o estado verde 24/05/2016

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Licenciamento de antenas foi pauta de uma audiência pública em Fortaleza. Parlamentares questionaram o Projeto de Lei que altera a lei vigente na capital cearense. PÁGINA 7 Cada vez mais próxima da sustentabilidade, a Casa da Indústria lançou o Programa Sistema Fiec de Sustentabilidade para funcionários, diretores e presidentes de sindicatos. PÁGINA 8 Inundações costeiras devem afetar mais de um bilhão de pessoas até 2060, segundo relatório; EUA, China e Índia são as nações mais vulneráveis aos desastres meteorológicos. PÁGINA 6 O ESTADO Ano VIII Edição N o 441 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 24 de maio de 2016 FOTO JRSOBRINHO_SFIEC FOTO BETH DREHER "PRAÇA DAS FLORES" O nome mudou, mas a beleza continua a mesma PÁGINAS 4 e 5

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde 24/05/2016

Licenciamentode antenas foi pauta de uma audiência pública em Fortaleza. Parlamentares questionaram o Projeto de Lei que altera a lei vigente na capital cearense. PÁGINA 7

Cada vez maispróxima da sustentabilidade, a Casa da Indústria lançou o Programa Sistema Fiec de Sustentabilidade para funcionários, diretores e presidentes de sindicatos. PÁGINA 8

Inundações costeiras devem afetar mais de um bilhão de pessoas até 2060, segundo relatório; EUA, China e Índia são as nações mais vulneráveis aos desastres meteorológicos.PÁGINA 6

O ESTADO Ano VIII Edição No 441 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 24 de maio de 2016

FOTO JRSOBRINHO_SFIEC

FOTO BETH DREHER

"PRAÇA DAS FLORES"O nome mudou, mas a beleza

continua a mesmaPÁGINAS 4 e 5

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[email protected]

O Estado Verde é uma iniciativa do INVEXP, com apoio do jornal O Estado. EDITORA Tarcilia Rego JORNALISTA Katy Araújo DIAGRAMAÇÃO E DESIGN J. Júnior TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota. Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

Evento no Secretário Luiz Pinguelli Rosa deixa fórum do clima

Secretário executivo do Fó-rum Brasileiro de Mudança Climática desde o governo Lula e um dos nomes mais impor-tantes da militância científica pelo meio ambiente, Luiz Pin-guelli Rosa já tinha uma carta de resignação pronta enquanto assistia à votação do Senado que decidiria pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff.

A carta, endereçada ao pre-sidente interino Michel Temer, foi enviada na quinta-feira (12), como informou o jornal "O Es-tado de S.Paulo". Nela, o físico e professor emérito da Coppe (o instituto de pós-graduação e pesquisa em engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) afirma que o afas-tamento da presidente foi uma "injustiça praticada com a co-nivência do Supremo Tribunal Federal" e que ele se recusaria a permanecer em um cargo que lidava diretamente com o pre-sidente da República.

O apoio de Rosa pode ter surpreendido a presidente: am-bientalistas, afinal, não eram os maiores fãs de Dilma, cujo governo foi marcado por obras polêmicas como a da usina de Belo Monte. Rosa disse que sua atitude não é em defesa de Dil-ma, mas da democracia e que as “pedaladas são uma triviali-dade administrativa". Elogiou a atuação da ex-ministra Izabella Teixeira e disse que a escolha do novo ministro do Meio Ambien-te, José Sarney Filho, é acertada.

Rasgando a legislação ambientalComissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Sena-

do aprovou PEC 65/2012, que derruba o licenciamento ambien-tal para obras, prevê que, a partir da simples apresentação de um Estudo Impacto Ambiental (EIA) pelo empreendedor, nenhuma obra poderá ser suspensa ou cancelada.

A PEC do senador Acir Gurgacz (PDT-RO) e relatada pelo se-nador Blairo Maggi (PR-MT), atual ministro da Agricultura, ape-nas rasga a atual legislação ambiental aplicada em processos de licenciamento de obras públicas. Na prática, isso significa que o processo de licenciamento, que analisa se um empreendimento é viável ou não a partir dos impactos socioambientais que pode ge-rar deixa de existir.

O pano de fundo da PEC, em 2012, foi apressar as obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), de olho na Copa do Mundo. Lançado em janeiro de 2007, o PAC englobava um con-junto de políticas econômicas, com o objetivo de acelerar o cresci-mento do Brasil, e representou mais um fiasco do período petista à frente do Governo Federal.

Segundo Maggi, "claramente se pode observar que a proposta não objetiva afastar a exigência do licenciamento ambiental ou da apresentação de um de seus principais instrumentos de avaliação de impacto, o EIA. Não afeta, assim, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e consagra princípios constitucionais da administração pública, como a eficiência e a economicidade".

Parece piada, mas o propósito da PEC é exatamente este. A ex-pectativa minha e de toda a sociedade, creio, é o fortalecimento do Licenciamento Ambiental por parte do Estado brasileiro, ao invés de seu enfraquecimento. Felizmente, o Ministério Público está acompanhado de perto a tramitação da matéria e vem ten-tando mobilizar a opinião pública. Dia 16, promoveu um tuitaço, que repercutiu muito.

Ontem, começou, na Cidade do México, a 36ª Sessão da Comissão Econômica Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal). Considerado o mais importante encontro bienal desta agência da Organização das Nações Unidas (ONU), o evento segue até sexta-feira (27).

Cerca de 30 ministros, entre lati-nos e caribenhos, que participam da reunião intergovernamental, estão debatendo sobre o desen-volvimento econômico, social e ambiental da região com base em um documento de posição elaborado pela Cepal, com vistas

à Agenda dos Objetivos do De-senvolvimento Sustentável (ODS) aprovados pela Assembleia Geral da ONU em setembro de 2015.

Palmas! Ação conjunta entre o Instituto Brasileiro do Meio Am-biente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Superin-tendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) devolveu 77 animais silvestres à natureza, no município de Pacatuba. Ao todo, foram seis jiboias, uma iguana, um cassaco, além de 69 aves entre as espécies galos-de-campinas, bicudos, brigadeiros, corrupiões, sabiás-laranjeiras e da mata.

27 de maioDia Nacional da Mata Atlântica

A O bioma passou a ser homenageado em 27 de maio de 2001. Neste dia, no ano de 1560, o padre Anchieta assi-nou a “Carta de São Vicente”, na qual descreveu a biodiver-sidade das florestas tropicais, incluindo um conjunto flores-tal imenso, uma extensão ter-ritorial superior a 1,3 milhão de km², que hoje conhecemos como Mata Atlântica (MA).

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), atual-mente, os remanescentes de ve-getação nativa “estão reduzidos a 22% de sua cobertura original e encontram-se em diferentes estágios de regeneração”. Ape-nas cerca de 7% estão bem con-servados em fragmentos acima de 100 hectares. Mesmo redu-zida e muito fragmentada, esti-ma-se que, na Mata Atlântica, existam cerca de 20.000 espé-cies vegetais (35% das espécies existentes no Brasil), incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção.

O bioma presta importan-tíssimos serviços ambientais. Regula o fluxo dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, suas paisagens ofere-cem belezas cênicas, controla o equilíbrio climático e pro-tege escarpas e encostas das serras, além de preservar um patrimônio histórico e cultu-ral imenso. Aproximadamente 120 milhões de brasileiros vi-vem em seu domínio e onde são gerados aproximadamente 70% do PIB brasileiro.

Dia 29 de maioPrêmio CNI de Jornalismo 2015

Na reta final. As inscrições para edição 2016 do Prêmio CNI de Jornalismo terminam no dia 29 de maio. As inscri-ções devem ser feitas pela inter-net, no site do prêmio: http://www.premiocnidejornalismo.com.br. Poderão concorrer trabalhos jornalísticos veicula-dos em jornais, revistas, TVs, rádios, sites e blogs entre 1º de junho de 2015 e 25 de maio de 2016, Dia da Indústria.

30 de maioDia do Geólogo

Ser geólogo é “olhar para as rochas (um geólogo nunca fala em pedras) com um olhar cúmplice que só outro geólogo, que também conhece, poderá entender”. Geólogo é o profis-sional que estuda a estrutura e os processos que formaram a Terra e a sua evolução. Aqueles que pretendem seguir carreira nessa área poderão optar pela licenciatura e pelo bacharelado.

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Abertas inscrições para a Certificação Praia Limpa

Estão abertas, até 01 de julho, inscrições para a Certificação Ambiental Praia Lim-pa, Edição 2015/2016. Os municípios da orla cearense devem preen-cher, on line, uma ficha que está disponibilizada no site da Secretaria do Meio Ambiente (Sema). Acompanham também informações sobre a metodologia e o regula-mento do concurso.

Poderão inscrever-se municípios do Estado do Ceará situados na orla marítima e que te-nham requerido a ade-são ao Projeto Orla*. Embora alguns muni-cípios tenham mais de uma praia, só podem inscrever uma e que es-teja em área urbanizada.

A certificação (Lei nº

13.892/07) é um progra-ma do Governo do Esta-do do Ceará coordenado pela Sema. Consiste na concessão de um selo aos municípios que aderirem voluntariamente ao pro-grama, inscrevendo suas praias para que sejam avaliadas e recebam uma certificação de qualidade.

*A participação dos municípios no Projeto Orla é voluntária. Dos 20 municí-pios com Orla no Ceará, 17 estão inscritos: Barro-quinha, Camocim, Jijoca de Jericoacoara, Cruz, Acaraú, Itarema, Parai-paba, Paracuru, Trairi, Cascavel, Icapuí, Bebe-ribe, Aquiraz, Caucaia, Fortim, Aracati e Forta-leza. Os três não inscri-tos são: Amontada, São Gonçalo do Amarante e Itapipoca.

Em 22 de abril deste ano, quando se comemorou o Dia da Terra, 175 de 193 países-membros da ONU (Organização das Nações Unidas) assinaram o Acordo de Paris, em Nova York. O acordo visa desacelerar o aque-cimento global em curso e comprome-te seus signatários a limitar o aumento da temperatura de nosso planeta em torno de 1,5 oC, até o fim desse século. Essa singular atitude conjunta dos países foi uma resposta ao Quinto Relatório do IPCC publicado em 2014, que afirmou de modo categórico a atividade humana como uma das cau-sas do aquecimento global em curso.

A expectativa de todos é que esse Acordo passe a vigorar ain-da em 2016, mas sabendo que os dirigentes dos países signatários demoram para efetivar ações complexas visando limitar o au-mento da temperatura, você não precisa esperar e já pode ir dan-do sua contribuição. Uma ação simples e barata dentre muitas outras existentes é plantar árvo-res. Porém, por que plantar ár-vores é importante para o com-bate ao aquecimento global?

Sabemos que o principal pro-duto gerado pelo homem asso-ciado ao aquecimento global ou efeito estufa é o dióxido de carbo-no (CO2), principal gás do efei-to estufa presente na queima de combustíveis fósseis (petróleo e

seus derivados, carvão mineral e gás natural) e da vegetação. Então, devemos conter ou reduzir o acú-mulo de CO2 na atmosfera e os vegetais são as máquinas naturais perfeitas para realizar essa tarefa.

Os vegetais, aqui representados pelas árvores, realizam um dos processos mais nobres da nature-za, a fotossíntese. De forma sim-plista, esse processo utiliza CO2, água e energia solar para produzir glicose e oxigênio. Significa dizer que, as árvores ao realizarem a fotossíntese estão retirando CO2 da atmosfera e libertando oxigê-nio, renovando e purificando o ar. Ademais, o CO2 que foi se-questrado da atmosfera é utiliza-do para construir raízes, troncos, galhos, folhas e frutos da árvore. Portanto, a árvore é literalmen-

te um "depósito de CO2", bem como seus múltiplos pro-dutos como portas, janelas, móveis etc. Quando se quei-ma uma árvore ou qualquer de seus produtos, o "CO2" aprisionado na ma-deira é libertado e devolvido para at-mosfera.

Como diaria-mente depositamos CO2 na atmosfera em decorrência de nossas ações co-tidianas e essen-ciais, então, nada mais justo do que compensar essas emissões de CO2 plantando árvores. Chamamos isso de neutralização de carbono e para tal, um brasileiro preci-sa plantar em média

10 árvores por ano para compen-sar suas emissões de CO2 anual. Parece um esforço monumental e desencorajador, mas se não pode plantar todas anualmente, pelo menos comece a plantar e a não mais desmatar.

Em 1771, o cientista inglês Jo-seph Priestley (1733-1804) relatou que "acidentalmente havia encon-trado um método de restaurar o ar que havia sido prejudicado pela queima de velas acesas". Ou seja, ele havia descoberto o responsável natural que mantinha o ar puro e capaz de sustentar a vida. Ao ser homenageado por sua descoberta afirmou num trecho de seu dis-curso "podemos estar seguros de que nenhuma planta cresce em vão..., mas limpa e purifica a nossa atmosfera".

Mudanças Climáticas: Plante Árvores

ARTIGO

Por Arnóbio Cavalcante*

*Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Inpea

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Inaugurada a nova Praça Doutor Carlos Alberto Studart Gomes

CIDADE

O espaço revigorado é resultado do Programa de Adoção da Prefeitura Municipal, que busca revitalizar e humanizar, através de parcerias, praças e áreas verdes em Fortaleza

POR TARCÍLIA REGO [email protected]

D iferente da música de Ronnie Von, a pra-ça não é a mesma, o banco não é o mesmo,

as flores talvez sejam, mas o jardim, com certeza, também não. Tudo está diferente, mas eu não estou triste porque a praça está mais bonita. A referência aqui, é a nova an-tiga Praça das Flores, agora Praça Doutor Carlos Alber-to Studart Gomes, no bairro Dionísio Torres. O espaço foi adotado pelo Grupo BSPAR, que ficará também responsá-vel pela manutenção.

Na manhã do dia 15 de maio, um ensolarado domin-go, o empresário cearense, Beto Studart, filho do mé-dico Carlos Alberto Studart Gomes, contou emocionado que foi procurado pelo pre-feito Roberto Cláudio, um ano e meio atrás e convidado a “adotar e resgatar a praça”. Passado esse período, o espa-ço público foi reinaugurado.

“Estou dando para Forta-leza o que Fortaleza me deu e desejo que todos façam bom uso da praça”, disse Studart, dirigente da BSPar, desta-cando que a atitude de con-servação do local é de todos, e também revelando uma grande emoção pelo fato de agora o espaço trazer o nome de seu pai. “Fico emociona-do, vai dar longevidade ao papai e torná-lo eterno no coração das pessoas”.

Ato de solidariedade Roberto Cláudio fez ques-

tão de destacar que ali não acontecia nenhuma ação compensatória ambiental, mas que o empresário Beto Studart, “simplesmente, na condição de cidadão, investi-dor, empresário da cidade, fez um ato de solidariedade para com a cidade de Fortaleza”.

Para o renomado arqui-teto Jaime Lerner, uma boa acupuntura de uma cidade “é trazer gente para a rua, criar pontos de encontro e, prin-cipalmente, fazer com que

cada função urbana catalise bem o encontro entre pes-soas”. Justamente o que ex-pressou, durante a solenida-de de inauguração, o prefeito da Cidade.

Pequenas cidades em grandes cidades

Ele disse que, por trás do novo espaço, não estava ape-nas a crença da necessidade de revitalização em si, ou de entregar mais uma obra, mas a crença de que é possível ter

vida comunitária em gran-des cidades. Citando Nova York e Paris, ele disse que, na nova Praça Doutor Carlos Alberto Studart Gomes, “está uma aposta que os grandes centros urbanos do mundo fizeram: reencontrar a fór-mula das pequenas cidades em grandes cidades”.

Segundo o Prefeito, “as ci-dades cresceram, as relações pessoais se esgaçaram, a ca-deira na calçada foi esque-cida, os muros levantados, e

agora sequer conhecemos o vizinho que mora na esqui-na, ou o nome do filho do vizinho que mora na porta ao lado. E ao longo de 30 , 40 anos, foi fazendo com que a nossa cidade fosse se enco-lhendo e se escondendo”.

180 adotadas A secretária municipal de

Meio Ambiente, Águeda Mu-niz, disse a nossa reportagem que o novo espaço faz parte do Programa de Adoção de Praças, Parques e Áreas Ver-des. “Chegamos a 2016 no terceiro ano do Programa, e este momento é muito im-portante porque é uma gran-de praça da cidade”.

De acordo com Águeda, a população estava exigindo da Prefeitura uma ação em relação ao espaço. “E a me-lhor ação de todas, é quando a sociedade se junta, quando existe o voluntariado, quan-do alguém se propõe a fazer algo pela cidade. E o Pro-grama de Adoção de Praça é justamente isso: um mo-mento onde a sociedade se encontra para fazer o melhor pela cidade.”

Para a secretária “a praça é o ponto, é onde o ambien-te natural se encontra com o ambiente construído e, mais ainda, é onde a sociedade pode vivenciar encontros. Por isso, o Programa é um programa vitorioso da Pre-feitura, e a gente quer fazer com que esse programa se es-tenda mais por outras praças de Fortaleza”. Hoje, são mais de 180 adotadas ou em pro-cesso de adoção.

FOTOS BETH DREHER

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Ponto de vista

Opiniões

Arquitetura, o que mudou? A secretária Águeda, que é arquiteta e urbanista, disse que o piso foi

reconstruído, alguns quiosques implantados, também, o reordenamento dos boxes para comercialização de plantas e melhoramento na parte de iluminação pública e a poda de adequação. “Essa poda é para fortalecer”, explicou.

A poda de adequação é empregada para solucionar ou amenizar confli-tos entre equipamentos urbanos e a arborização. É motivada pela escolha inadequada da espécie, pela não realização da poda de formação e, princi-palmente, por alterações do uso do solo, do subsolo e do espaço aéreo.

Educação ambiental, o que agrega?Edilene Oliveira, da área de educação ambiental da Secretaria de Urba-

nismo e Meio Ambiente (Seuma), disse a O Estado Verde que o Programa de Adoção traz celeridade, a partir da parceria da administração munici-pal com a iniciativa privada, na disposição de bons espaços públicos para usufruto das comunidades.

“Que se, talvez, dependessem só da Prefeitura, poderiam demorar muito mais. É justamente um programa para colaborar com essa diretriz de compartilhamento da responsabilidade do poder público em parceria com a sociedade civil.”

Disse ainda que, sob o ponto de vista da educação ambiental, vem rea-lizando, nas praças adotadas, trabalho de distribuição e plantio de mu-das com a população e outras ações como vacinação de animais. “É uma educação ambiental na prática. Saímos um pouco do âmbito filosófico e realizamos ações bem práticas”.

Ana Cristina, florista há 30 anos.Foi o que eu esperava, apesar de ainda não estar concluí-

do, e ainda falta algumas coisas que eles prometeram. Eles tiveram um bom diálogo com a gente e isso foi fundamental para a gente poder confiar neles e nessa reforma.

Cleomar de Sousa, florista há 21 anos.A praça melhorou bastante. Minha mãe trabalhou aqui

13 anos, e o sonho dela era ver a praça reformada, para podermos ter mais espaço. Com essa reforma, vamos ter uma biblioteca, uma lanchonete, um banheiro, segurança, o que não tínhamos antes. Agora temos lazer, o piso antes era horrível e agora está ótimo. Isso aqui está a coisa mais linda, isso aqui é o cartão-postal da gente.

Terezinha e Wilson Acióli, frequentadores, (75 e 80 anos)A praça ficou ótima. Estava precisando desse cuidado,

ela estava muito maltratada. Agora eu acredito que, depois desses novos equipamentos, ela será mais bem aproveitada e utilizada. Há muito tempo, a gente falava que como era que uma praça tão boa e tão bonita não era aproveitada.

Erica FragaEu sempre venho aqui para comprar flores, e essa reforma

nos boxes, como cliente, achei excelente. Agora, podemos ver melhor os produtos. A reforma está ótima e, como usuá-ria, eu aprovei.

Valdirene Oliveira, florista, há 15 anosAtendeu nossa expectativa porque melhorou o fluxo de

clientes. Apesar de pouco tempo, a gente já sente a diferença, e a nossa clientela tem prazer de vir fazer compras e passear. Mas muito do que foi prometido não foi cumprido, como o tamanho das telas que ficam ao redor dos boxes e uma fonte luminosa, prometida para o meio da praça, que não foi colocada. Eles disseram também que não iriam mexer com a gente, mas mexeram.

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DA REDAÇÃO DO OEV*[email protected]

Relatório Act Now Or Pay Later: Protecting a billion people in cli-mate-threatened coastal cities, recentemente lan-çado pela organização de assistência humani-tária, Christian Aid, re-vela que as inundações costeiras afetarão mais de um bilhão de pessoas que vivem nessas áreas. Isso acontecerá em de-corrência da combinação do aumento do nível do mar, das tempestades e das condições meteoro-lógicas extremas.

Segundo o estudo, as pessoas que vivem em três dos maiores polui-dores do mundo - EUA, China e Índia - , são as que estão sob maior ris-co. E conforme projeções para o ano 2070, apoiadas pelo Painel Intergoverna-mental sobre Mudanças do Clima (IPCC), Kolka-ta e Mumbai, ambas na Índia, lideram a relação de cidades cujas popula-ções estão mais expostas às inundações costeiras, com 14 milhões e 11,4 milhões de habitantes, respectivamente.

Impacto financeiroAs primeiras sete ci-

dades são da Ásia e se-guidas por Miami, que fica na oitava posição. Porém, Miami é a pri-meira da lista das cida-des com maior impacto financeiro causado pelas inundações, com US$

3,5 trilhões em ativos ex-postos. Nova York vem em terceiro lugar, entre as com mais prejuízos finan-ceiros devido às inunda-ções costeiras, com US $ 2,1 trilhões.

A cidade chinesa Guan-gzhou ocupa o segundo lugar com a exposição de ativos de US$ 3,4 trilhões. No total, das 20 cidades mais vulneráveis finan-ceiramente, metade são de um desses dois países: EUA (com quatro cida-des) e China (com seis).

Seguro Para o dr. Alison Doig,

autor do relatório, a so-ciedade global está “tes-temunhando a colisão de frente entre o cresci-mento das áreas urbanas costeiras e as mudanças climáticas que torna as

inundações costeiras mais prováveis. Embora o custo financeiro para as cidades nos países ricos possa vir a ser incapa-citante, as pessoas mais ricas, pelo menos, têm opções para se mudar e receber a proteção do se-

guro”, disse.“Mas o que as evidên-

cias provam é que, de New Orleans [Estados Unidos] até Dakar [Ban-gladesh], são os mais po-bres que estão mais vul-neráveis, porque eles têm a pior infraestrutura e

não há redes de seguran-ça social ou financeira para ajudá-los a se recu-perarem.” Explica Doig, que além de responsável pelo relatório, é o prin-cipal consultor da Ch-ristian Aid, para o tema mudanças climáticas.

Danos no futuro Para o secretário-geral

das ONU, Ban Ki-Moon, “a cada US$1 gasto para reduzir os riscos de de-sastres agora, serão sal-vos, aproximadamente, US$7 em danos no futu-ro. É essencial que faça-mos algo urgentemente para prevenir o sofrimen-to de milhões de pessoas pobres e vulneráveis”, afirma no estudo.

Antes da Cimeira Mundial da Ajuda Hu-manitária, que começou ontem (23), em Istam-bul, o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, pe-diu que fosse dobrado o percentual de ajuda glo-bal investido na redução

dos riscos de desastres. Isso elevaria a cifra para US$ 1 bilhão.

A Christian Aid está pedindo um aumento para 5%. Dr. Doig disse: "Estes bilhões de dólares iriam de alguma for-ma ajudar a proteger as pessoas nessas cidades agora e aliviar a ameaça para os bilhões de pes-soas vulneráveis ao risco de inundações costeiras em 2060.”

CarbonoAinda “há uma chance

de evitar essa visão ter-rível do futuro”, de acor-do com o pesquisador Doing. Ele chama a aten-ção para o fato de que as cidades que enfrentam os impactos mais graves es-tão nos países com mais altas taxas de emissões de carbono.

“Portanto, a primeira coisa que podemos fa-zer é acelerar a transição global dos combustíveis fósseis sujos para a ener-gia limpa e renovável do futuro. Nós também po-demos fazer mais e nos prepararmos para tais ocorrências. Gastar di-nheiro agora com a redu-ção do risco de desastres vai poupar dinheiro e vi-das mais tarde".

Para ler o documen-to completo (em inglês), acesse: www.christia-naid.org.uk

Com informações da assessoria de imprensa da Organização Chris-tian Aid.

Mais de um bilhão de pessoas estãoexpostas às inundações costeiras até 2060

CLIMA

São os mais pobres os mais vulneráveis. Eles têm a pior infraestrutura e não contam com redes de segurança social ou financeira

As pessoas que vivem nos EUA, China e Índia, são as que estão sob maior risco

Ban Ki-moon: dobrar percentual de ajuda global investido na redução dos riscos de desastres

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7VERDE

A Organização Mun-dial de Saúde (OMS), já fez o alerta de que os apa-relhos que emitem ondas eletromagnéticas, como celulares e suas antenas, podem causar câncer. Visando isso, a bancada petista da Câmara Muni-cipal de Fortaleza realizou uma audiência pública para discutir a Mensagem nº 24/2016, do prefeito Roberto Cláudio, que tra-ta do licenciamento para instalação de antenas em Fortaleza e modifica as leis hoje vigentes. De acor-do com os parlamentares alguns pontos da matéria causaram preocupação na bancada petista, como, por exemplo, a redução da distância de instalação destes equipamentos para edificações em geral.

De acordo com a coor-denadora Jurídica da Secretaria do Meio Am-biente (Seuma), Georgia Aranha, todos os estudos para que fossem feitas as adequações na lei foram feitos. Ela lembra ainda, que cabe a Seuma so-mente o licenciamento ambiental e urbanístico ficando no âmbito federal o licenciamento de fun-cionamento. “A questão desse projeto ter sido en-caminhado, é justamente para adequar a legislação federal vigente e moder-nizar o licenciamento no âmbito municipal em re-lação a estação de rádios base e equipamentos si-milares a ela. Nós passa-mos dois anos realizando

pesquisa, para que tudo estivesse dentro do parâ-metro, queremos deixar claro que não cabe a nós autorizar o funcionamen-to da antena, mas apenas a disposição urbanística que essa antena vai ter no município”, destacou.

O vereador Deodato Ramalho, autor de duas emendas modificativas na matéria, apresentou algumas preocupações e dúvidas com relação à mensagem. Uma delas, de acordo com ele, caso o projeto seja aprovado como está, haverá um crescimento das antenas, afetando a qualidade do espaço urbano na capital. Ele reforça, afirmando que poderá até mesmo, afetar a saúde da popula-ção fortalezense.

Durante a audiência, o gerente do Departamento de Telemática do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Edson Almeida, pontuou que não só as antenas, mas como também o apa-relho que usamos no dia a dia faz muito mau a saúde. “A gente tem verificado ao longo dos tempos, já que é uma tecnologia que não tem vinte e poucos anos, é muito nova, que real-mente existe uma relação direta com a produção de alguns tumores, prin-cipalmente, em pessoas mais debilitada referente a essa radiação”, apontou.

Participaram ainda da reunião representantes de todas as operadoras de te-lefonia atuantes em Forta-

leza, mas, no entanto, ne-nhuma quis se manifestar sobre o assunto.

DicasA U.S Food and Drug

Administration (FDA) apresenta dicas para te proteger da radiação, in-dicando a utilização de kits próprios para celula-res que contêm disposi-tivos para tornar possível a conversação no celular sem entrar em contato com a área da cabeça, como os fones de ouvi-do. A FDA afirma que a utilização desses equipa-mentos reduz, mas não elimina os riscos que eventualmente possam estar relacionados à expo-sição e à radiação emitida pelos celulares.

A FCC também indica que manter o celular lon-ge do corpo e da cabeça, usar o viva voz para falar ao telefone, redigir men-sagens de texto, utilizar o telefone fixo quando se tem a opção e fazer uso consciente do celular, evitando falar por horas, também ajudam muito a diminuir a absorção de radiofrequência.

Outra dica que contri-bui em muito para a sus-tentabilidade é adotar um único telefone celular. A melhor opção é usar tec-nologia que suporte mais de um chip. Os fabricantes de celulares também reco-mendam nos manuais de instruções, manter o celu-lar no mínimo um centí-metro afastado da cabeça.

SAÚDE PÚBLICA

O objetivo foi discutir a Mensagem do Executivo, que introduz alterações da legislação atual. De acordo com os parlamentares alguns pontos da matéria causaram preocupaçãos

Audiência pública debate olicenciamento de antenas em Fortaleza

FOTO NAYANA MELO

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POR TARCILIA [email protected]

Sustentabilidade e responsabilidade empresarial estão cada dia mais jun-

tas, e deixando de ser uma escolha para tornar-se uma premissa no jeito de gerenciar e fazer negócios. Para atender a este novo direcionamento, a Fede-ração das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), lançou Programa Sistema FIEC de Sustentabilidade para funcionários, direto-res e presidentes de sin-dicatos, dia 17 de maio, em solenidade no Hall da Casa da Indústria.

Para o presidente da Fiec, Beto Studart, a expec-tativa é “que o desenvolvi-mento ande de mãos dadas com o meio ambiente”. Foi essa a essência de sua fala durante o lançamento do empreendimento verde, “as coisas são difíceis, mais possíveis”, disse, fazendo referência a um próximo passo, que é tornar o pré-dio que abriga a Fiec, “to-talmente sustentável”.

20 anos depoisJá o presidente do Sin-

dicato das Empresas de Re-ciclagem de Resíduos Do-mésticos e Industriais do Ceará (Sindiverde), Mar-cos Albuquerque, relem-brou a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) destacando a luta dos re-cicladores por uma norma

que tratasse a questão dos resíduos. “Depois de mais de 20 anos a Lei 12.305 foi aprovada, e passados mais de 5 anos pouca coisa foi implementada”, ressaltou.

Segundo ele, naquele momento, a Fiec esta-va fazendo a parte dela. “Não podemos deixar a gestão dos resíduos, úni-ca e exclusivamente, a cargo do poder público, temos e podemos fazer a nossa parte”, disse.

Albuquerque tam-bém apresentou alguns números “estarrecedo-res” sobre a reciclagem no Ceará: “deixamos de colocar na nossa econo-mia, anualmente, R$ 200 milhões, por não apro-veitar de forma adequa-do os resíduos sólidos”.

380 lixões Na ocasião, Maria Dias,

gerente executiva da Secre-taria de Meio Ambiente do Estado (Sema), colocou, um pouco, em números o que Albuquerque expôs e disse que em termos de lixão, hoje no Estado do Ceará temos em torno de 380 lixões, uma média de 2 a 3 por municí-pio. “Somente 10 municí-pios dispõem os resíduos de forma adequada em aterro sanitário”. Por isso a preocu-pação do governo estadual e gestores públicos com a im-plementação da PNRS.

Para a administração municipal de Fortaleza, a questão dos resíduos tam-bém é importante. “Nossa

Fiec lança Programa de Sustentabilidade para colaboradores

EVENTO

Iniciativa tem entre os seus pilares de sustentação, a Ilha Ecológica e a Coleta Seletiva na Casa da Indústria

FOTO JRSOBRINHO_SFIEC

Colaboradores e dirigentes do SFiec prestigiaram o lancamento do Programa

Ilha Ecologica

Marcos Albuquerque, do Sindiverde, entrega placa alusiva D. Nete

Solenidade

cidade não aguenta mais o desaforo da nossa falta de cuidado”, desabafa a secretária Águeda Muniz, da Seuma. “É inconcebível o poder público precisar limpar uma lagoa, um ria-cho. Não é para ser sujo”, afirmou lembrando que a inauguração da Ilha Eco-lógica, acontecia no Dia Mundial da Reciclagem.

Agora será diferente

O gerente do Núcleo de

Meio Ambiente da Fiec (Numa), Renato Aragão, não escondeu sua alegria, contando que há muito tempo vem tentando in-cutir entre colaboradores da Fiec, ”uma cultura de respeito” ao meio ambien-te. “Estou muito feliz por este momento”, disse, na certeza de que a partir de agora será diferente.

“O Numa, junto ao Sin-diverde, e com o apoio da atual diretoria, não medirá esforços para buscar êxito

do Programa Sistema Fiec de Sustentabilidade, que tem entre os seus pilares de sustentação, a Ilha Eco-lógica e a Coleta Seletiva na Casa da Indústria, com os resíduos sendo desti-nados para a Sociedade de Reciclagem do Lixo do Pirambu (Socrelp).” Tudo passará por questões de consumo racional da água e uso eficiente de energia.

HomenagemDurante a solenidade,

a militante e ambientalis-ta Francinete Cabral, co-nhecida como D. Nete, e fundadora da Socrelp, foi homenageada com flores [representando a natu-reza] e uma placa come-morativa, por relevantes serviços em prol do meio ambiente e por contribuir para a construção de uma sociedade mais justa no Ceará. Desde 1994, ela atua no setor de segrega-ção de resíduos e educa-ção ambiental.

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