o embrião humano, defesa da sua dignidade

18
UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA FACULDADE DE TEOLOGIA MESTRADO INTEGRADO EM TEOLOGIA (1.º grau canónico) JOÃO MIGUEL PEREIRA Dignidade do Embrião Humano Trabalho realizado no âmbito do Seminário Ética e Lei em Biomedicina sob orientação de: Prof. Dr. José Rui Costa Pinto, S.J. Exposição e reflexão pessoal sobe os textos: - “O estado biológico do embrião humano. Quando começa o ser humano?” de Angelo Serra; - “Análise filosófica acerca do embrião humano” de Michel Renaud. Braga 2016

Upload: joaofreigil

Post on 21-Jan-2018

56 views

Category:

Education


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: O embrião humano, defesa da sua dignidade

UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA

FACULDADE DE TEOLOGIA

MESTRADO INTEGRADO EM TEOLOGIA (1.º grau canónico)

JOÃO MIGUEL PEREIRA

Dignidade do Embrião Humano Trabalho realizado no âmbito do Seminário Ética e Lei em Biomedicina sob orientação de: Prof. Dr. José Rui Costa Pinto, S.J. Exposição e reflexão pessoal sobe os textos: - “O estado biológico do embrião humano. Quando começa o ser humano?” de Angelo Serra; - “Análise filosófica acerca do embrião humano” de Michel Renaud.

Braga 2016

Page 2: O embrião humano, defesa da sua dignidade

1

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

Introdução

«O que, em tempos não muito remotos, era apelidado de “ficção científica” faz parte

das reais possibilidades técnico-científicas dos nossos dias»1. Esta expressão de José Rui

Costa Pinto é suficiente para, desde um primeiro momento, apreendermos que como resultado

dos recentes avanços científicos, há ainda um longo caminho a fazer no que toca ao estudo e

debate para estabelecer o enquadramento ético de muitas das chamadas técnicas de Procriação

Medicamente Assistida, PMA.

As técnicas de PMA têm ajudado muitos casais na concretização do desejo de gerar

descendência, concretização que se pode e deve considerar como fruto da plenitude do amor

conjugal. O próprio Catecismo da Igreja Católica (nº1601) diz: «o homem e a mulher

constituem entre si a comunhão íntima de toda a vida, ordenada por sua índole natural ao bem

dos cônjuges e à procriação e educação da prole».

Sendo que o Magistério da Igreja se mostra muitas vezes contra as técnicas de PMA,

em especial aquelas que recorrem a processos de fecundação in vitro, importa tratarmos de

um dos principais motivos que aos olhos da Igreja Católica alam interrogações a nível moral.

O que fazer com os embriões excedentários produzidos no decurso dos processos de

PMA? Qual a dignidade do embrião humano? Pode o embrião humano ser sujeito à

manipulação? Estas questões têm interpelado tanto cientistas como filósofos e merecem uma

reflexão profunda e responsável no intuito de lhes conferir resposta. Afinal, está ou não em

causa a dignidade da vida e da pessoa humana? Possivelmente estas questões só poderão ser

respondidas quando se chegar a um consenso sobre o momento em que se dá início a uma

vida humana.

No intuito de elaborar uma reflexão crítica a estas questões, vamos guiar-nos por dois

textos: “O estado biológico do embrião humano. Quando começa a ser humano?” de Angelo

Serra e o segundo texto “Análise filosófica acerca do embrião humano” de Michel Renaud.

1 José PINTO S.J., Questões Atuais de ÉTICA MÉDICA, Editorial A.O., Braga, 1996, 60.

Page 3: O embrião humano, defesa da sua dignidade

2

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

1 – Quando o embrião é humano?

Data do ano de 1978 o primeiro caso de sucesso do nascimento de uma criança fruto

da técnica de FIVETE (Fertilização in vitro e transferência embrionária). Chamou-se Lousise

Brown e nasceu a 25 de Junho na Inglaterra2. Deu-se assim um grande passo ao nível das

técnicas de auxílio à procriação, que visam ajudar os casais a contornar impedimentos de

caracter biológico, e possibilitar assim a geração de descendência.

Com certeza, terão sido várias as tentativas falhadas, no caminho que culminou em

sucesso, isto é, na geração de um novo indivíduo. Tentativas que além do despendimento de

largas horas de trabalho e investigação, terão resultado também no descartar de um largo

número de embriões e células reprodutoras.

Conquistado o sucesso neste novo ramo científico voltado para a fertilização humana,

levanta-se agora outra questão: O que fazer aos embriões excedentários?

Existem duas possíveis respostas a esta questão, enquadradas no quadro legislativo

português3, e são elas:

a) Os embriões podem ser congelados para fins paternais futuros, quer do casal

dador, quer de outro casal caso o primeiro permita a doação;

b) Os embriões, em relação aos quais não exista nenhum projeto parental, podem ser

utilizados para efeitos de investigação científica;

Em 1882, R.G Edwards escrevia que, fruto da estimulação ovárica e da recolha de

oócitos II, depois fecundados in vitro, era possível o desenvolvimento de três, quatro ou mais

embriões, dos quais, em princípio, apenas dois serão transferidos para a mãe. Os restantes

poderão ser estudados in vitro4. «Era uma clara alusão ao uso de embriões humanos com

objetivos exclusivos de investigação»5.

2 Cf. Ibidem, 69. 3 Cf. Lei n.º 32/2006, de 26 de Julho, Artigos 9º e 25º. 4 Cf. Ângelo SERRA, «O estado biológico do embrião humano. Quando começa o ser -

humano?», in: Ação Médica, 4 (1997), 213. 5 Ângelo SERRA, «O estado biológico do embrião humano. Quando começa o ser humano?»,

in: Ação Médica, 4 (1997), 213.

Page 4: O embrião humano, defesa da sua dignidade

3

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

A comissão convocada pela Medical Research Council veio sustentar a licitude ética

da «execução de experiências nos processos e nos resultados da fecundação entre gâmetas

humanos in vitro»6, apontando como única condição a não existência de «intenção de

transferir para o útero o embrião que resultasse de, ou tivesse sido utilizado em tais

experiências»7.

Esta tese foi aprovada pelo Comité Warnock, nomeado pelo Governo Inglês, que tinha

como objetivo estudar todos os aspetos da fecundação humana em vista da criação de um

projeto de lei. Acrescentou apenas um novo dado à tese da Medical Research Council, um

limite de idade para os embriões que poderiam ser sujeitos à investigação: «“A investigação

pode realizar-se sobre qualquer embrião que resulte da fecundação ´in vitro`

independentemente da sua proveniência, apenas até ao décimo quarto dia posterior à

fecundação”»8. Surge, então, um novo conceito pela mão da conhecida embrióloga A.

Mclaren, o conceito de “pré-embrião”, que designa o período de desenvolvimento que vai

desde o zigoto até ao décimo quinto dia de evolução9. Este novo conceito terá tido o objetivo

de desencadear uma discussão ética, segundo aponta D. Davies, do Comité Warnock, o

mesmo do qual A. Mclaren faz parte10. Pode-se deduzir portanto que esta figura denominada

de “pré-embrião” arrasta consigo um significado de entidade não humana, meio pelo qual,

como diz a Encíclica Evangelium Vitae, «alguns tratam de justificar o aborto sustentando que

o fruto da conceção, pelo menos durante um certo número de dias, não se pode considerar

ainda uma pessoa humana»11.

Importa pois esclarecer o que se entende pelo conceito de pessoa humana, uma vez

que «está em jogo o sentido integral do Homem, a sua dignidade e os seus direitos»12.

6 Ângelo SERRA, «O estado biológico do embrião humano. Quando começa o ser humano?», in:

Ação Médica, 4 (1997), 213-214. 7 Ibidem, 214. 8 Ibidem. 9 Cf. Ibidem. 10 Ibidem. 11 Ângelo SERRA, «O estado biológico do embrião humano. Quando começa o ser humano?»,

in: Ação Médica, 4 (1997), 214. 12 Ibidem.

Page 5: O embrião humano, defesa da sua dignidade

4

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

Vejamos, por exemplo, o problema que se coloca na ocasião de definir e defender os direitos

humanos, por causa da falta de consenso na definição do “quando” se inicia a vida humana,

que se coloca ao nível ético e jurídico13. À custa disso, é por vezes impossível legislar de

forma concisa, ficando os parlamentos e órgãos de soberania limitados a publicar regras

cingidas ao carácter de recomendação, em vez de coação, e mais não podem fazer do que

esperar e confiar que os interlocutores as sigam, em vez de regularem e punirem o seu

incumprimento14.

É indispensável um diálogo interdisciplinar pelo qual se consiga obter um consenso

seriamente fundamentado. Tal só é possível se houver por parte das ciências humanas um

claro conhecimento e interpretação dos dados científicos. Em pé-de-igualdade, deverá ter

como resposta por parte das ciências experimentais a fidelidade ao rigor científico,

reconhecendo depois a validade da metodologia das ciências humanas e, consequentemente,

aceitar as suas recomendações como “guia de comportamentos” a aplicar nas práticas

científicas15. Neste prisma, cabe às ciências experimentais, com a sua metodologia de

observação precisa, determinar o «momento concreto em que um determinado “ser humano”

começa o seu próprio ciclo de vida, ou traduzindo em termos metabiológicos, a sua existência

individual real»16. É aqui que termina a tarefa das ciências experimentais que devem agora

passar o testemunho às ciências humanas que, fundadas nele, deverão «desenvolver os

conceitos necessários para a compreensão global do valor deste minúsculo ser, conceitos nos

quais a sua dignidade e os seus direitos se irão fundamentar; valor, dignidade, e direitos que,

permanecendo apenas a nível biológico, se podem entrever mas não se podem explicar nem

compreender completamente»17.

13 Cf. Ibidem. 14 Ibidem. 15 Ibidem. 16 Ângelo SERRA, «O estado biológico do embrião humano. Quando começa o ser humano?», in: Ação

Médica, 4 (1997), 215. 17 Ibidem.

Page 6: O embrião humano, defesa da sua dignidade

5

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

Percorramos também este caminho para que possamos formular uma posição: A

partir dos dados obtidos por meio da ciência experimental, relativos ao processo através do

qual o novo ser humano se forma, e utilizando os sistemas de pensamento de uma lógica

indutiva que também é característica da ciência experimental, apercebemo-nos do seguinte:

1 – «O desenvolvimento embrionário, desde o momento da fusão das gâmetas até

à formação do disco embrionário por vota do 14º dia da fecundação, é um processo em

que existe uma sequência integrada e coordenada de atividades celulares sob o controlo

de um novo genoma, modelada por uma complexa e interrupta cascata de sinais que se

transmitem de célula para célula e do ambiente extracelular e extraembrionário a cada

uma das células»18, aqui se sustenta que o «embrião humano, mesmo nos seus estádios

mais precoces, não é e não pode ser um mero agregado de células ontologicamente

distintas»19.

2 – Do que se acabou de expor «tem de concluir-se que com a fusão dos dois

gâmetas humanos começa o ciclo vital de um novo ser humano»20. Este ciclo deverá

prosseguir sem descontinuidades e, acontecimentos que nos parecem descontínuos, como

a multiplicação celular, não são senão a demonstração visível de «uma sucessão

interrupta de acontecimentos encadeados e coordenados entre si»21 que constituem

«interruptamente o mesmo e idêntico ser que se está formando segundo um plano bem

definido passando através de estádios qualitativamente cada vez mais complexos»22.

3 – Este conjunto de acontecimentos constituem a construção e desenvolvimento

gradual do novo ser cuja forma final se vai alcançando também gradualmente. Esse

objetivo só é possível a partir desta sucessão de estádios que obedecem a «uma

regularização intrínseca em cada um dos embriões que mantém o seu desenvolvimento

permanentemente orientado na direção da sua forma final»23.

Dos três pontos que acabamos de expor, conclui-se que desde o momento da fusão dos

gâmetas humanos, o mesmo é dizer: união das duas células haploides ou fecundação, há a

formação de uma célula diploide, o embrião, que tem em si o material genético existente num

ser humano genotipicamente normal, independentemente do estádio da sua vida. O material

genético contido no embrião é aquele que este precisa e que determina todo o

18 Ângelo SERRA, «O estado biológico do embrião humano. Quando começa o ser humano?», in: Ação

Médica, 4 (1997), 216. 19 Ibidem. 20 Ibidem. 21 Ibidem. 22 Ibidem. 23 Ibidem, 217.

Page 7: O embrião humano, defesa da sua dignidade

6

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

desenvolvimento orgânico individual e gradual do novo ser. «Ele ainda não possui todo o

potencial de informação necessária, mas é capaz, em virtude das moléculas que fabrica a

partir do seu código genético, de obrigar o recetáculo, o abrigo materno, a fornecer a

informação suplementar de que precisa para a sua evolução»24, o mesmo é dizer que, o zigoto

já tem capacidade de agir por sua própria iniciativa sobre o organismo materno, o que

comprova a sua individualidade25. O embrião tem o seu próprio “espaço genético”, o que faz

dele um organismo com uma individualidade biológica.

Todos os processos que podemos verificar após a união dos gâmetas não são mais do

que um único processo, o crescimento autónomo do novo indivíduo. Se há interrupção ou se

cria uma patologia ou se dá a morte, não retirando isto àquele primeiro indivíduo a dignidade

que é merecida e equiparável à de qualquer indivíduo saudável.

Mesmo que alguma patologia seja encontrada no indivíduo, ainda em

desenvolvimento embrionário ou já em adulto, a qual tenha tido origem já antes da

fecundação, originada por exemplo nos processos de meiose pelos quais se formam os

gâmetas, defendo que, nem por isso a dignidade de pessoa humana pode ser colocada em

causa, mas, sobre este ponto não é oportuno alongar-me neste trabalho.

2 – O que é a pessoa humana?

Agora que provada cientificamente a individualidade do embrião, importa pelos

processos das ciências humanas, com base numa análise filosófica, compreender o conceito

de pessoa humana e se este se aplica, ou não, ao embrião humano.

Evidentemente «a biologia não encontra no seu trabalho senão organismos vivos,

ainda que o biólogo saiba, se for caso disso, que esta matéria é vida humana. Isto significa que

o biólogo transgride espontaneamente o seu saber científico quando, em virtude dos seus

24 Michel RENAUD, «Análise filosófica acerca do embrião humano», in: Rui NUNES et Helena MELO, A

ética e o direito no início da vida humana, Gráfica de Coimbra, Coimbra, 2001, 150. 25 Cf. Ibidem.

Page 8: O embrião humano, defesa da sua dignidade

7

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

conhecimentos não estritamente biológicos, mas na base do senso comum, chega a afirmar “o

embrião humano é pessoa” ou “ele não é pessoa”»26. Podemos portanto mencionar que «a

investigação biológica nunca poderá decidir quando começa a pessoa humana, uma vez que

este tipo de conhecimento escapa aos parâmetros da sua metodologia»27.

Compete à filosofia compreender o que é a “pessoa”, mas não é ela que pode

determinar qual é ou deve ser o substrato biológico da pessoa, limitando-se a integrar o facto

de que a pessoa não é possível sem este substrato biológico28.

A filosofia entende que a identidade do ser humano é precisamente o que hoje se

entende por “pessoa”. Isto significa a unidade de várias identidades, sendo elas a identidade

genética, a identidade infantil, a identidade psicológica, a identidade social, a identidade

jurídica, a identidade cultural, a identidade espiritual, entre outras, que constituem a

“identidade de pessoa humana global” 29. As mesmas, isoladamente, não podem revindicar

esse título30.

Deduz-se daqui que para a filosofia «identificar a identidade do ser humano com a sua

“identidade genética” repousa num pressuposto inaceitável [,uma vez que] existe com efeito

uma identidade global do ser humano que assume e atravessa todas estas “subidentidades” e

não se identifica exclusivamente com nenhuma delas»31.

26 Michel RENAUD, «Análise filosófica acerca do embrião humano», in: Rui NUNES et Helena MELO, A

ética e o direito no início da vida humana, Gráfica de Coimbra, Coimbra, 2001, 140. 27 Ibidem, 141. 28 Cf. Ibidem. 29 Ibidem, 143. 30 Ibidem. 31 Michel RENAUD, «Análise filosófica acerca do embrião humano», in: Rui NUNES et Helena MELO, A

ética e o direito no início da vida humana, Gráfica de Coimbra, Coimbra, 2001, 144.

Page 9: O embrião humano, defesa da sua dignidade

8

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

3 – O embrião é um ser humano?

Será o embrião «uma pura amálgama de células, de tecidos, e de órgãos, um ser

humano ou eventualmente uma pessoa humana?»32. Como pensar a identidade do embrião no

devir pessoal de sucessivas transformações, por exemplo ao nível morfológico?

«Desde Aristóteles o tempo físico é medido pelo movimento, isto é, pela introdução do

cálculo do espaço percorrido»33. No entanto, «a temporalidade de um processo orgânico não

se mede pelo cálculo do movimento»34, tem de ser observada «como unidade “interna” de um

processo vivo»35, cuja «divisão em fases depende de um artifício metodológico»36 das

ciências biológicas.

Se olharmos para essas transformações sucessivas com os olhos da filosofia, podemos

pensá-la da mesma forma que pensamos a identidade de um individuo adulto: «O que o ser

humano é em uma fase do seu desenvolvimento nega o que ele foi e torna presente sob forma

negativa aquilo que ele será»37. O mesmo será dizer: O ser humano é ele mesmo nas

sucessivas transformações, pois “é ele mesmo nunca sendo o mesmo”. A identidade do sente

humano como de qualquer sente realiza-se na sua não mesmidade, ou sintetizando o que

defende Júlio Fragata: “o sente é o-que-é-e-virá-a-ser”38. Este conceito metafísico de

negatividade «apreende [,ao contrário da ciência biológica,] de modo não qualitativo nem

espacial o dinamismo de uma evolução contínua»39.

A biologia não pode definir quando começa a pessoa humana pois40 «enquanto a

biologia reconhece fases [no desenvolvimento embrionário] (por exemplo, o aparecimento do

sulco primitivo do embrião, formação do córtex, primeira atividade cerebral), a filosofia

32 Ibidem, 140. 33 Ibidem, 142. 34 Ibidem. 35 Ibidem. 36 Ibidem. 37 Ibidem, 144. 38 José PINTO, Aulas de Ontologia, Faculdade de Teologia da UCP - Braga, 2015. 39 Michel RENAUD, «Análise filosófica acerca do embrião humano», in: Rui NUNES et Helena MELO, A

ética e o direito no início da vida humana, Gráfica de Coimbra, Coimbra, 2001, 144. 40 Cf. Ibidem, 141.

Page 10: O embrião humano, defesa da sua dignidade

9

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

esforça-se por pensar a identidade não biológica destas fases»41. Assim, a filosofia com o

conceito metafísico de negatividade reconhece no embrião uma lei interna de identidade que

lhe confere um carácter de continuidade em vez de descontinuidade, apesar das diferentes

fases estabelecidas pela biologia.

A identidade do embrião é, por isso, vista pela filosofia como «identidade de uma

pessoa humana que ainda não se manifestou de modo pessoal»42 o que significa que «não

podemos considerar filosoficamente o embrião somente nele próprio – como se operássemos

um corte no tempo da sua existência -, mas como aquilo que se torna progressivamente em

virtude da sua temporalidade»43 pois, cada sente, é um ato único que se vai dando a conhecer

na sucessividade temporal, e não um ato que se vai aperfeiçoando mediante uma sucessão de

acidentes44.

O embrião é morada de um potencial físico atual e de uma possibilidade lógica de

desenvolvimento. «A possibilidade lógica é um conceito lógico que a nossa leitura

“inteligente” aplica a uma entidade real. O potencial físico é uma realidade que somente uma

leitura científica baseada na previsão e na antecipação de um desenvolvimento futuro pode

reconhecer como “potencial”»45. Estas duas leituras são emitidas por inteligências humanas

mas a sua articulação depende de um espírito que pense a unidade além daquela pensada pela

ciência biológica46. Esta necessidade é colmatada pelo filósofo neste conceito metafísico de

negatividade que acabamos de explicar.

Filosoficamente «quando se introduz a problemática da “formação” da pessoa,

verificamos que esta abrange a unidade do seu percurso temporal, sendo esta unidade a

41 Michel RENAUD, «Análise filosófica acerca do embrião humano», in: Rui NUNES et Helena MELO, A

ética e o direito no início da vida humana, Gráfica de Coimbra, Coimbra, 2001, 144. 42 Ibidem. 43 Ibidem. 44 José PINTO, Aulas de Ontologia, Faculdade de Teologia da UCP - Braga, 2015. 45 Michel RENAUD, «Análise filosófica acerca do embrião humano», in: Rui NUNES et Helena MELO, A

ética e o direito no início da vida humana, Gráfica de Coimbra, Coimbra, 2001, 145. 46 Cf. Ibidem.

Page 11: O embrião humano, defesa da sua dignidade

10

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

identidade “pessoal”»47. Destrói-se assim o argumento segundo o qual no desenvolvimento do

embrião existe uma fase na qual ele ainda não é pessoa, porque não se manifesta como tal.

Sendo verdade que, em qualquer fase do desenvolvimento, não se manifesta como pessoa e se

se manifesta “in utero” é a maneira de um pequeno animal, não há qualquer dúvida de que

«ele é um embrião precisamente de uma pessoa, de que “ainda não” teve o desenvolvimento

biológico e psicológico suficiente para se manifestar como tal. Aliás não é a mesma coisa

pensar a identidade espiritual da pessoa enquanto unidade do seu percurso temporal e verificar

nela a presença visível de manifestações especialmente pessoais»48.

O respeito ético, que é devido ao embrião, exige uma fundamentação que se procura

do lado do “estatuto do embrião”. Autores como Jean-François Mattei defendem que «sendo o

embrião não mais que a expressão morfológica momentânea de uma mesma vida que começa

na fecundação, não há nenhuma razão para lhe dar um estatuto num período determinado»49.

Assim, na impossibilidade de cortar ou de abstrair o embrião do seu desenvolvimento ulterior,

o respeito ético devido a este deve ser o mesmo que ulteriormente. Uma vez que se pressupõe

que uma coisa pode ser manipulada mas uma pessoa não, também o embrião não pode sê-lo

pois possui a presença implícita da pessoa.

Concluindo, a decisão ética de «aceitar que o processo contínuo dando origem a uma

vida humana pessoal deve ser respeitado não em função daquilo – ou do estado – que ele

atingiu até agora, mas daquilo que ele é chamado a ser em virtude da sua temporalidade

intrínseca. Mas “chamado a ser por quem”, perguntar-se-á. Por ele próprio, na medida em que

sabemos nós que ele tornará pessoa se não o impedirem de o ser»50.

47 Michel RENAUD, «Análise filosófica acerca do embrião humano», in: Rui NUNES et Helena MELO, A

ética e o direito no início da vida humana, Gráfica de Coimbra, Coimbra, 2001, 146. 48 Ibidem. 49 Ibidem. 50 Ibidem, 148.

Page 12: O embrião humano, defesa da sua dignidade

11

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

Reflexão pessoal

Os dois autores anteriormente expostos levam-nos à perceção de que, aos olhos da

biologia, o embrião humano não é visto como mais do que uma «célula totipotente, um grupo

de células contíguas ou um organismo multicelular»51 com «capacidade, inerente e atual, de

desenvolvimento num ser específico da espécie humana»52. Defendem que, ainda que o

cientista discuta se lhe deva conferir ou não o estatuto de pessoa humana, essa discussão já

não se faz no campo da biologia, mas no das ciências humanas. De facto, também a mim não

me parece que a metodologia das ciências experimentais permita ir além daquilo que lhe é

próprio, ou seja, da constatação de dados diretos, medíveis, visíveis e testáveis.

Concordo com os autores quando estes encaminham para as mãos das ciências

humanas a missão de definir o estatuto do embrião humano. Esta avaliação, é uma das

missões que a metodologia destas ciências permite vislumbrar e, possivelmente, alcançar, pois

a definição do estatuto do embrião humano está dependente de uma reflexão racional e não da

constatação de algo visível e explícito, como que pictograficamente escrito, no embrião

humano.

A meu ver, a biologia pode definir o momento em que se origina a individualidade do

embrião humano. Penso que os dois autores nos levam a constatar que essa formação do

embrião dá-se no preciso momento em que se realiza o encontro dos gâmetas, ou seja, logo

que o espermatozoide passa a barreira da membrana do oócito II.

Eu seria tentado a defender que é a seguir ao momento em que a membrana dos

nucleótidos dos gâmetas se desagrega que tem início o novo ser humano, dando-se origem ao

emparelhamento cromossómico e formando-se assim a cadeia genómica que irá codificar

todos os processos seguintes do desenvolvimento do novo indivíduo. Julgo, analisadas as

opiniões destes dois autores, que estava já a olhá-lo com a metodologia da biologia,

51 Daniel SERRÃO, «uso de embriões humanos em investigação científica», consultado a 25-03-2016

em: http://www.danielserrao.com/fotos/gca/Livrobranco.pdf. 52 Ibidem.

Page 13: O embrião humano, defesa da sua dignidade

12

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

dissecando as fases do desenvolvimento. Parece-me, presentemente, que o início havia sido já

no momento em que o espermatozoide penetra o oócito II, momento esse onde tudo foi

desencadeado. Aí tem origem o novo ser humano, que o é desde essa ocasião e continuará a

ser se nada o impedir.

Apreendo que a minha primeira tese estava a confluir toda a identidade humana numa

única coisa: no seu genoma. Ao fazê-lo, estava a entrar por um caminho demasiado pré-

determinista e despido, pois, indiretamente, estava a admitir que o ser humano não é mais do

que o seu DNA, negando todas as outras componentes que escrevem e compõem a sua

identidade.

Não aceito que o “todo” da identidade de uma pessoa seja unicamente dependente e

codificado pelo DNA. Penso que isto é inquestionável, a não ser por aqueles que, numa visão,

a meu ver, demasiado radical, sustentam todo o “É” humano apenas numa cadeia

polinucleotídica. Vejamos estas questões: Onde estaria codificada a forma de pensar que é

influenciada por aquilo que aprende? Que sentido faria, nesse caso, um sistema de educação?

Como justificaríamos a ação do homem no mundo e o seu devir? Porventura podemos aceitar

que tudo está escrito no DNA? Até prova em contrário, julgo que não.

Assim, concordo com os autores que defendem que a pessoa é uma unidade de várias

identidades, sendo que não se pode resumir a identidade global do ser humano à identidade

genética, pois esta sozinha não pode reclamar o estatuto de pessoa humana53. Concordo

igualmente que eles avaliem o início do ser humano quando o espermatozoide penetra o

oócito II, pois tudo o que se segue são fases que a biologia pode individualizar, mas que

fazem parte dum desenvolvimento contínuo. Esse desenvolvimento contínuo é o caminho que

o levará a ser o que é chamado a ser (que o vai dando a conhecer na sucessividade temporal54)

mas que já é, tal como o conceito metafisico de negatividade, que Renaud nos apresenta, nos

ajuda a compreender. Se não aceitarmos este conceito, torna-se também difícil justificar a

53 Cf. Michel RENAUD, «Análise filosófica acerca do embrião humano», in: Rui NUNES et Helena

MELO, A ética e o direito no início da vida humana, Gráfica de Coimbra, Coimbra, 2001, 143-144. 54 José PINTO, Aulas de Ontologia, Faculdade de Teologia da UCP - Braga, 2015.

Page 14: O embrião humano, defesa da sua dignidade

13

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

humanidade da pessoa humana no seu constante devir. Desde a origem ao fim da vida daquele

organismo, é uma pessoa que vive, a mesma pessoa, independentemente do estado de

desenvolvimento.

Dissemos que o ser humano é uma unidade de subidentidades. Se olharmos para o

embrião isoladamente, ele não inclui todas essas subidentidades que fazem parte da identidade

humana. No entanto, quando olhamos para uma criança, também verificamos que ela ainda

não adquiriu ou desenvolveu as subidentidades e nem por isso lhe negamos o estatuto de

pessoa humana. Da mesma forma procedemos quando olhamos para uma pessoa na velhice

ou em qualquer momento t da sua vida. Não o fazemos porque olhamos a pessoa no seu todo

temporal, naquilo que foi, naquilo que é e naquilo que virá a ser. O embrião, tal como uma

criança, não desenvolveu ainda todas as suas subidentidades, mas, tal como fazemos quando

vemos uma criança, prespetivamos aquilo que virá a ser, se nada impedir, e por isso não lhe

negamos a dignidade de pessoa humana. Deduz-se, portanto, que o embrião é merecedor da

mesma dignidade e proteção de pessoa, durante toda a vida. Ele não deve ser alvo de

manipulação e estudos indiscriminados e muito menos de intervenções que se concretizem na

sua morte. Inversamente, deve ser-lhe conferido o direito inviolável à vida e, no campo

médico, deve ser tratado e cuidado, na medida do possível, como qualquer outro ser humano.

Ainda que para alguns tudo o que aqui foi dito cause dúvidas, aconselho a que se tome

uma postura tuciorista (de tutior). Escolha-se «a opção mais segura quando há incerteza: a

vida do embrião, desde o zigoto, deve ser protegida para se não correr o risco de discriminar

seres humanos, instrumentalizando uns em benefício de outros»55. Ainda que não consigam

afirmar que o embrião é pessoa, será melhor protegê-lo como tal, de modo a evitar o risco de

o discriminar ao admitir a sua destruição e manipulação em benefício de outros56.

Há ainda uma questão a responder: O que fazer com os embriões sem horizonte de

paternidade? Pois, se os autores estudados não nos dão uma resposta direta, fica subentendida

55 Daniel SERRÃO, «uso de embriões humanos em investigação científica», consultado a 25-03-2016

em: http://www.danielserrao.com/fotos/gca/Livrobranco.pdf. 56 Cf. Ibidem.

Page 15: O embrião humano, defesa da sua dignidade

14

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

esta avaliação ética: O embrião in vitro sem projeto parental não devia existir e, sendo um

sujeito eticamente inaceitável, qualquer decisão sobre ele é ferida da mesma inaceitabilidade

ética57. «Não há nenhuma solução que realize o bem de embriões excluídos do projeto

parental»58, projeto esse que é a única justificação eticamente aceitável para a sua

constituição. A postura a tomar deverá ser aquela posta em prática pelos médicos de diretriz

católica, que evitam a criação de mais embriões do que o número para o qual perspectivam a

implantação uterina. Essa postura foi acolhida pela «legislação alemã que, por considerar

ilícita a investigação em embriões humanos, proíbe a constituição de um número de embriões

superior aos que vão ser utilizados para uma ou mais tentativas de procriação, num casal

estéril, permitindo apenas a crio-conservação de ovócitos em processo de fertilização na fase

que precede a singamia»59. Só assim o ser humano é respeitado como pessoa, desde o

primeiro instante da sua existência, pois, como diz a Igreja Católica: «O aborto como o

infanticídio são crimes abomináveis»60.

Concluo com estas elucidativas palavras da Sagrada Congregação para a Doutrina da

Fé:

«A partir do momento em que o óvulo é fecundado, inaugura-se uma nova vida

que não é do pai ou da mãe, mas sim um novo ser humano que se desenvolve por conta

própria. Nunca se tornará humano se já não o foi, desde então. A esta evidência de

sempre… fornece a ciência genética moderna preciosas confirmações. Esta demonstrou

que desde o primeiro instante se encontra fixado o programa daquilo que será este ser

vivo: um homem, este homem-indivíduo com as suas características já bem determinadas.

Desde a fecundação tem início a aventura de uma vida humana, cujas grandes

capacidades exigem, cada uma, tempo para organizar-se e para encontrar-se prontas a

agir»61.

57 Cf. Ibidem. 58 Daniel SERRÃO, «uso de embriões humanos em investigação científica», consultado a 25-03-2016

em: http://www.danielserrao.com/fotos/gca/Livrobranco.pdf. 59 Ibidem. 60 CONCÍLIO DO VATICANO II, «Constitutio Pastoralis: “Gaudium et Spes”», in AAS 58 (1966), 1025-

1115, 51. 61 CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ, «Declaratio de abortu procurato», in AAS 66 (1974), 70-

102, 12-13.

Page 16: O embrião humano, defesa da sua dignidade

15

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

Bibliografia

CONCÍLIO DO VATICANO II, «Constitutio Pastoralis: “Gaudium et Spes”», in AAS 58 (1966),

1025-1115.

CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ, «Declaratio de abortu procurato», in AAS 66 (1974),

70-102.

PINTO José S.J., Questões Atuais de ÉTICA MÉDICA, Editorial A.O., Braga, 1996, 60

PINTO José, Aulas de Ontologia, Faculdade de Teologia da UCP - Braga, 2015.

RENAUD Michel, «Análise filosófica acerca do embrião humano», in: Rui NUNES et Helena

MELO, A ética e o direito no início da vida humana, Gráfica de Coimbra, Coimbra,

2001, 139-154.

SERRA Ângelo, «O estado biológico do embrião humano. Quando começa o ser humano?», in:

Ação Médica, 4 (1997), 213-222.

SERRÃO Daniel, «uso de embriões humanos em investigação científica», consultado a 25-03-

2016 em: http://www.danielserrao.com/fotos/gca/Livrobranco.pdf.

Page 17: O embrião humano, defesa da sua dignidade

16

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

Índice

Introdução ............................................................................................................................. 1

1 – Quando o embrião é humano? ......................................................................................... 2

2 – O que é a pessoa humana? ................................................................................................ 6

3 – O embrião é um ser humano? .......................................................................................... 8

Reflexão pessoal ................................................................................................................... 11

Bibliografia ........................................................................................................................... 15

Índice ................................................................................................................................... 16

Page 18: O embrião humano, defesa da sua dignidade

17

Un

iversid

ade C

atólica P

ortu

gu

esa, Facu

ldad

e de T

eolo

gia (C

entro

Reg

ion

al de B

raga) –

Sem

inário

Tem

ático d

e Ética e L

ei em B

iom

edicin

a

“Dig

nid

ade d

o E

mb

rião H

um

ano”, p

or Jo

ão M

igu

el Pereira

Textos anexos