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O Encontro Abril de 2011 A Luz no Caminho - Associação Espiritualista - Distribuição gratuita Bhagavan Sri Ramana Maharshi Expressões como essa ouvimos muitas vezes: luz de esperança, luz de amor, luz de compaixão. En- tretanto, o atributo mais pujante desse olhar é mostrar o caminho de aprendizado da consciência da realidade única e perene que so- mente é alcançada pela mente sem pensamentos, mergulhada em nos- so coração espiritual. Isto quer dizer, em outras pala- vras, que, quando um santo sábio nos escolhe como devotos, sabe da nossa frágil condição humana, mas, como é unidade com tudo, permite-nos gozar da sua presen- ça, para alcançarmos a libertação. Apesar de nós, da nossa mente, do nosso ego, das nossas condi- Quanta luz nos olhos de Ramana! Editorial ções físicas ou sociais, essa presen- ça do guru vai sutilmente abrindo o caminho da verdade, conduzindo nossos pés ainda trêmulos, nos fa- zendo vivenciar ao mesmo tempo, a grande força. Entretanto, ainda muito volta- dos para o mundo, para nossos pensamentos e desejos, visamos realizá-los e “esquecemos” dos ensinamentos do sábio. Somente quando surge algo diferente dos nossos “planos”, nos voltamos para a luz do guru, implorando pela sua presença. Acontece que um mestre, um guru, um santo sábio é sempre presença, nunca deixou nem nun- ca deixará de nos acompanhar no caminho. Por Nelson Lara dos Reis O mestre, então, tal como um professor diligente, chama o alu- no para conversar, o reconduz pelo caminho e acrescenta, visivelmente, sua graça e sua benção. Todos nós já experimentamos esse encontro com o mestre. Um encontro ao qual pensávamos que não teríamos condições de comparecer e que, no entanto, permanece impresso em nosso Interior. Portanto, ao fazer nossas pre- ces, façamos a pergunta “quem sou eu?”, o mais importante ensinamen- to de Ramana, um mergulho no ser, na realidade única, que renova a cada instante o nosso encontro e nos faz verdadeiros devotos, apesar de nós. Vedanta Por Cristina Maria de Sobral Círculo de Estudo É uma das escolas ou sistemas filosóficos da Índia. Vedanta signi- fica “o fim dos Vedas”. É também chamada uttara mimansa, que sig- nifica investigação ou estudo pos- terior. Pode ser considerada uma das mais perfeitas sínteses do pen- samento hindu. Foi compilado por Badarayana no século II a.C. Entre- tanto, só veio a florescer no século IX d.C., com Sankaracharya. Dedica a maior parte de sua atenção à parte posterior dos vedas (upanishads, puranas). No Vedanta, o mestre leva o estudante a reco- nhecer a verdade sobre si mesmo. O meio para o autoconhecimento na forma de palavras é Vedanta. As palavras adequadas devem ser usadas por alguém que possui a visão clara do ser e que sabe usar o conhecimento de forma que ele funcione. A pessoa que anseiam por este autoconhecimento, sendo abençoada por um mestre adequa- do, apreciará a si mesma passo a passo, cada vez mais claramente, como o ser. Isto é libertação, reali- zação, uma benção.

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O EncontroAbril de 2011A Luz no Caminho - Associação Espiritualista - Distribuição gratuita

Bhagavan Sri Ramana Maharshi

Expressões como essa ouvimos muitas vezes: luz de esperança, luz de amor, luz de compaixão. En-tretanto, o atributo mais pujante desse olhar é mostrar o caminho de aprendizado da consciência da realidade única e perene que so-mente é alcançada pela mente sem pensamentos, mergulhada em nos-so coração espiritual.

Isto quer dizer, em outras pala-vras, que, quando um santo sábio nos escolhe como devotos, sabe da nossa frágil condição humana, mas, como é unidade com tudo, permite-nos gozar da sua presen-ça, para alcançarmos a libertação. Apesar de nós, da nossa mente, do nosso ego, das nossas condi-

Quanta luz nos olhos de Ramana!Editorial

ções físicas ou sociais, essa presen-ça do guru vai sutilmente abrindo o caminho da verdade, conduzindo nossos pés ainda trêmulos, nos fa-zendo vivenciar ao mesmo tempo, a grande força.

Entretanto, ainda muito volta-dos para o mundo, para nossos pensamentos e desejos, visamos realizá-los e “esquecemos” dos ensinamentos do sábio. Somente quando surge algo diferente dos nossos “planos”, nos voltamos para a luz do guru, implorando pela sua presença. Acontece que um mestre, um guru, um santo sábio é sempre presença, nunca deixou nem nun-ca deixará de nos acompanhar no caminho.

Por Nelson Lara dos Reis

O mestre, então, tal como um professor diligente, chama o alu-no para conversar, o reconduz pelo caminho e acrescenta, visivelmente, sua graça e sua benção. Todos nós já experimentamos esse encontro com o mestre. Um encontro ao qual pensávamos que não teríamos condições de comparecer e que, no entanto, permanece impresso em nosso Interior.

Portanto, ao fazer nossas pre-ces, façamos a pergunta “quem sou eu?”, o mais importante ensinamen-to de Ramana, um mergulho no ser, na realidade única, que renova a cada instante o nosso encontro e nos faz verdadeiros devotos, apesar de nós.

Vedanta Por Cristina Maria de Sobral

Círculo de Estudo

É uma das escolas ou sistemas filosóficos da Índia. Vedanta signi-fica “o fim dos Vedas”. É também chamada uttara mimansa, que sig-nifica investigação ou estudo pos-terior. Pode ser considerada uma das mais perfeitas sínteses do pen-samento hindu. Foi compilado por Badarayana no século II a.C. Entre-tanto, só veio a florescer no século

IX d.C., com Sankaracharya.

Dedica a maior parte de sua atenção à parte posterior dos vedas (upanishads, puranas). No Vedanta, o mestre leva o estudante a reco-nhecer a verdade sobre si mesmo. O meio para o autoconhecimento na forma de palavras é Vedanta. As palavras adequadas devem ser

usadas por alguém que possui a visão clara do ser e que sabe usar o conhecimento de forma que ele funcione. A pessoa que anseiam por este autoconhecimento, sendo abençoada por um mestre adequa-do, apreciará a si mesma passo a passo, cada vez mais claramente, como o ser. Isto é libertação, reali-zação, uma benção.

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O Encontro abril, 2011

Índia Ancestral“Do fundo mais profundo do meu coração nasceu a intenção da intenção

veio a vontade e da vontade a realização. Falar de tudo o que amo, de tudo o que sempre me tocou as profundezas da alma, foi- se transformando em alegria, e a alegria se fez letras e as letras palavras que hoje apresento àqueles cujos corações vibram em uníssono com o meu.”

Vera Carolina de Mello

Estante

Este livro pode ser adquirido em A Luz no Caminho - Associação Espiritualista. Informe-se na secretaria.

Título: Índia Ancestral Autor: Vera Carolina de Mello

Horários das reuniões:18h e 19h30

14 de abrilquinta-feira

Rua Maxwell, 145 - Vila Isabel

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O Encontroabril, 2011

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O grande acontecimento “Antes que algumas estrelas

apareçam, a luz aparece. Depois que elas desaparecem de nossas vistas, somente a luz permanece. Este é o estado de sábio – sem nascimento e morte”. Estas foram as palavras de Sri Bhagavan durante uma conversa a respeito de sábios. O significado exato das palavras é tão enigmático quanto o estranho fenômeno que vividamente aconte-ceu, diante de nossos olhos, em 14 de abril de 1950. Eram aproximada-mente 8h45; eu estava sentado ao ar livre, em frente à minha casa, olhando para o leste. O céu esta-va claro, o ar parado. A atmosfera era permeada por uma espécie de solenidade, como que refletindo a ansiedade de tantos devotos since-ros de Maharshi, que tinham vindo a Tiruvannamalai por causa de sua doença.

De repente, uma massa brilhante e luminosa surgiu no horizonte, ao sul, encaminhou-se vagarosamente para o norte e desceu em algum lugar do monte Arunachala. Não era um meteoro; era maior que Vênus, e seu movimento era lento. Era tão brilhante que, em seu zê-nite, a luz irradiava, deixando um rastro que se estendia por todo o caminho percorrido, como um arco. A visão me ofuscou. Instintivamente fiquei de pé e corri o mais rápido que pude para o ashram, a alguns metros de distância. Havia uma multidão movendo-se de um lado para outro e muito alvoroço. Não me ocorreu perguntar a alguém o porquê de tudo aquilo.

O acesso ao Maharshi era, natu-ralmente, naquela época, seletivo e restrito a alguns poucos. Não me preocupei com as regras e regula-mentos do ashram. Como um be-zerro preso que houvesse sido solto e corresse para sua mãe, tomei um atalho, pulei por sobre o jardim, escalei o parapeito e precipitei-me

para o quarto onde o Maharshi, Bhagavan, meu Ramana, Guru, Pai, Deus em carne e osso, se encontra-va. Eis que… meu coração baqueou, a respiração me sufocou. Ele não estava mais em carne e osso. Tinha acabado de dar seu último suspiro. Como a estrela que desceu sobre o monte, ele havia deixado o corpo. Havia sido colocado em padma-sana (posição de lótus) por seus atendentes. Toquei o corpo. Não havia calor. Em um arrebatamento, apertei sua mão, cujo simples to-que costumava nos dar a sensação de eternidade. O frio da morte pa-ralisou meus nervos. Tudo estava acabado – como um sonho.

Soluços, hinos e cânticos en-chiam o ar e minha cabeça girava com pensamentos desencontrados. Não veríamos mais nosso amado Bhagavan naquela magnífica for-ma dourada que nos deleitou e encantou por décadas! Não vería-mos mais aqueles olhos compassi-vos, que cintilavam como um par de estrelas, esquadrinhavam nossas mais íntimas profundezas e disper-savam as sombras que embaçavam nossa visão e compreensão! Não mais aquele bondoso e divino olhar de graça que confortava nossas al-mas fatigadas e inspirava nossos

corações desanimados no silêncio da paz ilimitada, ou aquele radian-te sorriso, encantador e cativante, que nos fascinava e nos atraía para ele, para o auge da bênção, lon-ge, muito longe deste mundo. Não mais ouviríamos aquela voz doce e enlevante, as falas de brilhante sagacidade e humor, ou as palavras de profunda sabedoria, vindas das profundezas da perfeita realização, que o intelecto não conseguia pe-netrar.

Lágrimas jorravam de meus olhos como de uma fonte. “Rolem! Rolem! Vocês, gotas de amor, da fonte de amor para o oceano de amor!”. Não poderemos mais ofer-tar frutas e flores a teus pés, nem doces ou pratos saborosos. A única oblação que podemos oferecer-te são lágrimas de amor daquela pe-rene primavera que é o âmago do nosso ser, do qual tu és a fonte em tua plenitude sem corpo. A di-vina leela terminou!

Este artigo foi escrito por R. Na-rayana Iyer alguns meses após o mahasamadhi de Sri Bhagavan e publicado no jornal “O Maharshi”, em maio/junho de 2001.

Filosofia

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O Encontro abril, 2011

A Luz no Caminho - Associação Espiritualista | Rua Maxwell, 145 - Vila Isabel - Rio de Janeiro, RJ - CEP 20541-100 | (21) 2208 5196 | Horário de funcionamento (inclusive dias santos e feriados): segundas e quartas, das 14h30 às 20h30 - terças e quintas, das 14h30 às 21h00 - sábados, das 14h00 às 20h00 | Mais informações no site: www.aluznocaminho.org.br | Site da Casa de Ramana: www.casaderamana.org.br | Notícias da Casa: www.casaderamana.blogspot.com

Exigências legais

Mais uma aprovação legal ga-rantida. O Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) nos concedeu inscrição por tempo in-determinado e somos os primei-ros da lista de entidades elenca-das na deliberação 522/2011.

Queremos sempre estar em dia com as exigências legais para, entre outras vantagens, conseguir a credibilidade dos amigos e fre-quentadores, além de honrar nos-so compromisso com Maharshi.

Casa de Ramana

Carnaval

No final de fevereiro, tivemos nosso grito de Carnaval na Casa de Ramana. Já é tradição aderirmos a

Por Lucíola Ferreira

Por Lucíola Ferreira

esta data com uma tarde de brin-cadeiras e cantigas de blocos ou marchinhas antigas.

Rua Juiz de Fora, 55 - GrajaúConvite: R$ 25(Incluindo almoço, bebida, sobremesa e show)

Renda em benefício da obra social Casa de Ramana.