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O ESPORTE EDUCACIONAL COMO MEDIADOR NA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA E DO BULLYING NO CONTEXTO ESCOLAR MACIEL, Marilis Balzer 1 – SEED/PR [email protected] FINCK, Silvia Christina Madrid 2 – UEPG/PR [email protected] RESUMO - Este trabalho discute o tema da violência e suas manifestações focando especificamente o Bullying no contexto escolar. As ações e estratégias de intervenção foram organizadas e abordadas através da tematização do esporte com enfoque educacional e mediador na prevenção da violência e do Bullying na escola. Estas intervenções foram aplicadas em turmas de 5ª séries do Ensino Fundamental de uma Escola Estadual Pública de porte médio da cidade de Ponta Grossa/PR, como medidas preventivas educativas em relação à violência, possibilitando-lhes a vivência de situações pedagógicas que contribuíssem para uma formação mais humana. No desenvolvimento das ações foram utilizados estratégias e instrumentos visando à avaliação diagnóstica, ações, discussões, reflexões e a análise dos dados coletados no desenvolvimento do projeto. Os recursos foram utilizados para informar, sensibilizar e conscientizar os alunos sobre o Bullying, o esporte foi vivenciado por meio de jogos, estimulando nos alunos a criatividade, a cooperação, o diálogo e a incorporação de valores humanos. Educar através do esporte é acreditar numa sociedade melhor, menos competitiva, mais solidária e cooperativa, que privilegia a formação do homem na sua totalidade, transformando-o num cidadão crítico, emancipado, que sabe o valor de ganhar e perder respeitando o adversário. Palavras-chave: Esporte. Bullying. Aulas de Educação Física. 1 Licenciada em Educação Física, Especialista em Ciência da Educação Motora. Atua na Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná, no município de Ponta Grossa, professora PDE desenvolveu o projeto, que é a temática deste trabalho, na escola onde é docente. É pesquisadora participante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar e Formação de Professores (GEPEFE/UEPG/CNPq). 2 Doutora em Ciência da Atividade Física e do Esporte (UNILEON/ES). Mestre em Educação (UNIMEP/SP). Professora Adjunta da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG/PR) atua no Curso de Licenciatura em Educação Física e no Programa de Mestrado em Educação da UEPG. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar e Formação de Professores (GEPEFE/UEPG/CNPq). Professora Orientadora do PDE e do projeto que é tema deste trabalho.

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O ESPORTE EDUCACIONAL COMO MEDIADOR

NA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA

E DO BULLYING NO CONTEXTO ESCOLAR

MACIEL, Marilis Balzer1 – SEED/PR [email protected]

FINCK, Silvia Christina Madrid2 – UEPG/PR

[email protected]

RESUMO - Este trabalho discute o tema da violência e suas manifestações focando especificamente o Bullying no contexto escolar. As ações e estratégias de intervenção foram organizadas e abordadas através da tematização do esporte com enfoque educacional e mediador na prevenção da violência e do Bullying na escola. Estas intervenções foram aplicadas em turmas de 5ª séries do Ensino Fundamental de uma Escola Estadual Pública de porte médio da cidade de Ponta Grossa/PR, como medidas preventivas educativas em relação à violência, possibilitando-lhes a vivência de situações pedagógicas que contribuíssem para uma formação mais humana. No desenvolvimento das ações foram utilizados estratégias e instrumentos visando à avaliação diagnóstica, ações, discussões, reflexões e a análise dos dados coletados no desenvolvimento do projeto. Os recursos foram utilizados para informar, sensibilizar e conscientizar os alunos sobre o Bullying, o esporte foi vivenciado por meio de jogos, estimulando nos alunos a criatividade, a cooperação, o diálogo e a incorporação de valores humanos. Educar através do esporte é acreditar numa sociedade melhor, menos competitiva, mais solidária e cooperativa, que privilegia a formação do homem na sua totalidade, transformando-o num cidadão crítico, emancipado, que sabe o valor de ganhar e perder respeitando o adversário. Palavras-chave: Esporte. Bullying. Aulas de Educação Física.

1 Licenciada em Educação Física, Especialista em Ciência da Educação Motora. Atua na Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná, no município de Ponta Grossa, professora PDE desenvolveu o projeto, que é a temática deste trabalho, na escola onde é docente. É pesquisadora participante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar e Formação de Professores (GEPEFE/UEPG/CNPq). 2 Doutora em Ciência da Atividade Física e do Esporte (UNILEON/ES). Mestre em Educação (UNIMEP/SP). Professora Adjunta da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG/PR) atua no Curso de Licenciatura em Educação Física e no Programa de Mestrado em Educação da UEPG. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar e Formação de Professores (GEPEFE/UEPG/CNPq). Professora Orientadora do PDE e do projeto que é tema deste trabalho.

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ABSTRACT - This paper discusses the issue of violence and its manifestations specifically focusing on Bullying in the school context. The actions and intervention strategies were organized and addressed by the sports thematization focused educational and mediator in the prevention of violence and Bullying at school. These measures were applied in groups of 5 th grade student at a State School Public medium-sized city of Ponta Grossa, such as preventive education for violence, giving them the experience of teaching situations that contribute to a training More human. In the development of actions were used strategies and tools aimed at the diagnostic evaluation, actions, discussions, reflections and analysis of data collected in the project development. The funds were used to inform, sensitize and educate students about Bullying, the sport was experienced through games, stimulating the students' creativity, cooperation, dialogue and the incorporation of human values. Educate through sport is to believe in a better society, less competitive, more caring and cooperative, which favors the formation of man as a whole, making it a critical citizen, emancipated, who knows the value of winning and losing respect the opponent. Wordkeys: Sport. Bullying. PE Classes.

INTRODUÇÃO

Percebemos que há violência nos dias atuais é considerada uma das

maiores preocupações da sociedade, afeta praticamente todas as pessoas

independente da classe social a que pertencem, causando medo, angustia, e uma

sensação de impotência frente a tantas ocorrências. A escola também é alvo da

violência, o que acaba comprometendo sua identidade, pois ao mesmo tempo em

que é considerado um local de aprendizagem de valores, do exercício da cidadania,

da ética e da razão, é noticiada como lugar de incivilidades, brigas, invasões,

depredações e até mortes.

Atualmente uma manifestação de comportamento que denota graus variados

de violência tem chamado à atenção de educadores, o Bullying, o mesmo foi visto

por muito tempo como simples brincadeira, não sendo, portanto levado muito a sério,

porém a proporção da ocorrência de fatos nas escolas nesse sentido vem

ocasionando grande preocupação para pais, professores e estudantes, pois estudos

revelam que este tipo de violência pode ocasionar muitos problemas, prejudicando o

desenvolvimento psíquico, físico, moral, cognitivo e afetivo social daqueles alunos

3

que estão envolvidos de alguma forma com esse tipo de situação onde a violência

está presente.

O QUE É O BULLYING?

O Bullying é uma manifestação de violência, tal termo é de origem inglesa e

segundo Pereira (2002, p. 160) está associado ao termo agressividade por não

existir uma tradução fiel, cujo sentido seja a agressão deliberada entre iguais, o que

justifica, de certa forma, que seja assim utilizado no Brasil por não existir uma

tradução fiel associada a essa terminologia.

A palavra “Bully” significa “valentão”, que seria o autor das agressões. A

vítima, ou o alvo é a que sofre os efeitos dessa violência. Também existem as

vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem

agressões, porém também são vítimas de Bullying praticado por outros.

Para Botelho et al. (2007), o Bullying compreende todas as formas de

atitudes agressivas, intencionais e repetidas (de maneira insistente e perturbadora)

que ocorrem sem motivação evidente e de forma velada, sendo adotadas por um ou

mais estudantes contra outro (s), dentro de uma relação desigual de poder. Este

fenômeno se manifesta sutilmente, podendo ser sob a forma de “brincadeiras”,

“apelidos”, trotes, gozações e agressões físicas.

Estudos realizados sobre o Bullying revelam que muitas tragédias e suicídios

foram cometidos por indivíduos que sofreram este tipo de violência em algum

momento da sua vida. Portanto, não podemos ignorar este problema que, muitas

vezes acontece na escola, e por não ser algo explícito passa muitas vezes

despercebido pela maioria dos profissionais que atuam nesse contexto.

O Bullying pode ser considerado um problema mundial que ocorre em

grande parte das escolas, independentemente de serem públicas ou privadas, de

sua localização ou dos turnos de funcionamento. Trata-se de uma forma de violência

quase invisível, que vai diminuindo o outro, no caso a vítima. Suas consequências

afetam todos os envolvidos, porém, os maiores prejudicados são as vítimas diretas,

que suportam de forma silenciosa seu sofrimento. O que justifica o silêncio das

4

vítimas, muitas vezes, é o medo de represálias do (s) agressor (es), que os ataques

se tornem ainda mais persistentes e cruéis, a falta de apoio e compreensão quando

se queixam aos adultos, à vergonha, o sentimento de incompetência e o

merecimento dos ataques.

Segundo Lopes Neto e Saavedra (apud Botelho et al, 2007) existem dois

tipos de ações de Bullying, as diretas que são subdivididas em físicas (bater, chutar,

tomar pertences) e verbais (apelidos, insultos, atitudes preconceituosas), e as ações

indiretas ou emocionais que são relacionadas com a disseminação de histórias

desagradáveis, indecentes ou pressões sobre a vítima, a principal intenção, nesse

caso, é que a pessoa seja discriminada e excluída de seu grupo social.

Inúmeras são as causas de tanta violência, mas percebemos que as

desigualdades sociais, o consumismo e a carência de valores morais e éticos

contribuem para a incidência destas ocorrências nas escolas.

Sabemos que não existe “receita” para acabar com a violência, mas como

educadores não podemos deixar de tratar pedagogicamente temáticas relacionadas

a essa questão social problemática e de fazer a nossa parte, na busca de

encaminhamentos, estratégias a fim de fundamentar uma educação voltada para o

desenvolvimento de valores tais como: o respeito às diferenças, a tolerância, a ética,

a cooperação, a solidariedade, a compaixão, entre outras.

Certamente o desenvolvimento de ações pedagógicas voltadas para

princípios que contemplem tais valores contribuirá para uma educação para a paz e

a formação de pessoas mais humanas.

Como educadores precisamos construir na escola uma cultura da paz com

objetivo de criar práticas alternativas para combater a violência. Conflitos fazem

parte da vida humana, não podemos negá-los mais precisamos encontrar meios

para enfrentá-los.

A Educação Física por meio dos seus conhecimentos tem muito a contribuir

para o combate das muitas formas de violência, propiciando situações pedagógicas

que levem o aluno a refletir sobre suas atitudes, dentro desta cultura de paz

desenvolvendo valores e princípios morais, sociais, culturais e afetivos.

5

O ESPORTE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A PREVENÇÃ O ÀS

MANIFESTAÇÕES DO BULLYING NA ESCOLA

No contexto atual, percebemos que os problemas relacionados à violência, a

indisciplina e ao desrespeito estão diretamente interligados à crise de valores

presente na sociedade e consequentemente entre as pessoas. Diante de tantas

mudanças sociais e tecnológicas, as pessoas passaram a dar menos importância a

valores, como a solidariedade, o respeito, a cooperação, o amor ao próximo.

Precisamos dentro do processo educacional, estimular o respeito mútuo, a justiça, o

diálogo, a auto-estima, levando os alunos a refletirem e a fazerem opções positivas

frente à realidade.

Segundo Martinelli (1996, p. 15), os valores humanos são fundamentos

morais e espirituais da consciência humana.

A causa dos conflitos que afligem a humanidade está na negação dos

valores como suporte e inspiração para o desenvolvimento integral do potencial

individual e conseqüentemente do potencial social.

A vivência dos valores alicerça o caráter, e reflete-se na conduta como uma

conquista espiritual da personalidade.

Segundo as Diretrizes Curriculares para a Educação Pública do Estado do

Paraná - Educação Física (DCEs/PR, 2006) a conscientização dos alunos passa

pelo entendimento da corporalidade3 e da importância dos valores para o seu

desenvolvimento integral, compreendendo como um conjunto de afetividade,

cognição e o ser corporal, visando um melhor entendimento sobre os fatores que

afetam positiva ou negativamente o seu desenvolvimento.

Acreditamos que de acordo com as abordagens que fundamentam o

trabalho da Educação Física a ser desenvolvido no contexto da escola, a abordagem

Crítico-Emancipatória (Kunz, 2000) aponta um encaminhamento teórico

metodológico que possibilita o alcance dos objetivos pretendidos com o

desenvolvimento do trabalho que foi proposto inicialmente.

Os estudos do professor Kunz (2000) apontam que o ser humano deve ser

analisado de forma integral, como Ser Humano. “Não são corpos que correm, saltam

3 Segundo as DCE’s (2006, p. 26) a corporalidade é entendida como a construção histórica e social do corpo.

6

e brincam, mas sim Seres Humanos que se movimentam". O Se-Movimentar" é

"uma conduta significativa, um acontecimento mediado por uma relação

significativa."

Kunz (2000) critica o movimento nos esportes, quanto à padronização dos

movimentos predeterminados e a execução dos gestos mecânicos visando à

melhoria do rendimento e habilidades na prática da Educação Física Escolar.

Para o ensino dos esportes é necessária uma transformação didático-

pedagógica, priorizando movimentos livres e espontâneos. É necessário pensar no

sujeito que está aprendendo, no ser humano que se movimenta, respeitando as

dimensões afetivas, cognitiva, sociais e motoras.

Desta forma a proposta Crítico-Emancipatória não busca apenas auxiliar o

aluno a melhor organizar e praticar o esporte, mais é uma tarefa de reflexão crítica

sobre todas as formas de encenação esportiva, com os seus interesses e os seus

problemas vinculados ao contexto sócio-político.

O aluno enquanto sujeito do processo de ensino deve ser capacitado para sua participação na vida social, cultural e esportiva, o que significa não somente a aquisição de uma capacidade de ação funcional, mas a capacidade de conhecer, reconhecer e problematizar sentidos e significados nesta vida, através da reflexão crítica (KUNZ, 2000, p. 31).

Assim o esporte aparece como determinante para o desenvolvimento

integral do ser humano, educar através do esporte é formar o homem e uma

sociedade melhor, menos competitiva, mais solidária e cooperativa, que privilegia o

homem e não o atleta, o cidadão crítico, participativo, emancipado e solidário, que

respeita o adversário tanto na vitória como na derrota.

Segundo Assis de Oliveira (2001), o esporte na escola pode contemplar os

princípios de competição, mas deve ser pensado para a coletividade, atingindo as

necessidades de toda a turma, sejam elas de divertimento, de prazer, de recriação,

superando as ideologias tidas como verdadeiras e as normas e regras sociais

estabelecidas.

O papel da Educação Física é transcender o senso comum e desmistificar

formas arraigadas e equivocadas em relação às diversas práticas e manifestações

corporais (DCE’s Educação Física, 2006, p. 21).

7

Desta forma torna-se importante propiciar situações de aprendizagem para o

desenvolvimento dos alunos oportunizando o debate e o aprofundamento do

conhecimento científico como forma de educar visando mudanças de atitudes.

Assim buscamos caminhos para trabalharmos e abordarmos o tema da

violência na escola, especificamente o Bullying, elegemos o esporte para ser

desenvolvido numa perspectiva educacional nas aulas de Educação Física.

Acreditamos que o desenvolvimento dos seus diversos conhecimentos possibilita o

enfoque pedagógico de temáticas relacionadas à violência, com o objetivo de

minimizar a agressividade entre os alunos.

Desenvolvemos estratégias através da prática do esporte, com enfoque

educacional, visando à mediação de intervenções para reflexões/ações sobre a

violência e o Bullying na escola. Informamos, sensibilizamos e conscientizamos os

alunos sobre o Bullying. Refletimos e discutimos sobre as diversas formas de

violência que acontecem no âmbito esportivo.

Situações de ensino aprendizagem para a tematização dos valores que ele

proporciona, ensinando a não agredir fisicamente nem psicologicamente explicando

as razões para esse comportamento propondo alternativas que conduzam ao

autocontrole das forças que atuam no interior das pessoas.

O esporte é um dos fenômenos sociais de maior significado, sendo acima de

tudo um patrimônio cultural, exercendo grande influência sobre as crianças e

adolescentes nos mais diferentes aspectos, entre eles: de comportamento, de

preferência em relação a determinadas práticas, na forma de se vestirem, entre

outras (FINCK, 1995).

OS CAMINHOS PERCORRIDOS: AS ETAPAS DO DESENVOLVIMEN TO DO

PROJETO NA ESCOLA

Seguindo as estratégias das ações propostas no projeto, iniciamos o

trabalho com a aplicação de um questionário com o objetivo de realizarmos uma

avaliação diagnóstica do aluno, a fim de levantarmos dados principalmente sobre

sua vida familiar, se já sofreu algum tipo de agressão na escola, em casa ou se já

8

praticou alguma atitude agressiva. Para a formulação das questões usamos como

referência o questionário aplicado pela Instituição inglesa Kidscape (1984), que há

anos dedica-se ao tema Bullying.

O questionário foi elaborado com dezesseis (16) questões e foi aplicado

para alunos de turmas de 5ª séries do ensino fundamental, na faixa etária entre dez

(10) e treze (13) anos, de uma escola pública estadual, de porte médio, situado na

região central do Município de Ponta Grossa/PR. As questões foram respondidas por

noventa e cinco (95) alunos que estavam presentes no dia da sua aplicação, desse

total de alunos quarenta e nove (49) são do sexo masculino e quarenta e seis (46)

do sexo feminino.

Para uma melhor visualização dos resultados dos questionários, utilizamos

além da descrição dos resultados uma forma gráfica para retratar as respostas dos

alunos.

Questão 1 : Você mora:

A primeira questão teve por objetivo verificarmos com quem o aluno (a) mora. A

maioria cinquenta e um (51) alunos responderam que moram com o pai e a mãe,

cinco (5) alunos responderam que moram com o pai, trinta e um (31) alunos moram

com a mãe e seis (6) alunos responderam que moram com os avós.

51

5

31

6com mãe e pai

somente como pai

somente coma mãe

com avós

Questão 2 : Sua casa localiza-se:

Por ser um Colégio localizado na região central, a segunda questão teve por objetivo

analisarmos em que região o aluno reside. O resultado aponta que apenas quinze

9

(15) alunos moram no centro e que setenta e sete (77) moram em bairros diferentes

da cidade.

15

77

no centro

no bairro

Questão 3 :

Você conversa em casa sobre tudo? (drogas, brigas)?

Esta questão teve como objetivo analisarmos o relacionamento dos pais com os

filhos, através do diálogo. Temas como drogas, sexo, violência são abordados em

casa? Os resultados afirmam que sessenta e quatro (64) alunos conversam sobre

todos os assuntos em casa e que trinta e um (31) alunos não têm este diálogo com

os pais.

64

31

sim

não

Questão 4: Você sofre agressão dentro de casa? Se a resposta for sim, que tipo de

agressão?

O objetivo desta questão era descobrirmos se os alunos sofrem algum tipo de

agressão dentro de casa. A maioria dos alunos oitenta e sete (87) responderam não

sofrer nenhum tipo de agressão em casa. Os dois (2) alunos que responderam sim

um disse sofrer agressões verbais, e o outro agressões físicas.

10

2

87

sim

não

Questão 5: Na escola você já foi chamado ou apelidado por “nomes” que você não

gostou?

A quinta pergunta teve como objetivo descobrir se os alunos já foram apelidados

pelos colegas e como se sentiram em relação ao apelido. Os resultados mostram

que a maioria cinquenta (50) alunos já receberam algum tipo de apelido e que trinta

e oito (38) nunca foram apelidados.

50

38 sim

não

Questão 6: Quanto tempo durou?

Nesta questão temos por objetivo analisarmos a ocorrência de Bullying nos alunos

por apelidos maldosos. Dos alunos que responderam que recebem apelidos dezoito

(18) dizem que a duração foi de uma semana, oito (8) alunos que durou várias

semanas, quatorze (14) que aconteceu durante todo o ano e nove (9) alunos

responderam que os apelidos vêm acontecendo a muitos anos caracterizando assim

casos típicos de Bullying.

11

18

8

14

9 uma semana

váriassemanas

durante o anopassado

ocorre hámuitos anos

Questão 7: Qual era sua reação diante do apelido?

Nesta questão os alunos poderiam marcar mais de uma alternativa.

As respostas foram bem diversificadas, mas a maioria trinta (30) dos alunos

afirmaram não ter dado importância/atenção para os apelidos que receberam, não

caracterizando assim casos de Bullying, porém tivemos doze (12) respostas de

alunos que pediram ajuda aos professores e coordenação do Colégio, treze (13)

responderam que pediram para que parasse(m), quatro (4) reagiram chorando, nove

(9) responderam que se ofenderam e dois (2) responderam terem faltado mais as

aulas por causa dos apelidos.

30

12

13

4

92

não deiatenção

me ofendi

pedi queparasse (m)

chorei

pedi ajuda

faltei mais asaulas

Questão 8: Na escola, alguma vez você já sofreu alguma atitude agressiva?

Nesta questão os alunos poderiam marcar todas as atitudes agressivas que já

sofreram. O objetivo desta pergunta era analisarmos quais atitudes agressivas

acontecia entre os alunos. A maioria das respostas cinquenta e três (53), afirmam

12

que foram empurrados, trinta e cinco (35) dizem terem sido chutados, quatorze (14)

já foram roubados no Colégio, nove (9) responderam terem vivenciado outro tipo de

agressão enquanto que vinte (20) respostas afirmam nunca terem sofrido nenhum

tipo de agressão no Colégio.

35

13

53

14

9

20chutado

ferido

empurrado

roubado

outros

nunca

Questão 9 : Se você já sofreu alguma atitude agressiva descrita acima, quanto

tempo durou?

Esta questão teve por objetivo descobrir se a agressão que o aluno sofria se

caracterizava um caso de Bullying. Dos alunos que em algum momento sofreram

alguma agressão quarenta e sete (47) responderam terem sido agredidos apenas

uma vez, seis (6) alunos responderam que pelo menos uma vez na semana eram

agredidos, três (3) alunos responderam que as agressões aconteciam de três a seis

vezes por semana, e quatorze (14) alunos responderam que as agressões

aconteciam várias vezes por semana.

47

6

3

14

uma vez

uma vez porsemana

três a seisvezes porsemana

várias vezespor semana

13

Questão 10 : Onde ocorreu?

A décima questão teve por objetivo analisarmos em que local aconteciam com

maiores freqüências às agressões.

Dos lugares indicados cinquenta e dois (52) alunos responderam sofrer agressões

no recreio e dezesseis (16) na entrada/saída da escola onde geralmente não existe

a presença de um supervisor, doze (12) alunos responderam que acontecia na sala

de aula, nove (9) alunos disseram que sofriam as agressões nos corredores e seis

(6) alunos responderam que as agressões aconteciam em outros locais do Colégio.

12

9

52

16

6sala de aula

corredores

recreio

entrada/saídada escola

outros

Questão 11: Você já foi excluído, ameaçado, discriminado ou perseguido pelos seus

colegas na escola, mesmo sem motivo aparente?

Esta questão tem como objetivo analisarmos se entre os alunos ocorre agressão

psicológica como a discriminação, a exclusão, a ameaça, a perseguição, etc. Dos

alunos que responderam a esta questão cinquenta e um (51) disseram que não,

nunca sofreram este tipo de agressão e trinta e oito (38) responderam que sim.

38

51

sim

não

14

Questão 12 : Se você respondeu sim, com que freqüência isso aconteceu?

Esta questão teve por objetivo verificarmos a frequência destas agressões e

analisarmos a relação deles com o fenômeno Bullying. Vinte e três (23) alunos

responderam que sofreram algum tipo de ameaça, discriminação ou perseguição

pelo menos uma vez, o que não caracteriza casos de Bullying, quatro (4) alunos

responderam apenas uma vez na semana, três (3) alunos disseram receber estas

agressões três a seis vezes por semana, e dez (10) alunos responderam que já

sofreram algum tipo de agressão psicológica várias vezes por semana.

23

4

3

10

uma vez

uma vez porsemana

três a seisvezes porsemana

várias vezespor semana

Questão 13: Quantas pessoas o “atacaram”?

Esta questão teve por objetivo analisarmos a quantidade de alunos envolvidos com

algum tipo de agressão. Quatorze (14) responderam que eram atacados sempre por

um colega, dezesseis (16) responderam que os ataques aconteciam por dois ou três

colegas, três (3) responderam que eram agredidos por quatro a nove colegas, nove

(9) responderam que eram atacados por mais de nove colegas e seis (6) não

souberam dizer quantos colegas o atacaram.

14

16

3

9

6sempre umcolega

dois ou trêscolegas

quatro a novecolegas

mais de novecolegas

não sei dizerquantos

15

Questão 14: Como você se sentiu em relação a estes “ataques”?

A décima quarta questão teve por objetivo analisarmos a reação dos alunos ao

passarem por alguma situação de agressão. Dos alunos que responderam trinta e

quatro (34) disseram terem sentido raiva do colega(s), treze (13) responderam que

se sentiram mal, sete (7) ficaram assustados, seis (6) alunos responderam que não

queriam ir para a escola, enquanto que cinco (5) alunos responderam que não se

incomodaram com os ataques.

57

34

13

6não meincomodei

me sentiassustado

tive raiva

me senti mal

não queria irpara a escola

Questão 15 : Você já praticou alguma atitude agressiva com algum colega na

escola?

A décima quinta questão teve por objetivo analisarmos se os alunos que eram

agredidos por colega(s), também praticavam atitudes agressivas. Apesar de trinta e

dois (32) alunos afirmarem nunca ter praticado alguma atitude agressiva

observamos que cinquenta e nove (59) já estiveram envolvidos com algum tipo de

agressão. Entre as agressões destaca-se: vinte e cinco (25) alunos agrediram

chutando, onze (11) ferindo, trinta e seis (36) empurrando, um (1) roubando e dez

(10) alunos responderam terem cometidos outros atos agressivos.

25

11

361

10

32 chutando

ferindo

empurrando

roubando

outros

nunca

16

Questão 16: Qual a quantidade de colegas que você já atingiu com as atitudes

praticadas descritas acima?

Esta questão teve por objetivo detectarmos quantas crianças em algum momento na

escola já sofreram com algum tipo de agressão. Dos alunos que responderam vinte

e seis (26) disseram que atacaram apenas um colega, quatorze (14) responderam

terem atacado de dois a três colegas, treze (13) responderam de quatro ou mais

colegas e nove (9) alunos disseram não saber o número de colegas que já haviam

atacado.

26

14

13

9 um colega

dois ou trêscolegas

quatro ou maiscolegas

outros

Analisando as respostas dos questionários verificamos claramente a

existência do Bullying no Colégio e a importância de termos esta consciência sobre o

tema, obtendo subsídios para a análise das causas e efeitos desta prática entre os

alunos.

A etapa seguinte teve por objetivo principal buscar o entendimento por parte

dos alunos sobre o fenômeno denominado Bullying: o que é, como ocorre, quais são

suas consequências, quem são os autores e vítimas, entre outras. O

encaminhamento pedagógico do trabalho se deu através de duas aulas teóricas em

cada turma, onde utilizamos a TV pendrive com a apresentação de slides sobre o

Bullying.

Apresentamos várias imagens de casos de Bullying como meio de

sensibilizá-los e incentivá-los a obterem conhecimentos sobre o tema. As aulas

despertaram bastante interesse dos alunos, alguns já conheciam o termo Bullying

principalmente os meninos pela existência de um jogo de vídeo game com esse

nome e com ações que o caracterizam como o referido fenômeno acontece.

17

No final de cada uma das aulas fizemos “a roda da conversa” para debater

questões sobre o tema, alguns alunos relataram casos vivenciados e/ou observados

de Bullying no seu bairro, na escola e na própria sala de aula.

Com o objetivo de divulgar os conhecimentos sobre Bullying na escola e

também ampliar as discussões, evidenciando-o como uma ação violenta,

incentivamos os alunos a procurarem imagens em jornais, revistas, internet, imagens

que retratassem esse tipo de violência no ambiente escolar. Todo o material

coletado pelos alunos foi guardado, muitos não encontraram imagens e reportagens

que retratassem o tema especificamente, então acabaram trazendo recortes de

todos os tipos de violência que foram também aproveitados para as discussões.

Para o desenvolvimento do trabalho selecionamos alguns subtemas

decorrentes da temática maior (Bullying), entre eles: conceitos, autores, vítimas,

consequências, frases de conscientização, frases de alerta, poesias, violência,

Bullying, entre outros. Em seguida os alunos se organizaram em pequenos grupos e

desenvolveram trabalhos que partiram dos temas/subtemas. As estratégias

empregadas pelos alunos foram o diálogo, a elaboração da síntese do grupo

finalizando com a confecção e exposição de cartazes. Utilizamos duas aulas para a

realização dos trabalhos e cada grupo apresentou o seu para a turma toda,

posteriormente os cartazes foram expostos e fixados nas paredes dos corredores da

escola.

A sequência do trabalho se deu através de ações voltadas para o

desenvolvimento do esporte com enfoque educacional, visando contribuir na

prevenção da violência e do Bullying na escola.

O trabalho foi de extrema importância e relevância para o desenvolvimento

de ações no contexto escolar, voltadas para a ampliação de estratégias

metodológicas que contribuíram para fomentar as discussões e reflexões com os

alunos, bem como informá-los, possibilitando-lhes a vivência de situações

pedagógicas que contribuíram para sua formação humana, sedimentando também

valores importantes para sua cidadania.

As atividades propostas nesta etapa do trabalho foram direcionadas no

sentido de serem diversificadas e motivadoras, possibilitando despertar o interesse

dos alunos, buscando envolvê-los e conscientizá-los.

18

Nesse sentido desenvolvemos o Esporte, especificamente as modalidades

do basquetebol e handebol, visando à aprendizagem, principalmente, por meio de

jogos com enfoque cooperativo, estimulando nos alunos a criatividade, a

cooperação, o diálogo e a incorporação de valores humanos. No final das aulas,

organizávamos os alunos em um círculo (“roda de conversa”) e dialogávamos sobre

o que tínhamos vivenciado, os alunos davam sugestões, e aproveitávamos para

resolver eventuais conflitos que surgiam durante o jogo, sempre orientando e

levando-os a refletir sobre seus atos.

O próximo passo foi à apresentação do filme “Lucas um Intruso no

Formigueiro,” o filme aborda o tema Bullying e valores humanos como a amizade, o

respeito, o aprendizado em relação à valorização das pessoas, suas habilidades, o

trabalho em grupo e o respeito às diferenças individuais.

Para análise e reflexão do filme, “Lucas um Intruso no Formigueiro”, os

alunos responderam algumas questões, com o objetivo de verificarmos o

entendimento sobre a temática que os alunos obtiveram assistindo ao filme, como

por exemplo, se conseguiram entender a mensagem que o mesmo transmite em

termos de violência, Bullying, valores tais como: a importância do trabalho em grupo,

o respeito às diferenças, o apreço da amizade, a importância da solidariedade, entre

outros.

Utilizamos esta técnica haja vista que nos debates muitos alunos por

timidez, acabam não expondo suas idéias, desta forma todos tiveram a oportunidade

de se expressar.

Uma nova etapa do trabalho foi desenvolvida numa aula, ministrada para

cada uma das turmas, o seu desenvolvimento se deu através da apresentação de

slides que mostravam os dois lados do esporte, isto é o lado positivo e o lado

negativo, os quais estão relacionados com as ações das pessoas que fazem parte

do contexto esportivo, entre eles: dirigentes, técnicos, atletas, jogadores

profissionais, torcidas etc.

Os slides foram elaborados considerando as seguintes questões: Como as

pessoas vêem os esportes? O esporte é sinônimo de saúde? O esporte é

transmissor de grandes exemplos? O esporte pode contribuir para manter as

crianças e jovens longe das drogas e da criminalidade? Como e porque ocorre a

utilização de doping nos esportes? Quais as consequências da utilização do doping

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para a saúde do esportista? Podemos vencer respeitando as regras e o adversário?

Será que vencer a qualquer “preço” é válido? Após a apresentação e explicação dos

temas, os alunos manifestaram suas opiniões, citaram exemplos de doping, de

violência principalmente no futebol entre as torcidas, as lutas livres, o salário dos

jogadores, etc.

Neste sentido tratamos da temática da Violência (Bullying) num âmbito maior

e relacionamos com o contexto esportivo, focando situações que estão presentes no

cotidiano do esporte, principalmente o profissional.

A relevância desta etapa está em tratar pedagogicamente do fenômeno

esporte num contexto ampliado, utilizando situações que estão próximas dos alunos

e que são veiculadas pelos meios de comunicação, principalmente a televisão.

Nessa etapa foram utilizados xerox dos slides referente à etapa seis (6), que

tratou dos aspectos positivos e negativos do Esporte. As cópias foram distribuídas

para os alunos, que se organizaram em grupos, complementando o trabalho também

com outras imagens. Os alunos organizaram cartazes utilizando gravuras,

reportagens e frases, o trabalho foi direcionado com o objetivo maior de evidenciar

os bons e maus exemplos manifestados pelas pessoas que fazem parte do contexto

esportivo, visando à reflexão de como o esporte pode contribuir para a formação das

pessoas.

Uma nova etapa foi desenvolvida de forma sequenciada com a anterior,

onde os alunos puderam contribuir pesquisando novas imagens e gravuras,

reportagens e frases, as quais foram utilizadas na confecção dos cartazes,

ampliando a divulgação do tema na escola.

Utilizamos xérox dos slides referente à etapa anterior, que tratou dos

aspectos positivos e negativos do Esporte. As cópias foram distribuídas para os

alunos, que se organizaram em grupos, complementando o trabalho também com

outras imagens.

Os alunos organizaram cartazes utilizando gravuras, reportagens e frases, o

trabalho foi direcionado com o objetivo maior de evidenciar os bons e maus

exemplos manifestados pelas pessoas que fazem parte do contexto esportivo,

visando à reflexão de como o esporte pode contribuir para a formação das pessoas.

Na última etapa assistimos ao filme “Coach Carter, Treino para a Vida”

resgatando aspectos fundamentais tratados durante o desenvolvimento do trabalho,

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o filme contextualiza o universo dos alunos e da escola, onde o Esporte também é

evidenciado e ocupa um papel importante no processo de formação dos educandos.

Este filme foi selecionado por tratar de questões relacionadas à educação, a

escola e ao esporte, aborda também valores e princípios importantes não só para a

prática do esporte, mas para a vida. A história real e inspiradora de um treinador que

decide mostrar os diversos aspectos dos valores de uma vida ao suspender seu time

campeão por causa do desempenho acadêmico dos atletas. Dessa forma, Carter

recebe elogios e críticas, além de muita pressão para levar o time de volta às

quadras. É aí que ele deve superar os obstáculos de seu ambiente e mostrar aos

jovens um futuro que vai além de gangues, prisão e até mesmo do basquete.

Os alunos após assistirem ao filme “Coach Carter – Treino para a vida”, se

organizaram em círculo onde fizemos comentários sobre o que aprenderam e quais

as cenas que mais lhes chamou a atenção.

Em seguida colocamos uma cartolina ao centro e cada aluno, através de

uma palavra ou uma frase pode registrar seus conhecimentos sobre os temas

abordados no filme, como a valorização dos estudos, a auto-estima, o trabalho em

equipe, o aprender a ganhar e perder assim como ocorre na vida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos dizer que o Bullying acontece em grande parte das escolas e que

todas as medidas de intervenção são de extrema importância para a prevenção e o

combate desta mazela social.

Percebemos que nas turmas onde realizamos as ações de intervenções

contra o Bullying ocorreram algumas mudanças que puderam ser observadas no dia

a dia na escola, entre elas a visão dos alunos sobre o tema, e a melhora nos

relacionamentos e no comportamento dos mesmos de maneira geral.

Segundo o educador Gabriel Chalita (2008), ninguém gosta de viver a violência, nem como professor, nem como aluno, nem como vítima, nem como agressor, tampouco como testemunha de atos desumanos. Cada qual escolhe agir de acordo com as habilidades que desenvolveu e modelos que conheceu; todos querem ser felizes, protegidos e acolhidos, ter sua importância e talentos reconhecidos e valorizados. Uns conquistam pela

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força, outros pelo carinho, outros desistem. Essa necessidade é tão imprescindível que sua ausência pode levar uma pessoa ao suicídio; alguns acabam ficando cruéis, alguns se protegem e outros se defendem da crueldade. Mas há, ainda, os que não sabem nem se proteger, nem se defender, eles se escondem, se isolam e são esquecidos pelos demais; poucos se sensibilizam a ponto de buscar envolver poucos para formar muitos. São poucos porque talvez muitos não acreditem que sejam capazes de transformar algo. Os poucos que realmente acreditam e se mobilizam serão muitos até que sejam todos. (CHALITA, 2008, p.198).

Muitas vezes diante de tantas violências e injustiças nos sentimos

impotentes, sem saber como agir ou intervir e até mesmo nos questionamos se o

que fazemos na nossa caminhada profissional reflete de forma positiva na vida dos

alunos.

Neste sentido acreditamos termos contribuído dentro da nossa disciplina na

formação de pessoas melhores, conscientes de um problema que se um dia vier a

acontecer com ela ou alguém da sua família com certeza saberá como enfrentar ou

pedir ajudar.

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humano no homem. Canoas: ULBRA, 2001. 160p.

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