o filho pródigo

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Jesus contou a aventura de um jovem na Parábola do Filho Pródigo Parábola : género literário e recurso literário muito utilizado por Jesus. É uma narrativa fictícia que recorre a elementos da vida quotidiana para representar a relação de Deus com as pessoas ou das pessoas entre si. O seu objectivo é a transmissão de uma mensagem religiosa ou ética, com vista a uma alteração dos comportamentos. Jesus contou a aventura de um jovem na Parábola do Filho Pródigo

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Page 1: O Filho Pródigo

Jesus contou a aventura de um jovem na Parábola do Filho Pródigo

Parábola: género literário e recurso literário muito utilizado por Jesus.

É uma narrativa fictícia que recorre a elementos da vida quotidiana para representar a relação de Deus com as pessoas ou das pessoas entre si.

O seu objectivo é a transmissão de uma mensagem religiosa ou ética, com vista a uma alteração dos comportamentos.

Jesus contou a aventura de um jovem na Parábola do Filho Pródigo

Page 2: O Filho Pródigo

Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: - "Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde". E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, vivendo dissolutamente. Tendo gasto tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações. Então foi servir a um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. E, caindo em si disse:

Page 3: O Filho Pródigo

- Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância e eu, aqui morro de fome! Levantar-me-ei e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o Céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um dos teus jornaleiros.

E, levantando-se, foi ter com o pai. Ainda estava longe quando o pai o viu, e enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço cobrindo-o de beijos. O filho disse-lhe:

- Pai pequei contra o Céu e contra ti, já não mereço ser chamado teu filho.

Page 4: O Filho Pródigo

Mas o pai disse aos seus servos:

- Trazei depressa a mais bela túnica e vesti-lha; ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e encontrou-se.

E a festa principiou. Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos, perguntou-lhe o que era aquilo. Disse-lhe ele:

- "O teu irmão voltou e teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo".

Page 5: O Filho Pródigo

Encolerizado, não queria entrar; mas o pai saiu e instou com ele. Respondendo ao pai, disse-lhe:

- "Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua e nunca deste um cabrito para me alegrar com os meus amigos; e agora, ao chegar esse teu filho que te consumiu os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo".

O pai respondeu-lhe:

- "Filho, tu sempre estás comigo e tudo o que é me é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu: estava perdido e encontrou-se"». (Lc 15,11 -32)

Page 6: O Filho Pródigo

Mensagem da parábola• Com a ajuda do teu colega de mesa, faz a descrição das

personagens da parábola (dois ou três adjectivos para o Pai, o Filho Pródigo e o seu irmão mais velho).

• Procura também avançar sugestões sobre a mensagem que Jesus deseja transmitir ao contar esta história.

• Tens 5 minutos para fazeres esta actividade!

Page 7: O Filho Pródigo

A mensagem da parábolaNa parábola do filho pródigo, há alguns aspectos que exigem conhecimento da cultura judaica da época para se poderem interpretar correctamente:

– A terra distante para onde foi o filho mais novo: para um judeu agarrado às tradições religiosas, as regiões fora da Palestina, sendo espaço onde se praticavam religiões pagãs, era território identificado com o pecado e o mal.

– Guardar porcos não era profissão que um judeu quisesse ter: para a cultura judaica, o porco é um animal impuro, logo não pode fazer parte da sua ementa; por essa razão, guardar porcos só pode ser mais uma humilhação.

– A postura do pai: ao avistar o filho que regressava, o pai corre ao seu encontro; este comportamento não era aceitável para um pai judeu; correr é indigno de um homem maduro.

Page 8: O Filho Pródigo

PersonagensO filho mais novo é a única personagem que altera o seu procedimento ao longo da narrativa. É, pois, uma personagem ambígua, mas é também um indivíduo que aprende com a experiência da vida. Personifica, em primeiro lugar, o egoísmo, a auto-suficiência, a irresponsabilidade total. É filho ingrato, rebelde e obstinado. Sai de casa e esbanja todos os seus bens numa vida desregrada. Recorrer à prostituição ou guardar porcos constituíam comportamentos altamente reprováveis, porque eram religiosamente impuros.

Page 9: O Filho Pródigo

O filho mais velho é a imagem de todos os que se consideravam justos, cumpridores da vontade de Deus e excluíam os outros que não se comportavam de acordo com os preceitos da Lei de Moisés. Cumpridores escrupulosos das exigências da lei, não só desprezavam os demais como achavam que essa era também a lógica de Deus. Convencido de que merecia mais do que o irmão, o filho mais velho não aceita a misericórdia com que o pai acolhe o filho perdido. Na sua arrogância, não reconhece que também ele é pecador, nem compreende a bondade ilimitada de Deus.

Page 10: O Filho Pródigo

Na cena do filho pródigo que passa fome, temos o retrato da nossa miséria, quando estamos afastados de Deus.

No abraço acolhedor do pai, temos a mensagem do amor incondicional de Deus.

Na arrogância do filho mais velho, temos a imagem da nossa intolerância em relação aos outros.

Page 11: O Filho Pródigo

Cada uma das personagens entende a liberdade a seu modo.

O filho mais velho considera que a liberdade consiste na decisão quotidianamente renovada de estar em comunhão com o Pai. Mas, ao exercer o seu juízo implacável sobre os outros, não respeita a liberdade alheia e não aceita que o Pai o faça.

O filho mais novo começa por entender a liberdade como libertinagem: «faço apenas o que me apetece, o que me dá imediatamente prazer, sigo o capricho da minha vontade superficial». Todavia, quando toca o fundo da miséria humana, percebe que só se é livre na comunhão com o Pai (Deus) e com os outros (o irmão mais velho), apesar de não se sentir digno de assumir a posição de filho e irmão.

Page 12: O Filho Pródigo

O Pai representa o respeito pela liberdade alheia: ele não exerce sobre nenhum dos filhos uma autoridade implacável. Mesmo quando observa o caminho que o filho mais novo percorre, respeita a sua decisão, por mais que essa atitude o deixe amargurado. Concebe, pois, a liberdade fundamentalmente como o exercício do amor, do acolhimento e do perdão sem reservas.