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RECUPERAÇÃO Unidades de Recuperação Pós-Anestésica de Hospitais Brasileiros: Aspectos Organizacionais e Assistenciais SEGURANÇA Material Particulado, Microbiota Aérea e Resistência Antimicrobiana de Staphylococcus aureus em Cirurgia Ortopédica GESTÃO Gerenciando Risco em Reprocessamento de Produtos para Saúde: Uma Metodologia para Serviços Hospitalares PEDIATRIA Estratégias Lúdicas Na Assistência ao Paciente Pediátrico: Aplicabilidade ao Ambiente Cirúrgico EMERGÊNCIA Situação de Desastre: Atuação da Equipe de Enfermagem em Cirurgias Emergenciais E mais: Hospital em Foco: Sírio-Libanês Agenda: Congressos, Simpósios e Cursos. Tudo isso e muito mais! Em revista Ano 18, n o 2, abr./jun. 2013 – www.sobecc.org.br – ISSN 14144425 Título de Especialista: Veja nesta edição detalhes do Curso Preparatório e da Prova Conheça a programação do 11 o Congresso Brasileiro realizado pela SOBECC 24 a 27 de julho de 2013 Palácio das Convenções do Anhembi, São Paulo (SP)

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recuperaçãoUnidades de Recuperação Pós-Anestésica de Hospitais Brasileiros: Aspectos Organizacionais e Assistenciais

segurançaMaterial Particulado, Microbiota Aérea e Resistência Antimicrobiana de Staphylococcus aureus em Cirurgia Ortopédica

gestãoGerenciando Risco em Reprocessamento de Produtos para Saúde: Uma Metodologia para Serviços Hospitalares

pediatriaEstratégias Lúdicas Na Assistência ao Paciente Pediátrico: Aplicabilidade ao Ambiente Cirúrgico

emergênciaSituação de Desastre: Atuação da Equipe de Enfermagem em Cirurgias Emergenciais

E mais: Hospital em foco: Sírio-Libanês

Agenda: Congressos, Simpósios e Cursos. Tudo isso e muito mais!

Em revistaAno 18, no 2, abr./jun. 2013 – www.sobecc.org.br – ISSN 14144425

título de especialista: Veja nesta edição detalhes do Curso Preparatório e da Prova

Conheça a programação do 11 o Congresso Brasileiro realizado pela SOBECC

24 a 27 de julho de 2013 Palácio das Convenções do Anhembi, São Paulo (SP)

4••• editoriaL

5•••agenda

6•••acontece

10•••concurso de títuLo de especiaLista

12•••11º congresso da sobecc

19•••HospitaL em foco

25••• artigo originaLUnidades de Recuperação Pós-Anestésica de Hospitais Brasileiros: Aspectos Organizacionais e Assistenciais

33•••revisão de Literatura Gerenciando Risco em Reprocessamento de Produtos para Saúde: uma Metodologia para Serviços Hospitalares

45•••artigo originaLMaterial Particulado, Microbiota Aérea e Resistência Antimicrobiana de Staphylococcus aureus em Cirurgia Ortopédica

57•••revisão de Literatura Estratégias Lúdicas na Assistência ao Paciente Pediátrico: Aplicabilidade ao Ambiente Cirúrgico

67•••revisão de Literatura Situação de Desastre: Atuação da Equipe de Enfermagem em Cirurgias Emergenciais

77•••normas para pubLicação na revista sobecc

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 3.

issn 14144425

Revista indexada nas bases de dados LILACS, CUIDEN e CINAHL INFORMATION SYSTEMS

índice

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diretoria da sobecc - gestão 2011-2013 presidente: Janete Akamine • vice-presidente: Márcia Hitomi Takeiti • primeira-secretária: Liraine Laura Farah • segunda-secretária: Andrea Alfaya Acunã • primeira-tesoureira: Simone Batista Neto Arza • segunda-tesoureira: Zuleica Fazoni Souza • diretora da comissão de assistência: Maria Lúcia Suriano • membros da comissão de assistência: Mariângela Belmonte Ribeiro e Giovana Abrahão de Araújo Moriya • diretora da comissão de educação: Márcia Cristina Pereira • membros da comissão de educação: Aparecida de Cássia Giani Peniche e Tânia Regina Zeni • diretora da comissão de publicação e divulgação: Rachel de Carvalho • membros da comissão de publicação e divulgação: Raquel Machado Cavalca Coutinho e Eliane da Silva Grazziano • diretor do conselho fiscal: Ernane de Sousa Almeida • membros do conselho fiscal: Kátia Aparecida Ferreira de Almeida e Mara Lúcia Leite Ribeiro • diretora da comissão e eventos regionais: Lígia Garrido Calicchio.

revista sobeccÓrgão oficial da Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, recuperação anestésica e centro de material e esterilização.

comissão de publicação e divulgação - diretora: Drª Rachel de Carvalho (Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein – FEHIAE) • membros: Drª Eliane da Silva Grazziano (Universidade Federal de São Carlos

– UFSCAR) e Drª Raquel Machado Cavalca Coutinho (Universidade Paulista – UNIP).

conselho editorial: Drª Ana Lúcia de Mattia (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG), Drª Aparecida de Cássia Giani Peniche (Escola de Enfermagem da USP), Ms Dulcilene Pereira Jardim (Universidade Santo Amaro – UNISA), Drª Eliane da Silva Grazziano (Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR), Drª Estela Regina Ferraz Bianchi (Escola de Enfermagem da USP), Isabel Cristina Dauth (Universidade Luterana do Brasil – ULBRA), Ms Jacqueline Ramos de Andrade Antunes Gomes (Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal), Ms Márcia Wanderley de Moraes (Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein – FEHIAE), Drª Maria Belén Salazar Posso (Faculdade de Enfermagem da Fundação ABC), Drª Maria Clara Padovezze (Escola de Enfermagem da USP), Drª Maria Concepcion Pezo Silva (Universidade Nacional Pedro Ruiz Gallo – Peru), Drª Maria Helena Barbosa (Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM), Drª Maria Isabel Pedreira de Freitas (Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP), Drª Maria Lúcia Suriano (Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP), Drª Rachel de Carvalho (Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein – FEHIAE), Drª Raquel Machado Cavalca Coutinho (Universidade Paulista – UNIP), Drª Rita Catalina Aquino Caregnato (Universidade Luterana do Brasil – ULBRA), Ms Verônica Cecília Calbo de Medeiros (Centro Universitário São Camilo).

equipe técnica – revisão: Marcelo de Andrade • coordenação: Sirlene Aparecida Negri Glasenapp • administração: Veridiana Franco • produção Gráfica: Solange Mattenhauer Candido • secretária: Maria Elizabeth Jorgetti • bibliotecária: Sônia Maria Gardim • revisão em espanhol: Drª Maria Belén Salazar Posso • revisão em inglês: Elaine Koda • tiragem: 4.000 exemplares

• impressão: Editora Referência Ltda.

sobecc: Rua Vergueiro, 875, conj. 64, Liberdade (metrô Vergueiro), CEP 01504-001, São Paulo, SP • CGC: 67.185.215/0001-03

Tel.: (11) 3341-4044 • Fax: (11) 2501-4144.

e-mail: [email protected] | site: www.sobecc.org.br Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

A SOBECC está associada à Academia Brasileira de Especialistas de Enfermagem (ABESE) desde 2000, à International Federation Perioperative Nurses (IFPN) desde 1999 e ao Fórum Mundial de Esterilização (WFHSS)

desde 2008. Além disso, mantém parceria constante com a Association Operating Room Nurses (AORN).

sobecc: trabalhando, renovando e aprimorando, sempre

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 4.

editorial – revista sobecc Abril/Junho de 2013

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Caros associados:

É com satisfação pelo trabalho realizado e sentimento de dever cumprido que esta gestão da Associação Brasileira de Enfer-meiros de Centro Cirúrgico, Re-cuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SO-BECC) despede-se em nosso último editorial da Revista SO-

BECC, após quatro anos de mandato, em duas gestões consecutivas. Certamente aprendemos muito e vamos levar conosco todas as experiências vividas e partilhadas com cada um de vocês.

Estamos próximos do 11º Congresso Brasileiro de Enfer-magem em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização, promovido pela SO-BECC, que acontecerá entre 24 e 27 de julho, no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, cujo tema é “Teoria e Prática no Perioperatório: Cuidado, Gestão e Desenvolvimento Pessoal e Profissional”. Na ocasião, ocorrerá a eleição da nova Diretoria e também será lança-da a 6ª edição das Práticas Recomendadas da SOBECC. Esperamos ver você e sua equipe conosco em mais este importante evento científico, para escrevermos mais um capítulo da Enfermagem Perioperatória brasileira.

O segundo número da Revista SOBECC deste ano traz, na sessão Hospital em Foco, a história e o resultado da excelência da assistência à saúde do Hospital Sírio-Liba-nês, em São Paulo. Quanto aos trabalhos aqui publicados, demonstram a constante preocupação dos enfermeiros brasileiros em busca das melhores práticas empregadas ao cliente cirúrgico, nas áreas de CME, CC e RA.

Na pesquisa de revisão “Gerenciando Risco em Repro-cessamento de Produtos para Saúde: uma Metodologia para Serviços Hospitalares”, a autora discute os riscos associados ao reprocessamento de produtos hospitalares e propõe uma metodologia de gerenciamento de risco, subsidiada em elementos teóricos e nas implicações da prática para a saúde dos usuários de produtos repro-cessados.

O artigo “Material Particulado, Microbiota Aérea e Re-sistência Antimicrobiana de Staphylococcus aureus em Cirurgia Ortopédica” é uma interessante pesquisa microbiológica, realizada na interdisciplinaridade de

pesquisadores do interior de São Paulo, que concluíram que a presença de bioaressois identificados durante o período intraoperatório de cirurgias ortopédicas pode ser considerada um fator de extrema importância para o controle das infecções de sítio cirúrgico.

As autoras do trabalho “Estratégias Lúdicas na Assistên-cia ao Paciente Pediátrico: Aplicabilidade ao Ambiente Cirúrgico” descrevem as estratégias de humanização da assistência utilizadas pela equipe de saúde frente à criança no contexto hospitalar e apontam a aplicabilidade de tais técnicas especificamente no bloco cirúrgico, mos-trando que, ao contrário do que muitos pensam, é possível a utilização de muitas delas no ambiente operatório.

Escrevendo sobre um assunto que muito se tem discu-tido nos eventos mundo afora, mas que foi pouquíssimo abordado na literatura, no artigo “Situação de Desastre: Atuação da Equipe de Enfermagem em Cirurgias Emer-genciais”, as autoras descrevem a atuação do enfermeiro frente ao paciente a ser submetido à cirurgia de emer-gência, em situação de desastre, desde a triagem até o gerenciamento do CC, considerando a missão do CC, o plano de ação, um checklist para gerenciamento do CC em situação de desastre, bem como aspectos relaciona-dos ao período perioperatório.

O artigo “Unidades de Recuperação Pós-Anestésica de Hospitais Brasileiros: Aspectos Organizacionais e Assis-tenciais” traz descrições da estrutura organizacional e assistencial das unidades de recuperação em hospitais do território nacional, a partir das respostas fornecidas por enfermeiros que participaram do 9º Congresso da SOBECC, em julho de 2009.

Mais uma vez nos despedimos neste Editorial, porém não nos despedimos da Associação e nem de nossas responsabilidades frente à elevação dos ideais da Enfermagem Perioperatória no Brasil. Continuamos trabalhando sempre e contamos com todos vocês!

Esperamos que aproveitem e apreciem a leitura!

“O êxito na vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que superou no

caminho.” (Abraham Lincoln)

Rev. SOBECC, São Paulo. jul./set. 2012; 17(3) 5 5

agenda

iv congresso brasileiro em emergênciaii congresso internacional de enfermagem em emergência data: 10 a 12 de julho de 2013Local: Fecomercio, Rua Doutor Plínio Barreto, 285, Bela Vista, São Paulo (SP)Informações: (11) 2157-6652site: www.cobeem.com.bre-mail: [email protected]

vi curso preparatório de enfermagem perioperatória data: 23 de julho de 2013Local: Centro de Convenções Rebouças, Avenida Rebouças, nº 600, São Paulo (SP)Informações: (11) 3341-4044 site: www.sobecc.org.br 11º congresso brasileiro de Enfermagem em centro cirúrgico, Recuperação anestésica e centro de material e esterilização data: 24 a 27 de julho de 2013 Local: Palácio das Convenções do Anhembi, Av. Olavo Fontoura, 1.209, Anhembi Parque, Santana, São Paulo (SP) Informações: (11) 3341-4044site: www.sobecc.org.br

iX encontro nacional de gerenciamento em Enfermagemdata: 26 a 28 de agosto de 2013 Local: Hotel Serra Azul, Gramado (RS)Informações: (11) 5081-7718site: www.sobragen.org.bre-mail: [email protected]

II Jornada Científica de Integração Regional Sul - SOBECC de Enfermagem em Centro Cirúrgico, recuperação anestésica e centro de material e esterilização – porto alegre data: 28 de setembro de 2013Local: Plaza São Rafael Porto Alegre endereço: Avenida Alberto Bins, 514, Porto Alegre (RS)e-mail: [email protected] site: www.sobecc.org.br

Curso de Especialização de Enfermagem em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização – Faculdade de Enfermagem do Hospital israelita albert einstein (feHiae)início: setembro de 2013Local: Unidade Paulista, Avenida Paulista, 37 - 15o andarsite: www.einstein.com.br

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acontece sobeccacontece sobecc

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 6-11.

10º congresso paulista de anestesiologia (copa) A presidente da SOBECC, Janete Akamine, parti-cipou do 10º Congresso Paulista de Anestesiologia (COPA), que foi realizado no período de 11 a 14 de abril, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Durante o evento, ela abordou um tema essencial da assistência em saúde: a segurança do paciente.

A palestra foi mais uma colaboração da SOBECC com a Aliança Mundial para a Segurança do Pa-ciente, proposta pela Organização Mundial da Saú-de (OMS).

Segundo a presidente da SOBECC, este desafio global “objetiva melhorar os resultados cirúrgicos para todos os pacientes e a questão da segurança é prioritária”.

Janete tratou, em sua palestra, da importância do trabalho integrado entre as equipes multidisciplina-res e explicou que a gestão de riscos voltada para a qualidade e a segurança do paciente engloba princípios e diretrizes como a criação da cultura de segurança; a execução sistemática e estruturada dos processos de gerenciamento de risco; a inte-gração com os processos de cuidado e a articula-ção com os processos organizacionais dos servi-ços de saúde.

2º congresso internacional de Prevenção de Infecção (Infecon) Infecção zero, este objetivo foi o pano de fundo da programação científica do 2º Con-gresso Internacional de Prevenção de Infec-ção, que aconteceu entre 2 e 5 de maio, no Centro de Convenções Costão do Santinho Resort, em Florianópolis (SC). A SOBECC foi representada na mesa de abertura pela vice-presidente, Márcia Hitomi Takeiti, além dos membros da diretoria Rachel de Carvalho e Er-nane de Sousa Almeida.

No evento, especialistas nacionais e internacio-nais discutiram temas relevantes para a preven-ção de infecção em todas as suas etapas. Com uma abordagem totalmente inovadora, os con-ceitos de prevenção foram tratados de forma a serem aplicáveis, mensuráveis e priorizados.

Entre os tópicos da programação, destacaram-se “Caminhos para o Controle de Infecção de Sítio Cirúrgico”; “O Impacto do Controle da In-fecção na Segurança do Paciente Cirúrgico” e

"A Importância no Estabelecimento da Cultura de Segurança na Prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico".

i simpósio de endoscopia digestiva da santa de casa de porto alegre A Importância da Desinfecção de Aparelhos e Acessórios para a Qualidade Assistencial foi o tema abordado por Andrea Alfaya Acunã, segunda-secretária da SOBECC, durante o I Simpósio de Endoscopia Digestiva da Santa de Casa de Porto Alegre, realizado em 4 de maio.

A especialista enfocou principalmente os aspectos da desinfecção tratados na RDC 6 e no Guideline de Reprocessamento de Endoscópios da American Society for Gastrointestinal Endoscopy (ASGE), de 2011.

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iii congresso Latino-americano de resistência microbiana e X Sul Encontro de Controle de InfecçãoA enfermeira e membro do Conselho Fiscal da SOBECC, Katia Aparecida Ferreira de Almeida, prestigiou o III Congresso Latino-Americano de Resistência Microbiana e o X Sul Encontro de Controle de Infecção, realizado entre 8 e 11 de maio de 2013, no Centro de Convenções do Hotel Serrano, em Gramado (RS).Katia conduziu uma palestra intitulada "Embalagens para Esterilização e CME x Qualidade e Segurança na Assistência". O conteúdo incluiu tópicos como o sistema de barreiras para embalagens de produtos para saúde e a importância da seleção criteriosa do sistema de barreiras para embalagem, proporcionando a segurança da esterilização até a sua utilização.

A representante da SOBECC, Janete Akamine, também ministrou a palestra intitulada "Centro de Material e Esterilização x Qualidade e Segurança na Assistência". Nesta apresentação, ela transmitiu a necessidade de assegurar as validações dos processos de esterilização por intermédio de várias ferramentas da gestão da qualidade, evitando a propagação de doenças no serviço de saúde.

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 6-11.

anuidade da sobecc 2013Enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enferma-gem, acompanhem o valor da anuidade da SO-BECC para 2013 e vejam as datas com menor valor.

Enfermeirosperíodo valor vencimento

2/05/2013 a 30/06/2013

R$ 250,00 28/06/2013

1/07/2013 a 29/08/2013

R$ 270,00 29/08/2013

2/09/2013 a 27/12/2013

R$ 460,00 27/12/2013

Técnicos e Auxiliares de Enfermagemperíodo valor vencimento

2/05/2013 a 30/06/2013

R$ 130,00 28/06/2013

1/07/2013 a 29/08/2013

R$ 140,00 29/08/2013

2/09/2013 a 27/12/2013

R$ 230,00 27/12/2013

aprovados para a 2ª fase da Prova de Título de especialista 2013• Ádane Domingues Viana• Ana Claudia Brito Costa Fernandes• Andréa Rangel Boquimpani Wottrich• Cristina Silva Sousa• Elisângela Corrêa Barbosa Fontes• Fulvio Leite da Silva Teixeira• Gessyane Seno de Godoi• Gislâine Maria Rodrigues Silva• Ivany Berdyj Hildinger • Liraine Laura Farah• Luciana Maria de Oliveira Nascimento• Maria Lucia Soero de Almeida• Nayara Carvalho Oliveira• Rafaela Spíndola de Souza• Rima Farah• Silvana Menezes • Tatiane Costa de Melo• Viviane Diegues Füzessy

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acontece sobeccconheça a nova diretoria sobecc gestão 2013/2015

PresidenteMárcia Hitomi TakeitiInstituto do Coração – InCor – HC-FMUSP

Vice-PresidenteLígia Garrido CalicchioHospital Samaritano

1ª SecretáriaLiraine Laura FarahHospital São Camilo

2ª SecretáriaSimone Garcia LopesFaculdade de Medicina do ABC

1ª TesoureiraSimone Batista Neto ArzaInstituto do Câncer do Estado de São Paulo – ICESP

2ª TesoureiraMara Lucia Leite RibeiroHCor – Hospital do Coração

Diretora Conselho FiscalRosa Maria Pelegrini FonsecaHospital Paulistano

MembroKátia Aparecida Ferreira de AlmeidaHospital Santa Marcelina

MembroMariangela Belmonte RibeiroHospital A. C. Camargo

Diretora da Comissão de AssistênciaMarcia Cristina Pereira Hospital São Luiz – Itaim

MembroMércia Pacheco Hospital Alemão Oswaldo Cruz

MembroEdmilson Almeida Instituto Central do Hospital das Clínicas – FMUSP

Diretora da Comissão de EducaçãoGiovana Abrahão de Araújo Moriya Hospital Israelita Albert Einstein

MembroTania Regina Zeni Hospital Sírio-Libanês

MembroMaria Clara Padovezi Escola de Enfermagem da USP

Diretora da Comissão de Publicação e DivulgaçãoEliane Graziano Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)

MembroRachel de CarvalhoFaculdade de Enfermagem

- Hospital Israelita Albert Einstein (FEHIAE)

MembroAna Lucia de Mattia Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Diretora de Eventos Regionais

Andrea Alfaya Acunã Hospital Sírio-Libanês

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 6-11.

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PREPARAÇÃO

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Assista a mini palestras sobre estas e outras questões no nosso novo estande, n° 1, 2 e 3 na SOBECC 2013.

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CONSERVAÇÃO

MEDCLEAN: 26/jullho das 12:15h às 13:15h - palestrante Enfª Léa Pereira de Souza especializada em CC, RPA e CME pela USP e sócia proprietária da LEAH Treinamento e Orientação em Processos Hospitalares

PLANITRADE: 25/julho das12h às 13h - palestrante Mr. Marc Esquenet – Químico Chefe e Vice-Presidente de Pesquisa e Desenvolvimento da Ruhof

concurso de título de especialistaOs candidatos ao título de especialista podem acompanhar o cronograma do Concurso, data do Curso Preparatório, horário e local em que será realizada a prova.

cronograma

• 23 de julho de 2013: VII Curso Preparatório e VII Jornada de Enfermagem em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e EsterilizaçãoHorário: 8h às 18hLocal: Centro de Convenções Rebouças, Avenida Dr. Enéias de Carvalho Aguiar, nº 23, São Paulo (SP).

• 24 de julho de 2013: Prova escritaHorário: das 14h às 18hLocal: Palácio das Convenções do Anhembi, Auditório 3, Avenida Olavo Fontoura, nº 1.209, Santana, São Paulo (SP).

Informações importantes: • A prova escrita terá quatro horas de duração. Os candidatos devem se apresentar às 13h30, e o fechamento das portas ocorrerá às 13h50. O início da prova será às 14h;

• O candidato somente poderá se retirar do local da prova após duas horas do seu início; • A prova escrita constará de 100 questões de múltipla escolha, com cinco alternativas para respostas e somente uma correta, de acordo com o programa;

• Os candidatos aprovados para prestar a prova de título de especialista serão isentos da taxa de inscrição para participar do curso.

investimento para o curso preparatório

categorias16/06/2013 a 10/07/2013 no local

Enfermeiros associados R$ 100,00 R$ 120,00

Enfermeiros não associados e

Outros ProfissionaisR$ 150,00 R$ 180,00

datas importantes10 de junho de 2013Data-limite para inscrição on-line

23 de julho de 2013Curso Preparatório para o Título de Especialista

24 de julho de 2013Prova de Título de Especialista

26 de julho de 2013Jantar de Confraternização

Palácio das Convenções do Anhembi Av. Olavo Fontoura, 1.209 – Santana

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Bibliografia recomendada

A bibliografia recomendada para você se preparar para a prova está disponível no site da SOBECC (www.sobecc.org.br).

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 6-11.

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vii curso preparatório para prova de obtenção do título de especialistaVII Jornada em Centro Cirúrgico, Recuperação anestésica e centro de material e esterilização

A SOBECC vai realizar mais uma edição do curso destinado a preparar os enfermeiros que farão a prova para obtenção do título de especialista em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização. Desta vez, o evento será aberto para profissionais interessados na atualização sobre as práticas do Bloco Operatório. Em qualquer um dos casos, haverá entrega de certificado com a carga horária correspondente.

programação

7h30 – 8h20 Inscrições e Entrega de Material

8h20 – 8h30 Abertura

8h30 – 9h00 Palestra: Planejamento do Ambiente Físico do Bloco Operatório e Recuperação Anestésica

9h00 – 9h30 Palestra: O Sistema de Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP)

9h30 – 10h00 Palestra: Posicionamento Cirúrgico

10h00 – 10h30 Intervalo

10h30 – 11h00 Palestra: Hemostasia

11h00 – 11h30 Palestra: Fatores Relacionados à Infecção do Paciente Cirúrgico

11h30 – 12h00 Palestra: Aspectos Éticos e Legais Relacionados às Ações de Enfermagem no Bloco Operatório

12h00 – 13h00 Intervalo para Almoço

13h00 – 13h30 Palestra: Principais Tipos de Anestesias

13h30 – 14h00 Palestra: Avaliação do Paciente na Recuperação Anestésica

14h00 – 14h30 Palestra: Planejamento: Ambiente Físico do Centro de Material e Esterilização, de Acordo com a RDC 15/2012

14h30 – 15h00 Palestra: Limpeza e Desinfecção de Artigos para Assistência à Saúde

15h00 – 15h30 Intervalo

15h30 – 16h00 Palestra: Métodos de Esterilização

16h00 – 16h30 Palestra: Tipos de Embalagens

16h30 – 17h00 Palestra: Indicadores de Qualidade do Processo de Esterilização

17h00 – 17h30 Palestra: Segurança do Paciente e do Profissional, Integração entre as Unidades de CC, RA e CME, Educação Permanente e Investigações nas Áreas de CC, RA e CME

17h30 – 17h45 Encerramento

divuLgação dos resuLtados

Não serão fornecidos resultados por telefone. Também não serão fornecidos resultados individuais. O candidato será comunicado por carta se for aprovado ou não. Será divulgado o gabarito oficial da prova escrita após 10 dias da data de sua realização, no site da SOBECC (www.sobecc.org.br). A divulgação da lista de candidatos aprovados será dia 26 de setembro de 2013.

Coordenação da ComissãoProva de Obtenção do Título de Especialista da SOBECC Nacional – 2013

• Data: 23 de julho de 2013.• Horário: 8 às 18h.• Local: Centro Convenções Rebouças, Auditório Amarelo, Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, nº 23 (acesso em frente ao InCor, Metrô Clínicas).

Auditório Amarelo

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Iniciada a contagem regressiva para a 11ª edição do Congresso Brasileiro de En-fermagem em Centro Cirúrgico, Recupe-ração Anestésica e Centro de Material e Esterilização, organizado pela SOBECC Nacional.

São esperados mais de 2 mil profissionais, que se encontrarão para um debate sobre a Teoria e Prática Perioperatória: Cuidado, Gestão e Desenvolvimento Pessoal e Pro-fissional - tema necessário para enfrentar os desafios da Enfermagem Perioperató-ria em um ambiente tão complexo como o da assistência à saúde

A programação científica será acompa-nhada por uma exposição tecnológica, com cerca de 70 empresas especializa-das e os mais recentes lançamentos em produtos e serviços.

palestrantes internacionais• Joost Van Doornmalen (Holanda)• Joseph Carl Lewelling (EUA) • Marian Aranaz Zamakona (Espanha)• Mary Jo Steiert (EUA) • Millaray Chandía (Chile)

palestrantes nacionais • Adriano Rogerio Baldacin • Alexandre Lemo • Ana Lucia Mirancos da Cunha• Antonio Tadeu Fernandes• Claudio Bertolucci • Cleide Mazuela Canavezi • Clovis de Barros Filho • Denise Schout• Diogo Marcelo May • Elisabete Ribeiro Insóliti • Enis Donizete Silva • Flávia Cristina Alves• Giovana Abrahão de Araújo Moriya • Gustavo Guimarães • Heiko Thereza Santana• Heleno Costa Junior • Ivone Coutinho Mussel • Julia Yaeko Kawagoe • Luiz Dias Silva • Marcelo Jatene • Paulo Roberto Laranjeiras• Rodrigo Luiz Leite Pinheiro• Thais Rodrigues • Vagner Custodio da Silva• Wagner de Aguiar Junior

24 a 27 de julho de 2013 Palácio das Convenções do Anhembi, São Paulo (SP)

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 12-18.

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Programação Científica 24 de julho de 2013 (Quarta-feira)

grande plenária 7h30 – 8h45 Entrega de Material

9h00 – 9h30 Cerimônia de Abertura

9h30 – 10h15 Conferência: Enfermagem Perioperatória: da Teoria à Prática

10h15 – 11h00 intervalo 11h00 – 12h15 mesa-redonda: Cenário Mundial da

Enfermagem Perioperatória: Avanços e Perspectivas

12h15 – 13h15 Apresentação de Simpósio-Satélite

13h00 – 14h15 intervalo para almoço

14h15 – 15h15 Contribuição das Normas, Publicações e Recomendações Atuais sobre Processamento de Dispositivos de Assistência à Saúde na Prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico

15h15 – 16h00 Atuação da Equipe Multiprofissional no Combate ao Incêndio no Ambiente Cirúrgico

programação paralela

auditório 314h00 – 18h00 prova de título de especialista

auditório 114h15 – 16h15 Controle da Hipotermia: Assistência de Enfermagem

auditório 2 14h15 – 16h15 Conversa com Especialistas em Centro Operatório de Cardiologia: Circulação Extra-

Corpórea em Urologia: A Atuação do Enfermeiro na Litotripsia

auditório 414h15 – 16h15 Calculando e Conhecendo Ferramentas para a Prática da Assistência Perioperatória

auditório 914h15 – 16h15 Cirurgia Segura: Desafio Global pela Segurança do Paciente

16h15 – 16h45 intervalo

auditório 1 17h40 Assembleia Geral dos Associados

19h00 Encerramento das Atividades

grande auditóriosimpósio-satéliteempresa: 3M do Brasil data: 24 de julhoHorário: 12h –13htema: Esterilização a Vapor em Superfícies e Monitoramento do Processo de Penetração do Vapor (Teste Desafio)palestrante: Joost van Doormalen (Holanda)

auditório 4simpósio-satéliteempresa baumerdata: 24 de julhoHorário: 12h15 – 13h15tema: Novas Tecnologias para Otimização do Processo Cicatricialpalestrante: Dr. Adriano A. Mehl

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 12-18.

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Programação Científica 25 de julho de 2013 (Quinta-feira)

grande plenária 9h00 – 10h15 ISO: da Teoria à Prática. Interpretando

a Aplicabilidade das Normatizações Internacionais

programação paralela – auditório 99h00 – 10h30 Fórum de Ensino de Enfermagem em

Centro Cirúrgico nos Cursos de Bacharelado de Enfermagem no Brasil

10h15 – 11h00 Coffee break

grande plenária11h00 – 12h00 A Influência do Cuidado Pré-Operatório e

Pós-Operatório para Prevenir Infecções

12h00 – 13h00 Apresentação de Simpósios-Satélites

13h00 – 14h00 intervalo para almoço

14h00 – 14h45 Colaborando para a Sustentabilidade: Estratégias para Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Descartar Resíduos Perioperatórios

14h45 – 16h00 Novas Tendências Tecnológicas no Bloco Operatório

programação paralela – auditório 4 14h00 – 16h00 Conversa com Especialista: • Neuronavegação • Robótica • Anestesia • Hemoderivados e Cell Saver • Ecotransesofágico no Centro Cirúrgico

programação paralela – auditório 914h30 – 15h00 Liberação Paramétrica em

Termodesinfetadora

15h00 – 15h30 Desafio no Processo de Esterilização: Gases Não Condensáveis

15h30 – 16h00 Análise Ergonômica em CME

16h00 – 16h30 intervalo

16h30 – 17h00 Gestão de Inventário em CME

16h30 – 18h30 Avaliação dos Pôsteres

18h30 Encerramento das atividades

19h00 Happy Hour

auditório 1simpósio-satéliteempresa: 3 Albe data: 25 de julhoHorário: 12h15 – 13h15tema: A Importância da Aplicação da Tecnologia da Informação no Processamento de Produtos para Saúde Garantindo Segurança e Armazenamento de Dadospalestrante: a confirmar

auditório 2simpósio-satéliteempresa: Labnewsdata: 25 de julhoHorário: 12h15 – 13h15tema: RDC 15 - Como Qualificar Lavadoras Ultrassônicaspalestrante: Kelly Lídia Rodrigues, Enfermeira Consultora Técnica da Labnews (Brasil)

grande auditóriosimpósio-satéliteempresa: 3M do Brasildata: 25 de julhoHorário: 12h15 – 13h15tema: Prevenção de Infecção durante a Fase Perioperatória: Práticas Baseadas em Evidênciaspalestrante: Mary Jo Steiert (EUA)

auditório 9simpósio-satéliteempresa: Planitradedata: 25 de julhoHorário: 12h15 – 13h15tema: Desafios para Detergentes Enzimáticos: Registros, Qualificação e Validação de Limpezapalestrante: Marc Esquenet, Químico-Chefe e Vice-Presidente de Pesquisa e Desenvolvimento da Ruhof

auditório 4simpósio-satéliteempresa: Johnson & Johnson data: 25 de julhoHorário: 12h15 – 13h15tema: Compatibilidade e Esterilidade: Como Interpretar Esses Conceitos nos Processos de Esterilização à Baixa Temperaturapalestrante: a confirmar

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 12-18.

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Programação Científica 26 de julho de 2013 (sexta-feira)

grande plenária8h30 – 9h15 Construindo Indicadores do Bloco Operatório

auditório 98h30 – 10h00 mesa-redonda: Recuperação Anestésica de Alta

Performance: Atendendo Pacientes Críticos

grande plenária9h15 – 10h00 Modelos de Certificações Assistenciais

10h00 – 10h45 Coffee Break

10h45 – 11h30 Como Classificar os Eventos Adversos: o que Fazer?

11h30 – 12h15 A Enfermagem Perioperatória Informatizada: Quais São os Benefícios?

programação paralela – auditório 4 11h30 – 12h15 A Importância do Treinamento no Bloco

Operatório

12h15 – 13h15 Apresentação de Simpósios-Satélites

13h15 – 14h15 intervalo para almoço

grande plenária14h30 – 15h30 Ferramentas para Planejamento Estratégico no Bloco Operatório

auditório 914h15 – 15h00 Mapa de Risco: Ações que Permeiam a Segurança Ocupacional

15h00 – 15h45 Ações Preventivas de Ergonomia em Bloco Operatório

15h45 – 17h00 Fadiga do Trabalhador: Impacto sobre a Segurança do Paciente, da Produtividade e da Saúde do Cuidador e do Paciente

17h00 Encerramento das Atividades

21h00 Jantar de Confraternização

Jantar de Confraternização

Comece a preparar seu traje! Os participantes do 11º Congresso da SOBECC têm um encontro marcado em 26 de Julho, às 21h30, no Hall nobre ii do Palácio das Convenções do Anhembi. Trata-se da Cerimônia de Confraternização entre os congressistas, expositores, organizadores e Diretoria da SOBECC. Não perca este momento reservado para diversão e muita descontração. Neste ano, o tema será reviver o “circo”. A criatividade vai depender de cada um.

auditório 1simpósio-satéliteempresa: Mack Medicaldata: 26 de julhoHorário: 12h –13htema: Compatibilidade e Esterilidade: Como Interpretar Esses Conceitos nos ProcessosInovações no processo de limpeza e seu monitoramentopalestrante: Gessilene de Sousa, Enfermeira Consultora Técnica da Mack Medical (Brasil)

grande auditóriosimpósio-satéliteempresa: 3M do Brasildata: 25 de julhoHorário: 12h15 –13h15tema: O Poder das Pequenas Ações palestrante: Enfermeira Cristiane Uyeno, Coordenadora de Centro Cirúrgico e Centro de Esterilização na Hospital do Idoso Zilda Arns

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 12-18.

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Programação Científica27 de julho de 2013 (sábado)

grande plenária

10h – 10h45 Cenário Comparativo entre Atividade de Segurança e Risco Operacional da Avaliação com os Profissionais que Atuam nas Diversas Áreas da Saúde

10h45 – 11h30 Autêntico Líder: Você Tem o que é Preciso?

11h30 – 12h30 Comunicação Ética e Amor no Ambiente de Trabalho

12h30 – 14h00 intervalo para almoço

14h00 Premiação

14h15 Apresentação dos Trabalhos Premiados

15h00 Sorteios

15h15 Encerramento do Evento

valores para associados à sobecc (participação nos quatro dias do evento)

Categoria 15/03/2013 a 16/06/2013

16/06/2013 a10/07/2013 No local

Técnicos e Auxiliares de Enfermagem

AssociadosR$ 110,00 R$ 140,00 R$ 180,00

Enfermeiros Associados R$ 300,00 R$ 350,00 R$ 400,00

valores para não associados à sobecc (participação nos quatro dias do evento)

Categoria 15/03/2013 a 16/06/2013

16/06/2013 a10/07/2013 No local

Técnicos e Auxiliares de Enfermagem

R$ 200,00 R$ 250,00 R$ 280,00Instrumentadores Cirúrgicos

Graduandos de Enfermagem

Enfermeiros e Outros Profissionais R$ 550,00 R$ 580,00 R$ 660,00

inscrição

práticas recomendadas da sobecc (6a ed 2013)

O lançamento da sexta edição das Práticas Recomendadas da SOBECC, que reúne as mudan-ças técnicas e inovações nas áreas de CME e RA, durante o 11º Congresso Brasileiro de Enfermagem em Centro Cirúr-gico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esteriliza-ção, está sendo aguardado por todos. A publicação é um recur-so essencial para referência de enfermeiros, gestores e educa-dores.

A atualização da nova edição é uma preocupação da SOBECC, que colabora para definir o es-copo de responsabilidades do enfermeiro perioperatório, aju-dando a criar um ambiente se-guro para os pacientes e a equi-pe multiprofissional.

Lançamento

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Expositores confirmados da Exposição Tecnológica do 11º Congresso

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 12-18.

JoãoMed

Cirúrgica Passos

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Hospital Felício Rocho: excelência em saúde

HOTEL E LOCALIZAçãOPACOTE TERRESTRE DIÁRIA EXTRATriplo Duplo Solteiro Triplo Duplo Solteiro

HOLIDAY INN ANHEMBI SÃO PAULOLocal do EventoRua Prof. Milton Rodrigues, 100Check-in 15hs / Out 12hs

- 1.199 1.856 - 252 416

MERCURE SP NORTELAv. Luis Dumont Villares, 400 - SantanaCheck-in 12hs / Out 12hs

994 1.110 1.652 188 229 365

BRASÍLIA SMALL TOWNR. Olavo Egídio, 420 - SantanaCheck-in 14hs / Out 12hs

729 877 1.321 134 171 282

COMFORT HOTEL DOWNTOWNRua Araújo, 141 - RepúblicaCheck-in 14hs / Out 12hs

- 736 1.157 - 135 241

BOURBON BUSINESS HOTEL SãO PAULOAv. Vieira de Carvalho, 99 - RepúblicaCheck-in 14hs / Out 12hs

193 748 1.158 - 139 241

SANTANA GOLD FLATRua Dr. Olavo Egídio, 170 - SantanaCheck-in 14hs / Out 12hs

593 673 1.057 100 120 216

pacote terrestre incLui:• Hotel de 23 a 27 de julho 2013 (4 diárias) com taxas inclusas;

• Café da manhã servido no restaurante;• Transfer Aeroporto / Hotel / Aeroporto (Regular).• Transporte entre os hotéis e local do evento ida pela manhã e retorno no final do dia, oferecido pela SOBECC;

importante• Valores calculados em Reais (R$) por pessoa e sujeitos a reajustes;

• Valores válidos serão sempre fornecidos no ato da confirmação da reserva;

• Transfer Regular, pressupõe a possibilidade de até 30 minutos de espera para saída do aeroporto para o hotel e saída do hotel com destino ao aeroporto com 2 a 3 horas de antecedência para voos nacionais e 3 a 4 horas de antecedência voos internacionais.

• Transporte entre os hotéis e local do evento, ida pela manhã e retorno no final do dia, oferecido pela SOBECC.

observaçÕes

RESPONSABILIDADE: A MASTER TURISMO declara que as condições gerais e específicas para a prestação dos serviços aqui oferecidos são as constantes da Deli-beração Normativa n.º 161 de 09/08/85, que se encontra à disposição em nosso escritório ou em qualquer Órgão Oficial de Turismo.

CANCELAMENTO: Até 60 dias antes do evento pode-remos aceitar pedido de cancelamento por escrito, com devolução do valor com desconto das taxas de Comuni-cação e Administrativas.

FORMA DE PAGAMENTO: Parcelado no cartão de crédi-to ou através de depósito bancário a crédito de MASTER TURISMO. Após a solicitação de reserva, será realizado contato para fornecimento dos dados bancários para depósito.

Agência Oficial do CongressoRua Martins Fontes, 91, CJ. 11 - Centro - São Paulo - SPFone: 55 11 2122-0570 • Fax: 55 11 2122-0559E-mail: [email protected] • Site:www.masterturismo.com.br

informe pubLicitÁrio

Hotéis

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 12-18.18

Hospital Felício Rocho: excelência em saúde

Hospital em foco

A Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês é uma instituição filantrópica brasileira que atua no segmento de saúde, promovendo as-sistência médica e social, ensino e pesquisa. Conta com 371 leitos distribuídos em aproximadamente 91 mil m², onde é oferecida assistência à saúde em diversas especialidades.

O compromisso da instituição com a gestão da quali-dade representa a busca contínua pela melhoria dos serviços e a segurança dos pacientes e profissionais de saúde. Para tal, mantém a certificação de Quali-dade Joint Commission International (JCI), conduzi-da pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), considerada uma das mais importantes do segmento.

Neste momento, os esforços da instituição estão concentrados no Programa de Expansão, que teve início há alguns anos. A obra segue o padrão de acreditação LEED Gold, emitida pelo U.S. Green Building Council (USGBC), que certifica construções sustentáveis.

Na primeira etapa, houve a modernização e am-pliação do Centro de Diagnósticos, da Unidade de Terapia Intensiva, do Pronto-Atendimento e do Centro Cirúrgico. A seguir, acontecerá a inauguração das novas torres, prevista para meados de 2014, que terão unidades construídas de acordo com os estu-dos e objetivos integrados de qualidade, eficiência e sustentabilidade. Trabalhamos com um mapa estratégico baseado no BSC (Balance Scorecard), no qual a estratégia está pautada na missão, visão e valores da Instituição.

As áreas de Centro Cirúrgico e Central de Materiais são importantes e entendidas como cruciais para o processo de crescimento, uma vez que o Hospital tem uma atuação relevante e marcante no âmbito cirúrgico, incluindo, em sua história, referenciais tecnológicos de mercado e um corpo de profissionais preocupados em fazer cada vez melhor.

Hospital sírio-Libanês

Centro Cirúrgico e Central de Materiais são áreas cruciais para o programa de expansão desta renomada instituição filantrópica

19Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 19-24.

Laboratório de emergência

Para tal, o corpo de Enfermagem vem se preparando, no sentido de garantir que os modelos de atuação sejam repensados, sempre em busca da segurança dos pacientes e eficiência de seus processos. Re-pensamos o modelo de capacitação de forma mais contemporânea, em que conhecimento, habilidades, atitudes, valores e entregas são competências desen-volvidas nos profissionais para um melhor resultado assistencial e satisfação pessoal.

Os processos sofrem um momento especial de rea-valiação e reconstrução, nos quais, a partir de meto-dologias como o LEAN thinking (pensamento enxuto), a produtividade está sendo desafiada para a garantia da sustentabilidade sem perdas de qualidade.

A integração está, também, na ordem do dia. A parti-cipação das pessoas e das áreas pode permitir dese-nhos operacionais mais coesos, focados e pertinentes, com maiores chances de bons resultados.

Enfim, “Crescer não é tarefa fácil, mas um processo gratificante que sempre traz muito aprendizado” (frase extraída do relatório de sustentabilidade do Hospital Sírio-Libanês 2012).

Centro Cirúrgico

Grupo do CC

Inicialmente contamos com cinco salas operatórias.

Posteriormente, em 1996, passamos para 11 salas cirúrgicas e em 1997 foram acrescentadas quatro salas ambulatoriais. Em abril de 2010, o Centro Ci-rúrgico do Hospital Sírio-Libanês foi ampliado e hoje dispõe de 19 salas, equipadas com foco de tecnologia LED, mesas cirúrgicas de última geração e sistemas integrados de vídeo.

Dispomos de duas salas ambulatoriais, sendo uma delas equipada para a realização de Litoripsia Ultrassônica, (LECO) conduzida por enfermeiro. Recentemente, inauguramos uma área de pré-operatório, localizada no piso do CC, onde o paciente é admitido, preparado, recebe a visita pré-anestésica e é realizada a demarcação de lateralidade para posteriormente ser conduzido ao CC propriamente dito com menos burocracia, redução nos atrasos, com otimização no giro de sala.

A Recuperação Anestésica conta com 20 boxes com monitorização multiparamétrica, sendo quatro boxes para pacientes em ventilação assistida. No conjunto de salas, há uma sala específica para neurocirurgia com neuronavegação, que faz comunicação com a sala de ressonância magnética, para uso no intra-operatório. Há também duas salas preparadas para cirurgia de tratamento de doença de Parkinson carac-terizadas como “Gaiola de Faraday”. Conta com uma sala equipada com fatiador LEICA, microscópios Zeiss e Faxtron para anatomia patológica, garantindo precisão na realização e análises dos exames.

Há também uma sala de indução anestésica; um setor de suprimentos “farmácia”, dois depósitos de material de limpeza; e um setor de engenharia, onde uma enfermeira do CC faz a coordenação da opera-ção, para melhor funcionamento do setor. O arsenal da CME também está contemplado nesta planta, fa-cilitando a montagem e o atendimento das solicita-ções não previstas em sala.

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 19-24.20

A implantação do Centro Cirúrgico foi planejada em cada detalhe para oferecer segurança ao paciente. A circulação do ar foi programada para direcionar a corrente para fora da sala cirúrgica, evitando que o ar dos corredores penetre nesse ambiente (pressão positiva). Além disso, a qualidade do ar também passa por rigoroso controle, para detecção de partículas e microrganismos.

Centro Cirúrgico

A temperatura e umidade são determinadas por con-trole central, embora seja possível regular separada-mente as condições em cada sala, de acordo com o procedimento realizado e com a preferência da equipe cirúrgica. A temperatura e a umidade são determi-nadas por controle central rigorosamente planejado, provido de sistema de filtros HEPA.

O número de cirurgias realizadas no ano de 2012 foi de 22.145 procedimentos, entre os quais 70% de médio ou de grande porte. A participação financeira do CC dentro da instituição é de relevante significado.

A equipe é multiprofissional, composta por:• um enfermeiro gestor;• 23 enfermeiros, sendo:

• dois enfermeiros seniores (líderes que executam a administração do dia cirúrgico);

• cinco enfermeiros das 7 às 13h, mais um com especialização em UTI;

• seis enfermeiros à tarde, mais um com especialização em UTI;

• um enfermeiro das 17 às 23h; • dois enfermeiros em cada noturno;• dois enfermeiros no agendamento cirúr-

gico;• um enfermeiro no CC ambulatorial cum-

prindo 8 horas, que responde pela LECO;• dois enfermeiros no pré-operatório para

cobertura do matutino e vespertino.

A equipe de técnicos é composta da seguinte forma:• 22 no período da manhã;• 21 no período da tarde – e dois em treinamento;• 10 no período intermediário (17 às 23h);• 10 no período noturno;• sete na recuperação anestésica, entre manhã

e tarde;• 20 técnicos juniores (transporte de cliente).

fluxo

Na busca da segurança do paciente, implementamos, neste ano de 2013, um processo de checagem de segurança no encaminhamento do paciente, em que o técnico de enfermagem júnior busca o paciente no horário estipulado pela enfermeira líder, mediante um documento com identificação do cliente, registro, cirurgião, cirurgia, necessidade de demarcação de la-teralidade e a sala onde será realizado o procedimento.

Processo de segurança

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 19-24. 21

Na unidade, é realizada a bipagem da pulseira de identificação eletrônica no Palm, confere-se a de-marcação da lateralidade; certifica-se os termos de consentimento, devidamente preenchidos e assinados; confere-se a prescrição e recebimento do pré-anesté-sico; transporta-se o cliente até a entrada do CC, onde é feita sua admissão, também eletrônica. Encaminha-se o cliente para a sala preestabelecida. Na porta da sala cirúrgica, é realizada nova leitura da pulseira do cliente e da respectiva sala, evitando, assim, eventos relacionados à troca de pacientes.

Todas as etapas do timeout são contempladas. A conferência de gazes e compressas é um protocolo institucional, considerada obrigatória em todos os casos que envolvem uma cavidade, necessitando de imagem radiológica, sem custos para o cliente, em caso de não conformidade na contagem.

Ao final do procedimento, o cliente é encaminhado para Recuperação Anestésica, (RA), onde será rece-bido pela enfermeira com experiência de UTI ou pela enfermeira da RA, de acordo com a gravidade do caso.

Recuperação Anestésica

No aperfeiçoamento do setor, trabalhamos com um grupo de estudo de cirurgia segura, intitulado GEMPE (Grupo de Estudos das Melhores Práticas de Enferma-gem), que visa à melhoria dos processos, uma vez que tais temas são de grande importância para esta área

cme

Grupo da CME

A CME do Hospital Sírio-Libanês é centralizada, conta com uma área de 600m2 para limpeza, desinfecção, esterilização e distribuição dos artigos de assistência à saúde. Quando analisamos a tecnologia pesada, disponível na CME, dispomos de cinco termodesinfec-tadoras, duas esterilizadoras a vapor de 545 litros e três esterilizadoras de baixa temperatura. Temos uma produção de 30.000 artigos por mês, sendo que 83% dos artigos são processados na esterilização a vapor.

A equipe de Enfermagem da CME é composta por uma coordenadora de Enfermagem, cinco enfermei-ros, 62 técnicos de Enfermagem e dois auxiliares administrativos.

No planejamento do mapa cirúrgico, trabalhamos com um sistema informatizado integrado com agenda cirúr-gica, proporcionando um gerenciamento do material que será utilizado, garantindo a segurança do paciente. Diariamente, realizamos uma reunião entre a enfer-meira do agendamento cirúrgico e a enfermeira da CME para a realização do que chamamos de forecast (planejamento do dia seguinte), para assegurar a con-tinuidade das informações e construir uma informação documentada para os setores envolvidos.

O programa informatizado de gestão na CME oferece ferramentas para monitorar os processos e promover a rastreabilidade e a qualidade do artigo processa-

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 19-24.22

do. O sistema informatizado propõe um checklist do preparo do artigo, ou seja, só é possível prosseguir a ação concluindo a etapa anterior e criando assim um sistema de segurança. O sistema define com clareza os passos mínimos para cada fase, evitando as falhas de memória. Para garantir a integridade e a qualidade dos processos, estabelecemos um plano de segurança com monitoramento mecânico, físico, químico e biológico, considerando as normas nacio-nais e internacionais.

Área de esterilização da CME

Iniciamos em 2012 a aquisição gradual das embala-gens rígidas para esterilização (contêineres), pois for-nece um meio eficiente e de excelente custo-benefício para acondicionar e proteger os dispositivos cirúrgicos durante o processo de esterilização, armazenamento e transporte.

No treinamento admissional, o colaborador é orientado por um enfermeiro preceptor, que acompanha o seu desenvolvimento, e anualmente realizamos os trei-namentos internos para o aperfeiçoamento do grupo, com temas específicos da área.

Dispomos de uma atividade laboral realizada três ve-zes por semana, com o objetivo de melhorar a saúde e evitar lesões dos colaboradores por esforço repetitivo e algumas doenças ocupacionais.

Laboral da CME

Os indicadores de qualidade mensurados são Per-centual de Artigos Relacionados ao Processo de Es-terilização, Indicador de Falha de Selagem x N° de Pacotes Realizados e Relação da Utilização da Es-terilizadora de Uso Imediato x Taxa de Infecção de Sítio Cirúrgico. Na análise dos indicadores, podemos identificar melhorias de processos.

A instituição tem o reconhecimento internacional na área da saúde, com a Acreditação pela Joint Com-mission International (JCI), e atua por meio da união de um corpo clínico altamente capacitado com o pio-neirismo, as avançadas tecnologias e o atendimento humanizado, oferecido a todos os pacientes do Brasil e do exterior, em mais de 60 especialidades da saú-de. O processo de certificação de qualidade trouxe ao hospital condições e processos de trabalho que focam na organização institucional e na segurança de pacientes e profissionais.

Com a expansão do Hospital Sírio-Libanês e na bus-ca da melhoria da estrutura em atendimento para ga-rantir o melhor cuidado aos seus pacientes, investiu-se em uma nova área para CME, com previsão de inauguração no primeiro semestre de 2014. Para este novo projeto, foram adquiridas duas lavadoras de tú-nel, que permitem alta produtividade e melhoram a eficiência do processo, dispensando materiais a cada

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15 minutos para a área de preparo. Possui, tam-bém, sistema automatizado motorizado para as la-vadoras e um sistema diferenciado para a área de preparo do material.

Arsenal CME

O investimento ainda contempla a aquisição de

esterilizadoras de alta temperatura; lavadora ul-trassônica de duplo console, que possibilita lavar, secar e lubrificar os instrumentais em um mesmo ciclo; lavadora de carros; contêiner e utilidades com capacidade total de 48 carros em oito horas com o menor consumo de água. O equilíbrio entre segurança e viabilidade econômica deve ser per-seguido com subsídios técnicos bem fundamenta-dos no planejamento desta área.

O comprometimento da equipe e da administração com a oferta de um serviço baseado nas melhores práticas e em um rígido controle de qualidade, com apoio de tecnologia de vanguarda, sem perder o foco no paciente, atesta o posicionamento do Hos-pital Sírio-Libanês como uma referência em saúde no País e na América Latina.

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artigo original

unidades de recuperação pÓs-anestÉsica de Hospitais brasiLeiros: aspectos organiZacionais e assistenciaispost anestHesia care units of braZiLian HospitaLs: organiZationaL and care aspects

unidades de recuperaciÓn post-anestÉsica de HospitaLes brasiLeÑos: aspectos organiZaciones Y asistenciaLes

LOURENÇO, Mariana Bregion; PENICHE, Aparecida de Cássia Giani; COSTA, Ana Lucia Siqueira.

resumo: Esta pesquisa objetivou analisar a estru-tura organizacional e assistencial da Recuperação Pós-Anestésica (RPA) em hospitais brasileiros e comparar a realidade encontrada ao que preconiza a literatura científica nacional sobre RPA. Trata-se de um estudo de campo, exploratório, descritivo, quan-titativo, realizado com 69 enfermeiros participantes do 9º Congresso Brasileiro de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Ma-terial Esterilizado, promovido pela SOBECC, em julho de 2009. Foi elaborado um questionário contendo caracterização da amostra e da unidade de RPA. Os resultados evidenciaram que: na maioria das insti-tuições a RPA faz parte da planta física do CC; os enfermeiros, em sua maioria, são do gênero feminino e atuam a menos de cinco anos nas instituições; e o índice de Aldrete e Kroulik é utilizado como critério de alta do paciente em quase metade das instituições. Conclui-se que, apesar das exigências legais, um grande número de RPA ainda não apresenta recursos materiais e organizacionais imprescindíveis para se prestar uma assistência segura ao paciente durante o período pós-anestésico.

palavras-chave: Período de recuperação da anes-tesia; cuidados de enfermagem; Período pós-ope-ratório.

abstract: This study aimed to analyze the organi-zational and care structure of Post-Anesthetic Care Unit (PACU) in Brazilian hospitals and to compare the actual situation with which advocates the national scientific literature on this subject. It is a field study, exploratory, descriptive, quantitative, conducted with 69 nurses participating in the 9º Brazilian Congress of Perioperative Room Nurses, Anesthetic Recovery and Sterilized Material Center, sponsored by SO-BECC, in July 2009. A questionnaire was developed containing sample characterization and the unity of PACU. The results showed that: in most institutions the PACU is part of the physical plant of the Surgical Center (SC); nurses, mostly, are female and has been operating for less than five years in these institutions; and the Aldrete-Kroulik index is used as a discharge criteria in nearly almost half of these institutions. It is concluded that, despite legal requirements, a large number of PACU has not presented material and organizational resources essential to provide safe care to the patient during the post-anesthetic period.

Key words: Anesthesia recovery period; Nursing care; Postoperating period.

resumen: Esta investigación tubo como objetivos analizar la estructura organizacional y asistencial de

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la Recuperación Post-Anestésica (RPA) en hospitales brasileños y comparar la realidad encontrada al que recomienda la Literatura Científica Nacional sobre RPA. Estudio exploratorio, descriptivo, cuantitativo realizado con 69 participantes del 9° Congreso Brasileño de Enfermeros de Bloque Quirúrgico, Re-cuperación Post-Anestésica y Centro de Material Esterilizado durante el Julio de 2009. Fue elaborado un cuestionario conteniendo la caracterización la muestra y de RPA. Los resultados evidenciaron que: Os resultados evidenciaram que: en la mayoría de las instituciones la RPA hace parte de la estructura física del Bolque Quirurgico; la mayor parte de los enfermeros son del sexo femenino y actúan menos de cinco años en Bloque Quirúrgico y RPA en insti-tuciones de gran porte; y el índice de Aldrete-Kroulik es utilizado en 45% de las instituciones como criterio de alta. Se concluye que a pesar de las exigencias legales, un gran numero de RPA aún no presentan recursos, materiales y organizacionales imprescindi-bles para prestar una atención segura al paciente durante el período pos anestésico.

palabras clave: Periodo de recuperación de la anestesia; cuidados de enfermeira; El postoperatorio.

introdução

Na Inglaterra, desde 1801, existe registro de um local ao lado da Sala de Operação (SO) destinado aos pacientes em estado crítico ou recém submetidos a uma cirurgia de grande porte1. No Brasil, a obrigatoriedade desta unidade, para prestar assistência aos pacientes submetidos a qualquer procedimento anestésico-cirúrgico, só foi estabelecida por Decreto Federal em 19932, apesar da existência da Portaria no 4003.

Algumas características estruturais devem ser obe-decidas para atingir os propósitos desta unidade. Uma delas está relacionada à sua localização, isto é, deve estar próxima ao Centro Cirúrgico (CC) ou

pertencer à planta física do mesmo, pois, assim, a distância a ser percorrida com o paciente é menor, o que facilita o acesso das equipes cirúrgicas, quando necessário, e respeita-se a instabilidade orgânica do paciente decorrente da complexidade da situação4.

Outra questão importante, para que a Recuperação Pós-Anestésica (RPA) atinja sua finalidade, é asse-gurar a especificidade da equipe de profissionais, ou seja, garantir uma equipe treinada e habilitada para prestar cuidados individualizados e de alta complexidade, contribuindo com a recuperação dos pacientes, e atuando na prevenção e na detecção de complicações relacionadas ao procedimento anestésico-cirúrgico. Assim, o foco da assistência de enfermagem é assistir o paciente até que os seus sinais vitais e as suas funções motoras e sensitivas retornem aos níveis pré-operatórios5.

O cuidado deve ser planejado visando restabelecer o equilíbrio fisiológico do paciente com o menor índice de complicações possível. Neste sentido, a avaliação da evolução do paciente no período pós-operatório imediato está pautada na relação direta entre os estímulos provocados pelo ato anestésico-cirúrgico e as alterações dos parâmetros clínicos5.

Acredita-se que a segurança do paciente na RPA depende não só de equipamentos e recursos tecno-lógicos, mas de recursos humanos, de procedimen-tos e intervenções de enfermagem respaldados no conhecimento prático e científico e sedimentados em comportamentos, atitudes e práticas seguras na execução dos mesmos, evitando, assim, a ocorrên-cia de eventos adversos e, consequentemente, de complicações6.

Diante da importância que a RPA tem para a assis-tência de enfermagem perioperatória e para a segu-rança do paciente cirúrgico, surgiu a necessidade de se conhecer algumas características das SRA dos hospitais brasileiros.

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obJetivo

Reconhecer a estrutura organizacional e assistencial das unidades de Recuperação Pós-Anestésica (RPA) em hospitais do território nacional e confrontar com a literatura científica nacional.

mÉtodo

Trata-se de um estudo de campo, exploratório, des-critivo, com abordagem quantitativa. A coleta dos dados foi realizada durante o 9º Congresso Brasileiro de Enfermagem em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização, or-ganizado pela Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC), no período de 17 a 21 de julho de 2009, no Palácio das Convenções do Anhembi, município de São Paulo, estado de São Paulo.

Após a autorização concedida pela sociedade pro-motora do evento para realização da pesquisa, foram elaboradas a Carta Convite e o Termo de Consenti-mento Livre e Esclarecido (TCLE), conforme Resolu-ção 196/96, ficando uma cópia com o pesquisador e outra com o respondente. No primeiro dia do evento foram distribuídos 200 questionários, uma Carta Con-vite, onde constava o objetivo do estudo, prazo de devolução e o TCLE. Este número de questionários foi estabelecido por conveniência e sua distribuição foi realizada pelos próprios pesquisadores que se po-sicionavam na entrada principal do grande auditório e solicitavam a colaboração somente dos enfermeiros que ali adentravam. A escolha dos enfermeiros foi aleatória, uma vez que a participação ocorreu de maneira espontânea. Foram excluídos desta amostra técnicos e auxiliares de enfermagem, assim como alunos de graduação.

Juntamente com estes impressos, foi elaborado um questionário composto por duas sessões: questões

fechadas, que permitiram traçar o perfil da amostra (idade, gênero, formação e ano de formação da graduação em enfermagem, tempo de atuação em CC ou RPA, tipo de instituição que atua) e questões fechadas, que permitiram a caracterização da RPA quanto à estrutura organizacional (recursos humanos, localização, tamanho, equipamento) e assistencial (Sistematização da Assistência de Enfermagem). No último dia do Congresso, recolheram-se os questio-nários e o TCLE, que, assinado, referendou a auto-rização dos enfermeiros para divulgação dos dados.Posteriormente os dados coletados foram analisados quantitativamente e apresentados em número ab-solutos e percentuais, sendo apresentados, quando necessários, sob a forma de tabela.

resuLtados

Dos 200 questionários distribuídos, obteve-se o retorno de 69 preenchidos, sendo, portanto, esta a amostra da pesquisa. Os 69 enfermeiros (100,0%) atuavam em CC e em RPA, sendo a maioria do gê-nero feminino (62 ou 89,9%), com idade entre 20 a 66 anos, onde 19 (27,5%) encontravam-se na faixa etária de 26 a 30 anos de idade.

Dos enfermeiros pesquisados, 39 (56,5%) possuíam especialização lato sensu, quatro (5,8%) mestrado, três (4,3%) doutorado e dois (2,9%) não responde-ram; os demais (21 ou 30,4%) possuíam apenas curso de graduação em enfermagem. A maior parte dos participantes da pesquisa (34 ou 49,3%) desen-volvia suas atividades no CC a menos de cinco anos e o mesmo ocorreu em relação à RPA.

Dos participantes, 28 enfermeiros (40,6%) trabalha-vam em instituições particulares, porém não citaram a localidade, 25 (36,2%) em públicas e 15 (21,7%) em filantrópicas, sendo que 30 hospitais (43,5%) eram de grande porte. Segundo as respostas, constatou-se que em todas as instituições o planejamento físico da RPA segue as normas da RDC no50, no que se

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refere à sua localização, isto é, estão próximas ou fazem parte da planta física do CC.

Em 47 instituições (68,1%) a RPA é do tipo aberta, ou seja, sem divisórias entre os leitos, sendo que os leitos são separados por boxes em 18 delas ((26,1%); quatro enfermeiros não responderam este item. Do total da amostra de profissionais, 36 (52,2%) responderam que a RPA onde atuam possui entre seis e dez leitos e o mesmo número de salas operatórias. Com rela-ção aos serviços de apoio, tais como Raio-X, Banco de Sangue, Laboratório e Farmácia, em 46 (66,7%) instituições são encontrados tais serviços de apoio.

Em relação à climatização do ambiente da RPA, 48 hospitais (69,6%) utilizam o condicionamento de ar, oito (11,6%) possuem filtros HEPA e cinco (7,2%) têm fluxo laminar. A regulagem do sistema de climatiza-ção em 42 hospitais (60,9%) é independente do CC e em 26 (37,7%) é em conjunto com o CC.

Em todas RPA os pisos e as paredes estão em con-sonância com a RDC no50, sendo que 31 (44,9%) possuem piso condutor de energia. É importante ressaltar que 24 RPA (34,8%) não possuem saída de emergência e 10 (14,5%) não possuem iluminação de emergência.

Verifica-se que em 22 RPA (31,9%) utiliza-se o Índi-ce de Aldrete e Kroulik como método de avaliação, sendo que este índice é usado como critério único para alta dos pacientes em 16 instituições (23,2%) e usado juntamente com avaliação do anestesiologista e medição da dor seis delas (8,7%).

De acordo com a maioria dos enfermeiros participan-tes da pesquisa (57 ou 82,6%), os pacientes prove-nientes da UTI não utilizam a RPA após o ato cirúrgico; 49 (71,0%) profissionais declararam que os pacientes ambulatoriais utilizam a RPA, 16 (23,2%) não são encaminhados para RPA e quatro instituições (5,8%) não realizam cirurgias ambulatoriais. De acordo com

as respostas obtidas, 65 instituições (94,2%) possuem enfermeiros de plantão em todos os turnos e no res-tante delas (quatro ou 5,8%) não há enfermeiros de plantão em alguns dos turnos de trabalho.

A presença de acompanhante na RPA é permitida sob circunstancias predefinidas em 42 RPA (60,9%); em 24 delas (34,8%) não é permitida e três enfermeiros (4,3%) não responderam esta questão.

Referente aos recursos de mobiliário e equipamentos disponíveis nas unidades de RPA foram encontrados os resultados apresentados na Tabela 1.

discussão

Quanto ao perfil do gênero dos participantes da pesquisa confirmou-se a predominância do sexo feminino na enfermagem. Apesar da maioria dos enfermeiros possuírem curso de pós-graduação lato sensu ou stricto sensu, é importante ressaltar que 30,4% dos enfermeiros possuem apenas o curso de graduação. Este dado é relevante ao considerar a necessidade de conhecimento dos profissionais que atuam na unidade de RPA e a alta demanda de cuidados requeridos pelos pacientes no período pós-operatório imediato. A necessidade de aperfei-çoamento dos profissionais para atuarem em setores complexos, como a RPA, se concretiza, conforme evidencia um estudo realizado em hospitais ameri-canos, que aponta para uma diminuição significante na mortalidade dos pacientes quando se tem um aumento de 10% na proporção de enfermeiros com cursos de especialização7.

Para desenvolver atividades em áreas específicas, como o CC e a RPA, há necessidade de pessoal treinado que atue em uma área única, para obter uma assistência de enfermagem adequada, de modo a diminuir os fatores de risco e garantir segurança ao paciente8. Os resultados obtidos no presente estudo mostram uma situação oposta, pois a maioria dos

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enfermeiros atua CC e ao mesmo tempo na RPA, o que proporciona uma condição de risco, ao se con-siderar que um terço das complicações anestésicas ocorrem na RPA e dois terços delas têm início na sala operatória (SO) e persistem na RPA7.

De acordo com a RDC n° 50, de 20124, a RPA deve pertencer à planta física do CC para garantir maior segurança ao paciente, facilitar o acesso da equipe médica e o retorno à SO, quando necessário, em me-nor tempo possível. Constatou-se que a maioria das unidades de RPA encontra-se nas proximidades do CC, porém este dado merece ser melhor explorado, uma vez que o questionário utilizado para a coleta não esclareceu de quanto seria esta distância entre o CC e a RPA.

O número de leitos da RPA, segundo as Práticas Recomendadas pela SOBECC9, deve ser igual ao número de salas operatórias mais um leito. Os re-sultados mostram que a maioria das instituições não segue essa recomendação, apresentando menor número de leitos, o que pode acarretar atrasos na programação cirúrgica, além de expor o paciente a uma situação de risco ao encaminhá-lo precocemen-te à unidade de origem ainda em condições instáveis. Sendo assim, não só os aspectos assistenciais devem ser considerados, mas também os organi-zacionais e financeiros, ou seja, o elevado custo da SO sendo utilizada como unidade pós-operatória, em virtude da falta de leitos suficientes em RPA, impedindo a continuidade da programação cirúrgica.O sistema de climatização da RPA requer os mesmos cuidados empregados no CC, porém deve permitir

tabela 1 - Mobiliários e equipamentos existentes nas unidades de RPA, segundo informações fornecidas pelos enfermeiros.

mobiliários e equipamentossim não

número percentagem número percentagemMáscaras e cateteres de O2 68 98,6% 01 1,4%

Desfibrilador cardíaco 67 97,1% 02 2,9%

Oxímetro de pulso por leito 67 97,1% 02 2,9%

Unidade móvel para assistência cárdio- respiratória completa 67 97,1% 02 2,9%

Leitos com grades 65 94,2% 04 5,8%

Tomadas elétricas por leito 61 88,4% 08 11,6%

Monitor cardíaco por leito 61 88,4% 08 11,6%

Esfigmomanômetro por leito 57 82,6% 12 17,4%

Fonte de aspiração a vácuo por leito 57 82,6% 12 17,4%

Saída de ar comprimido por leito 54 78,3% 15 21,7%

Duas saídas de O2 por leito 50 72,5% 19 27,5%

Material para hemostasia 44 63,8% 25 36,2%

Bombas de infusão 43 62,3% 26 37,7%

Estetoscópio por leito 33 47,8% 36 52,2%

Manta térmica 29 42,0% 40 58,0%

Ventilador mecânico 26 37,7% 43 62,3%

Foco de luz por leito 24 34,8% 45 65,2%

Estimulador de nervo periférico 19 27.5% 50 72,5%

Compressor pneumático intermitente 19 27,5% 50 72,5%

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a regulação de temperatura independente4, como ocorre na maior parte das instituições nas quais os enfermeiros que responderam esta pesquisa atuam Este fato é relevante quando se considera a impor-tância da temperatura corporal na recuperação do paciente. Com frequencia, o paciente, ao sair da SO, apresenta hipotermia acentuada e o retorno à normotermia e sua manutenção dependem de vários fatores. Deve-se ressaltar que a temperatura ambiente é importante neste mecanismo, princi-palmente em idosos e crianças, pois complicações como extrassístoles, hipoxemia, náuseas e vômitos podem ser decorrentes da hipotermia no período transoperatório7,10-11.

Em relação aos pisos e às paredes da RPA, a quase totalidade das instituições (68 ou 98,6%) respeitam as normas estabelecidas, uma vez que possuem pi-sos e paredes com revestimento de material lavável.De acordo com a RDC n° 504, a RPA deve ter ilumi-nação de emergência. Os resultados encontrados nessa pesquisa mostram que 85,5% das instituições respeitam essa exigência, porém 14,5% não pos-suem esse recurso, fato este que coloca em risco a segurança do paciente e de seus funcionários. É importante também ressaltar que 34,8% das institui-ções não possuem, ainda, saída de emergência, o que agrava os fatores de risco.

Em 60,9% das instituições, a presença do acompa-nhante na RPA é permitida em situações específicas, contudo, em 34,8% delas a presença de acompa-nhante é proibida em qualquer circunstância, o que torna o hospital passível de pena, conforme descrito nas Leis n° 8.069, de 13 de julho de 1990 e n° 3.501, de 1997, que são o Estatuto da Criança e do Ado-lescente e o Estatuto do Idoso, respectivamente12-13.O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu Artigo 12, determina que:

“Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a perma-nência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança

ou adolescente.”

O Estatuto do Idoso, em seu Artigo 16, determina que:“Ao idoso internado ou em observação é assegura-do o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.”

Parágrafo único. “Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.”

Criança ou idoso acompanhado pelo responsável no período pós-anestésico implica em um retorno à consciência mais tranquilo e com maior segurança para o paciente e para a equipe que atua na unidade.

Ainda com relação a estas determinações legais, a equipe que atua na RPA necessita de treinamento e preparo para receber e entender a finalidade da pre-sença do familiar, ou seja, deve dar auxílio e suporte para o doente, sem exigir a execução de tarefas que são da competência da equipe do cuidado.

Os resultados mostram que 94,2% das instituições possuem enfermeiros no CC que atuam também na RPA e em 5,8% delas não há a presença do enfermeiro em alguns dos turnos, havendo técnicos e/ou auxiliares de enfermagem que trabalham sem supervisão e orientação do profissional enfermeiro. Esse fato, além de incorrer em questões legais para a instituição, implica nas questões assistências de cuidado ao paciente, pois, de acordo com a Lei n° 7.498/86, são atividades privativas do enfermeiro: organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas em-presas prestadoras desses serviços; planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem e cuida-dos de enfermagem de maior complexidade técnica e que exigem conhecimentos de base científica e

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capacidade de tomar decisões imediatas14.

Em relação aos critérios de alta da RPA, constatou-se que em 31,9% das instituições o índice Aldrete e Kroulik é utilizado para avaliação do estado de recuperação dos pacientes. Apesar de esse índice ser amplamente utilizado em virtude da sua prati-cidade, não se deve considerar que o mesmo seja um único indicador de avaliação; é necessário que o enfermeiro avalie, de maneira sistemática, os seguintes parâmetros: temperatura, retorno dos reflexos protetores, curativos, drenos, infusões, po-sicionamento, dor, náuseas, vômitos e outros sinais e sintomas relacionados ao tipo de anestesia e à cirurgia realizada9.

No que se refere aos recursos disponíveis, verifi-cou-se que existe uma percentagem representativa de RPA, como mostra a Tabela 1, com mobiliários e equipamentos básicos exigidos para o funciona-mento desta unidade. Entretanto, ainda existem deficiências de alguns equipamentos imprescindí-veis, como desfibrilador cardíaco, oxímetro de pulso, monitor cardíaco por leito, estetoscópio por leito e ventiladores mecânicos, entre outros, dada a finali-dade a que se propõe a RPA. Este resultado merece destaque, tendo em vista que existem critérios legais para o funcionamento desta unidade e atualmente se constata maior facilidade das instituições ao acesso à tecnologia hospitalar disponível no mercado.

consideraçÔes finais

Embora tenha ocorrido um baixo retorno dos questionários distribuídos, os resultados obtidos demonstram uma parcela representativa da realida-de brasileira, considerando-se a especificidade e o impacto que o Congresso da SOBECC tem em todo território nacional.

Verifica-se que nas RPA, onde os profissionais pes-quisados atuam, há lacunas no que se refere aos

critérios de estrutura organizacional e assistencial, porém outros estudos devem ser realizados para se obter resultados de maior abrangência e que melhor retratem a realidade brasileira.

Apesar da exigência legal existente para a implanta-ção e o funcionamento de uma RPA nas instituições, muitas unidades ainda não apresentam recursos materiais disponíveis, indispensáveis para se pres-tar uma assistência segura ao paciente durante o período pós-anestésico.

Ressalta-se que, embora exista precariedade nos recursos básicos de materiais e equipamentos, por outro lado, verifica-se que a maioria dos enfermeiros possui, em sua formação, cursos de especialização na área, o que reverte na implementação de medidas que garantem o cuidado com competência e segurança que o momento de recuperação pós-operatória exige.

referências

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13. Brasil. Lei no 10.741 de 1° de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras pro-vidências [Internet]. Brasília; 2003 [citado 2012 jun 12]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2003/L10.741.htm

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autoras

mariana bregion Lourenço Enfermeira, Graduada pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP).E-mail: [email protected].

aparecida de cássia giani peniche Enfermeira, Profª Drª do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da EEUSP. E-mail: [email protected].

ana Lucia siqueira costa Enfermeira, Profª Drª do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da EEUSP. E-mail: [email protected].

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gerenciando risco em reprocessamento de produtos para saÚde: uma metodoLogia para serviços HospitaLaresmanaging risK in reprocessing medicaL devices: a metHodoLogY for HospitaL services

gestiÓn deL riesgo en eL reprocesamiento de productos para La saLud :una metodoLogía para servicios HospitaLarios

COSTA, Eliana Auxiliadora Magalhães

resumo: Dentre as tecnologias em saúde, os produtos para saúde utilizados nos cuidados assis-tenciais estão progressivamente se tornando mais complexos. Esses produtos muito têm contribuído para a qualidade assistencial, mas esses materiais são tributários de riscos, principalmente quando na condição de reuso e de reprocessamento. Este artigo objetiva revisar o estado da arte sobre risco associado ao reprocessamento de produtos, bem como elaborar uma metodologia de gerenciamento de risco para serviços hospitalares. Foi realizada uma pesquisa de revisão da literatura, utilizando bases de dados nacionais e internacionais, com o auxílio de descritores específicos. Os estudos denotam a complexidade da avaliação de riscos, relacionados ao reprocessamento de produtos para saúde, tanto os considerados reusáveis, quanto os de uso único, ambos difíceis de serem quantificados e analisados por avaliações do tipo dose-resposta. Os achados subsidiaram a formulação de uma metodologia de gerenciamento de risco associado ao reprocessa-mento de produtos, à luz do princípio da precaução.

palavras-chave: Reprocessamento. Equipamento. Risco. Gerenciamento.

abstract: Among the technologies in healthcare,

medical devices used in supportive care are becom-ing increasingly more complex. They have contributed much to the quality of hospital care, but also have cre-ated new sources of risk, especially when submitted to reprocessing and re-use. This article surveys the state-of-the-art on risk associated to the reprocessing of medical products, and proposes a methodology for risk management in hospital services. The survey is based on national (Brazilian) and international data sources, with the application of specific descriptors. The literature reviewed confirms the complexity of risk assessment related to reprocessing medical products, both re-usable ones as well as those meant for single use. In either case we find difficulties in carrying out the usual evaluation based on dose-response. The findings from the survey were used as subsidy for the design of a methodology for risk management in reprocessing medical devices, built on the principle of precaution.

Key words: Reprocessing; Equipment design; Risk; Management.

resumen: Los productos médicos utilizados en el cuidado de la salud presentan creciente complejidad. Por un lado, contribuyen mucho para la calidad del servicio hospitalario; por otro lado, ofrecen nuevas

revisão de Literatura

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fuentes de riesgo, especialmente cuando sometidos al reprocesamiento y re-utilización. En el presente artículo se hace una revisión de literatura sobre el estado-del-arte asociado al riesgo involucrado en el reprocesamiento de productos médicos, y se pro-pone una metodología para la gestión del riesgo en servicios hospitalarios. La revisión de literatura se construye sobre bases de datos nacionales (brasi-leñas) e internacionales, mediante la aplicación de descriptores específicos. La literatura consultada confirma la complejidad de la evaluación del riesgo asociado al reprocesamiento de productos médicos, ya sean aquellos re-utilizables como aquellos destina-dos a un único uso. En ambos casos se encuentran dificultades para aplicar los procedimientos usuales de evaluación basados en dosis-respuesta. Las informaciones recogidas de la literatura fueron toma-das como base para el diseño de una metodología para la gestión del riesgo en el reprocesamiento de productos médicos, bajo la óptica del principio de precaución.

palabras clave: Reprocesamiento; Riesgo; Gestión.

introdução

Os avanços científicos e tecnológicos muito têm contribuído para a melhoria geral da vida do homem, especialmente na área da saúde, possibilitando o aumento da qualidade e do tempo médio de vida. Entretanto, essas tecnologias são tributárias, também, de riscos, como os radioativos, os químicos, os bio-lógicos, os infecciosos, dentre outros, provocando a afirmação de um novo paradigma: o da segurança1.

Conceitualmente, as tecnologias para a saúde envol-vem produtos, serviços, processos, medicamentos e sistemas organizacionais utilizados no cuidado à saúde, que possuem como características comuns: interesse pela saúde humana, produção de benefí-cios e riscos intrínsecos. Essas características de-mandam a intervenção do Estado como normatizador

e fiscalizador da sua utilização, para a prevenção de danos humanos e ambientais2.

O desenvolvimento tecnológico em saúde está in-serido num grande complexo industrial, constituído por três segmentos: indústria farmacêutica produtora de vacinas, hemoderivados, medicamentos e afins; indústria de equipamentos e materiais, médicos e odontológicos; e indústria prestadora de serviços de saúde, que envolve agentes públicos e privados, tendo o Estado como ator central na dinâmica regu-latória das atividades desses segmentos3.

Dentre as tecnologias em saúde, os produtos para saúde, tais como dispositivos, equipamentos, ma-teriais, instrumentos, artigos, utilizados nos proce-dimentos assistenciais, estão progressivamente se tornando mais complexos e são definidos, pelo fabricante, como artigos reusáveis ou de uso único.

Os produtos reusáveis são considerados bens du-ráveis e sua reutilização requer a ação do reproces-samento, que inclui as etapas de limpeza, teste de avaliação de desempenho, desinfecção ou esteriliza-ção, para garantir segurança na utilização, incluindo o controle de qualidade em todas as suas etapas4-5.

Os produtos de uso único são designados para serem usados somente uma vez, mas a prática do reuso desses materiais é uma realidade mundial. Essa tendência tem suscitado considerações acer-ca dos riscos envolvidos e consequente segurança do paciente, além de questões relativas a aspectos técnicos, regulatórios, jurídicos, econômicos, éticos e ambientais dessa prática5.

Sabe-se que todo produto usado na prática assisten-cial porta certo grau de risco e pode causar problemas em determinadas situações e, neste sentido, não existe segurança absoluta quando do uso desses materiais. O risco depende, em parte, da intenção de uso do dispositivo, do modo como o produto é usado

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e do seu grau de complexidade tecnológica6-9. Os riscos decorrem de vários fatores, a começar pelo fato de que a utilização desses dispositivos requer a interação entre um profissional de saúde e o paciente, acrescendo, nessa interação, o risco relacionado com a performance/habilidade/qualidade desse ator-cuidador no momento da utilização do produto no procedimento assistencial. Essa assertiva de risco é potencializada quando do uso de produtos em condição de reuso e reprocessamento, uma vez que os multi-passos que compõem esse processo, quando executados de forma inapropriada, geram riscos adicionais para pacientes usuários, profissio-nais de saúde e para o meio ambiente.

Diante de tais considerações, o presente estudo procura responder a seguinte questão norteadora: O reprocessamento de produtos para saúde é realizado segundo um gerenciamento de risco?

obJetivos

• Discutir os riscos associados ao reprocessamento de produtos, a fim de subsidiar elementos teóricos para o entendimento das implicações dessas práticas para a saúde dos pacientes usuários de produtos reprocessados;

• Elaborar uma metodologia de gerenciamento de risco em reprocessamento de produtos para serviços hospitalares.

mÉtodo

Trata-se de uma pesquisa de revisão narrativa da lite-ratura, realizada por meio de busca bibliográfica sem restrição de tempo e idioma, utilizando as seguintes bases de dados: US National Library of Medicine National Institute of Health (PUBMED), Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Cientí-fica da América Latina e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Sciverse Science Direct Periodcs

(SCOPUS) e The Cochrane Library (COCHRANE), com o auxílio dos descritores: Reprocessing devices medical and risk; Reprocessing devices single-use and risk; Reuse device material and risk; Reproces-sing and risk and management. Foram incluídos estudos primários e secundários, selecionados pelo título e pelo resumo e lidos integralmente os artigos que abordavam o reprocessamento de produtos com o enfoque do risco. Aqueles repetidos em mais de uma base de dados foram analisados uma única vez. Foram excluídos os artigos que tratavam do repro-cessamento de produtos, sem a dimensão do risco.O resultado da pesquisa nas bases de dados men-cionadas é apresentado no quadro a seguir.

Quadro 1 - Artigos encontrados em base de dados para fazerem parte da amostra do estudo.

base de dadosartigos

encontradosartigos

excluídosartigos

excluídos

PUBMED 765 762 03

SciELO, LILACS 64 49 -

SCOPUS 49 49 -

COCHRANE 13 13 -

TOTAL 891 888 03

Em função dos poucos artigos encontrados com o delineamento proposto neste estudo, ampliamos a busca de dados para outras fontes, a exemplo das publicações da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Food and Drug Adminstration (FDA) dos EUA, da Canadian Helathcare Association do Ca-nadá, banco de teses, manuais de associações de controle de infecção hospitalar e normas regulatórias.

Desta forma, foram identificados 15 artigos que abor-davam, além das suas especificidades, a questão do risco relacionado ao reprocessamento e ao reuso de produtos. Neste estudo, utiliza-se o termo produto para saúde como sinônimo de dispositivo, equipa-mento, material e artigo médico, em conformidade com a nomenclatura proposta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)10.

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resuLtados e discussão

Risco em reprocessamento de produtos para saúdeA avaliação de risco, como atividade organizada em nível federal, nos EUA, iniciou-se na década de 1970 e a sistematização desses estudos resultou numa clara separação da aplicação dos conceitos de risco em duas áreas de atuação. A área da avaliação de risco, de natureza mais científica, ligada à pesquisa, à estatística e à epidemiologia, procurando definir a relação causa-efeito dos eventos, e a área do gerenciamento de risco, de orientação político-admi-nistrativa, que utiliza os dados da avaliação de risco, integra-os aos dados dos contextos político, social e econômico para, assim, definir se o risco pode ser aceitável, determinando, dessa maneira, as ações regulatórias2,8.

Nessa concepção, a avaliação de risco é a caracte-rização científica sistematizada de efeitos adversos potenciais à saúde, resultante da exposição humana a agentes ou situações perigosas. O gerenciamento de riscos é o processo no qual ações políticas são determinadas para o enfrentamento dos perigos identificados na avaliação/caracterização dos ris-cos, considerando questões sociais, econômicas, políticas e culturais, ponderando as alternativas e elegendo ações político-regulatórias apropriadas11-13.

A avaliação de risco contém os seguintes elementos, ou alguns deles: identificação do risco, processo para determinar se a exposição a um agente par-ticular pode causar um aumento na incidência de uma condição de saúde; avaliação dose-resposta, relação entre a dose de um agente administrado, ou recebido, e a incidência do efeito; avaliação da exposição, processo de medir ou estimar intensidade, frequência e duração da exposição humana a um agente; caracterização do risco, que é o processo de estimativa de efeitos na saúde sob as várias condições da exposição humana, sendo esta última uma combinação da avaliação dose-resposta e da

avaliação da exposição2,8.

O gerenciamento de riscos, realizado pelo Estado, se estrutura em três etapas: estabelecimento das opções regulatórias e tomada de decisão, quando são identificadas as possibilidades de ações para minimizar riscos, segundo a viabilidade político-e-conômico-social das ações e o contexto situacional; implantação das ações de controle e comunicação dos riscos, processo que deve instrumentalizar as medidas necessárias para a efetivação das ações re-gulatórias e o momento de informação da sociedade sobre os riscos; avaliação das ações de controle, que consiste no julgamento das ações implementadas e redireciona novas ações2,8.

A avaliação de risco em saúde pode ser um processo simples, quando há uma relação imediata, e com-preensível entre um dano/exposição e sua causa/efeito, mas se torna um processo extremamente difícil e complexo, quando envolve riscos pequenos ou exposições demasiadamente longas, com causa e efeito difíceis de serem definidos, como no uso das tecnologias em saúde, particularmente dos produtos hospitalares.

Nessa situação, a avaliação de risco apresenta vários elementos de incerteza, que resultam em diferentes análises e distintas normas regulatórias. Essas incer-tezas conduzem à utilização de um instrumento do gerenciamento de risco denominado de princípio da precaução, que consiste em fazer uso restrito e con-trolado de processos/produtos/serviços passíveis de causarem danos, até que sejam obtidas evidências objetivas a respeito da caracterização dos riscos e seus possíveis danos14.

Dentro desse contexto, o reprocessamento de pro-dutos, tanto os reusáveis, quanto os de uso único, possui riscos e alguns problemas cruciais, como eventos adversos, que podem resultar em dano físico e fisiológico, além das questões de natureza

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econômica, ética, jurídica e ambiental.

Entretanto, é preciso considerar que, a despeito dos riscos potenciais, relacionados ao reprocessamento de produtos, é frequentemente difícil identificar a fonte de infecção de um paciente individual, sendo particularmente problemático rastrear um evento adverso antes e após o uso específico do produto, uma vez que outros fatores de confundimento do cuidado assistencial, tais como os procedimentos cirúrgicos e clínicos, por si, podem também contribuir para eventuais injúrias ao paciente.

Adicionalmente, essa avaliação de risco é também dificultada porque esses dispositivos são usados como parte de uma série complexa e variável de cuidados, realizados por muitos profissionais da assistência, surgindo variações segundo a prática

clínica, o lugar e o tipo de paciente. Nessa avaliação, taxas comparativas de injúria e de infecção entre pacientes com e sem uso de produtos reprocessa-dos seriam importantes para o conhecimento dessa problemática. Entretanto, há dificuldades práticas na realização desses estudos, o que talvez explique a escassez dos mesmos na literatura mundial6-7,9,15-17.

Na tentativa de situar o reprocessamento de produtos hospitalares à luz dos princípios da avaliação e do gerenciamento de risco, elaborou-se um modelo lógi-co, que descreve, no centro, as etapas constitutivas do reprocessamento de produtos: do lado esquerdo, os elementos que compõem a avaliação de risco e do lado direito, as ações e os atores envolvidos com o gerenciamento de risco de produtos em condições de reuso (Figura 1).

Siglas: VISA – Vigilância Sanitária; SS – Serviço de Saúde; ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

figura 1. Diagrama do controle de risco em reprocessamento de produtos para saúde. Adaptado de Navarro, 20092.

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Este modelo clarifica as dificuldades da avaliação de risco no reprocessamento de produtos, uma vez

que é problemático rastrear a infecção ou outro evento adverso, antes e após o uso específico de um material hospitalar. As etapas de identificação do dano, avaliação dose-resposta, avaliação da

exposição e consequente caracterização do risco são dificultadas pela existência dos outros fatores que fazem parte do cuidado assistencial de saúde

e que concorrem para fonte potencial de danos.

Adicionalmente, os sistemas de vigilância pós-comer-cialização de produtos, além de incipientes no nosso país, convivem com a problemática que cerca o con-trole desses produtos, a exemplo da dificuldade de informações oriundas dos usuários desses materiais e dos dados, quando notificados, serem bastante heterogêneos em conteúdo e qualidade, limitações essas que restringem a investigação de eventos adversos relacionados, bem como a elaboração de instrumentos estatísticos que possam ser aplicados na avaliação do risco-benefício de produtos em uso pós-comercialização9. Urge, portanto, a utilização das práticas de gerenciamento de risco, uma vez

que, nessa situação particular, a avaliação de risco tem aplicabilidade limitada.

No diagrama da Figura 1, os atores envolvidos com o gerenciamento de risco são: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio do atual marco regulatório sobre reprocessamento de pro-dutos; as Vigilâncias Sanitárias (VISA) estaduais e municipais, por meio do controle sanitário dessas práticas e os Serviços de Saúde (SS), por meio da elaboração de uma política institucional de reuso de produtos, da adoção de protocolos de repro-cessamento, do monitoramento e da avaliação dos processos de descontaminação de materiais, que concorrem para o controle dos riscos relacionados com estas práticas.

Metodologia de gerenciamento do risco em repro-cessamento de produtos para saúde

Algumas normatizações11-12 tratam especificamente do gerenciamento de risco associado aos produtos para saúde (Figura 2).

figura 2. Componentes do gerenciamento de risco de produtos para saúde.

A Análise de risco é o uso sistemático de informações disponíveis para identificar perigos e estimar o risco do produto. Avaliação de risco consiste no julgamento baseado na análise de risco, ou seja, se um risco

aceitável tem sido alcançável em um dado contexto, segundo valores atuais da sociedade. Controle de risco é o processo pelo qual decisões são tomadas e medidas de controle implementadas para reduzir

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riscos ou mantê-los dentro de níveis especificados ou aceitáveis. Determinação de risco é o processo composto pela análise e avaliação de risco. Informa-ção pós-produção é o conjunto de dados sistemáticos acerca do produto na fase pós-produção. A determi-nação de risco compreende os dois processos iniciais de análise e avaliação de risco11-12.

OO gerenciamento de risco engloba todas as etapas e consiste na aplicação sistemática da gestão de políticas, dos procedimentos e práticas para desen-volver as atividades de analisar, avaliar e controlar os riscos relacionados aos produtos para saúde. Essas normas trazem o conceito de risco residual, muito importante para o campo do risco, relacionado às tecnologias em saúde, como o risco que perma-nece mesmo após a implementação de medidas de controle11-12.

As normas, anteriormente referidas, não tratam do gerenciamento dos riscos de produto em condição de reuso e reprocessamento, embora muitos dos seus princípios possam ser aplicados, como o que afirma que um risco somente pode ser avaliado e ge-renciado uma vez que uma situação perigosa tenha sido identificada11-12. Nesse sentido, para identificar situações perigosas e estabelecer medidas de pre-venção e controle, o gerenciamento de riscos em re-processamento de produtos requer uma análise das variáveis envolvidas nesse processo, desde o seu desenho, materiais que o constituem e sua compa-tibilidade com os processos de limpeza, desinfecção e esterilização, às outras situações que concorrem para a eficácia dos processos de descontaminação.

Cresce o número de pesquisas na área do repro-cessamento de artigos de uso único, com o objetivo de melhor compreender os riscos relacionados com essa prática15-21. Em 1996, a Canadian Healthcare Association18 empreendeu uma extensa investiga-ção bibliográfica em busca de evidências científicas sobre reprocessamento e reuso de dispositivos des-

cartáveis, a fim de subsidiar as unidades de saúde canadenses no julgamento do mérito das práticas de reuso. Este estudo concluiu que a evidência científica a favor dessa prática é limitada e pontual, que os estudos publicados, em sua maioria, são retrospectivos e não empregam desenhos controla-dos ou randomizados e que a maioria dos dados de segurança e efetividade é relacionada com cateteres cardíacos e hemodializadores.

Um estudo realizado na Nova Zelândia19, também sobre evidências científicas da segurança e efetivi-dade das práticas de reuso de artigos de uso único, concluiu que os dados são conflitantes em relação à temática, com recomendações contrárias (a maioria) e outros a favor desse procedimento. Alguns estudos revisados concluíram que o reuso de determinados produtos descartáveis é seguro, tendo em vista a ausência de dados que apresentassem qualquer associação causal entre reuso e resultados adversos ao paciente exposto.

Estudo semelhante ao descrito anteriormente e com resultados bastante similares, foi o realizado por autoras brasileiras20, que revisaram publica-ções entre os anos de 1980 a 2003, com o objetivo de buscar evidências científicas para a prática do reprocessamento de produtos de uso único. Nesse estudo, as autoras concluíram que a literatura sobre reprocessamento de produtos descartáveis demons-tra uma grande variedade de tipos de investigação e metodologias de análise, o que contribui para os resultados divergentes sobre essa prática. Para mais, recomendam que o reprocessamento de alguns produtos de uso único é possível em condições controladas, sendo impossível o reprocessamento indiscriminado.

No Canadá, pesquisadores21 avaliaram, por meio de uma revisão bibliográfica sistemática, as evidên-cias do reuso de produtos descartáveis quanto à segurança, à efetividade e aos custos e, a exemplo

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do estudo da Nova Zelândia19, foram encontrados trabalhos de qualidade variável e metodologias dis-tintas, concluindo que as evidências científicas são insuficientes para estabelecer segurança, eficácia e custo-efetividade para o reuso de todos os produtos de uso único.

Analisando os resultados dos estudos, conclui-se que os dados da literatura corroboram muito mais para a construção de uma base teórica do que para a clarificação de evidências científicas sobre a pro-blemática do reprocessamento de produtos de uso único, mantendo-se a controvérsia em relação ao tema, com alguns estudos in vitro dando suporte à prática desse reuso e outros definindo problemas com a limpeza, a integridade e a compatibilidade desses materiais. O consenso em relação aos riscos, relacionados com a reutilização de produtos de uso único, é de que existe um potencial para dano (injú-ria), infecção e eventos adversos na reutilização de materiais de uso único, embora os estudos recentes não evidenciem que esses riscos sejam significativa-mente maiores do que aqueles experenciados com produtos reusáveis5-6,15,18-19.

Pelo exposto, torna-se claro que os produtos hos-pitalares, como outras tecnologias, representam riscos à saúde coletiva, riscos esses ainda pouco caracterizados por um estado fluído e incompleto do conhecimento científico, por se mostrarem difíceis de serem quantificados e analisados da forma tradicional, como realizada nas avaliações do tipo de dose-res-posta. Ademais, há dificuldade na obtenção de dados que apontem a real probabilidade da ocorrência de um dano e sua severidade, relacionado com o repro-cessamento de produtos, tanto os reusáveis quanto os de uso único. Talvez, o conceito de risco residual seja o mais indicado quando do monitoramento de riscos nesta área.

Desse modo, os processos decisórios sobre risco associado com o reprocessamento de produtos para

a saúde exigem novas formas de compreensão, à luz do princípio da precaução. Tal princípio, que orienta e exige direcionar as ações, mesmo na ausência de prova científica da existência de risco, impõe-se, especialmente, aos poderes públicos, a fim de prevalecer imperativos de saúde e segurança em situações que configurem perigos para os homens e o meio ambiente13.

No propósito de produzir subsídios para se operacio-nalizar medidas de controle e de gerenciamento do risco associado ao reprocessamento de produtos nos serviços de saúde brasileiros, apresentamos o fluxo-grama a seguir, que apresenta as bases conceituais e a resposta de um conjunto de ações direcionadas para os serviços de saúde que realizam o reproces-samento de produtos (Figura 3).

O fluxograma proposto (Figura 3) faz uma adaptação das etapas do reprocessamento de produtos para saúde, situando-as, segundo os conceitos de análise, avaliação, controle de risco e informações após os processos, compondo, assim, o gerenciamento de risco. Nesse modelo, os produtos submetidos ao reprocessamento devem ser classificados quanto ao risco de transmitirem infecção em críticos, semi-críticos e não críticos, sendo esta a etapa da análise de risco dos produtos. Após a classificação, o artigo deverá ser descontaminado conforme o seu grau de risco, aplicando-se os seguintes procedimentos: limpeza como passo inicial e essencial, esterilização para produtos classificados como críticos, desin-fecção de alto nível para produtos semi-críticos e desinfecção de baixo nível para os definidos como produtos não críticos. Nessa etapa, faz-se, também, necessário estimar o risco envolvido em cada méto-do de descontaminação, constituindo as ações de avaliação de risco.

O controle de risco em reprocessamento de produtos prevê um conjunto de atividades que resultem em: a) identificação e seleção das medidas de controle

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figura 3. Fluxograma do Gerenciamento de Risco no Reprocessamento de Produtos para Saúde. Adaptado da ABNT NBR ISSO 1497, 200912.

Produto para saúde (PS) a ser reprocessado

análise de risco

avaliação de risco

controle de risco

Informação do ps após o reprocessa-

mento

Relatos de eventos adversos associados com o reprocessamento

do PS

Mau-funcionamento, quebra, pirogenia, infecção, outros.

Classificação do PS segundo grau de risco

PS crítico, semi-crítico e não crítico

Controle de risco na limpeza: EPI compatíveis, pia de limpeza c/ dimensões recomendadas; torneira com jatos de água direcionável p/ PS canulados, artefatos em condições de fricção, lavadora ultrassônica, água potável e corrente, água tratada, ar comprimido para secagem, lupas, testes químicos, testes de função

Controle de risco na desinfecção: sala exclusiva c/ exaustor, EPI compatíveis, monitoração do germicida quanto à concentração, tempo de exposição, validade da solução em uso, água potável, secagem interna e externa, embalagem limpa

Controle de risco na desinfecção: sala exclusiva c/ exaustor, EPI compatíveis, monitoração do germicida quanto à concentração, tempo de exposição, validade da solução em uso, água potável, secagem interna e externa, embalagem limpa

LimpezaDesinfecção ou Esterilização

Riscos no processo de limpeza: tipo de pia e torneira de água, artefatos de limpeza, escovação manual, tipo, diluição e condições de uso de detergentes, qualidade da água de enxágue, teste de integridade e funcionalidade do PS após limpeza

Riscos no processo de desinfecção: tipo, concentração, diluição e condições de uso dos desinfetantes, imersão do PS, qualidade da água, tipo de acondicionamento do PS

Riscos no processo de esterilização: concentração e qualidade do agente, tipo de monitoramento dos parâmetros físicos, químicos e biológicos, qualidade da água do esterilizador, tipo de identificação do PS, qualidade das manutenções, tipo de embalagem, método utilizado para validade do PS esterilizado, qualidade da validação, qualidade do rastreamento do PS esterilizado

Determinação do método de descontaminação segundo

classificação do PS

Estimativa de risco para cada método de descontaminação

Identificação de medidas apropriadas para controle de risco para cada

método de descontaminação

Implementação, registro e verificação das medidas de controle designadas para cada método de

descontaminação

Rastreabilidade do PS esterilizado segundo indicadores físicos, químicos

e biológicos

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de risco para cada método de descontaminação a ser utilizado; b) registro e verificação da realização desses controles; c) ações de rastreamento dos produtos esterilizados segundo indicadores físicos, químicos e biológicos. Finalmente, o gerenciamento de risco, nessa área, também requer informações acerca dos produtos reprocessados, a fim de monito-rar os eventos adversos oriundos dessa prática, com a finalidade de agir prontamente sobre os mesmos.

consideraçÕes finais

O reprocessamento de produtos para saúde, tanto os considerados reusáveis quanto os de uso único, deve ser implementado nos serviços de saúde segundo os princípios do gerenciamento de risco. Uma vez que os dados das tentativas dos estudos de avalia-ção de risco, do tipo exposição-evento, são difíceis para serem realizados na prática clínica, e os dados publicados não são conclusivos, o gerenciamento de risco se torna um imperativo nessa prática.

As imprecisões quanto ao risco à saúde coletiva ad-vindos do reprocessamento de produtos, seja de uso único ou múltiplo, apontam para a relevância da in-corporação do conceito de risco residual nessa área, bem como para adoção do princípio da precaução, que consiste em se fazer uso restrito e controlado de processos, produtos e serviços passíveis de causarem danos, até que sejam obtidas evidências objetivas a respeito da caracterização dos riscos e seus possíveis danos.

O conceito de risco residual, introduzido pelas normas citadas neste estudo, pode-se considerar como ponto positivo desta pesquisa a ser aplicado na temática do reuso de produtos. Facilita o entendimento dos fatores que contribuem para a ocorrência de eventos adversos, relacionados com as tecnologias de saúde, mas principalmente como elemento contínuo de alerta para gestores, gerentes e profissionais de saúde, de forma a utilizá-lo como instrumento de planejamento,

vigilância e coordenação. Se o risco residual é con-dição inerente do produto reprocessado, o controle dos riscos deve estar concentrado nos processos de trabalho. Nesse sentido, o conceito de risco residual clarifica, desmistifica e liberta o eterno debate sobre se é possível ou não o reprocessamento de produtos considerados de uso único, uma vez que, dada a existência do risco residual, tanto para produto reu-sável como de uso único, a decisão para o reuso e o reprocessamento deve se assentar na capacidade organizativa dos serviços, que, com adequados con-troles de avaliação dos produtos e monitoramento dos processos de descontaminação, definem quais materiais serão reusados e reprocessados.

Ademais, a incorporação do conceito de risco residu-al em produtos para saúde obriga os profissionais do Centro de Material e Esterilização (CME) a atuarem de forma sistematizada, com as atividades de geren-ciamento de risco, em todas as instâncias ou ciclos das etapas do reprocessamento desses produtos. Introduz-se, assim, uma racionalidade para a tomada de decisão nos seus processos de trabalho, à luz dos referenciais de riscos, o que confere relevo ao CME como serviço autônomo, dentro da organização hos-pitalar, definidor e realizador de processos, sem os quais não funcionam os demais serviços, elevando a auto-estima dos profissionais desse setor.

Face ao estado da arte sobre o tema, às questões e aos argumentos apresentados, é possível concluir que a implementação de um sistema de gerenciamento de risco, em reprocessamento de produtos, é uma estratégia relevante para os serviços de saúde efetu-arem o controle de risco relacionado com essa prática.

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autora

eliana auxiliadora magalhães costaEnfermeira, Mestre em Organização de Serviços de Saúde pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Doutora em Saúde Pública pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, Professora Assistente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual da Bahia (UNEB).E-mail: [email protected]

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 32-43.

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MATERIAL PARTICULADO, MICROBIOTA AÉREA E resistência antimicrobiana de STAPHYLOCOCCUS AUREUS em cirurgia ortopÉdicaPARTICULATE MATTER, AIRBORNE MICROORGANISMS AND RESISTANT STAPHYLOCOCCUS AUREUS in suspension in ortHopedic surgerY

MATERIAL EN PARTÍCULAS, MICROORGANISMOS DEL AIRE Y PERFIL DE RESISTENCIA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS en suspensiÓn en cirugía ortopedica

ALMEIDA, Cristiane Leite de; MARRA JÚNIOR, Wiclef Dymurgo; NASCIMENTO, Guilherme Caetano do; PRESOTTI, Cátia Valéria; SOUSA, Cristina Paiva de

resumo: O controle da infecção do sítio cirúrgico em cirurgias ortopédicas é relevante devido à expo-sição óssea. Foi realizado um estudo exploratório e prospectivo que objetivou verificar a incidência de material particulado, microbiota aérea e perfil de re-sistência de Staphylococcus aureus em suspensão durante o intraoperatório de cirurgias ortopédicas em um hospital de médio porte, situado no interior de São Paulo. Identificou-se a presença de Staphylococcus aureus, Staphylococcus spp e Shigella spp em 25%, 75% e 25% das amostras, respectivamente. Reali-zou-se antibiograma para Staphylococcus aureus isolados do ar da sala cirúrgica, e verificou-se que a bactéria demonstrou sensibilidade apenas a dois dos quinze antimicrobianos testados. Observou-se que durante os procedimentos cirúrgicos houve um aumento considerável do material particulado em suspensão.

palavras-chave: Material particulado. Staphylococ-cus aureus. Infecção; Ortopedia. Antibacterianos.

abstract: The control of surgical site infection in orthopedic surgery is justified because of the bone exposure. This work shows a prospective exploratory study aimed to assess the impact of particulate matter,

microbiota in air and resistance profile of Staphylo-coccus aureus in suspension in the intraoperative orthopedic procedures in a medium-sized hospital in countryside of São Paulo state (São Carlos, SP). It was identified the presence of Staphylococcus aureus, Staphylococcus spp. and Shigella spp. in 25%, 75% and 25% of samples, respectively. Susceptibility test-ing was performed for Staphylococcus aureus isolated from the operating room air, and it was found that the bacteria showed sensitivity to only two of the fifteen antimicrobials tested. It was observed that during surgical procedures there was a significant increase in the suspended particulate matter.

Key words: Particulate matter; Staphylococcus au-reus; Infection; Orthopedics; Anti-bacterial.

resumen: El control de la infección del sitio quirúr-gico en cirugía ortopédica es relevante debido a que expone el hueso. Fue realizado estudio prospectivo exploratorio que tiene por objetivo evaluar el impacto de las partículas, el aire y perfil de resistencia micro-biana de Staphylococcus aureus en suspensión de los procedimientos ortopédicos intraoperatorios en hospital de porte mediano en São Carlos, SP. Se identificó la presencia de Staphylococcus aureus,

artigo original

45Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 45-56.

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Staphylococcus spp. y Shigella spp. en 25%, 75% y 25% de las muestras, respectivamente. La prueba de sensibilidad se realizó un antibiograma para el Staphylococcus aureus aislado de la sala de opera-ciones de aire, y se encontró que las bacterias fueron sensibles a sólo dos de los 15 antimicrobianos. Se observó que durante los procedimientos quirúrgicos se produjo un aumento significativo de partículas en suspensión.

palabras clave: Material partículas; Staphylococcus aureus; Infección; Ortopedia; Antibacterianos.

introdução

Apesar de todo avanço científico e tecnológico, a infecção hospitalar (IH) pode ser ainda considerada um importante problema de saúde pública1.

A equipe cirúrgica pode corroborar com a incidência de processos infecciosos, veiculados principalmente através de vias aéreas superiores e mãos. Outros meios que podem culminar em contaminação são os fômites, representados por artigos médico-hospi-talares e o próprio ambiente hospitalar2, com as ISC ocorrendo, em média, dentro de quatro a seis dias após o procedimento3.

Embora a maioria das IH esteja relacionada aos métodos diagnósticos e terapêuticos (origem endó-gena), essas infecções podem ser veiculadas pelo ar. O material particulado, a taxa de ventilação e ocupação, a natureza e o grau da atividade exercida pelas pessoas que ocupam um espaço físico são alguns determinantes do grau de contaminação do ar interior4.

As principais fontes de microrganismos na sala operatória, que envolvem o controle da infecção de sítio cirúrgico (ISC), que podem estar relacionadas com a contaminação da incisão cirúrgica aberta, em ordem de importância, são5: 1) o próprio paciente;

2) a equipe cirúrgica; 3) os objetos e as superfícies inanimadas; 4) o ar ambiente.

Estudos demonstram que vários microrganismos podem ser transmitidos por aerossois. Staphylo-coccus aureus meticilina resistente, Pseudomonas aeruginosa e Mycobacterium tuberculosis estão entre as espécies descritas como responsáveis por surtos hospitalares relacionados à contaminação ambiental6.

A variação quantitativa na microbiota aérea está relacionada com a liberação de microrganismos provenientes de várias fontes, tais como paciente, profissionais, sistemas de ventilação, materiais e equipamentos e que potencialmente pode ser con-siderada uma das causas de ISC. Esta constatação enfatiza a importância da caracterização e da análise da microbiota aérea presente no período intraope-ratório de cirurgias limpas como, por exemplo, as ortopédicas5.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) contabili-zou a contribuição de uma variedade de fatores de riscos a doenças e determinou que a poluição do ar de interiores é o oitavo mais importante fator de risco, responsável por 2,7% dos casos de doenças no mundo7.

O controle biológico do ar é difícil8 de ser realizado devido aos recursos escassos, aos custos opera-cionais e à climatização do Centro Cirúrgico (CC), pode se tornar um fator agravante de infecções hospitalares, se não for bem projetado, executado, operado e mantido.

A finalidade do controle ambiental do CC é minimizar o risco do paciente adquirir uma IH durante o proce-dimento anestésico-cirúrgico9. Além disso, durante esse período, a possibilidade de ocorrer uma conta-minação ambiental é maior, devido ao número e ao intenso trânsito de pessoas na sala cirúrgica, bem como à constante abertura das portas. Estes fatores

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promovem a turbulência do ar e aumentam a quanti-ficação e a disseminação da microbiana no ambiente. Associado a isto, a ferida cirúrgica fica exposta ao contingente microbiano proveniente do ambiente e da equipe cirúrgica. Diante de tais considerações, o presente estudo tem o intuito de contribuir para pre-venção de doenças infecciosas no âmbito nosocomial.

obJetivos

• Verificar a incidência e quantificar a microbiota aérea isolada no período intraoperatório de cirurgias ortopé-dicas realizadas no Centro Cirúrgico de um hospital de médio porte, do interior de São Paulo;

• Identificar a presença de material particulado em suspensão no período intraoperatório de cirurgias ortopédicas;

• Traçar o perfil de resistência de uma das bactérias de maior incidência em hospitais.

mÉtodo

Este estudo é caracterizado como descritivo-explora-tório, sendo realizado no ano 2009, durante o período intraoperatório de cirurgias ortopédicas eletivas; foi desenvolvido no CC de um hospital no interior de São Paulo, de médio porte, onde são atendidos procedi-mentos de média e alta complexidade.

O projeto foi avaliado e aprovado pela Comissão de Ética do Hospital, pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e pela Gerência de Enfermagem.

Foram realizadas coletas de 10 amostras entre janei-ro a agosto de 2009. As salas operatórias (SO) tinham 25m2 e ventilação convencional, com um aparelho de ar condicionado para cada SO. O horário das coletas foi atrelado ao agendamento das cirurgias ortopédicas no mapa cirúrgico da instituição, sendo escolhidas apenas cirurgias eletivas. As coletas

foram realizadas após o procedimento de limpeza concorrente, que ocorreu anteriormente na SO se-lecionada e no período intraoperatório, mediante o tempo de diérese.

Com relação à análise dos dados, foi realizada por métodos estatísticos, por meio de abordagem des-critiva, na construção de gráficos - desenho esque-mático (box-plot) e gráfico de barras - e na aplicação de métodos qualitativos e quantitativos, para visua-lização do formato e comparação das distribuições, identificação de pontos atípicos e avaliação da va-riabilidade dos dados, bem como a quantificação de estatísticas importantes de centralidade dos dados (média, mediana), de variabilidade (desvio padrão, CV: coeficiente de variação) e outras medidas de repartição (Q1: primeiro quartil e Q3: terceiro quartil máximo e mínimo).

Para o isolamento de material bacteriano e fúngico, utilizou-se Ágar Sabouraud e Ágar Soja Tripticase, respectivamente. Já para a identificação de bactérias específicas, como o Staphylococcus e a Shigella, utilizou-se Ágar Sal Manitol e Ágar SS.

Os dados das análises microbiológicas foram quan-tificados utilizando-se as unidades formadoras de colônias (UFC/m3) e o período de tempo da cirurgia. As demais variáveis (ar condicionado, tipo de cirurgia, uso do perfurador, uso do raio-x, material de síntese, tipo de material usado, porta, número de pessoas na SO, tipo de anestesia, sabão e equipe cirúrgica) foram classificadas como qualitativas.

A análise da frequência relativa das variáveis quali-tativas em relação ao procedimento cirúrgico e sua ocorrência deu-se por meio da distribuição em rela-ção à quantidade de procedimentos realizados e da frequência acumulada da mesma (Tabela 1).

Após a coleta do material, os microrganismos foram encaminhados ao laboratório para ser realizada a

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quantificação de organismos bacterianos (mesófilos e heterótrofos) e fúngicos (filamentosos e leveduri-formes).

Com relação à identificação da espécie bacteriana, após o número de espécies encontradas por cirurgia, foi realizado um cruzamento entre as variáveis quali-tativas e as inferências mediante a estes resultados (Tabela 2).

A identificação do perfil de resistência das bactérias identificadas e Staphylococcus aureus isolados foi feito pelo método de disco-difusão. Foram seleciona-das de três a cinco colônias apresentando o mesmo tipo morfológico e realizaram-se provas bioquímicas. A interpretação da resistência e/ou da sensibilidade foi realizada segundo critérios do próprio fabricante.Avaliou-se, ainda, a presença do material particula-do em suspensão e enfatizou-se a importância do controle de ISC, tendo-se como base as variáveis identificadas no trabalho.

Para coletar e determinar o número de microrga-nismos viáveis presentes na microbiota aérea, uti-lizou-se um sistema de filtração do ar do ambiente especialmente construído para tal finalidade. Este era composto por um funil com garra, um medidor de vazão tipo rotâmetro, escala de 140 a 1400L/h; uma válvula tipo globo e uma bomba de vácuo. As análises microbiológicas efetuadas a partir da coleta consideraram as características fenotípicas e bioquí-micas na classificação microbiana.

O material particulado foi coletado através de um equipamento designado como contador de partículas. Este equipamento forneceu dados de formas inde-pendentes: quantidade de partícula em dois tama-nhos (0,5 e 5 μm); concentração (mg/m³), nas frações MP1, MP2,5, MP7, MP10 e material particulado total em suspensão (PTS). A concentração de partículas é calculada por dois fatores: a quantificação do material por um laser espelhado e um algoritmo específico

que retorna o valor correspondente à concentração, na unidade de mg/m³.

A concentração dos microrganismos utilizou a razão do número de colônias formadas na membrana so-bre o meio de cultura e o volume de ar coletado na SO, fornecendo, assim, o valor da concentração de microrganismos viáveis para cada amostra estudada. Para a determinação da concentração microbiana total na amostra de ar coletada, somou-se a concen-tração de bactérias e fungos. O valor estabelecido em normas é referente ao material biológico em suspensão, não havendo distinção entre o tipo de microrganismo coletado.

resuLtados

Foram realizadas 10 coletas de ar para análise e verificação da microbiota aérea durante o período intraoperatório de cirurgias ortopédicas.

As variáveis observadas durante o processo da co-leta foram: ar condicionado, tipo de cirurgia, uso do perfurador, uso do raio-x, material de síntese, tipo de material usado, abertura ou fechamento de porta, número de pessoas na sala, tipo de anestesia, sabão utilizado e equipe cirúrgica (Tabela 1).

O tempo médio registrado das cirurgias foi de 117,5 minutos, com desvio padrão de 65,54 minutos e co-eficiente de variação de 55,78%. As amplitudes do mesmo foram observadas entre 45 e 270 minutos. Classificou-se 50,0% das cirurgias como de maior complexidade; o número de pessoas na sala foi em média de quatro e, em 50,0% das cirurgias, o ar condicionado estava desligado.

Com relação ao procedimento anestésico, 80,0% das cirurgias utilizaram anestesia de menor complexida-de, 70,0% usaram perfurador, 90,0% utilizaram raio-x, 90,0% material de síntese e 90,0% das cirurgias utilizaram sabão PVPI para degermação.

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tabela 1 - Frequência relativa das variáveis em relação aos procedimentos cirúrgicos e à sua percentagem de ocorrência.

variáveis frequência percentagem frequência acumulada

ar condicionado Desligado 05 50,0% 50,0%

Ligado 05 50,0% 100,0%

tipo de cirurgiaComplexa 05 50,0% 50,0%

Moderada 05 50,0% 50,0%

uso do perfurador

Não 03 30,0% 30,0%

Sim 07 70,0% 100,0%

uso do raio X Não 01 10,0% 10,0%

Sim 09 90,0% 100,0%

material de síntese

Não 01 10,0% 10,0%

Sim 09 90,0% 100,0%

tipo de material usado

Placa e parafuso 07 70,0% 70,0%

Prótese quadril 02 20,0% 90,0%

Não utilizou 01 10,0% 100,0%

porta Fechada 07 70,0% 70,0%

Aberta 03 30,0% 100,0%

Número de pessoas na sala

Menor ou igual a quatro pessoas 07 70,0% 70,0%

Maior do que quatro pessoas 03 30,0% 100,0%

tipo de anestesia

Maior complexidade 02 20,0% 20,0%

Menor complexidade 08 80,0% 100,0%

sabão Clorexidine 01 10,0% 10,0%

PVPI 09 90,0% 100,0%

equipe médica

1 03 30,0% 30,0%

2 01 10,0% 40,0%

3 01 10,0% 50,0%

4 01 10,0% 60,0%

5 01 10,0% 70,0%

6 01 10,0% 80,0%

7 01 10,0% 90,0%

8 01 10,0% 100,0%

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Detectou-se que, na maioria das cirurgias, foi identificada apenas uma variedade bacteriana e, em ape-nas uma cirurgia, identificou-se a presença de três variedades microbianas, ou seja, na microbiota aérea Staphylococcus spp, Staphylococcus aureus e Shigella spp (Tabela 2). Observou-se que, com o ar condicio-nado ligado, houve uma incidência de maior número de espécies bacterianas.

tabela 2 - Frequência relativa das variáveis em relação aos procedimentos cirúrgicos e à sua percentagem de ocorrência.

variáveis

Número de espécies bacterianas identificadas

1 2 3

Cirurgia Perc. Cirurgia Perc. Cirurgia Perc.

05 50,0% 04 40,0% 01 10,0%

ar condicionadoDesligado 03 60,0% 01 20,0% 01 20,0%

Ligado 02 40,0% 03 60,0% - -

tipo de cirurgiaModerada 02 40,0% 03 60,0% - -

Complexa 03 60,0% 01 20,0% 01 20,0%

Uso do perfuradorNão 01 33,3% 02 66,7% - -

Sim 04 57,1% 02 28,6% 01 14,3%

uso do raio XNão - - 01 100,% - -

Sim 05 55,6% 03 33,3% 01 11,1%

material de síntese

Não - - 01 100,% - -

Sim 05 55,6% 03 33,3% 01 11,1%

tipo de material usado

Placa e parafuso 04 57,1% 02 28,6% 01 14,3%

Prótese quadril 01 50,0% 01 50,0% - -

Não utilizou - - 01 100,% - -

portaFechada 05 71,4% 02 28,6% - -

Aberta - - 02 66,7% 01 33,3%

Número de pessoas na sala

Menor ou igual a quatro pessoas 03 42,9% 04 57,1% - -

Maior que quatro pessoas 02 66,7% - - 01 33,3%

tipo de anestesiaMenor Complexidade 03 37,5% 04 50,0% 01 12,5%

Maior complexidade 02 100,0% - - - -

antibiótico Sim 05 50,0% 04 40,0% 01 10,0%

sabãoClorexidine 01 100,0% - - - -

PVPI 04 44,4% 04 44,4% 01 11,1%

equipe médicaApenas em uma cirurgia 03 42,9% 03 42,9% 01 14,3%

Mais de uma cirurgia 02 66,7% 01 33,3% - -

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Dentre os organismos fúngicos isolados, quantificados (UFC/m3) e identificados, observou-se que 100% apresentavam-se sob a forma de filamentos.

Detectou-se uma média de 72,20UFC por m3 de fungos, com desvio padrão de 32,70 e coeficiente de varia-ção de 49,85UFC/m3. Observou-se que as UFC de bactérias apresentaram média de 97,80% por m3, desvio padrão de 51,60% e coeficiente de variação de 52,75%. As amplitudes das UFC estavam entre 21 e 178/m3. Os valores do Q1 e do Q3 foram de 62,80 UFC/m3 e 144,80 UFC/m3 (Tabela 3).

tabela 3 - Análise do tempo de cirurgia e quantificação (UFC/m3) de bactérias e fungos detectados.

variáveis n médiadesvio padrão

cv mín. máx. Q1 mediana Q3

início e término da cirurgia 10 117,50 65,54 55,78 45,0 270,0 75,00 100,00 142,50

bactérias (ufc) 10 97,80 51,60 52,75 21,0 178,0 62,80 87,50 144,80

fungos (ufc) 10 72,20 33,70 49,85 3,0 125,0 56,50 69,50 95,50

Detectou-se que durante o procedimento cirúrgico houve um aumento considerável do material particulado em suspensão em todas as análises (Tabela 4), e este fato pode estar intimamente associado ao número de pessoas circulando na sala, colocação do material e abertura e fechamento da porta da sala de cirurgia.

tabela 4 - Análise da concentração de material particulado no período pregresso e durante a cirurgia.

coletaperíodo anterior à cirurgia durante a cirurgia

PM2,5µg/m3

PM10µg/m3

PTSµg/m3

PM 2,5µg/m3

PM10µg/m3

PTSµg/m3

01 0,2 25,6 47 21 64,2 101,4

02 13,3 64,1 115,7 27,1 169,1 256

03 11 71 125 19,3 118,9 215,3

04 11 70,4 127,6 14 93,2 148,6

05 4,7 34,3 56,9 9,8 75,7 119,8

06 0,25 38,5 63,4 7,9 85,1 123

07 3,8 27 54,6 6,6 42 73

08 11,1 62,9 108,8 17,8 104,6 186,1

09 14,5 78,5 135,3 20,1 105,8 245,5

10 10,8 64 128 11,2 67,6 122,6

Na avaliação do perfil de resistência de Staphylococcus aureus frente à utilização de diferentes antibióticos, constatou-se que a bactéria apresentou sensibilidade apenas a dois antimicrobianos Netilmicina e Amicacina (NET; AMIC) dos 15 antimicrobianos testados.

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discussão

O tempo de realização das cirurgias ficou em torno da mediana (117,5 minutos), porém apresentou um ponto discrepante de 270 minutos. A constatação deste ponto discrepante demonstrou que essa cirur-gia foi mais complexa.

Dentre os ambientes hospitalares, a verificação da qualidade do ar em SO merece destaque, pois se-gundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)10, os principais parâmetros de risco dos CC podem ser considerados como: sala de indução anestésica, sala de cirurgia e sala de cirurgias espe-cializadas, como, por exemplo, a de ortopedia.

Neste aspecto, na análise da microbiota aérea, além da presença de bactérias, verificou-se a existência de fungos filamentosos. As infecções fúngicas de origem hospitalar passaram a ser de grande im-portância nos últimos anos, pelo seu aumento pro-gressivo e pelas elevadas taxas de morbidade e de mortalidade. Muitas dessas infecções são de origem endógena e outras podem também ser adquiridas por via exógena, pelas mãos dos trabalhadores da área da saúde, infusos contaminados, biomateriais e fontes inanimadas ambientais. O monitoramento de bioaerossois8,11, provenientes do contato com a microbiota das áreas adjacentes e das mãos dos profissionais de saúde, pode fornecer informações epidemiológicas de microrganismos relacionados a infecções nosocomiais.

A presença de Staphylococcus aureus em 25,0% dos isolados pode ser considerado um dado relevante devido à sua virulência e importância na relação com as ISC11. O portador nasal de S. aureus representa um desafio para as instituições de saúde12. Staphylo-coccus aureus, como microrganismo potencialmente patogênico, pode ser encontrado em várias partes do corpo, como fossas nasais, mãos, garganta, intesti-no, podendo ser transmitido de pessoa para pessoa

(infecção cruzada), através do contato indireto (via aérea) ou por contato direto, estando esta transfe-rência na dependência da presença de uma fonte (doentes ou portadores).

Shigella spp foi identificada entre os Gram negativos. Dados publicados13, ressaltam que, em pacientes submetidos à artroplastia total de quadril, é elevada a ocorrência de bacilos Gram negativos como agen-tes etiológicos de infecções superficiais e profundas pós-cirurgia. As infecções causadas por esses microrganismos podem originar-se de reservatório animal, portador humano ou podem ter disseminação endógena em indivíduos suscetíveis. A maioria das manifestações tóxicas das infecções ocasionadas por enterobactérias, como febre, trombocitopenia, coa-gulação intravascular disseminada, choque e morte, é devido à presença de lipopolissacarídeo, que atua como uma endotoxina, comum a todas as bactérias Gram negativas14.

A presença de Shigella spp na rota aérea é intrigan-te, uma vez que não é comumente encontrada no ar. No entanto, as portas das SO encontravam-se no mesmo corredor de entrada dos vestiários com sanitários e, algumas vezes, as portas dos mesmos encontravam-se abertas. Pode ter ocorrido dispersão do microrganismo como material particulado através do acionamento da descarga do vaso sanitário. Outro fator que pode explicar, provavelmente, a presença da bactéria é o período no qual foram realizados os experimentos. Em períodos diurnos, observou-se um aumento da concentração microbiana.

O material particulado em suspensão, podendo carre-ar bactérias e fungos, atinge um índice mais elevado durante o dia, devido a uma maior movimentação no hospital6. No presente trabalho, as cirurgias foram realizadas no período da tarde, detectando-se uma elevação dos níveis da microbiota, diretamente pro-porcional à maior movimentação na SO. Este fato pode explicar a presença da bactéria associada ao

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material particulado.

Atualmente, dados demonstram11 que, além des-tes microrganismos avaliados, outros podem ser transmitidos por aerossois. Staphylococcus aureus meticilina resistente, Pseudomonas aeruginosa e Mycobacterium tuberculosis estão entre as espécies descritas como responsáveis por surtos hospitalares relacionados à contaminação ambiental. Estes dados da literatura reforçam a relevância dos resultados obtidos no presente estudo.

Verificou-se nas 10 cirurgias acompanhadas que, em 70,0% destas, a porta encontrava-se fechada e 50,0% das SO estavam com o ar condicionado desligado. Para minimizar o risco de ISC, a literatura recomenda que os contaminantes do ar devam ser impedidos de se dispersar, além de ser necessário obter uma remo-ção imediata, quando de sua geração15. As cirurgias foram classificadas em moderadas e complexas em 50,0% dos casos, para cada uma. Relacionando-se com a anestesia utilizada, 80,0% foram classificadas como de menor complexidade.

O material de síntese foi utilizado em 90,0% das cirurgias e 70,0% destes correspondiam a placas e parafusos. Cirurgias ortopédicas requerem o uso de equipamentos para a perfuração óssea.

Os perfuradores específicos para uso médico-ci-rúrgico, em geral, são passíveis de higienização adequada, praticados anteriormente ao processo de esterilização. No entanto, alguns hospitais brasileiros e este em questão, utilizam furadeiras elétricas de uso doméstico em cirurgias ortopédicas devido ao alto custo inicial para aquisição do perfurador em instituições públicas ou filantrópicas.

As furadeiras elétricas possuem aberturas para a ventilação do motor, possibilitando risco de contami-nação através de sangue e outros resíduos. Conside-rando que a higienização posterior ao uso cirúrgico é

realizada externamente devido à impossibilidade de imersão do equipamento em solução detergente, o material orgânico permanece na parte interna e pode dificultar a esterilização. Dessa forma, quando a fura-deira elétrica é acionada na SO há risco de geração de aerossois e a possibilidade de contaminação do campo operatório16.

A contaminação da rota aérea por partículas viáveis, ou seja, fungos e bactérias presentes no material par-ticulado em uma SO, está intimamente relacionada com a movimentação de pessoas na sala, correntes de ar provocadas pelo sistema de condicionamento, além, é claro, dos equipamentos utilizados como no parágrafo anterior. A lavagem das mãos pode ser tradicionalmente considerada um elemento-chave na prevenção de colonização de doenças adquiridas no hospital. A microbiota detectada geralmente é transitória. A presença de microrganismos transitórios albergados nas mãos da equipe de saúde pode ser transferida, por contato, tornando-se parte da mi-crobiota aérea das SO. A microbiota das mãos pode influenciar a microbiota aérea e uma das formas de prevenir a ocorrência de infecções hospitalares é a lavagem constante das mãos.

Detectou-se Staphylococcus spp; Staphylococcus aureus e Shigella spp. Os resultados indicaram que em 60,0% das cirurgias em que o ar condicionado estava desligado, foi possível observar a incidência de uma variedade bacteriana. Com o ar condicionado ligado, houve a incidência de duas espécies. Estes dados sugerem que quando o ar condicionado estava ligado, houve um aumento da variedade de espécies isoladas. O ar condicionado pode estar contami-nado por partículas, poeira ou filtros e colonizados por microrganismos7, uma vez que estas partículas são geradas por hospedeiros animados que afetam, principalmente, indivíduos imunocomprometidos. As bactérias e os fungos disseminados são capazes de sobreviver em ambientes com baixa umidade relativa por longos períodos.

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O hospital analisado possui serviço especializado para manutenção dos aparelhos de refrigeração. A troca dos filtros é feita a cada seis meses ou de acor-do com a necessidade. Os aparelhos convencionais serão substituídos por uma ventilação central após a reforma.

A rota da contaminação aérea de feridas operatórias pode ser sumarizada com o movimento da equipe na SO e liberação de partículas (gotículas, aerossois, fragmentos de pele e fragmentos de pelos) em sus-pensão no ar. Estas podem se depositar diretamente na ferida operatória (contaminação direta) ou nas superfícies onde estão o instrumental e a prótese a serem utilizados, bem como nas luvas dos cirurgiões, chegando, assim, indiretamente até a ferida5.

Com relação à complexidade da cirurgia e à diversi-dade de espécies encontradas, observa-se que três cirurgias foram classificadas como complexas, ha-vendo a ocorrência de uma espécie. Se comparada às cirurgias classificadas em moderadas, a ocorrên-cia de espécies é menor (duas espécies), remetendo os dados a uma indicação de que os profissionais, nas cirurgias mais complexas, cercam-se de maiores cuidados durante a execução dos procedimentos.

O resultado apresentado com relação ao tipo de cirurgia corrobora com o número de pessoas na SO. O aumento no número de pessoas na sala gerou au-mento de material particulado em suspensão e, con-sequentemente, aumento na variedade microbiana. Observou-se que quanto menor o tempo gasto pela equipe desde a preparação da sala até a execução do procedimento cirúrgico, menor a ocorrência de espécies microbianas detectadas.

Observou-se que o uso de perfurador, raio-X e ma-terial de síntese, usados em cirurgias complexas no presente estudo, estava relacionado à menor ocorrência de espécies microbianas, sugerindo-se manter este padrão detectado.

A abertura ou o fechamento das portas apresentou um dado relevante, principalmente quando relacio-nado às espécies microbianas. Esta observação está intrinsecamente relacionada à ocorrência de varieda-des e de tipos de organismos, pois, com a abertura da porta, observou-se a incidência de duas ou mais espécies, ressaltando os dados mencionados.

O sabão clorexidine, usado na degermação das mãos, foi utilizado em uma única cirurgia, revelando-se melhor no controle microbiano. No sabão PVPI, no entanto, observou-se a incidência de duas ou mais variedades microbianas.

O material particulado teve influência na propagação microbiana presente na superfície dos materiais, podendo ser dispersos através do ar.

Em 24 horas, a média permitida para a presença de material particulado em suspensão é de 150μ/m3 em ar ambiente e uma das coletas apresentou um valor de 245,5μ/m3 em menos de 24h. Estes dados suge-rem que a instituição reveja as variáveis que estão diretamente contribuindo para este valor elevado de concentração de partículas17.

Dados observados no presente estudo sugerem que os padrões de utilização de antibióticos precisam ser revistos. É importante manter vigilância em sítios de infecção, contribuindo para prevenir a transmissão hospitalar. A implantação da antibioticoterapia para o combate aos agentes patogênicos deveria ser preconizada com a implantação do antibiograma. Esta prática poderá levar a uma menor incidência de aquisição de mecanismos de resistência18. Res-salta-se, através dos dados obtidos, a relevância da rota aérea como um dos fatores no controle de ISC.

concLusão

Nos moldes de desenvolvimento do trabalho e pe-los dados obtidos, pode-se concluir que a presença

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de bioaressois identificados durante o período intraoperatório de cirurgias ortopédicas pode ser considerado um fator de extrema importância para o controle de ISC. Verificou-se que 100,0% dos fungos foram identificados como filamentosos. Detectou-se Staphylococcus spp, Staphylococcus aureus e Shigella spp, microrganismos potencialmente cau-sadoras de ISC.

A quantificação microbiana encontrava-se dentro dos padrões recomendados pela ANVISA, quando comparadas em relação ao limite permitido de UFC por m3, porém é necessário que a instituição em questão fique atenta às variedades bacterianas encontradas, onde a identificação de Shigella spp merece atenção, pois não é comumente encontrada na microbiota aérea.

Houve um aumento significativo de material parti-culado em suspensão durante a cirurgia e obser-vou-se que, após o tempo de diérese, houve uma tendência de diminuição, com valores acima dos permitidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A avaliação do perfil de resistência de Sta-phylococcus aureus revelou sensibilidade da bactéria a apenas dois antibióticos testados, sugerindo uma averiguação dos procedimentos adotados para o controle de ISC e ressaltando a importância da mi-crobiota aérea.

O controle do ar ambiente condicionado em SO e a presença de material particulado em suspensão constituem fatores preponderantes na prevenção de ISC e, quando todos os fatores intervenientes não são controlados de forma eficaz, poderá acarretar surtos na presente instituição.

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18. Sousa CP. Mecanismos de patogenicidade de células bacterianas: resistência a agentes antimicro-bianos. Laes Haes. 2008;29(171):130-42.

autores

cristiane Leite de almeidaEnfermeira, Mestre em Enfermagem pela Univer-sidade Federal de São Carlos (UFSCar), Docente no Centro Universitário Central Paulista.E-mail: [email protected].

Wiclef Dymurgo Marra JúniorEngenheiro Químico, Docente da Escola de En-genharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP).E-mail: [email protected].

guilherme caetano do nascimentoEngenheiro Ambiental, Mestre em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenha-ria de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP).E-mail: [email protected].

cátia valéria presottiEstatística, Mestre pela UFSCar, Docente no Cen-tro Universitário Central Paulista.

cristina paiva de sousaEnfermeira, Profª Associada da UFSCar, Coorde-nadora do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Diag-nóstico em Microbiologia DMP/CCBS/UFSCar.E-mail: [email protected].

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estratÉgias LÚdicas na assistência ao paciente pediÁtrico: apLicabiLidade ao ambiente cirÚrgicopLaYfuL strategies in pediatric patient care: appLicabiLitY to surgicaL environment

estrategias LÚdicas en La atenciÓn a pacientes pediÁtricos: apLicabiLidad para eL medio ambiente QueirÚrgico

MARINELO, Gisele dos Santos; JARDIM, Dulcilene Pereira

resumo:Trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura com o objetivo de realizar um levantamento das estratégias de humanização utilizadas pela equi-pe de saúde com o paciente pediátrico no contexto hospitalar, e apontar a aplicabilidade dessas técnicas ao bloco cirúrgico. Foram encontradas as estratégias da Brincadeira Terapêutica, Musicoterapia, Bibliotera-pia, Arteterapia, Ambiente Decorado e Terapia Assis-tida por Animais. Os estudos mostram aplicabilidade da Brincadeira Terapêutica e da Musicoterapia ao bloco cirúrgico nos períodos pré-operatório imediato e pós-operatório imediato na sala de recuperação pós

-anestésica, com os devidos cuidados necessários às questões assépticas e de sonoridade desses setores. Salienta-se que, além do uso das técnicas lúdicas, é necessário do profissional de enfermagem do bloco cirúrgico um cuidado individualizado e humanizado ao pequeno paciente neste momento estressante da hospitalização. Sugerem-se novas pesquisas sobre o cuidado de enfermagem humanizado ao paciente pediátrico no ambiente cirúrgico testando estas ou outras técnicas lúdicas.

palavras-chave: Enfermagem de Centro Cirúrgico; Humanização da assistência; Criança hospitalizada; Jogos e brinquedos; Musicoterapia.

abstract: It is a research of the literature review

aiming to conduct a survey of humanization strate-gies used by the healthcare team with the pediatric patient in the hospital context, and point out the applicability of these techniques to the surgical block. The strategies that have been found are Play Therapy, Music Therapy, Bibliotherapy, Art Therapy, Decorating Therapy and Animal Assisted Therapy. Studies show applicability of Play Therapy and Music Therapy in the operating room during the immediate pre and postoperative phase in the post-anesthesia recovery room, with due care given to loudness and aseptic issues of these sectors. It should be noted that, besides the use of the playful techniques, a humanized and individualized care from the operat-ing room nurse to the little patients in this stressful time of hospitalization is necessary. New research on humanized nursing care to pediatric patients in the surgical environment testing these or other ludic techniques were suggested.

Key words: Nursing of surgical center; Humanization; Child hospitalized; Games and toys; Music therapy

resumen: Es una búsqueda de la revisión de la li-teratura con el objetivo de llevar a cabo un estudio de estrategias de humanización utilizadas por el equipo de atención médica con el paciente pediátrico en el contexto del hospital y elija la aplicabilidad de estas

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revisão de Literatura

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técnicas el bloque quirúrgico. Las estrategias encon-tradas, musicoterapia, terapia lúdica, biblioterapia, arteterapia y terapia de entorno decorado y asistida por animales. Estudios muestran la aplicabilidad de la terapia lúdica y Musicoterapia al bloque quirúrgico en la recuperación inmediata de períodos preoperatorio y postoperatorio inmediato en la sala de recuperación de anestesia, con los debidos cuidados necesarios a las cuestiones asépticas y de la sonoridad de eses sectores.. Cabe señalar que, además de la utilización de técnicas lúdicas de la enfermería profesional del bloque quirúrgico se requiere del una atención indivi-dualizada y humanizada al pequeño paciente en este estresante momento de la hospitalización. Sugieren nuevas investigaciones sobre Humanized enfermería atención pediátrica de pacientes quirúrgicos entorno probar estas u otras divertidas técnicas.

palabras clave: Enfermería del centro quirúrgico; Humanización; Niño hospitalizado; Juegos y jugue-tes; Musicoterapia.

introdução

A hospitalização é uma experiência traumática e estressante para qualquer indivíduo, especialmente para uma criança, envolvendo-a em profunda adap-tação a um ambiente e a pessoas desconhecidas, com inúmeras mudanças em sua rotina e, inclusive, podendo ocasionar reações de culpa, medo e an-gústia¹, por ser interpretada como uma punição por mau comportamento2.

A experiência da hospitalização pode ser ainda mais estressante caso haja necessidade de uma interven-ção cirúrgica, relacionada ao medo do desconhecido, do resultado da cirurgia, das alterações da imagem corporal, enfim, medo da morte1.

Mas esses sentimentos podem ser minimizados pela equipe envolvida no processo cirúrgico, o que inclui a equipe de enfermagem, diretamente ligada

ao paciente, que deve oferecer uma assistência in-dividualizada e humanizada para cada um.

Segundo a literatura, na produção acadêmica de enfermeiros brasileiros sobre o tema, o objetivo mais frequente dos estudos está relacionada à vivência da criança perante a cirurgia, quer seja no pré ou no pós-operatório, estudando a influência do brinquedo terapêutico no comportamento, respostas compor-tamentais ou expectativas das crianças em relação à cirurgia2.

A assistência humanizada ao paciente pediátrico deve ser presente em toda a sua permanência no Bloco Cirúrgico, ou seja, desde o momento em que o paciente é recebido na unidade de Centro Cirúrgi-co (CC), até sua saída da Sala de Operações (SO)

- período transoperatório, bem como durante sua permanência na sala de Recuperação Anestésica (RA) - período pós-operatório imediato3.

Os cuidados de enfermagem no transoperatório são de suma importância para o bem estar da criança e o sucesso do ato anestésico-cirúrgico, pois as diferenças anatômicas e fisiológicas da idade os tor-nam propensos à maior incidência de complicações decorrentes do ato anestésico-cirúrgico4.

Neste sentido, a literatura atual apresenta estraté-gias que podem ser utilizadas em uma assistência humanizada à criança hospitalizada, entre elas, a Brincadeira Terapêutica, na qual a criança fantasia a realidade em que vive, proporcionando liberdade de agir e se movimentar, expressando-se fisicamente, sendo reconhecida como um recurso que proporcio-na diversão à criança e tranquilidade durante sua internação5.

A Arteterapia também é considerada como estratégia de humanização utilizada por profissionais no contex-to hospitalar, abrangendo atividades com desenho, pintura, modelagem e dramatização, o que possibilita

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à criança exteriorizar e manifestar seus sentimentos e sua imaginação. Esta técnica instiga a criança a ter mais aceitação das situações indesejáveis, aju-dando-a a atingir um melhor equilíbrio emocional e adaptando-a às rotinas hospitalares6.

Cita-se, ainda, a Musicoterapia, utilizada por profis-sionais da equipe multidisciplinar qualificados para a função, na intenção de melhorar a comunicação da criança, auxiliando na liberação da tensão e da an-siedade e tornando sua recuperação e sua vivência na hospitalização menos traumática7.

Tendo em vista a importância da assistência de en-fermagem humanizada à criança hospitalizada, es-pecialmente àquelas submetidas a um procedimento cirúrgico, torna-se relevante identificar os tipos de estratégias existentes e pertinentes ao ambiente ci-rúrgico, tanto no período transoperatório, quanto no pós-operatório imediato, levando-se em consideração as especificidades assépticas deste setor, bem como sua aplicabilidade e seus benefícios para a assistência de enfermagem ao paciente pediátrico imediatamente antes, durante ou após a intervenção cirúrgica.

obJetivo

Diante deste cenário, este estudo teve como objetivo realizar um levantamento das estratégias de humani-zação utilizadas pela equipe de saúde com o paciente pediátrico no contexto hospitalar, e apontar a aplica-bilidade do uso dessas técnicas no bloco cirúrgico.

mÉtodo

Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva, realizada por meio de revisão da literatura, utilizando-se como fonte de dados as bases Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Bases de Dados de Enfermagem (BDENF), bem como nas edições impressas da Revista SOBECC (Associa-

ção Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização).

Foram encontrados 26 trabalhos relacionados ao tema, sendo realizada uma leitura superficial de cada resumo, para verificação de sua pertinência a este estudo. Após esta leitura, foram selecionados 10 trabalhos que obedeciam os critérios de inclusão deste estudo, a saber: estudos como resultados de pesquisas de campo e relato de experiência realiza-das com crianças hospitalizadas em âmbito nacional, encontrados mediante a busca por meio dos descri-tores Enfermagem de centro cirúrgico; Humanização; Criança hospitalizada; Jogos e brinquedos e Musi-coterapia, publicados na língua portuguesa em um recorte temporal que abrangeu os últimos 10 anos, ou seja, entre 2002 e 2011.

A seguir foi realizada a leitura compreensiva e analí-tica de cada artigo, confirmando sua pertinência ao estudo, com preenchimento de um roteiro na inten-ção de sumarizar as informações nele contidas, de forma que possibilitasse a obtenção de respostas à questão investigada.

resuLtados

caracterização da amostra

A amostra deste estudo foi composta por 10 estudos, sendo oito artigos científicos originais e duas disser-tações de mestrado. Do total, foram nove (90,0%) pesquisas de campo - oito (80,0%) com abordagem qualitativa e duas (20,0%) com abordagem quanti-tativa – e um (10,0%) relato de experiência.

Estes estudos foram publicados, em sua maior par-te, na Revista Eletrônica de Enfermagem (três ou 30,0%) e no Jornal de Pediatria (três ou 30,0%), nos anos de 2003 (dois ou 20,0%), 2004 e 2005 (um ou 10,0% cada ano), 2007 e 2009 (dois ou 20,0% cada

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ano), 2010 e 2011 (um ou 10,0% cada ano), realiza-dos, mais expressivamente, em São Paulo (quatro ou 40,0%) e no Paraná (dois ou 20,0%).

Os profissionais de saúde responsáveis pela reali-zação destas pesquisas com crianças no ambiente hospitalar foram, em sua maioria, enfermeiros (sete ou 70,0%), além de outros profissionais (três ou 30,0%), como psicólogos.

Estas pesquisas foram realizadas com crianças com idades entre 0 e 16 anos, e, por se tratar de pes-quisas envolvendo seres humanos e incapazes, os artigos mencionaram a aprovação de Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) (nove ou 90,0%) e a aplicação do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (nove ou 90,0%), assinado pelos responsáveis (nove ou 90,0%).

Técnicas de humanização com paciente pediátrico no contexto hospitalar

Os artigos elencados para fazer parte deste estudo6-15 relatam pesquisas e experiências de profissionais de saúde na assistência ao paciente infantil, por meio de técnicas de humanização as quais estão apresentadas no Quadro 1, bem como o local onde estas técnicas foram aplicadas dentro no contexto hospitalar e a quantidade de artigos onde ela é citada.

Quadro 1 - Distribuição das técnicas de humanização utilizadas com a criança hospitalizada e o local de aplicação da técnica.

técnica usadanº de

artigosLocal de aplicação da técnica

brincadeira terapêutica (bt): jogos, brinquedos, desenhos, filmes, TV, quebra-cabeça, balões, bonecos representando profissionais e familiares e objetos de uso hospitalar.

04

1. Brinquedoteca dentro da pediatria13

2. No pré-operatório em uma sala dentro do CC8

3. No período pré-operatório, na unidade de internação9

4. Enfermaria, no período pós-operatório imediato10

biblioterapia: histórias, contos, utilização de fantoches para a criação da história, desenhos.

011. Sala reservada para leitura na unidade de pediatria11

arteterapia: desenhos, pintura, colagem, modelagem, teatro, sucata hospitalar, etc. 02

1. Salas reservadas ou enfermaria12

2. No leito em caso de isolamento6

musicoterapia: música clássica. 011. Na RA, no período pós-operatório imediato7

ambiente decorado: adesivos na unidade pediátrica para deixar o ambiente mais alegre e colorido e brincadeira terapêutica.

01 1. No andar pediátrico (quartos, enfermaria, corredor)9

terapia assistida por animais (taa) 01 1. A criança era convidada a ir à sala de recreação para brincar e fazer carinho nos animais, como porquinho da índia, tartaruga, coelho, cachorro e chinchila14

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Os resultados obtidos nos estudos em questão res-saltam a importância das estratégias de humaniza-ção utilizadas com crianças no contexto hospitalar para aliviar as tensões causadas pela internação, bem como o estresse causado pelo procedimento anestésico-cirúrgico e seus desdobramentos, como o jejum prolongado, o desconforto de um lugar es-tranho e frio, rodeado por pessoas vestidas com aventais, toucas, máscara e pela insegurança própria da experiência desconhecida8.

A criança adquire conhecimentos, com as brincadei-ras lúdicas, por meio da exploração e da manipulação dos objetos, conversas, contar histórias e fazer com que elas interajam com a dramatização, ativando sua comunicação, aumentando seu conhecimento e sua compreensão acerca da situação vivenciada2,9 e atingindo um bem estar mental, emocional e so-cial, tornando o ambiente e o procedimento menos assustadores10.

Isso posto, cabe-nos discutir sobre a aplicabilidade dessas técnicas de humanização no ambiente cirúr-gico, considerando as regras e normas rígidas para prevenção de infecção hospitalar neste setor.

discussão

Diante do consenso expresso na literatura sobre a importância das estratégias lúdicas para as crianças hospitalizadas no enfrentamento do medo, da dor e do estresse causado pela hospitalização, é ne-cessário avaliar a aplicabilidade destas técnicas no contexto do Bloco Cirúrgico, sendo esta abordagem apresentada no Quadro 2.

A Brincadeira Terapêutica foi a técnica mais am-plamente usada no bloco operatório, considerada importante atividade lúdica, pois, além de ser um benefício para a criança, o brinquedo ajuda no en-tendimento do que está acontecendo e será feito, fazendo com que diminua a ansiedade e o medo do paciente pediátrico, além de facilitar a comunicação

entre a criança e o enfermeiro para a realização dos procedimentos5,8-9.

Para o uso desta técnica no contexto cirúrgico, al-guns cuidados são recomendados, de modo que se possa compartilhar os brinquedos, no que se refere à higienização dos mesmos, pois a transmissão de microorganismos pode ocorrer por contato direto e indireto e por gotículas17.

Neste sentido, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e o Ministério da Saúde (MS)16 recomendam em relação aos cuidados com os brinquedos:

• lavar e desinfetar os brinquedos entre o uso de uma criança e outra. Se o brinquedo não puder ser lavado, não é apropriado para utilização em institui-ções de saúde;

• brinquedos de plástico rígido: escovar com água e sabão; enxaguar em água limpa; imergir em so-lução desinfetante por 10 a 20 minutos; remover e enxaguar em água fria; secar com ar seco ou utilizar lavadora termodesinfetadora. Qualquer brinquedo ou objeto que entrar em contato com fluidos corpóreos deverá ser desinfetado imediatamente;

• brinquedos de tecido não são recomendados, devi-do à dificuldade na desinfecção e na secagem.

Da mesma forma, a Biblioterapia com crianças hos-pitalizadas também traz uma grande contribuição de benefício sobre o bem-estar dos pacientes e de seus acompanhantes, pois essa estratégia ajuda a aliviar tensões e ansiedades e proporciona momentos de entretenimento para todos, sendo representativa na evolução clínica desses pacientes11.

Outro ponto positivo da Biblioterapia é a possibilidade de interação entre a criança e seus familiares, além de estimular um hábito pela leitura para toda a família.

Entre esses benefícios que a leitura traz aos pa-cientes, está o alívio da dor, pois a criança ativa o seu imaginário, oferecendo um suporte emocional

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Quadro 2 - Distribuição das técnicas de humanização e sua aplicabilidade no Centro Cirúrgico.

técnica Aplicabilidade no Bloco Cirúrgico

brincadeira terapêutica (bt)

Os artigos pesquisados mostram aplicabilidade desta técnica no período transoperatório (até a indução anestésica), com continuidade no pós-operatório na RA, quando a criança já estava em condições de brincar8.

biblioterapia Não houve evidência no uso desta técnica no ambiente cirúrgico nos artigos pesquisados, mas há possibilidade de aplicação na RA, quando a criança já não mais estiver sob efeito anestésico, mas requer tempo e disponibilidade do profissional de enfermagem para aplicá-la, adaptando-a à idade da criança envolvida.Segundo o Center for Disease Control and Prevention (CDC) e o Ministério da Saúde (MS), o uso do fantoche e de outros brinquedos de tecido não é recomendado, por serem possíveis reservatórios de microrganismos, com dificuldade na desinfecção e na secagem16.

arteterapia Não houve evidência no uso desta técnica no ambiente cirúrgico nos artigos pesquisados, mas acredita-se ser aplicável na RA com a criança acordada, onde será estimulada a colorir desenhos, porém sem o uso de modelagem ou de tintas que possam interferir no contexto asséptico do ambiente cirúrgico, sendo recomendado o uso de material lavável e atóxico (plástico, acrílico, borracha e metal), no caso das sucatas hospitalares17.

musicoterapia Os artigos pesquisados mostram aplicabilidade desta técnica no período pós-operatório imediato na RA, considerando o uso de fones de ouvido para manutenção do ambiente silencioso da recuperação. Pode ser aplicada também em SO, pois cirurgiões de várias equipes costumam operar ouvindo música7.

ambiente decorado Não houve evidência quanto ao uso de ambiente decorado no bloco cirúrgico nos artigos pesquisados, pois o caráter asséptico deste setor não permite a colagem de imagens nas paredes, devido à possibilidade de acúmulo de sujeira nos mesmos e seu potencial de infecção. As colagens não resistiriam às limpezas concorrentes e terminais realizadas diária e semanalmente neste local17. Porém, acreditamos ser possível a decoração feita por meio de pintura com tinta atóxica e lavável em paredes da RA e mesmo de alguma SO específica.

terapia assistida por animais (taa)

Não houve evidência no uso desta técnica no ambiente cirúrgico nos artigos pesquisados. Essa técnica não é aplicável a este ambiente considerado crítico, pois os animais podem ser fontes de infecções, além de reservatórios para bactérias com múltipla resistência, que podem ser transmitidas para os pacientes17.

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através do mundo encantado da leitura, e a faz esquecer o desconforto da hospitalização e de toda sua vivência nesse período11.

Não existe restrição quanto ao uso de livros, revis-tas, gibis ou outro tipo encadernado para leituras no ambiente cirúrgico, desde que sejam plastificados e limpos. Se forem contaminados, devem ser despre-zados imediatamente, por não permitirem desinfec-ção ou esterilização16.

A técnica de Arteterapia, compreendida com ati-vidades como desenho, pintura, modelagem e dramatização, faz com que a criança se solte mais, manifeste sua imaginação, libere seus sentimentos e compreenda melhor a situação a que ela está ex-posta. Como consequência, fica mais comunicativa, ajuda e aprende sobre os procedimentos pelos quais irá passar, tendo mais aceitação das situações inde-sejáveis, ajudando-a a atingir um melhor equilíbrio mental e emocional. Cabe ressaltar que essa ativi-dade é benéfica e vantajosa para ambos os lados, tanto paciente, quanto profissional de enfermagem envolvido no cuidado à criança6,8,12.

No que se refere ao ambiente cirúrgico, a Arteterapia não é totalmente aplicável, como, por exemplo, o uso de massa para modelar, tintas, cola, entre outras substâncias potencialmente tóxicas, que podem con-taminar as mãos, os cabelos e as roupas da criança, consecutivamente acessos venosos, curativos, além de interferir no contexto asséptico do ambiente16.

A Musicoterapia é um dos métodos usados para o controle da dor, por se caracterizar como uma es-tratégia de distração e apresentar uma boa aceita-bilidade pelos pacientes. A literatura mostra a ação da música de forma benéfica para as crianças no período pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca, através do controle de sinais vitais, como frequência cardíaca e frequência respiratória7.

Porém, entre as características estruturais da RA, encontra-se a necessidade de forro antiacústico, bem como piso antiruído para manutenção de um ambien-te silencioso, que possa proporcionar condições de repouso e tranquilidade ao paciente, ajudando em sua recuperação18. Assim, a instalação de aparelhos sonoros para a musicoterapia é questionável, sendo uma alternativa o uso de fones de ouvidos para os pacientes submetidos à técnica7.

O uso da técnica de Ambiente Decorado se refere a decorar o ambiente no qual a criança se encontra com colagem de figuras, personagens ou bichos, tornando o local mais descontraído, chamando a atenção da criança que se diverte observando a decoração, em uma relação mais positiva com a sua hospitalização, cujo efeito terapêutico incide na promoção do bem estar da criança9,13.

No que se refere à aplicabilidade desta técnica ao ambiente cirúrgico, sabe- se que o CC e a RA possuem as mesmas características arquitetônicas quanto ao tipo de parede, piso e instalações elétricas, bem como o seu caráter asséptico19, o qual não permite a colagem de imagens nas paredes, devido à possibilidade de acúmulo de sujeira e, conse-quentemente, de microorganismos patogênicos nos mesmos e seu potencial de infecção aos pacientes submetidos ao procedimento anestésico-cirúrgico16.

Porém, a experiência das autoras deste estudo no bloco cirúrgico permite sugerir a possibilidade de de-coração por meio da pintura de parede e até mesmo do teto de alguma sala operatória em especial, que seja destinada a pacientes pediátricos, ou mesmo um ou dois leitos da RA, ocupados por crianças, desde que sejam usadas tintas atóxicas e laváveis.

Finalizando o leque de técnicas de humanização no atendimento à criança hospitalizada mencionada na literatura, encontra-se a Terapia Assistida com Animais, tendo a relação com animais de especial

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significado para a criança, por meio de uma interação de amor, lealdade e apoio em qualquer situação em que a criança é envolvida14.

O relacionamento entre as crianças e os animais amplia nelas a capacidade de se relacionar com outras pessoas e de lidar com aspectos não verbais, aprendendo a observar e a interpretar a linguagem dos gestos, posturas e movimentos, proporcionando momentos felizes às crianças, mesmo que tempo-rariamente, afastando a dor, a tristeza e o medo, preenchendo o vazio da solidão14.

Cabe ressaltar que os animais utilizados nesta téc-nica no ambiente hospitalar precisam ser treinados e periodicamente examinados por veterinários expe-rientes, portadores de estado de saúde impecável, com vacinação e vermifugação em dia, além de serem adequadamente higienizados para esse fim14.Ainda com todos esses cuidados, esta atividade lú-dica com animais não é aplicável no Bloco Cirúrgico, devido ao seu caráter asséptico para a segurança do paciente que se submete ao procedimento invasivo, cujas barreiras naturais de defesa estão rompidas, associadas ao uso de sondas, drenos e cateteres18, podendo os animais atuar como fontes do agente transmissor de microorganismos patógenos, promo-vendo infecção de sítio cirúrgico e hospitalar.

Após a apresentação das técnicas de humanização e sua aplicabilidade ao ambiente cirúrgico, faz-se necessário refletir sobre o principal agente de con-tato da criança durante sua permanência no Bloco Cirúrgico, seja no transoperatório ou no período pós-operatório imediato, quando permanece na RA: o profissional de enfermagem.

Sabe-se que os enfermeiros reconhecem o lúdico como imprescindível no atendimento à criança, e que auxiliam na identificação de sentimentos e necessidades desses pacientes, mas, reconhecem que o tecnicismo, presente nas atividades cotidianas,

interfere em sua utilização2.

Outras dificuldades apontadas para implementação de atividades lúdicas no contexto hospitalar e cirúr-gico, é a falta de capacitação dos profissionais de enfermagem para a utilização desse tipo de recurso no atendimento à criança, com adequação do mate-rial e da linguagem usados à fase do desenvolvimen-to da criança2,15, bem como a falta de verbas para aquisição e manutenção dos materiais envolvidos2.

Cuidar de uma criança que se submeteu a uma ci-rurgia não requer apenas procedimentos e técnicas, mas requer desses profissionais orientações durante sua hospitalização, respeitando sua faixa etária20, respeitando suas dificuldades em lidar com situações desconhecidas e dolorosas, sua lógica para lidar com a situação e sua capacidade de considerar o porquê teve que ser submetida àquela condição.

Neste sentido, a presença dos pais durante a inter-nação da criança é um fator importante, por ser este um adulto significativo para ela2,20, sendo recomen-dada a permanência dos pais durante o maior tempo possível, inclusive na recuperação anestésica2, ainda que estes acompanhantes possam estar agitados e confusos com o procedimento, sendo necessária orientação e esclarecimentos também à família, tor-nando-os aliados da equipe de enfermagem.

É de suma importância que a criança seja bem orientada quando aos procedimentos, quando a sua idade o permitir, que as técnicas de humanização sejam aplicadas adequadamente ao local, duração e condições da criança pré e pós procedimento anes-tésico-cirúrgico, proporcionando a ela um cuidado individualizado e uma recuperação mais rápida, com permanência mais curta possível no hospital20.

A humanização pressupõe do profissional de enfer-magem um processo reflexivo acerca dos valores e dos princípios que norteiam a sua prática profissio-

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nal, oferecendo ao paciente tratamentos e cuidados dignos, solidários e acolhedores, sob uma nova postura ética que permeie todas as suas atividades profissionais18.

concLusão e consideraçÕes finais

O presente estudo resultou da análise de 10 publi-cações relacionadas à aplicabilidade de técnicas lúdicas ao ambiente cirúrgico, de modo a promover humanização da assistência à criança submetida à anestesia e à cirurgia. Os artigos, em sua maioria, pesquisas de campo quantitativas, foram escritas por enfermeiros e publicadas na Revista Eletrônica de Enfermagem e no Jornal de Pediatria, entre os anos 2003 e 2011.

Brincar ativa o desenvolvimento sensório-motor e intelectual da criança, assim como o processo de in-teração social com as pessoas. Quando uma criança brinca, ela libera sua capacidade de inventar e criar um mundo, tornando-a mais alegre, o que minimiza o trauma da hospitalização e propicia melhores condi-ções para a recuperação, facilitando a comunicação do profissional com o pequeno paciente.

Essa pesquisa mostrou a ação benéfica de ativida-des lúdicas com crianças durante a hospitalização e/ou o procedimento anestésico-cirúrgico, como a Brincadeira Terapêutica, a Biblioterapia e a Musi-coterapia, cada qual com os cuidados necessários à sua utilização no ambiente cirúrgico, respeitando seus preceitos assépticos.

Entretanto, ressalta-se que, além do uso destas ou de outras técnicas lúdicas com o paciente cirúrgico pediátrico, é necessário um cuidado humanizado do profissional de enfermagem, não só ao pequeno paciente, mas também aos seus acompanhantes, no que se refere às orientações pré e pós procedimentos e em todo cuidado permeado por respeito, atenção e carinho profissional.

Mas, para tanto, ressalta-se a necessidade de sensibilização deste profissional, desde o seu pe-ríodo de formação, voltado à humanização em sua assistência, até a capacitação para o bom uso das técnicas lúdicas indicadas para o paciente pediátrico em ambiente hospitalar.

Novas pesquisas sobre o cuidado humanizado ao paciente pediátrico realizadas por enfermeiros em CC e RA serão de grande valia para testar outras técnicas e aprimorá-las quanto ao seu uso neste con-texto, livre de preconceitos e com o embasamento técnico-científico que a profissão exige.

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autoras

gisele dos santos marineloEnfermeira, Especialista em Enfermagem em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Ma-terial e Esterilização pela Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein (FEHIAE). E-mail: [email protected].

dulcilene pereira JardimEnfermeira, Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Docente do Curso de Pós-Graduação da FEHIAE, Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Santo Amaro (UNISA).E-mail: [email protected].

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situação de desastre: atuação da eQuipe de enfermagem em cirurgias emergenciaisdisaster situation: performance of nursing staff in emergencY surgerY

situacíon de desastre: actuaciÓn deL personaL de enfermería en cirÚgia de urgencia

SILVA, Michele Amâncio da; CARVALHO, Rachel de

resumo: Este trabalho caracteriza-se por uma pesquisa com abordagem quantitativa, realizada por meio de revisão narrativa de literatura, com o obje-tivo de descrever a atuação do enfermeiro frente ao paciente a ser submetido à cirurgia de emergência, em situação de desastre. A busca foi realizada nas bases de dados LILACS, SciELO e Science Direct, nos idiomas Português e Inglês, compreendendo o período de 1992 a 2010. Foram selecionados 18 artigos para fazerem parte da amostra, sendo dez nacionais e oito internacionais. São descritas as ações da equipe de enfermagem nos processos de triagem, missão do Centro Cirúrgico (CC), plano de ação, gerenciamento do CC, checklist em situação de desastre e considerações gerais acerca do pe-rioperatório. Conclui-se que o enfermeiro tem um papel fundamental no plano de desastre, pois é o responsável pelo planejamento e pelo treinamento da equipe, um fator intrínseco no atendimento às múltiplas vítimas.

palavras-chave: Enfermagem de centro cirúrgico; Assistência perioperatória; Cuidados críticos; So-corro de urgência; Serviços médicos de emergência.

abstract: This work is characterized by a quan-titative approach carried out by means of narrative review of the literature, aiming to describe the actions of the nurse in the patient undergoing emergency

surgery in disaster scenario. The search was conduct-ed in the databases LILACS, SciELO and Science Direct, in Portuguese and English, comprising the period from 1992 to 2010. 18 articles were selected for inclusion in the sample, ten national and eight international. It describes the actions of nursing staff in the process of screening, mission of the Surgical Center (SC), action plan, management of the SC, checklist in disaster situation and general consider-ations about the perioperative period. It is concluded that the nurse has a key role in the disaster plan, as he is responsible for planning and team training, an intrinsic factor in caring for multiple victims.

Keywords: Nursing in the surgical center; Periopera-tive care; Critical care; Emergency relief; Emergency medical services.

resumen: Este trabajo se caracteriza por una in-vestigación con enfoque cuantitativo realizada por una revisión narrativa de la literatura, con el objetivo de describir el papel de una enfermera hacia el pa-ciente a ser sometido a una cirugía de emergencia en una situación de desastre. La búsqueda se realizó en las bases de datos LILACS, SciELO y Science Di-rect, disponible en Portugués e Inglés, en el período de 1992 a 2010. Se seleccionaron 18 artículos para su inclusión en la muestra, siendo 10 nacionales y ocho internacionales. Se describen las acciones del

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revisão de Literatura

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personal de enfermería en el proceso de selección, la misión del Bloque Quirúrgico (CC), plan de acción, la gestión de la lista de CC en situación de desastre y las consideraciones generales sobre el período perioperatorio. Se concluye que la enfermera tiene un papel clave en el plan de desastre, es responsable de la capacitación y el personal de planificación, un factor intrínseco en el cumplimiento de las múltiples víctimas.

palabras clave: Enfermería en el quirófano; Cui-dados perioperatorios; Cuidados intensivos; urgen-cias; Servicios médicos de emergencia.

introdução

Terrorismos, tsunamis, furacões e outras ameaças afetam cidades inteiras, países e continentes1. Estas intempéries naturais têm sido cada vez mais frequen-tes nas últimas décadas. Diante de tais situações, o grande desafio da enfermagem na atual conjuntura é atuar com eficiência em situações de desastre. Um aspecto importante no desempenho da função do en-fermeiro que se vê frente às vítimas em emergências é o preparo do hospital para atender estas situações.É indispensável que haja um plano de desastre defi-nido e esclarecido, diante das responsabilidades da equipe de enfermagem e a descrição precisa das atividades específicas de cada elemento da equipe multiprofissional2. No planejamento, deverá ser de-finida qual é a capacidade de atendimento do local para que haja efetivação na simulação periódica do atendimento em situações de desastres3-5. Com isso, o enfermeiro pode prever qual será a necessidade de recursos humanos, área física, materiais, supri-mentos e equipamentos em um atendimento real2.

Desde a ocorrência do desastre com as “torres gême-as”, em 11 de setembro de 2001, comunidades nos Estados Unidos vêm lutando para cumprir o mandato de preparação e resposta a emergências, que lhes permita funcionar por conta própria nas primeiras ho-ras ou nos primeiros dias, antes que a ajuda chegue

de fontes regionais, estaduais e/ou federal1.No Brasil, temos frequentemente acidentes de vários tipos, envolvendo automóveis, trens, aviões, navios, desabamentos, colisão de vários veículos e inciden-tes em eventos com aglomeração de pessoas, com número superior a cinco vítimas.

Segundo os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), em português, da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS - BIREME), Desastres, Calamidades e Catástrofes são sinônimos, definidos como eventos com potencial de criação de lesão6. Consultando o dicionário da Língua Portuguesa7, encontram-se as seguintes definições: Desastre - acontecimento calamitoso, sobretudo o que ocorre de súbito e cau-sa grande dano ou prejuízo, acidente; Calamidade

- catástrofe, infortúnio; Catástrofe - acontecimento lastimoso ou funesto, calamidade. Desta forma, percebe-se que realmente os conceitos se fundem em algum ponto. Por isto, usaremos como sinônimos os três termos.

Considera-se que os desastres produzem grandes danos, perda de vidas e desequilíbrio. Incluem aque-las ocorrências que são resultados de fenômenos naturais e de fenômenos originados pelo homem. Condições normais de existência são interrompidas e o nível de impacto supera a capacidade da comu-nidade afetada6.

Cada tipo de desastre, por suas características pró-prias, tende a provocar um determinado padrão de traumatismo. Nos desastres aéreos, abundam gran-des queimados e politraumatizados e os desastres ferroviários provocam grandes mutilações, com a perda total ou parcial dos membros8. É importante que o enfermeiro tenha uma visão ampla dos tipos de desastre e possíveis traumas que as vítimas pos-sam vir a apresentar, para uma melhor organização e provisão de materiais necessários à prestação da assistência.

Para que haja um atendimento adequado às vítimas,

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existem alguns princípios a serem seguidos, como:- avaliar se há recursos disponíveis e suficientes para o atendimento de todas as vítimas;

- se os recursos forem suficientes, distribuir as equi-pes no atendimento às vítimas, de acordo com as prioridades (ABC);

- se os recursos não forem suficientes, iniciar a tria-gem das vítimas pelo método START (descrito na discussão)9.

A triagem como importante fase do processo no atendimento à vítima, inicialmente, quando bem realizada, determinará o sucesso na diminuição da morbidade e da mortalidade.

É importante esclarecer que situações de urgência são aquelas que se referem à ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida e cujo portador necessita de assistência imedia-ta. As situações de emergência são as que implicam risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento imediato10-11.

Pacientes com prioridades no atendimento são classificados como prioridade 1 e recebem cartão vermelho, vítimas com risco de vida imediato e que terão uma evolução favorável, se os cuidados forem iniciados imediatamente, além de outras vítimas com a mesma classificação, necessitarão de transporte rápido para o hospital para serem, muitas vezes, estabilizados no Centro Cirúrgico (CC)8.

A Política Nacional de Defesa Civil tem como obje-tivo, permanente e determinante, reduzir desastre, ou seja, reduzir sua intensidade e sua frequência. A ação reduzir foi eleita internacionalmente, porque a ação eliminar seria um objetivo inatingível12.

Neste trabalho iremos descrever as ações da equi-pe de enfermagem em cirurgias emergenciais, em situações de desastre. Embora no Brasil não ocor-ram fenômenos de alta destruição, como furacões ou terremotos, somos afetados por outros tipos de

desastres, cujas consequências, danos e perdas eco-nômicas causam muitas dificuldades e sofrimentos à nossa população. O enfermeiro tem um papel fun-damental no plano de desastre: ele é o responsável pelo planejamento e pelo treinamento da equipe, um fator intrínseco no atendimento às múltiplas vítimas.

O enfermeiro deve planejar todas as ações da equi-pe de enfermagem, priorizando o atendimento ao indivíduo como um todo e enfatizando o cuidado a este, que será submetido ao procedimento anesté-sico-cirúrgico13-14.

Na sala cirúrgica, a equipe de enfermagem deve atuar desde a recepção e a transferência do paciente, até o auxílio ao anestesista e a toda equipe cirúrgica, segundo necessidades do cliente e solicitações da própria equipe. Dependendo da complexidade e da gravidade da situação, o enfermeiro vai atuar, junta-mente com a equipe, em procedimentos específicos15, como preparo do paciente, monitorização, passagem de sonda vesical de demora e de sonda nasogástrica, punções de acessos venosos periféricos e centrais, punções arteriais e outros. Este cuidado inicial se estende no decorrer de todo o procedimento anes-tésico-cirúrgico, com a atuação presencial e cons-tante da equipe de enfermagem, seja o técnico de enfermagem como circulante de sala ou o enfermeiro, em funções assistenciais e gerenciais. As ações se prolongam para o período pós-operatório, enquanto o paciente permanece na recuperação anestésica ou é encaminhado para outra unidade, como a terapia intensiva, segundo a necessidade.

Como fato, a qualidade do atendimento ao paciente na situação de emergência depende de todos os integrantes da equipe para evitar condutas tumultu-adas e estressantes.

A motivação para realização deste estudo partiu da necessidade de buscar e divulgar conhecimentos e atitudes do enfermeiro perioperatório acerca do preparo do CC para o atendimento de pacientes

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vítimas de catástrofes, partindo-se da escassez de pesquisas relacionadas ao tema.

obJetivo

Descrever a atuação do enfermeiro frente ao pa-ciente a ser submetido à cirurgia de emergência, em situação de desastre, segundo recomendações da literatura.

mÉtodo

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa des-critiva, retrospectiva, realizada por meio de revisão narrativa da literatura, com análise quantitativa das publicações. Neste tipo de estudo, utiliza-se pesquisa de múltiplos estudos publicados, possibilitando obter conclusões a respeito da temática, que utilizará os recursos da abordagem quantitativa16.

As fontes de pesquisa utilizadas para aquisição dos artigos incluíram os seguintes recursos eletrônicos: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Eletro-nic Library Online) e Science Direct, nos idiomas Português e Inglês. O período de busca compreen-deu artigos publicados entre 1992 e 2010.

As palavras-chave utilizadas são baseadas nos DeCS: Enfermagem de centro cirúrgico; Assistência perioperatória; Cuidados críticos; Desastres provo-

cados pelo homem; Socorro de urgência; Serviços médicos de emergência; Tratamento de emergência; Serviço hospitalar de emergência.

Os resultados da busca são demonstrados segundo categorias e as publicações apresentadas em nú-meros absolutos e percentuais, na forma de tabelas e gráfico.

resuLtados

No período entre 1992 e 2010 foram identificados 382 artigos, porém apenas 18 deles foram incluídos, por abordarem assuntos mais pertinentes ao tema deste trabalho. Trata-se de 10 artigos nacionais e oito internacionais. Dentre as publicações selecionadas, 10 são revisão de literatura, quatro manuais, três relatos de caso e uma pesquisa qualitativa. Dos 18 estudos selecionados, 13 apontam a necessidade de planejamento e de aumento da capacidade hos-pitalar para atendimento em desastre, quatro abor-dam o paciente cirúrgico na situação de urgência e emergência e um artigo descreve a missão do CC no atendimento de um desastre.

Nas Tabelas 1, 2 e 3 verifica-se os resultados encon-trados a partir da busca dos descritores, conforme cada base de dados pesquisada, tipo de método utilizado pelos autores e categorias dos assuntos abordados.

tabela 1 - Distribuição dos artigos encontrados e dos artigos selecionados, segundo as bases de dados.

base de dados descritores em português*

descritores em inglês**

artigos selecionados

número percentagemLILACS 03 - - -

SciELO 130 33 10 55,6%

Science Direct - 216 08 44,4%

totaL 133 249 18 100,0%

* Descritores em Português: Enfermagem de centro cirúrgico; Desastres provocados pelo homem.** Descritores em Inglês: Operation room; Disaster.

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Verifica-se que na SciElo foi encontrado o maior número de publicações com descritores na língua portuguesa (130 artigos) e na Science Direct o maior número de publicações na língua inglesa (216 arti-gos). Quanto aos artigos selecionados para fazerem parte do estudo, 10 foram extraídos da SciElo e oito da Science Direct, não se obtendo nenhum na base de dados LILACS (Tabela 1).

tabela 2 - Distribuição dos artigos selecionados parta fazerem parte da amostra, de acordo com o método utilizado pelos autores.

método no percentagem

Revisão de literatura 10 55,6%

Manual 04 22,2%

Relato de caso 03 16,6%

Pesquisa qualitativa 01 5,6%

totaL 18 100,0%

Pode-se perceber, pela Tabela 2, que a maio-ria das publicações selecionadas (10 artigos ou 55,6%) utilizou a revisão de literatura como méto-do de estudo, como é o caso da presente pesquisa.

tabela 3 - Distribuição dos artigos selecionados, de acordo com as categorias a que pertencem.

categoria no percentagemPlanejamento e aumento da capacidade hospitalar em situação de desastre

13 72,2%

Urgência e emergência 04 22,2%

Missão do CC no atendimento de um desastre

01 5,6%

total 18 100,0%

No que se refere à categorização dos assuntos abordados nas publicações selecionadas, a maior

parte (13 artigos ou 72,2%) tinha como tema o pla-nejamento e o aumento da capacidade da instituição para atender a demanda de pacientes em situação de desastre (Tabela 3).

Em relação ao período da publicação dos artigos, constata-se que tiveram início em 1992, com um artigo; um em 1996, um em 2004, um em 2005; dois artigos em 2008 e dois em 2010; três em 2007 e três em 2009. Além disso, foram dois manuais em 2007, um em 2005 e um em 2006 (Figura 1).

0

1

2

3

4

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Artigos

Manuais

figura 1. Distribuição das publicações selecionadas para o estudo, segundo ano de publicação.

discussão

Após a análise dos textos selecionados, verificou-se que as publicações relacionadas à temática espe-cífica são escassas, principalmente na literatura nacional. Os dados indicam que os textos, em sua maioria, foram revisões de literatura desenvolvidas por enfermeiros. Os artigos selecionados relatam as-suntos como: triagem dos pacientes, plano de ação, missão do CC, gerenciamento do CC e funções do enfermeiro.

triagem

O Método START classifica as vítimas em quatro categorias 3,8,17:

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• Óbito (preta): vítimas que não respiram, mesmo após manobras simples de abertura de vias aéreas;

• Imediata (vermelha): respiração presente somente após manobras de abertura de vias aéreas, ou res-piração maior que 30 inspirações por minuto;

• Atrasada (amarela): vítimas que não se enquadram nem na prioridade imediata nem na menor;

• Menor (verde): feridos que estão andando no local.

O método START é realizado da seguinte forma17:- Respiração: se a vítima não respirar, checar a pre-sença de corpos estranhos obstruindo as vias aéreas; remover próteses ou dentes soltos;

- Alinhar a cabeça cuidando da coluna cervical: se após este procedimento não iniciar esforços res-piratórios, a vítima recebe cartão preto; se iniciar respiração, recebe cartão vermelho;

- Frequência respiratória maior do que 30 ou menor do que 8 inspirações por minuto significa cartão vermelho;- Frequência respiratória entre 8 e 30 inspirações por minuto, deve-se acessar perfusão: enchimento capilar maior que 2 segundos é indicativo de car-tão vermelho; enchimento capilar até 2 segundos, deve-se avaliar o nível de consciência, solicitando comandos simples (abrir os olhos, apertar a mão); se a vítima não obedecer os comandos, recebe cartão vermelho; se a vítima obedecer os comandos, recebe cartão amarelo.

- Cartão verde: vítimas que estejam andando e com ferimentos leves.

Durante o evento, no local, no transporte ou no hospital, um oficial de triagem vai anexando uma etiqueta de classificação, codificada por cores para cada vítima, segundo as descrições anteriores. Missão do Centro Cirúrgico

Entender a missão do CC em tempo de crise é essencial para designar um plano de desastre no setor, o qual seria promover suporte cirúrgico para

as vítimas de desastre. Este é o mesmo suporte que o CC promove para vítimas nos dias normais. A diferença é que nas situações de desastre o número de pacientes que necessitam de uma intervenção cirúrgica aumenta, resultando em alto fluxo de cirur-gias emergencias18.

plano de ação

O plano de ação deverá ser baseado nas necessi-dades prioritárias, contando com ampla mobilização de recursos como: ambulâncias, enfermeiros, fisio-terapeutas e equipe multiprofissional de modo geral, salas de cirurgias e equipe cirúrgica19.

Todos os serviços envolvidos na dinâmica do CC necessitam de um plano para situações de desastre que envolve20:

- identificar quem necessita de esclarecimentos de como proceder nestes casos;

- prever o cancelamento de cirurgias eletivas, verifi-cando a capacidade de espera das vítimas e qual é a cadeia de comando;

- capacitar a equipe para descrever seus papeis e suas funções e realizar treinamentos regularmente;

- incluir nos planos de treinamento uma resposta à ati-vidade terrorista e a catástrofes com contaminações de agentes biológicos e/ou químicos e intempéries da natureza, como enchentes, maremotos, terremotos e outros;

- garantir estoques de suprimentos e medicações necessários para um período de 48 a 72 horas, de forma autônoma;

- planejar uma gestão cooperativa com as organiza-ções de saúde em nível municipal, estadual e federal, envolvendo oficiais do governo local, organizações de saúde, polícia, bombeiros e outros.

Gerenciamento do Centro Cirúrgico

Atribuir as ações aos colaboradores e gerenciar o mapa cirúrgico são deveres naturais do enfermeiro

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sênior do CC. Outra importante atribuição do enfer-meiro é coordenar o mapa cirúrgico com os cirurgi-ões e os anestesiologistas, para a priorização dos pacientes18.

Um confiável quadro de comunicação deve ser es-tabelecido entre cirurgiões, anestesiologistas e co-ordenador do CC. No quadro deverá estar incluso o responsável pelas marcações de cirurgias durante o evento de desastre. É importante que o coordenador esteja ciente de:

- quantas vítimas necessitam de intervenção cirúrgica;- que preparação é necessária para que o paciente seja operado;

- se a equipe cirúrgica e os anestesiologistas estão presentes;

- qual é o procedimento a ser realizado;- qual material especial será necessário;- qual será o tempo estimado da cirurgia18.

O enfermeiro deve planejar todas as ações da equi-pe de enfermagem, priorizando o atendimento ao indivíduo como um todo e enfatizando o cuidado a este, que será submetido ao procedimento anesté-sico-cirúrgico13-14.

O enfermeiro, sendo notificado do procedimento cirúrgico, determina a sala cirúrgica, considerando:

- equipamentos necessários para o procedimento;- disponibilidade de sala;- tamanho da sala (equipamento, equipe e múltiplos procedimentos);

- necessidade de equipe adicional;- capacidade de autotransfusão ou estocagem de he-moderivados. Estes métodos requerem treinamento especializado para efetivação, porém se mostram muito eficientes em casos de escassez de recursos;

- disponibilidade de material para procedimentos de emergência, incluindo fontes de energia;

- escolha da mesa de operação21.

Checklist para gerenciamento do Centro Cirúrgi-

co em situação de desastre

Instituições que se preparam para atendimento de múltiplas vítimas de catástrofes geralmente contam com protocolos de atendimento específico para tais situações. Assim, checklists podem ser criados para agilizar o atendimento e nortear os funcionários que não têm experiência diante destes eventos.

Alguns passos do checklist podem ser:1. Checar o número de pacientes que necessitam de atendimento cirúrgico;2. Solicitar colaboradores extras, se necessário;3. Designar os colaboradores para as salas cirúrgicas, conforme sua qualificação;4. Checar a equipe de anestesiologia e os cirurgiões disponíveis;5. Checar materiais necessários para a cirurgia, junto ao Centro de Material e Esterilização (CME) e materiais consignados;6. Checar suplementos de materiais e medicações;7. Checar leitos disponíveis na Unidade de Terapia Intensiva (UTI);8. Cancelar cirurgias eletivas, se necessário18.

perioperatório

Quando possível, é importante que o enfermeiro do pronto socorro passe um relato breve acerca das condições clínicas da vítima: condição de chegada, nível de consciência, disponibilidade de hemocompo-nentes e hemoderivados, situação da coluna, lesões presentes e qualquer outra informação relevante. Pode ser também que a enfermeira do CC tenha informações sobre a vítima somente quando chega à sala de operações para a intervenção cirúrgica13-14,21.

Antes de transferir o paciente, o enfermeiro deverá se assegurar de que a coluna foi examinada pelo médico e está livre de danos. Se a coluna não foi examinada, o médico deverá ser consultado antes de transferir o paciente da maca para a mesa cirúr-

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gica. A técnica de transferência em bloco deverá ser usada nestes casos21. Toda abordagem da equipe deverá ser baseada nos princípios do Advanced Trauma Life Support (ATLS), a fim de prevenir lesões medulares13-14.

Na sala cirúrgica, o enfermeiro deverá atuar no posicionamento do paciente na mesa cirúrgica, co-locação da placa para dispositivo de eletrocirurgia, monitorizar o paciente, incluindo eletrocardiograma, pressão arterial, frequência respiratória, temperatura corporal e saturação de oxigênio. Dependendo da complexidade do procedimento, o enfermeiro irá atuar juntamente com o anestesiologista, como no caso da passagem do cateter central11.

A qualidade do atendimento ao paciente na situação de emergência depende da qualificação do profis-sional enfermeiro e de toda a equipe, da calma e do bom senso para evitar condutas tumultuadas, es-tressantes, prevenir intercorrências e evitar maiores complicações.

Continuar atuando, de forma improvisada, depois que os desastres acontecem significa aumentar o sofrimento de todos os envolvidos e ser conivente com a possibilidade de negligência, imprudência e imperícia dos responsáveis, que são os próprios profissionais de saúde.

Lembramos, ainda, que o enfermeiro é responsável pelas ações de seus subordinados, independente de tais atos terem sido realizados em equipe ou individualmente, sendo, contudo, responsável pelo treinamento de sua equipe, de modo que possa promover segurança a todos.

Diante dos cenários descritos, percebe-se a neces-sidade de atuação da equipe de enfermagem em todas as etapas, desde a triagem das vítimas até a transferência do CC para a UTI, após o término do procedimento anestésico-cirúrgico, perfazendo

todo o período perioperatório. O trabalho em equipe e a atuação efetiva do enfermeiro coordenador do CC são de suma importância para o sucesso dos atendimentos, visando a qualidade da assistência e a segurança dos pacientes atendidos nestes mo-mentos de agilidade e tensão.

concLusão

A revisão da literatura sobre o tema assistência da equipe de enfermagem a pacientes em cirurgias emergenciais vítimas de catástrofes, nos levou à análise de 18 publicações, sendo 10 nacionais e oito internacionais, referentes ao período de 1992 a 2010, nas bases de dados SciELO e Science Direct. Apesar de consultada, não foram incluídos artigos da LILACS como amostra deste estudo. As publicações eram 10 revisões de literatura, quatro manuais, três relatos de caso e uma pesquisa com abordagem qualitativa, sendo que a maioria delas (13 publicações) discutia a preocupação frente ao planejamento do CC para a assistência em situações de emergência, bem como a necessidade de aumentar a capacidade do hospital para suprir a demanda de atendimento a múltiplas vítimas de desastres.

consideraçÕes finais

Após a realização deste estudo, ficou evidente a escassez de trabalhos sobre a atuação do enfer-meiro do CC em situação de desastre. A falta de planejamento das atividades de atendimentos diante de tais situações e a não capacitação dos profissio-nais de saúde causam dificuldades aos hospitais, à reação eficiente frente às ocorrências, podendo causar um alto índice de mortalidade e de sequelas aos pacientes.

Esperamos que esta revisão retrospectiva possa servir de incentivo aos enfermeiros que atuam em grandes hospitais, centros de referência em atendi-mento a pacientes vítimas de trauma, para que façam

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pesquisas de campo sobre o tema e que também publiquem relatos de experiência, de modo a divul-garem as ações da equipe de enfermagem diante de tais situações.

Sugere-se, ainda, que as instituições hospitalares que se preparam para atender pacientes vítimas de catástrofes, motivem suas equipes, de modo que possam contribuir com a realização de outras pesqui-sas e o preparo de outros hospitais. Tais pesquisas podem, também, auxiliar os enfermeiros que atuam em CC no planejamento e na tomada de decisões assertivas em situações de desastre.

referências

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10. Girardon-Perlini NMO, Pilatto MTS. Entre o medo da morte e a confiança na recuperação: a experiência da família durante um atendimento de emergência. Rev Eletron Enferm [Internet]. 2008 [citado 2011 jun 14];10(3):721-32. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n3/v10n3a18.htm.

11. Calil AM. Estrutura organizacional de um serviço de emergência. In: Calil AM, Paranhos WY. O enfer-meiro e as situações de emergências. São Paulo: Atheneu; 2007. p.15-22.

12. Brasil. Ministério da Integração Nacional, Secreta-ria Nacional de Defesa Civil. Conferência geral sobre desastres: para prefeitos, dirigentes de instituições públicas e privadas e líderes comunitários. Brasília; 2007.

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16. Severino AJ. Metodologia do trabalho científico 23ª ed. 3ª reimp. São Paulo: Cortez; 2007.

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21. Rothrock JC. Alexander. Cuidados de enferma-gem ao paciente cirúrgico. 13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007.

autoras

michele amâncio da silvaEnfermeira, Especialista em Enfermagem em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Ma-terial e Esterilização pela Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein (FEHIAE), Enfer-meira do Centro Cirúrgico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (São Paulo).E-mail: [email protected].

rachel de carvalhoEnfermeira, Especialista em Cardiologia e Centro Cirúrgico, Mestre e Doutora em Enfermagem pela USP, Docente dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação da FEHIAE.E-mail: [email protected].

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 67-76.

A Revista SOBECC (Rev. SOBECC), ISSN 14144425, é uma publicação oficial de divulgação técnico-cien-tífica da Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC), sendo publi-cada trimestralmente, com a finalidade de divulgar a produção científica da Enfermagem nas áreas de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização. São aceitos para pu-blicação trabalhos desenvolvidos por enfermeiros, outros profissionais da área da saúde e discentes de cursos de graduação e de pós-graduação em Enfermagem.

Os manuscritos devem ser enviados exclusivamente à Revista SOBECC e estar de acordo com as orien-tações descritas a seguir.

1. Pelo menos um dos autores deve ser sócio da SOBECC ou assinante da Revista SOBECC.

2. Os temas devem estar relacionados às áreas de Enfermagem Cirúrgica, Enfermagem em Centro Cirúrgico (CC), Recuperação Anestésica (RA) ou Centro de Material e Esterilização (CME). A seleção dos trabalhos fica a critério do Conselho Editorial, que leva em conta a relevância para a prática, a clareza e a coerência dos dados, evitando, ainda, a redundância no conteúdo.

3. Os trabalhos enviados serão classificados em uma das três categorias:

• Artigos originais: investigações resultantes de pes-quisas que apresentam resultados inéditos e sejam redigidos utilizando-se metodologia científica. Sua estrutura deve conter: introdução, objetivos, métodos, resultados, discussão, conclusões e/ou conside-rações finais e referências. Devem ser limitados a quinze páginas impressas em formato final, incluindo resumo, abstract, resumen, figuras, tabelas, quadros, referências e anexos;

• Relatos de experiência: descrições analíticas acerca da assistência de Enfermagem, com interesse para atuação de enfermeiros no período perioperatório, contendo análise de implicações conceituais ou descrição de procedimentos, com estratégias de

intervenção e evidência metodológica apropriada de avaliação da eficácia. As especificações gerais são as mesmas que as dos artigos originais;

• Revisões de literatura: análises abrangentes de literatura, compilando conhecimentos disponíveis sobre determinado tema de interesse para o desen-volvimento da Enfermagem. Devem ser baseados em bibliografia pertinente, atualizada, crítica e sis-temática, enfatizando a delimitação do tema e as conclusões. Também devem ser redigidos segundo metodologia científica e as especificações gerais são as mesmas que as dos artigos originais e dos relatos de experiência.

4. A apresentação dos trabalhos científicos deve obedecer à ordem abaixo especificada:

4.1. Primeira página:

• Título do artigo em português, inglês e espanhol (não exceder doze palavras);

• Nome completo, profissão, titulação e local de atu-ação profissional dos autores;

• Nome e endereço completo dos autores para re-cebimento de correspondência, incluindo telefones comercial e residencial e e-mail.

4.2. Segunda página: Resumos em português, inglês e espanhol, apresentados em espaço simples e com, no máximo, 150 palavras cada um;

• Palavras-chave, elaboradas segundo os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), disponíveis no ende-reço eletrônico www.decs.bvs.br;

• Abstract, isto é, versão do resumo em inglês;

• Key words, ou seja, palavras-chave em inglês;

• Resumen, isto é, versão do resumo em espanhol;

• Palabras clave, ou seja, palavras-chave em espanhol.

4.3. Terceira página:

Publique na SOBECC Normas de Publicação da Revista SOBECC

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 77-78. 77

www.sobecc.org.br 7878

• Texto produzido conforme as características individu-ais de cada trabalho, ou seja, artigos originais, relatos de experiência e revisões de literatura;

• Anexos, tabelas, quadros e figuras devem estar em folhas separadas, com os devidos títulos e as devidas legendas;

• Referências bibliográficas devem ser construídas de acordo com as normas de Vancouver, elaboradas pelo International Committee of Medical Journal Editors, indicadas numericamente na sequência em que apa-recem no texto, no qual precisam ser identificadas por números arábicos sobrescritos. Se forem sequenciais, devem ser separadas por hífen; se forem aleatórias, a separação pode ser feita por vírgulas. A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores. Exis-tindo mais de seis autores, deve-se usar a expressão

"et al" após o sexto nome. Cada artigo deverá ter, no máximo, 20 referências bibliográficas.

5. O conteúdo dos trabalhos é da inteira responsabi-lidade dos autores e não refletem, obrigatoriamente, a opinião do Conselho Editorial da Revista SOBECC e nem da Associação.

6. A redação deve ser feita em português, na orto-grafia oficial.

7. A construção das referências bibliográficas deve seguir as normas elaboradas pelo International Committee of Medical Journal Editors – Comitê Inter-nacional de Editores de Revistas Médicas (ICMJE), sendo baseadas no padrão ANSI, adaptado pela US National Library of Medicine (www.bu.ufsc.br/bsccsm/vancouver.html).

8. É necessário que os trabalhos sejam elaborados em arquivo Word, com fonte em letra Arial, tamanho 11, espaço 1,5 cm entre linhas, margens de 2,5 cm, com o máximo de 15 laudas e 20 referências. Devem ser enviados em CD, acompanhado de duas cópias do original.

9. Exceto com autorização do Conselho Editorial, os textos não devem exceder 15 páginas digitadas, incluindo anexos e referências bibliográficas. Até cinco fotos originais podem ser encaminhadas para publicação.

10. A reprodução de matérias da Revista SOBECC é permitida mediante autorização da entidade e a devida citação da fonte.

11. Ao Conselho Editorial é reservado o direito de sugerir modificações de estrutura e/ou no conteúdo nos trabalhos, em comum acordo com os autores.

12. Os artigos não aceitos para publicação serão devolvidos aos autores com justificativa do Conselho Editorial.

13. Os trabalhos devem respeitar os princípios éticos que regem as pesquisas científicas na área da saúde envolvendo seres humanos, constando o número do protocolo de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do local onde foi desenvolvido o estudo, conforme a Resolução no196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde (Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos).

14. Os autores devem enviar os trabalhos para o Conselho Editorial da Revista SOBECC, situado na Rua Vergueiro, número 875, conjunto 64, Liberda-de, São Paulo – SP, CEP 01504-001. Telefone (11) 3341.4044. E-mail: [email protected]. Site: www.sobecc.org.br.

15. Os artigos devem ser enviados à SOBECC junta-mente com uma carta, redigida conforme o modelo abaixo e assinada por todos os autores:

“O(s) autor(es) abaixo assinado(s) transfere(m) todos os direitos de publicação do manuscrito intitulado (título do artigo) para a Associação Brasileira de En-fermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anesté-sica e Centro de Material e Esterilização, caso este trabalho seja publicado. Cada autor abaixo assinado assegura que participou suficientemente do estudo para justificar sua autoria, garantindo, ainda, que o artigo é original, que não está sob apreciação de outra revista simultaneamente e que o texto e os dados nele apresentados não foram anteriormente publicados. O(s) autor(es) concorda(m) que as opi-niões expressas neste manuscrito não representam, necessariamente, o ponto de vista dos editores ou da Associação, que renunciam toda responsabilidade e compromissos sobre seu conteúdo.”

Rev. SOBECC, São Paulo. abr./jun. 2013; 18(2): 77-78.

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