o fenómeno de ciclização de copolímeros de acrilonitrilo ... · coimbra, artigos que em muito...

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O Fenómeno de Ciclização de Copolímeros de Acrilonitrilo na Óptica da Descoloração e da Produção de Precursor de Fibra de Carbono Pedro Herculano Paz Melo de Carvalho Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em Licenciatura em Engenharia Química Júri: Presidente: Professor Doutor João Carlos Moura Bordado Orientador: Professora Doutora Maria de Fátima Machado da Costa Farelo Orientador: Doutor Engenheiro Paulo Fernando Correia Vogal: Professor Doutor Pedro Manuel Machado Teixeira Gomes Dezembro de 2009

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O Fenómeno de Ciclização de Copolímeros de Acrilonitrilo

na Óptica da Descoloração e da Produção de Precursor de Fibra de Carbono

Pedro Herculano Paz Melo de Carvalho

Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em Licenciatura em Engenharia Química

Júri:

Presidente: Professor Doutor João Carlos Moura Bordado

Orientador: Professora Doutora Maria de Fátima Machado da Costa Farelo

Orientador: Doutor Engenheiro Paulo Fernando Correia

Vogal: Professor Doutor Pedro Manuel Machado Teixeira Gomes

Dezembro de 2009

2

Nota geral relativa à versão limitada

disponibilizada no sistema FENIX

Por motivos de confidencialidade, relacionados com

a protecção do know-how tecnológico da empresa

FISIPE, SA, parte da informação constante nos

exemplares originais da tese não faz parte desta

versão. Nas secções onde a informação foi

removida, foi aposta a indicação seguinte:

CONFIDENCIAL

3

Agradecimentos

À Engenheira Ana Paula Vidigal e à Administração da FISIPE, SA, por ter concedido a

oportunidade da realização deste estágio, uma mais-valia para a minha experiência

profissional.

Ao Engenheiro Paulo Correia, por toda a ajuda, incentivo, orientação, paciência e

disponibilidade, inexcedíveis e imprescindíveis, quer durante a minha estadia na FISIPE, quer

durante a escrita do presente trabalho. Gostaria, ainda, de expressar o meu sincero

agradecimento pelos conhecimentos transmitidos e pela liberdade concedida durante esta

minha vivência em ambiente fabril.

À Professora Fátima Farelo, por todo o apoio, orientação, preocupação e disponibilidade

demonstrados durante todo este período e, sobretudo, pela confiança depositada em mim, ao

ter-me escolhido como candidato.

A todo o pessoal do Laboratório de Análises Químicas da FISIPE, pela, hospitalidade, ajuda e

disponibilidade, demonstrados aquando da realização das minhas análises e pela tolerância

aos meus “roubos” de espaço, de equipamentos e de material laboratorial, que sei que em

muito atrapalhou o vosso trabalho. Neste sentido, um especial obrigado ao senhor Mira por,

para além de toda a ajuda, ter sempre arranjado um equilíbrio entre as duas partes.

Aos rapazes da Instalação Piloto, Luís Pombo e Bruno Marques, pela excelente recepção,

hospitalidade, ajuda e incentivo, e por todos os bons momentos proporcionados, quer dentro da

FISIPE, quer fora.

À Filipa, por toda a companhia e ajuda, que facilitou bastante o meu trabalho e a minha estadia

na FISIPE, e por ter tornado as viagens de regresso a casa mais curtas.

Ao Daniel Sequeira, por me ter conseguido, da Biblioteca de Química da Universidade de

Coimbra, artigos que em muito enriqueceram o meu trabalho e o meu conhecimento acerca do

fenómeno aqui estudado.

À Papi e ao Pâdro, pelo vosso apoio e incentivo e pela vossa tolerância aos meus momentos

(mais acentuados) de mau humor, a que não estive imune nas alturas críticas.

À minha família, por toda a ajuda, apoio e motivação. Apesar da distância, senti-vos sempre

aqui, comigo.

4

À Mafalda, que sem a sua presença ao meu lado, ter-me-ia sido impossível finalizar este

trabalho. Um sincero MUITO OBRIGADO pela tua infinita motivação e apoio e pela tua

tolerância à minha ausência e pela paciência com que soubeste esperar pela conclusão deste

trabalho.

5

Índice Geral

ABREVIATURAS.......................................................................................................................... 9

RESUMO..................................................................................................................................... 10

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 12

1.1. Descrição do processo.......................................................................................................12

1.2. Reacção de polimerização................................................................................................. 12

1.2.1. Mecanismo de reacção de polimerização.........................................................12

1.2.2. Cinética da reacção de polimerização ..............................................................12

2. PROCESSO DE CICLIZAÇÃO DO PAN – ESTADO DA ARTE ............................................ 13

2.1. Descrição da influência do grau de ciclização na alteração da cor original do polímero... 13

2.1.1. Descoloração de PAN por acção de espécies nucleófilas................................15

2.1.2. Descoloração de PAN por acção da temperatura ............................................15

2.2. Descrição da influência do grau de ciclização na produção de PFC................................. 16

2.2.1. Introdução .........................................................................................................16

2.2.2. Processo de produção de fibra de carbono ......................................................17

2.2.3. Comportamento térmico de copolímeros ácidos de PAN.................................19

3. MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................................ 22

3.1. Descrição das instalações................................................................................................. 22

3.2. Métodos de análise............................................................................................................ 22

3.3. Procedimentos experimentais............................................................................................ 22

4. RESULTADOS EXPERIMENTAIS.......................................................................................... 23

4.1. Apresentação..................................................................................................................... 23

4.2. Estudo da influência da temperatura reaccional na brancura do polímero........................ 23

4.2.1. Descrição ..........................................................................................................23

4.2.2. Resultados ........................................................................................................23

4.3. Estudo do efeito do teor em BC do ST na brancura do polímero...................................... 23

4.3.1. Descrição ..........................................................................................................23

4.4. Estudo do efeito do perfil de temperaturas de secagem na brancura do polímero........... 23

4.4.1. Descrição ..........................................................................................................23

4.4.2. Validação do método.........................................................................................23

4.4.3. Aplicação do Método.........................................................................................23

4.5. Estudo do efeito do processo de preparação do xarope nas melhorias de brancura obtidas a montante desta etapa......................................................................................... 24

4.5.1. Descrição ..........................................................................................................24

4.5.2. Validação do método.........................................................................................24

6

4.5.3. Aplicação do método.........................................................................................24

4.6. Estudo do efeito da incorporação de M2 na cadeia polimérica no potencial do polímero como precursor para fibra de carbono............................................................................... 24

4.6.1. Descrição ..........................................................................................................24

4.6.2. Optimização do sistema....................................................................................24

4.6.3. Incorporação de M2 na cadeia polimérica com vista a produzir PFC ..............24

5. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS DE TRABALHO FUTURO............................................ 25

6. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 26

ANEXOS ..................................................................................................................................... 28

7

Índice de figuras

CONFIDENCIAL

8

Índice de tabelas

CONFIDENCIAL

9

Abreviaturas

CONFIDENCIAL

10

Resumo

O presente trabalho foi realizado nas instalações da Fisipe – Fibras Sintéticas de

Portugal, SA e teve como objectivo estudar o fenómeno da ciclização, na óptica da brancura e

na óptica da produção de precursor de fibra de carbono (PFC).

Relativamente à brancura, localizaram-se e analisaram-se parâmetros processuais que

pudessem induzir a ciclização no polímero, como os seguintes:

i) Temperatura reaccional, tendo-se verificado que a sua diminuição promove o

aumento da massa molecular do polímero. Em relação à brancura não se concluiu,

efectivamente, o seu efeito.

ii) Teor de BC no ST, em que se verificou que o BC induz a ciclização mas, nas

quantidades praticadas no processo, o seu efeito é imperceptível.

iii) Perfis de secagem utilizados no secador, tendo-se verificado que nenhum dos perfis

se revela como o melhor mas verificou-se que existe um compromisso entre o tempo

de permanência e as temperaturas máxima e média praticadas.

Estudou-se o processo de preparação do xarope, tendo-se verificado que polímeros

mais brancos não originam xaropes menos amarelecidos.

Relativamente à produção de PFC, fez parte deste trabalho laborar uma nova instalação

piloto, composta por um reactor de capacidade dez vezes superior ao já existente, e um

sistema de filtração. Após os ensaios realizados, a instalação foi considerada como não apta.

Na produção de precursor para fibra de carbono introduziu-se um terceiro comonómero

(M2) na cadeia polimérica e analisou-se o seu potencial através de análises DSC. Verificou-se

que baixos teores de M2 na cadeia polimérica aumentam significativamente o potencial deste

precursor.

Palavras-chave: Coloração; Ciclização; PAN; Brancura; Precursor de Fibra de Carbono;

Calorimetria Diferencial de Varrimento.

11

Abstract

This work was carried out at Fisipe – Fibras Sintéticas de Portugal, SA. Its aim was to study

the cyclization phenomena both from the point of view oft he discoloration of PAN and in the

production process of carbon fiber precursor (PFC) view.

Concerning the discoloration, were identified and discussed some process parameters that

could affect the whiteness polymer, namely the ones below.

i) Reactional temperature: it was observed that lower temperatures results in higher

molecular weight polymers but it was not possible to concluded this effect on the

polymer’s whiteness.

ii) BC content in ST solution: it was observed that BC can induce PAN’s cyclization.

However in the proportions used in the process, the effect is not significant.

iii) Drying temperatures profiles: it was observed that all profiles affects equally the

polymer whiteness.

It was studied the effect of dope preparation process. It was concluded that whiter polymers

do not result in less yellowed dopes.

Concerning the cyclization phenomena in the view of PFC production, the main objective

was to operate a new pilot plant composed by a new reactor, with ten times higher capacity

than the existing one, and by a filtration system. At the end of the undergone tests the

instalation was considered not able to produce PAN.

A third comonomer (M2) was added to the polymer chain in order to produce carbon fiber

precursor. Its performance was evaluated by DSC. Low M2 content in the polymeric chain

increased significantly the precursor potential.

Keywords: Discoloration; Cyclization; PAN; Whiteness; Carbon Fiber Precursor; Diferential

Scanning Calorimetry.

12

1. Introdução

A FISIPE – Fibras Sintéticas de Portugal S.A. – nasceu em 1973, fruto de uma joint-

venture entre a Companhia União Fabril (CUF) e o grupo japonês Mitsubishi Company, um dos

líderes mundiais na produção de fibra acrílica com aplicações têxteis (Fisipe).

Esta empresa, localizada no Lavradio, concelho do Barreiro, iniciou a actividade em 1976

tendo atingido a produção considerada mínima viável (23.000 toneladas/ano) em 1980. Nesta

altura, a fábrica já dotava de um grau de flexibilidade e de desempenho notáveis, quer na

produção simultânea de várias variedades diferentes na fase de “spinning”, quer na produção

de tipos especiais de fibra destinados a proporcionarem melhores desempenhos em

determinados processamentos têxteis (Fisipe).

A FISIPE soube sempre acompanhar os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos,

característicos deste mercado muito competitivo e, em 1989, completou-se um revamping que,

numa primeira fase, fixou a capacidade de produção em 39.000 toneladas/ano. Desde esta

altura que a produção tem vindo a aumentar e, de momento, ronda as 50.000 toneladas/ano

(URL: Fisipe).

Actualmente a FISIPE é uma empresa maioritariamente exportadora, competindo em

praticamente todos os mercados mundiais de fibra acrílica, procurando sempre manter a

postura pró-activa na adequação dos produtos desenvolvidos às exigências dos clientes (URL:

Fisipe).

1.1. Descrição do processo

CONFIDENCIAL

1.2. Reacção de polimerização

1.2.1. Mecanismo de reacção de polimerização

CONFIDENCIAL

1.2.2. Cinética da reacção de polimerização

CONFIDENCIAL

13

2. Processo de ciclização do PAN – Estado da arte

2.1. Descrição da influência do grau de ciclização na alteração da cor original do polímero

Desde que a fibra acrílica começou a ser comercializada, há pouco mais de cinquenta

anos, foi objecto de estudo o fenómeno associado à sua alteração da cor original, uma vez que

conduz à perda de tenacidade e resistência, para além da mudança de cor (Masson, 1995;

Schurz, 1958; Grassie et al., 1959).

O facto de a coloração se dever à formação de uma cadeia ciclizada a partir dos grupos

nitrilo não mereceu muita contestação, mas existiu alguma especulação sobre o mecanismo

que leva à sua formação.

Grassie et al., fundamentaram a hipótese da reacção ocorrer intramolecularmente por

formação de uma estrutura naftopiridínica parcialmente desidrogenada, segundo o mecanismo

apresentado na figura 2.1. Esta teoria foi depois confirmada pelo autor e por outros cientistas,

por recurso à espectroscopia no infra-vermelho que permitiu observar, ao longo do processo, o

desaparecimento da banda característica das ligações C≡N e o aparecimento das bandas

características das ligações C=N e C=N conjugada, sem ocorrer perda de massa (Grassie et

al., 1959; Grassie et al., 1962; Takata et al., 1964).

C C C

N N N

δ+ δ+

δ+

δ-

δ-

δ- N N N

Figura 2.1 – Mecanismo parcial envolto no processo de coloração de PAN (Grassie et al., 1959).

Esta teoria foi aceite na altura, mas não explica o comportamento de alguns polímeros

nem a permanência de alguns grupos nitrilo por reagir, por muito que se prolongassem

temporalmente as condições que induzem a ciclização, o que levou à formulação de uma nova

teoria por parte do mesmo autor (Noh, 1966; Masson, 1995).

Nesta nova teoria, Grassie et al. argumentaram que o hidrogénio α do PAN tem um papel

importante na condensação intramolecular dos grupos nitrilo. Nesta perspectiva sugeriu, assim,

que ocorria um mecanismo de transferência deste hidrogénio para iniciar e terminar a

ciclização numa mesma cadeia (figura 2.2), justificando, desta forma, a existência tanto de

fracções ciclizadas como de fracções não ciclizadas (Noh, 1966; Masson, 1995).

14

N N NH

CN

. N N NH

. CN

CN

NC

N N NH

.

NC

N

CN

CN

etc.

Figura 2.2 – Mecanismo de ciclização de PAN por transferência do hidrogénio α (Masson, 1995)

Contudo, esta teoria não foi formalmente aceite por todos os cientistas, pelo que o

desenrolar deste processo continua a merecer destaque, visto ainda não ser conhecido o

mecanismo ou mecanismos pelos quais se rege na sua totalidade (Rahaman et al., 2007).

Ainda assim é conhecido que o processo de descoloração das fibras acrílicas é, então,

iniciado pela formação de um radical nitrilo. A ciclização propaga-se depois ao longo de

intervalos da cadeia por sucessivos ataques nucleofílicos dos átomos de azoto aos átomos de

carbono dos grupos nitrilo seguintes, segundo uma reacção de primeira ordem (Noh, 1966;

Masson, 1995).

À medida que a ciclização se propaga o polímero, inicialmente branco, tende a

amarelecer até atingir uma cor amarela escura, efeito que se julga inerente à formação dos

anéis (Rahaman et al., 2007).

Assim, o passo preponderante deste processo é a iniciação que pode ser induzida pela

presença de espécies nucleófilas ou por efeito da temperatura. Seguidamente faz-se uma

abordagem sobre cada uma destas situações.

15

2.1.1. Descoloração de PAN por acção de espécies nucleófilas

Os primeiros estudos relacionados com o processo de descoloração envolveram o

contacto do polímero, na forma de pó ou já na forma de fibra, com compostos ácidos ou

alcalinos e, após a compreensão do mecanismo inerente ao processo de descoloração, a

explicação da acção destes compostos foi facilitada.

De acordo com a figura 2.3, as ligações C≡N estão polarizadas, em que o átomo de carbono

tem uma carga parcialmente positiva e, consequentemente, susceptível de sofrer um ataque

nucleofílico (Grassie et al., 1959; Masson, 1995).

C C C

N N N

δ+ δ

+

δ-

δ-

δ- N N NX

X-

Figura 2.3 – Mecanismo de indução da ciclização por ataque nucleofílico (Masson, 1995).

Desta forma, qualquer ácido ou base, mesmo em pequenas quantidades, induz a

ciclização de PAN quando em contacto com este, dado o processo ser autocatalisado. (Schurz,

1958; Takata et al., 1964).

2.1.2. Descoloração de PAN por acção da temperatura

As fibras acrílicas têm uma boa estabilidade quando expostas a temperaturas inferiores

a 110-120ºC, sendo tanto mais resistentes quanto mais próxima da composição do

homopolímero for a formulação das mesmas. Este facto deve-se a um maior grau de

cristalinidade das fibras, devido às interacções dos grupos nitrilo, que tornam a estrutura

menos susceptível a alterações (Takata et al., 1964; Masson, 1995; Ji et al., 2007).

Temperaturas até à gama apresentada não iniciam só por si a ciclização do polímero. É

necessário que exista alguma “impureza” que esteja em contacto com o mesmo, pelo que o

processo de ciclização por efeito da temperatura segue um mecanismo semelhante ao já

apresentado na figura 2.1, isto é, requer uma etapa de iniciação seguida de uma de

propagação. Essas impurezas podem ser vestígios de catalizadores, inibidores ou até os

próprios grupos iniciadores e terminadores de cadeia (Rahaman et al., 2007).

A temperaturas mais elevadas, as fibras tendem a perder a estrutura cristalina,

permitindo a movimentação das cadeias, o que facilita a difusão das “impurezas” por entre as

mesmas. Além disso, a transferência do hidrogénio α, segundo o mecanismo apresentado na

figura 2.2, adquire mais relevância (Rahaman et al., 2007).

Nesta abordagem, o oxigénio parece desempenhar um papel importante. Vários autores

verificaram que, na presença de oxigénio, a descoloração também ocorre, mesmo a

16

temperaturas baixas, o que significa que o oxigénio, de alguma forma, estabiliza a estrutura

ciclizada, mas não intervém directamente no processo (Rahaman et al., 2007).

Resumindo, a brancura do polímero está inversamente relacionada com o grau de

ciclização do mesmo, processo promovido pelo aumento de temperatura e/ou pela presença de

compostos nucleófilos, sendo acelerado pela presença de oxigénio.

No processo fabril, existem condições para que ocorra o processo de ciclização por cada

uma das vias mencionadas. A acontecer, a produção de fibras claras é dificultada, para além

de poder conduzir à produção de lotes de polímero indesejáveis, caso ocorra alguma variação

mais acentuada nos parâmetros do processo que afectam a brancura. Esta foi uma das razões

que levaram à realização deste trabalho.

2.2. Descrição da influência do grau de ciclização na produção de PFC

Se, por um lado, o processo de ciclização tem um efeito negativo nas propriedades do

polímero, como por exemplo na sua brancura e nas suas propriedades mecânicas, este

fenómeno é necessário e preponderante até, quando se trata de produzir Fibra de Carbono

(FC), como se constatará no capítulo que se segue.

2.2.1. Introdução

A fibra de carbono de alta prestação é um novo tipo de material que tem atraído os

mercados mundiais nos últimos tempos por superar qualquer outro no que diz respeito a

propriedades químicas, físicas e mecânicas.

A sua descoberta remonta à década de 60 do século XX. Desde então, a sua baixa

densidade (que lhe confere uma elevada força e resistência específicas), baixa reactividade,

excelente resistência à fadiga e a altas temperaturas e o seu comparativamente baixo custo de

produção têm elevado a sua variedade de aplicações. Hoje em dia, constitui material de reforço

em diversos materiais compósitos, combinando-se com matrizes de polímeros, metais e

cerâmica. É aplicada na indústria automóvel, aeronáutica e aeroespacial, no desenvolvimento

de novas tecnologias industriais, nucleares e militares, na construção civil e num sem-número

de objectos comerciais, tais como raquetes de ténis, tacos de basebol, material de escritório,

etc. (Bajaj et al., 1997; Farsani et al., 2006; Zhang et al., 2005).

A fibra de carbono pode ser produzida a partir de vários precursores, mas usualmente

utiliza-se, para uma produção em larga escala, poliacrilonitrilo, a fracção pesada do crude

(vulgarmente conhecido por Pitch) e celulose semi-sintética (vulgarmente conhecida por

Rayon). De entre os mencionados, o Rayon está a perder importância, dada a complexidade

do processo. O Pitch requer um processo de purificação da fibra bastante dispendioso e origina

fibras mais rígidas, apesar de permitir um maior grau de conversão. O poliacrilonitrilo é,

actualmente, o precursor mais utilizado pelo facto de o processo de conversão partir de uma

17

matéria-prima de composição estável e de originar fibras de carbono com maior tenacidade

(Bajaj et al., 1997; Carrot, 2004; Farsani et al., 2006).

2.2.2. Processo de produção de fibra de carbono

A conversão em fibra de carbono é realizada através de um tratamento térmico contínuo

do precursor, na forma de fibra e faseado por três etapas: Estabilização Oxidativa,

Carbonização e Grafitização.

Seguidamente, descreve-se cada uma destas etapas para o caso do PAN, uma vez que

é o precursor mais usual e o utilizado no presente trabalho.

2.2.2.1. Estabilização Oxidativa

A Estabilização Oxidativa é o passo principal do processo, e também o mais crítico, uma

vez que é o que influencia largamente as propriedades finais da fibra de carbono.

Este processo requer o aquecimento do precursor até temperaturas na ordem dos 200-

300ºC, em atmosfera de ar. Envolve a ciclização dos grupos nitrilos de acordo com a figura 2.1,

já apresentada, acompanhada por fenómenos de desidrogenação, aromatização e oxidação, o

que resulta na formação de uma estrutura cíclica termicamente estável. A evolução deste

processo é evidenciada pelo escurecimento da fibra, inicialmente branca-amarelada, até à cor

preta característica, passando pelo castanho-escuro (Bajaj et al., 1997; Rahaman et al., 2007;

Carrot, 2004).

O oxigénio atmosférico reage com o hidrogénio libertado na desidrogenação, originando

água como subproduto. Além disso, também se associa à estrutura formando grupos carbonilo

e nitrona na estrutura, o que confere à fibra maior estabilidade a altas temperaturas e induz a

ciclização, permitindo atingir graus de conversão mais elevados (Rahaman et al., 2007; Avilés

et al., 2002).

Durante esta etapa o polímero passa de um composto termoplástico para um composto

termoendurecível, por intermédio de um processo exotérmico, pelo que é necessário um

controlo rigoroso do calor libertado e da temperatura para que os filamentos que constituem as

fibras não fundam nem reajam entre si. Uma vez que o processo de produção de fibra de

carbono é realizado sob estiramento, é também necessário controlar este parâmetro, sob pena

de promover o rebentamento da fibra, uma vez que a ciclização leva ao seu encolhimento por

se formarem cadeias ciclizadas que são mais curtas que as simples (Bajaj et al., 1997;

Rahaman et al., 2007).

18

2.2.2.2. Carbonização

No processo de carbonização, a cadeia polimérica já ciclizada é submetida a

temperaturas entre 600 e 1500ºC. O aumento da temperatura confere maior módulo elástico às

cadeias quanto mais elevado for o seu valor. Numa primeira fase, o grau de aquecimento deve

ser inicialmente lento (na ordem dos 5ºC/ min) para não danificar a estrutura e diminuir a perda

de massa. Numa segunda fase, quando a fibra já possui estabilidade, o grau de aquecimento

pode ser mais elevado, o que torna o processo mais expedito (Rahaman et al., 2007).

Nesta etapa, é promovida a fusão das várias cadeias ciclizadas conforme se apresenta

na figura 2.4, ocorrendo a eliminação de vários compostos tais como HCN, H2O, N2, CO, CO2 e

NH3. No final desta etapa, é obtida uma fibra de carbono do tipo II (Farsani et al., 2006;

Rahaman et al., 2007).

N N N N

N

C N

N

C N

H H

N N

-N2

-HCN

Figura 2.4 – Modificação da estrutura de PAN durante o processo de carbonização (Rahaman et al., 2007).

Esta etapa é realizada sob atmosfera de gás inerte (habitualmente azoto), conseguindo-

se atingir um grau de conversão em fibra de carbono na ordem dos 95% (na etapa de

Estabilização Oxidativa atinge-se um máximo de 60% de conversão). (Bajaj et al., 1997;

Rahaman et al., 2007)

A tensão aplicada nesta etapa é crucial para alinhar as fibras e assim se obter não só um

maior grau de conversão, mas também um produto final com melhores propriedades

mecânicas.

2.2.2.3. Grafitização

A grafitização é realizada a temperaturas na ordem dos 2000 – 3000ºC e é imperativo a

fibra estar envolta de uma atmosfera inerte, sob pena de entrar em combustão. Tal como o seu

nome indica, nesta etapa as fibras ultimam o seu estado de organização e de ligação entre si,

originando uma estrutura semelhante à grafite, sendo as impurezas expelidas da estrutura na

forma de produtos secundários, análogos à etapa anterior, conduzindo à produção de fibra de

carbono do tipo I (Farsini et al., 2007).

19

Consoante o tipo de fibra que se pretende produzir, o processo de produção de fibra de

carbono pode ser constituído apenas pelas etapas de estabilização e carbonização, uma vez

que na etapa de grafitização é pretendido apenas uma conversão mais elevada, que poderá

conduzir a fibra de alto módulo.

Assim a temperatura aplicada, após a primeira etapa e as condições de estiramento

optimizam o custo do processo (Bajaj et al., 1997; Rahaman et al., 2007; Avilés et al., 2002;

Zhang et al., 2005).

2.2.3. Comportamento térmico de copolímeros ácidos de PAN

Como mencionado anteriormente, o processo de ciclização é a etapa crítica do processo

de produção de fibra de carbono, em termos de controlo do processo. Nesta etapa, ocorre a

transformação de um polímero termoplástico (PAN) num polímero termoendurecível (PAN

ciclizado) com libertação de calor. O facto de o PAN ser um mau condutor de calor, de nesta

transição ocorrer o encolhimento dos filamentos e de o processo envolver temperaturas

superiores à transição vítrea do mesmo, potencia a fusão e a quebra de filamentos

constituintes da fibra (Bajaj et al., 1997; Gupta et al. 1998).

A reacção de ciclização de poliacrilonitrilo ocorre por um mecanismo radicalar, sendo os

radicais produzidos pela quebra da ligação tripla dos grupos nitrilo. Dada a homogeneidade da

estrutura do polímero, existem vários pontos de iniciação na cadeia, o que faz com que a

ciclização ocorra tão rapidamente que o calor libertado e o encolhimento abrupto da fibra é tal

que não é possível projectar parâmetros operacionais que impeçam a sua quebra (Bajaj et al.,

1997; Catta Preta et al., 2007).

Para contornar este problema, os produtores de fibra de carbono a partir de PAN optam

pelo uso de copolímeros de PAN, mais concretamente de copolímeros que têm na sua

estrutura monómeros ácidos, tais como os ácidos itacónico, acrílico, ou metacrílico, ou

monómeros neutros ou próticos, tais como acrilato de metilo, acrilamida, acetato de vinilo, etc.

As estruturas dos monómeros enunciados estão apresentadas na figura 2.5 (Edie, 1998; Bajaj

et al., 1997; Bahrami et al., 2003 ; Zhang et al., 2003).

20

OH OH

OO

OH

O

OH

O

(a) (b) (c)

NH2

O

O

O

O

O

(d) (e) (f)

Figura 2.5 – Estrutura dos comonómeros tipicamente utilizados em copolímeros de acrilonitrilo: (a) ácido itacónico; (b) ácido acrílico; (c) ácido metacrílico; (d) acrilamida; (e) acrilato de metilo; (f) acetato de vinilo.

Sabe-se que os comonómeros ácidos conferem melhores propriedades ao produto final,

quando comparados com os neutros. Contudo, até à data, ainda não foi estipulado o

comonómero mais adequado para o processo, uma vez que conferem propriedades diferentes

tanto ao precursor como ao produto final, no que diz respeito às características mecânicas da

fibra, à solubilidade do polímero – crítica para o processo de extrusão – à economia do

processo, etc., existindo, inclusivamente, estudos que defendem a introdução simultânea de

dois destes monómeros (Bajaj et al., 1997; Bajaj et al., 2001; Zhang et al., 2005; Catta Preta et

al., 2007).

A introdução de qualquer um destes monómeros na cadeia polimérica, em quantidades

diminutas, altera significativamente o comportamento do precursor na etapa de ciclização,

relativamente à temperatura a que se inicia o processo (temperatura de ciclização), ao calor

libertado e ao tempo necessário para se atingir um dado grau de conversão, sendo estas

melhorias tanto mais visíveis quanto maior for o teor do monómero ácido na cadeia polimérica

(Zhang et al., 2005).

A presença destes monómeros na cadeia polimérica conduz a uma taxa de libertação de

calor mais baixa, permitindo um melhor controlo processual, apesar de tornar a etapa mais

morosa. Este facto deve-se à distorção que causam na estrutura da cadeia polimérica e por o

mecanismo pelo qual contribuem para a ciclização ser do tipo iónico (figura 2.6), que é mais

lento quando comparado com o radicalar (Bajaj et al.,1997; Bahrami et al., 2003; Zhang et al.,

2005; Catta Preta et al., 2007).

Por outro lado o mecanismo iónico também requer uma menor energia de activação, o

que permite iniciar o fenómeno de ciclização a uma menor temperatura. Desta forma, quando é

atingida a temperatura em que predomina o mecanismo radicalar, a fibra já possui

propriedades mecânicas suficientes para resistir ao resto do processo, para além de o

21

mecanismo em si libertar menor energia (Bajaj et al., 1997; Bajaj et al., 2001; Zhang et al.,

2005; Catta Preta et al., 2007).

C C

N O O-

C C

N NH+

C

NO N NHO

δ+ δ

+

δ−

δ−

Figura 2.6 – Processo de ciclização através do mecanismo iónico (Bajaj et al., 1997).

Apesar de ser desejável aliviar a elevada taxa de libertação de calor que ocorre durante

a reacção de ciclização, a presença de monómeros diferentes dos que constituem a base do

polímero geram mais distorções na orientação espacial das cadeias, o que reduz as

propriedades mecânicas da fibra. Para além disso, por o polímero ser um mau condutor de

calor, a reacção de ciclização tende a ocorrer preferencialmente nos filamentos exteriores da

fibra. Desta forma, cadeias ciclizadas isolam os filamentos interiores, dada a sua ainda mais

baixa condutividade térmica, facto que leva à produção de uma fibra cujo interior ainda não

tenha sofrido a ciclização.

Deste modo, é desejável que a quantidade de monómeros introduzidos seja o mais baixa

possível, sem comprometer a qualidade da fibra de carbono a que dá origem (Wangxi et al.,

2003).

CONFIDENCIAL

22

3. Material e Métodos

3.1. Descrição das instalações

Segue-se uma descrição das instalações utilizadas na execução de cada estudo

efectuado nesta tese.

CONFIDENCIAL 3.2. Métodos de análise

Ao longo de todo este trabalho foram aplicadas técnicas de análise a vários

intervenientes de cada estudo, no sentido de avaliar os resultados obtidos assim como de

validar cada etapa e, deste modo, programar os passos seguintes de cada um, até ao

resultado final.

As análises, seguidamente mencionadas, que, para melhor organização, foram divididas

de acordo com os estudos efectuados, foram realizadas no Laboratório de Análises Químicas

da fábrica, tendo-se utilizado o material, reagentes e equipamentos disponíveis do mesmo.

Como as análises efectuadas são rotineiras deste laboratório foi seguido o mesmo protocolo

elaborado para cada uma delas.

CONFIDENCIAL 3.3. Procedimentos experimentais

CONFIDENCIAL

23

4. Resultados Experimentais

4.1. Apresentação

CONFIDENCIAL 4.2. Estudo da influência da temperatura reaccional na brancura do polímero

4.2.1. Descrição

CONFIDENCIAL

4.2.2. Resultados

CONFIDENCIAL

4.3. Estudo do efeito do teor em BC do ST na brancura do polímero

4.3.1. Descrição

CONFIDENCIAL 4.4. Estudo do efeito do perfil de temperaturas de secagem na brancura do

polímero

4.4.1. Descrição

CONFIDENCIAL

4.4.2. Validação do método

CONFIDENCIAL

4.4.3. Aplicação do Método

CONFIDENCIAL

24

4.5. Estudo do efeito do processo de preparação do xarope nas melhorias de brancura obtidas a montante desta etapa

4.5.1. Descrição

CONFIDENCIAL 4.5.2. Validação do método

CONFIDENCIAL

4.5.3. Aplicação do método

CONFIDENCIAL 4.6. Estudo do efeito da incorporação de M2 na cadeia polimérica no potencial

do polímero como precursor para fibra de carbono

4.6.1. Descrição

CONFIDENCIAL

4.6.2. Optimização do sistema

CONFIDENCIAL

4.6.3. Incorporação de M2 na cadeia polimérica com vista a produzir PFC

CONFIDENCIAL

25

5. Conclusões e perspectivas de trabalho futuro

A realização deste trabalho teve como motivação o processo de ciclização de PAN e

teve, no contexto do processo de produção da FISIPE, um duplo objectivo. Por um lado,

localizar zonas e parâmetros processuais que possam induzir este fenómeno, no sentido de

afectar a brancura e, por outro, validar uma nova instalação piloto que visa a produção de

precursor para fibra de carbono de base acrílica, um polímero acrílico “com propensão para

ciclizar”.

Apesar de se tratar do mesmo fenómeno, foram efectuados estudos com ópticas

diferentes, pelo que se faz uma divisão entre os mesmos. Na Parte I deste texto descrevem-se

as conclusões obtidas ao nível da brancura e na Parte II descrevem-se as conclusões obtidas

ao nível da produção de precursor de fibra de carbono.

Parte I

CONFIDENCIAL

Parte II

CONFIDENCIAL

26

6. Bibliografia

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28

Anexos

CONFIDENCIAL