMP/100mL) 0,15

pH 0,12

Demanda bioquímica de oxigênio – DBO (mg/L) 0,10

Nitratos (mg/L NO3-) 0,10

Fosfato total (mg/L PO4-2) 0,10

Variação da temperatura (°C) 0,10

Turbidez (UNT) 0,08

Sólidos totais (mg/L) 0,08

*Substituído por E. coli a partir de 2013

As metodologias para o cálculo do IQA consideram duas formulações, uma aditiva e outra multiplicativa. Neste trabalho, adota-se o IQA multiplicativo, que é calculado pela seguinte equação:

∏=

=9

1i

wi

iqIQA

Onde:

IQA = Índice de Qualidade de Água, variando de 0 a 100;

qi = qualidade do parâmetro i obtido através da curva média específica de qualidade;

wi = peso atribuído ao parâmetro, em função de sua importância na qualidade, entre 0 e 1.

Os resultados laboratoriais gerados, alguns deles utilizados no cálculo do IQA, são armazenados em no Sistema de Cálculo de Qualidade da Água - SCQA, que também efetua o cálculo do indicador. Ressalta-se que, no âmbito do Programa Águas de Minas, para o cálculo do IQA considera-se o qs da variação de temperatura constante e igual a 92. Os valores do índice variam entre 0 e 100, conforme a Tabela 2.

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Monitoramento das águas superficiais de MG em 2013 – Resumo Executivo | 17

Tabela 2: Classes do Índice de Qualidade da Água e seu Significado.

Valor do IQA Classes Significado

90 < IQA ≤ 100 Excelente Águas apropriadas para tratamento

convencional visando o abastecimento público.

70 < IQA ≤ 90 Bom

50 < IQA ≤ 70 Médio

25 < IQA ≤ 50 Ruim Águas impróprias para tratamento convencional visando o

abastecimento público, sendo necessários tratamentos mais

avançados. IQA ≤ 25 Muito

Ruim

Fonte: IGAM (2012) e CETESB (2008).

O IQA é particularmente sensível a contaminação por esgotos, sendo um índice de referencia normalmente associado à qualidade da água bruta captada para o abastecimento público após o tratamento. Assim definido, o IQA reflete a interferência por esgotos domésticos e outros materiais orgânicos, nutrientes e sólidos.

Nesse resumo, a análise do IQA foi baseada na avaliação frequência de ocorrência dos resultados de 2013, considerando as estações de amostragem da rede básica de monitoramento distribuídas nas bacias hidrográficas do estado de Minas Gerais.

Contaminação por Tóxicos – CT

A Contaminação por Tóxicos – CT avalia a presença de 13 substâncias tóxicas nos corpos de água, quais sejam: arsênio total, bário total, cádmio total, chumbo total, cianeto livre, cobre dissolvido, cromo total, fenóis totais, mercúrio total, nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal total e zinco total.

Os resultados das análises laboratoriais são comparados com os limites definidos nas classes de enquadramento dos corpos de água pelo Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM e Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH, na Deliberação Normativa Conjunta nº 01/08. A Tabela 3 apresenta as três faixas de classificação para o indicador Contaminação por Tóxicos, bem como o significado de cada uma delas.

Tabela 3: Classes da Contaminação por Tóxicos e seus significados.

Valor CT em relação à classe de enquadramento Contaminação Significado

concentração ≤ 1,2 P Baixa

Refere-se à ocorrência de substâncias tóxicas em concentrações que excedem em

até 20% o limite de classe de enquadramento do trecho do corpo de água onde se localiza a estação de amostragem.

1,2 P < concentração ≤ 2 P Média Refere-se à faixa de concentração que ultrapasse os limites mencionados no

intervalo de 20% a 100%.

concentração > 2P Alta Refere-se às concentrações que excedem em mais de 100% os limites.

Nota: Limite de classe definido na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 01/2008

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A análise da Contaminação por tóxicos foi baseada na avaliação frequência de ocorrência dos resultados de 2013, considerando as estações de amostragem da rede básica de monitoramento distribuídas nas bacias hidrográficas do estado de Minas Gerais. A pior situação identificada no conjunto total de resultados das campanhas de amostragem, para qualquer parâmetro tóxico, define a faixa de contaminação do período em consideração. Portanto, se apenas um dos parâmetros tóxicos em uma dada estação de amostragem mostrar-se com valor acima de 100%, isto é, o dobro da sua concentração limite apontada na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 01/2008, em pelo menos uma das campanhas do ano, a Contaminação por Tóxicos naquela estação de amostragem será considerada Alta no ano em análise.

Índice de Estado Trófico – IET

A eutrofização é o aumento da concentração de nutrientes, especialmente fósforo e nitrogênio, nos ecossistemas aquáticos, que tem como consequência o aumento de suas produtividades. Como decorrência deste processo, o ecossistema aquático passa da condição de oligotrófico e mesotrófico para eutrófico ou mesmo hipereutrófico.

O Índice de Estado Trófico (IET) tem por finalidade classificar corpos de água em diferentes graus de trofia, ou seja, avaliar a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo do fitoplâncton. Os resultados correspondentes ao fósforo, IET(P), devem ser entendidos como uma medida do potencial de eutrofização, já que este nutriente atua como o agente causador do processo. A parte correspondente à clorofila-a, IET(CL), por sua vez, deve ser considerada como uma medida da resposta do corpo hídrico ao agente causador, indicando de forma adequada o nível de crescimento do fitoplâncton devido ao enriquecimento de nutrientes.

Consideram-se diferentes equações para se avaliar os resultados do fósforo total e da clorofila-a nos ambientes lênticos e lóticos.

O crescente aumento dos níveis de clorofila-a e nutrientes, especialmente de fósforo total, nos corpos de água monitorados no Estado tem alertado para o desenvolvimento de estudos que contribuam para um melhor entendimento da relação causa-efeito entre os processos produtivos e seu impacto ambiental em ecossistemas aquáticos. Portanto, a partir do ano de 2008, o Programa Águas de Minas passou a utilizar o IET para contribuir na avaliação da qualidade das águas.

Para o cálculo do Índice do Estado Trófico, foram aplicadas apenas a clorofila-a e o fósforo total, uma vez que os valores de transparência muitas vezes não são representativos do estado de trofia, pois esta pode ser afetada pela elevada turbidez decorrente de material mineral em suspensão e não apenas pela densidade de organismos planctônicos, além de muitas vezes não se dispor desses dados. Desse modo, a transparência foi desconsiderada no cálculo do IET adotado pelo Programa Águas de Minas. Para a classificação deste índice em rios são adotados os estados de trofia apresentados na Tabela 4.

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Tabela 4: Classes do Índice de Estado Trófico (Rios) e seu Significado.

Valor IET Classes Significado

IET ≤ 47 Ultraoligotrófica Corpos de água limpos, de produtividade muito baixa e concentrações insignificantes de nutrientes que acarretam em prejuízos aos usos da água.

47 < IET ≤ 52 Oligotrófica Corpos de água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências indesejáveis sobre o uso da água, decorrentes da presença de nutrientes.

52 < IET ≤ 59 Mesotrófica Corpos de água com produtividade intermediária, com possíveis implicações sobre a qualidade de água, em níveis aceitáveis, na maioria dos casos.

59 < IET ≤ 63 Eutrófica

Corpos de água com alta produtividade em relação às condições naturais, com redução da transparência, em geral afetados por atividades antrópicas, nos quais ocorrem alterações indesejáveis na qualidade da água decorrentes do aumento da concentração de nutrientes e interferências nos seus múltiplos usos.

63 < IET ≤ 67 Supereutrófica

Corpos de água com alta produtividade em relação às condições naturais, de baixa transparência, em geral afetados por atividades antrópicas, nos quais ocorrem com frequência alterações indesejáveis na qualidade da água, como a ocorrência de episódios de florações de algas, e interferências nos seus múltiplos usos.

IET > 67 Hipereutrófica

Corpos de água afetados significativamente pelas elevadas concentrações de matéria orgânica e nutrientes, com comprometimento acentuado nos seus usos, associado a episódios de florações de algas ou mortandades de peixes, com consequências indesejáveis para seus múltiplos usos, inclusive sobre as atividades pecuárias nas regiões ribeirinhas.

Fonte: Cetesb (2008).

O IET foi calculado mediante os resultados obtidos de fósforo e clorofila-a no ano de 2013, em 544 estações. Consideraram-se apenas as estações que apresentaram no mínimo 2 resultados de IET calculado em 2013.

Índice de Conformidade ao Enquadramento – ICE

O Índice de Conformidade ao Enquadramento – ICE avalia a distância entre a qualidade da água atual e a meta estabelecida pelo enquadramento de um corpo de água. O enquadramento não reflete necessariamente a qualidade da água atual, mas a qualidade da água que deveria existir para atender os usos desejados no corpo de água.

O ICE traduz a combinação de três fatores que representam a desconformidade dos parâmetros monitorados em relação aos limites de classe previstos na Deliberação Normativa Conjunta CERH/COPAM nº 01/08. Esses três fatores representam: a abrangência do impacto causado pela desconformidade; a frequência com que as desconformidades ocorrem; e a amplitude da desconformidade, isto é, o desvio em relação ao valor objetivo da variável de qualidade da água.

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Esse indicador foi desenvolvido pelo Canadian Council of Ministers of Environment para o acompanhamento da qualidade de água em relação às metas de enquadramento (CCME, 2001).

O valor do ICE varia de 0 a 100, sendo que aqueles próximos de zero indicam uma situação em que a condição do corpo hídrico está muito distante do enquadramento desejado, enquanto que valores próximos de cem apontam uma situação de conformidade com o enquadramento, considerando-se os parâmetros selecionados para o cálculo do indicador. O resultado do ICE é dividido em cinco categorias, apresentadas de acordo com a Tabela 5.

Tabela 5: Classes do Índice de Conformidade ao Enquadramento e seus Significados Valor ICE Classes Significado

95 < ICE ≤ 100 Ótimo A qualidade de água está protegida com virtual ausência de impactos. A qualidade da água está muito próxima da condição natural.

80 < ICE ≤ 95 Bom

A qualidade da água está protegida, apresentando apenas um pequeno grau de impacto. A qualidade da água raramente se desvia da condição natural ou dos padrões estabelecidos pelo enquadramento.

65 < ICE ≤ 80 Regular A qualidade da água está protegida, mas ocasionalmente ocorrem impactos. A qualidade da água se desvia dos padrões estabelecidos pelo enquadramento.

45 < ICE ≤ 64 Ruim A qualidade da água é frequentemente afetada. Com frequência os parâmetros de qualidade de água não atendem os padrões estabelecidos pelo enquadramento.

ICE ≤ 45 Péssimo A qualidade da água quase sempre está alterada. Os parâmetros de qualidade frequentemente não atendem os padrões estabelecidos pelo enquadramento.

Fonte: CCME (2001) apud ANA (2012).

O ICE foi adaptado com o objetivo de representar os fatores de pressão identificados nas bacias hidrográficas monitoradas no âmbito do Programa Águas de Minas. Para cada bacia hidrográfica, os resultados dos parâmetros analisados em todas as estações de amostragem foram confrontados com seus respectivos limites de classe. Assim, analisou-se a incidência de não conformidade desses parâmetros no biênio 2012 e 2013 para selecionar os parâmetros para o cálculo do ICE. A relação dos parâmetros selecionados para compor o índice em cada bacia hidrográfica pode ser observada na Tabela 6.

Considerando que uma das exigências para o cálculo desse indicador é ter no mínimo quatro resultados para cada parâmetro, foram agrupados os dados de monitoramento registrados em 2012 e 2013. Desta forma, foi possível realizar o cálculo de ICE para 422 pontos de um total de 544 pontos de monitoramento da rede básica, em Minas Gerais.

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Tabela 6: Relação dos parâmetros selecionados para o cálculo do ICE em cada bacia hidrográfica.

BACIA HIDROGRÁFICA RELAÇÃO DOS PARÂMETROS SELECIONADOS

Rio das Velhas Escherichia coli, Manganês total, Fósforo total, Arsênio total, Demanda Bioquímica de

Oxigênio, Sólidos em suspensão totais, Turbidez, Substâncias tensoativas, Oxigênio dissolvido, Nitrogênio amoniacal total, Ferro dissolvido, Coliformes termotolerantes

Rio Doce Escherichia coli, Manganês total, Alumínio dissolvido, Ferro dissolvido, Turbidez, Sólidos em suspensão totais, Cor verdadeira, Fósforo total, Sulfeto, pH in loco, Chumbo total, Cianeto

Livre, Arsênio total, Cobre dissolvido, Coliformes termotolerantes

Rio Grande

Escherichia coli, Ferro dissolvido, Manganês total, Fósforo total, Alumínio dissolvido, Turbidez, Sólidos em suspensão totais, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Cianeto Livre, pH in loco, Oxigênio dissolvido, Sulfeto, Nitrogênio amoniacal total, Substâncias tensoativas,

Coliformes termotolerantes

Rio Jequitinhonha Escherichia coli, Alumínio dissolvido, Manganês total, Ferro dissolvido, Cor verdadeira, Turbidez, Sólidos em suspensão totais, pH in loco, Sulfeto, Fósforo total, Chumbo total,

Oxigênio dissolvido, Cromo total, Clorofila a, Coliformes termotolerantes

Rio Mucuri Ferro dissolvido, Escherichia coli, Manganês total, Alumínio dissolvido, Sulfeto, Cor

verdadeira, Fósforo total, Cianeto Livre, Oxigênio dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio, pH in loco

Rio Pará

Escherichia coli, Ferro dissolvido, Fósforo total, Manganês total, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Oxigênio dissolvido, Sulfeto, Cianeto Livre, Nitrogênio amoniacal total, Alumínio

dissolvido, Turbidez, Substâncias tensoativas, Cobre dissolvido, Sólidos em suspensão totais, Coliformes termotolerantes

Rio Paraíba do Sul

Escherichia coli, Manganês total, Ferro dissolvido, Fósforo total, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Cianeto Livre, Turbidez, Oxigênio dissolvido, Sulfeto, Sólidos em suspensão totais, Substâncias tensoativas, Alumínio dissolvido, Nitrogênio amoniacal total, Cobre dissolvido,

Coliformes termotolerantes

Rio Paranaíba

Escherichia coli, pH in loco, Fósforo total, Manganês total, Ferro dissolvido, Turbidez, Sólidos em suspensão totais, Alumínio dissolvido, Sulfeto, Cor verdadeira, Cianeto Livre, Nitrogênio amoniacal total, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Substâncias tensoativas,

Coliformes termotolerantes

Rio Paraopeba

Escherichia coli, Manganês total, Ferro dissolvido, Fósforo total, Alumínio dissolvido, Sulfeto, Oxigênio dissolvido, Turbidez, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Sólidos em

suspensão totais, Cianeto Livre, Nitrogênio amoniacal total, Substâncias tensoativas, Arsênio total, Coliformes termotolerantes

Rio Pardo Sulfeto, Ferro dissolvido, Escherichia coli, Alumínio dissolvido, Manganês total, pH in loco, Oxigênio dissolvido, Cor verdadeira, Cádmio total, Turbidez

Rio Paracatu Sulfeto, Ferro dissolvido, Escherichia coli, Alumínio dissolvido, Manganês total, pH in loco, Oxigênio dissolvido, Cor verdadeira, Cádmio total, Turbidez

Rio Urucuia Turbidez, Escherichia coli, Alumínio dissolvido, Sólidos em suspensão totais, pH in loco, Sulfeto, Manganês total, Fósforo total, Cobre dissolvido, Cianeto Livre, Fenóis totais

Piracicaba / Jaguari Escherichia coli, Alumínio dissolvido, Ferro dissolvido, Sulfeto, Manganês total, pH in loco,

Fósforo total, Cor verdadeira, Sólidos em suspensão totais, Turbidez, Fenóis totais, Demanda Bioquímica de Oxigênio

Afluentes do Rio Verde Grande

Alumínio dissolvido, Manganês total, Escherichia coli, Oxigênio dissolvido, Sulfeto, Fósforo total, Turbidez, Sólidos em suspensão totais, Cor verdadeira, Cianeto Livre, Demanda

Bioquímica de Oxigênio, Ferro dissolvido, Clorofila a, Chumbo total, Coliformes termotolerantes

Bacias do Leste Ferro dissolvido, Escherichia coli, Cor verdadeira, Alumínio dissolvido, Sulfeto, Manganês

total, Fósforo total, Oxigênio dissolvido, Cianeto Livre, Sólidos em suspensão totais, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Turbidez

Rios Itapemirim / Itabapoana

Escherichia coli, Ferro dissolvido, Manganês total, Alumínio dissolvido, Sulfeto, Fósforo total, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Sólidos em suspensão totais, pH in loco, Oxigênio dissolvido, Cianeto Livre, Substâncias tensoativas, Turbidez, Nitrogênio amoniacal total,

Coliformes termotolerantes Alto Rio São

Francisco e Entorno da Represa de Três

Marias

Escherichia coli, Manganês total, Turbidez, Sólidos em suspensão totais, Ferro dissolvido, Fósforo total, Oxigênio dissolvido, pH in loco, Sulfeto, Demanda Bioquímica de Oxigênio,

Alumínio dissolvido, Fenóis totais, Cor verdadeira, Cobre dissolvido, Coliformes termotolerantes

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Densidade de Cianobactérias

As cianobactérias são micro-organismos presentes em ambientes aquáticos e algumas espécies são capazes de produzir toxinas que podem ser prejudiciais à saúde humana e animal. Frente à sua importância para a qualidade de água e saúde pública e ao objetivo de manter a consonância entre os parâmetros monitorados e a legislação vigente, a avaliação da densidade de cianobactérias foi incluída no monitoramento da qualidade das águas do Estado de Minas Gerais a partir de janeiro de 2007. Para tanto, foi definida uma rede de monitoramento que priorizasse locais em que predominam condições potencialmente propícias ao desenvolvimento de florações de cianobactérias.

Nesse resumo, a avaliação da densidade de cianobactérias foi baseada na frequência de ocorrência dos resultados mensais nos rios das Velhas e Doce e trimestrais nos demais corpos de água, em 191 estações de amostragem da rede básica de monitoramento distribuídas nas bacias hidrográficas do estado de Minas Gerais em 2013.

Os resultados das análises laboratoriais foram comparados aos limites estabelecidos na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 01/08 para cada classe de uso da água: 20.000 cel/mL para corpos de água de classe 1, 50.000 cel/mL para os de classe 2 e 100.000 cel/mL para classe 3. Ressalta-se que no caso de uso da água para recreação de contato primário o valor máximo é de 10.000 cel/mL.

Para facilitar a visualização dos resultados, os mesmos foram divididos em cinco intervalos de valores, como ilustrado na Tabela 7. O resultado de cada estação de monitoramento apresentado no mapa anual refere-se à pior condição verificada nas medições realizadas em 2013.

Tabela 7: Classes das densidades de cianobactérias

Cor Densidade Máxima de Cianobactérias Céls./mL

Até 10.000 céls./ml

>10.000 céls./ml e ≤20.000 céls./ml

>20.000 céls./ml e ≤50.000 céls./ml

> 50.000 céls./ml e ≤ 100.000 céls./ml

Acima de 100.000 céls./ml

Ensaios Ecotoxicológicos

Os Ensaios de Ecotoxicidade consistem na determinação do potencial tóxico de um agente químico ou de uma mistura complexa, sendo os efeitos desses poluentes detectados através da resposta de organismos vivos.

Com ampla utilização nos países desenvolvidos e em uso em alguns estados do Brasil, os testes de toxicidade complementam a metodologia tradicionalmente adotada através de padrões de emissão e de qualidade para controle de poluição das águas. Estes testes são ferramentas importantes para a melhor compreensão dos impactos das atividades econômicas sobre um dado corpo de água. Esse ensaio foi inserido no Programa Águas de Minas a partir da terceira campanha de 2001,

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visando aprimorar as informações referentes à toxicidade causada pelos lançamentos de substâncias tóxicas nos corpos de água.

No Ensaio de Ecotoxicidade Crônica, o organismo aquático utilizado é o microcrustáceo Ceriodaphnia dubia. São utilizadas as denominações Efeito Agudo, Efeito Crônico e Não Tóxico, para descrever os eventuais efeitos deletérios sobre os organismos aquáticos. O Efeito Agudo é caracterizado por uma resposta severa e rápida a um estímulo, a qual se manifesta nos organismos aquáticos em tempos relativamente curtos (0 a 48 horas), sendo o efeito morte o mais observado, podendo-se também notar letargia nas espécies amostradas. O Efeito Crônico caracteriza-se pela resposta a um estímulo que continua por longos períodos (1/10 do ciclo vital até a totalidade da vida) de exposição do organismo ao poluente, que pode ser expressa através de mudanças comportamentais, alterações fisiológicas, genéticas, reprodução, etc.

BMWP

Finalmente, o índice BMWP (Biological Monitoring Working Party Score System) expressa os limites de tolerância à poluição orgânica para a maioria das famílias de macroinvertebrados bentônicos, refletindo assim a qualidade ecológica da água. O resultado da qualidade da água é dado pelo somatório dos scores das famílias encontradas em cada amostra. Os níveis de qualidade são classificados como Péssimo (<25), Ruim (40 a 26), Regular (60 a 41), Bom (80 a 61) e Excelente (<81).

A classificação de qualidade de água e as faixas de índices, adequadas e relacionadas ao BMWP, são apresentadas na Tabela 8.

Tabela 8: Classes do índice BMWP

Classe Índice Biótico Qualidade de água (BMWP)

1 >81 Excelente

2 80 - 61 Bom

3 60 - 41 Regular

4 40 - 26 Ruim

5 <25 Péssimo

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Panorama de Cumprimento da Norma

O Panorama de Cumprimento da Norma (PCN) foi concebido como uma forma do público em geral ter uma visão geral do cumprimento da Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08 nas estações monitoradas em cada bacia hidrográfica. Para isso, foi analisada a quantidade de parâmetros violados em cada estação de monitoramento ao longo do ano de 2013. Os resultados analíticos referentes aos parâmetros monitorados nas águas superficiais foram confrontados com os limites definidos na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº01/2008 de acordo com as respectivas classes de enquadramento.

Com todas essas apurações, obtiveram-se, de um lado, estações onde as águas estiveram em cumprimento da referida norma ao longo do ano e, de outro lado, aquelas onde as águas não estiveram em cumprimento em relação à norma. Assim, como forma de ilustrar o afastamento das condições dos corpos de água em relação ao padrão estabelecido, foi definida a seguinte classificação:

Em cumprimento da norma;

Em descumprimento da norma, o qual se subdivide em:

• próximo do cumprimento da norma;

• distante do cumprimento da norma; e

• muito distante do cumprimento da norma.

Nessa categorização, adotou-se em primeiro lugar o critério quantitativo (parâmetros violados) e, em segundo lugar, o critério qualitativo (percentual de resultados em relação ao limite), conforme a Tabela 9: Classificação e critérios do Panorama de Cumprimento da Norma.

Sendo assim, o critério qualitativo é aplicado apenas para as estações de monitoramento onde o número de parâmetros com limites violados foi inferior a 4. Nessas estações, contaram-se quantos desses parâmetros atingiram valor igual ou superior ao dobro do respectivo limite estabelecido na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08. Aquelas que tiveram mais que um parâmetro nessa situação, são reclassificados para a situação “distante do cumprimento”.

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Tabela 9: Classificação e critérios do Panorama de Cumprimento da Norma Panorama de Cumprimento da

Norma DN 1/08 Critério

Quantitativo Critério Qualitativo Cor Indicativa

Em Cumprimento Nenhum

parâmetro violado

-

Em Descumprimento

Próximo do Cumprimento

Violação de no máximo 4

parâmetros

e, no máximo um parâmetro com valor igual ou superior ao dobro do

seu limite

Distante do Cumprimento

Violação de 5 a 9 parâmetros

Ou, violação de menos de 5 parâmetros, sendo pelo

menos dois deles com valor igual ou superior aos

seus limites

Muito Distante do

Cumprimento

Violação de 10 ou mais

parâmetros -

Com os resultados obtidos, foi feita uma avaliação por agrupamento das estações, no caso deste relatório, por bacia hidrográfica. Dentro desses conjuntos de estações de monitoramento, contaram-se quantas delas apresentaram-se em cada categoria, nas principais bacias hidrográficas mineiras. É importante esclarecer que o PCN é uma classificação determinada por critérios lógicos, e não por cálculos complexos. Por essa razão, não é chamado de índice, mas de panorama, no sentido de permitir uma visão geral.

Espera-se que o PCN possa ser mais uma ferramenta de gestão descentralizada de recursos hídricos, com indicação da situação regional e das estações mais impactadas no Estado de Minas Gerais, possibilitando o acompanhamento da situação da qualidade da água e do sistema de controle de poluição.

2 RESULTADOS OBTIDOS EM 2013

Associado ao monitoramento de qualidade das águas avaliou-se também a precipitação em Minas Gerais, por trimestre, com o intuito de verificar a sua influência nos resultados dos indicadores de qualidade das águas.

2.1 Climatologia de Precipitação no Estado A comparação entre a razão dos totais de precipitação por trimestre nos anos de 2012 e 2013 é apresentada na Figura 4. Valores em torno de zero indicam igualdade da quantidade total de precipitação medida entre o trimestre de 2013, quando comparado ao mesmo trimestre de 2012. Valores acima de zero indicam que o trimestre de 2013 considerado foi mais chuvoso que o de 2012, enquanto que aqueles abaixo de zero indicam que 2013 foi mais seco que o mesmo período de 2012.

Pôde-se verificar que o 1º trimestre (JFM) foi mais chuvoso em 2013 do que em 2012 em quase todas as regiões do Estado de Minas Gerais, à exceção de algumas áreas das regiões Noroeste (SF7), em parte do Norte (SF6), em algumas áreas das

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Regiões do Jequitinhonha (JQ1, JQ2), Rio Doce (DO4), Metropolitana (SF3, SF5 e DO5), Central (GD2 e GD1), Zona da Mata (DO1 e PS2) e Triângulo Mineiro (PN3, PN2 e GD8).

O 2º trimestre (AMJ) representa a primeira metade do período de seca. Em 2013 esse trimestre foi mais chuvoso que no ano anterior no Norte/Nordeste (SF6, SF8, SF9, SF10, PA1, JQ1) e Noroeste (SF7, SF8) do Estado e parte leste da Região Metropolitana (DO3 e DO2). No Sul (GD1, GD3, GD4, GD5, GD6, GD7 e PJ1) do estado, Oeste (SF1, SF2 e GD2), Central (GD1 e GD2), Zona da Mata (PS1, PS2, IB1) e em partes do Triângulo Mineiro (PN3, PN1 e PN2) houve menos chuvas em 2013 do que em 2012. Grande parte da chuva desse período concentrou-se na primeira quinzena do mês de abril que ainda mantém características dos meses de verão.

O 3º trimestre (JAS) corresponde ao final do período seco. Com base na Figura abaixo, este trimestre de 2013 não apresentou variação do acumulado de chuva na maior parte do Estado quando comparado a 2012. No entanto, nesse trimestre de 2013 choveu mais em parte das UPGRHs SF6, SF10, JQ1, SF1, SF2, GD2, GD3, GD5, GD4 e PS1. Por outro lado, nesse período de 2013 choveu menos que em 2012 nas UPGRHs JQ2, DO4, MU1, SM1 e Itanhém e nas regiões sul e central da unidade JQ3 e DO1, DO6 e DO5.

O 4º trimestre (OND) marca o início do período chuvoso. O ano de 2013 foi muito mais chuvoso do que em 2012, devido à precipitação que caiu na segunda metade de dezembro de 2013, quando a cidade de Capelinha ,localizada na UPGRH JQ2, registrou mais 500 mm no mês. Apenas a região Sul, nas UPGRH’s PJ1, GD2, GD5, GD3, GD6, GD7, GD8, e partes do Triângulo referentes às UPGRHs PN1, PN3 e GD8 apresentaram menos chuva do que em 2012 apesar do valor ter ficado em torno da normal climatológica esperada.

De maneira geral concluiu-se que ano de 2013 foi mais chuvoso do que o ano de 2012 segundo a análise de cada trimestre. Apenas o 3º trimestre (JAS) apresentou menor regime de chuva em 2013.

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Figura 4: Anomalia de precipitação de 2013 em relação a 2012, por trimestre.

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2.2 Diagnóstico da Qualidade das Águas Superficiais A avaliação da qualidade das águas superficiais apresentada nesse Resumo Executivo baseia-se nos resultados dos indicadores calculados para a da rede básica de monitoramento operada pelo Igam nas bacias hidrográficas dos rios mineiros, em 2013.

Foram avaliados os percentuais de frequência de ocorrência dos indicadores: Índice de Qualidade das Águas (IQA), Contaminação por Tóxicos (CT), Índice de Estado Trófico (IET) e o Índice de Conformidade ao Enquadramento (ICE), além das cianobactérias, dos ensaios ecotoxicológicos e do Panorama de Cumprimento a Norma (PCN). De modo geral, os resultados da série histórica de monitoramento foram apresentados e os valores de 2013 comparados aos de 2012.

Índice de Qualidade das Águas – IQA

O Índice de Qualidade da Água (IQA), indicador que avalia a contaminação dos corpos hídricos superficiais em decorrência de matéria orgânica e fecal, sólidos e nutrientes, apresentou, ao longo da série histórica de monitoramento, predominância da classificação média (41 a 56% de ocorrência). Exceção foi observada em 2006, quando prevaleceu o IQA Bom, com 40% de frequência. O IQA Excelente foi observado nos anos de 2004 a 2008 (1 a 2% de ocorrência). A análise é baseada na avaliação da frequência de ocorrência do IQA, considerando-se os resultados trimestrais.

Em 2013, o IQA apresentou melhoria em relação aos resultados observados em 2012. Houve um aumento da ocorrência do IQA Bom que passou de 25% em 2012 para 32% em 2013 e predominância do IQA Médio, que reduziu de 55% em 2012 para 46% no ano seguinte (Figura 5). A análise revelou, ainda, que a ocorrência de IQA Ruim apresentou um pequeno incremento, passando de 19% para 20% em 2013 e as ocorrências de IQA Muito Ruim passaram de 1% em 2012 para 2% em 2013.

Figura 5: Frequência de ocorrência do IQA trimestral no estado de Minas Gerais ao longo da série histórica de monitoramento.

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100%

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1998

1999

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2001

2002

2003

2004

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2007

2008

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32%

33%

31% 35

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31% 36

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36% 40

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33%

30%

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22%

18% 25

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50%

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46% 46

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43%

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56% 55

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26%

24%

24% 19

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20%

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Muito Ruim Ruim Médio Bom Excelente

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Monitoramento das águas superficiais de MG em 2013 – Resumo Executivo | 29

Em 2013 verificou-se a melhoria da qualidade das águas das bacias hidrográficas dos rios Itapemirim / Itabapoana, Grande, Paraíba do Sul, Piracicaba/Jaguari, Leste e do rio São Francisco, no Alto São Francisco e entorno da Represa de Três Marias, Pará, Paraopeba, Paracatu, Urucuia, Jequitaí / Pacuí e Pandeiro/Calindó e afluentes do rio Verde Grande, onde houve aumento das ocorrências de IQA Bom e/ou diminuição das ocorrências de IQA Ruim ou Muito Ruim, conforme pode ser observado na Figura 6. Destaca-se a bacia do rio Paracatu, onde se observou um aumento das ocorrências de IQA Bom, que passou de 51% em 2012 para 66% em 2013, com concomitante diminuição dos registros de IQA Médio e Ruim que passaram de 38% e 11%, respectivamente, em 2012 para 30% e 4%, respectivamente em 2013.

Em contrapartida registrou-se piora na qualidade das águas nas bacias dos rios Pardo, Jequitinhonha, Mucuri, Doce e Paranaíba, nas quais foi registrada diminuição das frequências de ocorrência de IQA Bom e/ou aumento das ocorrências de IQA Ruim.

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Monitoramento das águas superficiais de MG em 2013 – Resumo Executivo | 30

Figura 6: Frequência de ocorrência do IQA trimestral nas bacias hidrográficas de MG nos anos de 2012 e 2013.

Na Figura 7 é apresentado o mapa com as médias anuais de IQA obtidas no ano de 2013 nas estações de amostragem do Estado de Minas Gerais. É possível verificar a predominância de IQA Médio em todo o estado. As estações de monitoramento cujos valores da média anual do IQA indicaram qualidade Ruim e Muito Ruim estão concentradas, principalmente, nas regiões de grandes centros urbanos como a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) na sub-bacia do rio das Velhas (SF5), municípios de Nova Serrana e São Gonçalo do Pará na sub-bacia do rio Pará (SF2) e município de Betim na sub-bacia do rio Paraopeba (SF3). Já os corpos de água com qualidade boa estão distribuídos por todo o Estado, podendo-se destacar algumas sub-bacias como as dos rios Paracatu (SF7), Urucuia (SF8) e Pandeiro/Calindó (SF9), onde predominou a ocorrência de IQA Bom.

0%

100%20

12

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

Estado de Minas Gerais

Rio Pardo Rio Jequitinhonha

Rio Mucuri Bacias do Leste

Rios Itapemirim e Itabapoana

Rio Doce Rio Grande Rio Paraíba do Sul

Rio Piracicaba Jaguari

Rio Paranaíba

25% 32

% 45%

45% 51

%

40%

39%

36%

23% 34

%

20% 26

%

16%

16%

16%

30%

11% 22

%

41%

41%

55% 46

%

55%

50% 43

%

41% 52

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55%

73%

54%

56% 63

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59% 69

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71% 61

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52%

46%

19%

20%

5% 6%

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9% 9%

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11%

44% 38

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24%

25% 16

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15%

17%

17% 7%

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1% 2% 1%2%

Muito Ruim Ruim Médio Bom Excelente

0%

100%

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

Estado de Minas Gerais

Bacia do Rio São Francisco

Alto Rio São Francisco e Entorno da

Represa de Três Marias

Rio Pará Rio Paraopeba Rio das Velhas Rio Paracatu Rio Urucuia Rios Jequitaí/Pacuí e

Pandeiro/Calindó

Afluentes do Rio Verde Grande

25% 32

%

26% 37

%

30%

53%

20%

36%

16% 21

%

18% 21

%

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38% 55

%

36%

59%

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52% 47

%

45%

38%

38%

30%

26%

31%

43%

29%

67%

33%

19%

20%

26%

23%

15%

10%

16% 7%

29%

30%

36%

36%

11% 4%

22% 11

%

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20%

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3% 1% 6%

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2% 5% 2%

Muito Ruim Ruim Médio Bom Excelente

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Monitoramento das águas superficiais de MG em 2013 – Resumo Executivo | 31

Figura 7: Índice de Qualidade da Água no Estado de Minas Gerais em 2013.

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Monitoramento das águas superficiais de MG em 2013 – Resumo Executivo | 32

Na Tabela 10 são listados os trechos de corpos hídricos que apresentaram a melhor condição de qualidade de água em todo o Estado, considerando-se a ocorrência de IQA Bom nas quatro campanhas de monitoramento realizadas em 2013.

Destacaram-se as estações localizadas no rio das Velhas a jusante do ribeirão do Funil (AV010), rio Novo próximo de sua foz no rio Pomba (BS046), rio Pomba em Paraoquena (BS054), rio Rubim do Sul próximo a sua foz no rio Jequitinhonha (JE024), rio Pará a montante da confluência com o rio São Francisco (PA019), rio do Peixe na localidade de Rio do Peixe (PA042), rio São Francisco a montante da foz do rio Pará (SF005), rio São Francisco a jusante da foz do rio Pará (SF006), rio Indaiá a montante do reservatório de Três Marias (SF011), ribeirão da Areia próximo de sua foz no rio Urucuia (UR015) e ribeirão Santo André na MG-181, próximo à cidade de Bonfinópolis de Minas (UR016) que apresentaram melhoria em relação ao IQA, passando da faixa de IQA Médio em 2012 para IQA Bom em 2013.

Tabela 10: Corpos de água que apresentaram as melhores condições de IQA no ano de 2013 no Estado de Minas Gerais.

Bacia Corpos de Água Município Estação 1º Tri 2º Tri 3º Tri 4º Tri Média Anual

Rio Grande Rio Grande Colômbia (SP), Planura BG061 77,7 72,4 80,6 75 76,4

Rio Paraopeba

Rio Betim Betim BP088 77 75,6 80,3 70,8 75,9 Ribeirão Casa

Branca Brumadinho BP092 78,7 75,9 79,4 74,1 77

Ribeirão Catarina Brumadinho BP094 73,1 82,8 81,1 76,5 78,4

Rio Paraíba do Sul Rio Novo Cataguases BS046 71,5 76,5 76,3 74,5 74,7

Rio Pomba Santo Antônio de Pádua (RJ) BS054 76,4 71,5 70,9 70,5 72,3

Rio das Velhas

Rio das Velhas Ouro Preto AV010 70,1 71,3 78,8 76,8 74,2

Rio das Velhas Ouro Preto BV001 77,7 74,8 82,5 78 79,2 Córrego Clemente

ou Córrego do Barreiro

Belo Horizonte BV081 73 74 83,1 83,4 78,4

Córrego da Corrente Lassance BV157 75,4 75,8 83,1 76,6 77,7

Rio Jequitinhonha Rio Congonhas Grão Mogol JE002 72,1 76,1 80,4 76,6 76,3

Rio Rubim do Sul Jacinto JE024 76,6 77,2 77,8 76,2 77

Rio Mucuri Rio Pampa Carlos Chagas, Nanuque MU011 76,6 78,1 80,8 73,3 77,2

Rio Pará

Rio Pará Martinho Campos PA019 75,6 79,4 82 75,8 78,2

Rio São João Itatiaiuçu PA036 78,2 77,4 82 72,3 77,5

Rio Lambari Pedra do Indaiá PA040 70,7 78,7 71,2 74,2 73,7

Rio do Peixe Pitangui PA042 75,8 76,1 75,4 74,1 75,4

Córrego do Salobro Pompéu PA044 73,9 79,1 80,3 80,7 78,5

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Tabela 10: Corpos de água que apresentaram as melhores condições de IQA no ano de 2013 no Estado de Minas Gerais.(Continuação)

Bacia Corpos de Água Município Estação 1º Tri 2º Tri 3º Tri 4º Tri Média Anual

Rio Paranaíba

Rio Araguari Araguari, Uberlândia PB019 71,3 79,2 81,5 83,3 78,8

Rio Araguari Araguari, Tupaciguara PB021 74,4 81,9 81,7 76 78,5

Rio São Domingos Limeira do

Oeste, Santa Vitória

PB033 75,1 76,7 78,8 73,4 76

Ribeirão do Inferno Tapira PB057 75,2 82,1 83,8 82 80,8

Rio Jaguari Rio Camanducaia Camanducaia PJ003 75,8 84,6 81,1 76,2 79,4

Rio Paracatu Rio do Sono João Pinheiro PTE019 71,4 80,1 81,1 80,6 78,3

Rio Doce Rio Maquine Catas Altas RD099 80,3 71,1 74,8 76,7 75,7

Alto Rio São Francisco e Entorno da Represa

de Três Marias

Rio São Francisco Abaeté, Martinho Campos

SF005 70,8 76,8 82,3 77,6 76,9

Rio São Francisco Abaeté, Pompéu SF006 74 76 78,8 80,3 77,3

Rio Indaiá Biquinhas SF011 78,7 84,1 83,1 75,5 80,4

Afluentes do Rio Verde Grande Rio Gorutuba Janaúba SFC145 77 83 84,8 78,9 80,9

Rios Jequitaí/Pacuí e Pandeiro/Calindó

Rio Carinhanha Juvenília SF034 80,7 82,4 83 76,4 80,6

Rio Carinhanha Juvenília SFH23 75,4 79,1 81,7 70,4 76,6 Canal de Drenagem Secundária DS-11 Jaíba SFJ04 80,7 80,7 80 70,9 78,1

Canal de Irrigação Secundário CS-10 Jaíba SFJ06 80,9 83,4 83,6 83,4 82,8

Bacias do Leste Rio São Mateus Ataléia, Ecoporanga (ES) SM001 71,8 82 83,8 77,9 78,9

Rio Urucuia

Ribeirão São Vicente Buritis UR010 70,4 73,3 82,1 71,3 74,3

Ribeirão da Areia Arinos, Urucuia UR015 71,7 70,9 75,2 75,9 73,4 Ribeirão Santo

André Bonfinópolis de

Minas UR016 75,6 75,2 78,6 76,3 76,4

Na Tabela 11 são listados os trechos de corpos hídricos que apresentaram a pior condição de qualidade de água no Estado de Minas Gerais, que se refere à ocorrência de IQA Muito Ruim em três ou quatro campanhas do ano, o que acarretou em IQA Muito Ruim na média anual de 2013. Ressalta-se que a estação localizada no Rio Xopotó a jusante de Visconde do Rio Branco (BS077) apresentou piora em relação à média anual do IQA passando de IQA Ruim em 2012 para IQA Muito Ruim em 2013.

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Monitoramento das águas superficiais de MG em 2013 – Resumo Executivo | 34

Tabela 11: Corpos de água que apresentaram as piores condições de IQA no ano de 2013 no Estado de Minas Gerais.

Bacia Corpos de Água Município Estação 1º Tri 2º Tri 3º Tri 4º Tri Média Anual

Rio Paraíba do Sul Rio Xopotó (PS2) Visconde do Rio

Branco BS077 23,6 23,5 21,5 27,2 24

Rio Pará Ribeirão da Fartura Nova Serrana PA020 19,4 18,9 17,6 16,5 18,1

Rio Pará Córrego Buriti ou Córrego do Pinto São Gonçalo do Pará PA034 17,6 19,8 16,2 17,4 17,8

Rio Paraopeba

Ribeirão das Areias ou Riacho

das Pedras Betim BP073 26,2 16,3 21,2 36,3 25

A ocorrência de IQA Muito Ruim constatada nesses corpos de água está associada aos lançamentos de esgotos sanitários dos municípios presentes nessas regiões.

No ribeirão Fartura ou Gama a jusante da cidade de Nova Serrana (PA020) e no córrego do Pinto a jusante do município de São Gonçalo do Pará (PA034), o IQA Muito Ruim pode ser associado também aos efluentes de curtumes e indústrias têxteis e de calçados nos municípios de São Gonçalo do Pará e Nova Serrana.

Na estação de monitoramento no rio Xopotó a jusante de Visconde do Rio Branco (BS077) os efluentes industriais (alimentícias, laticínios, rações, móveis, tinturarias, abate de animais, vernizes), além da extração de pedras e argila são os responsáveis pela ocorrência do IQA Muito Ruim, pois contribuem com o aporte de nutrientes, matéria orgânica e sólidos para o corpo de água.

Na estação localizada no ribeirão das Areias ou riacho das Pedras (BP073) as ocorrências de IQA Muito Ruim estão associadas aos lançamentos de esgotos sanitários e efluentes industriais dos ramos de alimentos, abate de animais, de produção de papelão e de produtos químicos do município de Betim.

Contaminação por Tóxicos - CT

A frequência de ocorrência de CT Baixa foi predominante em 2013 (84%), assim como ao longo da série histórica de monitoramento (variação de 52 a 88% de frequência). Verificou-se uma piora da condição de qualidade das águas em relação a ees indicador devido ao aumento da ocorrência de CT Alta, que passou de 7% em 2012 para 9% em 2013 e da permanência de 7% da frequência de CT Média (Figura 8).

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Monitoramento das águas superficiais de MG em 2013 – Resumo Executivo | 35

Figura 8: Frequência de ocorrência da CT trimestral no estado de Minas Gerais ao longo da série histórica de monitoramento.

Observou-se melhoria da qualidade das águas com relação às frequências de ocorrência da CT nas bacias dos rios Pardo, Jequitinhonha, Leste, Itabapoana/Itapemirim e Piracicaba/Jaguari, Paracatu, Urucuia e Afluentes do rio Verde Grande. Destacam-se as bacias dos rios Pardo, Itapemirim e Itabapoana que apresentaram CT Baixa em 100% das amostragens realizadas em 2013.

Por outro lado, constatou-se piora em relação à CT nas bacias dos rios Mucuri, Doce, Grande, Paraíba do Sul e na bacia do rio São Francisco no Alto São Francisco e Entorno da represa de Três Marias, Pará, Paraopeba e Jequitaí/Pacuí, com aumento dos registros de CT Alta em 2013, quando comparado a 2012. Nas bacias dos rios Paranaíba e Velhas a piora da condição de qualidade das águas está associada ao aumento da frequência de CT Média, conforme pode ser observado na Figura 9. Ressalta-se que a situação mais crítica de qualidade em relação à presença de contaminantes tóxicos encontra-se na bacia do rio das Velhas, que apresentou 14% de frequência de CT Média e 26% de CT Alta em 2013.

0%

100%

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

65%

55%

57%

52%

54% 62

% 77%

69%

85%

84% 88

%

82%

83%

84%

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%

84%

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13% 15

%

23% 20% 20

%

13%

17%

9% 8%

5%

7% 7% 6%

12% 7% 7%26%

32% 28%

26%

25% 18

% 11%

14% 6% 8% 6%

11%

10%

10%

9% 7% 9%

ALTA MÉDIA BAIXA

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Monitoramento das águas superficiais de MG em 2013 – Resumo Executivo | 36

Figura 9: Frequência de ocorrência da CT trimestral nas bacias hidrográficas de Minas Gerais nos anos de 2012 e 2013.

O mapa com o resultado anual de CT obtido em 2013 é apresentado na Figura 10. Observa-se a predominância da contaminação Baixa em todo o estado. Também se observa que a contaminação Média apresenta-se dispersa em pontos de todas as bacias hidrográficas. Já a contaminação Alta ocorre principalmente próxima a grandes centros urbanos como a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em toda a extensão do rio das Velhas, além das sub-bacias do rio Pará e dos afluentes do rio Verde Grande. Essa condição é favorecida pela presença de áreas urbanas, indústrias, mineração e uso de insumos agrícolas nessas regiões.

0%

100%20

12

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

Estado de Minas Gerais

Rio Pardo Rio Jequitinhonha

Rio Mucuri Bacias do Leste Rios Itapemirim e Itabapoana

Rio Doce Rio Grande Rio Paraíba do Sul

Rio Piracicaba Jaguari

Rio Paranaíba

86%

84% 95

% 100%

93% 97

%

98%

98%

87% 91

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94% 10

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95%

94%

91%

87% 94

%

86% 86

% 97%

98%

96%

7% 7%

5% 7%

2%

13% 6%

6% 4% 4%

8%

7%

6%

7%

14%

3% 1% 3%

7% 9% 3% 2% 3% 1% 2% 1% 6% 1% 7% 1% 1%

Alta Média Baixa

0%

100%

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

Estado de Minas Gerais

Bacia do Rio São Francisco

Alto Rio São Francisco e Entorno da

Represa de Três Marias

Rio Pará Rio Paraopeba Rio das Velhas Rio Paracatu Rio Urucuia Rios Jequitaí/Pacuí e

Pandeiro/Calindó

Afluentes do Rio Verde Grande

86%

84%

78%

77%

95%

95%

86%

84% 93

%

82%

61%

59%

89%

91% 96

%

98%

92%

92%

75% 81

%

7% 7%

9% 9%

5% 4%

5% 3%

3%

11%

12%

14%

10% 4%

4%2%

7% 3%

16% 8%

7% 9% 13%15%

1%9%

13%

3%

8%

26%

26%

2%

5%

1%4%

8% 11%

Alta Média Baixa

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Figura 10: Contaminação por tóxicos no Estado de Minas Gerais em 2013.

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Os percentuais de ocorrência de CT Média e/ou Alta no estado de Minas Gerais em 2013 estão associados principalmente às elevadas concentrações dos seguintes parâmetros:

Arsênio Total (31%): Bacias dos rios afluentes do rio Verde Grande, das Velhas, Doce, Jequitinhonha, Paracatu, Paraopeba, Jequitaí/Pacuí e Pandeiro/Calindó.

Nitrogênio Amoniacal Total (24%): Bacias dos rios Afluentes do Rio Verde Grande, das Velhas, Grande, Pará, Paraíba do Sul, Paranaíba, Paraopeba, Jequitaí/Pacuí e Pandeiro/Calindó.

Cianeto livre (20%): Bacias dos rios Afluentes do Rio Verde Grande, do Leste, das Velhas, Doce, Grande, Mucuri, Pará, Paraíba do Sul, Paranaíba, Paraopeba e Rios Jequitaí/Pacuí e Pandeiro/Calindó.

Chumbo Total (9%): Bacias dos rios Afluentes do Rio Verde Grande, Alto Rio São Francisco e Entorno da Represa de Três Marias, das Velhas, Doce, Grande, Jequitinhonha, Paraíba do Sul, Paranaíba, Paraopeba, e Rios Jequitaí/Pacuí e Pandeiro/Calindó.

Fenóis Totais (8%): Bacias dos rios Alto Rio São Francisco e Entorno da Represa de Três Marias, das Velhas, Doce, Grande, Piracicaba/Jaguari, Jequitinhonha, Pará, Paracatu, Paraíba do Sul, Paranaíba, Paraopeba, Urucuia, Jequitaí/Pacuí e Pandeiro/Calindó.

Cobre (4%): Bacias dos rios Afluentes do Rio Verde Grande, Alto Rio São Francisco e Entorno da Represa de Três Marias, das Velhas, Doce, Pará, Paraíba do Sul , Jequitaí/Pacuí e Pandeiro/Calindó.

Cádmio Total (1%): Bacia do rio Paraíba do Sul.

Cromo (1%): Bacias dos rios Afluentes do Rio Verde Grande, Grande e Pará.

Zinco Total (1%): Bacias dos rios das Velhas, Paraíba do Sul e Paraopeba.

Na Tabela 12 são listadas as estações de monitoramento que apresentaram Contaminação por Tóxicos Média e/ou Alta nas campanhas realizadas no ano de 2013, representado as piores condições no estado de Minas Gerais. Vale destacar que das 23 estações listadas 14 encontram-se na bacia do rio Velhas.

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Tabela 12: Corpos de água que apresentaram as piores condições de CT em Minas Gerais no ano de 2013.

Bacia Corpo de Água Estação Municípios 1º Tri 2º Tri 3º Tri 4º Tri CT

Final Parâmetros Responsáveis pela CT Média e/ou Alta

Rio Grande Ribeirão Caieiro BG008 Barbacena MÉDIA ALTA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio amoniacal e

cianeto

Rio Paraopeba

Ribeirão das Areias ou Riacho das Pedras

BP073 Betim ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio Amoniacal, Zinco Total, Cianeto

Córrego Pintado BP075 Ibirité MÉDIA MÉDIA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio amoniacal e

cianeto Rio Paraíba do Sul Ribeirão Ubá BS071 Ubá MÉDIA MÉDIA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio amoniacal e

cianeto

Rio das Velhas

Córrego da Mina AV320 Raposos ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA Arsênio Total, Cobre,

Cianeto, Mercúrio Total Ribeirão Água Suja BV062 Nova Lima ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio Amoniacal,

Arsênio Total, Cianeto,

Rio das Velhas BV141 Santana de

Pirapama ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio Amoniacal, Arsênio Total, Cianeto, Chumbo Total

Rio das Velhas BV142

Inimutaba /Presidente Juscelino

ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio Amoniacal, Arsênio Total, Cianeto

Rio das Velhas BV146

Augusto de Lima / Corinto

ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio Amoniacal, Arsênio Total

Rio das Velhas BV148 Várzea da

Palma ALTA MÉDIA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio Amoniacal, Arsênio Total, Cianeto, Chumbo e Fenóis totais

Rio das Velhas BV149 Várzea da

Palma MÉDIA ALTA ALTA ALTA ALTA Arsênio Total, Chumbo e Fenóis totais

Rio das Velhas BV150 Santo

Hipólito ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio Amoniacal, Arsênio Total, Cianeto, Chumbo e Fenóis totais

Rio das Velhas BV151 Lassance ALTA MÉDIA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio Amoniacal,

Arsênio Total e Cianeto Rio das Velhas BV152 Santo

Hipólito ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio Amoniacal, Arsênio Total e Cianeto

Rio das Velhas BV156 Baldim ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA

Nitrogênio Amoniacal, Arsênio Total, Chumbo total, Cianeto, Zinco Total

Ribeirão Poderoso SC14 Santa Luzia ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio Amoniacal,

Cianeto e Fenóis totais

Córrego do Diogo SC25 Sete Lagoas ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA

Nitrogênio Amoniacal, Nitrato, Cianeto, Chumbo Total

Ribeirão do Matadouro SC26 Sete Lagoas ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio Amoniacal e

Cianeto

Rio Pará

Ribeirão da Fartura PA020 Nova

Serrana ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio amoniacal e cianeto

Córrego Buriti ou Córrego do Pinto

PA034 São Gonçalo do Pará

ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA Nitrogênio Amoniacal, Cianeto, Cromo

Rio Paracatu Córrego Rico PT005 Paracatu MÉDIA ALTA ALTA ALTA ALTA Arsênio Total

Rio Doce Rio do Carmo RD009 Mariana MÉDIA ALTA MÉDIA MÉDIA ALTA Arsênio Total Afluentes do Rio Verde Grande

Ribeirão dos Vieiras ou Rio dos Vieiras

VG003 Montes Claros ALTA ALTA ALTA MÉDIA ALTA Nitrogênio Amoniacal

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A seguir serão apresentadas as possíveis causas das ocorrências dos parâmetros responsáveis pelas ocorrências de CT Média e/ou Alta nas estações descritas na Tabela 12.

Nitrogênio Amoniacal total: as ocorrências de CT Média e/ou Alta na bacia do rio das Velhas estão associadas aos lançamentos dos esgotos domésticos dos municípios de Santa Luzia, Sete Lagoas, Baldim, Santana de Pirapama, Santo Hipólito e Várzea da Palma, bem como dos efluentes de indústrias de bebidas, curtume, laticínios e têxteis presentes nessas regiões.

No ribeirão Caieiro próximo de sua foz no rio das Mortes (BG008), os lançamentos de efluentes domésticos e industriais dos ramos de abatedouro e laticínios do município de Barbacena contribuem para violação dos teores de nitrogênio amoniacal.

As ocorrências de nitrogênio amoniacal verificadas na bacia do rio Paraopeba no ribeirão das Areias em Betim (BP073) e no córrego Pintado a jusante da Represa da REGAP (BP075) são em função dos lançamentos de esgotos domésticos dos municípios de Betim e Ibirité, bem como da presença de indústrias alimentícias, de fabricação de peças automotivas, de papel e de refino de petróleo situadas em Betim.

Os lançamentos de esgotos sanitários e efluentes industriais dos ramos de adubos, alimentícia, tinturaria e abate de animais provenientes do município de Ubá são responsáveis pelas ocorrências de nitrogênio no rio Ubá a jusante da cidade de Ubá (BS071).

No córrego do Pinto ou córrego Buriti a jusante do município de São Gonçalo do Pará (PA034) o lançamento do esgoto sanitário de São Gonçalo do Pará, bem como a presença de curtumes e indústrias têxteis na região contribuem para a ocorrência de CT Alta devido ao parâmetro nitrogênio amoniacal. Já no ribeirão Fartura ou Gama a jusante da cidade de Nova Serrana (PA020), as ocorrências de nitrogênio amoniacal estão associadas ao lançamento dos esgotos domésticos da cidade de Nova Serrana.

No ribeirão dos Vieiras a jusante da cidade de Montes Claros (VG003) a ocorrência de CT Alta devido ao parâmetro nitrogênio amoniacal pode ser decorrente dos lançamentos dos esgotos domésticos da cidade, bem como dos lançamentos de efluentes de frigoríficos e de matadouros presentes na região.

Nitrato: Os lançamentos de esgotos domésticos do município de Sete Lagoas, bem como os lançamentos de efluentes industriais dos ramos de produção de rações, matadouros, de bebidas e têxteis desse município são responsáveis pelas ocorrências de nitrato nas águas do córrego do Diogo em Sete Lagoas (SC25).

Fenóis totais: Foram registradas violações de fenóis em cinco estações de amostragem localizadas na bacia do rio das Velhas, quais sejam: no córrego da Mina (AV320), no ribeirão Poderoso (SC14) e no rio das Velhas (BV148, BV149 e BV150). O beneficiamento de minério de ouro desenvolvido no município de Nova Lima, bem como os lançamentos de esgotos domésticos de alguns bairros desse município são responsáveis pelas ocorrências de fenóis no córrego da Mina (AV320). No ribeirão Poderoso (SC14) os lançamentos de esgotos domésticos e efluentes de indústrias de produção de cerâmica, rações e de produtos químicos do município de Santa Luzia originam as violações dos teores de fenóis nesse corpo de água. Na calha do rio das Velhas a jusante do rio Paraúna (BV150), na cidade de Várzea da Palma (BV148) e a montante da sua foz no rio São Francisco (BV149) as violações de fenóis são em função das atividades

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agrossilvipastoris desenvolvidas nas regiões de Senhora da Glória e Várzea da Palma, bem como o desenvolvimento de atividades de produção de ligas metálicas em Várzea da Palma.

Arsênio Total: As fontes de arsênio na bacia do rio das Velhas concentram-se em seu alto curso, região de Nova Lima, onde estão localizadas as fontes naturais. Entretanto, o beneficiamento de minério de ouro contribui para sua disponibilização para o corpo de água.

Em relação à bacia do rio Doce vale saber que no distrito de Passagem de Mariana funcionaram, por várias décadas, fábricas de óxido de arsênio, aproveitado como subproduto do minério. Os rejeitos de minério ricos em arsênio foram estocados às margens de riachos ou lançados diretamente nas drenagens, provocando grande comprometimento ambiental do solo e da água na região. Os resultados de arsênio no rio do Carmo no trecho que cruza o município de Mariana podem estar associados, portanto, a este cenário de degradação do passado. Atividades minerárias na bacia do rio Doce também contribuem com os valores observados para esse parâmetro.

No córrego Rico a jusante da cidade de Paracatu (PT005) as ocorrências de arsênio estão associadas às atividades de mineração de ouro desenvolvidas nesse município.

Cianeto Livre: As ocorrências de cianeto livre na estação de amostragem localizada no córrego do Pinto ou Buriti a jusante do município de São Gonçalo do Pará (PA034) podem estar associadas às atividades das indústrias de calçados e metalurgia situadas nesse município.

A presença de cianeto livre no ribeirão Caieiro próximo de sua foz no rio das Mortes (BG008) pode estar associada ao desenvolvimento de atividades de produção de concreto asfáltico e as indústrias têxteis presentes no município de Barbacena.

Na bacia do rio Paraopeba as ocorrências de cianeto livre no ribeirão das Areias em Betim (BP073) e no córrego Pintado a jusante da Represa da REGAP (BP075) são em função dos lançamentos de efluentes industriais dos ramos de fabricação de peças automotivas, de papel e de refino de petróleo presentes no município de Betim.

Nas águas do ribeirão Ubá (BS071) as violações de cianeto estão associadas à presença de fábricas de móveis com tratamento químico superficial, atividades de galvanoplastia, usinas de produção de concreto e fabricação de papelão desenvolvidas no município de Ubá.

As ocorrências de cianeto no ribeirão Fartura ou Gama (PA020) estão associadas aos lançamentos de efluentes de indústrias de fabricação de calçados, de materiais plásticos e de siderúrgicas presentes no município de Nova Serrana. No córrego do Pinto ou Buriti (PA034) essas ocorrências são em função da presença de indústrias siderúrgicas e têxteis no município de São Gonçalo do Pará.

Na bacia do rio das Velhas a presença de cianeto pode ser em função do desenvolvimento de atividades agrossilvipastoris na região de Baldim, Santana de Pirapama, Cordisburgo, Curvelo e Corinto, o que pode ter acarretado as violações desse parâmetro nas estações de amostragem localizadas no rio das Velhas a jusante do rio Jabuticatubas (BV156), cidade de Santana de Pirapama (BV141), a jusante do ribeirão Santo Antônio (BV142), a jusante do rio Paraúna (BV150), entre os rios Paraúna e Pardo Grande (BV152), a jusante do córrego do Vinho em Lassance (BV150) e na cidade de Várzea da Palma (BV148). A presença de atividades de produção de ligas metálicas em

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Várzea da Palma também pode ter favorecido essas ocorrências nas estações do rio das Velhas na cidade de Várzea da Palma (BV148) e a montante da sua foz no rio São Francisco (BV149). As atividades de beneficiamento de minério de ouro no município de Nova Lima podem ser responsáveis pela presença de cianeto nas águas do córrego da Mina (AV320) e no ribeirão Água Suja (BV062). As ocorrências de cianeto no córrego do Diogo (SC25) e no ribeirão do Matadouro (SC26) estão associadas ao pólo industrial do município de Sete Lagoas, especialmente do ramo siderúrgico.

Zinco total: Na estação localizada no riacho das Pedras ou Ribeirão das Areias em Betim, a montante de sua foz no rio Betim (BP073) o lançamento de efluentes industriais (metalurgia, papéis e tintas) da cidade de Betim são responsáveis pelas ocorrências desse parâmetro. Já na estação de amostragem localizada no rio das Velhas a jusante do rio Jabuticatubas (BV156) as ocorrências de zinco podem ser em função das atividades de agricultura desenvolvidas na região de Baldim. Destaca-se que as violações na estação BV156 ocorreram nos meses de abril e dezembro (período chuvoso), reforçando a contribuição por poluição de origem difusa oriunda principalmente por atividades de agricultura.

Cobre Dissolvido: As atividades de beneficiamento de minério de ouro no município de Nova Lima podem ter favorecido a disponibilização de cobre para as águas do córrego da Mina (AV320).

Mercúrio total: A ocorrência de mercúrio na estação de amostragem localizada no córrego da Mina a montante do rio das Velhas (AV320) está associada ao desenvolvimento de atividades de beneficiamento de minério de ouro no município de Nova Lima.

Chumbo total: O chumbo foi responsável pela CT Alta em cinco estações de amostragem localizadas no rio das Velhas e uma no córrego do Diogo. Na calha do rio das Velhas as violações de chumbo ocorreram a jusante do rio Jabuticatubas (BV156), na cidade de Santana de Pirapama (BV141), a jusante do rio Paraúna (BV150), na cidade de Várzea da Palma (BV148) e a montante da sua foz no rio São Francisco (BV149). Essas ocorrências estão associadas ao desenvolvimento de atividades agrossilvipastoris nessa região, além de atividades de produção de ligas metálicas em Várzea da Palma. No córrego do Diogo a origem da presença de chumbo em suas águas pode ser em função de atividades de metalurgia desenvolvidas em Sete Lagoas.

Cromo total: Na estação localizada no córrego do Pinto ou Córrego Buriti a jusante do município de São Gonçalo do Pará (PA034) a violação de cromo total pode estar associada à presença de metalurgia e curtumes nesse município.

Índice de Estado Trófico - IET

Para avaliar o potencial de eutrofização foi calculado o Índice de Estado Trófico (IET) a partir dos valores de fósforo e clorofila-a obtidos no período de 2007 a 2013 em Minas Gerais. As análises foram realizadas em 544 estações de monitoramento, sendo a grande maioria, 99,7% das estações, localizadas em corpos de águas lóticos.

Como mostrado na Figura 11, verificou-se o predomínio das categorias mais baixas do IET (Ultraoligotrófico, Oligotrófico e Mesotrófico), as quais conjuntamente representaram 77% dos resultados obtidos em 2013, refletindo, de um modo geral, uma boa condição da qualidade das águas. Por outro lado, as condições mais favoráveis à eutrofização

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(crescimento da biomassa algal), representadas pelas categorias mais altas do IET (Eutrófico, Supereutrófico e Hipereutrófico) somaram 23% dos resultados. Quando comparado aos anos anteriores, em 2013 registrou-se a melhor condição de qualidade observada ao longo da série de monitoramento, segundo esse indicador.

Figura 11: Frequência de ocorrência de IET trimestral nas bacias do estado de Minas Gerais no período de 2007 a 2013.

Ao comparar os resultados de IET obtidos em 2012 e 2013, por bacia hidrográfica (Figura 12), verificou-se que as categorias mais baixas do IET (Ultraoligotrófico, Oligotrófico e Mesotrófico) apresentaram um aumento, quando somadas, em todas as bacias hidrográficas do estado de Minas Gerais. Destacaram-se as bacias dos rios Urucuia, Mucuri e Leste que registraram os maiores percentuais dos graus de baixa trofia (92%, 93% e 93%, respectivamente), sendo consideradas as de melhor condição de qualidade de acordo com esse indicador.

Por outro lado, a bacia hidrográfica do rio das Velhas apresentou a condição mais crítica em relação à eutrofização, com registros dos graus mais elevados do IET (eutrófico, supereutrófico e hipereutrófico) em 49% das amostras analisadas em 2013.

0%

100%

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

6% 6%14% 14% 9%

16% 16%12% 9%

13% 12%9%

13%27%

38% 38%

35% 37%42%

38%

33%20% 20%

16% 17% 19%15%

11%13% 13%11% 10% 11% 8%

8%12% 14% 11% 11% 10% 10% 4%

Hipereutrófico Supereutrófico Eutrófico Mesotrófico Oligotrófico Ultraoligotrófico

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Figura 12: Frequência de ocorrência da IET trimestral nas bacias hidrográficas de Minas Gerais nos anos de 2012 e 2013.

O mapa com o resultado anual do IET obtido em 2013 é apresentado na Figura 13. Observou-se a predominância das faixas de IET Mesotrófico e Oligotrófico em todo o estado. Também se verificou que as faixas Supereutrófica e Hipereutrófica ocorreram principalmente próximas a grandes centros urbanos como Betim, Sete Lagoas, Santa Luzia, Contagem e Belo Horizonte, em toda a extensão do rio das Velhas, e Montes Claros, na sub-bacia do rio Verde Grande. Essa condição é favorecida pela presença de áreas urbanas, indústrias, mineração e uso de insumos agrícolas nessas regiões.

0%

100%

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

Estado de Minas Gerais

Rio Pardo Rio Jequitinhonha

Rio Mucuri Bacias do Leste Rios Itapemirim e Itabapoana

Rio Doce Rio Grande Rio Paraíba do Sul

Rio Piracicaba Jaguari

Rio Paranaíba

16%

16%

5% 7% 15%

5%

18%

15%

13% 25

%

17%

16% 23%

13% 24

%

22%

40%

19%

21% 27%

13%

27%

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50%

17%

30%

23%

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33%

11%

30%

11%

25% 13

% 30%

9% 53%

27%

31%38

%

33%

55%

35%

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55%

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44%

38%

25%

52%

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41% 44

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38%

34%

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17%

36%

30%

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30%

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14% 7% 11

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7%

30%

7%

44%

17%

15% 9%

14% 10

%

20% 8% 9% 11

%

12% 8%

8%8% 6% 9% 5%

7% 4% 3%6%

7% 3% 4%

3%1% 3%

10%

4%

5% 6% 5% 5%

2% 2%5%

1% 2% 2% 3% 1%

Hipereutrófico Supereutrófico Eutrófico Mesotrófico Oligotrófico Ultraoligotrófico

0%

100%

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

Estado de Minas Gerais

Bacia do Rio São Francisco

Alto Rio São Francisco e Entorno da

Represa de Três Marias

Rio Pará Rio Paraopeba Rio das Velhas Rio Paracatu Rio Urucuia Rios Jequitaí/Pacuí e

Pandeiro/Calindó

Afluentes do Rio Verde Grande

16%

16%

13%

15% 28

%

17% 26

%

20%

24%

7% 8% 15%

8%

23%

16%

20%

1%

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5% 10%

13%

27%

11%

24% 8% 36

%

12% 29%

8%

19%

11%

16%

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33%

18%

49%

15%

29%

5%

25%

38%

33%

32%

29%

37%

31%

26%

37%

31%

43%

27%

20% 44

%

37%

39%

24%

33%

30%

33%

28%

15%

11%

15%

14% 17

%

9%

9%

9%

19%

20%

13%

16%

17%

2%

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21%

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20%

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8%

8%

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8%

8%

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18%

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17%

7%

3% 3%

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10%

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13%

4% 2% 2%

22%

2%

13% 8%

Hipereutrófico Supereutrófico Eutrófico Mesotrófico Oligotrófico Ultraoligotrófico

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Figura 13: Índice de Estado Trófico – IET no Estado de Minas Gerais em 2013.

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Na Tabela 13 são listadas as estações de monitoramento que apresentaram grau de eutrofização mais avançado (IET Hipereutrófico) nos corpos de água do estado de Minas Gerais em pelo menos duas campanhas realizadas em 2013. Ressalta-se que os piores resultados em relação ao IET foram registrados no ribeirão Poderoso em Santa Luzia (SC14) e ribeirão do Matadouro em Sete Lagoas (SC26), uma vez que esses trechos apresentaram a pior condição de IET (hipereutrófico) nas quatro campanhas realizadas no ano em questão. Esses resultados confirmam o impacto do aporte de nutrientes provenientes de lançamentos de esgotos sanitários dos municípios de Santa Luzia e Sete Lagoas, ambos na bacia do rio das Velhas. De acordo com a CETESB (2008), esses resultados indicam que esses corpos de água são afetados significativamente pelas elevadas concentrações de matéria orgânica e nutrientes, com comprometimento acentuado dos seus usos, associado a episódios de florações de algas ou mortandades de peixes, com consequências indesejáveis para seus múltiplos usos, inclusive sobre as atividades pecuárias nas regiões ribeirinhas.

Tabela 13: Corpos de água com graus de eutrofização mais avançados no estado de Minas Gerais em 2013

Bacia / Sub-Bacia

Corpo de água Estação Município 1º Tri 2º Tri 3º Tri 4º Tri Média

Anual IET

Rio Paraopeba

Ribeirão das Areias o BP073 Betim 68,7 80,3 61,9 59,9 67,7

Rio Pomba Rio Xopotó BS077 Visconde do Rio Branco

62,7 63,5 68,6 69,1 66

Rio Araçuaí Rio Araçuaí JE015 Berilo 69,9 55,1 51 68,9 61,2

Rio das Velhas

Ribeirão do Onça BV154 Santa Luzia 72,8 71,1 59,4 70,8 68,6

Ribeirão do Onça SC10 Santa Luzia 69,9 68,7 58,2 67,3 66

Ribeirão Poderoso SC14 Santa Luzia 72,7 77,2 70,5 71,8 73,1

Rio das Velhas SC16 Santa Luzia 65,2 69,1 58,7 67,8 66,1

Ribeirão do Matadouro SC26 Sete

Lagoas 75 71,4 71 67,3 71,2

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Índice de Conformidade ao Enquadramento – ICE

Na Figura 14 é apresentada a frequência de ocorrência dos resultados do Índice de Conformidade ao Enquadramento (ICE) para o estado de Minas Gerais, obtidos no biênio 2012-2013. Verificou-se que a maior parte das estações de amostragem apresentou ICE Ruim (35%), seguida da condição Regular que foi verificada em 29% das estações. Das estações avaliadas 21% apresentaram ICE Péssimo, seguidas de 14% de ICE Bom e 1% de ICE Ótimo.

Figura 14: Frequência de ocorrência do ICE no estado de Minas Gerais para o biênio 2012-2013.

Na Figura 15 é apresentado o mapa com o resultado final do ICE do biênio 2012-2013, calculado a partir dos valores dos parâmetros selecionados para o cálculo desse indicador. As faixas de ICE Ruim e Regular, predominantes no Estado, indicam respectivamente que a qualidade da água é frequentemente afetada (ICE Ruim) ou que a qualidade da água está protegida, mas ocasionalmente ocorrem impactos (ICE Regular) e apareceram de forma disseminada em todo o estado de Minas Gerais.

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Figura 15: Índice de Conformidade ao Enquadramento no Estado de Minas Gerais no biênio 2012-2013.

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Na Figura 16 é apresentada a frequência de ocorrência do ICE do biênio 2012-2013 para as principais bacias hidrográficas de Minas Gerais. A melhor condição, que indica que a qualidade de água está protegida com virtual ausência de impactos (ICE Ótimo), foi observada nas bacias dos rios Grande, Paranaíba e nos rios Pandeiros/Calindó. Nessas bacias o ICE Ótimo foi registrado, respectivamente, nas estações localizadas no rio Grande a jusante do Reservatório de Furnas (BG051), no rio Araguari a jusante do reservatório de Miranda (PB019) e no rio Carinhanha a montante da sua foz no rio São Francisco (SF034).

Já a pior condição, que se refere ao ICE Péssimo, foi mais recorrente nas bacias dos rios Itapemirim/Itabapoana, Piracicaba/Jaguari, Paraopeba, das Velhas e dos Afluentes do rio Verde Grande. Essa faixa indica que a qualidade da água está quase sempre alterada e os parâmetros de qualidade frequentemente não atendem aos padrões estabelecidos pelo enquadramento.

Figura 16: Frequência de ocorrência do ICE nas bacias hidrográficas de Minas Gerais no biênio 2012-2013.

0%

100%

Minas Gerais Rio Pardo Rio Jequitinhonha

Rio Mucuri Bacias do Leste

Rios Itapemirim e Itabapoana

Rio Doce Rio Grande Rio Paraíba do Sul

Rio Jaguari Rio Paranaíba

1% 2% 2%

14%

15%

18%

7% 8% 21%

43%29

%

40% 20

%

45%

33%

38%

23%

30%

25%

31%

35%

60%

45%

27%

50%

50%

45%

44%

30%

13%

17%21

%

20% 9%

17%

50%

10%

24% 19%

63%

7%

PÉSSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMO

0%

100%

Minas Gerais Rio São Francisco

Alto Rio São Francisco e Entorno da

Represa de Três Marias

Rio Pará Rio Paraopeba Rio das Velhas Rio Paracatu Rio Urucuia Rios Jequitaí/Pacuí e

Pandeiro/Calindó

Afluentes do Rio Verde Grande

1% 1%9%14

%

13% 25

%

8% 11%

4%

44%

17%

9%

29%

27%

42%

36%

25%

7%

33%

33%

64%

35%

33%

29%

36%

29%

37%

22%

42%

18%

50%

21%

27%

4%

20%

36%

52%

8%

50%

PÉSSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMO

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Densidade de Cianobactérias

A avaliação da presença de cianobactérias é realizada, atualmente, em 183 estações da rede básica de monitoramento. Do total de resultados obtidos em 2013, verificou-se a predominância (91%) de contagens de densidade de cianobactérias inferiores ou iguais a 10.000 cél/mL, assim como ao longo da série histórica de monitoramento. Ressalta-se que esse é o valor máximo permitido no caso de uso para recreação de contato primário, segundo o limite legal para águas enquadradas como Classe 1 e 2.

Na comparação dos resultados de 2012 e 2013, observou-se uma redução da ocorrência de densidade de cianobactérias em valores superiores a 50.000 cél/ mL, que passou de 5% em 2012 para 4% em 2013. Esses valores ocorreram exclusivamente no rio das Velhas (SF5), no seu trecho entre Santana do Pirapama e Barra do Guaicuí, na sua foz no rio São Francisco (Figura 17).

Figura 17: Frequência de ocorrência de densidade de cianobactérias em Minas Gerais ao longo da série histórica de monitoramento.

Os resultados da série analisada (2007 a 2013) foram divididos em cinco intervalos de valores, de forma a facilitar a visualização. O mapa com a distribuição dos resultados da densidade de cianobactérias obtidos no ano de 2013 para cada estação de monitoramento é apresentado na Figura 18.

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Figura 18: Pontos de monitoramento e respectivas classes de densidade de cianobactérias no Estado de Minas Gerais em 2013.

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Na Tabela 14 são apresentados os corpos de água que apresentaram densidade de cianobactéria igual ou superior a 10.000 cél/mL em Minas Gerais no ano de 2013, que é o valor máximo permitido para recreação de contato primário.

Na calha do rio das Velhas, os valores de densidade de cianobactérias acima de 10.000 cél/mL foram obtidos desde o rio das Velhas a jusante do ribeirão do Onça (BV105) até a sua foz no rio São Francisco (BV149). Ressalta-se que valores acima de 50.000 cél/mL foram registrados, em pelo menos uma campanha de 2013, do trecho que vai da Ponte Raul Soares, em Lagoa Santa (BV137) até a sua foz no rio São Francisco (BV149).

Já na bacia do rio São Francisco valores entre 10.000 e 20.000 cél/mL foram registrados no rio São Francisco a jusante reservatório de Três Marias (SF015), a jusante da cidade de Ibiaí (SF023), a jusante da cidade de São Romão (SF025), a jusante da cidade de Manga (SF033) e no rio Gorutuba a jusante do barramento do Bico da Pedra (SFC145).

Foram registrados valores de densidade de cianobactérias acima de 10.000 cél/mL na bacia do rio Grande nas estações de amostragem localizadas no córrego Santa Rosa a jusante da cidade de Iturama (BG086) e no ribeirão da Tronqueira a jusante da cidade de Iturama (BG087). Na bacia do rio Paraopeba, essa condição foi observada somente no ribeirão Ibirité a jusante da represa de Ibirité (BP085). Nessas bacias não foram registrados valores superiores a 20.000 cél/mL no ano de 2013.

Dentre os principais fatores de pressão que podem ter contribuído para as densidades de cianobactérias registradas no rio das Velhas e no rio São Francisco destacam-se o aporte de nutrientes para esses corpos de água proveniente principalmente da carga difusa de áreas agrícolas. Sobrepõe-se também a carga orgânica proveniente dos lançamentos de esgotos sanitários da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Na bacia do rio Paraopeba destacam-se os lançamentos de esgotos sanitários do município de Ibirité, situação agravada pela presença da represa que apresenta condições mais favoráveis ao desenvolvimento do fitoplâncton. Na bacia do rio Grande os principais fatores de favorecimento à floração de cianobactérias são a agropecuária e os lançamentos de esgotos sanitários.

Destaque para o rio Doce que vinha apresentando valores de densidade de cianobactérias acima de 10.000 cél/mL nos anos anteriores, mas que no ano de 2013 não registrou contagens superiores a 10.000 cél/mL nas estações monitoradas.

Ressalta-se que foi observada a ocorrência de espécies incluídas na lista de cianobactérias potencialmente tóxicas (Sant’Anna et AL, 2008) no córrego Santa Rosa a jusante da cidade de Iturama (BG086), no ribeirão Ibirité a jusante da Represa de Ibirité (BP085), na calha do rio São Francisco a jusante da cidade de Ibiaí (SF023), a jusante da cidade de São Romão (SF025) e a montante da foz do rio Verde Grande (SF033) e na calha do rio das Velhas em todos os trechos a partir do rio das Velhas a jusante do ribeirão do Onça (BV105), como mostrado na Tabela 14.

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Tabela 14: Corpos de água que apresentaram densidade de cianobactéria igual ou superior a 10.000 cél/mL em Minas Gerais no ano de 2013.

BACIAS / SUBBACIAS

HIDROGRÁFICA MUNICÍPIO CORPO DE

ÁGUA ESTAÇÕES CLASSE DATA DA COLETA

DENSIDADE CIANOBACTÉRIA

ESPÉCIE PREDOMINANTE

Rio Grande Iturama Córrego

Santa Rosa BG086 Classe 2 18/03/2013 17.042 * Planktothrix sp.

Iturama Ribeirão da Tronqueira BG087 Classe 2 18/03/2013 10.392 Merismopedia sp.

Bacia do rio Paraopeba

Ribeirão Ibirité

Ribeirão Ibirité BP085 Classe 2 29/07/2013 16.012 * Microcystis

aeruginosa

São Francisco

São Gonçalo do Abaeté /

Três Marias

Rio São Francisco SF015 Classe 2 16/05/2013 14.644 Nostocaceae N.I.

Ibiaí Rio São Francisco SF023 Classe 2 06/06/2013 15.792 *Planktothrix sp.

*Geitlerinema sp.

São Romão Rio São Francisco SF025 Classe 2 07/06/2013 14.823 *Planktothrix sp.

Manga Rio São Francisco SF033 Classe 2 13/06/2013 10.164 Nostocaceae N.I.

*Planktothrix sp.

Janaúba Rio Gorutuba SFC145 Classe 2 23/09/2013 18.165 Pseudoanabaenaceae

N.I.

Rio das Velhas

Santa Luzia

Rio das Velhas BV105 Classe 3

15/01/2013 20.575 * Planktothrix sp.

13/11/2013 17.604 *Planktothrix sp. *Microcystis sp.

Lagoa Santa

Rio das Velhas BV137 Classe 3

21/02/2013 12.106 Merismopedia sp. 21/03/2013 13.746 Arthrospira sp.

14/11/2013 71.579 *Planktothrix sp. Sphaerocavum

brasiliense

Lagoa Santa

Rio das Velhas BV138 Classe 3

21/02/2013 10.427 * Planktothrix sp. 21/03/2013 10.649 Arthrospira sp.

14/11/2013 83.671 *Planktothrix sp. Sphaerocavum sp.

Santana de Pirapama

Rio das Velhas BV141 Classe 2

25/02/2013 51.574 * Planktothrix sp. *Geitlerinema sp.

20/05/2013 43.779 *Planktothrix sp. *Geitlerinema sp.

10/09/2013 57.658 *Planktothrix sp. *Geitlerinema sp.

14/10/2013 12.578 *Planktothrix sp.

*Pseudoanabaenaceae N.I.

Inimutaba/ Presidente

Rio das Velhas BV142 Classe 2

25/02/2013 83.800 * Planktothrix sp. *Geitlerinema sp.

22/03/2013 14.318 Arthrospira sp.

*Cylindrospermopsis raciborskii

20/05/2013 23.769 *Aphanocapsa sp.

10/06/2013 11.042 * Planktothrix sp. *Geitlerinema sp.

10/09/2013 62.888

*Planktothrix sp. Sphaerocavum

brasiliense Arthrospira sp.

18/10/2013 15.603 *Planktothrix sp. *Microcystis sp.

Augusto de Lima / Corinto

Rio das Velhas BV146 Classe 2

26/02/2013 129.127 * Planktothrix sp. 25/03/2013 10.695 Arthrospira sp. 21/05/2013 16.277 *Planktothrix sp.

11/09/2013 158.688 *Planktothrix sp. *Microcystis sp. Arthrospira sp.

17/10/2013 55.520 *Planktothrix sp. Sphaerocavum

brasiliense

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Tabela 14: Corpos de água que apresentaram densidade de cianobactéria igual ou superior a 10.000 cél/mL em Minas Gerais no ano de 2013.(Continuação).

BACIAS / SUBBACIAS

HIDROGRÁFICA MUNICÍPIO CORPO DE

ÁGUA ESTAÇÕES CLASSE DATA DA COLETA

DENSIDADE CIANOBACTÉRIA

ESPÉCIE PREDOMINANTE

Bacia rio das Velhas

Várzea da Palma

Rio das Velhas BV148 Classe 2

27/02/2013 18.664 * Planktothrix sp.

22/05/2013 59.495 *Planktothrix sp.

19/07/2013 63.393 *Planktothrix sp. Sphaerocavum

brasiliense

18/10/2013 26.880 Sphaerocavum

brasiliense *Pseudoanabaena sp.

Guaicuí Rio das Velhas BV149 Classe 2

26/03/2013 18.785 Arthrospira sp.

22/05/2013 46.025 * Planktothrix sp.

19/07/2013 257.512 * Planktothrix sp.

Sphaerocavum brasiliense

18/10/2013 126.664 *Microcystis aeruginosa

Sphaerocavum brasiliense

Santo Hipólito

Rio das Velhas BV150 Classe 2

26/02/2013 76.199 * Planktothrix sp.

22/08/2013 58.041 * Planktothrix sp. Arthrospira sp.

16/10/2013 73.463

*Planktothrix sp. Sphaerocavum

brasiliense *Microcystis aeruginosa

Lassance Rio das Velhas BV151 Classe 2

27/02/2013 334.979 * Planktothrix sp.

*Cylindrospermopsis raciborskii

22/05/2013 35.207 * Planktothrix sp. *Geitlerinema sp.

18/07/2013 86.232 * Planktothrix sp. *Aphanocapsa sp.

17/10/2013 25.380 Sphaerocavum

brasiliense *Pseudoanabaena sp.

Santo Hipólito

Rio das Velhas BV152 Classe 2 26/02/2013 244.634 * Planktothrix sp.

Santo Hipólito

Rio das Velhas BV152 Classe 2 25/03/2013 15.203 Arthrospira sp.

Santo Hipólito

Rio das Velhas BV152 Classe 2

21/05/2013 18.063 * Planktothrix sp.

17/07/2013 23.216 * Planktothrix sp. *Aphanocapsa sp.

16/10/2013 112.092 *Planktothrix sp. *Microcystis aeruginosa

Santa Luzia

Rio das Velhas BV153 Classe 3

16/01/2013 20.205 * Planktothrix sp.

16/05/2013 11.935 Merismopedia sp. *Geitlerinema sp.

09/10/2013 12.685 Sphaerocavum

brasiliense *Planktothrix sp.

Baldim Rio das Velhas BV156 Classe 2

25/02/2013 26.516 * Planktothrix sp.

22/03/2013 26.727 Arthrospira sp.

20/05/2013 22.982 * Planktothrix sp.

18/11/2013 72.450 *Planktothrix sp. Merismopedia sp.

Santa Luzia

Rio das Velhas SC16 Classe 3 05/12/2013 29.625 *Planktothrix sp.

*Microcystis sp.

*espécies potencialmente tóxicas segundo Sant’Anna et AL, 2008

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No entanto, é necessário lembrar que a presença desses organismos, mesmo que em altas densidades, não acarreta, necessariamente, toxicidade da água. A produção de toxina em cada espécie de cianobactéria varia em função da interação de diversos fatores, como a genética, o estado fisiológico do organismo e os parâmetros ambientais. Assim, uma mesma espécie pode produzir toxinas em um ambiente e não produzi-las em outro.

Nas estações onde foi constatada a presença de cianobactérias potencialmente tóxicas em densidades superiores a 20.000 cél/mL foi realizada a análise das cianotoxinas microcistinas e saxitoxina. No Brasil a única legislação que estabelece limites para concentração de cianotoxinas é a Portaria do Ministério da Saúde n.° 2914 de 12/12/2011, que estabelece procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para o consumo humano. Nessa portaria, o limite para presença de microcistinas é de 1 μg/L e de saxitoxinas 3 μg/L.

Destaca-se que em todas as análises de cianotoxinas realizados no ano de 2013 os resultados de microcistina e saxitoxina foram inferiores aos limites estabelecidos para consumo humano nas estações de monitoramento.

Ensaios Ecotoxicológicos

Os Ensaios Ecotoxicológicos são realizados, atualmente, em 198 estações da rede básica de monitoramento. No ano de 2013 foram observados efeitos não-tóxicos sobre os organismos-teste na maioria das análises realizadas (63%), condição que tem prevalecido ao longo da série histórica de monitoramento, principalmente nos últimos anos (Figura 19). O Efeito Crônico foi registrado em 35% das amostras, representando um aumento quando comparado a 2012 (26%), assim como o Efeito Agudo que foi verificado em 1% das amostras analisadas em 2012 e em 2% no ano de 2013, indicando uma piora da qualidade das águas em relação ao esse indicador.

Figura 19: Frequência de ocorrência dos resultados de ecotoxicidade em Minas Gerais ao longo da série histórica de monitoramento.

0%

100%

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

64%

78%

69%

51% 60

%

38%

58%

71%

75%

66%

60% 73

%

63%

23%

10% 31%

49% 40

%

62%

41% 27

% 24%

33%

39% 26

%

35%

13% 12% 2% 3% 1% 1% 2% 1% 2%

Efeito Agudo Efeito Crônico Não Tóxico

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Na Tabela 15 estão listados os corpos de água que apresentaram as piores condições em relação aos Ensaios Ecotoxicológicos no ano de 2013, considerando-se a ocorrência de Efeito Agudo em pelo menos uma campanha de monitoramento desse ano. O Efeito Agudo, que indica a letalidade dos organismos, foi observado nas bacias dos rios Paranaíba em Araguari (PN2), das Velhas (SF5), Jequitaí e Pacuí em Bocaiúva (SF6) e Verde Grande em Porteirinha e Montes Claros (SF10).

No rio Araguari na bacia do rio Paranaíba os efeitos agudos e crônicos observados no ano de 2013 refletem os impactos das atividades agrossilvipastoris da região de Araguari.

As ocorrências de efeito agudo observadas no rio Guavinipã, na bacia dos rios Jequitaí e Pacuí, estão associadas aos lançamentos de esgotos domésticos e efluentes industriais, dos ramos de fabricação de cachaça, metalúrgico e de atividades extração de areia, cascalho e pedras preciosas desenvolvidas no município de Bocaiúva.

Na bacia do rio Verde Grande os efeitos agudos e crônicos observados no rio Serra Branca são em função das atividades de agricultura desenvolvidas na região de Porteirinha. Já no ribeirão dos Vieiras em Montes Claros, são decorrentes dos lançamentos de esgotos domésticos e efluentes de indústrias de fabricação de calçados, de sabões, têxteis, alimentícias e de papel, além das atividades de extração de areia desenvolvidas nesse município.

Na bacia do rio das Velhas as ocorrências de efeitos crônicos e agudos são em função dos lançamentos de esgotos domésticos e efluentes industriais dos diversificados pólos industriais presentes nos municípios de Belo Horizonte, Sabará, Contagem, Pedro Leopoldo e Ribeirão das Neves.

Tabela 15: Corpos de água que apresentaram as piores condições em relação aos Ensaios Ecotoxicológicos no ano de 2013

Bacia / Sub-bacia Corpo de água Estação Município Estação 1º

Trimestre 2º

Trimestre 3º

Trimestre 4º

Trimestre

Rio Paranaíba Rio Araguari PB021 Araguari PB021 Efeito

crônico Não

tóxico Efeito agudo

Não tóxico

Rios Jequitaí/Pacuí e Pandeiro/Calindó

Rio Guavinipã SFC001 Bocaiúva SFC001 Não

tóxico Efeito agudo

Efeito agudo

Não tóxico

Afluentes do Rio Verde Grande

Rio Serra Branca SFC200 Porteirinha SFC200 Efeito

crônico Efeito

crônico Não

tóxico Efeito agudo

Ribeirão dos Vieiras VG003 Montes

Claros VG003 Efeito agudo

Efeito agudo

Efeito agudo

Não tóxico

Rio das Velhas

Ribeirão Arrudas BV155 Sabará BV155 Efeito

agudo Efeito agudo

Efeito crônico

Efeito agudo

Ribeirão Sabará BV076 Sabará BV076 Não

tóxico Efeito

crônico Não

tóxico Efeito agudo

Ribeirão Isidoro BV085 Belo

Horizonte BV085 Não tóxico

Não tóxico

Não tóxico

Efeito agudo

Ribeirão do Onça BV154 Santa Luzia BV154 Não

tóxico Não

tóxico Efeito agudo

Efeito agudo

Ribeirão da Mata BV160 Pedro

Leopoldo BV160 Não tóxico

Efeito agudo

Não tóxico

Não tóxico

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Índice biótico “BMWP”

O biomonitoramento com macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio das Velhas foi iniciado em 2012 com o objetivo de avaliar a qualidade ecológica de ambientes aquáticos, com vistas a subsidiar a gestão dos recursos hídricos de bacias hidrográficas, em consonância ao disposto na Deliberação Conjunta Copam e CERH-MG n° 1/2008. Foram avaliadas 39 estações de monitoramento na bacia do rio das Velhas, sendo 9 deles distribuídos na calha do rio das Velhas. Os resultados foram obtidos a partir da amostragem anual realizada no período de estiagem (julho e setembro) do ano de 2013.

A utilização do bioindicador BMWP (Biological Monitoring Working Party Score System) na avaliação ecológica das águas superficiais segue o pressuposto de que uma dada sobrecarga de poluentes acarreta alterações nas condições abióticas do meio, as quais, por sua vez, influenciam na composição e estabilidade das populações da biota aquática.

Os resultados obtidos no ano de 2013 indicaram que nos trechos avaliados na bacia do rio das Velhas prevalece a condição Excelente (41% dos resultados) como mostrado na Figura 20. Contudo, observou-se que 31% dos trechos avaliados encontram-se na condição Péssima.

Figura 20: Freqüência de ocorrência do BMWP na sub-bacia do rio das Velhas em 2013.

Na Tabela 16 são listados os trechos da bacia do rio das Velhas que apresentaram a melhor condição de qualidade de água segundo o índice biótico, considerando-se o resultado do BMWP Excelente na campanha de monitoramento realizada em 2013. Estas estações foram consideradas como referências de comunidades de macroinvertebrados bentônicos para a bacia do rio das Velhas.

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Tabela 16: Corpos de água que apresentaram BMWP Excelente na bacia do rio das Velhas em 2013

Bacia Corpos de Água Município Estação BMWP 2013

Rio das Velhas

Rio das Velhas São Bartolomeu (Ouro Preto) BV001 158

Rio do Peixe Nova Lima AV200 87

Ribeirão Cortesia Rio Acima BV041 105

Ribeirão Macacos Nova Lima AV250 93

Córrego do Galinha Sabará BV070 122

Córrego do Barreiro Contagem BV081 132

Ribeirão da Mata Matozinhos SC22 93

Rio Jaboticatubas Jaboticatubas BV136 108

Rio Cipó - Parque Santana do Riacho BV010 102

Rio Cipó -Foz Presidente Juscelino BV162 109

Rio Paraúna Presidente Juscelino BV143 131

Rio Pardo Pequeno Monjolos BV145 151

Rio Curumataí Augusto de Lima SC33 118

Rio Bicudo Corinto BV147 149

Córrego Corrente Lassance BV157 107

Ribeirão da Corrente Várzea da Palma BV159 147

Dentre as estações localizadas na calha do rio das Velhas, a única que apresentou condição Excelente segundo o BMWP foi a localizada próximo a sua nascente (BV001). Dentre os afluentes do rio das Velhas se destacaram no seu alto curso o rio do Peixe (AV200), os córregos do Galinha (BV081) e do Barreiro (BV081) e os ribeirões Macacos (AV250) e Cortesia (BV041). No médio curso a qualidade Excelente foi encontrada no ribeirão da Mata (SC22) e rios Jaboticatubas (BV136), Cipó (BV010 e BV162) e Paraúna (BV143). Finalmente no baixo curso a condição Excelente foi registrada nos rios Pardo Pequeno (BV145), Curumataí (SC33) e Bicudo (BV147), no córrego Corrente (BV157) e Ribeirão da Corrente (BV159). Nessas estações foram identificados organismos sensíveis a qualquer distúrbio nas condições de qualidade da água, sendo, portanto considerados de referência na bacia devido a sua excelente qualidade de água.

Na Tabela 17 são apresentados os trechos da bacia do rio das Velhas que apresentaram a pior condição de qualidade de água segundo o índice biotico, considerando-se a ocorrência do BMWP Péssimo na campanha de monitoramento realizada em 2013.

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Tabela 17: Corpos de água que apresentaram BMWP Péssimo na bacia do rio das Velhas em 2013

Bacia Corpos de Água Município Estação BMWP 2013

Rio das Velhas

Ribeirão Água Suja Nova Lima BV062 7

Ribeirão Sabará Sabará BV076 11

Rio das Velhas Sabará BV080 14

Ribeirão Arrudas Sabará BV155 7

Ribeirão Pampulha Contagem PV220 15

Ribeirão Isidoro Belo Horizonte BV085 0

Ribeirão das Neves Pedro Leopoldo BV160 9

Ribeirão da Mata - Foz Vespasiano BV130 24

Rio das Velhas na Ponte Raul Soares Lagoa Santa BV137 3

Rio das Velhas Baldim BV156 8

Ribeirão Jequitibá Jequitibá BV140 17

Rio das Velhas Várzea da Palma (Guaicuí) BV149 17

Verificou-se que os pontos de amostragem classificados como péssimos segundo o BMWP ocorreram principalmente no trecho da bacia do rio das Velhas entre Nova Lima e Baldim. Na calha do rio das Velhas observou-se uma diminuição dos valores desse índice biótico a partir do município de Sabará, ou seja, uma tendência de redução na qualidade das águas de montante para jusante, provocada principalmente pelo recebimento da carga total ou parcial dos esgotos domésticos de Sabará e de outros municípios a montante como Itabirito e Nova Lima. Essa condição permaneceu até o município de Baldim (BV156), mostrando uma recuperação a partir dos pontos localizados no município de Santana de Pirapama (BV152) e Várzea da Palma (BV148), onde os trechos do rio das Velhas foram classificados como Regular e Bom, respectivamente.

A partir de Santo Hipólito (BV152) observou-se uma pequena recuperação da riqueza das comunidades de macroinvertebrados bentônicos no rio das Velhas o que pode ser atribuído à contribuição dos afluentes com águas de melhor qualidade e também pela própria condição de autodepuração do rio das Velhas. Entretanto, na sua foz em Barra do Guaicuí (BV149) notou-se uma nova redução do índice biótico provavelmente influenciado pelas características físicas do leito do rio e também devido a extração mecanizada de areia, que revolve o sedimento no fundo do rio, diminuindo os habitats e a disponibilidade de alimentos para os macroinvertebrados.

Em relação aos afluentes dos rios das Velhas, os piores resultados do BMWP (condição Péssima), foram verificados nos ribeirões Água Suja (BV062), Sabará (BV076), Arrudas (BV155), Pampulha (PV220), Isidoro (BV085), das Neves (BV160), da Mata (BV130) e Jequitibá (BV140). Esses resultados refletem os impactos dos lançamentos de efluentes domésticos e industriais dos municípios de Nova Lima, Sabará, Contagem, Belo Horizonte, Pedro Leopoldo, Vespasiano e Jequitibá, além de outras atividades como a mineração, que contribuem para a má qualidade desses corpos de água, como demonstrado pelos resultados do Índice de Qualidade das Águas.

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Panorama de Cumprimento a Norma - PCN

Considerando os resultados de 2013 para as estações de amostragem do Estado de Minas Gerais, avaliaram-se os parâmetros monitorados em relação ao percentual de amostras cujos valores violaram os limites legais da Deliberação Normativa COPAM/CERH Nº01/08 para as respectivas classes de enquadramento. Na Figura 21 é apresentado o percentual de violações em ordem decrescente de cada parâmetro e indica os constituintes mais críticos no Estado. Esses resultados permitiram conhecer as principais interferências das atividades predominantes em Minas Gerais, como os lançamentos de esgotos domésticos e industriais, além de outras formas de uso do solo da bacia de drenagem que podem afetar a qualidade da água na área de estudo.

Os parâmetros que apresentaram o maior número de violações em Minas Gerais no ano de 2013 foram Escherichia coli (55%), Mangânes (33,4%) e Ferro dissolvido (28,2%). Os principais fatores de degradação ambiental que podem ser apontados como contribuintes dos resultados citados acima são os lançamentos de esgotos sanitários nos corpos de água e, no caso dos metais, os processos erosivos causados por diversos fatores como o manejo inadequado do solo, diminuição da mata ciliar e as águas das chuvas.

Figura 21: Frequência de ocorrência de parâmetros fora dos limites estabelecidos na legislação no Estado de Minas Gerais em 2013

0,1%0,1%0,2%0,2%0,2%0,3%0,4%0,4%0,5%0,6%0,8%1,3%1,4%2,0%3,0%3,3%

5,8%6,1%6,6%6,8%

8,1%9,6%10,7%11,2%11,8%

14,5%16,1%

21,4%23,4%

28,2%33,4%

55,3%

Óleos e graxasMercúrio total

NitratoNitrito

Selênio totalCádmio totalSulfato totalCromo totalZinco total

Sólidos dissolvidos totaisNíquel totalClorofila a

Cobre dissolvidoFenóis totaisChumbo total

Densidade de cianobactériasNitrogênio amoniacal total

Substâncias tensoativasCor verdadeira

pH in locoCianeto Livre

Oxigênio dissolvidoSulfeto

Arsênio totalDemanda Bioquímica de Oxigênio

Sólidos em suspensão totaisTurbidez

Alumínio dissolvidoFósforo total

Ferro dissolvidoManganês total

Escherichia coli

Minas Gerais 2013

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A Tabela 18: apresenta os percentuais de ocorrência das categorias do Panorama de Cumprimento da Norma nas principais bacias de Minas Gerais. A Figura 22 :ilustra o afastamento das condições dos corpos de água em cada estação de monitoramento em relação ao padrão estabelecido, segundo as classificações do PCN.

As bacias que apresentaram predominância de estações de amostragem cujas águas estão classificadas como próximas do cumprimento da DN nº 01/08 foram as do rio Paranaíba (65%), Urucuia (62%), Paracatu (52%) e as dos rios Paraíba do Sul e Itapemirim/Itabapoana (50% cada). Dentre essas, a bacia do rio Urucuia foi a que apresentou o maior número de estações em cumprimento da DN nº 01/08 (15%), ou seja, onde não foram verificadas violações para os parâmetros monitorados.

Já as que apresentaram maior número de estações classificadas como muito distante do cumprimento da DN nº 01/08 foram as dos rios Jequitinhonha (44%), Piracicaba / Jaguari (44%) e das Velhas (41%).

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Tabela 18: Percentuais de ocorrência das categorias do Panorama de Cumprimento da Norma nas principais bacias hidrográficas de Minas Gerais em 2013

Bacia Hidrográfica Sub-Bacia

Panorama de Cumprimento da Norma (PCN)

Fatores de Pressão Em Cumprimento

Próximo do Cumprimento

Distante do Cumprimento

Muito Distante do Cumprimento

Rio São Francisco

Alto Rio São Francisco e Entorno da Represa de Três

Marias 0% 44% 48% 8%

Esgoto sanitário dos municípios, Pecuária, Extração de areia, Agricultura, Efluentes industriais (laticínio,

matadouro, fábrica de produtos orgânicos e frigoríficos), Suinocultura e Carga difusa, Atividades minerárias

(garimpo), Silvicultura.

Afluentes do Rio Verde Grande 5% 10% 55% 30%

Lançamento de Esgoto Sanitário dos municípios, Atividades agrosilvopastoris, Plantações de banana,

Efluente industrial (componente automotivo, matadouro, frigorífico, siderurgia, têxtil, laticínios), Atividades

minerárias (extração de areia).

Rio Pará 3% 34% 52% 10%

Lançamento de Esgoto Sanitário dos municípios, Agropecuária, Suinocultura, Assoreamento, Silvicultura,

Atividades Minerárias (extração de areia), Efluentes industriais (cerâmica, têxtil, calçados, siderurgia,

metalurgia), Avicultura, Curtumes, Produção de ferro gusa.

Rio Paraopeba 0% 24% 45% 30%

Carga Difusa, Desmatamento, Assoreamento, Avicultura, Abatedouro, Efluentes Industriais (siderurgia, têxtil,

material cerâmico, curtimento de couro e de celulose, galvanoplastias, laticínios), Reciclagem de pneus,

Lançamentos de esgotos sanitários dos municípios, Pecuária e Silvicultura, Agricultura, Horticultura,

Suinocultura, Mineração (ferro, manganês, extração de pedras, areia e argila), Lavanderias industriais.

Rio das Velhas 2% 15% 41% 41%

Agricultura, Destilaria de álcool, Pastagens, Abate de animais, Desmatamento, Assoreamento, Efluentes

Industriais (Fabricação de artefatos de borracha, Doces, Sucos, Aguardente, Cervejaria, Laticínios, Rações, Adubos

e fertilizantes, Alimentícias, Ind. Metalúrgicas, Ind. Químicas, Têxtil, Siderurgia, Tintas, Pilhas e Baterias,

Material cerâmica, Papel e Papelão, Cimenteiras), Extração de areia/cascalho/argila/pedras ornamentais,

Extração/beneficiamento de calcário, Erosão, Lançamentos de Esgotos Sanitários, Pecuária, beneficiamento do

minério (ouro), Mineração (quartzito, extração e beneficiamento de minerais metálicos), Reciclagem de

lâmpadas, Silvicultura, Granjas.

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Bacia Hidrográfica Sub-Bacia

Panorama de Cumprimento da Norma (PCN)

Fatores de Pressão Em Cumprimento

Próximo do Cumprimento

Distante do Cumprimento

Muito Distante do Cumprimento

Rios Jequitaí/Pacuí e Pandeiro/Calindó 4% 36% 56% 4%

Agricultura (café), Carga Difusa, Desmatamento, Efluentes Industriais (Montes Claros) (alcooleira, química, curtume, frigoríficos, laticínios), Erosão Lançamentos de esgotos

sanitários dos municípios, Pecuária, Silvicultura, Extração de areia, Carga Difusa, Possível presença de minerais

sulfetados em rochas da região.

Rio Paracatu 0% 52% 48% 0%

Atividades Minerárias (areia, rochas ornamentais, argila e quartzo), Assoreamento, Agricultura (café e citricultura),

Carga Difusa, Desmatamento, Efluentes Industriais (Beneficiamento de café, laticínio, indústrias de fertilizante,

Serraria e cerâmica, Produtos de limpeza), Erosão, Lançamentos de Esgotos Sanitários dos municípios,

Pecuária e Silvicultura.

Rio Urucuia 15% 62% 23% 0% Lançamento de Esgotos Sanitários, Pecuária, Agropecuária, Assoreamento, Carga Difusa, Erosão.

Rios I tapemir im e I tabapoana

Rios I tapemir im e I tabapoana 0% 50% 25% 25%

Lançamento de Esgotos Sanitários dos municípios, Agropecuária, Atividade Minerária (Areia, Quartzito), Carga

Difusa, Erosão.

Rio Pardo Rio Pardo 0% 0% 100% 0%

Lançamento de esgotos sanitários dos municípios, Agropecuária, Lançamento de efluentes industriais

(Alimentos, Bebidas, Laticínio, Adubos, Fertilizantes e corretivos de solo), Silvicultura, Carga Difusa, Erosão,

Atividade Minerária (Areia, Argila e Cascalho), Assoreamento, Suinocultura.

Rio Paranaíba Rio Paranaíba 0% 65% 30% 5%

Lançamento de efluente industrial (Abatedouro, Alimento, Açúcar, Curtume, Destilação de Álcool, Laticínio, Têxtil, Adubos, Metalurgia), Agropecuária, Atividade Minerária

(areia, argila), Mineração de fósforo, Agropecuária, Assoreamento, Carga Difusa, Erosão, Expansão Urbana,

Lançamento de Esgoto Sanitário dos municípios.

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Bacia Hidrográfica Sub-Bacia

Panorama de Cumprimento da Norma (PCN)

Fatores de Pressão Em Cumprimento

Próximo do Cumprimento

Distante do Cumprimento

Muito Distante do Cumprimento

Rio Paraíba do Sul Rio Paraíba do Sul 2% 50% 32% 16%

Lançamento de esgoto sanitário dos municípios, Extração de pedras/areia/argila, Pecuária, Desmatamento, Mau uso do solo, agricultura (café), Efluentes industriais (ligas de ferro, lubrificantes, concreto, galvanoplastia, alimentícia, fertilizantes, metalurgia, papel/papelão, rações, tinturaria,

siderurgia, laticínio, curtumes, abate).

Rio Mucuri Rio Mucuri 0% 18% 73% 9%

Mau uso do solo, Piscicultura, Desmatamento e Erosão, agropecuária, Lançamento de esgoto sanitário dos

municípios, Efluentes de Frigoríficos, Laticínios, Usinas de álcool, Papel e Celulose, Silvicultura.

Rio Jequitinhonha Rio Jequitinhonha 8% 12% 36% 44%

Lançamento de esgoto sanitário dos municípios, Matadouro, Pecuária, Mau uso do solo, Atividades

minerárias, Fecularia, Frigoríficos, Laticínios, Usinas de álcool, Papel e Celulose, Silvicultura, Assoreamento, Carga

difusa.

Rio Piracicaba Jaguari Rio Piracicaba Jaguari 0% 44% 11% 44%

Lançamento de esgoto sanitário dos municípios, Silvicultura, Extração de areia e cascalho, Pecuária,

Agricultura e Piscicultura.

Rio Grande Rio Grande 0% 22% 57% 21%

Atividades minerárias (Extração de pedras, argila e areia), Assoreamento, Erosão, Poluição difusa, Fabricação de

pólvoras, Lançamento de esgoto sanitário dos municípios, Mau uso do solo, Agricultura (cana de açúcar),

Desmatamento, Extração de minerais não metálicos, Matadouros, Efluentes industriais (cerâmica, laticínio,

adubos, fertilizantes fosfatados, Indústria sucroalcooleira, metalúrgica, cimentos e concreto, siderurgia),

Agropecuária, Curtumes.

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Bacia Hidrográfica Sub-Bacia

Panorama de Cumprimento da Norma (PCN)

Fatores de Pressão Em Cumprimento

Próximo do Cumprimento

Distante do Cumprimento

Muito Distante do Cumprimento

Rio Doce Rio Doce 0% 19% 66% 16%

Lançamento de esgotos sanitários dos municípios, Silvicultura, Lançamento de efluentes industriais

(papel/papelão, laticínio, rações, tinturaria, fabricação de argamassa, adubos e fertilizantes, móveis, concreto, lubrificantes, alimentos, galvanoplastia, componente automotivo, frigorífico, siderurgia, calçados, materiais

plásticos sintéticos, metalurgia, Produção de ferro gusa, Indústria têxtil), Carga difusa, Extração areia/cascalho, Erosão, Suinocultura, Curtume, Horticultura, Avicultura, Abatedouro, Agropecuária, Assoreamento, Atividades

minerárias (garimpo).

Bacias do Leste Rios Jucuruçu,

Itanhem, Itaúnas, Peruípe e São Mateus

0% 22% 67% 11%

Lançamento de esgotos sanitários dos municípios, Atividades industriais (Papel e Papelão, Laticínios,

Aguardente, Cervejaria, Silvicultura Siderurgia, Mineração (extração e beneficiamento de minerais metálicos),

Extração/beneficiamento minério de ferro, Reciclagem de lâmpadas, Metalurgia do ouro, Têxteis, Rações, Adubos e

fertilizantes, Alimentícias, Metalúrgicas, Cimenteiras, Produtos Químicos), Abate de animais, Extração de

areia/cascalho/argila, Extração/beneficiamento de calcário, Granjas, Curtume, Extração de pedras ornamentais,

Expansão Urbana, Carga difusa, Silvicultura, Erosão, Mau uso do solo, Desmatamento, Agropecuária (café, milho,

cana-de-açúcar).

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Figura 22 : Panorama de Cumprimento da Norma no Estado de Minas Gerais em 2013.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conhecer a qualidade das águas em nosso Estado é uma ferramenta essencial para definir e priorizar ações e estratégias que busquem a conservação, a recuperação, o uso racional dos recursos hídricos e a redução de conflitos. Nesse sentido, esse trabalho é fundamental para a continuidade do acompanhamento da situação da qualidade das águas do Estado, conduzido pelo IGAM desde 2001, uma vez que o conhecimento da condição de qualidade dos corpos de água, seu comportamento, as tendências ao longo do tempo e o comprometimento pela presença de poluentes é instrumento básico para a gestão integrada dos recursos hídricos. Em Minas Gerais os principais fatores de poluição que contribuem para deterioração da qualidade das águas superficiais são os lançamentos de esgotos domésticos e de efluentes industriais, além das atividades minerárias, pecuária, agricultura e o aporte de cargas difusas de origem urbana ou rural. Considerando os indicadores abordados neste relatório verificou-se que houve melhoria em 2013 comparativamente ao ano de 2012 nas bacias dos rios Itapemirim e Itabapoana na região da zona da Mata, Paracatu e Urucuia na região noroeste do estado e nas bacias do Leste (rios Jucuruçu, Itanhem, Itaúnas, Peruípe e São Mateus) na região do vale do Mucuri. Em contrapartida, as bacias que apresentaram piora no conjunto dos indicadores avaliados (à exceção do IET), foram as bacias dos rios Doce e Paranaíba, na região do vale do rio Doce e Triângulo Mineiro, respectivamente. Os valores médios de IQA classificados como Muito Ruim ou Ruim foram, em sua maioria, detectados em corpos hídricos que atravessam áreas urbanas densamente povoadas, como regiões metropolitanas e cidades mais urbanizadas. Os elevados percentuais de violação dos parâmetros relacionados à contaminação fecal colocam em destaque a degradação da qualidade da água pelos lançamentos de esgotos domésticos in natura nos corpos de água. De maneira geral, os resultados apontam a importância da continuidade das ações de saneamento com a ampliação do tratamento de esgoto e a disposição adequada de resíduos sólidos nos municípios mineiros. Outro grande desafio está relacionado ao controle das fontes de poluição difusas, uma vez que são necessárias ações conjuntas de diversos segmentos do governo, do setor produtivo e da sociedade, no sentido de atenuar os impactos das atividades antrópicas e de promover ações de melhoria da qualidade das águas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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LAMPARELLI, M. C. Graus de trofia em corpos d’água do Estado de São Paulo: Avaliação dos métodos de monitoramento. São Paulo: USP, 2004. 237 p. Tese (Doutorado em Ciências na área de ecossistemas terrestres e aquáticos)- Programa de Pós-Graduação em Ciências, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. SANT'ANNA C. et al. (2008). Review of toxic species of Cyanobacteria in Brazil. Algological Sutudies 126. Stuttgart. TOLEDO-JR, A.P.;TALARICO, M.; CHINEZ, S.J. & AGUDO, E.G. A aplicação de modelos simplificados para a avaliação do processo da eutrofização em lagos e reservatórios tropicais. Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Balneário Camboriú, Santa Catarina. p. 1- 34. 1983.