o estado verde - edição 22398- 02 de dezembro de 2014

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ANO VI - EDIÇÃO N o 366 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 2 de dezembro de 2014 COMO É POSSÍVEL? Empresa lava carros com apenas um copo de água Técnica utiliza xampu especial e panos biodegradáveis, com ela, é possível economizar o precioso recurso em 400 vezes. A lavagem dura cerca de 30 minutos e taxistas já sabem como fazer. DESENVOLVIMENTO Brasil ganha prêmio da FAO pela luta contra a fome O esforço de 12 nações foi reconhecido pela Organização da ONU para Alimentação e Agricultura . Cumpriram, antecipadamente, o primeiro ODM e reduziram pela metade o número de pessoas desnutridas. Finalmente, o mundo inicia o rascunho básico de acordo climático que obrigará países a cortar emissões de gases a partir de 2020. Segundo o presidente do IPCCP, Rajendra Pachauri , quanto mais demorarmos, mais caro será frearmos a temperatura em 2 o C. CLIMA GLOBAL Página 3 Página 10 Página 12 Começa, em Lima, a Conferência das Partes

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Page 1: O Estado Verde - Edição 22398- 02 de dezembro de 2014

ANO VI - EDIÇÃO No 366FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 2 de dezembro de 2014

COMO É POSSÍVEL?Empresa lava carros comapenas um copo de águaTécnica utiliza xampu especial e panos biodegradáveis, com ela, é possível economizar o precioso recurso em 400 vezes. A lavagem dura cerca de 30 minutos e taxistas já sabem como fazer.

DESENVOLVIMENTOBrasil ganha prêmio da FAO pela luta contra a fomeO esforço de 12 nações foi reconhecido pela Organização da ONU para Alimentação e Agricultura . Cumpriram, antecipadamente, o primeiro ODM e reduziram pela metade o número de pessoas desnutridas.

Finalmente, o mundo inicia o rascunho básico de acordo climático que obrigará países a cortar emissões de gases a partir de 2020. Segundo o presidente do IPCCP, Rajendra Pachauri , quanto mais demorarmos, mais caro será frearmos a temperatura em 2oC.

CLIMA GLOBAL

Página 3

Página 10 Página 12

Começa, em Lima, a Conferência das Partes

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O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Rafael F. Gomes. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Jessica Fortes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

74,9 ANOS Subiu a expectativa de vida do brasileiro,

agora é de 74,9 anos. A Tábua Completa da Mortalidade do IBGE, publicada do Di-ário Ofi cial da União, é um excelente indi-cador para os gestores públicos, cada vez mais as cidades receberão pessoas mais idosas por mais tempo.

DILMA COM OS CATADORESEstá confi rmado. Hoje, a presidente Dil-

ma Rousseff participa da tradicional come-moração de Natal do Movimento Nacional dos Catadores, durante o evento anual – feira e congresso – Expocatores, em São Paulo. A tradição de reunir-se com a ca-tegoria foi inaugurada pelo ex-presidente Lula da Silva.

DESINDUSTRIALIZAÇÃOA participação da indústria no PIB do

País baixou para 13%, este ano. É um dado preocupante, o índice pode ser um indica-dor de que a economia como a conhece-mos, está mudando, talvez, o início de um processo de desindustrialização.

O fenômeno já era estudado por econo-mistas e cientistas sociais, nos anos 1940, embora, ainda não existisse a nomenclatu-ra. Antes mesmo de ocorrer nas economias avançadas, já havia uma espécie de enten-dimento do possível surgimento da socie-dade pós-industrialização.

O processo refere-se a uma perda de participação da indústria na produção total de um país ou outro conceito, mais restrito, trata da redução persistente da quantidade de vagas na indústria como proporção do emprego total. Segundo os pesquisadores, a redução de participação da indústria é um fenômeno mundial.

Isso não signifi ca o fi m da indústria, mas que ela está mudando. Portanto, a perda de

participação do emprego industrial para o se-tor de serviços é tratada como parte do pro-cesso natural de desenvolvimento econômi-co global. Esta hipótese é levada adiante por pesquisadores que tentam explicar a desin-dustrialização nas economias desenvolvidas.

A reciclagem pode impulsionar a indús-tria, principalmente com o efetivo cresci-mento da logística reversa, instrumento previsto na Politica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

MARKETING MULTINÍVEL: ENDOSSADO POR BANCO

Hoje, pode ser votado relatório do depu-tado Lourival Mendes (PTdoB-MA), sobre marketing multinível, modelo comercial de distribuição de bens ou serviços em que os ganhos podem vir da venda efetiva dos pro-dutos ou do recrutamento de novos vende-dores. A votação do PL 6667/13 está previs-ta para as 14h30, no plenário 3 da Câmara.

A proposta tem o objetivo de coibir abu-sos e fraudes contra empreendedores in-dividuais e consumidores e dar segurança jurídica a todos os envolvidos. Entre os requisitos exigidos pelo PL para a opera-ção das empresas está a apresentação, ao órgão competente do Executivo, de um plano de viabilidade econômico-fi nanceira endossado por um banco comercial, que centralizará as operações fi nanceiras de venda e de pagamentos.

Refl exão: A prática da Coleta Seletiva passa pela mudança de hábitos. Reci-clar passa pela Coleta Seletiva. Logística reversa passa pelos dois e nenhum dos três sobrevive sem o mercado. Coletar seletivamente, sem mercado, é enterrar lixo separadamente. Reciclar gera empre-go e renda. O lixo de hoje pode ser um bom futuro. (Tarcilia Rego).

Incertezas climáticas, tendências de crescimento populacional e mudanças no estilo de vida são iminentes preocupações do Brasil e do mundo. São grandes as expectativas de que a COP 20 possa reforçar as posições dos países sul--americanos na luta contra, por exemplo, a mudança climática, a grande ameaça que paira sobre as nossas cabeças. Eu penso que no encontro em Lima, no Peru, pouco acontecerá, algo efetivo só vai acontecer, mesmo, em Paris, ano que vem.

COP 20

Coluna Verde

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 2 de dezembro de 2014

VERDE

02 DE DEZEMBRO DE 2014Dia Nacional do Samba • A data surgiu por iniciativa de um vereador baiano, Luis Monteiro da Costa, para homenagear Ary Barroso. O compo-sitor nunca havia posto os pés na Bahia, mas foi nesta data que ele visitou Salvador pela primeira vez. O samba é um gênero musical, surgido no Brasil e derivado de um tipo de dança de raízes africanas. É uma das principais manifestações culturais populares do País.Trazendo o samba para a dimensão da sustentabilidade (ou in) pla-netária, quem poderá esquecer, dentre os conhecidos e polêmicos enredos de Joãosinho Trin-ta, o antológico desfi le, “Ratos e urubus larguem a minha fantasia”, de 1989? Afamado por exibir muito luxo no Sambódromo, naquele ano, o carnavalesco mostrou muito lixo e surpre-endeu o público com uma réplica do Cristo Redentor como mendigo. O enredo da Beija-Flor de Nilópolis repercutiu e a Justiça proibiu a imagem de desfi lar. João-sinho, criativo, cobriu a alegoria com um plástico preto e afi xou cartaz com os dizeres: “mesmo proibido, olhai por nós”.

02 DE DEZEMBRO DE 2014Dia Pan-americano da Saúde • Este é um bom dia para lembrar. O corpo é o nosso melhor instrumento para interagir com mundo e compreender a importância dos cuidados com a saúde corporal.

02 DE DEZEMBRO DE 2014Dia Nacional das Relações Públicas • O OeV parabeniza os profi ssionais de Relações Públicas (RP) e deseja que tenham sucesso todos os dias do ano e sigam empreendendo bons negócios. O primeiro departamento de RP no Brasil foi criado em 1914 pela companhia canadense, The Light and Power Co. Ltda. (Light), então concessionária da iluminação pública e do transporte coletivo na cidade de São Paulo.

03 DE DEZEMBRO DE 2014Dia Internacional do Portador de Deficiência • Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as “pessoas portadoras de deficiência” correspondem a 10% de toda a população do mundo.

04 DE DEZEMBRO DE 2014Dia da Propaganda • Ela é a alma do negócio, nossa homenagem a todos que fazem propaganda.

04 DE DEZEMBRO DE 2014Dia do Orientador Educacional • A orientação educacional tem a função de prestar assistência ao aluno durante o processo de aprendizado na escola, é fundamental para a qualidade do ensino.

05 DE DEZEMBRO DE 2014Dia Internacional do Voluntário• A cada ano, milhares de pessoas de todo o planeta trabalham como voluntários. De acordo com a ONU, o cidadão que dedica parte do seu tempo, a diversas formas de atividades de bem estar social ou outros campos, sem remuneração, é voluntário.

AGENDA VERDE

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Começa hoje a 20ª Conferência das Par-tes (COP 20) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança

do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês). Os diplomatas e cientistas estarão reunidos no Quartel General do Exército, no bairro San Borja, em Lima, no Peru, até o dia 12 de dezembro com a missão de chegar ao “ras-cunho zero” de um acordo multilateral que obriga as nações a cortar emissões de gases--estufa a partir de 2020. A reunião espera a participação de representantes de 195 países.

Em seu discurso inicial, o ministro do Meio Ambiente do Peru, Manuel Pulgar Vidal, presidente da COP, lembrou aos par-ticipantes que “nunca antes se viu tantos efeitos da mudança climática como agora” e que, por isso, “o mundo não espera que falhamos” na busca de um novo tratado. As negociações de Lima devem preparar o rascunho para o novo acordo climático, que será fechado pela comunidade internacio-nal em Paris, no fi m de 2015.

Esse novo pacto global, no entanto, come-çará a valer a partir de 2020. “O objetivo é ampliar a ambição para que os países pos-sam contribuir de forma decisiva para conter o aumento da temperatura global”, afi rmou o subsecretário-geral de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho, em entrevista coletiva realizada no último dia 27 de novembro, em Brasília, so-

bre a reunião, segundo matéria publicada no site do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Se aprovada, a medida estabelecerá metas distintas de redução de gases para os países desenvolvidos, que integram o chamado Anexo 1, e os países em desenvolvimento. O governo brasileiro defenderá a responsa-bilidade diferenciada da comunidade inter-nacional no corte de emissões de gases de efeito estufa. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, presidirá a delegação brasi-leira na COP 20.

MAIS VULNERÁVEISEm meio a velhos embates, como a briga

de responsabilidades das emissões entre pa-íses desenvolvidos e em desenvolvimento, as negociações deste ano podem ter avanços signifi cativos, principalmente depois que grandes potências como Estados Unidos e

China, terem indicado que um autocontrole no lançamento de poluentes. Os EUA reduzi-rão entre 26% e 28& suas emissões até 2015. A China prometeu corta gases de efeito estu-fa até 2030 e a União Europeia anunciou que vai diminuir em 40% suas emissões.

A secretária-executiva da Convenção-Qua-dro da ONU sobre mudanças climáticas, Christiana Figueres, destacou os principais objetivos da conferência do Peru. “Devemos colocar na mesa um rascunho de um novo acordo global e especifi car as metas nacio-nais; discutir a questão da adaptação dos pa-íses, porque é igualmente urgente; e modelar a capacidade de fi nanciamento, para ajudar os países mais vulneráveis”.

Segundo ela, o êxito na COP 20 vai criar bases para se chegar à neutralidade climá-tica, “única maneira de conseguirmos um desenvolvimento sustentável para todos”,

complementou. “O ano de 2014 ameaça ser o mais quente da história humana. E as emissões seguem subindo. Que busquemos a inspiração nas linhas de Nazca (escritos anti-gos feitos pelos Incas, um dos cartões-postais peruanos) e busquemos determinação para enfrentar a mudança do clima”, fi nalizou.

O indiano, Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental da ONU so-bre Mudança do Clima, o IPCC, apresentou a síntese do quinto Relatório de Avaliação feito por duas centenas de especialistas com os dados das emissões, os impactos causados por elas e as previsões para o planeta se nada for feito para reduzir o lançamento de gases--estufa. “Quanto mais demorarmos para fa-zer algo, mais caro vai sair para frearmos a temperatura em 2ºC”, disse.

TRANSIÇÃOO período de transição para o novo acordo

climático, compreendido entre 2015 e 2020. Além das metas de mitigação, o futuro proto-colo deverá englobar medidas de adaptação às mudanças do clima. A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), entrou em vigor em 1994. Com o objetivo de reduzir as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. A Confe-rência das Partes foi designada como o órgão dirigente supremo da Convenção. Até o mo-mento, 195 países país apresentaram os seus instrumentos de ratifi cação.

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 2 de dezembro de 2014

VERDE

Acordo obrigará países a cortar emissões de gases a partir de 2020.Depois do documento escrito no Peru, o próximo passo é a questão da adaptação

O mundo começa a escrever rascunho básico de acordo climático

COP 20

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4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 2 de dezembro de 2014

VERDE

Amanhã é o Dia Internacional das Pessoas com Defi ciência. Não por acaso, acontece mais uma vez, em

Fortaleza, tradicional encontro que tra-ta da temática. O “V Fórum de Defi ciên-cia e Acessibilidade - Para conquistar a igualdade é preciso fazer a diferença” tem como objetivo principal, acelerar o pro-cesso de inclusão sócio – econômica das pessoas com defi ciência.

O evento contará com palestras e de-poimentos e acontece, hoje, no auditó-rio Waldir Diogo de Siqueira, da Fede-ração das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Para o encerramento do encon-tro está previsto a realização de coque-tel que contará com shows de vários ar-tistas, dentre os quais a participação do músico David Valente.

O Fórum pretende chamar atenção para as 45 milhões de pessoas que declaram possuir algum tipo de defi ciência, segun-do o Censo IBGE/2010. Essa população quer ser incluída na sociedade, como su-jeitos de plenos direitos e deveres que são, quer ser ouvida, respeitada como cida-dãos, quer conviver, participar e não ape-nas ser tolerada.

PALESTRAS Palestra: “Passado, presente e futuro da

patologia muscular”.Beny Schmidt: Médico neuromuscular;

professor da USP (SP). Palestra: “Reabilitação em lesão

medular”.Miroval Andrade Galvão: Médico do

setor de neurorreabilitação em lesão me-dular do centro de reabilitação da rede de hospitais Sarah.

Palestra: “TRM, refl exões sobre o trata-mento e prevenção”.

Weiber Xavier: Médico especialista em medicina intensiva e clínica médica.

Palestra: “Ministério Público e acessi-bilidade”.

Hugo Porto Neto: Promotor de Justiça do Estado do Ceará.

Palestra: “Uma longa jornada sobre uma bike”.

Paulo Cardoso: Triatleta deficiente visual.

DEPOIMENTOSCláudia Carvalho: Empresária da área

de saúde e autora do livro “Contos Postos sobre a Mesa”. Dará um depoimento con-tando sua experiência como mãe de Mar-celo, portador de autismo.

Fátima Braga: Presidente da Asso-ciação Brasileira de Amiotrofia Espi-nhal (Abrame).

Dará um depoimento contando sua ex-periência como mão do Tiago, portador de Amiotrofi a Espinhal.

Para conquistar a igualdade é preciso

fazer a diferença

V FÓRUM DE DEFICIÊNCIA E ACESSIBILIDADE

JORNALISTA E ESCRITOR

COMPULSORIEDADE A sociedade pode exigir do poder

público, em face da normatividade constitucional e das leis dela decor-rentes, uma ação efetiva, defi nida e fi rme na defesa do meio ambiente, em qualquer circunstância. Essa de-fesa é um dever do Estado, que deve exercê-lo por intermédio dos órgãos e agentes estatais que detenham as funções pertinentes à promoção da preservação da qualidade ambien-tal. Ou seja, esta é uma ação de na-tureza compulsória, obrigatória do Estado.

COMPETÊNCIASA Constituição brasileira de 1988

alargou sobremodo as competên-cias dos entes federativos no respei-tante à defesa ambiental. O legisla-dor constituinte de 1988 achou por bem conceder competências am-bientais administrativas e legislativas aos três entes da nossa federação: União, Estados e Municípios. Portan-

to, arrimado nos preceitos constitu-cionais, pode o cidadão exigir, até coativamente, pela via judicial inclu-sive, de todos os entes federados, o cumprimento efetivo de suas tarefas na proteção do meio ambiente.

INEXCLUSIVIDADEVê-se, destarte, que a intervenção

do Estado em questões ambien-tais torna-se indispensável, por-que constitucionalmente obrigatória. Assim o diz também o princípio ora exposto, com o qual estão concor-des importantes tratados interna-cionais sobre a matéria. É mister observar, no entanto, que em conse-quência do disposto em nossa Lex Magna, não existe exclusividade da ação do Estado nesta área. Ou seja, não existe o monopólio do Estado na gestão da qualidade ambiental. Ao contrário, essa administração do patrimônio ambiental deve se dar sempre com a participação direta da sociedade.

PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO ESTATAL OBRIGATÓRIA

Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia, em junho de 1972, que produziu a Declaração sobre Ambiente Humano, ou Declaração de Estocolmo. No rol dos princípios sobre os quais se assenta a doutrina jurídica de defesa do meio ambiente, listamos, por agora, o Princípio da Intervenção Estatal Obrigatória, o qual está inserto no item 17 da Declaração de Estocolmo (Suécia), dada à lume em 1972; assim como no art. 227, caput, da Constituição Federal. Este princípio que dá sustentabilidade à ação do Esta-do em questões de preservação ambiental decorre da natureza indisponível do meio ambiente, anteriormente. Arrimados neste princípio é que a Declaração de Estocolmo e a Carta Magna brasileira vigente expressam com clareza o dever inalienável do poder público de agir na defesa do meio ambiente, quer na seara administrativa, quer no âmbito legislativo e no jurisdicional. Cabe, portanto, ao Estado adotar políticas públicas, programas e ações necessárias para fazer cumprir um dever que lhe é naturalmente imposto.

SERVIÇOV Fórum de Deficiência e Acessibilidade - Para conquistar a igualdade é preciso fazer a diferença.Data: 02 de dezembro de 2014Horário: das 08h às 20h.Local: Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec)Endereço: Av. Barão de Studart, 1980 - Aldeota.

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5FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 2 de dezembro de 2014

VERDE

TRANSPORTE E MEIO AMBIENTE

Algumas medidas de baixo inves-timento em empresas de trans-porte são soluções viáveis para

harmonizar ganhos econômicos com benefícios ambientais. A diminuição do uso de combustíveis, os cuidados com a manutenção dos carros e a conscien-tização de trabalhadores são medidas simples, que transformam-se em bons resultados, onde todos saem ganhando: as empresas, com a economia nos gas-tos; os trabalhadores, com capacitação e valorização no mercado de trabalho; e a população pela diminuição de emissões de gases poluentes e consequente me-lhoria da qualidade do ar.

Atenta à disseminação do investimento em projetos ambientais para as empre-sas do setor, a Federação das Empresas de Transportes Rodoviários dos Estados do Ceará, Piauí e Maranhão (Cepimar), promoveu na ultima quarta-feira (26), na Casa de José de Alencar, a entrega do Prêmio Melhoria da Qualidade do Ar 2014. A solenidade contou com a pre-sença de empresários, personalidades do setor e colaboradores das 28 empresas de transporte de passageiros e de cargas concorrentes ao prêmio e que apresen-tam diversas iniciativas em prol da valo-rização e preservação do meio ambiente.

Em sua décima segunda edição, o Prê-mio reconhece as empresas que mobi-lizam suas equipes e que investem em projetos ambientais nas suas garagens e nas comunidades onde atuam. Para o presidente da Cepimar, Davi Lopes, a relevância do trabalho que a Federação vem fazendo, para dar a sua contribuição com o meio ambiente pode ser vista pe-los nossos números.

“Desde 2007, somente aqui, no Esta-do, foram realizados mais de 70 mil tes-tes verifi cando os níveis de emissão de gases por veículos de transporte de pas-sageiros e cargas. Nas onze edições an-

teriores, 67 troféus foram entregues em reconhecimento a projetos e ações rele-vantes, na área ambiental e um total de 75 certifi cados de Selo Empresa 100% fo-ram outorgados pelo programa ambien-tal da Cepimar, o Despoluir”, lembra.

PREMIAÇÃOO prêmio Melhoria da Qualidade do

Ar reconhece as melhores iniciativas de empresas do transporte de passageiros e de cargas, na busca pela diminuição de gases poluentes na atmosfera, pelo uso racional dos combustíveis e ainda por mais bem sucedidos projetos ou progra-mas de conservação do meio ambiente. O período de inscrição das empresas ocorreu de 1º de janeiro a 27 de feve-reiro de 2014 e o de avaliação de 1º de janeiro a 30 de setembro de 2014. Entre

os quesitos analisados estavam aferições veiculares, multas do órgão ambiental e projetos ambientais.

As empresas ganhadoras do Prêmio foram: Autoviação Dragão do Mar, Ex-presso Guanabara, Empresa Vitória, Transportes Urbanos Alliança, Viação Princesa dos Inhamuns e Viação Urbana.

Além do troféu principal às empresas vencedoras, a premiação contemplou também outros reconhecimentos, como o Certifi cado de Qualidade Empresa 100% às empresas com frota totalmen-te aprovada pelo Programa Despoluir e que não tiveram nenhuma multa aplica-da pelos órgãos fi scalizadores ambien-tais e o Troféu Destaque Ambiental, en-tregue a personalidades ou instituições cujas ações contribuem para um meio ambiente saudável.

DESTAQUE AMBIENTALNesta edição, a homenageada com o

Troféu Destaque Ambiental foi a dire-tora de Controle e Proteção Ambien-tal (Dicop), Magda Kokay Farias, da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace), em re-conhecimento aos relevantes serviços prestados ao meio ambiente e à socie-dade. A diretora recebeu o prêmio das mãos do coordenador do Núcleo de Meio Ambiente da Federação das In-dústrias (Fiec) Renato Aragão, que em nome da instituição falou da satisfação e alegria de entregar o troféu à home-nageada, destacando sua excelência no atendimento na Semace.

“A Fiec tem recebido bom tratamen-to, tanto do superintendente adjunto Arilo Veras, presente no evento, como da Magda que tem se mostrado mais rápida possível naquilo que é uma obrigação de um órgão de meio am-biente”, ressaltou Aragão.

Em seu discurso, Magda agradeceu à Cepimar pela homenagem, dando ênfa-se ao seu presidente David Lopes de Oli-veira, reconhecendo também, o trabalho realizado em conjunto com a entidade: “Estou muito honrada em receber esse troféu porque nós temos uma parceira muito exitosa, de muitos anos entre a Semace e a Federação, principalmente no combate à poluição gasosa dos veí-culos, através dos programas Despoluir e de Combate à Fumaça Negra”.

Ainda em seu discurso, a homenage-ada também ressaltou e parabenizou o excelente trabalho da equipe dos técni-cos da Gerência de Análise e Monitora-mento (Geamo) da Semace, enaltecen-do cada um deles, inclusive os que não estão mais no setor, pela tenacidade, compromisso e responsabilidade que propiciaram a continuidade dos progra-mas há mais de 20 anos. Magda, tam-bém agradeceu e destacou a efi ciência e compromisso do superintendente ad-junto da Semace, Arilo Veras, e do seu

Cepimar reconhece as empresas que investem em projetos ambientais nas suas garagens e nas comunidades onde atuam. Magda Kokay Farias, da Semace, recebeu o Troféu Destaque Ambiental

Empresas do setor recebem Prêmio Melhoria da Qualidade do ArPOR JESSICA [email protected]

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6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 2 de dezembro de 2014

VERDE

Desde 2002, o Prêmio Melhoria da Qualidade do Ar, divulga as ações das empresas de transporte comprometidos com meio ambiente

gerente José Wiliams Henrique (Gerên-cia de Controle e Proteção Ambiental).

Como diretora da Dicop da Semace, Magda Kokay, que também é especia-lista em saneamento básico, contribui para a realização de trabalhos relativos ao controle da poluição atmosférica na superintendência. Kokay possui mais de 30 trabalhos publicados no Brasil e exterior na área de meio ambiente e de-senvolvimento sustentável.

SOBRE O DESPOLUIRA Federação dos Transportes – Cepi-

mar coordena desde 1997 o programa

ambiental do transporte, o Despoluir, que tem como objetivo promover o uso racional de combustível e a redução de emissões no setor de transporte. A equipe do programa realiza inspeções veiculares periódicas nos veículos das frotas das empresas do Ceará, Piauí e Maranhão. Além de orientar sobre a qualidade do óleo diesel e realizar palestras sobre condução econômica e meio ambiente.

Prêmio Melhoria da Qualidade do ArDesde 2002, a Cepimar criou o Prê-

mio Melhoria da Qualidade do Ar, para divulgar as ações das empresas

de transporte de Passageiros e de Car-gas comprometidas com o meio am-biente. Em edições anuais, o Prêmio indica os resultados da redução dos gases poluentes e estimula a adoção de medidas de conservação ambiental nas comunidades.

O Prêmio Melhoria da Qualidade do Ar mobilizou ecologistas e entidades que atuam em favor da causa ambiental, aproximando as ações da Federação das alternativas para a economia sustentá-vel experimentadas na sociedade. Por isso, logo na segunda edição do Prêmio, em 2003, a Federação instituiu o Troféu

Destaque Ambiental, premiando um de seus parceiros por seus trabalhos. Até 2010, o Troféu Destaque Ambien-tal foi concedido para vinte e quatro personalidades ou grupos da socieda-de civil organizada que atuam no Cea-rá, Piauí e Maranhão.

Em 2005, foi criado o Certifi cado de Qualidade – Empresa 100% entregue às empresas de transporte que não apre-sentem multas ambientais e compro-vem 100% de aprovação em sua frota operante, através das aferições de mo-tores realizadas pelo Núcleo Socioam-biental da Federação.

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7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 2 de dezembro de 2014

VERDE

Incentivo social. Foi baseado neste conceito que foi lançado na ultima quinta-feira (27), em Fortaleza, a

Nova Coleção de Moda “Asas de um sonho”, idealizada pelo Energia Social, programa viabilizado pela Coelce que promove ações voltadas à geração de renda e à inclusão social de comunida-des com baixo índice de desenvolvimen-to socioeconômico no Ceará.

Toda a coleção é fruto do trabalho de capacitação das comunidades de Coa-çu, em Pacajus, e Penedo e Jardins, em Maranguape, assinada pelo estilista Iva-nildo Nunes. Os produtos trabalhados nessas comunidades variam de peças artesanais – nas tipologias crochê, bor-dado, patchwork, trançado de palha, la-birinto, renda de bilro, argila, sabonetes artesanais, biscuit, renda de fi lé, marce-naria, rechilieu e tanderife.

Além da capacitação, por meio do aprendizado e do aperfeiçoamento de técnicas produtivas, a companhia aproxima as comunidades a conheci-mentos nas áreas de gestão, vendas, controle de qualidade e acompanha-mento da produção.

INCENTIVODe acordo com a responsável pela

área de Redes Comunitárias da Coelce, Gonçalinha Lima, o programa identifi ca comunidades com potencial e, a partir daí, são capacitadas para desenvolver e fortalecer os pontes fortes. “Encon-tramos potencial nessas comunidades, elas só precisam de incentivo, de um diferencial. Observando isso, nós cha-mamos o estilista Ivanildo Nunes, para ajudar. Com isso, vemos a progressão de cada comunidade e a alegria de contri-buir para o crescimento dessas pessoas e do mundo”, ressalta.

Esta é a segunda coleção do progra-ma e este ano, está benefi ciando os grupos Rechilieu Flores do Campo da comunidade de Penedo, em Maran-guape, e Rendas do Coaçu, de Pacajus,

com o objetivo de aproveitar o poten-cial criativo e produtor das bordadeiras e rendeiras, capacitando 30 mulheres para o desenvolvimento de habilidades como corte, modelagem e costura, to-das voltadas para a confecção de peças de vestuário e moda em geral, e estimu-lando o empreendedorismo a partir da implantação de uma célula produtiva de moda artesanal.

“Ajudar estas comunidades é muito gratifi cante, é possível ver o crescimen-to delas e ouvir de muitas senhorinhas, que este trabalho esta mudando a vida delas, não tem dinheiro que pague, ta-manha gratidão”, comenta Gonçalinha.

PROGRAMA ENERGIA SOCIALO programa, criado pela companhia

em 2007, tem o objetivo de aproximar a Coelce das comunidades com alto índi-ce de vulnerabilidade social, benefi cia comunidades de Fortaleza, Região Me-tropolitana e Interior do estado, per-mitindo aos grupos atendidos, o apren-dizado e aperfeiçoamento de técnicas produtivas, o acesso a conhecimentos nas áreas de gestão, vendas, controle de qualidade e acompanhamento da produção, contribuindo para a profi s-sionalização destes empreendimentos solidários através da metodologia de Incubação de Grupos Produtivos.

Desde o início, foram contempladas 7700 pessoas de 38 comunidades dos municípios de Fortaleza, Cascavel, Pa-cajus, Pacatuba, Sobral, Limoeiro do Norte, Caucaia, Horizonte, Maracanaú, Maranguape, Itapipoca, entre outros. Além disso, mais de R$ 2.000.000,00 foram investidos em ações de 52 ofi ci-nas desde o início no programa.

A companhia, em parceria com as comunidades, criou, em 2012, o Giro Social, uma loja para auxiliar na venda dos produtos. A loja possui sede fi xa na capital cearense e a previsão para 2015 é que passe a ter uma sede itinerante e vendas através da internet. “O espaço

ECONOMIA CRIATIVA

O trabalho “Asas de um sonho” do Programa Energia Social, promove desenvolvimento socioeconômico em Pacajus e Maranguape. As criações resgatam o regionalismo cearense

Comunidades incentivadas pelainiciativa privada lançam moda

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8 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 2 de dezembro de 2014

VERDE

surgiu da necessidade que o Energia So-cial tinha de ajudar na comercialização dos produtos dos seus grupos. A maior difi culdade era a venda, e a gente pre-cisava de um canal para isso”, explica Gonçalinha Lima. Cada produto vendido rende 85% do valor para as artesãs.

Em 2011, o programa ganhou 1º lugar na categoria Comunicação e Relaciona-mento com a Comunidade do Prêmio Aberje (Associação Brasileira de Comu-nicação Empresarial) e, em 2013, foi des-taque no Prêmio COGE.

VOCÊ PODE COMPRAR E PARTICIPAR Com a proximidade das festas de fi -

nal de ano, todo mundo quer dar um presente e agradar. Para adquirir as peças da coleção “Asas de um sonho” e ajudar as comunidades envolvidas no projeto, basta entrar em contato com o Giro Social, no telefone: 3261-0220 ou na Rede Comunitária da Coelce, pelo número: 3453-4416.

SOBRE ECONOMIA CRIATIVAPequenas empresas que dependem do talento e da criati vidade de seus fundadores e funcionários fazem parte deste novo segmento da economia, a cada dia mais comentado, a economia criati va. É um modelo que procura usar processos que envolvam criação, produção e distribuição de produtos e serviços, através do conhecimento e da criati vidade.

Segundo o autor inglês John Howkins, no livro “The Creati ve Economy”, publicado em 2001, pode-se entender a economia criati va, a parti r de ati vidades que resultam em indivíduos exercitando a imaginação e explorando seu valor econômico. É um conceito que leva em conta a experiência, o valor da originalidade, os processos colaborati vos e a prevalência de aspectos intangíveis na geração de valores, sobretudo na cultura.

Dessa forma, a economia criati va consegue, portanto, por meio da agregação de traços de outros conceitos, um toque próprio e inovador.

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CÁDMIO

Câmara limita a quantidade do metal tóxico em produtos. Um dos principais riscos para a saúde é a absorção pela pele, inalação ou ingestão do componente

O perigo pode estar nas bijuterias

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comér-cio da Câmara dos Deputados

aprovou limite de 0,03% de concentra-ção de cádmio em bijuterias, acessórios e brinquedos em circulação no país (PL 6786/13). O metal pesado e tóxico é muito usado em ligas e compostos, pode provocar contaminação por inalação, ingestão ou absorção pela pele, gerando diferentes prejuízos à saúde humana, inclusive câncer.

O relator da proposta na Comissão, o deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) destaca que nos Estados Unidos, o cádmio em bijuterias é limita-do a 0,03% da composição das peças. Na Europa, a concentração é ainda menor, 0,01%. Mandetta lembra que, no Brasil, o problema ganhou repercussão nacio-nal em 2013, quando um carregamento

de bijuterias vindo da China foi apreen-dido com peças que continham percen-tuais acima de 30%.

“A Europa estabelece 0,01%. Os Es-tados Unidos, 0,03%. E nós recebendo bijuterias da China com 36%. Muito provavelmente, muitas manifestações físicas ocorreram pela falta de cuidado em se regulamentar o percentual máxi-mo de cádmio nas bijuterias.”

O parlamentar reconhece que o es-tabelecimento de um percentual máxi-mo de 0,03% de cádmio nas bijuterias e brinquedos vendidos no País pode ter impacto sobre as importações e produção nacional. Mas ressalta que, em razão do potencial de toxicidade do elemento, “é preciso estabelecer um nível de proteção”.

A proposta que limita a percentual de cádmio nas bijuterias e brinquedos em

circulação no Brasil ainda depende da análise de mais duas comissões (Seguri-dade Social e Família e Constituição e

Justiça e de Cidadania) antes de seguir ao Senado.

Fonte: Rádio Câmara.

Natura seleciona projetos de Compensação Voluntária de Carbono

Realizado desde 2007, o edital Car-bono Neutro foca em projetos que, além da compensação do carbono, tragam benefícios socioambientais

Pioneira aos desafios da susten-tabilidade, a Natura, multinacional brasileira de higiene pessoal, perfu-maria e cosméticos, criou, em 2007, o Programa Natura Carbono Neutro, com o objetivo de reduzir e compen-sar de forma contínua e significativa as emissões de gases de efeito estufa realizadas pela empresa.

A iniciativa se baseia em três pilares fundamentais: Inventário, Redução e Compensação das emis-sões que não puderam ser evita-das. Para o pilar de compensação, a Natura realiza editais periódicos para a seleção de projetos que ge-rem créditos a serem comprados no mercado voluntário de carbono e também proporcionem benefícios socioambientais para a região em que atuam, alinhados às crenças e

aos valores da empresa. O novo edital do programa Na-

tura Carbono Neutro receberá ins-crições entre o dia 31 de março de 2015. Serão elegíveis projetos nos setores de energia, agricultura, flo-restal, usos alternativos do solo e manejo de dejetos animais.

De acordo com a diretora de sus-tentabilidade da Natura, Denise Al-ves, “a grande novidade para este ano é a possibilidade de inscrição de projetos ainda não verificados em fase inicial de desenvolvimento que, se forem escolhidos, serão cer-tificados posteriormente, seguindo metodologias aceitas no mercado internacional de carbono”.

Para realizar a inscrição, é pre-ciso ser pessoa jurídica e estar instalada no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México ou Peru. O edital completo pode ser aces-sado em https://editalnaturacar-bononeutro.com.br.

A plataforma virtual de atendimento possibilita que os consumidores realizem suas reclamações através da internet, con-tando com o acompanhamento e a fi sca-lização dos órgãos de defesa do consumi-dor de todo o Brasil

A promotora de Justiça e secretária--executiva do Programa Estadual de Pro-teção e Defesa do Consumidor (Decon), Ann Celly Sampaio, apresentou na ultima quinta-feira (27), o serviço de reclamações online (www.consumidor.gov.br), na sede da Procuradoria Geral de Justiça. Todos os representantes de empresas cearenses presentes foram convidados a formalizar a adesão à plataforma virtual.

Com apenas três meses de funciona-mento no Ceará, o serviço de reclamação pela internet conquistou 75,32% de reso-lutividade. O índice cearense é maior que o registrado no âmbito nacional (73,28%) e no Nordeste (73,68%). A plataforma virtual de atendimento, disponibilizada em parceria com a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Se-

nacon/MJ), possibilita que os consumi-dores realizem suas reclamações através da internet, contando com o acompanha-mento e a fi scalização dos órgãos de defe-sa do consumidor de todo o Brasil.

Segundo Ann Celly, o site é mais uma ferramenta disponível com a fi nalidade de melhorar a relação de consumo entre fornecedores e consumidores. A intera-tividade ocorre a partir da manifestação do consumidor, a qual é respondida pela empresa e monitorada pelo interessado e também pelo Decon, sem qualquer inter-venção da parte deste.

Além disso, na concepção da promo-tora de Justiça, o site faz com que as empresas ganhem tempo, dinheiro e confi abilidade, uma vez que as empre-sas querem resolver seus problemas e, ao mesmo tempo, fazer o diagnóstico preciso como oportunidade de melhorar o relacionamento com seus consumido-res. Desta forma, só haverá intervenção do Decon caso o consumidor se recuse a aceitar a proposta de resolutividade.

Serviço de Reclamações Online é apresentado a empresas cearenses

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Lavar o carro tem se tornado uma questão delicada, principalmente, devida a escassez de água que as-

sola várias regiões do País. Em tempos de falta de seca, cada gota é preciosa e economizar é essencial. Nestas condi-ções, manter o carro limpo torna-se uma preocupação secundária. Entretanto, o automóvel é o cartão de visita dos ta-xistas, e a limpeza interna e externa são pontos fundamentais na qualidade do serviço. Como resolver o problema sem prejudicar o meio ambiente?

A empresa “Lavamos Nós” é especia-lizada em lavagem ecológica de carros, tem ensinado aos taxistas como resolver esse dilema. Em parceria com o mais po-pular aplicativo para chamada de táxis do País, o “99Taxis”, foi realizada uma ação na última semana, em São Paulo, explicando como lavar um veículo utili-zando apenas um copo de água.

A iniciativa chamou à atenção de todos os envolvidos e mostrou que é possível e fácil economizar água e manter os veícu-los brilhando. De acordo com Guilherme Motta Lima, sócio empreendedor da “La-vamos Nós”, a iniciativa começou antes do período de seca, em função da água ser um bem precioso que deve ser utilizado com moderação. “Em média, 200 litros de água são gastos na lavagem tradicional, contra apenas meio litro do modo ecológi-co”, explica Guilherme.

A receita que rende uma economia de 400 vezes, é simples e conta com os se-guintes ingredientes: 400 mililitros de água, 20 mililitros de xampu especial para carro, dois panos microfi bra (bio-degradáveis) e um borrifador. O xampu é diluído na água e borrifado em cada parte do carro, incluindo lataria, vidro e

rodas, e espalhado por um pano umede-cido com um pouco do líquido. O outro pano enxuga e dá brilho. A lavagem dura cerca de 30 minutos.

“Essa iniciativa melhora a condição do táxi e procura aumentar a conscientização em torno de um problema que afeta toda a sociedade” afi rma Paulo Veras, CEO do “99Taxis”. Ele lembra que durante a ação os taxistas fi caram surpresos com o resul-tado da lavagem ecológica. “Teve um deles que até brincou, dizendo que gastava toda a caixa d’água pra lavar o carro sem saber que dava pra usar só um copinho”.

Segundo Paulo, a ação começou em são Paulo, sede da “99Taxis”, mas a intenção é expandir para todos os estados que a 99Taxis opera. Atualmente, 75 mil taxis-tas estão cadastrados em todo o país, dois mil deles, em Fortaleza.

SOBRE O 99TAXISO “99Taxis” é o mais popular aplicativo

para chamada de táxis do Brasil. Respon-

sável por mais de um milhão de corridas por mês, o 99Taxis foi criado, em 2012, para oferecer um canal de atendimento gratuito, ágil e seguro. A empresa tra-balha com a frota de táxis regularizada em cada município, conectando mais de 70 mil condutores, que representam metade de todos os táxis legalizados no Brasil. Em São Paulo, maior mercado do Brasil, três em cada quatro táxis são conectados ao 99Taxis. O serviço está disponível em smartphones iPhone, An-droid e Windows Phone.

O 99Taxis oferece serviço a pessoas fí-sicas e jurídicas, permitindo o pagamen-to das corridas de táxi via aplicativo. No caso de empresas, há um sistema de con-trole de despesas e faturamento mensal que diminui custos, aumenta o controle e evita fraudes, o 99Taxis Corporativo. Já para pessoas físicas, permite pagar as corridas de táxi em 10 segundos, sem se preocupar com troco e nem em ter o cartão de crédito no bolso, graças a uma

parceria com a Paypal. Para mais informações, acesse:

www.99taxis.com/empresas.

SOBRE A “LAVAMOS NÓS”Ser o melhor negócio social de Em-

preendedorismo e Sustentabilidade do Brasil, criando soluções sustentá-veis para redução da desigualdade. Esta é a proposta da “Lavamos Nós”, empreendimento que oferece capaci-tação profissional para pessoas de bai-xa renda com foco na empregabilidade e empreendedorismo.

Capacita , insere e acompanha jovens e adultos no mercado de trabalho, desen-volvendo a cidadania através da forma-ção profi ssional. “Ajudamos a construir uma sociedade mais justa e sustentável , através da capacitação de lavadores de carros com tecnologia ecológica e geração de postos de trabalho e inclusão social.”

Para mais informações, acesse: www.la-vamosnos.com.br .

Taxistas aprendem a lavar carro utilizando um copo de água

EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL

Com a técnica que utiliza xampu especial e panos biodegradáveis, é possível economizar o recurso em 400 vezes . A lavagem dura cerca de 30 minutosPOR JESSICA [email protected]

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Qual o argumento para se chamar alguém de anta? Para ser sin-cera eu ainda não sei, mas vou

pesquisar. Mas sei que uma pesquisa da Universidade Federal de Rondônia (UFR) com amostras de crânios de anta, junta-das no início do século, levou à descoberta de uma nova espécie do animal no Brasil.

O achado foi publicado em novembro no Journal of Mammalogy, voltado para pes-quisas sobre mamíferos. A Tapirus kabo-mani é a primeira espécie da ordem Peris-sodactyla, que inclui cavalos e rinocerontes, encontrada nos últimos cem anos e a pri-meira anta dos últimos 150 anos.

Para o paleontólogo argentino, Ma-rio Cozzuol, apesar de diferentes dos demais, era incrível que alguns vinham de animais mortos recentemente. Isto explica que essa anta diferente era um animal vivo e não um mamífero extinto há milhares de anos, como aqueles que Cozzuol já estava habituado a estudar.

Ela é menor do que o Tapirus terres-tris, ou anta-brasileira, e possui as per-nas mais curtas. Enquanto a espécie já conhecida pode pesar até 300 quilos, a nova tem a metade desse peso. Possui também uma coloração mais escura e uma crista menos proeminente.

Esta é a terceira espécie de anta viva re-conhecida na América do Sul e a quinta em todo o mundo. Apesar de ter sido des-coberta na divisa dos estados de Rondô-nia e Amazonas, Cozzuol acredita que es-teja distribuída por toda a Amazônia. “A nova anta vive em mosaicos, com áreas de fl oresta e mata mais baixa, enquanto a anta-brasileira prefere vegetação mais uniforme”, diz o pesquisador.

Foram necessários dez anos de análises da morfologia e genética de antas ainda vi-vas e também extintas, mas o resultado foi uma descoberta considerada entre as mais importantes do ano: uma nova espécie de anta que ainda povoa a Floresta Amazônica.

Nova espécie do animal é descoberto no Brasil

ANTA

POR TARCILIA [email protected]

Com medidas simples, a sustentabili-dade pode ser inserida no nosso dia-a--dia e até mesmo nos presentes. Hoje, apresentamos ao leitor, mais uma dica para quem está de olho na dimensão ambiental na hora de presentear. Que

tal deixar uma criança mais feliz e comprar um brinque-do divertido e ecológico?

S u g e r i m o s os bichinhos da

Anamalz, tem Rino-ceronte, Urso Polar e

até Cabrito. Feitos

com madeira certifi cada e tinta à base de água, os animaizinhos são lindos e apresentam movimentos que criam di-vertidas posições para brincar.

RESPONSABILIDADE SOCIALOs brinquedos da Anamalz foram

premiados com o Australian Design Award 2008, 3 Stars - Canadian Toy Testing Council, Seal of Excelence - Creative Child Magazine USA 2007. E parte da renda da empresa é destinada às Organizações Não Governamentais (ONG’s) de proteção animal.

O preço por peça é no máximo R$ 26,00 e pode ser adquirido no site da Tuktuk Mamamuk Brinquedos http://www.tuktukmamamuk.com.br, onde é possível encontrar brinquedos para crianças de três meses a 99 anos.

Neste Natal dê um brinquedo fabricado com madeira certifi cadaSUGESTÃO DE PRESENTE

A certificação garante que a procedência da madeira seja oriunda de um manejamento correto, permitindo ao consumidor ou comprador que es-colha um produto de qualidade, com valor agregado. Madeiras certifica-das são produtos que causam menor impacto ao meio ambiente e garante ao consumidor que o mesmo está estimulando práticas legais e éticas, que conservam a floresta, respeitam os trabalhadores e as comunidades locais e asseguram o pagamento de impostos.

O plano de manejo determina que, em uma área de um hec-tare (equivalente a um campo de futebol), de duas a três ár-vores podem ser retiradas a cada ciclo de 25 a 30 anos.Neste processo, uma instituição credenciada pelo Conselho de Manejo Flo-restal (FSC) audita a certifi cação. O FSC é hoje o selo verde mais reconhecido em todo o mundo, com presença em mais de 75 países e todos os continentes.

Se utilizada de forma sustentável, a fl oresta se recupera após um período de 25 a 30 anos. Isso signifi ca que ela não perderá a biodiversidade nem suas funções de regulação do clima.

O QUE É MADEIRA CERTIFICADA?

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O esforço de 12 nações foi reconheci-do pela Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO).

Brasil, Camarões, Etiópia, Gabão, Gambia, Irã, Kiribati, Malásia, Mauritânia, Mau-rício, México, Filipinas e Uruguai se jun-taram a uma lista crescente de países que não mediram esforços para reduzir a fome entre seus cidadãos antes de 2015. E por isso em cerimônia realizada no último dia 30/11, na sede da entidade, em Roma, fo-ram agraciados pela FAO.

O brasileiro, José Graziano da Silva, di-retor-geral FAO parabenizou o governo do Brasil e outros 12 países pelos progressos obtidos na luta contra a fome nos últimos anos. A organização da ONU concedeu o prêmio aos países que conseguiram alcan-çar, de forma antecipada, o primeiro Obje-tivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM -1), que estabelece como meta a redução pela metade, até 2015, da proporção da popula-ção com renda inferior a um dólar por dia e a proporção da população que sofre de fome.

“O Brasil conseguiu superar o problema de gerar riqueza sem distribui-la. Hoje, a ênfa-se em um processo de crescimento que gera distribuição, levou o País para um outro ca-minho. Hoje, o mundo todo olha para o País, por conta dos programas e políticas públicas implementadas nos últimos anos em relação aos temas da segurança alimentar e nutricio-nal. Tem sido uma de nossas prioridades na FAO levar estas experiências bem-sucedidas

para o âmbito global” . Afi rmou Graziano. Além de alcançaram o ODM-1, o Brasil,

Camarões e Uruguai também conquistaram um objetivo ainda mais exigente estabeleci-do na Cúpula Mundial sobre a Alimentação que propõe a redução pela metade do núme-ro total de pessoas desnutridas.

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, repre-sentou o País que recebeu o diploma que congratula o Brasil por haver cumprido antecipadamente a meta estabelecida pela Cúpula Mundial da Alimentação de 1996, que previa a redução à metade do número absoluto de pessoas famintas até 2015. ”É com orgulho que devo dizer que, no Bra-sil, nasceu a primeira geração de crianças livres da fome. Avançamos muito. Esse

processo começou há 11 anos, com o go-verno de Luiz Inácio Lula da Silva, e a

adoção do Fome Zero”, afi rmou a minis-tra durante solenidade.

DESENVOLVIMENTOBrasil ganha prêmio da FAO pela luta contra a fomeOrganização da ONU reconhece o empenho brasileiro e de outros países que cumpriram, antecipadamente, o primeiro ODM. Reduziram pela metade o número de pessoas desnutridas

- Ainda que a região seja conside-rada como um exemplo para o res-to do mundo por adotar de forma pioneira a Iniciativa América Lati-na e Caribe sem Fome 2025, a fome ainda afeta a 37 milhões de pessoas na região, enquanto 7,1 milhões de crianças com menos de cinco anos sofrem de desnutrição crônica.

- A anemia por defi ciência de ferro constitui o problema nutri-cional mais relevante, afetando

44,5% das crianças e 22,5% das mulheres em idade fértil.

- A obesidade afeta 23% dos adultos da América Latina e Cari-be, enquanto que 3,8 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem de sobrepeso. No Brasil, País que deixou o mapa da fome da FAO, mais da metade da popu-lação é obesa.

Com informações da ONU e FAO.

FOME Segundo a FAO

POR TARCILIA [email protected]