o estado verde - edição 22353 - 30 de setembro de 2014

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ANO VI - EDIÇÃO N o 357 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 30 de setembro de 2014 BIODIVERSIDADE Descoberta nova espécie de ave no Brasil Enquanto milhões de animais estão sendo extintos, a descoberta do Macuquinho- preto-baiano é uma boa notícia. Porém, o pequeno passarinho já corre o risco de desaparecer. Págs. 9 e 10 Pág. 5 Faltando cinco dias para o primeiro turno do pleito eleitoral, o candidato do PT afirma que é muito importante investir em produção de conhecimento científico e em inovação tecnológica para nos adaptarmos às mudanças climáticas. ELEIÇÕES FOTO: BETH DREHER Págs. 6 e 7 TECNOLOGIA Primeiro Bio – Manguinhos fora do Rio, será no Ceará Unidade Fiocruz, dedicada ao desenvolvimento e produção de vacinas e biofármacos, está em vias de ser implantado juntamente com o Polo Tecnológico e Industrial da Saúde, no município de Eusébio. Entrevista com Camilo Santana CIRO ALBANO/NE BRASIL BIRDING

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde - Edição 22353 - 30 de setembro de 2014

ANO VI - EDIÇÃO No 357FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 30 de setembro de 2014

BIODIVERSIDADE Descobertanova espéciede ave no BrasilEnquanto milhões de animais e s t ã o s e n d o e x t i n t o s , a descoberta do Macuquinho-preto-baiano é uma boa notícia. Porém, o pequeno passarinho já corre o risco de desaparecer.

Págs. 9 e 10

Pág. 5

Faltando cinco dias para o primeiro turno do pleito eleitoral, o candidato do PT afirma que é muito importante investir em produção de conhecimento científico e em inovação tecnológica para nos adaptarmos às mudanças climáticas.

ELEIÇÕES

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Págs. 6 e 7

TECNOLOGIAPrimeiro Bio – Manguinhos fora do Rio, será no CearáUnidade Fiocruz, dedicada ao desenvolvimento e produção de vacinas e biofármacos, está em vias de ser implantado j u n t a m e n t e c o m o P o l o Tecnológico e Industrial da Saúde, no município de Eusébio.

Entrevista com Camilo Santana

CIRO

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NE B

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Page 2: O Estado Verde - Edição 22353 - 30 de setembro de 2014

O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Wevertghom B. Bastos. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Jessica Fortes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

LIXOModelo carioca será adotado em São

Paulo. A gestão Fernando Haddad (PT) quer multar os cidadãos que jogam lixo nas ruas da capital paulista. Para isso, usará leis já existentes e defi nirá a fi sca-lização por meio de decreto.

A GUERRA É NO BRASIL“Não podemos aceitar que essas ma-

nifestações de barbárie recrudesçam, fe-rindo nossos valores éticos, morais e ci-vilizatórios.” Assim falou Dilma Rousseff durante seu discurso na abertura da 69ª Assembleia Geral da ONU. Se ela consi-dera barbárie o que acontece no Oriente Médio, como a presidente considera a violência que assola o Brasil?

Segundo o Mapa da Violêncian2014 (http://www.mapadaviolencia.org.br), entre os anos 1980 e 2012, morreram no País: 1.202.245 pessoas vítimas de homicídio; 1.041.335 vítimas de aci-dentes de transporte; 216.211 suicida-ram. As três causas somadas totalizam 2.459.791 vítimas. Que guerra e ou confl ito mata tanto, atualmente? Não há tempo a perder com críticas a Obama, o tempo é de resolver a violência que assola o Brasil.

SEMANA DA FAUNA De 04 a 10 de outubro nossa aten-

ção deve estar voltada para a fauna. De acordo com o Ibama, “apesar de

proibido pela Lei 5.197/67, existe um crescente comércio da fauna silvestre brasileira, transformando-se, inclusive, numa atividade ilícita muito lucrativa. E por isso, milhões de animais silvestres são mortos. Dos animais silvestres co-mercializados por Brasil, estima-se que 30% sejam exportados. O principal fl uxo de comércio ilegal nacional dirige-se da região Nordeste para a região Sudeste, principalmente o eixo Rio-São Paulo.

Dados do MMA calcula que o tráfi co de animais silvestres retire, anualmen-te, cerca de 12 milhões de espécies de nossas matas; outras estatísticas, no entanto, estimam que o número real es-teja em torno de 38 milhões.

1O. DE OUTUBRODia Internacional e Nacional dos ido-

sos. A comunidade local e global, ama-nhã (1o/10), deve prestar mais atenção, ainda, aos direitos dos idosos e mais do que nunca, envidar esforços para a construção de uma “sociedade para to-das as idades”.

Refl exão: “Há muitas razões para estarmos preocupados com a atual situação do mundo. Mas também há muitas razões para termos esperan-ça.” Ban Ki-moon, secretário geral da ONU, durante o primeiro debate da 69a Assembleia Geral da ONU, dia 16 em Nova York.

Semana passada, muitos brasileiros foram surpreendidos com a notícia de que uma das nascentes do São Francisco, na Serra da Canastra, secou. Eu não me surpreendi. Outras fontes secarão se continuarmos com a ilusão da abundância de água. É preciso discutir, debater, incessantemente, a relação da sociedade com a água, principalmente a falta dela. Este é um dos desafios da sustentabilidade planetária.

Hoje, 2,8 bilhões dentre os mais de sete bilhões de pessoas em todo o mundo vivem em áreas onde a oferta de água é reduzida, segundo o Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos (WWAP). Para completar, de acordo com a Asso-ciação Internacional de Energia (IEA), o fornecimento de água e a geração de ener-gia estão intimamente ligados, e o crescimento da população global, nas próximas décadas, aumentará a demanda por esses recursos cada vez mais limitados. Atu-almente, segundo o IEA, 2,5 bilhões têm pouco ou nenhum acesso à eletricidade.

Até 2035, o consumo mundial de energia crescerá 35%, enquanto o consumo de água pelo setor energético aumentará em 85%.

A FONTE SECOU

Coluna Verde

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 30 de setembro de 2014

VERDE

1O DE OUTUBRODIA INTERNACIONAL DAS PESSOAS IDOSAS• Nas últimas três déca-das, o número de idosos dobrou. A população no mundo está fi cando cada vez mais velha e, segun-do a Organização Mun-dial de Saúde (OMS), por volta de 2025, pela pri-meira vez na história, ha-verá mais idosos do que crianças no planeta.As Nações Unidas vem lutando pelos direitos e bem-estar dessas pessoas com um Plano de Ação sobre o Envelhecimento. É importante ressaltar que o idoso tem um papel importante em todas as so-ciedades: são líderes, trabalhadores, aposentados, detentores de sabedoria, avós, cuidadores e voluntários.

02 DE OUTUBRODIA MUNDIAL DO HABITAT

• Celebrado na primeira segunda-feira de outubro desde 1985 pela Organiza-ção das Nações Unidas (ONU), tem como objetivo permitir a refl exão sobre o es-tado das cidades e do direito humano à moradia adequada, assim como, lembrar ao mundo da responsabilidade coletiva sobre o habitat das gerações futuras.

DE 04 A 10SEMANA DE PROTEÇÃO À FAUNA

• De acordo com o Ibama, “apesar de proibido pela Lei 5.197/67, existe um crescente comércio da fauna silvestre brasileira, transformando-se, in-clusive, numa atividade ilícita muito lucrativa. E por isso, milhões de ani-mais silvestres são mortos pela ganância humana e, em alguns casos, pela desinformação de algumas pessoas que criam bichos selvagens como se fossem animais domésticos”.

04 DE OUTUBRODIA DA NATUREZA

• A data é de pouca comemoração e muita refl exão. Desmatamentos, queimadas, destruição da camada de ozônio, efeito estufa e poluição dos recursos hídricos são algumas das causas, dentre tantas outras, que es-tão impactando o meio ambiente destruindo a natureza. Consequentemente, causando o desparecimento de espécies vegetais e animais. O que fazer para evitar a destruição da base ecológica do planeta? Pense sobre...

04 DE OUTUBRODIA MUNDIAL DOS ANIMAIS E DO PATRONO DA ECOLOGIA

• Este dia foi escolhido por coincidir com a data em que se assinala a morte, em 1226, de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais. Um dos santos mais populares, ele é reconhecido, também, por seu apreço à natureza e aos animais, o que o fez conhecido, mundialmente, como o patrono da Ecologia.

AGENDA VERDE

Page 3: O Estado Verde - Edição 22353 - 30 de setembro de 2014

POR TARCILIA [email protected]

Hoje, apresento o discurso da presidente Dilma Rousseff na abertura da 69a sessão da Assembleia Geral da ONU.

Destaco a parte – pequena – dedicada às Mudanças Climáticas. De um total de 2.523 palavras apenas 167 focaram na temática. O leitor poderá ler o discurso em sua totalidade no site do O Estado.

Para alguns especialistas da área eco-nômica, ambiental e de sustentabilida-de, assim como para alguns jornalistas, a fala da nossa presidente revelou uma Chefe de Estado que não conseguiu desvincular-se da imagem de candidata. Mais parecendo discurso de campanha eleitoral, as palavras Rousseff deixaram de expressar às nações do mundo, uma mensagem que realmente representasse o povo brasileiro.

O colunista do Estadão e colaborador do Bloomberg View, Mac Margolis, es-creveu em http://internacional.esta-dao.com.br/noticias/geral,o-mundo-e--um-palanque-imp , que com o segundo mandato em jogo, Dilma tem outro pú-blico a convencer. “Por isso enxergou no colegiado das nações um estúdio itine-rante de propaganda eleitoral e seu dis-curso, um ‘Café com a Presidenta’ pelo teleprompter alheio.”

O tom de Dilma repercutiu tanto que no dia seguinte (25), em Nova York, o

ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, tratou logo de de-fender o discurso da presidente como o de estadista e não como de política.

Na primeira parte do discurso e num tom político, Rousseff falou de demo-cracia, melhorias sociais, o Plano Brasil sem Miséria e em seguida pulou para o incremento da educação no País a partir da exploração do petróleo do Pré-Sal.

Na segunda etapa continuou discur-sando de forma similar ao falar da eco-nomia e da crise fi nanceira de 2008. Em seguida Dilma comentou efeitos da cri-se econômica no Brasil. Fez questão de citar a VI Cúpula dos países Brics que aconteceu em julho deste ano, em For-

taleza, de ameaças à paz e à estabilidade mundial e fi nalmente sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Na penúltima parte do discurso “en-trou no clima”. Foram 167 palavras para afi rmar que a Cúpula do Clima fortalece as negociações no âmbito da Conven-ção-Quadro para um “novo acordo equi-librado, justo e efi caz”. Colocou o Brasil como cumpridor das metas acordadas em Copenhague, 2009.

Na última parte, ela abordou o com-bate à discriminação, ao racismo, à cor-rupção e à defesa dos direitos humanos e da privacidade na internet. Mencionou avanços brasileiros como o reconheci-mento, pelo Supremo Tribunal Federal

(STF), da união estável entre pessoas do mesmo sexo e o fortalecimento da transparência governamental. Por fi m, mencionou o Marco Civil da Internet.

CÚPULA DO CLIMANa véspera da abertura da Assem-

bleia Geral, aconteceu a Cúpula do Cli-ma, convocada pelo Secretário-geral da ONU. Embora a Cúpula não tivesse o objetivo de anunciar acordos, a intenção era dar visibilidade ao tema, que terá um momento decisivo na 21a. Conferên-cia das Partes, em dezembro de 2015, quando é esperado um acordo com no-vas medidas, posteriores ao Protocolo de Quioto.

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 30 de setembro de 2014

VERDE

Discurso da Presidente Dilma na abertura da 69ª sessão da AG da ONU

VISÃO GLOBAL

CLIMA:167 PALAVRAS “A mudança do clima é um dos grandes desafi os da atualidade. Necessitamos, para

vencê-la, sentido de urgência, coragem política e o entendimento de que cada um de-verá contribuir segundo os princípios da equidade e das responsabilidades comuns, porém diferenciadas.

A Cúpula do Clima, convocada em boa hora pelo secretário-geral, fortalece as nego-ciações no âmbito da Convenção-Quadro. O Governo brasileiro se empenhará para que o resultado das negociações leve a um novo acordo equilibrado, justo e efi caz. O Brasil tem feito a sua parte para enfrentar a mudança do clima.

Comprometemo-nos, na Conferência de Copenhague, em 2009, com uma redução voluntária das nossas emissões em 36% a 39%, na projeção até 2020. Entre 2010 e 2013, deixamos de lançar na atmosfera, a cada ano, em média, 650 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Alcançamos em todos esses anos as quatro menores taxas de desmatamento da nossa história. Nos últimos 10 anos, reduzimos o desmatamento em 79%, sem renunciar ao desenvolvimento econômico, nem à inclusão social.”

DIVULGAÇÃO

Page 4: O Estado Verde - Edição 22353 - 30 de setembro de 2014

4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 30 de setembro de 2014

VERDE

O consumidor final está cada dia mais consciente e exi-gente com relação aos pa-drões de consumo e às

questões ambientes. E cada vez mais no mundo, empresas buscam estraté-gias que possibilitem mudanças nos padrões insustentáveis de consumo a fim de preservar o meio ambiente e in-centivar a utilização de produtos con-siderados sustentáveis.

Pensando nesse cenário e entendo que as escolhas cotidianas de cada um podem melhorar a vida de todos e do planeta a Natura desenvolveu a tec-nologia Ecocompacto: uma solução que alia menor impacto no meio am-biente à proteção e performance espe-radas de um desodorante aerossol. O produto marca a entrada definitiva da Natura no segmento de desodorantes aerossóis com uma proposta que traz 48% menos impacto ambiental com mesmo rendimento e 24h de proteção antitranspirante e desodorante. Uma boa notícia para o Brasil que é o maior

mercado mundial de desodorantes (USD4, 8 bi), sendo que 50% dele é concentrado em aerossol.

EMBALAGEMUma das inovações do Ecocom-

pacto está na embalagem. Com me-tade da volumetria de um aerossol comum, 75 ml x 150 ml, o desodo-rante oferece o mesmo rendimento, graças à tecnologia de sua válvula e a sua fórmula concentrada. “É muito mais eficiente e reduz significativa-mente o impacto no meio ambiente. Isso porque conseguimos concentrar a fórmula e aliá-la a uma válvula que exige menos gás propelente para o funcionamento do conjunto. Como resultado, reduzimos o tamanho da embalagem e consequentemente da quantidade de material utilizado”, explica Alessandro Mendes, diretor de formulação e embalagem da Na-tura. A embalagem tem, em média, 15% menos de alumínio quando com-parado aos aerossóis do mercado.

A empresa Impacto Protensão e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) recebem, até 10 de ou-tubro, as inscrições e os projetos com ideias para o Prêmio Impacto Proten-são /Fiec de Inovação Aberta. A inscri-ção on-line pode ser feita por meio do endereço eletrônico www.impactopro-tensão.com.br. Nesse ambiente virtual, também é possível baixar o edital. A Impacto Protensão é a terceira empre-sa a aderir ao Projeto Inovação Aberta.

O concurso de ideias é gratuito e o prêmio será concedido às três melho-res ideias que propuserem inovações para melhorar a qualidade dos pro-dutos. Cada inscrito poderá participar com um ou mais projetos, individual-

mente ou em equipe, devendo efetuar a inscrição preenchendo um formu-lário de apresentação de cada ideia. O formulário estará disponível para download e pode ser encaminhado na página do prêmio, que fornecerá um código confirmando a inscrição. As premiações dos melhores projetos va-riam de R$ 3 mil a R$ 10 mil.

PROJETO INOVAÇÃO ABERTAO Inovação Aberta, do Programa

Uniempre, lança chamadas para apre-sentação de ideias de inovação por par-te de um público externo às empresas. Mais informações sobre o que é Ino-vação Aberta: http://www.uniempre.org.br/o-uniempre/inovacao-aberta.

Lançado um desodorante aerossol com tecnologia inovadora e sustentável

CONSUMO E SUSTENTABILIDADE

JORNALISTA E ESCRITOR

Abelhas dizimadasTranscrevo a referida mensagem:

“Silenciosamente, bilhões de abelhas estão sendo dizimadas, pondo em risco nossa produção de alimentos. Abelhas não apenas fazem mel – elas são uma força de trabalho imensa, po-linizando 75% das plantas que cultiva-mos. Mas em dois dias os EUA podem dar um passo em direção à proibição dos pesticidas tóxicos responsáveis pela mortandade.”Pressão pública

Continua o alerta: “Nós sabemos que podemos conseguir a proibição – depois de uma megacampanha da Avaaz ano passado, a União Europeia baniu essa mesma categoria de vene-nos, considerada por diversos cientis-tas como a responsável pela morte em massa das abelhas. Nesse exato mo-mento fábricas de componentes quí-micos estão fazendo forte lobby junto às autoridades norte-americanas para impedir uma mudança. Mas, informan-tes da Avaaz dizem que uma pressão pública massiva poderia ser o fi el da balança a favor da causa apiária. Va-mos fazer pressão! Um banimento fei-to pelos EUA pode defl agrar um “efeito dominó” no resto do mundo.”Zunido global

O tempo urge. Tempus fugit, diz o axioma latino. Portanto, não percamos tempo. A força-tarefa que cuida do assunto na Casa Branca apresentará propostas para a regulação. Não es-tamos falando apenas da sobrevivên-cia das abelhas, estamos falando da

nossa própria sobrevivência. Assine a petição imediatamente – vamos fazer um zunido global pedindo que os EUA proíbam esses químicos assassinos, antes que as abelhas sejam extintas, causando sérios danos ao planeta. O leitor pode assinar a petição e dá con-tribuição inestimável ao movimento, no seguinte endereço eletrônico:

h t t p s : / / s e c u r e . a v a a z . o r g /p o / s a v e _ t h e _ b e e s _ u s _ p e t _loc/?bPYbOeb&v=47042Vitais para a vida

Lembram os organizadores do mo-vimento que as “abelhas são vitais para a vida na Terra: todos os anos, elas polinizam plantações, um traba-lho que, se fosse pago, seria equiva-lente a cerca de 40 bilhões de dóla-res. Sem uma iniciativa imediata que assegure que as abelhas continuem a polinização, muitas das nossas fru-tas, vegetais e castanhas favoritas po-dem desaparecer das prateleiras dos supermercados e um terço da nossa oferta de alimentos pode sumir”. Espécies extintas

Nos anos recentes, temos visto um declínio grande no número de abelhas – algumas espécies já foram completa-mente extintas. Quando eu era menino nos sertões havia várias espécies de abelhas nativas, como a jandaíra (meli-pona subnitida duke), típica da Caatinga. Hoje só a encontramos em meliponários. Se não agirmos, é certo afi rmar que o fi m das abelhas está próximo e com elas a diminuição das possibilidades de sobre-vivência do homem na natureza.

ANTES QUE AS ABELHAS SEJAM EXTINTASPeço vênia ao leitor para tratar de assunto não exatamente jurídico-legal na co-

luna de hoje, mas sem descuidar da questão ambiental. Com o título que epigrafa estes tópicos recebi um e-mail da Avaaz, desimportante à primeira vista. Todavia, ao lê-lo considerei de suma importância colocá-lo à vista de todos. Eu que sou um curioso das abelhas e consumidor do mel que produzem, não poderia deixar de fazê-lo. Cumpre informar que a Avaaz é uma rede de campanhas globais de 38 milhões de pessoas que se mobiliza para garantir que os valores e visões da sociedade civil global infl uenciem as questões políticas internacionais. (“Avaaz” signifi ca “voz” e “canção” em várias línguas). Membros da Avaaz vivem em todos os países do planeta e estão espalhados em 18 países de 6 continentes, operan-do em 17 línguas. Saiba mais sobre as campanhas no site http://www.avaaz.org/po/highlights.php ou seguindo o movimento no Facebook ou Twitter.

Prêmio Impacto/Fiec de Inovação Aberta recebe inscrições

ATÉ 10 DE OUTUBRO

Page 5: O Estado Verde - Edição 22353 - 30 de setembro de 2014

Comunidade científi ca desco-bre uma nova espécie de ave no Brasil. Macuquinho-preto--baiano é como foi batizado

este pequeno passarinho, que pesa em torno de 15 gramas e mede apenas 12 centímetros da espécie Scytalopus gon-zagai da ordem Passeriformes, que en-globa os animais conhecidos popular-mente como pássaros ou passarinhos. A descoberta aconteceu numa estreita fai-xa de Mata Atlântica junto ao litoral da Bahia foi reconhecida ofi cialmente em agosto deste ano, pela revista The Auk, periódico científi co da American Orni-thologists’ Union (União dos Ornitólo-gos Americanos), voltado para estudos e pesquisas de aves.

20 ANOS DESPERCEBIDOO passarinho passou muito tempo

despercebido na natureza pelos pes-quisadores e ornitólogos. Apesar de a descrição acontecer em 2014, o estudo que levou à descoberta da nova espécie começou há mais de 20 anos, quando uma expedição com pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janei-ro (UFRJ) realizou a primeira coleta de exemplares e gravações das vozes da espécie. No entanto, estudos sistemáti-cos e exaustivos dirigidos para estudar e descrever a nova espécie, começaram somente em 2004, culminando com uma grande expedição em 2006, com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

O primeiro exemplar da espécie foi encontrado em 1993, sendo que, inicial-mente, os pesquisadores acreditavam que o pássaro era um macuquinho--preto comum (espécie do sul e sudeste do Brasil), pois era bastante semelhante à espécie. “Ao longo do estudo, porém, percebemos que se tratava de uma nova

ave do gênero Scytalopus”, explica Gio-vanni Nachtigall Maurício, professor do curso de Gestão Ambiental da Universi-dade Federal de Pelotas (RS) e primeiro autor do artigo de descrição da espécie. Os outros autores são Ricardo Belmon-te-Lopes e Marcos Ricardo Bornschein (ambos da UFPR), José Fernando Pa-checo (Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos), Bret Whitney (Louisia-na State University, Estados Unidos) e Luís Fábio Silveira (USP).

AMEAÇADO DE EXTINÇÃO O Scytalopus gonzagai apresenta ritmo

de canto mais forte e diferentes vocaliza-ções – como se fossem vários tons da fala

humana – diferenciando-se das outras aves do mesmo gênero. “A comunicação do passarinho apresenta diferentes notas. Percebemos, então, que a forma estrutu-ral de sua voz era de uma nova espécie”, ressalta o coautor do artigo, Marcos Ri-cardo Bornschein, do setor de Ciências Biológicas da UFPR e do Instituto de Pes-quisas Ambientais de Curitiba (PR).

Segundo o biólogo, o macuquinho-pre-to-baiano também tem outras caracterís-ticas próprias que o diferencia de outros macuquinhos. “As espécies do gênero Scytalopus são, em geral, muito seme-lhantes entre si, sendo que muitas delas diferem umas das outras apenas por di-ferenças no canto e na genética; contu-

do, o macuquinho-preto-baiano difere dos seus parentes também por tamanho e coloração, o que é um fato notável para o gênero”, comenta Bornschein.

Apesar da recente descoberta, o novo macuquinho brasileiro já nasce conside-rado ameaçado de extinção. Estima-se que existam pouco menos de 3 mil indi-víduos, número baixo para aves. A nova espécie é encontrada exclusivamente num trecho de montanhas do litoral baiano, numa área de fl orestas de 5.865 hectares, no bioma Mata Atlântica.

FUNDAÇÃO GRUPO BOTICÁRIOA Fundação Grupo Boticário de Prote-

ção à Natureza é uma organização sem fi ns lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da na-tureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigs-ner, a atuação da Fundação Grupo Bo-ticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disse-minação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.398 projetos de 480 insti-tuições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a Re-serva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra iniciati-va é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Oásis.

SERVIÇOVeja mais sobre os projetos da Funda-

ção Grupo Boticário de Proteção à Na-tureza na internet: www.fundacaogru-poboticario.org.br, www.twitter.com/fund_boticario e www.facebook.com/fundacaogrupoboticario.

5FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 30 de setembro de 2014

VERDE

Nova espécie de ave é descoberta no Brasil

BIODIVERSIDADE

Os estudos para identifi cação do pequeno passarinho começaram há mais de 20 anos. Mas o novo macuquinho brasileiro já nasce como ameaçado de extinção

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Page 6: O Estado Verde - Edição 22353 - 30 de setembro de 2014

6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 30 de setembro de 2014

VERDE

POR TARCILIA [email protected]

São 6,2 milhões de pesso-as que estão aptas a votar no Ceará em 5 de outubro para eleger presidente, go-

vernador, senador e representantes para a Câmara Federal e Assem-bleia Legislativa. No caso do posto máximo do Palácio da Abolição, são quatro candidatos na disputa. Para permitir uma melhor análise do perfi l e das propostas de cada um dos concorrentes, o Caderno O Es-tado Verde publica entrevistas com os mesmos. Eles respondem sobre temas estratégicos como Segurança Pública, Saúde, Educação, Trans-porte, Desenvolvimento, Economia, Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Semiárido. Hoje, você pode confe-rir um pouco das propostas do can-didato do PT, Camilo Santana.

[O estado Verde] Por que o senhor decidiu disputar as eleições para o cargo de governador do Ceará e por que acha que merece ser eleito?

[Camilo Santana] Tenho orgulho de fazer parte de uma geração que está pensando o Ceará para o futuro. Nos últimos sete anos, com o gover-nador Cid Gomes, apoiado pelos go-vernos de Lula e Dilma, o Ceará ex-perimentou um crescimento acima da média do Brasil, gerou mais de 350 mil empregos com carteira assi-nada, realizou projetos estruturantes sonhados há muitos anos, como a Si-derúrgica que hoje emprega mais de oito mil funcionários em sua constru-ção, o Eixão das Águas, que garante água para toda região metropolitana de Fortaleza e que está construindo a maior obra hídrica da história do Es-

tado, o Cinturão das Águas, que vai resolver, definitivamente, nos próxi-mos anos o problema de falta d’água nas áreas mais críticas do Estado.

Além disso, estamos construindo a melhor rede pública de saúde do Brasil, com hospitais no interior, UPAs 24 ho-ras, Policlínicas e Centros de Especia-lidades Odontológicas (CEOs). Tam-bém colocamos o Ceará com um dos melhores índices de educação do Brasil e construímos a maior rede de escolas de educação profi ssional em tempo in-tegral do País. Sou candidato não por vaidade ou por um projeto pessoal. Sou candidato apoiado por 18 partidos que compreendem e trabalham para um Ceará mais justo e menos desigual.

[OeV] Se eleito o que vai priori-zar no seu Governo?

[CS] Se o povo do Ceará me der à honra de ser governador, vou trabalhar para seguir avançando na ampliação da rede de saúde pública para o inte-rior com a construção dos hospitais da Região Metropolitana e do Vale do Jaguaribe e com UPAs nos municípios acima de 50 mil habitantes. Também vou apoiar a Prefeitura de Fortaleza na construção de seis policlínicas para consultas e exames especializados.

Além disso, pretendo melhorar o aten-dimento nas unidades de Saúde do Estado com um programa em que os pacientes vão dar notas para o atendimento recebido. Se a nota for boa, os profi ssionais da saúde

vão receber uma gratifi cação especial. Se a nota não for boa, não tem gratifi cação.

Na área da segurança, pretendo im-plantar 33 delegacias 24 horas na Capi-tal e no Interior, contratar mais policiais militares e civis, valorizar e incentivar o trabalho policial, estudando um novo sistema de promoções e corrigindo dis-torções salariais. Vamos também reorga-nizar o Ronda do Quarteirão e ampliar o Raio. Na área da segurança pública tenho como compromisso, também, ampliar a presença do Governo nas áreas mais críticas, com diversas ações articuladas na educação, esporte, saúde, assistência social, cultura, lazer e combate às drogas.

Na educação, vou levar progressivamen-te a escola profi ssionalizante em tempo integral para toda a rede estadual, seguir avançando com o Programa de Alfabeti-zação na Idade Certa (PAIC), criar Centros de Línguas Estrangeiras em todas as regi-ões e fortalecer políticas para a educação superior, com ampliação de investimen-tos e contratação de professores. Vou im-plantar, também, o Bilhete Único para a Região Metropolitana de Fortaleza, expan-dir o Minha Casa, Minha Vida no Estado e construir o Cinturão das Águas, que vai levar recursos hídricos para os Inhamuns, Sertão Central e Centro-Sul do Estado.

[OeV] O atual governo do Estado afir-ma que tem envidado no sentido de combater a criminalidade, mas a so-ciedade queixa-se dos resultados e do clima de violência e insegurança. Por que será? Como resolver a questão?

[CS] Este é um tema que preocupa a todos os cearenses. Assim como o Cea-rá, outros 19 estados brasileiros viram a criminalidade crescer nos últimos anos. Isso é decorrente, principalmente pelo aumento do consumo e tráfi co de dro-gas. Além de aumentar os quadros da polícia para combater este crime, vamos ampliar as redes de proteção à juventu-de, com educação profi ssionalizante em tempo integral, que vai proteger nossos jovens e prepará-los para o futuro.

Camilo Santana, candidato do PT ao governo do Ceará

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Page 7: O Estado Verde - Edição 22353 - 30 de setembro de 2014

7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 30 de setembro de 2014

VERDE

[OeV] Quase tudo que se arrecada é gasto com o custeio da máquina pública, uma máquina enorme, com órgãos muitas vezes ineficientes, desnecessários, com grande quan-tidade de cargos comissionados que consomem dinheiro público. Esta é a realidade, em praticamente, 100% dos estados brasileiros. Se eleito o senhor envidará esforços para uma reforma administrativa séria, dura, com “cortes na carne”?

[CS] A administração pública deve ser pautada pela efi ciência e transpar-ência. O Ceará avançou muito nos úl-timos anos com mecanismos de infor-mação sobre os próprios gastos e criou o programa de gestão por resultado. Vou seguir avançando para que te-nhamos uma máquina administrativa sempre mais veloz e capaz de atender às demandas da população.

[OeV] As escolas do Estado, em geral, não têm qualidade. O que o candidato propõe para melhorar o ensino público estadual?

[CS] A educação no Ceará melhorou significativamente nos últimos anos. Saímos da 11a colocação no Norte e Nordeste para o primeiro lugar. Além disso, criamos a maior rede de escolas profissionalizantes do Brasil. Já são 105 escolas em tempo integral que preparam anualmente mais de 40 mil jovens tanto para o vestibular, quan-to para o mercado de trabalho. Com a melhoria da educação, somente em 2013 mais de 14 mil estudantes de es-colas do Estado foram aprovados no Enem, universidades estaduais e no Programa Universidade para Todos (Prouni). Para melhorar ainda mais o ensino médio, vou ampliar progres-sivamente o número de escolas em tempo integral e seguir valorizando os professores.

[OeV] O metrô de Fortaleza – a maior parte em obra e outras em estudo – conta com apenas 24 km de extensão e um longo período em obra (17 anos). O que o candidato propõe para acelerar a ampliação do meio de transporte estratégico e fundamental para a melhoria da mobilidade urbana na Capital?

[CS] A expansão da rede do metrô de-pende de fi nanciamento de longo prazo e planejamento urbano, com foco nas oportunidades econômicas e no aumento de densidade populacional no corredor de transporte. Foi com o governador Cid Gomes que o Metrô de Fortaleza tornou-

se uma realidade. Vamos colocar para funcionar a Linha Sul, que já opera em fase de testes, e o VLT até 2015, além disso, fazer uma força tarefa para não haver atraso na construção da Linha Leste, que liga o Centro ao Fórum Clóvis Beviláqua. A parceria com o Go-verno da presidenta Dilma e a Prefeitura Mu-nicipal de Fortaleza são fundamentais para que a conclusão do metrô ocorra no tempo acordado.

[OeV] O candidato é contra ou a favor da criação de novos mu-nicípios?

[CS] A discussão sobre a criação de novos municípios está ocorrendo neste momento no Congresso Nacional. Há muitas localidades que desejam ter autonomia política e administrativa, sendo esta uma vontade que deve ser respeitada. Por outro lado, muitos mu-nicípios estão preocupados com a per-

da de receitas do Fundo de Participação do Município (FPM). Desde 1996 que se discute uma Lei que regulamente a emancipação de distritos, mas ainda não houve consenso. Minha posição é que devemos manter foco na forma-ção de um consenso sobre a melhor le-gislação para atender às demandas de autonomia, por um lado, e o equilíbrio fi scal, por outro.

[OeV] Como alavancar a econo-mia do interior do Ceará? Qual a política que o senhor propõe para desenvolver o Semiárido cearense, por exemplo?

[CS] Nós temos grandes oportuni-dades e vocações no Interior do Estado que precisam ser incentivadas e plane-jadas. O Ramal da Transnordestina, o Canal da Transposição do São Fran-cisco e o Cinturão das Águas criarão as condições apropriadas para uma políti-

ca de desenvolvimento regional di-versifi cada entre nos setores primário (agricultura), secundário (industrial) e terciário (comércio e serviços).

Além de uma matriz logística diversa e interligada – portos, ferrovia, as es-tradas e aeroportos regionais - teremos água e energia, o binômio principal para a atração de investimentos econômicos. Isso permitirá que a política de con-vivência com o Semiárido se dê em ou-tra perspectiva, mais social e econômica e menos climática. De maneira imedia-ta, quero colocar para produzir mais de 15.000 hectares de perímetros irrigados que estão prontos.

[OeV] Um projeto para o desen-

volvimento do Semiárido passa pela melhoria do acesso à água e univer-salização do saneamento básico, no entanto estamos longe de resolver o problema que impacta diretamente sobre a saúde e a economia como um todo. Qual o caminho para en-frentar a situação?

[CS] O caminho é avançarmos em direção à independência energética e a segurança hídrica. Isso está em curso e nos esforçaremos para que ganhe a velocidade necessária para garantir a qualidade de vida que todos almeja-mos para o povo cearense. Em parceria com o Governo Federal e os Municípios vamos expandir a rede de saneamento básico e o acesso à água de qualidade. Queremos estabelecer um planeja-mento de longo prazo com metas, re-sultados e prazos para o desenvolvi-mento social e econômico para que a sociedade civil organizada acompanhe a estratégia de superação das desigual-dades sociais e regionais.

[OeV] Como garantir segurança hídrica ao Semiárido num ambiente de Mudanças Climáticas?

[CS] As instituições vinculadas à Se-cretaria de Recursos Hídricos serão for-talecidas: Cogerh, Sohidra e Funceme. É muito importante que tenhamos inves-timento em produção de conhecimento científi co e em inovação tecnológica para nos adaptarmos às mudanças climáticas. Por um lado, temos que procurar reverter o processo de aquecimento e desertifi ca-ção que enfrentamos e, por outro, buscar alternativas para que o desenvolvimento ocorra de forma sustentável. Mas, sem dúvida, que a Transposição do São Fran-cisco, o Cinturão das Águas, a Integração de Bacias e a dessalinização da água do mar são fundamentais para garantir a se-gurança hídrica de todo o Ceará.

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O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),

está implantando no Polo Tecnológico e Industrial da Saúde (PITS) em Eu-sébio, o Centro Tecnológico de Plata-formas Vegetais. Esta será a primeira unidade de Bio-Manguinhos fora do Rio de Janeiro e será dedicada ao de-senvolvimento e produção de vacinas e biofármacos baseados em plataformas de expressão vegetal, voltados para a-tender prioritariamente às demandas da saúde pública nacional.

O novo Centro, que será instalado no bairro da Precabura, no Eusébio, terá plantas industriais multipropósitos e prédios de desenvolvimento tecnológico e de controle e garantia da qualidade, que permitirão nova capacidade de de-senvolvimento e fabricação de produtos biofarmacêuticos para uso humano.

Segundo o diretor de Bio-Manguin-hos, Artur Couto, serão implantadas duas plataformas, uma de expressão transiente em folha de tabaco e outra de expressão em cultura de célula vegetal. “A primeira se voltará para a produção de uma nova vacina contra febre ama-rela, e a segunda para a produção do biofármaco alfataliglicerase, usado por pacientes da rara Doença de Gaucher”, explica. O paciente com esta enfermi-dade apresenta insufi ciência de uma enzima relacionada à decomposição de moléculas de gordura que se acumulam no baço e no fígado.

Os produtos de Bio-Manguinhos garantem à população brasileira acesso gratuito a imunobiológicos de alta tecnologia e permitem a redução

dos gastos do Ministério da Saúde. Segundo o Instituto, em 2013, foram aproximadamente 100 milhões de doses de vacinas entregues ao Pro-grama Nacional de Imunizações (PNI) e outras 8,4 milhões de doses exportadas, mais de 5,3 milhões de reações para kits de diagnóstico e 11 milhões de frascos de biofármacos.

SOLUÇÕES SUSTENTÁVEISA Unidade também terá como carac-

terística a adoção de soluções susten-táveis com uso de energias renováveis, reutilização da água, preservação do meio ambiente e ações voltadas ao de-senvolvimento local. Com relação à preservação do meio ambiente, a Bio-Manguinhos buscará junto aos órgãos competentes as certifi cações ambientais

previstas a fi m de reduzir o impacto ao meio ambiente e ao mesmo tempo con-tribuir para a sua preservação.

Segundo o Instituto, na localidade de Precabura serão também desenvolvidas ações de responsabilidade socioambien-tal, por meio da interação com a comu-nidade e autoridades locais. A cadeia de fornecedores da região também será de grande importância para as atividades do Centro, sendo, assim, fortalecida.

REGIÃO SERÁ FORTALECIDAArtur Couto lembra ainda, que a in-

stalação da unidade no Ceará fortalecerá ainda mais a capacidade do Nordeste de produção científi ca e tecnológica em saúde. “A instalação obedece a premis-sas ambientais, a todas as normas, legais aplicáveis a indústria biofarmaceutica,

bem como as diretrizes urbanísticas. O projeto está sendo idealizado por meio de diálogo e de um desenvolvimento orgâni-co com as instituições locais, numa inicia-tiva que busca levar a demais centros as novas tecnologias e as fronteiras da pes-quisa científi ca”.

O prefeito do município de Eusébio, José Arimatéa Júnior, também ressalta a importância da instalação da Uni-dade. “Serão buscadas parcerias para programas de formação em conjunto com as universidades e institutos na-cionais. Isso vai atrair e desenvolver profi ssionais qualifi cados localmente, que vai ajudar a viabilizar o pleno fun-cionamento do Centro Tecnológico, que prevê a geração de 400 postos de trabalho em diferentes áreas. Isso mo-vimenta a nossa economia”, comemora.

8 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 30 de setembro de 2014

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Unidade será dedicada ao desenvolvimento e produção de vacinas e biofármacos baseados em plataformas de expressão vegetal, dentre elas a vacina contra febre amarela

Instituto Biomanguinhos será implantado no Eusébio

FÁBRICA DE VACINAS

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POLO TECNOLÓGICO E INDUSTRIAL DA SAÚDE

O PITS tem como objetivo principal desenvolver o segmento farmoquími-co do Estado, promover a inovação e a integração entre a academia e o setor privado e fomentar a sinergia entre as indústrias que formam o Polo. O pla-no piloto do empreendimento, foi de-senvolvido em parceria entre a Adece e a Prefeitura do Eusébio e contempla o cuidado ambiental no tratamento da área situada no entorno da Lagoa da Precabura, integrando as áreas verdes das matas naturais das margens ao pro-jeto urbanístico com construções saudá-veis, humanizadas e sustentáveis.

Para administrar a implantação do PITS, foi criado, pelo Decreto nº 30.884, de 19 de abril de 2012, o Comitê Gestor do Polo, que é integrado pelos titulares da Secretaria da Infraestrutura do Esta-do do Ceará (Seinfra), Secretaria da Ci-ência e Tecnologia (Secitece), Secretaria da Saúde (Sesa), Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), Prefeitura do Eusébio, Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Saúde, Sindicato das Indústrias Quími-cas e Farmacêuticas do Estado do Ceará (Sindquímica) e pela Agência de Desen-volvimento do Estado do Ceará (Adece), a quem compete liderança.

Segundo o prefeito Júnior, o Polo terá três empresas âncoras: Funda-ção Oswaldo Cruz (Fiocruz), Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia) e a Isofarma In-dustrial Farmacêutica Ltda.

FIOCRUZA Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz),

ligada ao Ministério da Saúde, desen-volverá um centro de formação, pesqui-sa e desenvolvimento, constituído por um prédio de gestão e ensino com 13 mil metros quadrados de área e 23 salas de aula com capacidade para 560 alunos, um prédio de pesquisa, de 15 mil metros

quadrados de área, com 15 laboratórios (dois deles de nível de biossegurança 3), um prédio de infraestrutura, auditório para 300 lugares, anfi teatro e praça.

A unidade da FioCruz está orçada em R$ 140 milhões em obras e equipamen-tos. A terraplanagem do terreno já foi iniciada e o prazo de conclusão está pre-visto para meados de 2015.

O Decreto no 30.955, de 12 de julho de 2012, declara de utilidade pública outra área, contígua ao Polo, para im-plantação do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Biomanguinhos. O or-çamento autorizado pelo Ministério da Saúde para a FioCruz no Polo Industrial da Saúde é de R$ 170 milhões.

CTI RENATO ARCHERO Centro de Tecnologia da Informa-

ção Renato Archer é uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tec-nologia e Inovação (MCTI), que atua na pesquisa e no desenvolvimento em tec-nologia da informação. Terá como foco de atuação as áreas de componentes ele-trônicos, microeletrônica, sistemas, sof-tware e aplicações de TI, como robótica, softwares de suporte à decisão e tecno-logias 3D para indústria e medicina.

ISOFARMAA Isofarma, líder na produção brasi-

leira de soluções parenterais em frascos de pequeno volume (até 100 ml), ocu-pará uma área de cerca de três hectares no Polo. Esse conjunto de ações objetiva tornar o Ceará um ambiente privilegia-do para a construção de um complexo da saúde forte e inovador, que contri-bua para o desenvolvimento do Estado e para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira.

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FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 30 de setembro de 2014

Segundo o Instituto Bio-Manguinhos, em 2013, foram entregues aproximadamente 100 milhões de doses de vacinas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI)

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A Agenda 21 chega ao fim. Documento oficial resulta-do da Segunda Conferência Mundial para o Meio Am-

biente e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro, conhecida tam-bém como Eco-92. Trata-se de um detalhado plano de ação com intuito de modificar os padrões de consu-mo e produção em escala mundial, na tentativa de minimizar impactos ambientais sem deixar de atender as necessidades básicas da humanida-de. O novo padrão que busca a con-ciliação da justiça social, eficiência econômica e equilíbrio ambiental e passou a ser chamado de Desenvol-vimento Sustentável.

Um dos princípios da agenda esta-va baseado no pensar global e agir lo-cal. Em Fortaleza, a proposta foi cria-da pelo Decreto Municipal nº 11812 de 16 de maio de 2005 e a primeira reu-nião aconteceu em novembro daquele ano, com 25 entidades representadas. O objetivo principal do processo era produzir um plano de ação para o al-cance de um cenário futuro desejável para a Capital. Esse plano levaria em consideração a análise das vulnerabi-lidades e potencialidades de sua base econômica, social, cultural e ambien-tal. Perto de completar nove anos de existência, antigos representantes la-mentam o fi m das reuniões e discus-sões do fórum.

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O caminho perdido dos Fóruns de discursão

AGENDA 21

Quase nove anos depois do primeiro encontro, grupo foi disperso e segue sem reuniões. Representantes lamentam. Seuma afirma que os Fóruns foram substituídos por espaços de discussões de temáticas específi cas. MMA confi rma o fi m da Agenda

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FIM DOS ENCONTROSPara o ambientalista Ademir Costa,

jornalista e integrante do Movimen-to do Proparque, lamenta o fim dos encontros que eram muito impor-tantes, na medida em que poderiam fazer estudos sobre a Cidade e pro-por uma visão de futuro; sobre qual o lugar que queremos viver. “Dentro do Fórum existiam representantes de poderes da sociedade civil e es-tudiosos, por exemplo. Tínhamos uma visão de longo prazo e podería-mos fazer propostas para o Governo, para a sociedade e para o mundo dos negócios, pois estes três segmentos comandam a Cidade. No entanto, os encontros não estão mais acontecen-do, é lamentável”, comenta.

Segundo Ademir, sem os Fóruns da Agenda 21, e sem outro que o substi-tua, Fortaleza fica entregue as inver-tidas, pensadas apenas no imediato. “A cidade não pode ser tomada por medidas emergenciais que só adiam um problema. Em alguns países fala--se em derrubar viadutos, em São Paulo, por exemplo, fala-se em der-rubar o Minhocão e em Fortaleza estão criando minhoquinhas, parece que a cidade não tem massa crítica, não tem especialistas para avaliar e discutir intervenções como essa”, ressalta o ambientalista.

NOVOS ESPAÇOS DE DISCUSSÃOA Agenda 21 local foi inicialmente

organizada pela então Secretaria Mu-nicipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) e acompanhada de perto pelo Ministério do Meio Ambien-te (MMA), os Fóruns aconteciam quin-zenalmente, mas deixaram de acon-tecer no primeiro ano da atual gestão municipal. A atual Secretaria Muni-cipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) informa que as ações foram interrompidas, “dada à necessidade de reestruturação do Fórum e também em razão dos novos espaços de discus-são e participação social, surgidos ou

reativados a partir do ano de 2013”. Conforme explicou a coordenadora de

Políticas Ambientais da Seuma, Magda Maia, as discussões da Agenda foram substituídas por espaços de discussões de temáticas específi cas, como o Fórum Adolfo Herbster, o Fórum Mensal de Urbanismo e Meio Ambiente, a Câmara Técnica da Arborização, Conselho Mu-nicipal de Mudanças Climáticas, dentre outros, já em busca da concretização da-quilo que foi preconizado pela Agenda 21.

SEM CONVITESApesar da justifi cativa, a presidente

do Sindicato dos Engenheiros do Ceará

(Senge), Thereza Neumman, que antes participava da Agenda 21 de Fortaleza, representando a entidade, afi rma não ter recebido mais nenhum convite ou in-formação sobre as mudanças.

“Todo espaço de participação da so-ciedade, é importante. Esse da Agen-da 21 era voltado para a questão do meio ambiente e era importantíssimo, tendo em vista a problemática que vi-venciamos relacionada ao tema. En-tão nada mais importante do que ter um espaço de discussão de projetos, de participação, por que era realmen-te muito representativo por todos os segmentos da sociedade. Diante de alguns problemas, o Fórum foi esva-ziando, mas não podia ter parado e deveria voltar”, reitera.

AGENDA 21 CANCELADANossa equipe procurou a assessoria

de comunicação do MMA – que acom-panhava de perto os Fóruns de discus-são da Agenda 21 local – para saber mais informações sobre o fi m dos en-contros. A assessoria confi rmou, por telefone, que foram canceladas todas as ações envolvendo a Agenda 21, en-viamos algumas perguntas por email com o intuito de obter mais detalhes e os reais motivos do cancelamento, mas até o fechamento desta edição a demanda não foi justifi cada.

AGENDA 21A Agenda 21, resultado fundamental da Conferência das Nações Unidas

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio 92, morreu. O documento que introduziu a ideia, hoje aceita por todos, de que desenvolvimento e meio am-biente constituem um binômio central e indissolúvel caiu no esquecimento.

O processo não era somente uma agenda ambiental e sim uma agenda de desenvolvimento sustentável, na qual o meio ambiente era a estrela de primeira grandeza, mas sem deixar de considerar questões estratégicas li-gadas à geração de emprego e de renda, a diminuição das disparidades regionais e interpessoais de renda, as mudanças nos padrões de produção e consumo, a construção de cidades sustentáveis, a adoção de novos mo-delos e instrumentos de gestão. Em suma, a expressão de um planejamento estratégico e participativo de uma sociedade determinando suas priorida-des, a serem defi nidas e executadas através de políticas públicas.

Propunha o resgate da capacidade de planejamento e auto-organização de uma sociedade, permitindo interações entre os diversos grupos sociais e incentivando uma cidadania ativa e propositiva num processo contínuo. A noção de “processo contínuo” era uma constante em toda a Agenda 21, que nunca foi entendida como um único acontecimento, documento ou atividade, mas como um processo de construção participativo e no qual a sociedade e ou a comunidade (Agenda 21 Local) aprendia sobre suas defi ciências e identifi cava as suas potencialidades e recursos.

Tarcilia Rego – Educadora Ambiental

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POR GABRIEL PARENTE*

No projeto de governo lança-do a época de sua candida-tura ao executivo municipal, o atual prefeito de Fortaleza

propunha, entre outros aspectos, de-senvolver uma gestão em que a questão ambiental tivesse grande relevância. No que se refere às propostas de ação envolvendo as áreas verdes e a cobertu-ra vegetal de Fortaleza, cidade marcada por baixo índice de arborização de suas vias, o então candidato propunha como diretrizes de sua gestão o aumento das áreas verdes e a melhoria na gestão ambiental por meio do incentivo à pro-fi ssionalização, ao monitoramento e à avaliação das políticas ambientais. En-tre as críticas apresentadas, o projeto ressaltava que não havia no município um planejamento referente ao plantio e manejo de áreas verdes e destacava a situação de abandono e de má conser-vação de nossas praças.

Próximo a chegar à metade de sua gestão, as ações da administração Roberto Cláudio não refletem o que o então candidato se propôs no que se refere à questão destacada, neste aspecto as praças do Centro são um grande exemplo pelo estado de aban-dono em que se encontram. O Passeio Público, um dos espaços que efetiva-mente vinham sendo revitalizados ao longo dos últimos anos, tanto pela reforma e conservação de suas es-truturas e jardins como por políticas culturais que incentivavam a ida de pessoas a este espaço, vivencia atu-almente uma situação de abandono que nos faz lembrar que o espaço, até bem pouco tempo atrás, era reduto de prostituição e consumo de drogas.

As obras viárias desenvolvidas na ci-dade também se confi rmam como ex-pressões da pouca importância que a atual gestão efetivamente tem dedica-do às áreas verdes e às políticas de ar-borização municipal. A arborização das avenidas Santos Dumont e Dom Luís, por meio do plantio de mudas em suas calçadas, desenvolvida com a justifi ca-tiva de ser uma compensação à perda das várias árvores adultas retiradas para a implantação de um sistema de binários nas avenidas, só foi anunciada e executada em função das críticas de parte da sociedade ao corte das árvo-res de seus canteiros centrais. Frente à experiência no caso das duas aveni-

das, a Prefeitura, em uma clara inten-ção de antecipar-se a críticas, anunciou que, antes de retirar quase 200 árvores adultas do canteiro central da Avenida Bezerra de Menezes para a implanta-ção de um sistema de BRT, plantaria mais de 300 mudas ao longo de suas calçadas. A execução desta ação, con-tudo, evidencia a falta de planejamento e a pouca relevância que a atual gestão confere à questão. Muitas das mudas recentemente plantadas na Avenida já morreram, algumas pela falta de água, (pois apesar de plantar, a Prefeitura não desempenhou ações de rega, ne-cessárias especialmente nos primeiros momentos após o plantio para o enrai-

zamento e estabelecimento da muda) e outras por terem sido arrancadas, pois em nenhuma das mudas plantadas foi colocada grade de proteção de forma a garantir uma maior segurança até que estas atingissem porte sufi ciente a es-tarem imune a estas ações.

Lamentavelmente, o balanço que fazemos das ações e omissões da atu-al administração ao longo da primeira metade de seu governo no que se refere a suas políticas de gestão das áreas ver-des e de fomento à arborização é a de uma gestão que não tem saldos a apre-sentar à sociedade, mas débitos.

*Integrante do Movimento Pró-Árvore

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Projeto real ou mero marketing eleitoral?