o estado verde - edição 22478 - 31de março de 2015

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O ESTADO Ano VI Edição N o 382 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 31 de março de 2015 Insegurança alimentar mata cerca de dois milhões de pessoas por ano O que está na sua refeição? No Dia Mundial da Saúde 2015, a Organização Mundial de Saúde vai colocar a alimentação no centro das discussões. PÁGINA 3 11 ª edição do Prêmio Fiec por Desempenho Ambiental será hoje Maior premiação da área ambiental do Ceará prestigiará projetos e ações das indústrias, voltados ao meio ambiente. PÁGINA 10 Criação do parque não pode estar condicionada às questões fundiárias Procurador da República defende a imediata criação da UC e legalidade para proteger tanto o poder público e o privado. PÁGINA 9 FOTO DIVULGAÇÃO FOTO NAYANA MELO RESÍDUOS “Nós ainda estamos na Pré-História” O Ceará tem apenas cinco aterros sanitários licenciados. Esforços estão sendo realizados para resolver um dos maiores problemas da gestão pública do Estado. Páginas 6 e 7

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Page 1: O Estado Verde - Edição 22478 - 31de março de 2015

O ESTADO Ano VI Edição No 382 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 31 de março de 2015

Insegurança alimentar mata cerca de dois milhões de pessoas por ano O que está na sua refeição? No Dia Mundial da Saúde 2015, a Organização Mundial de Saúde vai colocar a alimentação no centro das discussões. PÁGINA 3

11ª edição do Prêmio Fiec por Desempenho Ambiental será hoje Maior premiação da área ambiental do Ceará prestigiará projetos e ações das indústrias, voltados ao meio ambiente. PÁGINA 10

Criação do parque não pode estar condicionada às questões fundiárias Procurador da República defende a imediata criação da UC e legalidade para proteger tanto o poder público e o privado. PÁGINA 9

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RESÍDUOS

“Nós ainda estamos na Pré-História”O Ceará tem apenas cinco aterros sanitários licenciados. Esforços estão sendo realizados para resolver um dos maiores problemas da gestão pública do Estado. Páginas 6 e 7

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2 VERDE

PEC- 00504/2010 Vem aí mais um Dia Nacional da Caatinga. Desde agosto de 2003, o en-

tão presidente Lula da Silva instituiu, por meio de decreto não numerado, 28 de abril, como o Dia Nacional da Caatinga. Por trás do decreto, estava a intenção de fazer com que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e outras instituições, governamentais ou não, promovessem campanhas de valorização e conservação do bioma.

De lá até aqui, pouca coisa aconteceu. Por exemplo, a PEC- 00504/2010, do Senado, que altera o § 4º do art. 225 da Constituição Federal, para incluir o Cer-rado e a Caatinga entre os biomas considerados patrimônio nacional, a matéria, mais uma vez, no último dia 25, como vem acontecendo há anos, “deixou de ser apreciada em face do encerramento da sessão”.

Os dois biomas, em especial a Caatinga, precisam da aprovação da PEC, pro-posta poderá contribuir para a utilização dos mesmos, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida da população, além de ajudar na captação de recursos. Atualmente, a Constitui-ção considera patrimônio nacional: a Amazônia, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal e a Zona Costeira.

A Caatinga e o Cerrado estão precisando de parlamentares que votem a PEC. Será que é tão difícil, assim, mobilizar a bancada nordestina e do Centro Oeste, para encaminhar o assunto? Parlamentar nordestino, não deixe passar mais um aniversário da Caatinga sem a aprovação da PEC.

Projeto Pesca Solidária, patrocinado pela Petrobras por meio do programa Petrobras Socioambiental, editará uma cartilha que trará histórias e tradições de pesca de comunidades do Ceará e do Piauí. Para isso, já foi iniciado um trabalho de coleta de histórias dos pescadores que vivem na região do estuário dos rios Timonha e Ubatuba, na divisa entre os dois estados. A ideia é reunir dados da vida dos pescadores e, também, de suas experiências no mar.

Os campos de força comumente vistos em filmes de ficção científica, podem tornar-se reais. A Boeing registrou, recentemente, uma patente nos Estados Unidos, com algo que lembra muito o conceito. O nome usado para registro de patente é “método e sistema para atenuação de ondas de choque através de arco eletromagnético”. É um sistema capaz de proteger estruturas de onda de choque que pode ser causada por

explosão. A patente está idealizada para a proteção de veículos, porém, pode ser usada, também, para proteger aviões, navios, submarinos, prédios e até soldados a pé.

Uma aldeia indiana, em Rajastão, tem um jeito especial de celebrar o nascimento de meninas. A cada bebê do sexo feminino que nasce, são plantadas 111 árvores. A tradição começou há oito anos e já resultou no plantio de mais de 286 mil árvores. A iniciativa faz parte de um pacote de medidas criadas pelas autoridades governamentais, para reduzir a quantidade de abortos de bebês do sexo feminino. Devido a alguns dogmas religiosos, a mulher tende a tornar-se um fardo para algumas famílias.

Reflexão: “A Lava Jato transformou a corrupção em um modelo de negócio, no qual todo mundo só queria ganhar.” Delton Dallagnol, procurador da República.

O Estado Verde (OeV) é uma iniciativa do Instituto Venelouis Xavier Pereira, com o apoio do jornal O Estado, para fomentar o desenvolvimento sustentável no Ceará. EDITORA Tarcilia Rego CONTEÚDO Equipe OeV. JORNALISTA Elisângela Alves DIAGRAMAÇÃO E DESIGN Rafael F.Gomes TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota, Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

31de marçoGolpe Militar de 1964Tanques nas ruas, população dividida e um presidente da República acuado e sem apoio. Nesse cenário, há 51 anos, começava no Brasil o mais longo e duro período de ditadura do país, que perduraria 21 anos. Nas primeiras horas do dia 31 de março de 1964, tropas comandadas pelo general Olímpio Mourão partiram de Juiz de Fora (MG) em direção ao Rio de Janeiro consumando um golpe há muito tempo planejado pelas forças militares. Fonte EBC.

31de marçoDia da Integração NacionalIntegração nacional é o conjunto de políticas de desenvolvimen-to nacional, para permitir o de-senvolvimento sustentável das economias regionais do país.

1º de abrilDia da MentiraAo implantar o novo calendário gregoriano, o rei da França, Carlos IX, instituiu 1º de janeiro para ser o início do ano. Como naquela época, as no-tícias demoravam muito para chegar às pessoas, a adoção das mudanças por todos, demorou, também. Antes da alteração, a festa de ano novo era comemorada no dia 25 de março e terminava no dia primeiro de abril. Algumas pessoas, mais tradicionais gostaram da mudança no calendário e continuaram fazer a comemoração na data antiga. Isso virou gozação, por parte das pessoas que concor-daram com a adoção da nova data, e passaram a fazer brincadeiras com os radicais, enviando-lhes presentes estranhos ou convites de festas que não existiam. Daí o surgimento do

dia 1º de abril como Dia da Mentira.

Inscrições AbertasMedalha Joaquim Feitosa Estão abertas inscrições para o Prêmio Ambientalista Joaquim Feitosa. Na 10ª edição, uma pessoa física será agraciada pelos trabalhos e ações relevantes desenvolvidos em prol do Bioma Caatinga. A ceri-mônia de entrega ocorrerá no Dia Nacional da Caatinga, 28 de abril, na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE). Na ocasião, será comemorado também o centenário do engenheiro agrônomo, professor e ambientalista Joaquim Feitosa.As inscrições abertas dia 24/03, ter-minarão dia 15/04, juntamente com a entrega das comprovações pelos participantes. Os documentos deve-rão ser enviados digitalmente para: [email protected] e [email protected]. O Prêmio é destinado a homenagear pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que no desempenho de suas ações tenham contribuído de forma relevante para o desenvolvi-mento sustentável do Bioma Caatinga.

3VERDE

Insegurança alimentar mata cercade 2 milhões de pessoas por ano

DIA MUNDIAL DA SAÚDE

Comemorar o quê? Certamente, em 7 de abril, o mundo estará mais propenso à tristeza do que a alegria

O que está na sua refeição? De onde é que os ingredientes vêm? Foram manuseados cor-retamente e com segurança

em todas as fases, desde a produção agrícola até o prato? No próximo 7 de abril, Dia Mundial da Saúde 2015, a Organização Mundial de Saúde (OMS) coloca no centro das discus-sões a segurança alimentar.

Segundo a OMS, os alimentos não se-guros estão ligados à morte de cerca de 2 milhões de pessoas por ano, em todo o mundo, incluindo muitas crianças. E os alimentos que contêm bactérias no-civas, vírus, parasitas ou substâncias químicas são responsáveis por mais de 200 doenças, que vão desde diarreia ao câncer.

Outro ponto importante é a relação entre nutrição e segurança alimentar: são indissociáveis, principalmente para a promoção da saúde. De acor-do com o diretor do Departamento de Segurança dos Alimentos e Zoonoses, Kazuaki Miyagishima, da OMS, “a me-lhoria da segurança alimentar e con-teúdo nutricional dos alimentos para garantir a saúde de todas as pessoas em um mundo globalizado continua a ser um desafio para todos os governos ao redor do mundo”.

Estudo recente alerta que nos Esta-dos Unidos, a cada ano, um em cada seis americanos (ou 48 milhões de pes-soas) fica doente, 128 mil são hospita-lizadas e três mil morrem em decor-rência de doenças associadas à origem

alimentar e com um custo total de 77,7 bilhões de dólares.

Por isso, a data é muito mais um alerta da OMS que está mobilizando produtores, formuladores de políticas públicas, sociedade civil organizada,

comerciantes, consumidores, todas as partes interessadas do mundo todo para promover no Dia Mundial da Saúde, a segurança alimentar.

A agência da ONU ressalta o papel que cada um pode desempenhar para garantir que todos possam sentir-se confiantes, quanto à comida que está sendo colocada no prato nosso de cada dia. De acordo com a OMS, ali-mentos não seguros cria um ciclo vi-cioso de doença e desnutrição, e par-ticularmente, afeta crianças, idosos e doentes.

AmeaçasAlterações na produção de alimen-

tos, distribuição e consumo; alterações no ambiente; novos e emergentes agen-tes patógenos; bactérias e micróbios resistentes são aspectos que estão co-locando mais e mais desafios aos sis-temas nacionais e internacionais, de segurança alimentar, especialmente com o abastecimento alimentar cada vez mais globalizado. A situação exige a necessidade de reforçar os sistemas de segurança dos alimentos.

Entre, todos os países, está se tornan-do cada vez mais evidente a concentra-ção de esforços no controle ao longo de toda a cadeia alimentar – da produção ao transporte, da preparação ao consu-mo – com o objetivo de monitorar pos-síveis ameaças.

POR TARCILIA REGODa Redação O Estado Verde

Page 3: O Estado Verde - Edição 22478 - 31de março de 2015

2 VERDE

PEC- 00504/2010 Vem aí mais um Dia Nacional da Caatinga. Desde agosto de 2003, o en-

tão presidente Lula da Silva instituiu, por meio de decreto não numerado, 28 de abril, como o Dia Nacional da Caatinga. Por trás do decreto, estava a intenção de fazer com que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e outras instituições, governamentais ou não, promovessem campanhas de valorização e conservação do bioma.

De lá até aqui, pouca coisa aconteceu. Por exemplo, a PEC- 00504/2010, do Senado, que altera o § 4º do art. 225 da Constituição Federal, para incluir o Cer-rado e a Caatinga entre os biomas considerados patrimônio nacional, a matéria, mais uma vez, no último dia 25, como vem acontecendo há anos, “deixou de ser apreciada em face do encerramento da sessão”.

Os dois biomas, em especial a Caatinga, precisam da aprovação da PEC, pro-posta poderá contribuir para a utilização dos mesmos, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida da população, além de ajudar na captação de recursos. Atualmente, a Constitui-ção considera patrimônio nacional: a Amazônia, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal e a Zona Costeira.

A Caatinga e o Cerrado estão precisando de parlamentares que votem a PEC. Será que é tão difícil, assim, mobilizar a bancada nordestina e do Centro Oeste, para encaminhar o assunto? Parlamentar nordestino, não deixe passar mais um aniversário da Caatinga sem a aprovação da PEC.

Projeto Pesca Solidária, patrocinado pela Petrobras por meio do programa Petrobras Socioambiental, editará uma cartilha que trará histórias e tradições de pesca de comunidades do Ceará e do Piauí. Para isso, já foi iniciado um trabalho de coleta de histórias dos pescadores que vivem na região do estuário dos rios Timonha e Ubatuba, na divisa entre os dois estados. A ideia é reunir dados da vida dos pescadores e, também, de suas experiências no mar.

Os campos de força comumente vistos em filmes de ficção científica, podem tornar-se reais. A Boeing registrou, recentemente, uma patente nos Estados Unidos, com algo que lembra muito o conceito. O nome usado para registro de patente é “método e sistema para atenuação de ondas de choque através de arco eletromagnético”. É um sistema capaz de proteger estruturas de onda de choque que pode ser causada por

explosão. A patente está idealizada para a proteção de veículos, porém, pode ser usada, também, para proteger aviões, navios, submarinos, prédios e até soldados a pé.

Uma aldeia indiana, em Rajastão, tem um jeito especial de celebrar o nascimento de meninas. A cada bebê do sexo feminino que nasce, são plantadas 111 árvores. A tradição começou há oito anos e já resultou no plantio de mais de 286 mil árvores. A iniciativa faz parte de um pacote de medidas criadas pelas autoridades governamentais, para reduzir a quantidade de abortos de bebês do sexo feminino. Devido a alguns dogmas religiosos, a mulher tende a tornar-se um fardo para algumas famílias.

Reflexão: “A Lava Jato transformou a corrupção em um modelo de negócio, no qual todo mundo só queria ganhar.” Delton Dallagnol, procurador da República.

O Estado Verde (OeV) é uma iniciativa do Instituto Venelouis Xavier Pereira, com o apoio do jornal O Estado, para fomentar o desenvolvimento sustentável no Ceará. EDITORA Tarcilia Rego CONTEÚDO Equipe OeV. JORNALISTA Elisângela Alves DIAGRAMAÇÃO E DESIGN Rafael F.Gomes TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota, Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

31de marçoGolpe Militar de 1964Tanques nas ruas, população dividida e um presidente da República acuado e sem apoio. Nesse cenário, há 51 anos, começava no Brasil o mais longo e duro período de ditadura do país, que perduraria 21 anos. Nas primeiras horas do dia 31 de março de 1964, tropas comandadas pelo general Olímpio Mourão partiram de Juiz de Fora (MG) em direção ao Rio de Janeiro consumando um golpe há muito tempo planejado pelas forças militares. Fonte EBC.

31de marçoDia da Integração NacionalIntegração nacional é o conjunto de políticas de desenvolvimen-to nacional, para permitir o de-senvolvimento sustentável das economias regionais do país.

1º de abrilDia da MentiraAo implantar o novo calendário gregoriano, o rei da França, Carlos IX, instituiu 1º de janeiro para ser o início do ano. Como naquela época, as no-tícias demoravam muito para chegar às pessoas, a adoção das mudanças por todos, demorou, também. Antes da alteração, a festa de ano novo era comemorada no dia 25 de março e terminava no dia primeiro de abril. Algumas pessoas, mais tradicionais gostaram da mudança no calendário e continuaram fazer a comemoração na data antiga. Isso virou gozação, por parte das pessoas que concor-daram com a adoção da nova data, e passaram a fazer brincadeiras com os radicais, enviando-lhes presentes estranhos ou convites de festas que não existiam. Daí o surgimento do

dia 1º de abril como Dia da Mentira.

Inscrições AbertasMedalha Joaquim Feitosa Estão abertas inscrições para o Prêmio Ambientalista Joaquim Feitosa. Na 10ª edição, uma pessoa física será agraciada pelos trabalhos e ações relevantes desenvolvidos em prol do Bioma Caatinga. A ceri-mônia de entrega ocorrerá no Dia Nacional da Caatinga, 28 de abril, na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE). Na ocasião, será comemorado também o centenário do engenheiro agrônomo, professor e ambientalista Joaquim Feitosa.As inscrições abertas dia 24/03, ter-minarão dia 15/04, juntamente com a entrega das comprovações pelos participantes. Os documentos deve-rão ser enviados digitalmente para: [email protected] e [email protected]. O Prêmio é destinado a homenagear pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que no desempenho de suas ações tenham contribuído de forma relevante para o desenvolvi-mento sustentável do Bioma Caatinga.

3VERDE

Insegurança alimentar mata cercade 2 milhões de pessoas por ano

DIA MUNDIAL DA SAÚDE

Comemorar o quê? Certamente, em 7 de abril, o mundo estará mais propenso à tristeza do que a alegria

O que está na sua refeição? De onde é que os ingredientes vêm? Foram manuseados cor-retamente e com segurança

em todas as fases, desde a produção agrícola até o prato? No próximo 7 de abril, Dia Mundial da Saúde 2015, a Organização Mundial de Saúde (OMS) coloca no centro das discus-sões a segurança alimentar.

Segundo a OMS, os alimentos não se-guros estão ligados à morte de cerca de 2 milhões de pessoas por ano, em todo o mundo, incluindo muitas crianças. E os alimentos que contêm bactérias no-civas, vírus, parasitas ou substâncias químicas são responsáveis por mais de 200 doenças, que vão desde diarreia ao câncer.

Outro ponto importante é a relação entre nutrição e segurança alimentar: são indissociáveis, principalmente para a promoção da saúde. De acor-do com o diretor do Departamento de Segurança dos Alimentos e Zoonoses, Kazuaki Miyagishima, da OMS, “a me-lhoria da segurança alimentar e con-teúdo nutricional dos alimentos para garantir a saúde de todas as pessoas em um mundo globalizado continua a ser um desafio para todos os governos ao redor do mundo”.

Estudo recente alerta que nos Esta-dos Unidos, a cada ano, um em cada seis americanos (ou 48 milhões de pes-soas) fica doente, 128 mil são hospita-lizadas e três mil morrem em decor-rência de doenças associadas à origem

alimentar e com um custo total de 77,7 bilhões de dólares.

Por isso, a data é muito mais um alerta da OMS que está mobilizando produtores, formuladores de políticas públicas, sociedade civil organizada,

comerciantes, consumidores, todas as partes interessadas do mundo todo para promover no Dia Mundial da Saúde, a segurança alimentar.

A agência da ONU ressalta o papel que cada um pode desempenhar para garantir que todos possam sentir-se confiantes, quanto à comida que está sendo colocada no prato nosso de cada dia. De acordo com a OMS, ali-mentos não seguros cria um ciclo vi-cioso de doença e desnutrição, e par-ticularmente, afeta crianças, idosos e doentes.

AmeaçasAlterações na produção de alimen-

tos, distribuição e consumo; alterações no ambiente; novos e emergentes agen-tes patógenos; bactérias e micróbios resistentes são aspectos que estão co-locando mais e mais desafios aos sis-temas nacionais e internacionais, de segurança alimentar, especialmente com o abastecimento alimentar cada vez mais globalizado. A situação exige a necessidade de reforçar os sistemas de segurança dos alimentos.

Entre, todos os países, está se tornan-do cada vez mais evidente a concentra-ção de esforços no controle ao longo de toda a cadeia alimentar – da produção ao transporte, da preparação ao consu-mo – com o objetivo de monitorar pos-síveis ameaças.

POR TARCILIA REGODa Redação O Estado Verde

Page 4: O Estado Verde - Edição 22478 - 31de março de 2015

4 VERDE4 VERDE

A Rica sinonímia do Direito AmbientalUm dos mais importantes ramos do Direito que se tem sobrelevado sobre outros ra-

mos dessa ciência em razão, sobretudo, dos descaminhos que o homem-predador tem imposto ao planeta, o Direito Ambiental é rico em sinonímias, embora uma apenas tenha se � xado na doutrina e na lei. Todavia, o Direito Ambiental é também denominado de Direito Ecológico; Direito de Proteção da Natureza; Direito Verde; Direito do Entorno; Direito da Biosfera; Direito do Desenvolvimento Sustentável; Direito do Meio Ambien-te; Direito do Ambiente; Direito Ambiental. O Direito Ambiental é assim nomeado por estabelecer e sistematizar o estudo dos conceitos, das normas e doutrina em que se assen-tam o cuidado do meio ambiente. Em face disto é-lhe necessário, mesmo imprescindível, recorrer às ciências que estudam o meio ambiente, tais como, entre outras, à Biologia, à Geogra� a, à Agronomia, Engenharia Florestal, Biotecnologia, Ecologia. Essa transversa-lidade de conhecimentos faz do Direito Ambiental um repositório ímpar onde se desven-dam os caminhos para se encontrar soluções com vistas à melhoria da vida no planeta.

Comportamento No Direito brasileiro encontramos muitos estudiosos que se têm � rmado como doutrinadores na área do Direito Ambiental, os quais têm emitido seus conceitos sobre este ramo da ciência do Direito. Sérgio Ferraz é um deles. Segundo este eminente professor, o direito Ambiental e “O conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos organicamente estruturados para assegurar um comportamento que não atente contra a sanidade mínima do meio ambiente”. Equilíbrio De igual modo, para o professor Diogo Figueiredo Neto, o Direito Ambiental constitui um “Conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos sistematizados e informados por princípios apropriados que tenham por � m a disciplina do comportamento relacionado ao meio ambiente.” Tycho Brahe Fernando Neto, por seu turno, entende que esse ramo do Direito é o “Conjunto de normas e princípios editados objetivando a manutenção do perfeito equilíbrio nas relações do homem com o meio ambiente.” Proteção O professor Carlos Gomes de Carvalho entende ser o Direito Ambiental o “Conjunto de princípios e regras destinados à proteção do meio ambiente, compreendendo medidas administrativas e judiciais, com a reparação econômica e � nanceira dos danos causados ao meio ambiente e aos ecossistemas de uma maneira geral.” E, de modo simples, o professor Alexandre Kiss descreve o Direito do Ambiente como sendo “um direito à conservação do meio ambiente.”

Projeto O deputado Moisés Braz apresentou à Assembleia Legislativa do Ceará, Projeto de Indicação 39/2015, o qual institui a política estadual de fortalecimento da agroindústria familiar no Estado do Ceará e dá outras providências”, entre as quais destacam-se a inclusão e inserção dos agricultores e agricultoras familiares, pequenos produtores, empreendedores individuais e cooperativas de agricultores familiares, no processo de agroindustrialização e comercialização da sua produção, visando à agregação de valor, geração de renda e oportunidades de trabalho no meio rural, com consequente melhoria das condições de vida das populações bene� ciadas direta e indiretamente pela Política. Licenciamento O projeto de autoria do deputado Moisés Braz contempla a questão ambiental, � xada no Capítulo III, - Do Licenciamento Ambiental – em cujo artigo 16 de� ne ipsis verbis: “Para � ns de implementação da Política Estadual de Fortalecimento da Agroindústria Familiar no Estado do Ceará � cam autorizadas parcerias com órgãos ambientais federais, estaduais e municipais com o objetivo de se estabelecer o Registro Ambiental Simpli� cado de Pequenas Agroindústrias de Baixo Impacto Ambiental, através da implantação de uma única licença para sua operação, bem como fortalecer a divulgação das informações sobre as legislações existentes acerca do meio ambiente, gestão ambiental, agroecologia e seus conceitos, através de uma proposta de capacitação quanto ao cumprimento dessas legislações nas concepções dos projetos agroindustriais.”

RioMar Fortaleza realizará ação “Dedique Um Livro” para incentivar a leitura

Nada como a surpresa de um bom livro e com dedicatória, então, pode ser melhor ainda. Acontece até o dia 06 de abril, no RioMar

Fortaleza, ação “Dedique Um Livro”, uma parceria com a Loja Cecilia Dale e a Livraria Leitura que doará parte dos livros para a ação de responsabilidade social que busca estimular o intercâmbio do conhecimento e incentivar a leitura.

Qualquer pessoa pode participar, é bem simples: a pessoa traz um livro, tro-ca por outro e leva para casa uma nova história. Só pode levar um livro quem trouxer outro. Mas não basta trocar um livro por outro, é preciso fazer uma breve dedicatória, assim quem recebe poderá ter uma grata satisfação com o conteúdo da dedicatória.

O espaço da ação contará com um lounge e prateleiras e � cará situado no shopping RioMar Fortaleza, em frente à Livraria Leitura, no Piso L2. O funciona-mento será de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos, das 12h às 21h.

Ação SocialTodos os livros que restarem no es-

paço, no dia 06 de abril, serão doados

a uma instituição. A doação � cará sob a responsabilidade do Instituto JCPM, braço social do Grupo Paes Mendonça, que desenvolve ações de Responsabili-dade Social, junto à comunidade do en-torno do RioMar, como capacitação de jovens.

SERVIÇO Dedique Um LivroData: de 28/03 (sábado) a 06/04 (segunda)Local: Piso L2 – Em frente à Livraria Leitura (RioMar Fortaleza)Horário: de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos, das 12h às 21h.

A comenda será entregue no Dia Nacional da Caatinga

As inscrições para o Prêmio Am-bientalista Joaquim Feitosa estão abertas. Nesta 10ª edição, uma pessoa física será agraciada pelos trabalhos e ações relevantes desenvolvi-dos em prol do Bioma Caatinga. A cerimônia de entrega ocorrerá no Dia Nacional da Ca-atinga, 28 de abril, na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.

A decisão foi tomada na reunião do dia 24 de março, no audi-tório da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), pelos membros do Comitê Estadual da Reserva da Bios-fera da Caatinga. Na ocasião, será co-memorado, também, o centenário do engenheiro agrônomo, professor e am-bientalista Joaquim Feitosa que inspi-

rou a criação da comenda.As inscrições iniciadas dia 24, termi-narão no dia 15 de abril, juntamente

com a entrega das comprovações pelos participantes. Os docu-

mentos deverão ser enviados digitalmente para os e--mails: [email protected] e [email protected].

br. As propostas recebidas, após o prazo estabelecido,

não estarão aptas a concorrer.O Prêmio Ambientalista Joa-

quim Feitosa é destinado a homenagear pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que no desempenho de suas ações tenham contribuído de forma relevante para o desenvolvimento sus-tentável do Bioma Caatinga. As pessoas físicas e jurídicas concorrem isolada-mente em anos alternados.

[email protected]

abertas. Nesta 10ª edição, uma pessoa física será agraciada pelos trabalhos e ações relevantes desenvolvi-dos em prol do Bioma

Dia Nacional da Ca-atinga, 28 de abril, na Assembleia Legislativa

A decisão foi tomada na

narão no dia 15 de abril, juntamente com a entrega das comprovações

pelos participantes. Os docu-mentos deverão ser enviados

digitalmente para os e--mails: [email protected] e [email protected].

br. As propostas recebidas, após o prazo estabelecido,

não estarão aptas a concorrer.O Prêmio Ambientalista Joa-

5VERDE

OPINIÃO

formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e sócio-fundador da SBAC (http://www.sbac.com.br/), escritório especializado em atendimento jurídico para startups e PMEs.

Tudo o que é óbvio, até aqui, pode ganhar uma boa dose de complexidade, caso a atividade das empresas venha a ser impactada pela restrição ou falta de recursos básicos, como a água e a energia.

Na base de uma relação for-mal entre empresas, estão em jogo direitos e deveres entre as partes. Cabe à parte con-

tratada, por exemplo, entregar um serviço ou produto dentro de prazos estabelecidos, para receber do con-tratante o acordado pagamento. Em caso de atraso ou falha na entrega, o bom vínculo prevê multas e outros dispositivos de modo a reequilibrar a relação, resguardando a parte lesada. Tudo o que é óbvio, até aqui pode ga-nhar uma boa dose de complexidade caso a atividade das empresas venha a ser impactada pela restrição ou fal-ta de recursos básicos como a água e a energia. Eis a pergunta: o que vai acontecer com o empresário que per-der dinheiro ao não conseguir hon-rar seus contratos, devido à escassez desses recursos?

Serviços considerados essenciais, como o fornecimento de água, gás e energia elétrica, consoante aos prin-cípios constitucionais e ao Código de Defesa do Consumidor, devem ser contínuos. Caso isso não acon-teça, quem for prejudicado terá pela frente um caminho seguro para rece-ber uma indenização, tanto material, quanto moral. Consideremos como exemplo uma startup que vende so-luções digitais e não consegue entre-gar ao cliente um serviço em tempo hábil porque alguns equipamentos essenciais para a produção ficaram inoperantes por conta de sucessivas quedas de energia. Se o contrato es-tabelece uma multa de 50% pelo des-cumprimento do prazo e, se houve o recebimento de metade do valor de forma antecipada, o empresário não receberá a segunda parte quando for feita a entrega. Para remediar esse prejuízo que não foi de sua respon-sabilidade, a empresa deve entrar na Justiça e solicitar a reparação de suas perdas à concessionária responsá-vel pelo serviço. Esse é um proces-so considerado de “causa ganha”, ou

seja, dificilmente um juiz não conce-derá a indenização. O que vai mudar é o valor da indenização arbitrado pelo juiz e isso vai depender muito

do conjunto de provas produzido pelas partes.

Acontece que uma empresa de pequeno porte quase nunca está preparada para, em primeiro lugar, absorver o prejuízo e, posterior-mente, ainda ter fôlego para enca-rar a maratona jurídica. Em média, serão necessários cinco anos, com otimismo, até o fim dessa história. E quem garante que até lá o caixa da empresa vai aguentar a pressão? Também não é descartável a possi-bilidade de, em caso de confirma-ção das previsões mais pessimistas que apontam para uma completa escassez de água nas regiões Sul e Sudeste até meados do segundo se-

mestre deste ano, no auge do perí-odo da estiagem, que o judiciário passe a ser amplamente deman-dado por processos como o aqui exemplificado. Naturalmente, o tempo até uma decisão final tende a aumentar consideravelmente.

Além de torcer para as chuvas e por ações competentes dos gover-nos na gestão dos recursos naturais, cabe ao empresário adotar cami-nhos preventivos. Desde já, aqueles que se sentem ameaçados pela cri-se hídrica e energética devem plei-tear acordos com seus clientes de modo a acrescentar uma cláusula nos contratos, inclusive aqueles que estão em vigência, especificando alternativas para minimizar esses impactos. Ou seja, se faltar energia, um gerador será alugado para que o trabalho não seja interrompido. Para cobrir eventual falta de água, caso o bem seja imprescindível para ativi-dade da empresa, um caminhão pipa será solicitado. Se esses dispositivos forem acionados, obviamente, é pre-ciso deixar claro para o cliente que o custo do produto ou serviço ficará um pouco maior e o contrato preci-sará ser reequilibrado. O empresário ainda pode optar por incluir uma cláusula que prevê a ampliação do prazo de entrega em vez de aumen-tar o custo de sua operação. Neste caso, o desafio é deixar claro para os dois lados sobre como será determi-nado e aplicado o prazo extra.

Por fim, não cubra a cabeça sem descobrir os pés. Na clara tendên-cia de ampliar as políticas de home office a fim de reduzir a demanda de energia e água dentro das empresas, os empresários ainda devem estar atentos com seus funcionários. Ado-tar soluções para mensurar a efetivi-dade do trabalho realizado de casa e o controle de horas é fundamental para evitar passivos trabalhistas e, assim, atravessar uma eventual crise sob alguma tranquilidade.

LUCAS COLFERAI ADVOGADO

As empresas estão preparadas para um racionamento?

Page 5: O Estado Verde - Edição 22478 - 31de março de 2015

4 VERDE4 VERDE

A Rica sinonímia do Direito AmbientalUm dos mais importantes ramos do Direito que se tem sobrelevado sobre outros ra-

mos dessa ciência em razão, sobretudo, dos descaminhos que o homem-predador tem imposto ao planeta, o Direito Ambiental é rico em sinonímias, embora uma apenas tenha se � xado na doutrina e na lei. Todavia, o Direito Ambiental é também denominado de Direito Ecológico; Direito de Proteção da Natureza; Direito Verde; Direito do Entorno; Direito da Biosfera; Direito do Desenvolvimento Sustentável; Direito do Meio Ambien-te; Direito do Ambiente; Direito Ambiental. O Direito Ambiental é assim nomeado por estabelecer e sistematizar o estudo dos conceitos, das normas e doutrina em que se assen-tam o cuidado do meio ambiente. Em face disto é-lhe necessário, mesmo imprescindível, recorrer às ciências que estudam o meio ambiente, tais como, entre outras, à Biologia, à Geogra� a, à Agronomia, Engenharia Florestal, Biotecnologia, Ecologia. Essa transversa-lidade de conhecimentos faz do Direito Ambiental um repositório ímpar onde se desven-dam os caminhos para se encontrar soluções com vistas à melhoria da vida no planeta.

Comportamento No Direito brasileiro encontramos muitos estudiosos que se têm � rmado como doutrinadores na área do Direito Ambiental, os quais têm emitido seus conceitos sobre este ramo da ciência do Direito. Sérgio Ferraz é um deles. Segundo este eminente professor, o direito Ambiental e “O conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos organicamente estruturados para assegurar um comportamento que não atente contra a sanidade mínima do meio ambiente”. Equilíbrio De igual modo, para o professor Diogo Figueiredo Neto, o Direito Ambiental constitui um “Conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos sistematizados e informados por princípios apropriados que tenham por � m a disciplina do comportamento relacionado ao meio ambiente.” Tycho Brahe Fernando Neto, por seu turno, entende que esse ramo do Direito é o “Conjunto de normas e princípios editados objetivando a manutenção do perfeito equilíbrio nas relações do homem com o meio ambiente.” Proteção O professor Carlos Gomes de Carvalho entende ser o Direito Ambiental o “Conjunto de princípios e regras destinados à proteção do meio ambiente, compreendendo medidas administrativas e judiciais, com a reparação econômica e � nanceira dos danos causados ao meio ambiente e aos ecossistemas de uma maneira geral.” E, de modo simples, o professor Alexandre Kiss descreve o Direito do Ambiente como sendo “um direito à conservação do meio ambiente.”

Projeto O deputado Moisés Braz apresentou à Assembleia Legislativa do Ceará, Projeto de Indicação 39/2015, o qual institui a política estadual de fortalecimento da agroindústria familiar no Estado do Ceará e dá outras providências”, entre as quais destacam-se a inclusão e inserção dos agricultores e agricultoras familiares, pequenos produtores, empreendedores individuais e cooperativas de agricultores familiares, no processo de agroindustrialização e comercialização da sua produção, visando à agregação de valor, geração de renda e oportunidades de trabalho no meio rural, com consequente melhoria das condições de vida das populações bene� ciadas direta e indiretamente pela Política. Licenciamento O projeto de autoria do deputado Moisés Braz contempla a questão ambiental, � xada no Capítulo III, - Do Licenciamento Ambiental – em cujo artigo 16 de� ne ipsis verbis: “Para � ns de implementação da Política Estadual de Fortalecimento da Agroindústria Familiar no Estado do Ceará � cam autorizadas parcerias com órgãos ambientais federais, estaduais e municipais com o objetivo de se estabelecer o Registro Ambiental Simpli� cado de Pequenas Agroindústrias de Baixo Impacto Ambiental, através da implantação de uma única licença para sua operação, bem como fortalecer a divulgação das informações sobre as legislações existentes acerca do meio ambiente, gestão ambiental, agroecologia e seus conceitos, através de uma proposta de capacitação quanto ao cumprimento dessas legislações nas concepções dos projetos agroindustriais.”

RioMar Fortaleza realizará ação “Dedique Um Livro” para incentivar a leitura

Nada como a surpresa de um bom livro e com dedicatória, então, pode ser melhor ainda. Acontece até o dia 06 de abril, no RioMar

Fortaleza, ação “Dedique Um Livro”, uma parceria com a Loja Cecilia Dale e a Livraria Leitura que doará parte dos livros para a ação de responsabilidade social que busca estimular o intercâmbio do conhecimento e incentivar a leitura.

Qualquer pessoa pode participar, é bem simples: a pessoa traz um livro, tro-ca por outro e leva para casa uma nova história. Só pode levar um livro quem trouxer outro. Mas não basta trocar um livro por outro, é preciso fazer uma breve dedicatória, assim quem recebe poderá ter uma grata satisfação com o conteúdo da dedicatória.

O espaço da ação contará com um lounge e prateleiras e � cará situado no shopping RioMar Fortaleza, em frente à Livraria Leitura, no Piso L2. O funciona-mento será de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos, das 12h às 21h.

Ação SocialTodos os livros que restarem no es-

paço, no dia 06 de abril, serão doados

a uma instituição. A doação � cará sob a responsabilidade do Instituto JCPM, braço social do Grupo Paes Mendonça, que desenvolve ações de Responsabili-dade Social, junto à comunidade do en-torno do RioMar, como capacitação de jovens.

SERVIÇO Dedique Um LivroData: de 28/03 (sábado) a 06/04 (segunda)Local: Piso L2 – Em frente à Livraria Leitura (RioMar Fortaleza)Horário: de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos, das 12h às 21h.

A comenda será entregue no Dia Nacional da Caatinga

As inscrições para o Prêmio Am-bientalista Joaquim Feitosa estão abertas. Nesta 10ª edição, uma pessoa física será agraciada pelos trabalhos e ações relevantes desenvolvi-dos em prol do Bioma Caatinga. A cerimônia de entrega ocorrerá no Dia Nacional da Ca-atinga, 28 de abril, na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.

A decisão foi tomada na reunião do dia 24 de março, no audi-tório da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), pelos membros do Comitê Estadual da Reserva da Bios-fera da Caatinga. Na ocasião, será co-memorado, também, o centenário do engenheiro agrônomo, professor e am-bientalista Joaquim Feitosa que inspi-

rou a criação da comenda.As inscrições iniciadas dia 24, termi-narão no dia 15 de abril, juntamente

com a entrega das comprovações pelos participantes. Os docu-

mentos deverão ser enviados digitalmente para os e--mails: [email protected] e [email protected].

br. As propostas recebidas, após o prazo estabelecido,

não estarão aptas a concorrer.O Prêmio Ambientalista Joa-

quim Feitosa é destinado a homenagear pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que no desempenho de suas ações tenham contribuído de forma relevante para o desenvolvimento sus-tentável do Bioma Caatinga. As pessoas físicas e jurídicas concorrem isolada-mente em anos alternados.

[email protected]

abertas. Nesta 10ª edição, uma pessoa física será agraciada pelos trabalhos e ações relevantes desenvolvi-dos em prol do Bioma

Dia Nacional da Ca-atinga, 28 de abril, na Assembleia Legislativa

A decisão foi tomada na

narão no dia 15 de abril, juntamente com a entrega das comprovações

pelos participantes. Os docu-mentos deverão ser enviados

digitalmente para os e--mails: [email protected] e [email protected].

br. As propostas recebidas, após o prazo estabelecido,

não estarão aptas a concorrer.O Prêmio Ambientalista Joa-

5VERDE

OPINIÃO

formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e sócio-fundador da SBAC (http://www.sbac.com.br/), escritório especializado em atendimento jurídico para startups e PMEs.

Tudo o que é óbvio, até aqui, pode ganhar uma boa dose de complexidade, caso a atividade das empresas venha a ser impactada pela restrição ou falta de recursos básicos, como a água e a energia.

Na base de uma relação for-mal entre empresas, estão em jogo direitos e deveres entre as partes. Cabe à parte con-

tratada, por exemplo, entregar um serviço ou produto dentro de prazos estabelecidos, para receber do con-tratante o acordado pagamento. Em caso de atraso ou falha na entrega, o bom vínculo prevê multas e outros dispositivos de modo a reequilibrar a relação, resguardando a parte lesada. Tudo o que é óbvio, até aqui pode ga-nhar uma boa dose de complexidade caso a atividade das empresas venha a ser impactada pela restrição ou fal-ta de recursos básicos como a água e a energia. Eis a pergunta: o que vai acontecer com o empresário que per-der dinheiro ao não conseguir hon-rar seus contratos, devido à escassez desses recursos?

Serviços considerados essenciais, como o fornecimento de água, gás e energia elétrica, consoante aos prin-cípios constitucionais e ao Código de Defesa do Consumidor, devem ser contínuos. Caso isso não acon-teça, quem for prejudicado terá pela frente um caminho seguro para rece-ber uma indenização, tanto material, quanto moral. Consideremos como exemplo uma startup que vende so-luções digitais e não consegue entre-gar ao cliente um serviço em tempo hábil porque alguns equipamentos essenciais para a produção ficaram inoperantes por conta de sucessivas quedas de energia. Se o contrato es-tabelece uma multa de 50% pelo des-cumprimento do prazo e, se houve o recebimento de metade do valor de forma antecipada, o empresário não receberá a segunda parte quando for feita a entrega. Para remediar esse prejuízo que não foi de sua respon-sabilidade, a empresa deve entrar na Justiça e solicitar a reparação de suas perdas à concessionária responsá-vel pelo serviço. Esse é um proces-so considerado de “causa ganha”, ou

seja, dificilmente um juiz não conce-derá a indenização. O que vai mudar é o valor da indenização arbitrado pelo juiz e isso vai depender muito

do conjunto de provas produzido pelas partes.

Acontece que uma empresa de pequeno porte quase nunca está preparada para, em primeiro lugar, absorver o prejuízo e, posterior-mente, ainda ter fôlego para enca-rar a maratona jurídica. Em média, serão necessários cinco anos, com otimismo, até o fim dessa história. E quem garante que até lá o caixa da empresa vai aguentar a pressão? Também não é descartável a possi-bilidade de, em caso de confirma-ção das previsões mais pessimistas que apontam para uma completa escassez de água nas regiões Sul e Sudeste até meados do segundo se-

mestre deste ano, no auge do perí-odo da estiagem, que o judiciário passe a ser amplamente deman-dado por processos como o aqui exemplificado. Naturalmente, o tempo até uma decisão final tende a aumentar consideravelmente.

Além de torcer para as chuvas e por ações competentes dos gover-nos na gestão dos recursos naturais, cabe ao empresário adotar cami-nhos preventivos. Desde já, aqueles que se sentem ameaçados pela cri-se hídrica e energética devem plei-tear acordos com seus clientes de modo a acrescentar uma cláusula nos contratos, inclusive aqueles que estão em vigência, especificando alternativas para minimizar esses impactos. Ou seja, se faltar energia, um gerador será alugado para que o trabalho não seja interrompido. Para cobrir eventual falta de água, caso o bem seja imprescindível para ativi-dade da empresa, um caminhão pipa será solicitado. Se esses dispositivos forem acionados, obviamente, é pre-ciso deixar claro para o cliente que o custo do produto ou serviço ficará um pouco maior e o contrato preci-sará ser reequilibrado. O empresário ainda pode optar por incluir uma cláusula que prevê a ampliação do prazo de entrega em vez de aumen-tar o custo de sua operação. Neste caso, o desafio é deixar claro para os dois lados sobre como será determi-nado e aplicado o prazo extra.

Por fim, não cubra a cabeça sem descobrir os pés. Na clara tendên-cia de ampliar as políticas de home office a fim de reduzir a demanda de energia e água dentro das empresas, os empresários ainda devem estar atentos com seus funcionários. Ado-tar soluções para mensurar a efetivi-dade do trabalho realizado de casa e o controle de horas é fundamental para evitar passivos trabalhistas e, assim, atravessar uma eventual crise sob alguma tranquilidade.

LUCAS COLFERAI ADVOGADO

As empresas estão preparadas para um racionamento?

Page 6: O Estado Verde - Edição 22478 - 31de março de 2015

6 VERDE

Um dos maiores problemas da gestão pública do Estado

RESÍDUOS SÓLIDOS

Apesar das dificuldades, esforços estão sendo realizados por parte dos gestores municipais

O Ceará conta, apenas, com cinco aterros sanitários licenciados, em um universo de 184 muni-cípios e população estimada em

quase 8.800.000 habitantes. O problema de tal magnitude, justifica as palavras do titular da Secretaria do Meio Am-biente (Sema), Artur Bruno ao afirmar que “hoje, um dos maiores problemas da gestão pública do Estado é, justa-mente, a questão dos resíduos sólidos”.

Bruno falou durante o Seminário

Estadual de Cenários para Gestão de Resíduos Sólidos do Ceará, promovido pela Sema, no Auditório do Centro Es-piritual Uirapuru (CEU), no último dia 26. O evento reuniu mais de 250 parti-cipantes, entre prefeitos, secretários, es-taduais e municipais, representantes do Terceiro Setor, servidores públicos, em-presários e interessados, que discutiram o panorama e os cenários para a formu-lação e elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS).

O documento será construído a “par-tir dos anseios da sociedade, através do diálogo”, como orienta Camilo Santana.

“Asseguro que a gestão será partici-pativa e no que diz respeito aos resídu-os, o governador conhece bem a ques-tão. Ele já foi secretário das Cidades e do Desenvolvimento Agrário, portanto, sabe bem, de todos os problemas, que vocês [municípios] estão passando. Mas com parcerias, nós vamos encontrar as melhores soluções,” esclarece o titular que já está agendado com governador para tratar do assunto.

“Posso observar que a sociedade está bem consciente desse momento de discussão e de grande valia para a condução da gestão estadual dos resí-

duos, disse o presidente do Conselho Diretor da Agência Reguladora de Ser-viços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce).

PERSA proposta do Seminário foi dar con-

tinuidade à elaboração do PERS, o qual abrangerá todo o território do Estado, para um período de 20 anos com revi-sões a cada quatro anos, observando o conteúdo mínimo definido pelo artigo 17 da Lei no 12.305/2010. “Um encon-tro para subsidiar diretrizes, estratégias, metas no encaminhamento da nossa po-

POR TARCILIA REGODa Redação O Estado Verde

Promovido pela Sema, Seminário Estadual de Cenários para Gestão de Residuos Sólidos do Ceará, reuniu mais de 250 pessoas e representantes de 80 municípios

FOTO CONPAM/DIVULGAÇÃO

7VERDE

lítica”, destacou o presidente do Conselho da Agência Reguladora do Ceará (Arce), Adriano Costa.

Sem dúvidas uma matéria polêmica e complexa, como afirma o superintenden-te da Fundação Nacional da Saúde (Fu-nasa), Regino Gomes Filho. Segundo ele, “já estamos passando do tempo e já che-gou o momento de pensarmos, repensar-mos, muito bem pensado, o nosso plano de trabalho e projetar melhorias nessa área, para os próximos anos.”.

O representante da Secretária das Ci-dades, Alceu Galvão, atual coordenador de saneamento da pasta, disse compreen-der os “desafios e angústias dos municí-pios” decorrentes das pressões ambien-tais e do Ministério Público (MP). “Mas sei, também, que de certa forma, há um desconfiança por que estamos discutindo o assunto há cerca de 6, 8 anos. Precisa-mos fazer isso acontecer”, frisou.

“A gestão integrada é um desafio enorme, aqui no Ceará. E essa é uma das prioridades da nossa secretaria. E nós, não podemos fazer isso acontecer, so-zinhos, mas em parceria com as demais secretarias e instituições, pois o assunto é transdisciplinar, envolve um conjunto de parceiros”.

Nos próximos quatro anos a politi-ca será tratada na Sema, no que cabe ao meio ambiente. Na Secretaria das Cida-des no que concerne o trabalho de desen-volvimento social e da política “aí entra a questão dos catadores”, e a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) tratará das definições.

Desconhecimento da “lentidão do Estado”, no tratamento da questão, a re-presentante do Fórum Lixo e Cidadania, Ana Maria de Freitas, contou que desde o ano de 2000, a entidade “vem nesse trabalho de articulação e de preocupa-ção” com o tema.

A Política Nacional de Resíduos Só-lidos (PNRS) tem ajudado a atuação do Fórum. “A nossa atuação é no sentido de inclusão dos grupos, associações e cooperativas de catadores de recicláveis. Estas pessoas, até hoje, fazem a coleta se-letiva sem muito apoio governamental.”

Ana destacou que muitas vezes a or-ganização quer discutir o assunto com os municípios, mas percebe certo des-conhecimento da PNRS por parte dos mesmos. O Decreto 5.940/06 determina que os resíduos dos órgãos federais sejam destinados a grupos de catadores; a Lei no 11.445/07 dispensa os municípios de licitação na contratação de serviços das organizações.

O presidente da Associação dos Pre-feitos do Estado do Ceará (Aprece), Ex-pedito José Nascimento, falou em nome dos municípios. Ele “considera a situação

urgente”, disse que todos os prefeitos pre-sentes e ausentes, “têm ciência da neces-sidade e urgência do assunto, mas falta recurso”. Oitenta representantes de mu-nicípios participaram do Seminário.

Segundo Nascimento, “todos precisam ter consciência o quanto custa elaborar um plano dessa natureza, mas parcerias podem viabilizar algumas ações”. Ele ci-tou o Instituto de Desenvolvimento de Consórcio (IDC) que vem colaborando com a Aprece. “Em regime de consórcios estamos com custo de R$ 19 mil. E todo o material que não vai para o aterro, é in-cinerado em Fortaleza”.

Quatro mãosPara o engenheiro civil, Francisco

Humberto Júnior, professor do IFCE, o “lixo” é um dos principais, senão o maior problema dos municípios e necessita de muito diálogo e vontade política para avançar. Destacou a responsabilidade do município sobre o tema. “O Estado está tentando fazer a parte dele, assim como o governo federal, mas mesmo assim precisamos trabalhar a quatro mãos: so-ciedade civil, empresários, catadores e poder público”.

Humberto Júnior, um dos palestrantes do Seminário, fez questão de dizer que o

prazo para o fechamento dos lixões não foi prorrogado e que as responsabilidades dos municípios continuam, conforme Lei 12.305 de 2010 ou PNRS.

“No Brasil, ainda estamos na pré- his-tória, na Era dos Dinossauros, agora que estamos querendo o fim dos lixões, en-quanto países como Alemanha, Japão Suíça, recicla 50% dos resíduos e incine-ram 50% do rejeitos.” Na Europa já não é permitido construir aterro de resíduos, somente de rejeitos.

Ele explicou as diferenças entre ges-tão e gerenciamento de resíduos. O Plano Municipal de Gestão de Resíduos apresenta metas e o Plano de Gerencia-mento como executar as ações e estraté-gias previstas. Para onde vão os resídu-os, como vou tratar? É uma espécie de manual, o passo a passo de como tratar os resíduos e deve ser trabalhado com um horizonte de 20 anos .

“O Município tem obrigação de fazer o Plano de Gestão. Tem obrigação de participar de consórcio se essa solução faz parte do plano de gestão.” A gestão adequada dos resíduos sólidos pressu-põe a Educação Ambiental, a coleta se-letiva, o estímulo à comercialização de materiais recicláveis, a compostagem, a inclusão de catadores e a adoção de sis-

tema ambientalmente adequado para a disposição final de rejeitos.

Entenda a notíciaA criação do Plano Estadual de Resí-

duos Sólidos é a condição para que os Estados possam ter acesso aos recur-sos da União ou recebam os benefícios por incentivos e/ou financiamentos de entidades federais de crédito. Os docu-mentos devem contemplar a coleta se-letiva, inclusão de catadores, educação ambiental, mercado para recicláveis, respeito às normas ambientais e de sus-tentabilidade econômica.

Em agosto de 2012 venceu o prazo para a entrega dos Planos Estaduais e Municipais de Resíduos Sólidos. A se-cretária executiva da Sema, Maria Dias, explicou que neste momento o Estado não está validando um plano. “O mo-mento é de construção e discussão de cenários”.

Não há sanção para o município que não entregar o plano. A cidade só não tem acesso a recursos. Após 2 de agos-to de 2014, o município que não tiver aterro sanitário, responderá por crime ambiental, dependendo, claro, da gravi-dade da situação, de acordo com a Lei 12.305/2010.

Page 7: O Estado Verde - Edição 22478 - 31de março de 2015

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lítica”, destacou o presidente do Conselho da Agência Reguladora do Ceará (Arce), Adriano Costa.

Sem dúvidas uma matéria polêmica e complexa, como afirma o superintenden-te da Fundação Nacional da Saúde (Fu-nasa), Regino Gomes Filho. Segundo ele, “já estamos passando do tempo e já che-gou o momento de pensarmos, repensar-mos, muito bem pensado, o nosso plano de trabalho e projetar melhorias nessa área, para os próximos anos.”.

O representante da Secretária das Ci-dades, Alceu Galvão, atual coordenador de saneamento da pasta, disse compreen-der os “desafios e angústias dos municí-pios” decorrentes das pressões ambien-tais e do Ministério Público (MP). “Mas sei, também, que de certa forma, há um desconfiança por que estamos discutindo o assunto há cerca de 6, 8 anos. Precisa-mos fazer isso acontecer”, frisou.

“A gestão integrada é um desafio enorme, aqui no Ceará. E essa é uma das prioridades da nossa secretaria. E nós, não podemos fazer isso acontecer, so-zinhos, mas em parceria com as demais secretarias e instituições, pois o assunto é transdisciplinar, envolve um conjunto de parceiros”.

Nos próximos quatro anos a politi-ca será tratada na Sema, no que cabe ao meio ambiente. Na Secretaria das Cida-des no que concerne o trabalho de desen-volvimento social e da política “aí entra a questão dos catadores”, e a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) tratará das definições.

Desconhecimento da “lentidão do Estado”, no tratamento da questão, a re-presentante do Fórum Lixo e Cidadania, Ana Maria de Freitas, contou que desde o ano de 2000, a entidade “vem nesse trabalho de articulação e de preocupa-ção” com o tema.

A Política Nacional de Resíduos Só-lidos (PNRS) tem ajudado a atuação do Fórum. “A nossa atuação é no sentido de inclusão dos grupos, associações e cooperativas de catadores de recicláveis. Estas pessoas, até hoje, fazem a coleta se-letiva sem muito apoio governamental.”

Ana destacou que muitas vezes a or-ganização quer discutir o assunto com os municípios, mas percebe certo des-conhecimento da PNRS por parte dos mesmos. O Decreto 5.940/06 determina que os resíduos dos órgãos federais sejam destinados a grupos de catadores; a Lei no 11.445/07 dispensa os municípios de licitação na contratação de serviços das organizações.

O presidente da Associação dos Pre-feitos do Estado do Ceará (Aprece), Ex-pedito José Nascimento, falou em nome dos municípios. Ele “considera a situação

urgente”, disse que todos os prefeitos pre-sentes e ausentes, “têm ciência da neces-sidade e urgência do assunto, mas falta recurso”. Oitenta representantes de mu-nicípios participaram do Seminário.

Segundo Nascimento, “todos precisam ter consciência o quanto custa elaborar um plano dessa natureza, mas parcerias podem viabilizar algumas ações”. Ele ci-tou o Instituto de Desenvolvimento de Consórcio (IDC) que vem colaborando com a Aprece. “Em regime de consórcios estamos com custo de R$ 19 mil. E todo o material que não vai para o aterro, é in-cinerado em Fortaleza”.

Quatro mãosPara o engenheiro civil, Francisco

Humberto Júnior, professor do IFCE, o “lixo” é um dos principais, senão o maior problema dos municípios e necessita de muito diálogo e vontade política para avançar. Destacou a responsabilidade do município sobre o tema. “O Estado está tentando fazer a parte dele, assim como o governo federal, mas mesmo assim precisamos trabalhar a quatro mãos: so-ciedade civil, empresários, catadores e poder público”.

Humberto Júnior, um dos palestrantes do Seminário, fez questão de dizer que o

prazo para o fechamento dos lixões não foi prorrogado e que as responsabilidades dos municípios continuam, conforme Lei 12.305 de 2010 ou PNRS.

“No Brasil, ainda estamos na pré- his-tória, na Era dos Dinossauros, agora que estamos querendo o fim dos lixões, en-quanto países como Alemanha, Japão Suíça, recicla 50% dos resíduos e incine-ram 50% do rejeitos.” Na Europa já não é permitido construir aterro de resíduos, somente de rejeitos.

Ele explicou as diferenças entre ges-tão e gerenciamento de resíduos. O Plano Municipal de Gestão de Resíduos apresenta metas e o Plano de Gerencia-mento como executar as ações e estraté-gias previstas. Para onde vão os resídu-os, como vou tratar? É uma espécie de manual, o passo a passo de como tratar os resíduos e deve ser trabalhado com um horizonte de 20 anos .

“O Município tem obrigação de fazer o Plano de Gestão. Tem obrigação de participar de consórcio se essa solução faz parte do plano de gestão.” A gestão adequada dos resíduos sólidos pressu-põe a Educação Ambiental, a coleta se-letiva, o estímulo à comercialização de materiais recicláveis, a compostagem, a inclusão de catadores e a adoção de sis-

tema ambientalmente adequado para a disposição final de rejeitos.

Entenda a notíciaA criação do Plano Estadual de Resí-

duos Sólidos é a condição para que os Estados possam ter acesso aos recur-sos da União ou recebam os benefícios por incentivos e/ou financiamentos de entidades federais de crédito. Os docu-mentos devem contemplar a coleta se-letiva, inclusão de catadores, educação ambiental, mercado para recicláveis, respeito às normas ambientais e de sus-tentabilidade econômica.

Em agosto de 2012 venceu o prazo para a entrega dos Planos Estaduais e Municipais de Resíduos Sólidos. A se-cretária executiva da Sema, Maria Dias, explicou que neste momento o Estado não está validando um plano. “O mo-mento é de construção e discussão de cenários”.

Não há sanção para o município que não entregar o plano. A cidade só não tem acesso a recursos. Após 2 de agos-to de 2014, o município que não tiver aterro sanitário, responderá por crime ambiental, dependendo, claro, da gravi-dade da situação, de acordo com a Lei 12.305/2010.

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8 VERDE

Depois de sete anos, Maria José Holanda retorna para a Semace

DESPEDIDA

Educadora ambiental muito respeitada, servidora ficará em projeto estratégico: o Cadastro Ambiental Rural

Por ocasião do Seminário Esta-dual de Cenários para Gestão de Resíduos Sólidos do Ceará, dia 28, no Centro Espiritual Uirapu-

ru (CEU), a educadora ambiental, Ma-ria José Holanda, recebeu homenagem de colegas e do atual secretário de Meio Ambiente do Estado, Artur Bruno.

Depois de alguns anos à frente da Coordenação de Educação Ambien-tal (CEA) do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), a servidora e também presidente da Comissão Interinstitucional de Edu-cação Ambiental (Ciea), retorna para a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).

Com a extinção do Conpam e a criação da nova Secretaria [Sema], a educadora disse que retorno para a Se-mace, “por motivos alheios à sua von-tade”. Passa pela questão de melhoria das condições salariais que a Semace apresentou para os seus funcionários. “Então, eu retornei”.

A Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental funcionou 13 anos sob a minha coordenação. “Eu comecei desde 1987, na Semace, com a criação da CEA. Em 2011 foi extin-ta a Coordenação, passando para o Conpam atual Sema, os programas de educação ambiental. Da Semace fui para o Conpam, hoje volto para a Se-

mace”, explica a educadora.Ela, também, tinha assento no Con-

selho Nacional de Meio Ambiente (Co-nama) e acredita que, agora, “o Ceará poderá perder o cargo” para um repre-sentante do Estado do Pará, com larga atuação na área. “Eu acredito que por conta da identificação do representan-te paraense com a Educação Ambien-tal, ele venha a reivindicar essa vaga que hoje é do Ceará.“

“Precisa haver uma eleição”, escla-rece. A Ciea não é uma comissão do

Conama ou de nenhuma instituição, ela é uma comissão de representati-vidade que hoje está composta de 20 instituições, entre governamentais e não governamentais. “Então, entre essas instituições, deverá sair o novo coordenador”.

Maria José mantem uma relação muito próxima com órgãos e redes de educação ambiental, em todo o Brasil. “Até hoje, continuo assessora do Co-mitê Assessor da Política Nacional de Educação Ambiental, mas agora a mi-

nha ida para a Semace, não sei, estou aguardando”, disse. Ela integra o Co-mitê desde o ano de 2007.

O novo coordenador de Educação Ambiental da Sema é o servidor Ulis-ses Rolim que integrou a equipe de Maria José. “O Ulisses ficará à frente e os programas continuarão, como a for-mação de educadores ambientais”. O Ulisses, assim como eu, é servidor da Semace e está neste momento à dispo-sição da nova Secretaria. Mazé infor-mou que na Semace, ela irá trabalhar no Cadastro Ambiental Rural (Car), considerado um programa estratégico para os governos estadual e federal.

HomenagemDurante a homenagem e despedida

de Mazé, como é conhecida por mui-tos, ela recebeu flores das mãos do se-cretário Artur Bruno que agradeceu os serviços prestado por ela e enalteceu o comprometimento da mesma com a educação ambiental. Os integrantes da Comissão compareceram em grande número para a distinta homenagem. Dentre os presentes, além de muitos servidores públicos, os representantes da Federação das Indústrias do esta-do do Ceará (Fiec), Renato Aragão e Elaine pereira, e também o responsável pelo Departamento de Gestão ambien-tal da Coelce, Sergio Araújo.

FOTO SEMA/DIVULGAÇÃO

Energia Empreendedora capacita moradoras da periferia de FortalezaO Projeto Energia Empreendedo-

ra, realizado pelo Grupo de Interesse Ambiental (G.I.A) em parceria com a Coelce, irá oferecer oportunidade, de emprego e geração de renda para mu-lheres em situação de vulnerabilidade social dos bairros, Jardim Iracema, Centro, Jurema, Aracapé e Genibaú Mondubim e Caucaia.

As 15 mulheres entre 40 e 60 anos inscritas no projeto participarão de um curso de capacitação e produção de ma-teriais feitos com resíduos sólidos reci-

cláveis. Ao todo, serão produzidas 1.500 peças, que variam entre porta-cartões, mochilas esportivas, bolsas e pastas para eventos. As primeiras aulas do curso, que terá duração de seis meses, começaram dia 23. Na ocasião também será exibido um protótipo da loja “Pode crer”, onde as peças serão vendidas.

O curso, que engloba aulas de cor-te e costura em maquinário industrial, acontecerá no período da tarde, das 14h às 17h, de segunda à sexta-feira, duran-te seis meses. Inicialmente, as partici-

pantes serão capacitadas por professor com vídeos educativos sobre o que os idealizadores da G.I.A chamam de 4 R’s (repensar, reduzir, reutilizar e reciclar). Além disso, serão oferecidas noções de educação ambiental, empreendedoris-mo e mercado verde.

Antes de começarem as aulas de produção, as participantes conhecerão os resíduos sólidos que servirão de ma-téria-prima, como lona, caixa de tetra--pack e papel “line”. Após o curso, as mulheres receberão um certificado de

participação e três delas terão a chance de contratação no G.I.A.

Luz Solidária

O programa Luz Solidária tem o objetivo de estimular o uso de eletro-domésticos eficientes, respeitando o meio ambiente por meio da troca de eletrodomésticos velhos por equipa-mentos novos e econômicos. Além disso, tem o intuito de gerar renda nas comunidades por meio dos projetos beneficiados pelo programa.

Page 9: O Estado Verde - Edição 22478 - 31de março de 2015

8 VERDE

Depois de sete anos, Maria José Holanda retorna para a Semace

DESPEDIDA

Educadora ambiental muito respeitada, servidora ficará em projeto estratégico: o Cadastro Ambiental Rural

Por ocasião do Seminário Esta-dual de Cenários para Gestão de Resíduos Sólidos do Ceará, dia 28, no Centro Espiritual Uirapu-

ru (CEU), a educadora ambiental, Ma-ria José Holanda, recebeu homenagem de colegas e do atual secretário de Meio Ambiente do Estado, Artur Bruno.

Depois de alguns anos à frente da Coordenação de Educação Ambien-tal (CEA) do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), a servidora e também presidente da Comissão Interinstitucional de Edu-cação Ambiental (Ciea), retorna para a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).

Com a extinção do Conpam e a criação da nova Secretaria [Sema], a educadora disse que retorno para a Se-mace, “por motivos alheios à sua von-tade”. Passa pela questão de melhoria das condições salariais que a Semace apresentou para os seus funcionários. “Então, eu retornei”.

A Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental funcionou 13 anos sob a minha coordenação. “Eu comecei desde 1987, na Semace, com a criação da CEA. Em 2011 foi extin-ta a Coordenação, passando para o Conpam atual Sema, os programas de educação ambiental. Da Semace fui para o Conpam, hoje volto para a Se-

mace”, explica a educadora.Ela, também, tinha assento no Con-

selho Nacional de Meio Ambiente (Co-nama) e acredita que, agora, “o Ceará poderá perder o cargo” para um repre-sentante do Estado do Pará, com larga atuação na área. “Eu acredito que por conta da identificação do representan-te paraense com a Educação Ambien-tal, ele venha a reivindicar essa vaga que hoje é do Ceará.“

“Precisa haver uma eleição”, escla-rece. A Ciea não é uma comissão do

Conama ou de nenhuma instituição, ela é uma comissão de representati-vidade que hoje está composta de 20 instituições, entre governamentais e não governamentais. “Então, entre essas instituições, deverá sair o novo coordenador”.

Maria José mantem uma relação muito próxima com órgãos e redes de educação ambiental, em todo o Brasil. “Até hoje, continuo assessora do Co-mitê Assessor da Política Nacional de Educação Ambiental, mas agora a mi-

nha ida para a Semace, não sei, estou aguardando”, disse. Ela integra o Co-mitê desde o ano de 2007.

O novo coordenador de Educação Ambiental da Sema é o servidor Ulis-ses Rolim que integrou a equipe de Maria José. “O Ulisses ficará à frente e os programas continuarão, como a for-mação de educadores ambientais”. O Ulisses, assim como eu, é servidor da Semace e está neste momento à dispo-sição da nova Secretaria. Mazé infor-mou que na Semace, ela irá trabalhar no Cadastro Ambiental Rural (Car), considerado um programa estratégico para os governos estadual e federal.

HomenagemDurante a homenagem e despedida

de Mazé, como é conhecida por mui-tos, ela recebeu flores das mãos do se-cretário Artur Bruno que agradeceu os serviços prestado por ela e enalteceu o comprometimento da mesma com a educação ambiental. Os integrantes da Comissão compareceram em grande número para a distinta homenagem. Dentre os presentes, além de muitos servidores públicos, os representantes da Federação das Indústrias do esta-do do Ceará (Fiec), Renato Aragão e Elaine pereira, e também o responsável pelo Departamento de Gestão ambien-tal da Coelce, Sergio Araújo.

FOTO SEMA/DIVULGAÇÃO

Energia Empreendedora capacita moradoras da periferia de FortalezaO Projeto Energia Empreendedo-

ra, realizado pelo Grupo de Interesse Ambiental (G.I.A) em parceria com a Coelce, irá oferecer oportunidade, de emprego e geração de renda para mu-lheres em situação de vulnerabilidade social dos bairros, Jardim Iracema, Centro, Jurema, Aracapé e Genibaú Mondubim e Caucaia.

As 15 mulheres entre 40 e 60 anos inscritas no projeto participarão de um curso de capacitação e produção de ma-teriais feitos com resíduos sólidos reci-

cláveis. Ao todo, serão produzidas 1.500 peças, que variam entre porta-cartões, mochilas esportivas, bolsas e pastas para eventos. As primeiras aulas do curso, que terá duração de seis meses, começaram dia 23. Na ocasião também será exibido um protótipo da loja “Pode crer”, onde as peças serão vendidas.

O curso, que engloba aulas de cor-te e costura em maquinário industrial, acontecerá no período da tarde, das 14h às 17h, de segunda à sexta-feira, duran-te seis meses. Inicialmente, as partici-

pantes serão capacitadas por professor com vídeos educativos sobre o que os idealizadores da G.I.A chamam de 4 R’s (repensar, reduzir, reutilizar e reciclar). Além disso, serão oferecidas noções de educação ambiental, empreendedoris-mo e mercado verde.

Antes de começarem as aulas de produção, as participantes conhecerão os resíduos sólidos que servirão de ma-téria-prima, como lona, caixa de tetra--pack e papel “line”. Após o curso, as mulheres receberão um certificado de

participação e três delas terão a chance de contratação no G.I.A.

Luz Solidária

O programa Luz Solidária tem o objetivo de estimular o uso de eletro-domésticos eficientes, respeitando o meio ambiente por meio da troca de eletrodomésticos velhos por equipa-mentos novos e econômicos. Além disso, tem o intuito de gerar renda nas comunidades por meio dos projetos beneficiados pelo programa.

9VERDE

Criação da UC não pode estar condicionada às questões fundiárias

PARQUE DO COCÓ

Procurador da República defende que legalidade protege tanto o poder público como o particular

Definição imediata da Unidade de Conservação (UC). Mais uma vez, o Fórum Permanen-te pela Implantação do Parque

Ecológico do Cocó volta a se reunir para apresentar os resultados obtidos durante as reuniões já realizadas pe-los subgrupos temáticos. O encontro aconteceu dia 26, na sede do Ministé-rio Público Federal (MPF), no Centro da Capital.

Para o procurador da República, Alessander Sales, que coordenou os trabalhos, a criação de UC indepen-de de prévia regularização fundiária; criação imediata com a definição da poligonal e expedição de decreto de criação e não de desapropriação; além de abertura imediata de procedimento de regularização fundiária e defender “um valor de indenização justa em seu devido tempo”.

“Ou adota-se o procedimento legíti-mo de autocomposição administrativa, após a criação da UC ou temo que não consigamos chegar a essa criação com-pondo com todos que tenham interes-se na área”, afirma Sales, acrescentando que “a legalidade protege tanto o poder público como o particular”.

EixosDividido em quatro eixos, o encon-

tro aprofundou as discussões e estudos restritos aos seguintes temas: “poligo-nal e tipologias”, “caracterização am-biental e urbanística”, “aspectos jurídi-cos” e “intervenções atuais e futuras”. No entanto, o grupo responsável pelo segundo tema não se apresentou, fi-cando para a próxima reunião.

O grupo que tratou do tema “inter-venções atuais e futuras”, representado pelo vereador João Alfredo (PSOL), destacou através de mapas, os desma-tamentos, a poluição, os aterramentos de rios e lagoas, as construções irre-gulares, entre tantas outras agressões e propôs aos órgãos ambientais, até a

regulamentação do Parque do Cocó, a suspensão de licenças para obras na área da poligonal atualmente defini-da pelo então Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam).

Divergências Os estudos sobre poligonal e tipolo-

gias provocaram divergências no pró-prio grupo que considerou pertinente, a criação de uma poligonal específica do Fórum Permanente. O ambientalista, Leonardo Jales, do Movimento Pro-Ár-vore, defende que conste na nova dia-gonal, a área de duna, com olho d’água, localizada nas proximidades do Clube dos Diários, dada a sua relevância.

Jales disse à nossa reportagem que está otimista quanto à implantação do parque. “O atual governador, Camilo Santana, mostra-se mais comprome-tido com a causa, até porque, ele foi funcionário do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu-rais Renováveis (Ibama), possui mes-trado em gestão ambiental, tem um histórico na área, e isso faz diferença.

PolêmicaAntes do início das apresentações, o

procurador da República, Alessander Sales, colocou em votação a solicitação do Instituto de Arquitetos do Ceará (IAB), para fazer parte das discussões do fórum. Apenas o procurador dis-cordou, alegando que as discussões já estão avançadas, além disso, o Con-selho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará, já os representam. A proposta foi aceita por maioria dos votos.

FOTO

NAYA

NA

MELO

FOTO ELISANGELA ALVES

SAIBA MAIS GRUPO RESPONSÁVEL: pela caracterização ambiental e

urbanística do parque, não apresentou proposta, ficando para a próxima reunião, agendada, para 16 de abril. Por solicitação do secretário de Meio Ambiente do Estado, Artur Bruno no próximo encontro, será apresentada uma proposta baseada em estudos realizados pelos órgãos governamentais.

Membros do Fórum Cocó apresentam resultados na sede do Ministério Público Federal

DA REDAÇÃOO Estado Verde

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10 VERDE

11ª edição do Prêmio Fiec por desempenho ambiental será hoje

SUSTENTABILIDADE

Maior premiação da área ambiental do Ceará prestigiará projetos e ações das indústrias, voltados ao meio ambiente

Acontece, hoje, na sede da Fede-ração das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), a cerimônia de premiação da 11ª edição do Prê-

mio Fiec por Desempenho Ambiental. Reconhecer e premiar a atitude de em-presas industriais que buscam, através de ações e projetos, a sustentabilidade ambiental, é o que está por trás da filo-sofia do certame. Este ano, 14 empresas estão na disputa das quatro modalida-des: Produção mais limpa; Reúso de Água; Educação ambiental; e Integra-ção com a sociedade.

Segundo o coordenador do Núcleo de Meio Ambiente (Numa), da Fiec, Renato Aragão, o objetivo “é reconhe-cer aquelas empresas, filiadas aos sin-dicatos que integram o Sistema Fiec, destacam-se na conservação do meio ambiente e implementam atividades que resultam na melhoria da qualida-de ambiental, de acordo com os prin-cípios do desenvolvimento sustentável e de modo a servirem de modelo para outras, no setor industrial”.

Em 2002, por sugestão do próprio Aragão, então assessor de Meio Am-biente da Presidência da Fiec, a Reso-

lução 11/2002 foi assinada, “com o pro-pósito de tornar a temática ambiental e o desenvolvimento sustentável, uma constância, no dia a dia das indústrias cearenses”. E foi esta mesma Resolução que contemplou a criação, do agora, consagrado Prêmio Fiec por Desempe-

nho Ambiental.

Conformidade AmbientalCada empresa pôde concorrer com

projetos referentes a qualquer uma das modalidades. Mas para participar, to-das tiveram que apresentar conformi-dade ambiental. Ou seja, “estar em dia com as exigências da legislação ambien-tal vigente e apresentar documentação comprobatória’’, como explica Aragão.

A Companhia Energética do Cea-rá (Coelce), mais uma vez, participa e mais uma vez, está entre as finalistas, podendo novamente, ganhar na cate-goria Educação ambiental. É oportuno indagar, qual a receita para a boa per-formance da Coelce quanto ao desem-penho ambiental, afinal, a Companhia já participou, praticamente, de todas as edições e modalidades, tendo sido pre-miada oito vezes.

De acordo com o coordenador da Área de Meio Ambiente, Sérgio Araújo, a Coelce tem um bom sistema de gestão ambiental e com este, o compromisso de sempre buscar novas soluções. “Este

ano, estamos participando com o Pro-jeto Conta Verde. Eu diria, este é um projeto com altíssimo desempenho em educação ambiental”, vibra Araújo.

“Sempre estamos participando! Já concorremos com o Ecoelce e com o Troca Geladeiras, dentre outros. Ganhar é consequência, o importante, mesmo , é desenvolver bons projetos, de forma a incentivar a sociedade a zelar cada vez mais pelo meio ambiente. Se estou confiante? Sim, espero e estou confiante e na torcida. Que a Coelce ganhe mais este prêmio , agora com o Conta Verde.”

Já é vitória

Diferente da Coelce, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), segundo informação da assessoria de impren-sa, concorre pela primeira vez. Para a CSP é relevante participar do certame, assim como receber o “reconhecimen-to” da Fiec. “É um respaldo ao nosso programa de educação socioambien-tal, que tem um viés muito importante para a Companhia: a integração com a sociedade”.

A CSP inscreveu o Programa Educa-ção para a Sustentabilidade e através do mesmo, “busca formar multiplicadores de temas e de soluções para suplantar os desafios socioambientais do território”. Quanto à expectativa de vitória, acre-dita que “apresentar o que faz e com-partilhar isso com as demais indústrias, demostrando que a comunidade do entorno do empreendimento deve ser compreendida como parte do mesmo, já é vitória, por si só”.

As empresas vencedoras receberão troféu e diploma alusivos ao prêmio. E as empresas que participaram do concurso, mesmo não tendo sido se-lecionadas, receberão diploma pela participação.

FOTO DIVULGAÇÃO

SERVIÇO Solenidade de Entrega: Prêmio Fiec por Desempenho Quando: 31/03/2015 (terça-feira), as 17h00Local: Fiec - Av. Barão de Studart, 1980, Auditório Waldir Diogo - Térreo

POR TARCILIA REGODa Redação O Estado Verde

PRODUÇÃO MAIS LIMPA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

REUSO DA ÁGUA

REUSO DA ÁGUA

Prêmio Fiec por Desempenho Ambiental Empresas finalistas e respectivas categorias

• Piscis Indústria e Comércio Ltda.• Grupo Tavares: Ceagra – Cerâmica Agrpecuária Assunção Ltda.• Cerâmica Torres• Esmaltec S/A• Aeris Energy

• Companhia Energética do Ceará (Coelce)• CoBAP• Amêndoas Brasil

• Sanebras Projetos e Construções e Consultoria Ltda.• Sucos Jandaia

• OCS Mineração e Empreendimentos• Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP)• Alpha Metalúrgica

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11VERDE

CURIOSIDADES

Uma mochila carrega celular e outra ilumina vidas e caminhos

As mudanças climáticas contadas em quadrinho

A ideia de ficar sem celular, seja por um dia, ou questão de horas não agrada a ninguém, ademais, atualmente, tudo que fazemos em nosso dia a dia passa pelo uso de tecnologias. O celular então, com suas múltiplas funções, passou a ser necessidade básica. Porém, o proble-ma, é que o aparelho sempre descarrega quando mais precisamos dele, deixando usuários desapontados.A empresa, Project Solaire, da Cali-fórnia (EUA), desenvolveu uma solu-ção para este tipo de situação: todas as mochilas da marca vêm com sistema de captação de energia solar. As peças apresentam um painel resistente à água e removível , de 7 watts, mais uma bate-ria portátil. Em apenas dez minutos, o celular já estará com 30% da carga. As peças feitas de couro e lona, custam em torno de US$ 190. Mais informações: www.projectsolaire.com.

ÁfricaDignidade, mais horas de estudo, segu-rança e visibilidade para os estudantes africanos. É o resultado de um projeto parecido, desenvolvido na África , po-rém muito mais inovador e inspirador. Um grupo de mulheres sul-africanas, o Rethaka, criou mochilas com uma placa solar acoplada que durante o dia car-rega e garante luz na casa da criança à noite. É uma proposta que busca mudar a realidade local a partir de mochilas es-

colares inovadoras.As peças, também brilham no escuro, graças a material retrorrefletor que ga-rante a visibilidade do estudante na es-trada, ajudando a combater uma triste estatística daquele país: todos os dias, três crianças morrem atropeladas nas rodovias da África do Sul, de acordo com a Agência Nacional Sul-Africana de Estradas.“Queríamos criar uma mochila que fi-casse ao lado de uma criança que des-brava a escuridão e o frio das 5h da manhã em seu caminho para a escola”, contam as criadoras no site do projeto (www.repurposeschoolbags.com). Só na África do Sul 11,4 milhões de estu-dantes percorrem longas distâncias to-dos os dias para estudar.Batizadas de Repurpose, as mochilas são feitas a partir da reciclagem de sa-colas plásticas de supermercado.

De forma simples, publicação apoiada pelo Pacto Global, chama atenção para as consequências do aquecimento global.

Este ano, líderes mundiais reú-nem-se em Paris, na Conferência das Partes (COP21), para estabele-cer um novo acordo climático capaz de promover a mitigação e a adapta-ção ao aquecimento global. E como principal rede de diálogo da Orga-nização das Nações Unidas (ONU), com o setor privado, o Pacto Global tem liderado as discussões inter-nacionais sobre a responsabilidade das empresas diante desse grande desafio planetário.

Nesse contexto, a Rede Brasileira do Pacto Global desenvolveu uma re-flexão criativa e descomplicada sobre o tema, através de uma história em quadrinhos (HQ), intitulada Heróis do Clima – A aventura e a ciência por trás das mudanças climáticas, dese-

nhada pelo a pelo Caco Galhardo.

Sobre a publicaçãoCom 52 páginas, Heróis do Clima

conta a história da ciência do clima por meio de dois personagens que vivem em Marte, no ano de 2072. Um avô e seu neto conversam sobre a Terra e sobre como pesquisadores, líderes mundiais e cidadãos comuns constataram a realidade e as consequ-ências do aquecimento global, abor-dando termos e conceitos como efei-to estufa, concentração de emissões de gases atmosféricos, dentre eles o CO2, e Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).

Faça o download da HQ: http://www.pactoglobal.org.br/Public/upload/ckfinder/files/HQ_HEROIS_PACTOGLOBAL_ESP_BXok.pdf

Fontes: PNUD e Rede Brasileira do Pacto Global.

Ideias Brilhantes

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12 VERDE

A mediocridade, o espaço público e o meio ambiente

OPINIÃO

Marcos Chastinet Júnior, bacharel em direito, historiador e membro do Movimento Pró-Árvore

FOTO ANTONIO SÉRGIO

Não é o mal que arruína a terra, mas a mediocridade.” Ned Rorem

Numa de suas inúmeras crônicas políticas, Arnaldo Jabor a� rma que a fonte primária dos males do

país é a burrice. Segundo este jornalis-ta, ela seria a rocha máter da sociedade brasileira, o que equivale dizer um fator que embasaria toda a cultura e práticas sociais. Particularmente, discordo des-ta a� rmação. Comparando as práticas culturais e políticas atuais, com as práti-cas constatadas na história mais remota do país, conclui-se que por aqui pouco se sofre de burrice. Nem os cidadãos, nem os seus representantes sofrem des-te mal. O caso particular do país cabe bem na frase de Ned Rorem, quando aponta que a causa da ruína de uma ter-ra é a mediocridade de seus moradores. O próprio Mário de Andrade, em sua

argúcia inata, criou o personagem--síntese da alma do brasileiro, Macu-naíma, um “herói sem caráter”: capaz de grandes feitos, mas por vezes se dá mal por conta de sua preguiça e ma-landragem. É também um personagem que se maravilha com o progresso da cidade grande apesar de constatar de perto suas contradições.

Pode-se dizer que uma das caracte-rísticas da mediocridade arraigada na cultura brasileira é a de fabricar ata-lhos, ou escolher o caminho mais fácil (e pior) para se fazer as coisas. Com-preende uma postura em que o inte-resse próprio é sempre superior ao da coletividade. Desta postura egocêntrica nasce o desrespeito à lei e aos direitos alheios. Exempli� cando: é medíocre o motorista que, apesar de ser condutor de um automóvel de última tecnologia, não hesita em jogar embalagens e ou-tros detritos pela janela do carro, pouco

se preocupando com a poluição na via pública, que entope bueiros e propicia o surgimento de doenças. Também é me-díocre o morador que corta árvores si-tuadas nas calçadas e canteiros centrais das vias públicas sob a alegação de que suas folhas sujam as calçadas (este mes-mo cidadão quando estaciona seu au-tomóvel na via pública vai à procura de uma sombra para abrigar seu carro do sol escaldante). Da mesma forma medí-ocre é o gestor público que em seus pla-nos de urbanização gestam vias áridas, sem verde, praças desoladas e, na maior parte das vezes, sem qualquer projeto de paisagismo o que se traduz num ur-banismo pobre de natureza e ausente de beleza. Até onde se sabe, o município de Fortaleza padece do fato de não con-tar com uma política de arborização de seus espaços públicos.

En� m, medíocre é o fascinado com a tecnologia humana, o mesmo mal sofri-

do por Macunaíma, e que por isso não sabe enxergar que o gênio do homem tem suas bases materiais enraizadas na natureza, na terra. Não percebe que a separação entre a natureza e a civiliza-ção é algo arti� cial e ultrapassada. Que o homem dela precisa para sobreviver, viver e criar. E que, numa última instân-cia, ele próprio é fruto do pó da terra ao qual voltará, como muito bem disse há milênios o texto bíblico. Como for-ma de superar a mediocridade humana que atinge o meio ambiente e faz os ci-dadãos sofrerem com a poluição, com o calor crescente dos espaços públicos, e com a feiura de um urbanismo sem vida, recomenda-se um olhar mais be-nevolente para com a natureza, como uma mãe de uma família da qual há muito nos distanciamos e da qual preci-samos, com urgência, nos reaproximar. Porque, ainda que não se admita, dela dependemos em tudo.