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1 O “EMPODERAMENTO” DOS GOVERNOS LOCAIS E A CONSTITUIÇÃO DAS SECRETARIAS MUNICIPAIS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS (SMRI): UM MAPEAMENTO DA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL Giovana Scotini Moreno 1 Gabriel Norde Santos 2 RESUMO: Esta pesquisa é um recorte do projeto desenvolvido pela Prof.ª Dr.ª Regina Laisner, desde 2011, intitulado “O ‘Empoderamento’ dos Governos Locais e a Constituição das Secretarias Municipais de Relações Internacionais: Um Mapeamento no Brasil”. Tal trabalho se propõe a analisar a atuação das Secretarias Municipais de Relações Internacionais (SMRIs) e órgãos semelhantes no campo internacional. A pesquisa ora apresentada e ainda em desenvolvimento vincula-se a um debate acerca do rearranjo, no pós Guerra Fria, dos atores subnacionais atuantes nas políticas públicas regionais, considerando a intensificação da atuação global municipal. Na investigação desta atuação busca-se avaliar se esse meio privilegia o empoderamento político, nos termos de John Friedman, da população tangida pelas políticas públicas e se estas são maximizadas a partir destas iniciativas. O objetivo geral desta pesquisa é realizar um mapeamento e uma análise das Secretarias Municipais de Relações Internacionais da região sudeste do Brasil, considerando as políticas públicas locais implementadas. PALAVRAS-CHAVE: paradiplomacia, secretarias de relações internacionais, políticas públicas, empoderamento, relações internacionais. Parte-se do contexto de realocação dos órgãos públicos ativos nas relações internacionais no Brasil, e logo explicita-se de imediato a carência de notas oficiais e produções empíricas que abordem a temática, sobretudo que contenham como objeto de estudo os órgãos municipais de relações internacionais. Posto este quadro, emerge o trabalho aqui apresentado cuja proposta contempla a compreensão da formação desses órgãos e do impacto de suas respectivas atuações. Este trabalho se manifesta como um recorte de uma pesquisa desenvolvida desde 2011 pela Prof.ª Dr.ª Regina Laisner e intitulada “O ‘Empoderamento’ dos Governos Locais e a Constituição das Secretarias Municipais de Relações Internacionais: Um Mapeamento no Brasil” que se propõe a analisar a atuação das Secretarias Municipais de Relações Internacionais (SMRI) e órgãos semelhantes 1 Graduanda de Relações Internacionais pela UNESP, [email protected]. 2 Graduando de Relações Internacionais pela UNESP, [email protected].

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1

O “EMPODERAMENTO” DOS GOVERNOS LOCAIS E A CONSTITUIÇÃO DAS SECRETARIAS MUNICIPAIS DE

RELAÇÕES INTERNACIONAIS (SMRI): UM MAPEAMENTO DA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL

Giovana Scotini Moreno1 Gabriel Norde Santos2

RESUMO: Esta pesquisa é um recorte do projeto desenvolvido pela Prof.ª Dr.ª Regina Laisner, desde 2011, intitulado “O ‘Empoderamento’ dos Governos Locais e a Constituição das Secretarias Municipais de Relações Internacionais: Um Mapeamento no Brasil”. Tal trabalho se propõe a analisar a atuação das Secretarias Municipais de Relações Internacionais (SMRIs) e órgãos semelhantes no campo internacional. A pesquisa ora apresentada e ainda em desenvolvimento vincula-se a um debate acerca do rearranjo, no pós Guerra Fria, dos atores subnacionais atuantes nas políticas públicas regionais, considerando a intensificação da atuação global municipal. Na investigação desta atuação busca-se avaliar se esse meio privilegia o empoderamento político, nos termos de John Friedman, da população tangida pelas políticas públicas e se estas são maximizadas a partir destas iniciativas. O objetivo geral desta pesquisa é realizar um mapeamento e uma análise das Secretarias Municipais de Relações Internacionais da região sudeste do Brasil, considerando as políticas públicas locais implementadas. PALAVRAS-CHAVE: paradiplomacia, secretarias de relações internacionais, políticas públicas, empoderamento, relações internacionais. Parte-se do contexto de realocação dos órgãos públicos ativos nas relações

internacionais no Brasil, e logo explicita-se de imediato a carência de notas oficiais e

produções empíricas que abordem a temática, sobretudo que contenham como objeto

de estudo os órgãos municipais de relações internacionais. Posto este quadro, emerge

o trabalho aqui apresentado cuja proposta contempla a compreensão da formação

desses órgãos e do impacto de suas respectivas atuações.

Este trabalho se manifesta como um recorte de uma pesquisa desenvolvida

desde 2011 pela Prof.ª Dr.ª Regina Laisner e intitulada “O ‘Empoderamento’ dos

Governos Locais e a Constituição das Secretarias Municipais de Relações

Internacionais: Um Mapeamento no Brasil” que se propõe a analisar a atuação das

Secretarias Municipais de Relações Internacionais (SMRI) e órgãos semelhantes

1 Graduanda de Relações Internacionais pela UNESP, [email protected]. 2 Graduando de Relações Internacionais pela UNESP, [email protected].

2

atuantes no campo internacional. Ao longo do trabalho, estes órgãos foram

selecionados pela sua contribuição para a descentralização do poder político brasileiro

desde 2009 até o ano de 2012, não incluindo, portanto, dados e informações cedidas

por gestores que tenham assumido a partir de janeiro de 2013. Em suma, visa-se a

partir da reflexão teórico-metodológica, da coleta de dados e dos resultados sobre o

surgimento e a atuação das SMRI elaborar uma análise empírica consistente e com

alicerces críticos acerca da criação e da gestão selecionada das secretarias

mapeadas.

John Friedman (1992) em Empowerment – The Politics of Alternative

Development, articula suas análises conceituais sobre o empoderamento, ressaltando

a capacidade decisória dos governos locais e sua participação direta na democracia e

circulação de capital. O “empoderamento” de uma comunidade seria um meio para

buscar um desenvolvimento alternativo diferente do que privilegia os grandes centros

urbanos e marginaliza as regiões periféricas. Esse meio privilegia as condições de

vida da população, da subsistência familiar e do espaço de desenvolvimento da

sociedade civil sem perspectivas restritivas. Friedman discorre também sobre

conhecer a essência do desenvolvimento genuíno como um construto social. “(…)

centralized states tend to be unresponsive to local needs.” (FRIEDMAN, 1992, p. 79).

“Trata-se do método de aumentar a capacidade de indivíduos ou grupos para tomar decisões e transformar aquelas escolhas em ações ou consequências desejadas (...) As pessoas investidas de poder têm liberdade de escolha e ação, o que lhes permite influenciar melhor o curso de suas vidas e as decisões que as afetam.” (LOPES, 2005, p. 178.)

Após a Guerra Fria a logística político-social e econômica foi explicitamente

modificada pelo rearranjo dos canais de comunicação e manutenção das interações

em instâncias nacionais, internacionais e subnacionais. Esse rearranjo promoveu a

intensificação da atuação global municipal. Todavia a inserção internacional desses

atores que agem paralelamente ao governo central não foi concomitante ao

desenvolvimento de estudos e levantamentos referentes a essas competências

subnacionais.

Portanto, tem-se esse trabalho como ampliação da composição do material

disponível referente à paradiplomacia e “empoderamento”. Considera-se ainda, este

material como reconhecimento e estímulo à continuação de tal alternativa dentro das

políticas públicas e auxílio ao trabalho de entidades como FONARI (Fórum Nacional

dos Gestores de Relações Internacionais) e a CNM (Confederação Nacional dos

Municípios) e gestores municipais.

3

Baseando-se em Cooperação e desenvolvimento humano: a agenda

emergente para o novo milênio de Carlos Lopes, entende a globalização como um

processo multidimensional de identificação das relações entre a sociedade que

carrega consigo uma crise de valores. Em suma, ressalta-se a interação demográfica

juntamente com a evolução do conceito de desenvolvimento, e, por conseguinte, os

atores responsáveis por este processo. Meio a estes câmbios, o conhecimento deve

ser visto como uma dimensão criativa em atividade. Infelizmente, a comunidade

internacional é marcada por órgãos deliberativos com poderes desiguais, contudo a

dinâmica da globalização reformula o fluxo de informações e a efetividade destes

meios. A internet cria uma “nova arquitetura social mundial, mas também uma nova

ética, tal como uma cibercultura” (LOPES, 2005, p. 32).

Uma nova agenda de desenvolvimento emergente foi elaborada pautada na

transformação da sociedade, de forma a considerar toda a complexidade da realidade

social e política que atinge a cada meio. Outrora, havia uma agenda primária que

considerava o desenvolvimento somente com caráter técnico, o que impedia a

identificação de barreiras, e, consequentemente, impedia refazer o planejamento sócio

político de acordo com as dificuldades locais. E seguindo essa matriz internacional,

ainda é deficiente a clareza nos debates sobre desenvolvimento e conceituação de

cooperação técnica. “O Estado não pode mais ser o único interlocutor para as

iniciativas de desenvolvimento, mas a falta de reconhecimento do seu papel cria

tensão, confusão e crise de liderança.” (LOPES, 2005, p. 122).

Dessa maneira, a investigação da atuação das SMRIs busca avaliar, nos

termos de John Friedman, o empoderamento político da população. É de grande

relevância entender como as políticas públicas podem maximizar o empoderamento e

qual é a influências das SMRIs localizadas na região sudeste do Brasil contemplando

somente a gestão 2009-2012. Para conseguir atingir os objetivos propostos foi

necessário entrar em contato com os órgãos de Relações Internacionais e, para isso,

foi desenvolvido um questionário para destrinchar suas características e em alguns

casos houve a entrevista direta com os gestores e participantes. Em muitas situações

o contato não foi possível, pela indisponibilidade do gestor, pelo fim da secretaria e até

pela falta de conhecimento de outros servidores do próprio município sobre a

existência da SMRI.

No que tange a metodologia utilizada, na primeira parte pode-se salientar a

aplicação dos questionários. Estes questionários enviados contavam com quatro

partes e seus subitens, cada parte destinava-se a aprofundar o conhecimento dentro

dos objetivos propostos. Primeiramente: o histórico da criação do órgão, partidos

envolvidos, elementos fundamentais e organização do órgão. Inicialmente, intenção

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dessas perguntas é identificar o ambiente mais propício para a criação de uma

secretaria e saber qual o partido que possui ideários que se assemelham a ação

descentralizada de entes subnacionais. E por fim, visa-se identificar como a SMRI se

enquadra dentro da prefeitura e qual é seu nível de autonomia e/ou subordinação ao

gabinete do prefeito.

No segundo ponto são feitas perguntas sobre o quadro de funcionários:

número de funcionários, se são concursados - caso não sejam como é feita a seleção

-, a formação exigida, a existência de capacitação e qual é a infraestrutura que abriga

as ações dos membros da secretaria. Busca-se compreender ainda a influência do

conhecimento sobre a área de Relações Internacionais: se o conhecimento específico

é realmente necessário, e caso seja, qual o nível de influência deste sobre o

aproveitamento do trabalho. Reiteira-se aqui a necessidade de identificar como a

comunicação entre as cidades acontece e a influência do fluxo de informações para o

desenvolvimento local. E em outra instância, almeja-se saber se os funcionários

percebem a importância do órgão: para isso, no questionário é feita uma única

pergunta de opinião pessoal para os gestores sobre a função da Secretaria e a opinião

sobre quais caminhos secretaria poderia e deve tomar3.

A próxima sequência de perguntas é sobre a atuação em si: áreas prioritárias,

atividades realizadas, origem da verba, captação de recursos, projetos desenvolvidos,

o nível e modo de divulgação do trabalho, opinião da população sobre os projetos,

existência de canais comunicação para atender a demanda da população, relação

com a Prefeitura e vereadores, e se há comunicação com outros órgãos

internacionais. Nota-se que devido a contemporaneidade da ação das cidades no

ambiente internacional não se sabe com profundidade as possibilidades que este novo

campo porta. Portanto, meio a esta nova temática explicita-se alguns questionamentos

mesmo no âmbito acadêmico: de que tipo de verba parte as políticas públicas no ramo

da cooperação; se a intenção é captar recursos ou participar de encontros

internacionais, produção de acordos e tradução; e ainda questionamentos derivados

destas perguntas. E desse modo, como objetivo central deste artigo, procura-se

identificar se o empoderamento da sociedade acontece e com que frequência; e se

este é de fato o interesse das gestões selecionadas.

Ao versar sobre os principais resultados obtidos até o presente momento,

deve-se destacar que por um lado, devido aos recessos municipais no final de 2013

3 Como será explicitado nos resultados, a maioria dos gestores enxergam inúmeras possibilidades de atuação para suas secretarias, mas não conseguem atingi-las por inúmeros motivos como a falta de tempo entre uma gestão e outra, de funcionários, de verba e de conhecimento da própria sociedade que não traz suas demandas por não conhecerem essa possibilidade.

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até início de 2014 e consequentemente estagnação temporária do desenvolvimento de

projetos e movimentação de verbas, houve limitada disponibilidade dos gestores e

tempo hábil para coleta de novos resultados. Por outro lado, obteve-se novos

resultados.

Quadro 1: Quadro comparativo dos órgãos identificados

Fonte: relatório de pesquisa de Lucas P. M. Saifi, ex-bolsista PIBIC/CNPq.

Primeiramente, foi possível a análise do município de Santos, visto que a

Marcela Garcia Fonseca, atual Coordenadora de Pesquisa da Assessoria Especial

para Assuntos Internacionais do Governo do Estado de São Paulo e ex-Assessora

Técnica de Relações Internacionais (2005-2008) e Assessora de Relações

Internacionais da Secretaria de Assuntos Portuários e Marítimos (2008-2009) de

Santos se apresentou solícita e respondeu ao nosso questionário. Segundo as

informações passadas por ela, a formação do órgão se deu com muita persistência e

persuasão da equipe de Relações Internacionais diretamente para com o chefe do

Executivo. A existência do Porto foi o elemento decisivo para a criação da Assessoria,

pois esta despertou sensibilidade perante à necessidade de se internacionalizar uma

cidade vista como naturalmente internacional. Assim, inicialmente, os objetivos

anunciados foram tanto a atração de investimentos quanto a busca por cidades-irmãs.

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A composição de tal órgão é restrita a dois profissionais, nenhum concursado e

requisito básico restrito a fluência em idioma estrangeiro e formação superior. Em

relação a capacitação dos funcionários, refuta-se a existência de qualquer que seja. A

infraestrutura é declarada precária, como de praxe em grande parte das prefeituras.

São colocadas por Marcela como áreas prioritárias para a SMRI, o fomento ao turismo

histórico na cidade, atividades de tradução, versão e interpretação, protocolo

internacional, correspondência internacional, além da atenção à demanda proveniente

das secretarias. O questionário enviado a Marcela interroga sobre as atividades

realizadas pela Assessoria, e por conseguinte, ela nos permitiu acesso à parte do

Relatório de Atividade de 2007 cujo aporta o seguinte conteúdo:

“Art. 39. Compete à Assessoria de Relações Internacionais: I – desenvolver o intercâmbio permanente de políticas públicas e acordos de cooperação técnica com órgãos, entidades e cidades no exterior, focados no desenvolvimento econômico e na inclusão social; II – apoiar a elaboração e encaminhar projetos que envolvam a participação internacional; III – captar, estimular e induzir investimentos de empresas estrangeiras no Município; IV – ampliar a parceria com outras cidades do exterior, atuando em conjunto com secretarias e empresas municipais; V – executar outras tarefas correlatas, a critério do Secretário – Chefe de Gabinete do Prefeito Municipal.”

A Assessoria apresentava outro agravante comum: não havia orçamento

próprio, dependia da verba do gabinete do prefeito e tampouco captava ou capta verba

para manutenção, obras e/ou investimentos. Desse modo, a relação de projetos já

executados é restrita ao fomento à cooperação bilateral, cidades-irmãs e parcerias

com instituições de ensino. Paralelo aos projetos apresentava-se uma página

eletrônica (indisponível atualmente) para divulgação das atividades e participação em

eventos. Por fim, é possível declarar que a assessora se manifestou consciente em

relação a relevância desses órgãos para a internacionalização dos entes subnacionais

e da necessidade de profissionais capacitados dentro destes.

Em suma, conclui-se criticamente que a Assessoria de Santos se manifesta

como um órgão sem autonomia e más condições de estrutura. Como problemas

agravantes emerge a falta de membros qualificados para a equipe e dificuldades de

orçamento. Quanto a atuação, demonstra-se muito burocrática e de assistência; pouca

iniciativa em projetos e falta participação em redes.

Na sequência, prontifica-se a análise de Vitória, já que o assessor de Relações

Internacionais Luiz Sérgio Moreira Henriques Filho foi proativo em responder o

questionário e começa relatando que o papel inicial da assessoria, em 1998, se

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restringia ao suporte ao gabinete do prefeito em assuntos internacionais. Logo, o fator

fomentador da criação do órgão na época foi o próprio perfil da cidade: forte comércio

exterior e recepção constante de delegações estrangeiras. Posteriormente, em 2005, a

assessoria passa por uma reestruturação. Entretanto, esta continua vinculada ao

gabinete e apresenta com um dos objetivos fornecer suporte a este, além de fornecer

também a todas outras secretarias, elaborar a prospecção de projetos e parcerias com

entes subnacionais. Ademais, elenca-se como áreas prioritárias a cooperação

multinível e projetos de cooperação bilateral. Infelizmente, a assessoria não possuía

recurso próprios, assim dependia da verba vinda do gabinete. Em relação a estrutura

do órgão, conta-se com cinco funcionários, sendo um concursado. Como exigência

mínima na formação dos funcionais declara-se somente o domínio de duas línguas

estrangeiras. E em relação a formação acadêmica do assessor, Luiz é graduado em

Relações Internacionais e Direito. Declara-se haver capacitação dos funcionários

mesmo que pouco frequente.

As atividades realizadas se restringem a uma parceria com a cidade francesa

de Dunkerque para reabilitação do centro histórico de Vitória, outro projeto de

cooperação técnica com Xai-Xai de Moçambique e um projeto econômico sobre o qual

não discorre-se o suficiente para que se possa analisar sua profundidade. Para

ponderar a pró atividade da Assessoria em suas relações públicas nota-se que por um

lado, a divulgação mais um vez limita-se ao site do município, relatórios e

esporadicamente ao Portal Federativo do Governo Federal e não existe nem coleta de

feedback da população sobre o órgão nem promulgação de um canal que propicie

envio de sugestões e avaliações. Por outro lado, Vitória é membro do FONARI (Fórum

Nacional de Secretários e Gestores Municipais de Relações Internacionais) e já

presidiu a FNP (Frente Nacional de Prefeitos).

Desse modo, a partir do questionário a aludida assessoria se apresenta sem

autonomia, sem orçamento próprio e sem estrutura própria; equipe com qualificação

média; atuação focada em projetos de cooperação; participação ativa em redes de

cidades e projetos internacionais.

A cidade de Guarulhos foi a mais receptiva à pesquisa desenvolvida. Fernando

Santomauro foi o gestor que respondeu o questionário, sua formação é de Relações

Internacionais pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) e em Ciências Sociais pela

USP (Universidade de São Paulo), sendo coordenador da secretaria desde 2008. Em

2005, na gestão de Elói Pietá membro do Partido dos Trabalhadores (PT), criou-se a

Coordenadoria de Relações Internacionais (CRI), na época da pesquisa o prefeito

vigente era o Sebastião Almeida. O gestor afirma que há subordinação apenas ao

gabinete do prefeito e bom relacionamento com as outras secretarias. A CRI é

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composta pelo gestor e por mais quatro assessores, os últimos são realocados de

outas áreas de prefeitura, não havendo nenhum concursado, seus membros são

responsáveis pelo desenvolvimento de projetos, redes de cidades e organismos

multilaterais.

Os principais meios de comunicação para com a população são a internet e

jornais. O orçamento destina-se a pagar os funcionários e a manutenção da CRI, para

conseguir mais verba recorre-se a captação de recursos internacionais, curiosamente

é o único órgão a atrair mais do que gastar. As considerações de Santomauro sobre o

papel de um órgão de Relações Internacionais são que todos os municípios deveriam

tê-los, pois isto qualificaria a gestão com novas ideias que fluam no mesmo sentido

das proposta do prefeito. Também ressalta que o Brasil não está juridicamente

preparado para cooperação internacional devido a ineficiência na gestão do dinheiro.

Dentro da mesma área metropolitana existe a Secretaria de Relações

Internacionais de São Paulo, criada em 2004 pela Marta Suplicy do PT. Neste caso

foram três assessoras responderam à pesquisa, seus nomes não serão revelados pela

falta de uma carta de consentimento. O fato de pertencer a uma metrópole global

possibilita o acesso a temas internacionais e apesar de agregar estrutura, capacidade

técnica e equipe preparada não foi possível superar as expectativas. As assessoras

afirmam que o foco do órgão é o comércio e realizam trabalhos extremamente

burocráticos e defasados dentro das possibilidades da área de Relações

Internacionais e, apesar de tentativa, a demora de resposta para cooperação entre

secretarias impossibilitou o trabalho em conjunto.

Houve o projeto de cooperação entre São Paulo e região de Île-de-France, na

França, contudo a constante mudança da equipe responsável pelo projeto dificultou

sua execução. É sugerido que umas das principais falhas é a gestão de informação, o

único documento registrado dos projetos é o de prestações de contas.

A próxima entrevistada foi com Alex Silva da Diretoria de Relações

Internacionais de Campinas, na qual tem a posição de diretor. Seu partido fundador foi

o Partido Social Democracia Brasileira (PSDB) na década de 80 e está inserida dentro

da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social e é composta por mais um

assistente e dois estagiários. Suas dificuldades são a falta de verba e o recente caso

de corrupção dentro da prefeitura. As atividades são divulgadas no Portal da

Prefeitura, encartes em jornais, jornais e não há nenhum dado sobre o impacto desses

meios na população. Os objetivos da Diretoria de Relações Internações são entrar em

contato com Embaixadas e Consulados, Cidades-irmãs, participar de reuniões com

comitivas internacionais e captar empresas que estejam interessadas em se instalar

em Campinas, sendo esta a prioridade.

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As duas próximas secretarias se localizam no estado do Rio de Janeiro e

Minas Gerais. Há uma predisposição para se internacionalizar na cidade do Rio de

Janeiro: em 1986 foi criada a Assessoria Internacional do Rio de Janeiro e após isso

nomeou-se Coordenadoria de Relações Internacionais e Cerimonial (CRI), a resposta

veio do Embaixador Stelio Marcos Amarante, bacharel em Direito pela Faculdade

Nacional de Direito, formado pelo Instituto Rio Branco onde também se especializou

em Altos Estudos em Política Internacional e foi o primeiro órgão de Relações

Internacionais do Brasil. A CRI é extremamente autônoma e o contato com o prefeito

só ocorre quando os gastos envolviam seu gabinete. Mesmo que o número de

funcionários seja insuficiente, compõe o quadro por volta de dez funcionários.

A atual gestão do coordenador voltou-se para o assessoramento do Prefeito

em viagens, acompanhamento de visita de autoridades e a criação de um site. O

Embaixador relata que o contato com outros órgãos internacionais em nível municipal,

que se limita a participação de algumas reuniões e o envio de funcionários para

capacitação, conhecendo a realidade o gestor diz que a especialização dos

funcionários é essencial para a eficiência das SMRI.

Na última secretaria o questionário foi respondido pelo Rodrigo Perpétuo,

secretário da Secretaria Adjunta das Relações Internacionais, alocada na Secretaria

do Desenvolvimento. A secretaria foi criado em 2005, pelo Partido dos Trabalhadores,

é autônoma em relação ao gabinete do prefeito, mas isso é classificado como um

empecilho, pela falta de verba e falta de comunicação com o prefeito. Sua esfera de

trabalho abrange a atração de investimentos, promoção comercial, cooperação

internacional para o desenvolvimento e marketing internacional. O órgão é

representada Secretaria Executiva da Rede de Mercocidades e sediam eventos de

mesmo caráter como o Congresso Mundial do International Council of Local

Environmental Initiatives (ICLEI).

A política proposta no plano de governo do prefeito é respeitada, além disso o

secretário é incentivado a ajudar na busca pelas mesmas propostas. O quadro de

funcionários é escasso, pois Rodrigo só pode indicar uma pessoa, contando com

estagiários e convênio com o Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (IBMEC). O

apoio do município faz com que poucos projetos sejam negados e a consolidação da

atuação global internacional municipal se concretize.

Ao sistematizar os estudos teóricos e contrapô-los à prática, foi possível

algumas conclusões abordando os caminhos e desafios da paradiplomacia no Brasil.

Para formulação de uma nova reflexão teórica acerca destes caminhos e desafios,

retoma-se dois conceitos-chave: o empoderamento (já definido na introdução) e a

paradiplomacia.

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Noé Cornago Prieto desenvolve o conceito de paradiplomacia no livro

Paradiplomacy in Action: The Foreign Relations of Subnational Governments:

“A paradiplomacia pode ser definida como o envolvimento de governo subnacional nas relações internacionais, por meio do estabelecimento de contato, formais e informais, permanentes ou provisórios, com entidades estrangeiras públicas ou privadas, objetivando promover resultados socioeconômicos ou políticos, bem como qualquer outra dimensão externa da sua própria competência constitucional.” (PRIETO apud VIGEVANI, 2004: 252)

Desse modo, ao focar na reinvenção do território é notável que este é o pilar

que contextualiza a globalização, a emersão da atuação das cidades, unidades

federadas e províncias como atores internacionais. De acordo com Maria Inês Barreto

em seu artigo A inserção internacional das cidades enquanto estratégia de

fortalecimento da capacidade de gestão dos governos locais, o protagonismo de

governanças locais na dimensão econômica, política e cultural é relacionada por

Ohmae diretamente com cinco aspectos: perda relativa da autonomia tradicional e

função mediadora dos Estados Nacionais; diluição entre questões domésticas e

exteriores; mudança no quadro de divisão de responsabilidades internas; dissipação

externa das culturas nacionais; e “enfraquecimento da importância do território como

condicionante para a produção de bens, serviços e também para a comunicação e sua

recuperação recente enquanto elemento de reestruturação econômica” (BARRETO,

2005: 5). Posto isso, é plausível afirmar que os aludidos aspectos são parte de um

cenário prospectivo favorável à atuação subnacional, porém há outras partes deste

cenário a serem analisadas.

À luz de Barreto, evidencia-se algumas dificuldades para que a paradiplomacia

vigore no Brasil, uma vez que a hierarquia interna sustentada pela cooperação

horizontal externa só funcionará nas instâncias subnacionais quando os gestores,

prefeitos e respectivos líderes locais responsáveis por esses vínculos forem capazes

de mantê-los. Portanto, como principais desafios elenca-se:

1) Problemas relacionados as exigências burocráticas intrínsecas a

manutenção dos projetos, contemplando excessos ou inoperâncias.

2) Financiamento: sendo este o alicerce de toda e qualquer cooperação

horizontal, depara-se com a desproporção entre os meios de financiamento de

projetos e a demanda, o que faz com que a cooperação horizontal no Brasil se

desenvolva a passos curtos.

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3) Carência de institucionalização: ou seja, carência da implementação de um

órgão legítimo que possa regulamentar as atuações subnacionais (tópico a ser

debatido posteriormente).

4) Sintonia entre líderes locais: nota-se que ao almejar a sintonia de agenda

erroneamente pressupõem-se a necessidade de uma padronização de projetos,

planos de governo e afins. Contudo, o ponto aqui em questão é mais precisamente

versado para um contexto da desordem prática, ou seja, as corriqueiras disputas

internas entre gestores de uma mesma prefeitura; comunicação deficiente;

conturbações hierárquicas; e ausência de clareza nos projetos políticos. Tais

abordagens podem parecer de pequeno impacto, porém estas se manifestaram ao

longo desta de investigação serem de extrema relevância para o bom funcionamento

da engrenagem do setor público recortado.

5) Mudança de gestões: as transições de um prefeito para outro, sobretudo

quando são de partidos distintos, costumam ser um grande empecilho para a

continuidade dos projetos, logo, muitos acabam não alcançando resultados

satisfatórios.

6) Formação acadêmica dos gestores: implica não somente na qualidade como

na quantidade da equipe, visto que dependendo da região a oferta de mão de obra

pode não ser bem qualificada e diversa. Ademais, a formação muitas vezes é uma

determinante para a pró atividade do órgão.

Para que esses problemas sejam amenizados conta-se com a colaboração de

órgãos que alinhem os principais pontos que tangem a esse setor, como a

Mercocidades, FNP (Frente Nacional de Prefeitos), a CNM (Confederação Nacional de

Municípios) e o FONARI (Fórum Nacional de Secretários e Gestores Municipais de

Relações Internacionais). O FONARI é uma associação civil sem fins lucrativos,

constituída por secretários, assessores e coordenadores de Relações Internacionais

dos municípios do Brasil, e nas palavras de Rodrigo Perpetuo, ex-coordenador do

órgão, suas ações se concentram na intensificação e qualificação do debate e das

ações que concorram para o desenvolvimento das atividades internacionais ao nível

municipal, em consonância com a Política Externa Brasileira. Sendo assim, é

imprescindível que a relação de parceria e respeito com o Governo Federal seja

mantida.

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De acordo com os projetos da SMRI de Guarulhos, o tempo para obtenção da

aprovação do projeto com financiamento externo é de no mínimo um ano e meio.

Desse modo, nota-se a dependência tramitária dos projetos de das SMRI em relação

aos outros setores. Um ponto ressaltado no mapeamento realizado até o presente

momento é a dependência de muitas secretarias, assessorias ou coordenadorias do

gabinete do prefeito. Esse ponto pode ser abordado como favorável, tendo em vista a

proximidade de contato para que se obtenha a assinatura de aprovação. Entretanto,

aborda diretamente outro desafio: a mudança de gestão. Os projetos da secretarias

devem estar sintonizados com a agenda da gestão vigentes para que possa

prosseguir sem maiores dificuldade, logo, a mudança de gestão faz com este setor se

mantenha estático até que sejam definidas as prioridades e se os projetos antigos

correspondem as metas traçadas.

Ao analisar o relatório da II Reunião de Cooperação Internacional Federativa

do Brasil fica notável a fortificação das queixas em torno do marco legal. Daniel da

Fundação Palmares declara que “a falta de institucionalidade é uma condição para

não se progredir na cooperação federativa”. Há gestores que consideram que as

atividades internacionais exercidas pela municipalidades são postas em situação

clandestina perante a ausência do marco. Na sequência, debate acerca de como seria

tal marco, pois considera que os modelos de cooperação da Associação Brasileira de

Cooperação (ABC) são burocráticos e contrapõe a França como um dos países mais

avançados do mundo no quesito de cooperação descentralizada, fazendo com que os

munícipes usufruam com facilidade da cooperação. Ele alega ainda que a Fundação

Palmares juntamente com a Universidade de Brasilia (UnB) trabalham pela construção

de uma base para se financiar pesquisas e intercambiar alunos e professores com

universidades africanas, e com isso, sugere um exemplo de parceria no âmbito

subnacional acadêmico. “As fórmulas não prestaram atenção ao princípio básico de

economia: as pessoas respondem a estímulos.” (EASTERLY, 2001).

Ademais, inclui-se os resultados as notas tomadas na última reunião4 do

FONARI, sediada pela prefeitura de Belo Horizonte. Em primeiro lugar, desprendeu-se

das pautas debatidas o chamado para a visualização dos novos desafios dentro do

tracejado da paradiplomacia no Brasil, contemplando o espectro de um possível marco

constitucional que possa ser um meio para se comunicar internacionalmente. Em

contrapartida, os presentes gestores e representantes enviados se manifestaram um

tanto quanto inseguros perante a possibilidade de que este órgão engesse a atuação

4 O FONARI enviou um convite direcionado ao grupo de graduandos da pesquisa maior aqui mencionada

e a orientadora responsável pelo projeto e estes estiveram presentes no dia 11 de dezembro de 2013 para

assistir a reunião e apresentar o trabalho que desenvolvido.

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paradiplomática, enquanto a expectativa é de que, a priori, este possa fomentar as

iniciativas. O limiar deste tópico dividiu os presentes: Belo Horizonte diz pensar na

criação de um decreto e tem a institucionalização sob seu ponto de vista como forma

de preservar as ações. E do mesmo lado, Porto Alegre também confessa crer no

marco jurídico como fundamental para a formalização da atividade. Consensualmente,

propôs-se amadurecer a ideia tendo em consideração quais seriam os objetivos

dessas normas e qual o objetivo final do marco, para que assim seja possível ponderar

seus efeitos colaterais.

Ao prolongar esta pauta, houve a convocação para elaboração de textos que

garantam uma normatividade aos municípios: benefício jurídico, oportunidade política,

orçamento, organização. Na sequência, o apelo dos presentes para que os

profissionais inseridos se atentem em conhecer as realidades e desafios entre os

próprios municípios brasileiros afim de aproximá-los. Como embasamento para este

apelo, declara-se que 106 municípios realizam essa atividade, mas não são todos

conhecidos ou organizados.

Para complementar as etapas dos sugeridos caminhos da paradiplomacia,

Barreto discorre sobre duas estratégias de inserção: inserção em redes de cidades ou

formação de estrutura de contatos entre instâncias de iniciativa subnacionais para que

propicie a primeira. A segunda estratégia é a ação aberta e direta das unidades

federadas, províncias e cidades no plano externo assumindo um papel ativo como

atores internacionais nas áreas de seus interesses.

Para esclarecer as conclusões obtidas acerca dos caminhos da paradiplomacia

no Brasil pode-se elencar os seguintes. Em primeiro lugar, é cabível colocar a

vinculação dos órgãos (aqui em debate) em parcerias com as universidade. O intuito é

colocar a paradiplomacia como caminho e problematizar sua aplicação. Ou seja,

adotar o pressuposto de que deve-se apostar nessa alternativa. Logo, espera-se que

as parcerias ajudem a atuar com a capacidade desejada. Diretamente relacionado

com este ponto, aponta-se a necessidade de investimentos mais densos na formação

e qualificação de gestores públicos. Como comenta Carlos Lopes, o conhecimento

deve ser visto como uma dimensão criativa em fluxo ou atividade. “Se o

desenvolvimento humano tem a ver com a expansão de oportunidades, o que se

pressupõe como explica Sen (2002), uma idêntica expansão das liberdades, então a

forma como se organiza o acesso, a divulgação e a partilha de conhecimento é

crucial.” (LOPES, 2005: 29).

Declara-se ainda de grande relevância a construção de uma secretaria (ou

similar) com um objetivo inicial bem determinado para que se tenha ao menos um

norte, e que posteriormente seja possível seu desenvolvimento profícuo. Na

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sequência, sugere-se ir contra as políticas públicas “da catástrofe”, que só ocorre

quando algum problema implode. E a elaboração de políticas públicas planejadas

implica também na exigência de capacidades técnicas para ocupação dos cargos. Em

suma, as possibilidades de caminhos discorridas se manifestam interligadas.

“As estratégias de desenvolvimento, cujo objetivo é promover uma transformação social em termos de expansão das liberdades humanas, auxiliam na identificação de barreiras, assim como dos potencias catalisadores de mudança, além de oferecer maior apropriação e liderança locais no que se refere a esse processo.” (LOPES, 2005, p. 137).

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