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CENTRO UNIVERSITÁRIO NOVE DE JULHO LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL II - MATERIAL DE APOIO - PROFESSOR: ROBERTO EDSON GALLETTI 2.º SEMESTRE LETIVO DE 2008 1

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NOVE DE JULHO

LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL II

- MATERIAL DE APOIO -

PROFESSOR: ROBERTO EDSON GALLETTI

2.º SEMESTRE LETIVO DE 2008

1

PLANEJAMENTO TEXTUAL

OBJETIVO: Esta unidade tem por objetivo trabalhar algumas práticas e exercícios com a finalidade de criarmos o hábito de planejar nossos textos antes de redigi-los.

O QUE FAZER ANTES DE ESCREVER NOSSOS TEXTOS?

Redigir bem um texto é uma atividade que depende de uma série de quesitos tais como: leitura contínua de outros textos, habilidade para propor discussões sobre o que lemos e/ou vivenciamos no mundo, um necessário cuidado com as normas da língua culta, entre tantos outros. Entretanto, antes mesmo de passarmos para a redação de um texto – seja ele de qualquer tipo – precisamos necessariamente de um momento de reflexão sobre o que iremos escrever. É quase impossível iniciar um texto sem antes pensarmos, por exemplo:

no assunto a ser desenvolvido; numa possível delimitação desse assunto; no nosso ponto de vista sobre o assunto a ser desenvolvido; na escolha dos argumentos/idéias que vão sustentar nossos pontos de vista no texto; na conclusão a que chegaremos com as nossas idéias desenvolvidas.

Sendo assim, percebemos que antes de escrevermos precisamos PLANEJAR O NOSSO TEXTO, a fim de que consigamos nos comunicar por escrito de forma clara, coerente e competente. Nesse nosso planejamento textual, não devemos nos esquecer de que o RASCUNHO e a REESCRITA são ótimos e necessários procedimentos que nos auxiliam no momento da produção textual. Jamais entregue um trabalho (um texto) sem antes rascunhá-lo para depois passá-lo a limpo e, se for necessário, reescreva-o para afinar melhor as suas idéias.

É sempre pertinente sabermos para quem vamos escrever, pois dependendo de quem seja nosso interlocutor e o objetivo do que escreveremos, devemos tomar alguns cuidados. Se o nosso objetivo é apenas um bilhete para um amigo íntimo, podemos ficar mais “à vontade” para escrever; entretanto, se temos de cumprir uma tarefa mais formal como um relatório para nosso diretor da empresa, uma monografia de final de curso, uma prova dissertativa, uma carta para o jornal etc., temos que cuidar melhor da forma como redigimos.

SUGESTÃO DE PLANEJAMENTO DO NOSSO TEXTO:

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É importante salientar que não há uma receita pronta e definitiva a ser ensinada para redigir bons textos. Escrever é sem dúvida uma atividade que depende de esforço e de contínuo exercício. Contudo, algumas dicas podem nos ajudar a aprimorar esse trabalho. A grande dica pode ser justamente planejarmos o que vamos escrever. Vamos ler o texto seguinte tentando observar como ele foi construído/planejado:

A COISIFICAÇÃO DA VIDA HUMANA (texto de André Petry – fonte desconhecida)

No dia 12 de abril, apareceu um policial carregando um cadáver num carrinho de mão, na favela da Rocinha. Parecia que transportava tijolos, sacos de cimento, entulho, qualquer coisa, menos um ser humano. Cinco dias depois, um cadáver, provavelmente resgatado do mar, ficou pelo menos três horas jogado nas areias da Praia de Copacabana. A maioria dos transeuntes dava uma olhada no corpo, meio de longe, apenas para satisfazer a curiosidade, mas sem sinais de comoção. Em seguida, veio a rebelião no presídio de Urso Branco, em Porto Velho, capital de Rondônia, onde os rebelados mataram desafetos aos olhos da platéia que se concentrava diante da prisão. Num espetáculo de horror, resolveram decapitá-los, esquartejá-los. Deceparam pés e pernas e braços e cabeças. Do alto do telhado do presídio, como que desfraldando a bandeira da vitória, jogaram os membros no pátio interno da prisão.

O que existe de comum entre esses três acontecimentos é um dado estarrecedor: o processo de desumanização, de coisificação da vida humana. Em Copacabana, isso aparece na espantosa indiferença com que se trata a macabra presença de um cadáver nas areias da praia, sendo que a vida humana ainda é, ou deveria ser, nosso valor supremo. Na Rocinha, a ruína moral está no desrespeito a um cadáver, carregado como se fosse lixo. O respeito aos mortos, o ritual do enterro, data de 40.000 anos, antes mesmo da escrita ou da agricultura, e marca a entrada da humanidade na civilização. Os túmulos, as flores fúnebres, as cerimônias de adeus são um marco civilizatório, quando o homem começa a se distinguir dos outros animais. Em Porto Velho, a ultrajante brutalidade cometida pelos criminosos é a cena perfeita da redução do homem e sua consciência ao valor de um objeto, ou ao valor de um porco saído do abatedouro.

Talvez o único aspecto mais nefasto que tudo isso – mais nefasto que a indiferença, que o desrespeito, que a brutalidade – seja a aparente normalidade com que o Brasil assiste a essas cenas. É quase como se fosse um dado inescapável da rotina, como o ato de respirar. Algo que pertencesse à categoria das coisas previsíveis, como as chuvas de verão. Nessas horas, é fundamental revisitar as lições da história. Na Alemanha hitleriana, os nazistas conseguiram promover a matança de judeus porque, entre outras razões, a sociedade alemã da época mergulhou em massa “no auto-engano, na mentira, na estupidez”, conforme definiu a filósofa alemã Hannah Arendt, criadora do famoso conceito da “banalidade do mal”. A barbárie, sempre que logra passar pela fresta da normalidade, arromba a porta para a entrada do caos. Esse é o grande perigo.

EXPLORANDO O TEXTO:

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Depois de uma leitura atenta do texto, com o vocabulário desconhecido devidamente trabalhado, vamos tentar fazer o que autor desse texto provavelmente fez, ou seja, vamos tentar resgatar o planejamento que deu origem ao texto acima. Para isso vamos pensar nos seguintes aspectos:

Qual o assunto do texto lido? Qual é o ponto de vista do autor do texto sobre o assunto tratado? Como o autor organizou o texto? O que ele usou para introduzir o leitor no assunto? Que idéias ele empregou para sustentar o seu ponto de vista sobre o assunto? A que conclusão o autor do texto chegou?

VERIFICANDO OS PASSOS PARA PLANEJARMOS NOSSO TEXTO:

ITENS A SEREM OBSERVADOS

ESPECIFICAÇÃO DOS ITENS

Assunto do texto É sobre o que iremos escrever. Ex.: Educação/ Obesidade/ Destruição do planeta etc.

Delimitação do assunto

Muitas vezes nossos assuntos propostos para redação são muito amplos, eles precisam ser delimitados a fim de que possamos garantir clareza, coerência e não nos percamos nas informações querendo falar sobre vários aspectos de um mesmo assunto. Ex.: Assunto Educação Possível delimitação: Os problemas da educação pública

Criação de lista de palavras associativas ao assunto a ser escrito

Às vezes sentimos muita dificuldade para escrevermos nossos textos. Isso pode ocorrer ou porque não temos nada em mente sobre o assunto, ou temos muitas idéias sobre ele e não sabemos organizá-las para depois redigir. Uma ótima dica para tentarmos dar uma estrutura para os nossos textos é criarmos uma lista de palavras ou de expressões que vão nos auxiliando na escrita.Ex.: Se o assunto sobre o qual vamos escrever for educação, especificamente os problemas da educação pública, podemos levantar a seguinte lista:

descaso do governo falta de verbas despreparo para o mundo do trabalho pessoas quase analfabetas professores descontentes e despreparados

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Levantamos essa primeira lista sem muita preocupação com a ordem das informações. Sendo assim, podemos, num segundo momento, tentar colocar tais informações numa ordem que consideremos mais coerente, ou seja, o que poderia iniciar o nosso texto, depois o que poderia ser usado para prossegui-lo e depois para concluí-lo. Essa segunda lista poderia ficar da seguinte forma:Ex.: 1o. descaso do governo 2o. falta de verbas 3o. professores descontentes e despreparados 4o. pessoas quase analfabetas 5o. despreparo para o mundo do trabalho

Como introduzir o assunto?

Uma vez que temos mais ou menos uma idéia sobre o que vamos escrever com a lista anterior, precisamos pensar como vamos dar início ao nosso texto. Isso pode ser feito por várias maneiras, tais como:

mencionar um fato ocorrido que soubemos por meio do jornal, TV, revista, que ouvimos falar etc.

podemos iniciar nosso texto propondo uma interrogação que desperte o interesse do nosso leitor

situar um problema específico num determinado lugar: numa escola, numa cidade, num estado etc.

citar um trecho de um texto que ilustre o fato com o uso de aspas para mostrar que ele não é nosso

São várias as maneiras por meio das quais podemos dar início aos nossos textos – tudo depende também da nossa criatividade.

Como desenvolver nossos textos?

Nesse momento é importante prestarmos atenção na forma como vamos passando de uma idéia para a outra indicadas na lista que fizemos para que nosso texto não fique incoerente e confuso.

Como concluir nossos textos?

Geralmente as nossas conclusões retomam de certa forma as nossas introduções. A conclusão não precisa ser vista como um final grandioso para o nosso texto, nem temos, quase sempre, que propor uma solução para um problema. A conclusão indica que você conseguiu finalizar uma reflexão sobre o assunto proposto.

Rascunhar o texto Esse nosso texto deve primeiramente ser feito sob a forma de um rascunho para depois passá-lo a limpo. Assim, podemos corrigir erros, construções não muito claras, rever algumas idéias etc. – tudo para melhorar a qualidade do texto.

TIPOLOGIA TEXTUAL

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TEXTO PREDOMINANTEMENTE DESCRITIVO

Alonso era um homem alto, os cabelos finos e escuros, rosto comprido e bem proporcionado, queixo bem desenhado guardando uma boca de lábios grossos que o bigode espesso imprimia delicadeza e sensualidade. O corpo atlético possuía um tórax musculoso, braços e pernas fortes, mas tudo dissimulado pela altura. A sensualidade era adequada e os olhos azuis aguados lhe davam um tom romântico que nunca falhava ao contato com suas freguesas de partitura. Por isso, nenhuma mulher lhe desdenhava uma sugestão, mesmo a mais lacônica, o que o deixava orgulhoso, embora ele fosse inocente quanto ao seu magnetismo viril e acreditasse que o invariável sucesso na venda de partituras se devia ao conhecimento que ele tinha de música.(SOUZA, Márcio. Mas Maria. Rio de Janeiro, 1989)

TEXTO PREDOMINANTEMENTE NARRATIVO

Hoje pela manhã, Maria fez o que todos os dias sempre faz: acordou muito cedo, fez um café não muito forte para economizar pó de café, se arrumou sem muita preocupação em ficar bela e foi, sonolenta, trabalhar numa casa de chá. Chegando lá, tomou café digno, ou seja, comeu na cozinha o que as cozinheiras iam fazendo a mais de propósito: sempre sobrava um pouco de suco de laranja docinho, uns biscoitos amanteigados, fatias grossas de bolos. O dono da casa de chá não gostava da idéia, mas tudo era muito bem escondido. No final do dia, após servir mesas com pessoas elegantes e refinadas, passou pela última vez na cozinha e pegou alguns quitutes para comer em casa: o jantar estava garantido! Chegou em casa, já meio tarde, tomou banho, comeu o que trouxera da casa de chá, assistiu à novela. Depois foi para cama, lá rezou para Santa Rita e finalmente dormiu o sono dos justos.

Personagem: Maria Tempo: hoje pela manhã Espaço: sua casa e a casa de chá Enredo: a vida simples de Maria entre sua casa e seu trabalho Foco narrativo: 3.ª pessoa (a personagem Maria não tem voz na estória)

TEXTO PREDOMINANTEMENTE DISSERTATIVO

Todo especialista em marketing e em propaganda sabe que a cor é fundamental na apresentação e na aceitação do produto e, mais ainda, que isto é também condicionado ao sexo, idade ou extrato sociocultural do comprador visado.

Um produto que se destina, principalmente, ao mercado feminino deverá ter, por exemplo, embalagem em que predominem cores femininas, isto é, que lembrem suavidade e delicadeza; já naquele que busque despertar no homem o desejo de comprar, as cores serão masculinas, traduzindo agressividade e força. O efeito psicológico das cores pode, nesse campo, ter grandes implicações.

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Não nos esqueçamos da pouca receptividade que, inicialmente, tiveram as geladeiras pintadas de vermelho, uma cor quente, pois as donas-de-casa não acreditavam que gelassem tão bem como as brancas.(fonte: Platão e Fiorin – Para Entender o Texto – Leitura e Redação)

Perceba que, no primeiro parágrafo, o autor deixa claro o assunto que vai abordar: o conhecimento dos profissionais da área de marketing sobre a influência das cores nos produtos.

O desenvolvimento do texto do autor é formado pelo segundo parágrafo. Nele, para sustentar sua idéia lançada na introdução, o autor cita as diferenças no uso de cores em produtos dirigidos para públicos diferentes.

No último parágrafo, o autor conclui seu pensamento citando o exemplo das geladeiras vermelhas encaradas pelas donas-de-casa.

Vamos relembrar esses três tipos textuais:

TIPO TEXTUAL DEFINIÇÃO CARACTERÍSTICASDescrição Enumerar qualidades, defeitos

ou características, físicas ou psicológicas.

Retrato de pessoas, ambientes, objetos

Predomínio de atributos Uso de verbos de ligação (ser,

estar, ficar, permanecer, etc.) Tem como resultado a imagem

física ou psicológicaNarração Contar fatos ou situações,

tentando responder a questões como: O quê? Quando? Onde? Como? Quem conta?

Relatos de fatos Presença de narrador,personagens,

enredo, tempo, espaço Apresentação de um conflito Uso de verbos de ação Utilização da 1.ª ou 3.ª pessoa do

discurso Geralmente mesclada de

descriçõesDissertação Discorrer, tratar, abordar

temas, argumentando Defesa de um argumento Apresentação de uma tese que será

defendida Introdução, desenvolvimento,

conclusão Argumentação Uso do plural de modéstia ou do

discurso impessoal

ALGUMAS “DICAS” PARA ELABORAR BOAS DISSERTAÇÕES

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O que é ruim:

1. Jamais use gírias, revele elegância;2. Não utilize provérbios ou ditos populares, isso revela falta de criatividade;3. Nunca se inclua em uma dissertação ( Não use: “Eu”, “Acho que ....”, etc)4. Não use seu texto para propagar doutrinas religiosas (busque a neutralidade científica);5. Jamais analise os temas propostos movido por emoções exageradas (a emoção atrapalha a

visão);6. Não utilize como exemplos fatos ocorridos a terceiros, ou seja, não cite pessoas que só

você conhece. Vale usar pessoas públicas;7. Evite abreviações: vc, tb, p/, c/, etc.;8. Não repita a mesma palavra ou expressão. Use sinônimos e pronomes.9. Não analise um tema sob um único ângulo, mostre que você é flexível quanto ao seu ponto

de vista (quase tudo tem prós e contras);10. Não fuja do tema proposto, isto mostra incapacidade de interpretar o que se pede ou, no

mínimo, falta de concentração.

O que é bom:

1. Utilizar a 1.ª pessoa do plural (nós) é um recurso de modéstia. Ex. Observamos/ Analisamos/ Concluímos. O discurso impessoal (verbo na 3.ª pessoa do singular acrescido da partícula SE) também é uma boa escolha. Ex. Observou-se/ Analisou-se/ Conclui-se.

2. Demonstrar conhecimento sobre a situação política, econômica e social nacional e internacional. Esta é a única forma de garantir textos objetivos e consistentes;

3. Consultar o dicionário para não cair nas armadilhas da ortografia;4. Seja claro, não procure “falar difícil”. Isso não causa boa impressão;5. Faça um plano antes de escrever a dissertação. Distribuir os assuntos nos parágrafos antes

de escrever o texto é uma forma de ganhar tempo ... não de perder;6. Se você tiver vários argumentos, selecione os mais fortes e se aprofunde neles (não pense

em falar de tudo);

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ATIVIDADES PARA RESOLUÇÃO

Texto: TRAGÉDIA BRASILEIRA

Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.Conheceu Maria Elvira na Lapa, prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma

aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico,

dentista, manicura ... Dava tudo quanto ela queria.Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada

disso: mudou de casa.Viveram três anos assim.Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos,

Bonsucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos ...

Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul. (In Manuel Bandeira, Poesia completa e prosa)

Questões:

1. Quem narra a história?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________2. Quais características podemos levantar sobre Misael e Maria Elvira?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3. Essas características auxiliam na construção do conflito? Por quê?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________4. Em que momento o conflito se estabelece na narrativa?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________5. Transcreva do último parágrafo do texto um trecho em que o narrador parece desejar

justificar a atitude de Misael.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________6. A que modalidade (tipo) pertence o texto: Tragédia Brasileira? Justifique sua resposta.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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PRODUÇÃO DE TEXTOS DISSERTATIVOS COM O APOIO DE ALGUNS ARTICULADORES

(Material cedido pelo prof. Roberto Edson Galletti - UNINOVE)

Sempre ouvimos falar que todo bom texto deve possuir introdução, desenvolvimento e conclusão e tratar de forma clara o tema proposto. Abaixo, para facilitar a nossa tarefa de redigir textos, temos alguns articuladores que servem de mecanismos de coesão, ou, se preferirmos, elementos desencadeadores dos parágrafos. São eles:

a) PARA A INTRODUÇÃO DO TEXTO: Há alguns dias ... Há algum tempo que a questão X ... Os últimos acontecimentos revelam que ... O problema X mostra que... O caso X vem despertando interesse, pois... A Revista X, num estudo sobre ... Há quem afirme que ....

b) PARA INDICAR UMA ANÁLISE DO ASSUNTO: É preciso, primeiramente, lembrar que... / destacar o fato de que... É necessário, inicialmente, considerar que... Iniciemos a análise do fato/problema/questão, observando que... Pode-se admitir que... Centrando nossas atenções especificamente no fato de que... etc.

c) PARA REALIZAR O DESENVOLVIMENTO: É evidente que... É inegável que... É certo que... É fato que... Não podemos nos esquecer de que... Faz-se necessário insistir no fato de que... Torna-se imprescindível insistir que... É necessário frisar que... Além do mais... Ademais...etc.

d) PARA CONTINUAR O DESENVOLVIMENTO PROPONDO UMA OPOSIÇÃO:

Mas... Contudo... No entanto... Não obstante... Por outro lado...

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Este problema visto por outro ângulo/prisma... etc.

e) PARA CONCLUIR O TEXTO: Assim... Conseqüentemente... Portanto... Em resumo... Em suma... Finalmente... Desta forma... Definitivamente... Pode-se concluir que...etc.

Se observarmos as “dicas” acima, veremos que elas nos dão, inclusive, uma possibilidade de como processar o nosso texto, ou seja:

1 parágrafo de introdução: para expor de forma geral o assunto;

3 parágrafos (1 para analisar o problema, 1 para exprimir o que é certo e 1 para propor um outro lado da questão de que estamos tratando);

1 parágrafo de conclusão: para encerrar nosso ponto de vista.

EXERCITANDO:

A partir do problema e dos argumentos abaixo indicados, faça uma redação, contendo introdução, desenvolvimento, conclusão e utilizando os articuladores mencionados acima para dar início aos parágrafos.

Problema:

Um chefe (de Divisão, de Serviço, Diretor de Escola ...) deve levar serviço para casa?

Argumentos:

1. Um funcionário tem obrigação não somente com a empresa, mas também com sua família.2. As suas horas de lazer não devem ser sacrificadas.3. É preciso atenuar as tensões geradas pelo excesso de trabalho.

INTRODUÇÃO:

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DESENVOLVIMENTO:

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CONCLUSÃO:

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TRABALHANDO A REFUTAÇÃO TEXTUAL

Todas as informações e dicas dadas no item (Planejamento Textual) continuam valendo para todo texto que formos produzir. O nosso objetivo aqui é pensar de forma mais detida como redigirmos textos com o intuito de refutar idéias, pontos de vista contrários aos nossos. Observe o texto abaixo:

A idade e o crime

As pesquisas têm indicado que a maioria deseja que a idade da responsabilidade penal seja diminuída. Trata-se da idade a partir da qual uma pessoa deve cumprir uma pena criminal pelo delito praticado. Desde 1921, esta idade, no Brasil, é de 18 anos. Da mesma forma, há uma tendência para a instituição da pena de morte. Isto significa que a população está acuada pela criminalidade e, acreditando que a impunidade está na sua base, inclina-se para uma solução que lhe parece a mais adequada.

Ora, todos os que estudaram Direito aprenderam de seus professores que a pena criminal tem três finalidades: ela é intimidativa, pois a prisão de um criminoso dissuade outro; a segunda finalidade é o efeito recuperativo, tendente a reeducar aquele que errou; a terceira reside no castigo, na retribuição, no pagamento do mal com o mal.

Em sã consciência, a cadeia está cumprindo as três finalidades? Reeduca? Atemoriza? Castiga? A resposta é sem dúvida esta: a pena só serve de castigo. Imagine-se, então, um comercial apresentando na televisão, uma moça bonita com uma caixa de sabão a dizer: - Este sabão, antigamente, lavava mais branco, custava menos e fazia muita espuma. Agora, é mais caro, não lava mais branco, mas produz espuma à beça. Seria um total fracasso. Assim está a pena criminal nos nossos dias. De suas três finalidades primitivas, perdeu duas.

Quando se pensa, por exemplo, no efeito intimidativo das penas graves, e aí inclui-se quem sabe a da morte, deve-se discutir um argumento que pensemos ser de peso. A pena para o traficante de entorpecentes já foi de 3 anos, passou para 5 e, atualmente, é de 15 anos de prisão e uma multa em dinheiro que não tem tamanho. Os traficantes se atemorizam? Não vale dizer que persiste a impunidade. Pelo menos no Rio de Janeiro, os grandes traficantes estão em Bangu Um, muito bem guardados. De fato, a pena criminal só é um castigo. (trecho do texto de Gonçalves Viana In: Compreensão e Produção de Textos de Luiz Marques de Souza e Sérgio Waldeck de Carvalho, ed. Vozes, pp. 118/119)

REFLETINDO SOBRE O TEXTO:

1. Lendo o texto com atenção, verificamos que o autor se propôs a falar sobre a questão da punição aplicada à criminalidade no Brasil.

2. O texto está montado em 4 parágrafos, sendo que:

a. No primeiro parágrafo (parágrafo-chave), temos a introdução do texto. O autor usou dados/informações de conhecimento geral para dar início à sua discussão com o intuito de mostrar que as pessoas ainda acreditam que aumentar a punição pode resolver os problemas da criminalidade.

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b. No segundo parágrafo (parágrafo definitório), já se inicia o desenvolvimento. Neste parágrafo, o autor cita/define a natureza da pena sob o ponto de vista do Direito para deixar bem claro qual seria o objetivo da penalidade.

c. No terceiro parágrafo (parágrafo refutativo com exemplificação e interrogação), ainda estamos no desenvolvimento do texto. Aqui, para sustentar o seu ponto de vista, ou seja, que no Brasil a penalidade não cumpre os seus objetivos que são intimidar, castigar e recuperar os marginais, o autor usa um exemplo de um comercial de TV para mostrar que a questão da penalidade no Brasil é falha nestes aspectos.

d. O quarto parágrafo (parágrafo refutativo com exemplificação) ainda é parte do desenvolvimento do texto. Aqui o autor usa outro exemplo, o que ocorreu com os traficantes, mostrando que o aumento da penalidade não intimida a ação dos marginais.

e. No final do quarto parágrafo (parágrafo conclusivo), o autor encerra as suas discussões concluindo que a pena, no Brasil, é apenas um castigo e não algo que eduque os que cometeram crimes nem mesmo algo que intimide a ação de outros marginais.

3. Se fôssemos sintetizar o esquema do texto acima, poderíamos fazê-lo da seguinte forma:

INTRODUÇÃO - 1o. parágrafo = (parágrafo-chave = exposição geral do assunto a ser tratado)

DESENVOLVIMENTO - 2o. parágrafo = (parágrafo que define melhor ou que foca um aspecto específico do assunto a ser tratado)

- 3o. parágrafo = (parágrafo refutativo em que o autor faz questionamento(s) sobre uma posição que se tem sobre o assunto. O uso de interrogações pode ser um bom artifício para preparar nossa refutação)

- 4 o. parágrafo = (parágrafo em que o autor, em resposta aos questionamentos levantados, propõe o seu ponto de vista sobre o assunto )

CONCLUSÃO - 4o. parágrafo = (parágrafo de encerramento)

É evidente que nem todos os textos são redigidos tendo em vista a estrutura acima, mas ela certamente é um bom caminho (uma boa dica) para que comecemos a pensar numa possibilidade de estrutura para conduzirmos nossos textos. Dependendo do nosso objetivo, podemos propor outras estruturas de parágrafos.

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O número de parágrafos do nosso texto refutativo pode certamente aumentar, principalmente os que compõem o desenvolvimento.

EXERCITANDO:

Abaixo, temos a introdução de um texto. Nossa atividade é redigir o seu desenvolvimento, elaborando um parágrafo refutativo. A seguir, devemos concluir o nosso ponto de vista.

Para tentar acabar com a fome no Brasil, assistimos há pouco tempo a uma grande movimentação de alguns grupos da sociedade para arrecadar comida para os mais necessitados, especialmente o povo de algumas localidades do nordeste brasileiro.

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TEXTOS COMERCIAIS

Neste item vamos dar uma atenção especial a algumas características do texto comercial, principalmente aos que usamos para nos comunicar, seja com os integrantes da empresa em que trabalhamos, seja com nossos clientes. O importante é destacar que a imagem do nosso setor/departamento ou até mesmo da nossa empresa depende muito da forma como nos expressamos, portanto uma linguagem correta e clara é fundamental. Abaixo temos algumas dicas extraídas do livro “Português ao Alcance de Todos - Gramática e Redação Comercial sem Mistérios” de Cláudia S. Fernandes e Marisa dos S. Dourado – ed. i@editora, São Paulo, 2002. Importante observar o fato de que a nossa preocupação não será tanto com a formatação dos textos, pois cada empresa acaba empregando parâmetros diferenciados sobre espaçamentos, cabeçalhos etc. O que nos interessa aqui é a composição dos textos de forma clara e objetiva.

1) Em nossas comunicações usamos:

a) Local e data no topo da folha.b) Destinatário(s): Nome da empresa ou nome da pessoa para quem enviamos a carta.c) Referência ou Ref. (trata-se do assunto da comunicação).d) Vocativo (Prezado(a)(s) Senhor (a)(s):e) O texto da carta muito claro e objetivo. f) Despedida: seja breve (Atenciosamente, Cordialmente,).g) Assinatura.

2)Veja abaixo algumas construções que podemos evitar a fim de deixar nossos textos mais concisos e claros:

EVITE EMPREGUEAcima citado CitadoAnexo à presente Apenas anexoAnexo segue Apenas anexo ou segueAnteriormente Determine exatamente o tempo de alguma

açãoCarta datada de Carta deCom o propósito de Para ou a fim dePedimos SolicitamosSem mais / sem mais para o momento Atenciosamente / cordialmenteTem a presente a finalidade de Para ou a fim deVimos, por meio desta, solicitar/informar Solicitamos, informamos etc.

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EXERCITANDO:

1) Redija uma carta de cobrança nos seguintes termos:

a) Informar ao cliente que, no sistema da empresa, foi encontrado um débito no valor de R$ 240,00 – referente ao mês de setembro de 2007- por ocasião da contratação do sistema de segurança SEC II.

b) Para que o fornecimento do produto não seja interrompido, há a necessidade de se quitar referido débito, ou no caso do pagamento realizado, enviar via fax o comprovante de pagamento.

c) Informar que, se conformado o débito, e se for pago até 30 de março de 2008, haverá um desconto de 20%.

d) Informar que o setor de Atendimento ao Cliente está à disposição para esclarecimentos por meio do fone 0800 20 30 40.

e) Não se esqueça de que se trata de uma carta de cobrança, portanto seja o mais educado possível para formular a sua carta, pois é sempre muito desagradável cobrar e ser cobrado.

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REVISÃO LINGÜÍSTICA

1- O EMPREGO DE ALGUNS PRONOMES – A COLOCAÇÃO PRONOMINAL

A fim de conseguirmos um padrão de linguagem mais formal, é importante que olhemos para o emprego de alguns pronomes com mais cuidado. Frases comuns na oralidade informal como: “adquirir ele”, “vender elas”, “encontraram eles”, etc. devem ser substituídas por outras mais formais e características de textos acadêmicos.

TABELA DOS PRONOMES PESSOAIS:

DO CASO RETO DO CASO OBLÍQUOFunção de sujeito De objeto e outras que não a de sujeitoEU ME, MIM, COMIGOTU TE, TI, CONTIGOELE/ELA SE, SI, CONSIGO, O, A, LHENÓS NOS, CONOSCOVÓS VOS, CONVOSCOELES/ELAS SE, SI, CONSIGO, OS, AS, LHES

Os pronomes destacados na tabela acima, de acordo com a gramática normativa, não podem ocupar qualquer lugar em nossas frases. Sempre em relação a um verbo, a colocação desses pronomes pode ser as seguintes:PRÓCLISE: pronome antes do verbo – Ex.: Não lhe darei o dinheiro agora!MESÓCLISE: pronome no meio do verbo – Ex.: Dar-lhe-ia o dinheiro, caso....ÊNCLISE: pronome depois do verbo – Ex.: Conte-me a verdade agora!

Algumas orientações gerais sobre o assunto:

1) Nunca inicie uma frase com um desses pronomes destacados, quando o seu texto for formal. Por isso, frases como: me dá água; me fala uma coisa; me empresta o livro devem ser evitadas.

2) Para usar a próclise, verifique se, na frase, há algumas ocorrências como:

a) palavras com sentido negativo (não, nunca, nem, jamais, nada, nenhum, etc.) – Ex.: Não me fale que ele ainda não chegou!b) pronomes interrogativos: (como, quando, por que). Ex.: Por que o tratou mal?c) alguns advérbios: aqui, depois, agora, etc. Ex.: Aqui se fala bem!d) verbos no gerúndio com a preposição “em”. Ex.: Em se tratando de mercado...e) algumas conjunções: que, quando, porque. Ex. Quero que se vá.f) expressões optativas (de desejo). Ex. Deus o ajude!g) palavras indefinidas: tudo, isso ... Tudo me diz que você errou.

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3) Para usar a mesóclise, os verbos devem estar no futuro do presente ou do pretérito. Ex.: Falar-lhe-ia tudo, se você estivesse aqui! / Falar-te-ei se tu vieres.

4) Quanto à ênclise, trata-se da colocação normal do pronome pessoal oblíquo átono. Ela é utilizada, quando não houver os fatores acima mencionados.

ATENÇÃO ÀS TRANSFORMAÇÕES DE ALGUNS PRONOMES

verbos terminados em vogal; empregamos os pronomes (o, a, os, as)Ex.: - O homem vende os imóveis = O homem vende-os.- O homem comprou as mesas = O homem comprou-as.

verbos terminados em (r, s, z); cortam-se essas consoantes e acrescenta-se (lo, la, los, las)

Ex.: - Quero adquirir a assinatura = Quero adquiri-la.- Ele vai propor o acordo = Ele vai propô-lo.- Ela vai trazer as malas para a viagem = Ela vai trazê-las.- Eu fiz o trabalho = Eu fi-lo...

verbos terminados em (am, em, ão, õe, õem); usa-se (no, na, nos, nas)Ex.:

- Encontraram o rapaz perdido = Encontraram-no perdido.- Eles dão o cartão na hora do vôo = Eles dão-no na hora do vôo.- Elas compõem músicas latinas = Elas compõem-nas.

verbos com regência indireta solicitando os pronomes (lhe, lhes)Ex.:

- Nós solicitamos os documentos de vocês = Nós solicitamos-lhes os documentos.- Nós vendemos a casa a ele = Nós vendemos-lhe a casa.

Obs.: Quando for empregar (nos), o “s” do verbo cai.Ex.:

- Lembramos do aniversário = Lembramo-nos do aniversário.- Tínhamos comprometido a comprar o presente = Tínhamo-nos comprometido a comprar

o presente.

EXERCITANDO:

1) Substitua as expressões grifadas das frases abaixo por pronomes acima vistos:

a) Obedeça aos seus superiores hierárquicos, pois eles podem mudar sua vida na empresa._____________________________________________________________________

b) Nós conseguimos encontrar os passaportes desviados na última viagem.

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______________________________________________________________________

c) Lucas sempre obtém a máquina de solda em uma das cidades do Sul.______________________________________________________________________

d) Os alunos põem as respostas em fichas indicadas pelo orientador do curso.______________________________________________________________________

e) Ontem enviamos a vocês todos os documentos necessários para a inscrição no concurso.______________________________________________________________________

f) Os policiais quiseram conduzir as pessoas até as portas de saída daquele evento.______________________________________________________________________

g) Marcos comprou as folhas para ele mesmo digitar o trabalho.______________________________________________________________________

h) No escritório, Carlos põe pastas em prateleiras corretas e catalogadas, mas Elias deixa as faturas em lugares muito difíceis de serem encontradas.____________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Verifique o que está de errado nas colocações dos pronomes destacados das frases abaixo:

a) Por que preocupas-te com isso tudo? Aqui diz-se sim para tudo que seja bom!___________________________________________________________________________

b) Me contaram tudo sobre o fato ocorrido. Achei que jamais encontrariam-me aqui.___________________________________________________________________________

c) Em tratando-se de culinária, sou um fracasso.___________________________________________________________________________

d) Quando você viu ela pela última vez?____________________________________________________________________________e) Peço que ninguém diga-me o que fazer na reunião!____________________________________________________________________________

3)Considere o texto abaixo e só empregue os pronomes que vimos acima quando necessário.

Após usar por anos aquela ferramenta em seu computador, Alberto resolveu substituir ela por outras que facilitassem o seu trabalho. Pediu, então, autorização para pesquisar no mercado uma empresa que desse a ele segurança. Diante de seu supervisor numa reunião, pediu a ele verba para adquirir as ferramentas, pois ele já havia encontrado elas por um preço muito bom.

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2. O EMPREGO DE ALGUNS VERBOS

Vamos aproveitar para reforçar um pouco o emprego de alguns verbos que costumam nos deixar em dúvida e que se bem empregados demonstram a nossa capacidade de domínio da linguagem formal. Como são muitos os verbos no Português, vamos, por meio de exercícios, rever alguns mais trabalhosos. Antes, porém, veja abaixo a lista dos verbos que chamamos de abundantes:

Aceitar = aceitado ou aceitoAcender = acendido ou acesoAnexar = anexado ou anexoBenzer = benzido ou bentoEntregar = entregado ou entregueEleger = elegido ou eleitoExpelir = expelido ou expulsoExpressar = expressado ou expressoExpulsar = expulsado ou expulsoGanhar = ganhoImprimir = imprimido ou impressoIncluir = incluído ou inclusoLimpar = limpado ou limpoMatar = matado ou mortoMorrer = morrido ou mortoPagar = pagoPegar = pegado ou pegoPrender = prendido ou presoSoltar = soltado ou solto, etc...

1) Complete as frases abaixo empregando os verbos indicados entre parênteses de forma adequada.

a) Se eu _______________ todos os documentos de uma só vez, você não conseguirá vistá-los. (trazer)

b) Depois da aula, se você a ______________ no café, peça que ela fale comigo. (ver)

c) Quando você ___________________ todas as pastas, não se esqueça de me entregar os documentos mais importantes. (reaver)

d) Eles já haviam _____________ os contratos ao relatório (anexar)

e) Se todos eles _________________ para a empresa seus problemas, a nossa convivência seria quase impossível (trazer)

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f) Eu mesmo sempre ______________ o escritório com os materiais de que precisamos. (prover)

g) Quando você __________________ todas as cartas, passe-as para o diretor assinar. (refazer)

h) Assim que abriu a porta do elevador, ele notou que estava cheio de gente. Irritado, pois queria descer logo para o térreo, disse: infelizmente eu não ____________ aí! (caber)

i) Se todos nós ____________________ naquele carro, teríamos ido ao litoral no final de semana. (caber)

j) Quando nós ______________ realizar as tarefas com calma, voltaremos a tratar dos problemas pendentes! (poder)

k) Eles todos sempre ____________ as pessoas na rua e não fazem nada! (ver)

l) Os alunos ____________ seus livros para que os trabalhos sejam feitos e para que os professores ______________ seus pareceres sobre o que foi aprendido. (ler / dar)

m) Hoje nós ____________ apenas para cumprimentá-lo pelo seu aniversário. (vir)

n) Se nós nos _____________________ do perigo, estaríamos mais tranqüilos hoje! (precaver)

o) Eu já disse que, se nós ___________________ todas as pessoas, elas não ___________ na sala de reunião! (trazer / caber)

p) Nós ______________ por dias melhores aqui na empresa. (ansiar – pres.indic.)

q) Eu disse que ___________ mentiras; eles disseram que ____________ faltas injustificadas, portanto todos nós ________________ situações complicadas! (odiar – pres.indic.)

r) Eu mesmo _________ cada mesa na sua posição correta. (pôr-pret.perf.indic.)

s) Ela _________ medo do perigo; eles _________ coragem suficiente para enfrentar o inimigo, mas os pais _______________ que todos voltarão salvos para casa. (ter/crer – pres.indic.)

2)Qual das alternativas possui formas verbais que preenchem corretamente as lacunas dos períodos abaixo:

2.a) _____ muito tranqüilo, se esta pasta _____ todos os documentos de que preciso.a) Ficaria – contivesse; b) Ficaria – continha; c) Ficava - continha;d) Ficaria – contesse; e) Ficaria - conter.

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2.b)__________ nesta sala cerca de vinte pessoas que ainda não tinham entregado o material solicitado, mas ________ as possibilidades de entrega em outra data.a) haviam – existia;b) havia – existiam;c) havia – existia;d) haviam – existiam.

2.c)Se você a ________ durante a festa de final de ano, diga que ________ um pouco de paciência, isto é, que não _________ grosseira com todos.a) ver – tenha – seja;b) vir – tenha – seje;c) ver – tenhe – seja;d) ver – tenhe – seje;e) vir – tenha – seja.

2.d)Assinale a alternativa cuja forma verbal está incorreta.a) Não haviam tanta necessidade de cerimônias com ele.b) Havia tantas casas arruinadas que o trabalho da construtora ficou muito difícil.c) Existem casos que ainda estão pendentes.d) Há vários tipos de carros expostos na loja.e) Pode haver ainda situações que precisem de mais atenção.

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3. TRABALHANDO ALGUNS CASOS DE CONCORDÂNCIA E MAIS ALGUMAS DIFICULDADES COMUNS DA LÍNGUA

Para revermos alguns dos principais casos de concordância, os quais costumam nos deixar com dúvida tanto na fala quanto na escrita, vamos direto aos exercícios.

1) Indique a alternativa que preenche corretamente as lacunas do período abaixo:

Ela, ainda ..... furiosa com todos nós, mas com a educação de sempre, disse palavras ..... agressivas, pois queria parecer ..... irritada do que antes.

a) meio – menos – menos;b) meia – menos – menos;c) meia – menos – menas;d) meio – menas – menos;e) meia – menas – menas.

2) Indique a alternativa em que a palavra destacada foi empregada corretamente.

a) Disseram que a anos ninguém mais procurou saber sobre a moça daquele sobrado.b) Gostaria de saber por que todos já foram embora tão cedo!

c) Onde você vai com tanta pressa? O ônibus só sairá daqui a duas horas!

d) Ela disse que estava meia atordoada com aquele barulho todo da festa.

e) Seje mais caridoso: doe para aqueles que nada têm o que você tem demais.

3) Indique a alternativa que não contém erro de concordância nominal:

a) Elas mesmo fizeram tudo sem pedir ajuda.b) Disseram que as notas foram enviadas anexo aos contratos.c) Estamos todos quites com a Receita Federal.d) Lúcia disse que estava meia cansada de tanto trabalho acumulado.e) Hoje, menas pessoas participaram da reunião.

4) Indique a alternativa que preenche de forma correta as lacunas das frases abaixo, respectivamente.

I. Seguem ....... os documentos que foram solicitados pelo juiz.II. Durante a viagem, vimos paisagens as mais belas.................

III. É ............... entrada de pessoas estranhas neste local.a) anexo – possíveis – proibidab) anexos – possíveis – proibidoc) anexos – possível – proibidad) anexos – possível – proibidoe) anexo – possível – proibida

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5) Indique a alternativa que preenche corretamente as lacunas do período abaixo:

Permaneceu em silêncio até o final da ______, depois procedeu à ______ de bens conforme mandava o documento.

a) seção; secçãob) sessão; cessãoc) cessão; sessãod) sessão; seçãoe) secção; sessão

6) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do período abaixo:

Não sei ... as pessoas naquela ... de cinema ficaram ... nervosas com aquelas palavras do ator!

a) porque; cessão; meias;b) por que; seção; meio;c) porquê; sessão; meias;d) porque; sessão; meio;e) por que; sessão; meio.

7) A alternativa que preenche corretamente as lacunas da sentença abaixo é:

Pedro é um aluno que ... se esforçando ... muitos meses para recuperar o tempo perdido. O resultado são trabalhos que ... dado orgulho aos seus pais.

a) vem – há – têm;b) vêem – há – têm;c) vêm – a – têm;d) vem – a – têm;e) vêem – há – têem.

8) Indique a alternativa que preenche corretamente as lacunas das orações abaixo: * Os documentos ......... que estar aqui até o final do dia. * Se ele a .........., tome cuidado para não cometer gafes. * Ela ..........que o ajuste salarial será acertado. * Elas ........... de Londres ainda hoje.a) têm – vir – crêem – vêmb) têm – ver – crêem – vemc) tem – vir – creem – vêmd) tem – ver – crem – vêeme) têm – vir – crê – vêm

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9) Se você a ........ durante a festa de final de ano, diga que ....... um pouco de paciência, isto é, que não ....... grosseira com todos.

A alternativa que preenche corretamente as lacunas acima é:a) ver – tenha – seja;b) vir – tenha – seje;c) ver – tenhe – seja;d) ver – tenhe – seje;e) vir – tenha – seja.

10) Indique a alternativa que preenche corretamente as lacunas do período abaixo:Lúcia, você está ____, mas como ____ apenas três dias para o encerramento das aulas, é melhor você fazer um esforço e não faltar mais.

a) meio resfriada – faltab) meia resfriada – faltac) meio resfriada – faltamd) meio resfriado – faltame) meia resfriada – faltam

11) Indique a alternativa correta:a) Aonde você colocou os papéis do imóvel?b) Faz 15 anos que terminei a graduação.c) Fazem anos que não encontro meus amigos.d) A festa beneficente foi realizada para os mendigos, porquê?e) Porque você passou por mim tão rápido?

12) Indique a alternativa correta em relação aos verbos empregados:a) Vendem-se casas no litoral por um bom preço.b) Fala-se línguas estrangeiras nessa casa.c) Precisam-se de funcionários com prática em RH.d) Conserta-se sapatos finos.e) Tratam-se de situações complicadas.

13) Complete as lacunas abaixo com os verbos indicados, colocando-os no presente do indicativo:

a) Marcos _____ muitos brinquedos. (ter) b) Pai e mãe _____ a reunião, para ver a situação (vir) c) As crianças _____ muito em comum. (ter) d) Os meninos _____ na justiça dos homens. (crer) e) Marcos _____ uma bela história. (ler) f) Aquela casa _____ um bonito aspecto. (ter) g) Todos _____ amigos. (ter)

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h) Eles todos _____ a situação com muita esperança.(ver)

i) Disseram-me que eles ______ do interior para a capital.(vir)

14) Faça o mesmo com os verbos indicados no final de cada frase, colocando-os no presente do indicativo:

a) O guarda ______ o assaltante. (deter) b) Os guardas ______ o assaltante. (deter) c) O menino ______ o seu peso. (manter) d) Os meninos ______ o seu peso. (manter) e) Os alunos ______ os ensinamentos do professor. (reter) f) O aluno ______ os ensinamentos do professor. (reter)

15) Preencha as lacunas com o verbo pôr no presente do indicativo:

a) Ele _____ o coração naquilo que faz.

b) Eles se _____ à sua disposição.

c) Zeca _____ as bolinhas de gude na mão de Marcos.

d) Todos _____ açúcar no café?

16) Complete usando MEIO ou MEIA: a) Maria chegou _____ atrasada. b) Petrolina é _____ louca. c) Marcos engordou _____ quilo. d) Levei _____ torta para vovó. e) Marta está _____ assustada com as atitudes do seu diretor.

17) Complete as frases com os porquês:a) _________________ você está chateada? b) Cuidar do animal é mais importante _______________ ele fica limpinho. c) Você não limpou o tapete? ________________?d) Concordo com Paulo _______________ ele tem razão. e) Os caminhos _______________ passo são ruins e de difícil acesso.

18) Preencha as lacunas com: HÁ / Aa) A loja fica _____ poucos quilômetros daqui. b) ______ instantes li sobre o Natal. c) ______ mais de dois dias que a mercadoria acabou. d) _____ três dias que todos se preparam para a festa do Natal. e) Esse fato aconteceu ______ muito tempo.

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f) Os alunos da escola dramatizarão a história do Natal daqui _______ oito dias. g) Ele estava ______ três passos da casa de André. h) ______ dois quarteirões existe uma bela árvore de Natal.

4 – TRABALHANDO ALGUNS CASOS DE REGÊNCIA VERBAL

Quando a nossa pretensão em nossos textos é alcançar, além de uma linguagem clara e objetiva, um nível de formalidade, devemos observar vários mecanismos lingüísticos regidos por algumas regras. Entre esses mecanismos temos a regência verbal, ou seja, a forma como os verbos se comportam nas frases, mais especificamente a forma como devemos usar os complementos. Os verbos que recordaremos aqui são os mais citados em manuais didáticos e os mais solicitados em provas de concursos. Observe as frases abaixo:

1) Verbo Assistir – Ontem assistimos a um filme (ou ao filme) que há muito estávamos esperando ser exibido

na tevê. (sentido de ver) Marcos disse ter assistido à série do programa que trata do desmatamento. (sentido de ver) O professor se propôs a assistir o aluno no intervalo. (sentido de ajudar/dar assistência) O rapaz assistiu muito bem os feridos naquele acidente. (sentido de ajudar/dar

assistência).

2) Verbo Pagar/Perdoar –

Você já pagou a conta no banco indicado? (pagando coisa) Perdoei o atraso na entrega dos materiais. (perdoando coisa)

Você já pagou ao padeiro o que devíamos? (pagando a uma pessoa) Perdoei ao meu irmão, afinal guardar rancor não nos leva a nada. (perdoando a uma

pessoa)

3) Verbo Aspirar -

Carlos aspira o ar da montanha, pois ele diz que lhe faz muito bem. (Aqui significa que Carlos respira o ar da montanha).

Carlos aspira ao posto de gerente de uma grande loja de peças para automóveis. (Aqui significa que Carlos deseja tal posto).

4) Verbo Chegar -

Não conseguimos chegar à casa de Paulo para a reunião. Chegou a casa muito tarde!

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Eles chegaram à empresa cheios de documentos. Chegamos ao escritório sem a menor idéia do que iríamos fazer. (verbo chegar

acompanhado da preposição “a”)

5) Verbo Preferir -

Os alunos preferiram fazer o trabalho em sala de aula a levar tarefas para casa. (forma correta).

Os alunos preferiram muito mais fazer o trabalho em sala de aula do que levar tarefas para casa. (forma errada de se usar o verbo preferir).

6) Verbos Lembrar/Esquecer/Recordar –

Lembrei o nome de cada um deles. Paula esqueceu o livro sobre a mesa. Ela disse que recordou o passado com muita facilidade. (em todos esses casos, os verbos

não são pronominais)

Lembrei-me do nome de cada um deles. Paula esqueceu-se do livro sobre a mesa. Ela disse que se recordou do passado com muita facilidade. (aqui os verbos são

pronominais, ou seja, acompanhados por: me, se, etc.)

7) Verbo visar –

O garoto visou o alvo antes de jogar a pedra lá embaixo. (sentido de mirar) Os funcionários visam ao posto de encarregados. (sentido de desejar) Os funcionários visam à manutenção freqüente das máquinas para maior segurança.

(sentido de desejar).

8) Verbo ir –

Vamos ao cinema / Iremos à faculdade mais tarde / Fui ao encontro deles (verbo ir sempre acompanhado por “a”)

Estas frases estariam erradas se disséssemos: Vamos no cinema/ Iremos na faculdade/ Fui no encontro deles)

EXERCITANDO:

2) Substitua os verbos destacados abaixo pelos indicados entre parênteses, observando-se os casos de regência vistos acima. Se preciso, faça alterações na frase:

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a) Disseram que os assaltantes apontaram para os alvos, mas que não conseguiram atingir as vítimas. (verbo visar)

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Os alunos, a pedido do professor, viram o seminário do autor do livro lido em aula. (verbo assistir).

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c) O médico pediu que eu deixasse de respirar o ar daqui da capital, pois o nível de poluição está muito alto. (verbo aspirar)

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

d) Fomos a um hospital público e lá vimos que a enfermagem atende bem os pacientes. (verbo assistir)

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

e) Os gerentes, agora, estão querendo o posto de diretor daquela instituição. (verbo aspirar).

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3) Analise atentamente a forma como alguns verbos foram empregados, indicando os erros de regência verbal, apontando as formas corretas.

Não é de hoje que a sociedade está cansada desta onda de violência que nos acomete e que visa muito o tão sonhado sossego em todos os segmentos. Ontem soubemos de mais um caso que abalou toda a população, mas infelizmente, devido ao medo, preferiu muito mais ficar calada do que entregar para a polícia os bandidos envolvidos. Trata-se do assassinato de um garoto no Rio de Janeiro, morto de forma violenta. Este caso chegou no conhecimento da população pela tevê em meio a uma série de outras notícias ruins.

Os familiares do garoto, muito revoltados, disseram que os bandidos devem pagar pelo crime, mas mostraram-se muito descrentes, pois foram na delegacia registrar a ocorrência e perceberam que foram tratados como se o caso deles fosse apenas mais um entre tantos outros.

Por um momento, a revolta foi tanta, que a mãe do garoto esqueceu do fato de que num lugar como aquele os funcionários, infelizmente, já estão acostumados com tanta violência e reclamações por justiça.

Pacientemente, o delegado assistiu o espetáculo de horror dado pela família e em seguida deu continuidade ao caso de forma burocrática como tantos outros casos que apareceram naquela semana.

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5 - A CRASE

A crase é a fusão de duas vogais iguais. A que nos interessa aqui é a junção da preposição “a” com o artigo “a”. Vejamos abaixo algumas das principais regras a fim de que deixemos de cometer erros nos nossos textos.

1) OCORRE CRASE:

Com os pronomes demonstrativos: aquele(s) / aquela(s) / aquiloEx.:

- Entreguei àquele rapaz os documentos para o cadastro.- Dê as faturas àquelas funcionárias.- Referiu-se àquilo com certo desprezo.

Com algumas expressões femininas que indicam a forma, por onde, ou o momento em que fazemos algumas ações.

Ex.:- Às vezes saio mais cedo de casa.- Ela fez um peixe à moda italiana.- Às tantas horas da noite ele pediu auxílio.- Estou aqui à toa e nada acontece.- À noite todos os perigos ficam maiores.- Fizemos o trabalho às escondidas de todos.- Virou à direita e não à esquerda da avenida.- Saiu de casa às pressas e voltou tarde.

Com palavras que indicam nomes de localidades (bairros, cidades, estados, países). Veja a dica de como saber se ocorre a crase:

Ex.:- Vou a Campinas no final de semana. (Vim de Campinas)- Vou à Alemanha nas férias. (Vim da Alemanha)- Vou a Santana resolver um problema. (Vim de Santana).- Vou à Lapa para comprar uma casa) (Vim da Lapa)-Obs.: Se na volta venho da, crase há; se na volta venho de, crase para quê?

Em caso de indicação de horas:Ex.:

- Saio de casa sempre às 7h30min.Obs.: Das 7h às 14h estaremos aqui.

Com a palavra “casa” só se ela for determinada:

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Ex.:- Vou a casa agora pedir ajuda.- Vou à casa de meus pais agora pegar os papéis.

2) NÃO OCORRE CRASE:

Com palavras masculinas:- Ando a cavalo- Passeou de barco a vapor.

Com verbos:- Comecei a estudar para as provas finais.- Passei a entregar todos os dias os envelopes mais cedo.

Meses do ano:- De janeiro a setembro deste ano, os departamentos estão em reforma.

Com as palavras: ela, esta, essa, toda e seus plurais.- Entreguei a ela todos as faturas.- Falei a todas as pessoas sobre aquele assunto.- Refiro-me a essa pessoa.

Com pronomes de tratamentos (você, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, etc.)- Dei a você o contrato.- Falei a Vossa Senhoria que não precisa vir para a reunião.

3) CASOS FACULTATIVOS:

Com os pronomes possessivos femininos e com nomes próprios (femininos).Ex.:

- Entreguei a ou à nossa conselheira a reclamação.- Dei a Carla ou à Carla flores pelo seu aniversário.

EXERCITANDO:

1) Empregue: a / à / há observando-se as regras acima:

a) A auditoria só voltará ......... funcionar depois de janeiro.b) ........ dias estou solicitando as certidões e nada acontece.c) Daqui ....... uma semana várias mudanças ocorrerão.d) Com relação ....... assistência médica, fique tranqüilo, o caso já foi resolvido.e) Ontem ........ noite estava mais quente, mas se fizer calor hoje ........ noite, iremos ........

sorveteria!f) A ligação tende sempre ........ cair, embora eu tente constantemente completá-lag) O insucesso está ligado ......... pouco esforço de todos.

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h) Na primeira semana de férias, pretendo ir ....... casa de amigos que moram em Salvador. Depois quero ir ....... Londres, ....... França, ........Espanha, ...... Portugal, ou seja, andar pela Europa.

i) ....noite, todos os operários voltaram ...... fábrica e só deixaram o serviço ...... uma hora da manhã.

j) Fique .... vontade e confie .... mim tudo que tem .... dizer.l) Dê ciência .... todos de que não mais se atenderá ..... pedidos que não forem

dirigidos .... diretoria.m) Vou ..... Londres para um “show” de uma banda.n) O Juiz cedeu o terreno ...... Vossa Senhoria na última audiência?o) Estávamos prestes .... sair de casa quando ele chegou.p) .... vezes, uma certa tristeza me abraça!q) Entreguei o carro aquele vendedor competente.r) O sucesso do filme deve-se ..... habilidade dos atores.s) Tentarei ir .... Mooca pela manhã, depois ....... Santana na parte da tarde, para depois

chegar ..... Barra Funda ...... noite para estudar.t) Concedi .... ela os meus préstimos.u) Dei ..... minha mãe o que ela merecia.v) Pedi .... nenhuma pessoa favor algum.

2) Indique a alternativa que preenche corretamente as lacunas do período abaixo:Ontem ............ noite, eu e alguns amigos fomos......... um restaurante muito atraente e lá falamos muito sobre quase tudo. Marcos, o nosso amigo que adora viajar, disse-nos que na próxima semana irá ......... Manaus para participar de uma conferência, depois ____ Bahia para rever seus familiares.

a) à – a – a – à;b) a – à – à – a;c) à – a – a – a;d) a – a – a – a;e) à – à – a – a

3) ........ vários dias penso em lhe dizer o que vai acontecer daqui ....... poucas semanas, mas não fico muito ....... vontade, pois ....... partir de hoje tudo mudou entre nós.A alternativa que preenche corretamente as lacunas acima é:

a) há – a – à – a;b) à – a – à – à;c) há – a – a – à;d) a – à – à – a;e) há – a – a - a.

4)_____ esquerda daquele edifício, _____ partir de hoje, não mais será permitida _____ instalação de bares e lanchonetes, pois _____ noite aquele lugar costuma ser violento.

a) a / a / a / à; b) à / a / a / à;

c) à / a / à / à;d) a / a / a / a;

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e) à / à / à / a.

5) Qual das alternativas abaixo preenche adequadamente as lacunas do período abaixo:........... noite, todos os funcionários retornaram ............ fábrica e só deixaram o trabalho.......... pressas porque um acidente havia ocorrido.

a) Há – à – às b) A – a – asc) À – à – àsd) À – a – ase) A – à – as

BIBLIOGRAFIA DO CURSO

BASTOS, Lúcia K & MATTOS, Maria A. A produção escrita e a gramática. São Paulo: Martins Fontes, 1992.BELLINE, Ana H. Cizotto. Trabalhando com descrição. São Paulo: Ática, 1995.BORBA, Francisco da Silva. Pequeno vocabulário da lingüistica moderna. São Paulo: Nacional/ Edusp, 1971.CÂMARA JR., J. Matoso. Manual de expressão oral e escrita. 3ª ed., Rio de Janeiro: J. Ozon Editor.CITELLI, Adilson. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione, 1995.GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 7ª ed., Rio de Janeiro: FGV, 1978.GRANATIC, Branca. Técnicas básicas de redação. São Paulo: Scipione, 1995.FILHO, Paulo B. A descrição. São Paulo: Atual, 1993.FIORIN, José Luiz e SAVIOLI, Francisco platão. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2000.LAPA, M. Rodrigues. Estilística da língua portuguesa. 7ª ed., Rio de Janeiro: Acadêmica, 1973.MACEDO, José Armando. Redação no vestibular. São Paulo: Moderna, 19977.MINCHILLO, Carlos A. C & CABRAL, Isabel C. M. A narração. São Paulo: Atual, 1993.PACHECO, Agnelo C. A dissertação. São Paulo: Atual, 1993.SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 lições com mais de 1700 exercícios. São Paulo: Ática, 1985.SOBRAL, João Jonas Veiga. Redação: Escrevendo com prática. São Paulo: Iglu, 1997.__________. Técnicas de redação: redação empresarial – produção do texto. São Paulo: Iglu, 1995.SIQUEIRA, João Hilton S. O texto. São Paulo: Seliunte, 1990.TERRA, Ernani. Gramática prática. São Paulo: Scipione, 1993.TUFANO, Douglas. Estudo de redação. São Paulo: Moderna, 1990.__________. Estudos de gramática. São Paulo: Moderna, 1990.VANOYE, Francis. Usos da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

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