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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS II ALAGOINHAS COLEGIADO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA EDVAN LOPES CARVALHO O ESTILO DE VIDA DE MULHERES ATIVAS: O COMPARATIVO DO PROJETO EDUCAR PARA ATIVIDADE FISICA VERSUS VIDA EM MOVIMENTO Alagoinhas 2012

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Edvan Lopes Carvalho

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Page 1: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

1

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS II – ALAGOINHAS

COLEGIADO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

EDVAN LOPES CARVALHO

O ESTILO DE VIDA DE MULHERES ATIVAS: O COMPARATIVO DO

PROJETO EDUCAR PARA ATIVIDADE FISICA VERSUS VIDA EM

MOVIMENTO

Alagoinhas

2012

Page 2: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

2

EDVAN LOPES CARVALHO

O ESTILO DE VIDA DE MULHERES ATIVAS: O COMPARATIVO DO

PROJETO EDUCAR PARA ATIVIDADE FISICA VERSUS VIDA EM

MOVIMENTO

Monografia apresentada ao curso de

Graduação em Educação Física da

Universidade do Estado da Bahia sobre a

orientacão do Prof. Mestre Valter

Abrantes.Pereira da Silva

ALAGOINHAS

2012

Page 3: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

3

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Jeová e a seu amado filho

Jesus Cristo que me permitiram estar aqui e a quem

eu entreguei a minha vida, a minha mãe Maria

Boaventura que me apoiu desde o inicio me

incentivando sempre a estudar e buscar o melhor na

minha vida me dando força para seguir em frente, a

minha digníssima esposa Jacqueline a quem amo de

forma pura e sincera e que acompanhou nesta longa

batalha, e as minhas senhoras que me

proporcinaram momentos de bastante alegria

durante todo esse tempo em que estivemos juntos e

que foram fonte de inspiração para este trabalho.

Page 4: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

4

Agradecimentos

Com muito afeto e consideração gostaria de agradecer à todos abaixo citados por

terem me dado coragem para chegar até aqui.

Agradeço a Enobaldo por ter surgido em minha vida como professor e como um pai

que me direcionou pelo caminho certo.

A Roberta Gonsalves minha sincera amiga e irmã que gosto de coração e que me

ajudou na minha trajetória, e que se não fosse por ela eu não estaria nesse curso.

Ao meu orientador Valter Abrantes que me serviu de espelho nesse meio acadêmico

como exelente profissional , a quem tenho bastante respeito.

Aos meus irmãos Paulo, Alex e Gildenice que estiveram presentes em minha vida

me propocionando momentos de incetivo e coragem.

Aos meus colegas Alessandro, Genildo, Ana Isa, Renan, Andressa, Mario Alberto, e

a todos os outros que estivem comigo durante essa jornada e que proporcionaram

momentos de muita felicidade e de muito diálogo pelos corredores durante todo esse

tempo.

Ao meu tio Edmilson que teve sua participação com bastante apoio na minha

formação.

A Dejane e Monalisa importantes integrantes do departamento de Educação Física

que me auxiliaram no meu processo de formação.

Ao corpo docente que muito ajudou na minha formação e que me proporcionou

bastante discernimento.

A Luria por ter me auxiliado no inicio deste trabalho e me direcionado.

Page 5: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

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Resumo

O objetivo desse estudo é comparar os projetos Educar para Atividade Física

(EPAF) e Vida em Movimento (VM) quanto ao perfil do estilo de vida de mulheres

ativas. Este estudo é uma pesquisa quantitativa de caráter transversal aplicado a

senhoras dos projetos Educar para Atividade Física e Vida em Movimento, sendo o

primeiro situado em Alagoinhas-BA e outro em Entre Rios-BA. A amostra foi

composta por 36 senhoras na faixa etárias de 49 a 83 anos com média de idade de

64,3 e desvio padrão de + 7,6 anos, integrantes do projeto educar para atividade

física (EPAF) e o projeto Vida em Movimento. Após explicação dos objetivos e

metodologia da pesquisa, todas foram convidadas a participar voluntariamente. Para

seleção dessas senhoras foram escolhidas aquelas que participavam dos programas

e que estavam presente no dia da aplicação do questionário. Para o procedimento

da coleta de dados, foi aplicado o questionário Pentáculo do Bem Estar para obter

dados sobre o estilo de vida individual das idosas. No presente estudo procurou-se

investigar qual dos grupos apresentou um perfil do estilo de vida satisfatório. Os

dados foram tabulados na planilha excel com análise estatística através do Teste

Exato de Fisher SPSS 16.0. que é utilizado para se comparar 2 grupos

independentes e quando o tamanho das duas amostras independentes é pequeno,

em que se p for maior do que 0,05 aceita-se a hipótese H0, e se p for menor ou igual

a 0,05 rejeita-se a hipótese H0. Ou seja, os grupos são estatisticamente diferentes.

Os resultados mostraram diferença estatísticas apenas em um item de nutrição e

outro de atividade física. Conclui-se que o EPAF tendo a suas práticas em apenas

um dia ao passo que o MV eram três dias, consegue garantir a essas senhoras um

bom perfil do estilo de vida assim como o MV.

Palavra chave: estilo de vida-mulheres-envelhecimento

Page 6: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

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Abstract

The aim of this study is to compare the profile of the lifestyle of the older group of the

project Education for Physical Activity (EPAF) versus the older group project Life in

Motion (VM). This study is a quantitative cross-sectional nature of the projects

applied to women Educating for Life Physical Activity and Movement, the first being

located in Alagoinhas-BA and the other in Entre Rios, BA. The sample consisted of

36 women in the age range 49-83 years with a mean age of 64.3 and standard

deviation of + 7.6 years, to educate members of the project activity (EPAF) and Life

on the Move project. After explaining the aims and methodology of research, all were

invited to voluntarily participate and all participants of both projects signed an

informed consent before the study. To check these ladies were selected those who

participated in the programs and who were present the day of application of the

survey. For the procedure of data collection, the questionnaire was applied Pentacle

Welfare to obtain data on the individual lifestyle of the elderly. This instrument was

derived from the model of the Pentacle welfare validated by Marcus Nahas: Nahas,

MV Barros, MVG And Francalacci, V. (2000) the Pentagram welfare: conceptual

basis for the lifestyle of individuals and groups, and its validation published in the

Journal of Physical Activity and Health, 5 (2), 48-59. In the present study was

undertaken to investigate which of the groups showed a profile satisfying lifestyle.

Data were tabulated in excel spreadsheet with statistical analysis using Fisher's

exact test SPSS 16.0. which is used to compare two separate groups and when the

size of two independent samples is small, where p is greater than 0.05 is accepted

hypothesis H 0, and p is less than or equal to 0.05 rejects the hypothesis H0. That is,

the groups are significantly different. The results showed statistical differences only in

one other item of nutrition and physical activity. It is concluded that the EPAF having

their practices in one day while the MV were three days, these ladies can ensure a

good profile of lifestyle as well as the MV.

Keyword: lifestyle-women-aging

Page 7: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------------------------------- 8

2 OBJETIVO------------------------------------------------------------------------------------------- 11

3 REFERENCIAL TEÓRICO---------------------------------------------------------------------- 12

3.1 EPIDEMIOLOGIA------------------------------------------------------------------------------- 12

3.2 ENVELHECIMENTO--------------------------------------------------------------------------- 14

3.3 EDUCAÇÃO INFORMAÇÃO E CÊNCIA------------------------------------------------ 16

3.4 QUALIDADE DE VIDA E ESTILO DE VIDA-------------------------------------------- 17

4 METODOLOGIA--------------------------------------------------------------------------------- 24

4.1 AMOSTRA--------------------------------------------------------------------------------------- 24

4.2 DESENHO DO ESTUDO-------------------------------------------------------------------- 25

4.3 ANÁLISE DE DADOS------------------------------------------------------------------------ 25

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES------------------------------------------------------------ 26

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS------------------------------------------------------------------- 49

REFERÊNCIAS------------------------------------------------------------------------------------- 50

APÊNDICE------------------------------------------------------------------------------------------- 56

ANÊXOS---------------------------------------------------------------------------------------------- 57

Page 8: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

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1 INTRODUÇÃO

Nos países menos desenvolvidos como o Brasil, o aumento da expectativa de

vida tem sido evidenciada pelos avanços tecnológicos relacionados a área de saúde

nos últimos 60 anos. Aliado a estes fatores a queda de fecundidade, iniciada na

década de 60, permitiu a ocorrência de uma grande explosão demográfica. No Brasil

estima-se que nos próximos 20 anos a população de idosos poderá alcançar e até

mesmo ultrapassar a cifra dos 30 milhões de pessoas, o que representará

aproximadamente 13% da população. (MENDES ET AL 2005).

É importante destacar que a população de idosos está crescendo muito

rapidamente, no entanto esse crescimento tem sido desequilibrado, pois mesmo as

pessoas vivendo mais, a qualidade de vida não segue esse sobejo. Dados do IBGE

(2009) mostram que os idosos apresentam mais problemas de saúde que a

população geral.

Em pesquisa realizada por Ramos et al (1993) nas cinco regiões do

município de São Paulo no início dos anos 90, foi verificado que 86% dos

entrevistados apresentavam pelo menos uma doença crônica, fato este confirmado

em estudo de seguimento de dois anos desses indivíduos, mostrando que 94,4%

dos idosos avaliados apresentavam mais de uma doença crônica, demostrando com

isso uma situação preocupante que é o envelhecimento sem qualidade.

A velhice é uma etapa da vida e possui suas próprias características, nesse

período o indivíduo passa por modificações em toda sua estrutura, tanto orgânica,

como no metabolismo, no equilíbio bioquímico, na imunidade, na nutrição, nos

mecanismos funcionais, nas características intelectuais e emocionais

comprometendo funções vitais para este ser. (ASSIS 2011).

Segundo Nahas et al (2000) entende-se por estilo de vida as ações

cotidianas a cerca do indivíduo e o que o mesmo associa a sua qualidade de vida

reverberando em hábitos conscientes que ao longo dos anos pode mudar de acordo

com o discernimento e grau de relevância para o mesmo na sua vida.

Page 9: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

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Fatores como nutrição, nível de atividade física, comportamento preventivo,

relacionamentos e controle do estress são componentes que refletem as atitudes ,

valores e oportunidades das pessoas indicando um estilo de vida positivo ou

negativo.

Marchini et al (1998) aborda que o processo de envelhecimento apresenta

uma perda de interesse pela ingestão adequada de alimentos, especialmente

líquidos e fibras. A perda de parte ou de toda dentição dificulta o consumo de

alimentos mais fibrosos e calóricos.

A atividade física se contitui como fator de prevenção e/ou tratamento em

doenças acometidas pelo envelhecimento como cita Júnior (2011) que mesmo as

mulheres envelhecendo, ainda é possível a manutenção da aptidão física e

capacidade funcional, facilitando as atividades da vida diária.

O comportamento preventivo se caracteriza pelas medidas que o indivíduo

toma para evitar comorbidades ou morte prematura como a abstinência ao cigarro e

ao álcool ou o uso de forma moderada deste último, as ações para evitar acidentes

no trânsito, lesões no trabalho, as DSTS e o uso de protetor para evitar câncer de

pele.

Os relacionamentos é algo imprescindível na vida do ser humano, pois é

difícil imaginar as pessoas sem relacionar-se umas com as outras mostrando que

essa é uma das características que mais distancia os homens dos demais animais.

É sabido que níveis de estresse elevado cronicamente pode ocasionar

diversos probemas no sistema funcional podendo levar a morte.

Ao longo da história a humanidade passou por diversas mudanças onde se

observa que quanto mais próximo do conhecimento científico maiores intervenções

puderam serem feitas. Ouveram períodos em que a nossa sociedade era tomada

por epidemias que dizimavam populações. Atualmente devido a esse conhecimento

essas doenças são cada vez menos comuns, porém a rotina de vida abriu espaço

para outras enfermidades.

Apesar disso é possível perceber que quanto mais próximo da informação

mais distante as pessoas se mantem destas enfermidades, revelando uma forte

Page 10: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

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relação entre o conhecimento disseminado de forma coletiva e o estilo de vida e por

conseguinte a qualidade de vida entendendo esta como o máximo de satisfação e

coerência que o ser possui com si e com o seu meio.

O estilo de vida e a qualidade de vida estão interligados, pois quando se

pensa em estilo de vida é possível visualizar os hábitos que possuem o indivíduo e

com isso identificar uma qualidade de vida ou não. A qualidade de vida é um termo

muito abragente em que autores como Nahas et al (2000) a definem como a relação

mais ou menos harmoniosa que cerca o cotidiano do ser humano resultando em

vários acontecimentos ganhando este nome abstrato

Segundo Nahas et al (2000) um estilo de vida das pessoas está associado a

melhor estado psicológico, e comumente ligado a doenças crônicas degenerativas,

mas que poderia ser mudado gerando menores gastos com saúde, menores riscos

de doenças degenerativas e mortalidade precoce. Este mesmo autor sugere um

instrumento para investigar os fatores do estilo de vida dos indivíduos e

indiretamente a influência destes sobre algo mais amplo que seria a qualidade de

vida. O pentáculo do bem estar que possui cinco componentes que pretende avaliar

o estilo de vida nas sociedades contemporâneas, sendo eles nutrição, atividade

fisica, comportamento preventivo, relacionamentos e controle de estress.

Visto que o final da velhice se encerra com a morte, este processo pode

acelerar com os hábitos do estilo de vida das pessoas, logo esse trabalho pode

ajudar a indentificar quais os aspectos positivos e negativos do estilo de vida dos

idosos que mais estão associados a uma vida com ou sem qualidade, e também

analisar a possível relação com algumas patologias mais decorrentes na terceira

idade e dessa forma intervir de maneira a reduzir ou ao menos manter um estado

físico, mental e social adequados, entendendo que um estilo de vida saudável pode

gerar aos indivíduos maior autonomia e independência.

Sendo assim o objetivo desse estudo é comparar os projetos Educar para

Atividade Física (EPAF) e Vida em Movimento (VM) quanto ao perfil do estilo de vida

de mulheres ativas.

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2 OBJETIVO

O objetivo desse estudo é comparar os projetos Educar para Atividade Física

(EPAF) e o projeto Vida em Movimento (VM) quanto ao perfil do estilo de vida de

mulheres ativas.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 EPIDEMIOLOGIA

O Brasil atualmente passa por um processo transformador na população com

um aumento espressivo na população de idosos. Em 2003, segundo as informações

da PNAD, a população de 60 anos ou mais era de cerca de 17 milhões de pessoas,

representando cerca de 10% da população total do País. A PNAD 2006, última

pesquisa divulgada quando da elaboração deste capítulo (mas que não incluiu

informações sobre a saúde da população), apontava que os idosos alcançavam,

aproximadamente, 19 milhões de pessoas, evidenciando o acelerado processo de

envelhecimento da sociedade brasileira (IBGE 2009).

O IBGE (2002) analisando as taxas de fecundidade e longevidade da

população brasileira, estima que nos próximos 20 anos a população idosa poderá

exceder 30 milhões de pessoas ao final deste período, chegando a representar

quase 13% da população. A análise da evolução da relação idoso com criança

mostra que a proporção de idosos vem crescendo mais rapidamente que a

proporção de crianças: de 15,9% em 1980, passou para 21,0% em 1991, e atingiu

28,9%, em 2000, entendendo com isso que se em 1980 existiam cerca de 16 idosos

para cada 100 crianças, 20 anos depois essa relação praticamente dobra, passando

para quase 30 idosos por cada 100 crianças.

Segundo McArdle (2011) os dados indicam que por volta da metade desse

século haverá mais de 835.000 centenários em todo mundo. Ele afirma que o

prolongamento na expectativa de vida representa um fenômeno mundial e diz

também que por volta de 2025 ocorrerá um grande aumento na proporção da

popuplação que irá além dos 60 anos nos paises indrustrializados.

Além das transformações populacionais ocorrida nos últimos anos, esta por

sua vez também veio acompanhada por um processo de transição epidemiológica,

com alterações relevantes no quadro de morbi-mortalidade. As doenças infecto-

contagiosas, que representavam 40% das mortes registradas no País em 1950, hoje

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são responsáveis por menos de 10%. O oposto ocorreu em relação às doenças

cardiovasculares em 1950, eram causa de 12% das mortes e, atualmente,

representam mais de 40%. Em 2003, segundo as informações da PNAD, 29,9% da

população brasileira reportou ser portadora de, pelo menos, uma doença crônica

(IBGE 2009).

No passado a civilização sofreu com as doenças infecto-contagiosas que

acabavam com muitos povos, hoje a epidemia são as doenças crônicas, mais

propícias a população idosa. Apesar de 1998 para 2003 o percentual ter caido como

mostra os dados do IBGE (2009) que era de 78,7% e passou para 75,5%, a maioria

dos que citaram alguma doença 64% tinham mais de uma patologia.

Os problemas que afetam os idosos demonstram se agravar com maior

frequência e por problemas múltiplos, pois como cita o IBGE ( 2009,p.15 ):

[…]A causa de internação hospitalar mais frequente entre os idosos é a insuficiência cardíaca, 12,1‰ para mulheres e 14,7‰ para os homens. Pneumonia, bronquite e acidente vascular cerebral estão entre as seis causas de internação mais importantes, tanto para homens quanto para mulheres. Diabetes e hipertensão figuram entre as seis principais causas somente entre as mulheres, enquanto hérnia inguinal, somente entre os homens. Entre os grupos de idade, a insuficiência cardíaca aparece como a primeira causa em todas as faixas etárias consideradas e, entre as mulheres, diabetes e hipertensão aparecem entre as idosas de 80 anos ou mais. Por outro lado, entre os homens idosos com 80 anos ou mais, a desnutrição é a sexta causa mais frequente de internação hospitalar, com uma taxa de 5,3%[…]

Diante do exposto, faz-se necessário ações que promovam mudanças no

quadro atual dos idosos no Brasil e no mundo dando condições para a inserção

desse grupo em um estilo de vida ativo e possivelmente uma melhora na qualidade

de vida.

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3.2 O ENVELHECIMENTO

Para Mendes et al (2005) o envelhecimento é entendido como parte

integrante e fundamental no curso de vida de cada indivíduo. É nessa fase que

surge um repertório de experiências e características próprias e peculiares,

resultantes do curso de vida, na qual umas têm maior dimensão e complexidade que

outras, integrando assim a formação do indivíduo idoso.

Os estresses psicológicas e sociais podem acelerar as deteriorações

associadas ao processo de envelhecimento. Com isso observamos no indivíduo que

envelhece uma interação maior entre suas condições psicológicas e sociais

refletidas na sua adaptação às mudanças.

Matsudo (2002) cita que uma das mais evidentes alterações que acontecem

com o aumento da idade cronológica é a mudança nas dimensões corporais. Com o

processo de envelhecimento existem mudanças principalmente na estatura, no peso

e na composição corporal. Mais que a doença crônica é o desuso das funções

fisiológicas que pode criar mais problemas.

Entre os 25 e 65 anos de idade, há uma diminuição substancial da massa

magra ou massa livre de gordura de 10 a 16%, por conta das perdas na massa

óssea, no músculo esquelético e na água corporal total, que acontecem com o

envelhecimento. A perda da massa muscular e consequentemente da força

muscular é a principal responsável pela deterioração na mobilidade e na capacidade

funcional do indivíduo que está envelhecendo (MATSUDO 2002).

A sarcopenia se traduz na perda da massa, força e qualidade do músculo

esquelético causando um comprometimento na saúde pública, pelas suas bem

reconhecidas consequências funcionais no andar e no equilíbrio, aumentando o

risco de queda e perda da dependência física funcional, sendo que também contribui

para aumentar o risco de doenças crônicas, como diabetes e osteoporose. (Matsudo

2002).

Soares (2002) explica que quando envelhecemos começamos a sofrer

redução na massa mineral óssea devido ao mecanismo do cálcio o que vem a tornar

os ossos frágeis, predispondo o indivíduo a fraturas, o que constitui uma causa

significativa de morbilidade e mortalidade dos idosos. Ela cita que o problema mais

característico é a osteoporose que é a perda de cálcio nos ossos, transformando-o

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15

de um estado consistente a outro esponjoso, produzindo-se também alguma

deformação no osso.

O sitema cardiovascular também sofre alterações com o envelhecimento

como o aumento da massa cardíaca da ordem de 1 a 1,5 g/ano, entre 30 e 90 anos

de idade, das paredes do ventrículo esquerdo (VE) aumentam bem como o septo

interventricular, mesmo em ausência de DCV, mantendo no entanto, índices

ecocardiográficos normais, o que por consequência traz maior rigidez da aorta,

determinando aumento na impedância ao esvaziamento do VE, com consequente

aumento da pós-carga. Paralelamente, há deposição de tecido colágeno,

principalmente na parede posterior do VE, o que aumenta a rigidez do coração.

Nobrega et al (1999).

Ainda segundo o mesmo autor a função sistólica mantém-se inalterada,

ocorrendo por outro lado redução da complacência ventricular com prejuízo da

função diastólica, determinando o prolongamento do tempo de relaxamento

ventricular. Com o envelhecimento, a modulação da função cardíaca pelo sistema

nervoso autônomo (adrenérgico e vagal) diminui, ocorrendo declínio na resposta à

estimulação adrenérgica do coração senescente. Decorrente disso durante o

exercício ocorre uma diminuição da freqüência cardíaca máxima (FCmáx) e do

volume sistólico máximo (responsável por 50% da redução do VO2máx relacionadas

à idade).

Possivelmente as grandes dificuldades enfrentadas pelos idosos como ter

uma reação rápida a uma situação, seja explicada pelas alterações no sistema

neural como falam Matsudo e matsudo (1992) que o processo de envelhecimento

causa grandes alterações como a diminuição no tamanho e número dos neurônios,

diminuição na velocidade de condução venosa, aumento do tecido conjutivo aos

neurônios, menor tempo de reação, menor velocidade de movimento e diminuição

do fluxo sanguíneo cerebral, que por consequência tornam os idosos mais

suscetíveis ao desequilíbrio.

Soares (2002) relata que no aspecto social, a idade não significa apenas um

espaço de tempo, mas uma categoria, uma atividade sócio-econômica, modificações

no modo de vida, características pessoais, objetivos e conflitos de natureza variável,

sentimentos positivos e negativos que provocam alterações na vida desses idosos,

mas não justificam o conceito de uma velhice incapaz e decadente diante desta que

ai se apresenta e que trata o como incapaz, inútil e esclerosado. Por isso, existe

Page 16: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

16

hoje uma necessidade urgente de se desenvolver uma ação social, com a

participação de todos, atendendo os interesses dos idosos.

Sabemos que o envelhecimento ocasiona perdas e incapacidades no idoso, e

como cita Oliveira et al (2001) o sendetarismo é um fator marcante que nessa

população leva a um baixo nível de aptidão física, sendo um dos responsáveis pela

morbi-mortalidade por causas cardio-vasculares dentre a população em geral e

principalmente entre os idosos agravando ou aumentando o quadro de doenças

crônicas nesses indivíduos.

3.3 EDUCAÇÃO INFORMAÇÃO E CIÊNCIA

A escola se constitui como um meio pelo qual os indivíduos adiquirem a

informação e a forma que podem aplica-la no seu cotidiano. Brandão (2002) diz que

a escola surge da necessidade de iniciar a divisão das tarefas, separando de forma

hierárquica os saberes, ou seja, a necessidade de uma organização entre as

diferentes formas de trabalho. O conhecimento adquirido ao longo da vida do

indivíduo dentro da escola pode ajuda-lo a tomar decisões que garantam uma vida

com mais qualidade.

O nível de escolaridade e a aceitação para hábitos que garantam uma vida

mais saudável parecem estarem associados como mostra um estudo realizado por

Pereira e Okuma (2009) em que 42,59% dos sujeitos que iniciaram o programa de

atividade física tinham nível superior, parecendo estabelecer uma relação entre os

elementos aludidos.

O acesso a informação é de muito valor no que tange aspectos de mudanças

em hábitos e comportamentos que possam ser nocivos a saúde das pessoas.

Barreto (1994) diz que a informação quando adequadamente assimilada, produz

conhecimento modifica o estoque mental de informações de conhecimento do

indivíduo e traz benefícios ao seu densenvolvimento e ao desenvolvimento da

sociedade em que ele vive, assim também como agente mediador na produção de

conhecimento, a informação qualifica-se em forma e substância com estruturas

significante com a competência de gerar conhecimento para o indivíduo e seu grupo.

Page 17: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

17

A ciência tem demonstrado ao longo da história o seu papel transformador na

saúde da população como aborda Barreto (2004) sobre a elaboração de políticas,

legislações e normas regulatórias; como conseqüência, consolida-se também a

noção de que se fazem cada vez mais necessários conhecimentos científicos que

fundamentem os processos de tomada de decisões dos governos, inclusive no

campo da saúde. Ele diz que com essa medida a expectativa é de que as decisões,

uma vez tomadas, tenham maior efetividade, trazendo maiores benefícios à saúde

da população, e impliquem menos custos, sejam estes econômicos ou sociais.

Como exemplo ele traz a questão do tabagismo que tiveram ações mais

efetivas quando pesquisadores de outras disciplinas deram início a investigações

sobre temas como: os determinantes do hábito de fumar, o papel ativo da indústria

do fumo no marketing para promover o hábito e no descrédito de investigações que

demonstravam os efeitos nocivos do fumo, os aspectos econômicos envolvidos da

produção e comercialização do fumo e do cigarro, os custos sobre o sistema de

saúde etc., ( que agora incluem ações legislativas, fiscais, judiciais etc.).

3.4 QUALIDADE DE VIDA E ESTILO DE VIDA

Segundo Nahas et al ( 2000 ), estilo de vida é o conjunto de ações cotidianas

que reflete as atitudes e valores das pessoas. Estes hábitos e ações conscientes

estão associados à percepção de qualidade de vida do indivíduo entendendo-a

como a condição humana resultante de um conjunto de parâmetros individuais e

socioambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o

ser humano.

Os componentes do estilo de vida podem mudar ao longo dos anos, mas isso

só acontece se a pessoa conscientemente enxergar algum valor em algum

comportamento que deva incluir ou excluir, além de perceber-se como capaz de

realizar as mudanças pretendidas, sendo que dentre os parâmetros individuais, o

estilo de vida é um dos importantes determinantes da saúde de indivíduos, grupos e

comunidades. ( NAHAS ET AL, 2000 ).

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Nos dias atuais a nutrição vem ganhado um destaque no que tange os

aspectos de uma alimentação saudável, visto que esta proporciona benefícios a

saúde e a qualidade de vida das pessoas.

Júnior et al ( 2011 ) cita que são os hábitos de uma alimentação saudável e a

prática de exercícios físicos para minimizar os efeitos deletérios do envelhecimento

tentando garantir uma vida saudável e com autonomia.

Há alguns anos a população brasileira vem mudando seus hábitos

alimentares saindo de uma dieta que possibilitasse as condições normais de peso

para uma condição de sobrepeso ou obesidade.

Campos et al ( 2000, p. 158 ) mostraram que:

[…] Em 1989, foi realizada a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição ( PNSN ), com o objetivo central de avaliar o estado nutricional da população brasileira mediante a coleta de dados antropométricos. Essa pesquisa, de âmbito nacional, revelou que a situação nutricional de adultos e idosos sofreu grande alteração, nos últimos 15 anos. Estima-se uma redução de 36% no grupo de baixo peso, com aumento maior dos casos de sobrepeso e obesidade, tendo reduzido o número de indivíduos antropometricamente normais. Essa tendência foi verificada tanto no meio rural quanto no urbano, em todas as faixas etárias. Portanto, a população adulta e idosa brasileira apresenta alta prevalência de baixo peso e também de obesidade.[…]

Os dados acima mostram que a muitos anos já havia uma preocupação com

os hábitos alimentares no entanto o tempo passou e as pessoas ainda continuam a

se alimentar de forma inadequada como mostra o IBGE ( 2009 ) abordando que, o

que a população brasileira consome combina a tradicional dieta à base de arroz e

feijão com alimentos com poucos nutrientes e muitas calorias.

A pesquisa do IBGE ( 2009 ) evidência que a ingestão diária de alimentos

ricos em fibra e compostos por carboidratos complexos está abaixo dos níveis

recomendados pelo Ministério da Saúde ( 400g ) para mais de 90% da população.

Já os alimentos processados ( sucos, refrescos e refrigerantes ) têm consumo

elevado, especialmente entre os adolescentes, que ingerem o dobro da quantidade

registrada para adultos e idosos, além de apresentarem alta frequência de consumo

Page 19: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

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de biscoitos, linguiças, salsichas, mortadelas, sanduíches e salgados e uma menor

ingestão de feijão, saladas e verduras.

Não se pode falar em estilo de vida saudável sem pensar em hábitos que

devem ser cultivados em nosso cotidiano como o supracitado e também a atividade

física que tem um valor muito importante na vida dos indivíduos.

Ravagnani et al ( 2006 ) dizem que o aumento da expectativa de vida com

menor morbidade é obtida mudando o estilo de vida que inclui entre outras variáveis

a adoção de um estilo de vida ativo sendo independente e funcional.

Concordando com esta autora Gonçalves et al ( 2010 ) mostraram em um dos

seus trabalhos que o grau de independência dos idosos melhorou com exercícios

físicos garantindo ganhos na força repercutindo em melhor índice de desempenho

na coordenação e agilidade garantindo um bom nível de independência funcional

para a realização das atividades da vida diária.

Junior et al apud Fronteira et al. ( 2011 ), ao acompanharem um estudo

longitudinal durante dez anos, evidenciaram que a prática de atividade física foi

associada à preservação da massa magra e diminuição da força, sendo que a

atividade física minimiza os efeitos deletérios inevitáveis relacionados à sarcopenia

que ocorre durante o processo de envelhecimento.

Os autores de uma forma geral tem mostrado que um perfil do estilo de vida

ativo promove benefícios à saúde, se não a manutenção, retardando este processo

deletério. Ao buscar os índices de aptidão física realizou-se uma pesquisa com

idosos e obteve os seguintes achados:

Os resultados demonstram que houve melhora do índice de aptidão funcional geral dos idosos participantes de atividades físicas no decorrer de 10 meses. Este fato demonstra que, mesmo os idosos envelhecendo, ainda são possíveis ganhos na aptidão física das variáveis analisadas, facilitando o desenvolvimento das atividades da vida diária destes. ( SIPRIANI ET AL. 2010, p. 109 ).

Page 20: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

20

Vários são os estudos que mostram que um perfil de vida ativo traz benefícios

no que tange aspectos sobre o envelhecimento, como exemplo Mazo ( 2005 )

verificou os diversos domínios da qualidade de vida observando que estes

apresentam correlações moderadas entre si. Os domínios físico e psicológico

revelam uma diferença estatisticamente significativa entre os níveis de atividade

física, sendo que as idosas mais ativas são as que apresentaram médias mais

elevadas nesses fatores, pois o nível de atividade física e qualidade de vida estão

relacionados com as características sócio-demográficas e as condições de saúde

das idosas.

A prevenção contra hábitos que prejudiquem a nossa saúde e a nossa vida

também é uma ação importante para garatir maior longevidade e qualidade de vida.

Pensando nisso Nahas et al ( 2000 ) diz que conhecer e controlar a pressão arterial

e o colesterol, evitar fumar e beber exageradamente, e ser prudente no trânsito são

alguns dos hábitos que podem garantir uma vida mais longa e com qualidade.

O Colégio Americano de Medicina Esportiva ( 1994 ) cita que os níveis aumentados

de colesterol LDL ( low-density lipoprotein ) e níveis diminuídos de colesterol HDL (

high-density lipoprotein ) são os fatores de risco principais para o desenvolvimento

de doença arterial coronariana. Hipertensão não-controlada duplica ou triplica o risco

de ocorrências cardiovasculares, e pressão arterial elevada é um fator independente

que prediz a morbidade e mortalidade subseqüente em sobreviventes ao infarto do

miocárdio.

Silva de Souza ( 2008 ) mostrou em seu trabalho que as consequências da

exposição do risco ao fumo demoram a aparecer, manifestando-se através de

moléstias pulmonares crônicas, alterações cardiovasculares, câncer de pulmão e da

laringe, entre outros agravos. Em seus achados, confirmou-se que câncer de

traquéia/brônquios/pulmão, doença isquêmica do coração, DPOC e doenças

cerebrovasculares são os que mais contribuem para a morte por causa do cigarro.

O consumo de álcool também traz prejuízos sérios para a saúde e para vida

do indivíduo como mostra a OMS ( 2004 ) através de intoxicação ( embriaguez ),

álcool dependência, e outros efeitos bioquímicos de álcool. Além disso a doenças

crônicas que podem afetar os bebedores após muitos anos de uso contínuo, ele

contribui para os resultados traumáticos podendo levar o indivíduo a morte ou a

Page 21: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

21

incapacidade em uma idade relativamente jovem, resultando na perda de muitos

anos de vida devido à morte ou deficiência.

Outro fator também relacionado ao estilo de vida são as relações sociais, pelo

fato dos indivíduos estarem inseridos em algum grupo, a forma como eles lidam com

a situação pode interferir na saúde dessas pessoas. Ramos ( 2002 ) fala que a

relação social esta diretamente ligado com a saúde, doença e envelhecimento. Ela

fala que a saúde pode ser degradada não somente por um “processo natural”, mas

também por uma falta ou qualidade de relações sociais e vice-versa.

Na sociedade contemporânea o estresse tem se tornado um dos possíveis

fatores para os agravos na saúde dos indivíduos, sendo este um dos hábitos do

estilo de vida que possivelmente pode ser mudado ou ter seus níveis de tensão

reduzidos. Dantas e Baptista ( 2002 ) falam que há diversas maneiras para reduzir e

controlar o estresse, dentre eles são citados: os tratamentos psicoterápicos; as

diversas atividades físicas, que contribuem de uma forma muito satisfatória e o

Yoga, porque engloba em sua metodologia de aula, etapas que são utilizadas

separadamente como forma de terapias; por exemplo a percepção psicomotora

durante os exercícios de alongamento, equilíbrio e força isométrica, associada aos

exercícios respiratórios, relaxamento psicofísico e meditação.

Todo esse questionamento só mostra a importância de mudar os hábitos no

estilo de vida como fator de prevenção ou de redução dos agravos decorrentes de

um estilo de vida negativo, apontando para problemas funcionais metabólicos e

também nas variáveis antropométricas melhorando assim a qualidade de vida.

A qualidade de vida parecer ser um termo bem abrangente e de difícil

definição, que engloba os mais variados aspectos que estão inseridos na vida das

pessoas. Nahas et al ( 2000 ) falam que alguns desses aspectos são estado de

saúde, longevidade, satisfação no trabalho, relações familiares, disposição e até

espiritualidade e dignidade.

Há também interpretações mais abrangentes que envolve questões da cultura

dentre outros fatores:

Page 22: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

22

Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar. O termo abrange muitos significados, que refletem conhecimentos,experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se reportam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes, sendo portanto uma construção social com a marca da relatividade cultural. ( MINAYO ET AL 2000, p. 8 )

É possível perceber a dificuldade para definir o conceito de qualidade de vida

visto que ela se insere em vários contextos sem, no entanto possuir uma definição

específica, porém o que aparece em comum e sempre o estado de bem-estar dos

indivíduos.

Um trabalho realizado por Toscano e Oliveira ( 2009 ) mostrou haver uma

relação entre nível de atividade física a qualidade de vida quando comparou os

diversos domínios da qualidade de vida entre os grupos de idosas mais ativas com

as menos ativas, e verificou que, em todos os domínios, os resultados dos

indivíduos mais ativos foram significativamente superiores ao dos menos ativos.

Ao analisar a qualidade de vida se pode perceber que os aspectos de saúde

se inserem bem como parte das definições dadas pelos autores aludidos, todavia

parece não ser este o único caminho para entedê-la, sendo assim não se pode

reduzi-la a apenas um aspecto, dentre tantos outros que compoem as questões

extrínsecas e intrínsecas das pessoas.

A associação entre estilo de vida e qualidade de vida acontece pelo fato de

componentes do estilo de vida saudável se enquadrarem no contexto da qualidade

de vida. Nahas et al ( 2000 ) abordam que os fatores individuais característicos de

cada pessoa estão incluidos com frequência na qualidade de vida.

A comunidade científica, tem apontado o estilo de vida ativo como um dos

fatores mais importantes na elaboração das propostas de promoção de saúde e da

qualidade de vida da população. Este entendimento fundamenta-se em

pressupostos elaborados dentro de um referencial teórico que faz associação entre

o estilo de vida saudável e o hábito da prática de atividades físicas e, e por

Page 23: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

23

conseguinte, a melhores padrões de saúde e qualidade de vida. ( Asumpção et al.

2002 ).

Em um trabalho realizado por Timossi ( 2008 ) procurou elucidar a existência

ou não de correlações entre as variáveis observadas: perfil do estilo de vida e a

qualidade de vida no trabalho e se elas realmente fornecem subcídios para trabalho,

saúde e qualidade de vida, de tal modo foi verificada se existe grau de associação

significativo entre as duas séries de dados, estilo de vida e qualidade de vida no

trabalho dos colaboradores pesquisados, indicando uma possível relação ou

influências entre estes fatores.

A qualidade de vida por estar associada a vários fatores que cercam os

indivíduos engloba os hábitos do estilo de vida saudável criando uma possível

relação que os fazem andar juntos, entendendo que um perfil do estilo de vida

negativo seria um dos fatores para atribuir ao indivíduo uma vida sem qualidade, já

que este não garante condições de mantê-lo saudável visto de forma social,

pisicológica, nutricional, físico e comportamental.

Page 24: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

24

4 METODOLOGIA

Este estudo é uma pesquisa quantitativa de carácter transversal. Neste tipo

de estudo fator e efeito são observados no mesmo momento histórico ( PITANGA

2004 ). Todas as participantes de ambos os projetos assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido antes do início da pesquisa.

4.1 AMOSTRA

A amostra foi composta por 36 senhoras na faixa etárias de 49 a 83 anos com

média de idade de 64,3 e desvio padrão de + 7,6 anos, integrantes do projeto educar

para atividade física ( EPAF ) e o projeto Vida em Movimento ( VM ). Após

explicação dos objetivos e metodologia da pesquisa, todas que estavam presentes

no dia da aplicação do questionário foram convidadas a participar volutariamente. O

projeto EPAF se inicia em 2008 com o objetivo de Implementar ações educativas

relacionadas a prática de atividade física junto ao Programa Saúde da Família do

município de Alagoinhas-Bahia. Ele acontece na Universidade do Estado da Bahia

no campusII em Alagoinhas, ocorrendo regulamente apenas um dia por semana nas

terças- feiras das 14 as 16 horas, com diversas atividades aeróbicas e anaeróbicas

que incentivem essas mulheres a estarem praticando-as no seu dia a dia. O projeto

vida em movimento acontece na cidade de Entre Rios a partir das associação com o

apoio da prefeitura, teve início das atividades fisicas em outubro de 2011, sendo que

o projeto acontece no Centro Paroquial três vezes por semana, visando garantir a

essas mulheres a prática de atividade física aeróbicas e anaeróbicas Esse projeto

acontece as segundas, quintas e sextas-feiras das 15 horas e 30 minutos as 17

horas.

Page 25: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

25

4.2 DESENHO DO ESTUDO

Para o procedimento da coleta de dados, foi aplicado o questionário

Pentáculo do Bem Estar para obter dados sobre o estilo de vida individual das

idosas. Este instrumento foi derivado do modelo do Pentáculo do bem-estar

validado por Marcus Nahas: Nahas, M.V. Barros, M.V.G. E Francalacci, V. ( 2000 ) o

pentáculo do bem estar: base conceitual para o estilo de vida de indivíduos e

grupos, tendo sua validação publicada na Revista Brasileira de Atividade Física e

Saúde, 5(2), 48-59.

Este instrumento inclui cinco componentes relacionados ao estilo de vida:

nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamento social e

controle de stresse. Cada componente apresenta 3 questões, onde para cada

resposta há uma pontuação em forma de escala, de zero (0) a três (3) pontos.

Sendo que, os escores zero (0) e um (1) indicam comportamentos de risco à saúde

e escores maiores ou igual a (2) indicam um bom estilo de vida. Este questionário

permite a visualização dos resultados através de uma figura representativa,

denominada de Pentáculo do bem-estar.

4.3 ANÁLISE DOS DADOS

Para análise dos dados e representação dos resultados, os escores 0 e 1 foram

considerados perfil negativo, assim como os 2 e 3 foram considerados perfil positivo.

O zero representa que nunca tal comportamento faz parte do seu estilo de vida. O

um (1) representa que as vezes faz parte do seu estilo de vida. O dois (2) indica que

quase sempre faz parte do seu estilo de vida e o três (3) significa que sempre faz

parte do seu estilo de vida. Foi considerado a quantidade dos números da análise

descritiva em valores percentuais de 0 a 100%. Os dados foram tabulados na

planilha excel 2007. Para comparação entre os grupos foi utilizado o Teste Exato de

Fisher que é utilizado para se comparar 2 grupos independentes e quando o

tamanho das duas amostras independentes é pequeno. Para tal foi utilizado o

software estatístico SPSS 16.0. Foi considerado significativamente a diferença entre

os grupos quando o valor de p foi maior do que 0,05.

Page 26: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

26

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir estão expostos os gráficos que apresentam os resultados da

pesquisa:

Gráfico 1 ingestão de frutas e hortaliças

Na variável ingestão de cinco porcões de frutas e verduras por dia podemos

observar que, o grupo EPAF têm um índice negativo mais alto do que o grupo VM

alçando o valor de 50% quando o grupo VM apresentou 22,23% demontrando uma

diferença percentual. No entanto quando feita análise estatística não houve

diferença significativa.

Page 27: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

27

Gráfico 2 evitar gorduras e doces

No que tange o hábito de evitar gorduras e doces foi possível perceber que

ambos os grupos apresentam resultados similares sendo que o percentual de

pessoas com perfil negativo ficou entre 16,66% e 27,77% para o grupo EPAF e VM

respectivamente, demonstrado que maioria dessas senhoras procuram evitar

gorduras e doces entendendo os malefícios de uma ingestão diária desses tipos de

alimentos, buscando uma dieta mais saudável, como apresenta o gráfico ficando

com 83,34% das mulheres do EPAF com um perfil positivo e as mulheres do VM

com 72,23%. Nesse item a análise estatística não revelou diferença significativa o

que é bem perceptível quando observados os valores percentuais.

Gráfico 3: fazer refeições variadas

Page 28: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

28

Já no item ingestão de quatro a cinco refeições variadas o grupo EPAF

apresentou uma diferença significativa no perfil negativo quando comparado com o

grupo VM ficando com 83,34% e 33,33% respectivamente. Essa diferença também

foi verificada quando feita a análise estatística, pois o valor encontrado foi 0,006.

Esse resultado não está de acordo com as recomendações, pois segundo o

Ministério da Saúde ( 2006 ) a recomendação seria a ingestão de quatro a seis

refeições por dia, evitando o consumo de grandes volumes de alimentos em uma

única refeição e intervalos prolongados.

Sabemos que uma alimentação variada possui características valorosas para

o bom funcionamento do organismo, porém de acordo com Ferreira ( 2010 ) a

recente tendência de redução do consumo de vegetais, cereais, tubérculos, frutas e

alimentos naturais e sua substituição por proteínas animais, alimentos e bebidas

quimicamente processados geralmente de baixo valor nutritivo e elevado teor

calórico tem sido alvo de preocupação, principalmente no que se relaciona aos

riscos e efeitos adversos que esse tipo de alimento provoca na saúde humana.

Segundo o Ministério da Sáude ( 2005 ) aquilo que se come e bebe não é

somente uma questão de escolha individual, mas outros aspectos como a pobreza,

a exclusão social e a qualidade da informação disponível frustram ou, pelo menos,

restringem a escolha de uma alimentação mais adequada e saudável sendo que o

que se come e se bebe é ainda, em grande parte, uma questão familiar e social.

Diante dos grupos pesquisados percebe-se que no grupo EPAF as condições

alimentares não estão muito adequadas já que a maior parte das perguntas não

obteve um perfil positivo, diferente do grupo VM que apresentou melhores escores

para as três perguntas quando analisadas em conjunto.

O sistema de produção de alimentos tem uma influência muito grande sobre

as escolhas alimentares pois:

Em geral, contrariamente ao que se possa imaginar, as escolhas alimentares são determinadas não tanto pela preferência e pelos hábitos, mas muito mais pelo sistema de produção e de abastecimento de alimentos. .( MINISTÉRIO DA SAÚDE 2005, p. 25 )

A escolha dos alimetos corretos podem possibilitar uma vida com mais

qualidade e menos gastos com saúde, pois assim como afirma o Ministério da

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29

Saúde ( 2005 ): a ciência corrobora aquilo que ao longo do tempo a sabedoria

popular e alguns estudiosos, há séculos, apregoavam: que a alimentação saudável é

a base para a saúde. A natureza e a qualidade daquilo que se come e se bebe é de

importância fundamental para a saúde e para as possibilidades de se desfrutar todas

as fases da vida de forma produtiva e ativa, longa e saudável.

Quando comparados com um trabalho realizado por Miranda et al ( 2007 )

com 72 idosos religiosos de Santa Catarina, 86% das freiras e 96% dos padres

tinham o hábito de ingerir 5 porções de frutas e hortaliças representando uma

diferença percentual, principalmente quando comparados ao grupo EPAF. No

quesito gorduras e doces o grupo de Miranda et al não apresentou diferença

percentual em relação aos outros grupos. Quanto ao exame do terceiro item que é

refeições variadas houve grande diferença percentual se comparado ao grupo EPAF

que teve um perfil positivo de 16,66% para 52% dos padres e 78% das freiras. Se

comparados com o grupo VM que apresentou 66,67% a diferença foi superior ao dos

padres e inferior ao das freiras. A questão sobre acesso a informação, a formação

eduacional dos indivíduos levam ao questionamento se esses fatores não seriam de

influência para os resultados.

É muito importante ter uma alimentação variada, pois isso aumentaria o gasto

calórico como cita ( FARSHCHI, 2004 ) quando afirma que seus achados sugerem

que um padrão de refeição regular otimizaria o metabolismo lipídico e de

carboidratos e podem ser de valor na melhoria da sensibilidade à insulina e reduzir

as concentrações de colesterol total e LDL.

Quando comparados com um trabalho realizado por Santos e Venancio (

2006 ) com 43 acadêmicos concluentes em educação física o percentual do perfil

positivo das mulheres do VM foi maior nos três itens com valores de 77,78%,

72,23% e 66,67%, para 21%, 32,56% e 46,52% já com o grupo EPAF foram 50%,

83,34% e 16,66%, percebendo que nos dois primeiros itens o EPAF teve valores

superiores, porém no último item o valor foi inferior, no entanto o grupo EPAF

apresentou dois itens superiores aos acadêmicos revelando uma nutrição mais

apropriada do que os acadêmicos.

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30

Esses dados talvez se expliquem pelo fato da vida acadêmica ser muito

corrida o que dificultaria a esses futuros egressos ter uma alimentação mais salutar

como afirmam Moraes et al. ( 2009 ) que o fato de eles se tornarem responsáveis

por prepararem seus alimentos associado a falta de informação e concientização a

respeito de hábitos alimentares saudáveis acabam optando por alimentos de rápido

preparo, alto teor calórico e baixo valor nutricional, até por que, esses alimentos são

bem mais acessíveis do que os alimentos saudáveis.

Em um outro comparativo entre trabalhos uma investigação realizada por

Timossi et al. ( 2006 ) com 32 servidores federais verificou que 69% tiveram um perfil

negativo na ingestão de cinco porções de frutas e hortaliças, comparados com

ambos os grupos de mulheres o percentual dos servidores foi maior. No item evitar

ingestão de gorduras e doces a diferença foi ainda maior com 62% dos servidores e

16,66% e 27,77% para o perfil negativo do grupo VM e EPAF reciprocamente. Na

questão realizar de quatro a cinco refeições variadas os servidores tiveram um valor

de 60% quando cotejado com o grupo de mulheres do VM o valor do perfil negativo

deles foi maior, porém quando cotejado com o grupo EPAF o percentual foi menor ,

pois elas tiveram 83, 34% o perfil negativo. Esses dados se vistos de forma geral

indicam que ambos os grupos de mulheres apresentaram uma nutrição mais

adequada do que o grupo de servidores sendo talvez necessário maiores

intervenções com os servidores.

Este fato pode ser possivelmente explicado pela falta de satisfação no

trabalho que não consegue muitas vezes atingir os objetivos esperados por essas

pessoas que por sua vez colocam outras metas como prioridade que não aquelas

este que trabalho pode lhes oferecer, o que corrobora com o trabalho realizado por

Timossi et al. ( 2008 ) onde foi possível verificar que 50% dos colaboradores

pesquisados além de possuirem um estilo de vida positivo, também possuiam uma

boa QVT. E que somente 3,13% possuem estilo de vida e QVT ambos negativos,

levando-nos a crer que índices positivos no estilo de vida podem influenciar

positivamente o trabalho. E também de forma inversa, a boa satisfação no trabalho

pode vir a influenciar positivamente no estilo de vida geral da pessoa.

Apesar da população ao longo dos anos vir mudando seus hábitos

escolhendo alimentos que poupam tempo de preparo e diminuem a freqüência das

Page 31: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

31

compras como ressalta Diez ( 2003 ), ambos os grupos de idosas observados

mantem a praxe de uma boa alimentação. O perfil alimentar dessas idosas se difere

muito do citado por Teixera ( 2006 ) quando diz que a alimentação ocidentalizada,

baseada principalmente em alimentos ricos em carboidratos simples, lípídios e

proteínas de origem animal e poucos alimentos in natura, como frutas e hotaliças é o

que as pessoas em geral mais consomem.

Gráfico 4: Prática de atividade física

Na variável que envolve atividade física o percentual do perfil negativo do

grupo EPAF foi superior ao do grupo VM estando com 77,77% para 50%, o que

parece demontrar que o grupo VM realiza mais atividade física regular durante a

semana do que o grupo EPAF, já que 22,23% do grupo EPAF apresentou perfil

positivo nesse item. Todavia mesmo aparecendo uma diferença percentual

representativa a análise estatística demontrou que não houve diferença entre eles.

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32

Gráfico 5: Práticas de força e alongamento

Já no quesito força e alongamento o perfil negativo do VM foi de 0% para

38,88% do grupo EPAF, demontrando perfil positivo mais satisfatório pelo possível

fato de que o grupo VM participa do projeto realizado três vezes por semana com

atividades que envolvem força e alongamento muscular enquanto que projeto EPAF

apesar de conter atividades que contemplem a pergunta acontece apenas uma vez

por semana não atendendo aos quesitos necessário da mesma. O que se percebe

também quando observada a análise estatístisca que demostrou haver diferença

significativa entre os grupos com valor de 0,019.

Gráfico 6: Frequência das atividades diárias

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33

Já no item atividade diária não houve diferença significativa, pois os

percetuais do perfil negativo foram bem próximo com 27,77% e 22,22% para os

grupos EPAF e VM sequencialmente, no entanto esses dados mostram que ambos

os grupos mantem um bom nível de atividade diária não podendo ser considerados

grupos sedentários, pois como afirma Nahas et al. ( 2000 ) um indivíduo só pode ser

considerado sedentário quando somadas atividades domésticas, de lazer, trabalho e

locomoção inferior a 500Kcal por semana. Visto que ambos os grupos são inseridos

em programas de atividades físicas considerá-los sendentários seria obtuso. A

análise estatística também demonstrou não haver diferença significativa entre os

grupos.

Em estudo comparativo um trabalho realizado por Moraes et al ( 2009 ) com

213 estudantes do curso de educação fisica e engenharia mostrou que no item

prática de atividade fisica o perfil negativo de ambos acadêmicos mostrou-se inferior

quando comparados com o grupo EPAF que apresentou 77,77%, já com o grupo VM

que teve valor 50% os alunos de engenharia apresentaram valores superiores

estando com 64,2% diferente do estudantes de educação física que teve valores

similares ficando com 51,9%.

No quesito força e alongamento os alunos de engenharia e educação física

apresentaram 54,5% e 32,9% respectivamente de perfil negativo, o que se considera

alto para ambos os grupos quando comparados com o grupo VM que apresentou

0%, todavia quando confrontados como grupo EPAF que apresentou 38,88% de

perfil negativo os estudantes de educação física obtiveram valores bem próximo, já

os de engenharia tiveram valores acima da média. Isso nos faz concluir que o grupo

com melhor perfil do estilo de vida nesse item é o grupo VM seguidos dos

estudantes de educação física. Nesse caso o nível de informação parece apontar

para estes resultados, visto que o grupo VM esta inserido num contexto que permite

maior acesso a informações e o grupo de educação física também estão inseridos

em uma constate discussão sobre saúde.

Quando investigada a questão atividades diárias os alunos de engenharia e

educação física apresentaram valores de 59% e 38% no perfil negativo

mutualmente, enquanto que os grupos EPAF e VM apresentaram valores de 27,77%

e 22,22% respectivamente, indicando que ambos os grupos de mulheres

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apresentaram um perfil positivo superior ao dos estudantes neste item a vida agitada

que leva os estudantes os inviabiliza a um modelo mais ativo para o estilo de vida

como cita Mielke et al.( 2010 ) ao dizer que na vida dos estudantes universitários, o

tempo dedicados aos estudos, horas dedicadas a projetos de extensão e pesquisa

imposta pela universidade, aliados aos horários de aula, geralmente, não uniformes,

podem contribuir para a falta de tempo disponível para a prática de atividade física.

Seria interessante que se obtivesse o máximo de respostas positivas, pois

isso afeta diretamente na saúde do indivíduo em que Nahas et al ( 2000 ), diz que

quanto mais aspectos positivos mais adequado está o estilo de vida da pessoa,

considerando os fatores individuais relacionados à qualidade de vida.

Este estudo também foi comparado com uma investigação feita por Santos e

Venâncio ( 2006 ) realizados com um grupo de 43 acadêmicos de educação física e

os resultados encontrados no perfil negativo foi 54%,38% e 42% para as três

perguntas enquanto que o grupo de mulheres do VM foi 50%, 0% e 22,22%,

mostrando com isso que as mulheres apresentam um nível de atividade física mais

satisfatório do que os estudantes concluentes de educação física. O grupo EPAF

apresentaram os valores de 77,77%, 38,88% e 27,77%, entendendo que no primeiro

tópico o EPAF tiveram um perfil negativo superior ao dos estudantes, já no segundo

não houve diferença significativa enquanto que no terceiro o perfil negativo dos

estudantes foi maior. Isso indica que quando comparados com as mulheres do VM o

nível de atividade física delas foi melhor, porém quando confrontados com o EPAF

a situação foi diferente por consequência o EPAF apresentou valores negativos mais

altos apontando para um nível mais baixo de atividade física do que os estudantes.

De acordo com Toscano e Oliveira ( 2009 ) um trabalho realizado com 238

idosas de um grupo de convivência mostrou que as atividades que representavam

maior gasto para as idosas investigadas foram as atividades domésticas, sendo que

33% das idosas que eram ativas realizavam atividades de lazer, utilizando-se dos

exercícios de alongamento e ginástica localizada que eram orientados por

estagiários de Educacao Física. Contudo, foi observado que essas atividades não

despertam grande interesse, sendo verificada pouca adesão, exceto em dois grupos

que ofereciam dança em dias específicos.

Ainda segundo os mesmos autores nas atividades físicas de transporte, todas

as idosas fazem uso da caminhada como meio de locomoção, atingindo média de

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60,6 min/sem. Este último dado quando confrontado com a amostra que as idosas

de VM e do EPAF trazem, nos faz entender que elas precisam ser incentivadas a

prática da caminhada como meio de transporte.

A atividade física exerce fatores de extrema importância como destaca Gobbi

( 1997, p. 43 ):

[…]A idade dos 50 anos sinaliza um ponto na meia idade no qual os beneficios da atividade fisica regular podem ser mais relevantes para evitar, minimizar e/ou reverter muitos declinios físicos, psicológicos e sociais que frequentemente acompanham a idade avançada. As recomendações focalizam o impacto da atividade física regular para ambos os sexos, contudo devido a diferenças históricas na prevalência de estilos de vida fisicamente ativos entre os sexos, bem como a maior proporção de mulheres na população idosa, o comitê científico é cauteloso ao enfatizar que as recomendações são universais e se aplicam igualmente para todos. Do mesmo modo, fica também claro que as recomendações devem ser suficientemente flexíveis para serem significativas para uma ampla variedade de grupos sociais e culturais.[…]

Sendo assim, a participação em programas de atividade física que envolvam

força, alongamento muscular, trabalhos aeróbicos, de agilidade e de coordenação é

de suma importância para realização das suas tarefas diárias, diminuindo o risco de

desenvolver doenças que podem levar esses idosos a dependência.

Outro benefício do exercício foi apontado em pesquisa realizada por Bento et

al ( 2010 ) que sugerem que o exercício físico, de forma isolada, e capaz de reduzir

o risco de quedas, isto ficou evidente em sete dos estudos avaliados. Dentro dos

trabalhos analisados os exercícios de equilíbrio e força muscular se mostraram como

estratégias mais presentes nas intervencões propostas. Parece que estudos que

associaram componentes de força e/ou equilíbrio, além de outras formas de

intervencão, que tenham sido feitos, no mínimo, duas vezes por semana e que

tenham acompanhado os indivíduos, em média, de três a seis meses após a

intervenção, mostraram-se mais eficazes em reduzir e prevenir as quedas em idosos

vivendo na comunidade.

O programa de atividade física para idosos é muito importante, pois mesmo

com o avançar da idade os ganhos na aptidão funcional são possíveis como mostra

uma pesquisa realisada por Cipriani et al ( 2010 ) que demonstram que houve

melhora do Índice de Aptidão Funcional Geral dos idosos participantes no decorrer

de dez meses, demontrando que , mesmo os idosos envelhecendo, ainda é possível

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36

ganhos na aptidão física das variáveis analisadas, facilitando o desenvolvimento das

atividades da vida diária destes.

Os benefícios da atividade física são inegáveis e aumentam a qualidade de

vida do idoso como cita Stella ( 2002, p. 96 ), pois ele:

[…] implementando melhor perfusão sanguínea sistêmica e, particularmente, cerebral. É evidente o benefício da atividade física para a redução dos níveis de hipertensão arterial, para a implementação da capacidade pulmonar e para prevenção de pneumopatias. Ganho de força muscular e de massa óssea e desempenho mais eficiente das articulações são outros benefícios que o idoso obtém com a prática regular e adequada de atividade física, constituindo-se em importante fator de prevenção de quedas e outros acidentes, que também se apresentam como comorbidades em relação à depressão.[…]

Uma pesquisa feita por Sebatião et al ( 2009 ) com 192 idosos, para avaliar o

nível de atividade física , qualidade de vida e uso de medicamentos em

envelhecimento verificaram que a prevalência de inatividade física ( IF ) aumenta

com incremento da idade. Essa fala é interessante porque as mulheres dos grupos

VM e EPAF tem conseguido se manter ativa fisicamente, o que se explica

provavelmente por que ambos os grupos estão inseridas em programas de atividade

física.

Quando perguntado sobre o controle de pressão e colesterol ambos os

grupos apresentaram perfil positivo de 100% o que demontra que todas essas

mulheres tem procurado se cuidar, neste aspecto e a inserção em grupos de

atividade física parece atuar de forma mais enfatídica, pois os possíveis diálogos

sobre saúde dentro dos grupos parece incetivá-las a estar buscando

acompanhamento médico de forma a estarem alertas com as patologias que podem

interferir em uma melhor qualidade de vida. Análise estatística mostrou que nesse

item ambos os grupos tem comportamentos idênticos.

Page 37: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto Educar para atividade física versus Vida em movimento

37

Gráfico 7: Evitar fumo e álcool

No que diz respeito a evitar o fumo e moderar na bebida todas as senhoras

do projeto VM também apresentaram um perfil 100% positivo neste item, diferente

do grupo EPAF que apresentou 11,11% o perfil negativo. Esses dados mostram que

apesar de aparecer um pequeno percentual negativo no grupo EPAF as senhoras de

uma forma geral parecem está concientes dos malefícios do cigarro e da bebida em

exesso que além de causar danos fisiológicos este último é um grande percussor

para a maioria dos acidentes no trânsito como citado no portal do trânsito ( 2012 ).

Neste item a análise estatística demonstrou que não houve diferença significativa

entre os grupos.

Também no item respeito as leis de trânsito ambos os grupos apresentaram

perfil 100% positivo, o que demonstra que essas senhoras buscam melhor condição

para lhe darem com a vida atualmente muito agitada em que motoristas e

motociclistas só vivem impacientes, aumentando os riscos de acidente, o que as

fazem entender que viver de modo prudente irá garantir um aproveitamento máximo

para vida. A análise estatística também demonstrou nesse item que o

comportamento entre os grupos são idênticos. Para Nascimento e Pasqualleto (

2002 ) a violência no trânsito está matando milhares de brasileiros e deixando outros

tantos mutilados. Segundo eles a estatística da violência comprova a importância e

gravidade da situação. Motoristas e pedestres, vivem em guerra permanente, com

os “psicopatas, sociopatas e neuróticos”.

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38

Quando comparados com um trabalho realizado por Coelho e Santos ( 2006 )

com 259 acadêmicos de vários cursos inicias da Universidade do Estado de Santa

Catarina que apresentou os valores no perfil negativo do comportamento preventivo

de 74,32%, 18,67% e 8,18% respectivamente para as três perguntas, evidencia um

perfil negativo superior ao grupo de ambos.os projetos. Esses valores elucida que as

mulheres de ambos os grupos investigados parecem demonstra um maior cuidado

de forma a garatir um melhor estilo de vida do que ingressantes acadêmicos acima

citados.

De acordo com o American college (1994 ) a hipertensão não-controlada

duplica ou triplica o risco de ocorrências cardiovasculares, e pressão arterial elevada

é um fator independente que prediz a morbi-mortalidade subsequente em

sobreviventes ao infarto do miocárdio. Ainda segundo o mesmo autor o controle

efetivo da pressão arterial elevada na população vítima de infarto reduz a

mortalidade cardiovascular em 20%. Exercício físico contribui para o controle da

pressão arterial, mas o controle ideal é normalmente alcançado com terapia

farmacológica.

O american college ( 1994 ) cita ainda que os níveis aumentados de colesterol

LDL ( low-density lipoprotein ) e níveis reduzidos de colesterol HDL ( high-density

lipoprotein ) são os fatores de risco principais para o desenvolvimento de doença

arterial coronariana ( DAC ).

O mesmo autor traz que estudos recentes também apresetaram a importância

de modificar estas lipoproteínas na prevenção de doença coronária secundária. Um

procedimento estatístico que combinou resultados de oito estudos clínicos de

redução do colesterol em vítimas de infarto do miocárdio desenvolvidos entre 1965 e

1988 demonstrou uma atenuação em 16% de infartos fatais e 25% de infartos não-

fatais no grupo pesquisado.

Nahas et al ( 2000 ) cita alguns aspectos que ele considera indispensáveis na

vida atual para um maior controle preventivo que são o uso do cinto de segurança

para evitar acidentes, uso do protetor solar para evitar cancer, uso do preservativo

para evitar doenças sexualmente trânsmissiveis, observação dos princípios

ergonômicos para evitar problemas que gerem incapacidade para o trabalho, uso

dos equipamentos de segurança para evitar acidentes e até a morte, não fumar de

modo a evitar problemas cardiovasculares e câncer, ingestão moderada ou

abstinência na ingestão de bebidas alcoólicas de forma que problemas de ordem

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39

social e fisiológicos sejam evitados e não usar drogas o que o fará se livrar de riscos

sociais, orgânicos e psicológicos.

Quando confrontados com o trabalho de Penduani et al ( 2008 ) realizado com

303 estudantes foi possível constatar que 66,34% dos estudantes de medicina

ingeriam bebida alcóolica sendo que 33,83% bebiam uma ou mais vezes por

semana, já o percentual de tabagismo foi bem baixo com apenas 3% dos

estudantes. Este estudo mostra que quando comparados com ambos os grupo o

perfil do estilo de vida delas se apresenta bem mais satisfatórios que o dos

estudantes, pois o percentual para o uso de um ou outro foi 36,83%, valor de um

perfil negativo superior ao das idosas.

Bezerra ( 2006 ) fala que o tabagismo passou a ser um fator de risco para

diversas doenças como câncer de pulmão, de esôfago, de boca, hipertensão arterial

dentre outras considerados um problema de saúde pública.

O uso exessivo do álcool é um tema que também vem repercutindo em todo

mundo, pois como é sabido os transtornos psíquicos relacionados ao álcool podem

afetar toda a estrura de um indivíduo, estes vão de orgânicos a sociais.

Os prejuízos causados pelo álcool são descritos a seguir:

A Organização Mundial da Saúde ( OMS ) estima que existam cerca de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo que consomem bebidas alcoólicas e 76,3 milhões com uso de álcool diagnosticável de desordens. A partir de uma perspectiva de saúde pública, a carga global relacionada ao consumo de álcool, tanto em termos de morbidade e mortalidade, é considerável em muitas partes do mundo. Consumo de álcool tem conseqüências sociais e de saúde através de intoxicação ( embriaguez ), álcool dependência, e outros refeitos bioquímicos do álcool. Além disso as doenças crónicas que podem afetar os bebedores após muitos anos de uso pesado, o álcool contribui para os resultados traumáticos que é matar ou incapacitar em uma idade relativamente jovem, resultando na perda de muitos anos de vida devido à morte ou deficiência. Há uma evidência crescente de que, além de volume de álcool, o padrão do potável é relevante para os resultados de saúde. Em geral, há uma relação causal entre consumo de álcool e mais de 60 tipos de doenças e ferimentos. Estima-se que o álcool cause cerca de 20-30% de câncer de esôfago, câncer de fígado, cirrose do fígado, homicídio, crises epilépticas, e acidentes de veículo a motor em todo o mundo ( OMS, 2004, p.1 ).

As consequências de um comportamento preventivo irregular trazem muitos

dos agravos supracitados e por este motivo o consumo moderado e responsável de

bebidas alcoólicas, equivalente ao hábito de não fumar, são atitudes que se

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encaixam no comportamento preventivo adequado e que oferecem condições

propícias a qualidade de vida e contribuem positivamente na saúde.

Gráfico 8: Nível de relacionamentos

No item sobre amizades observamos que ambos os grupos de mulheres

apresentaram perfis bem semelhantes com uma diferença de apenas 5,55% no perfil

positivo do grupo EPAF para o grupo VM o que demostra resultados bastante

satisfatório para este item. Quando feita a análise estatística verificou-se que ambos

os gupos possuem comportamentos idênticos.

Grafico 9: Participação social

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No quesito participação social os grupos apresentaram valores diferentes,

pois o perfil negativo do EPAF foi maior que o do VM com valores de 33,33% e

16,66% proporcionalmente. A análise estatística, porém não demontrou diferença

entre os grupos. Apesar de não haver diferença talvez participar três vezes na

semana pode garantir a elas uma participação mais efetiva no meio social.

Gráfico 10: Ser útil socialmente

No item ser útil na comunidade o perfil negativo das mulheres do projeto

EPAF foi superior ao das mulheres de VM com valores de 44,44% e 11,11%

equitativamente. No entanto não houve diferença estatística entre os grupos.

Apesar de quando comparados os grupos entre si o EPAF apresentou

principalmente no terceiro item um percentual do perfil negativo maior, quando

analisados ambos os grupos juntamente, percebe-se que os dois possuem um perfil

do estilo de vida satisfatório para o fator relacionamentos já que a maioria entre os

dois grupos apresentaram um perfil positivo superior ao negativo para os três itens.

Quando tentando comparar com o trabalho de Miranda et al ( 2007 ) esse

tópico ficou inviável pois diferente do trabalho exposto acima ele só apresenta os

valores para uma única resposta, entrando em desacordo com o proposto por Nahas

et al ( 2000 ) que cassifica o 0 e 1 como perfil negativo e 2 e 3 como perfil positivo e

não apenas uma única resposta para avaliar o perfil dos indivíduos.

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Analisando o trabalho de Timossi et al ( 2006 ) percebesse que os valores

apresentados para o fator relacionamentos estão bem diferentes principalmente na

pergunta 1 e 3, quando comparados com o grupo do VM que apresentou os valores

de 5,55%, 16,66% e 11,11% para as três perguntas sobre este item

respectivamente. Com estes valores nota-se que as mulheres do VM possui um

estilo de vida mais satisfatório do que o grupo estudado por Timossi et ai ( 2006 )

que teve valores de 25%,34% e 56% sequencialmente. Diferentemente quando

comparados com o grupo EPAF os valores foram bem próximos do servidores. No

entanto no item ser útil o EPAF teve um valor de 100% no perfil positivo se

distanciando bastante do perfil dos servidores que chegaram a apresentar um perfil

negativo de 75%. Nos demais itens os valores foram bem próximos com 34% e 43%

no perfil negativo para os servidores e 33,33% e 44,44% para o EPAF nos dois

últimos itens.

Quando defrontado com um trabalho realizado por Soares ( 2009 ) com 23

padres, 49 freiras, 31 pastores e 9 pastoras, cuja média de idade foi de 75,17 ±7,9

anos para os líderes católicos e 49,27 ±8,1 anos para os evangélicos, obeteve os

percentuais de 100% para os padres, 95,91% para as freiras, 96,77% para os

pastores e 100% para as pastoras o que equivale a valores bem próximos do

encontrado com os grupos de idosas analisados no presente trabalho, sendo que

todos esses valores se referem a apenas ao primeiro item do fator relacionamentos.

Na segunda item os valores encontrados para o perfil positivo foram de 73, 91%

para os padres, 30,61% para as freiras, 67% para os pastores e 88,88% para as

pastoras. Se confrontados com as mulheres do VM o perfil positivo dos padres e

pastoras se aproximam mais, já em comparação com as freiras é visível a diferença

entre elas já que as mulheres tiveram um valor de 83,34% enquanto que as freiras

tiveram apenas 30,61%, um valor bem abaixo do esperado. Logo as mulheres do

EPAF quando comparados com os padres e as pastoras obteve uma expressiva

diferença, visto que seu percentual foi de 66,67%, no entanto quando comparadas

com os pastores os valores se aproximaram, já o das freiras o perfil positivo do

EPAF foi superior. Na pergunta três o perfil do grupo VM foi bem próximo ao da

freiras que tiveram o percentual de 81,63%, havendo apenas pouca diferença para

os padres, pastores e pastoras que obteve percentuais de 95,65%, 93,54% e 100%

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proporcionalmente. Diferentemente o EPAF apresentou valor inferior ao dos demais

grupos ficando com apenas 55,56% no perfil positivo.

Moraes et al.( 2009 ) fala que o relacionamento social representa um dos

componentes fundamentais do bem estar, e assim da qualidade de vida dos

indivíduos. Ainda sengundo ele a vida humana é assentada em relacionamentos e é

preciso estar bem consigo e cultivar os relacionamentos com outras pessoas para se

ter uma vida com real qualidade.

Offer ( 1996 ) apud Nahas et al ( 2000 ), diz que o relacionamento do

indivíduo consigo mesmo, com a sociedade e com a natureza representa um dos

componentes fundamentais do bem estar de espírito e, por conseqüência, da

qualidade de vida de todos os indivíduos.

Ornish ( 1996 ), apud Nahas et al ( 2000 ), refere-se a duas possibilidades de

intimidade ou relacionamento que são:

Horizontal: quando se desenvolve contatos e conexões com outras pessoas

Vertical: quando o relacionamento ( conexão ) se dá consigo mesmo em nível

psicológico ou espiritual, através da reflexão, meditação ou oração.

Seaward ( 1997 ) apud Nahas et al ( 2000 ), refere-se às questões do

relacionamento consigo mesmo como política interna, e o relacionamento

interpessoal e com a natureza como política externa. O autor relata ainda que

diariamente temos que lidar com essas questões de política interna e externa,

buscando harmonia e equilíbrio em nossos relacionamentos. Ao menos por cinco

minutos, a cada dia, devemos nos direcionar para nosso interior de forma que

possamos estar apreciando uma bela paisagem ou simplesmente relaxando

confortavelmente num ambiente calmo.

Percebe-se na fala de ambos os autores a relevância das relações sociais na

construção do indivíduo consigo e com o seu meio materializando a importância do

contato do ser humano com outras pessoas que o define como ser diferente das

demais espécies.

Seaward ( 1997 ) apud Nahas et al ( 2000 ) cita que nossos relacionamentos

podem ainda ser melhorado se exercitarmos os “músculos da alma”, expressão

usada por ele, que são otimismo, bom humor, criatividade, curiosidade, persistência,

tolerância, confiança, amor, perdão, entre muitos outros.

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44

Entendendo a importância dos relacionamentos na vida dos indivíduos Nahas

et al ( 2000 ) fala que a ausência de amigos ou familiares próximos pode reduzir a

resistência do organismo a doenças, diminuindo a expectativa de vida entre idosos e

pessoas acometidas de doenças crônicas. Apesar de não se saber como realmente

acontece, um ambiente social favorável, com uma rede de apoio de amigos e

familiares, pode promover a saúde e a qualidade de vida, além de reduzir os efeitos

de doenças, principalmente aquelas ligadas aos sistemas neuro-endócrino e

imunológico.

Essa fala do autor nos remete a consideração que devemos ter em relação

aos relacionamentos como algo que pode contribuir para menores riscos de

doenças.

Gráfico 11: Tempo para descansar

Quando analisado o descanso diário referente ao nível de extresse os grupos

EPAF e VM apresentaram valores bem próximos com 72,23% e 83,34%

respectivamente para o perfil positivo, o perfil negativos foram baixo para os dois o

que se pode concluir que para esse item o perfil delas foi satisfatório. Na análise

estatítisca também não foi apresentada diferença significativa entre eles. Um dos

possíveis motivos para esse resultado é que com a chegada da meia idade os

indivíduos passam a ter mais tempo livre para relaxar, e acabam por utilizar boa

parte desse tempo assistindo televisão, já que segundo dados do IBGE ( 2004 )

90,3% da população a possui.

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Gráfico 12: Calma ao discutir

Quando analisada a calma ao discutir o grupo EPAF apresentou um perfil

negativo um pouco mais auto do que o grupo VM com 44,44% e 27,77%

sequencialmente. No entanto a maioria de ambos os grupos apresentaram um perfil

positivo superior ao negativo o que demonstra um perfil satisfatório também para

esse item. Apesar da pequena diferença percentual a análise estatística mostrou

que não houve diferença significativa entre eles.

Gráfico 13: Tempo para trablho e o lazer

Quando analisados o equilíbrio entre trabalho e lazer o grupo EPAF

apresentou um desequilíbrio um pouco maior que o grupo VM com valores de

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33,33% e 16,66% equitativamente. Todavia ambos os grupos também apresentaram

valores do perfil positivo maior que o negativo o que demonstra que elas mantem um

bom perfil do estilo de vida também para este item. Neste item a análise estatística

também mostrou não haver diferença entre os grupos.

Quando comparados a amostra total ambos os grupos apresentaram um

estilo de vida satisfatório, tendo em vista que um percentual maior foi do perfil

positivo. Porém vale ressaltar que houve diferença estatística no gráfico três e cinco.

O que possivelmente se explique no gráfico cinco seja a falta de mais dias no projeto

EPAF para os tipos de atividades citados.

Timossi et al ( 2006 ) entende que o estresse por si só não corresponde um

fator negativo, é apenas uma capacidade de reação natural do organismo a algum

estímulo, que passa a interferir negativamente de acordo com a individualidade de

cada sujeito.

Quando confrontados com o trabalho dessa autora que realizou um estudo

com trinta e dois servidores federais, pecebemos que os índices encontrados no

grupo EPAF e VM foram superiores ao dos servidores. Este fator talvez possa ser

explicado pelo fato de os servidores estarem ativos com relação ao trabalho e grupo

de mulheres já estão aposentadas a maioria, por isso conseguem mais tempo para

relaxar do que o primeiro grupo.

No item calma ao discutir o perfil do grupo EPAF foi bem próximo ao dos

servidores, ficando em 55,56% e 53% respectivamente, em contra partida o grupo

VM apresentou valores superiores à ambos, estando com 72,23% sugerindo um

melhor perfil positivo.

Na variável tempo para o trabalho e lazer o grupo EPAF e os sevidores

também apresentaram valores bem próximos ficando com 66,67% e 63%

sequencialmente, enquanto que o grupo VM mais uma vez apresentou valor superior

ao dos demais estando com 83,34%. O fato de o grupo VM apresentar valores

superiores pode ser explicado pela questão que elas realizam atividade física três

vezes por semana o que facilitaria a programação para o seu lazer, entendendo que

atividade física é vista como lazer por estas senhoras.

Na idade contemporânea o estresse tem sido considerado um mal do século

se configuranto um causador de muitos problemas de saúde. Nahas et al ( 2000 ) diz

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que um conjuto de agentes tem afetado as sociedades, fazendo do estresse um mal

que não respeita fronteiras geográficas nem demográficas.

França ( 1996 ) define estresse como estado de tensão do organismo sob

situação de pressão imediata ou situação experienciada, que gera diversos estados

de ansiedade, entedendo como a melhor medida do estado de bem-estar vivido ou

não pela pessoa.

Para Macedo et al ( 2001 ) as experiências estressantes podem vir de

determinados eventos de vida, como doença, morte de ente querido, falências,

desemprego e separações, pois tanto a forma aguda de estresse quanto a crônica

podem ser prejudiciais à saúde. A estimulação do sistema nervoso autônomo

simpático e do eixo hipotálamo putuitária-adrenal parecem ter uma importância

fisiopatológica crucial neste processo.

Baptista e Dantas ( 2002 ) explica que o estresse é a combinação de

sensações fisiológicas e mentais que resultam de variados estímulos de aflições,

medos, ansiedades, pressões psicológicas e fadiga física e/ou mental, que irão

exigir uma adaptação e/ou produção de tensão.

No contexto atual o estresse se manifesta em vários momentos

principalmente pela vida conturbada que a nossa sociedade vem levando, causando

danos na sua qualidade de vida, sendo que:

O impacto do stress sobre o aspecto psicofisiológico do homem é de extrema importância para a redução da saúde e da qualidade de vida. Através de uma sociedade excessivamente competitiva, com um desequilíbrio sócio-econômico crescente e uma violência urbana incontrolada ( principais variáveis sociais geradoras do stress ); é que a humanidade vai sofrendo alterações não benéficas em seus padrões comportamentais, efetivos, sociais e físicos. Procurando então se adaptar através de recursos amenizadores, profiláticos e controladores do stress; melhorando a qualidade de vida e superando as causas e efeitos do stress negativo.( BAPTISTA E DANTAS, 2002, p.13 ).

Apesar das condições de vida atual é preciso aprender a lidar com as

questões relacinadas ao estresse, pois mesmo vivendo sob condições muitos

estressantes é importante que as pessoas encontrem formas para relaxar e buscar

um estado de equilíbrio psicossocial, porque o estresse quando ocorre de maneira

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demasiada pode resultar em redução dos níveis de trabalho e atingir o indivíduo

negativamente no físico e social.

Nahas et al ( 2000 ) fala que é preciso encontrar um ponto de equilibrio para

que possamos reagir as situações estressantes com mais serenidade e segurança,

pois mais do que o estresse é a maneira como lidamos com os agentes estressantes

que afeta nossa saúde e qualidade de vida.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .

Podemos observar que ambos os grupos quando analisados de forma geral

apresentaram um perfil do estilo de vida satisfatório visto que o percentual maior foi

referente ao perfil positivo. No entanto vale destacar que mesmo o EPAF tendo a

suas práticas em apenas um dia ao passo que o MV eram três dias, ele consegue

garantir a essas senhoras um bom perfil do estilo de vida mostrando que este

projeto consegue ser efetivo para melhoria na qualidade de vida assim como o MV.

Porém cabe ressaltar que os itens que tiveram diferença estatística no remete a

reflexão de ações que sejam mais efetivas buscando maior êxito em todos os fatores

que compõem o estilo de vida. Esse trabalho também nos leva a reverberar sobre a

importância de se analisar o estilo de vida de indivíduos visto que este pode estar

associado a problemas de saúde que possivelmente se relacione com hábitos de

vida erronêos além do que nos faz pensar no instrumento utilizado como uma

ferramenta de fácil acesso que pode ser usado para indentificar importantes

aspectos relacionados a atividade física e possivelmente corrigi-los.

Contudo podemos considerar a necessidade por parte dos orgãos públicos de

se criar cada vez mais projetos que incetivem a prática de atividade física para a

população visto que há um crescimento demográfico acionando grupos

interdiciplinares que busquem ações mais efetivas de modo a desenvolver e/ou

manter uma população mais ativa e mais conciente quanto a importâcia dos hábitos

saudáveis tendo em vista os benefícios dos mesmos. Para o futuro sugere-se mais

investigações sobre as ações desses projetos na vida dos indivíduos tentando

indetificar como eles garantem um bom perfil do estilo de vida.

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APÊNDICE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Projeto: O estilo de vida de mulheres ativas: o comparativo do projeto

educar para atividade fisica versus vida em movimento

Pesquisadores Responsáveis: Professor Mestre Valter abrantes (orientador) e Edvan

Lopes Carvalho.

O processo de envelhecimento possui características e valores próprios, em

que ocorrem modificações no indivíduo, tanto na estrutura dos orgãos, como no

metabolismo, no equilíbrio bioquímico, na imunidade, na nutrição, nos mecanismos

funcionais, nas características intelectuais e emocionais.

Sendo assim o objetivo desse estudo é comparar o perfil do estilo de vida do

grupo de mulheres do projeto Educar para Atividade Física (EPAF) versus o grupo

de mulheres do projeto Vida em Movimento (VM).

Considerando a simplicidade dos métodos acima descritos, somado ao fato

de que cada procedimento será acompanhado atentamente por um profissional da

área de Educação Física, conclui-se que estes não apresentam riscos a saúde e

integridade física da participante.

Após ler e receber explicações sobre a pesquisa, e ter meus direitos de:

1. Receber resposta a qualquer pergunta e esclarecimento sobre os procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados à pesquisa;

2. Retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo;

3. Não ser identificado e ser mantido o caráter confidencial das informações relacionadas à privacidade.

Tendo recebido as informações acima e ciente dos meus direitos, concordo em participar voluntariamente da pesquisa.

Alagoinhas, _____de_______ de 2012.

_______________________________ ______________________________

Assinatura da participante Assinatura do pesquisador

Endereço do pesquisador: Rua Alfredo Garcia, 88 – Jardim Pedro braga. Alagoinhas/BA

Telefone para contato: (75) 9209-9059

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ANÊXOS Avaliação do estilo de vida – Pentáculo do bem- estar O estilo de vida corresponde ao conjunto de ações que refletem as atitudes, valores

e oportunidades das pessoas. Estas ações têm grande influência na saúde geral e

qualidade de vida de todos os indivíduos. Os itens abaixo representam

características do estilo de vida relacionados ao bem-estar individual. Manifeste-se

sobre cada afirmação considerando a escala:

0 – Absolutamente não faz parte do seu estilo de vida.

1 – Às vezes corresponde ao seu comportamento.

2 – Quase sempre verdadeiro no seu comportamento.

3 – A afirmação é sempre verdadeira no seu dia-a-dia; faz parte do seu estilo de

vida.

Componente: Nutrição

( ) a) Sua alimentação diária inclui ao menos 5 porções de frutas e verduras.

( ) b) Você evita ingerir alimentos gordurosos (carnes gordas, frituras) e doces.

( ) c) Você faz 4 a 5 refeições variadas ao dia, incluindo café da manhã completo.

Componente Atividade Física

( ) d) Você realiza ao menos 30 minutos de atividades físicas moderadas/intensas,

de forma contínua ou acumulada, 5 ou mais dias da semana.

( ) e) Ao menos duas vezes por semana você realiza exercícios que evolvam força e

alongamento muscular.

( ) f) No seu dia-a-dia você caminha ou pedala como meio de transporte e,

preferencialmente, usa escadas ao invés do elevador.

Componente: Comportamento Preventivo

( ) g) Você conhece a Pressão Arterial, seus níveis de colesterol e procura

controlálos.

( ) h) Você não fuma e não bebe mais que uma dose por dia.

( ) i) Você respeita as normas de trânsito (pedestre, ciclista ou motorista); se dirigir

usa sempre o cinto de segurança e nunca ingere álcool.

Componente: Relacionamentos

( ) j) Você procura amigos e está satisfeito com seus relacionamentos.

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( )k) Seu lazer inclui encontros com amigos, atividades esportivas em grupo,

participação em associações ou entidades sociais.

( ) l) Você procura ser ativo em sua comunidade, sentindo-se útil no seu ambiente

social.

Componente: Controle do Estresse

( ) m) Você reserva tempo (ao menos 5 minutos) todos os dias para relaxar.

( ) n) Você mantém uma discussão sem alterar-se, mesmo quando contrariado.

( ) o) Você equilibra o tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado ao

lazer.

Considerando suas respostas aos 15 itens acima, procure colorir o pentáculo,

construindo uma representação visual do seu estilo de vida atual.

Deixe em branco se você marcou zero para o item.