o direito administrativo disciplinar sob o estado...

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O DIREITO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR SOB O ESTADO DE GUERRA E AS POSSÍVEIS ALTERAÇÕES QUANTO AO BEM JURÍDICO TUTELADO. Kleber Mardegan 1 ; RESUMO A Polícia Militar do Paraná (PMPR), subordinada ao chefe do executivo estadual e este ainda sustentado pelo §1° do art. 25 da Constituição Federal, que garante aos estados membros o poder decorrente de organização, utiliza um variado e extenso rol de leis, decretos e regulamentos para a manutenção da hierarquia e disciplina de seu efetivo militar estadual, dentre eles o Regulamento Disciplinar do Exército (RDE). A missão constitucional da PMPR é diversa daquela estipulada para as Forças Armadas, ou seja, incumbe aos militares estaduais o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública, contudo a manutenção e preservação da hierarquia e disciplina, vigas mestras das instituições militares, são comuns e necessárias, tanto para os militares federais quanto aos estaduais, mesmo porque em matéria penal militar, os militares estaduais também estão sob a égide da legislação castrense destinada as forças armadas. É neste diapasão que segue o presente artigo, quando da abordagem das transgressões disciplinares sob o Estado de Guerra, situação com tratamento excepcional para os crimes militares como, por exemplo, a pena de morte e sem previsão de tratamento diferenciado para as transgressões disciplinares. Palavras chave: Polícia Militar do Paraná. Processo Administrativo Disciplinar. Estado de Guerra. 1 Pós-Graduando em Direito Administrativo Disciplinar no Núcleo de Pesquisa em Segurança Pública e Privada da Universidade Tuiuti do Paraná (NPSPP/UTP). (sugiro apontar ainda Cursos de Direito e aspectos sobre a formação profissional)

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O DIREITO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR SOB O ESTADO DE GUERRA E AS POSSÍVEIS ALTERAÇÕES QUANTO AO BEM JURÍDICO TUTELADO.

Kleber Mardegan1;

RESUMO

A Polícia Militar do Paraná (PMPR), subordinada ao chefe do executivo estadual e este ainda sustentado pelo §1° do art. 25 da Constituição Federal, que garante aos estados membros o poder decorrente de organização, utiliza um variado e extenso rol de leis, decretos e regulamentos para a manutenção da hierarquia e disciplina de seu efetivo militar estadual, dentre eles o Regulamento Disciplinar do Exército (RDE). A missão constitucional da PMPR é diversa daquela estipulada para as Forças Armadas, ou seja, incumbe aos militares estaduais o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública, contudo a manutenção e preservação da hierarquia e disciplina, vigas mestras das instituições militares, são comuns e necessárias, tanto para os militares federais quanto aos estaduais, mesmo porque em matéria penal militar, os militares estaduais também estão sob a égide da legislação castrense destinada as forças armadas. É neste diapasão que segue o presente artigo, quando da abordagem das transgressões disciplinares sob o Estado de Guerra, situação com tratamento excepcional para os crimes militares como, por exemplo, a pena de morte e sem previsão de tratamento diferenciado para as transgressões disciplinares. Palavras chave: Polícia Militar do Paraná. Processo Administrativo Disciplinar. Estado de Guerra.

1 Pós-Graduando em Direito Administrativo Disciplinar no Núcleo de Pesquisa em Segurança Pública e Privada da Universidade Tuiuti do Paraná (NPSPP/UTP). (sugiro apontar ainda Cursos de Direito e aspectos sobre a formação profissional)

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1 INTRODUÇÃO

O estudo do Direito Penal Militar em meio acadêmico era tido como exceção, o

assunto até a década de 90 do século passado era tema para a atenção de uma pequena

parcela de mestres, assim também acontecia com o Direito Administrativo Disciplinar. Este

panorama mudou, mais obras são lançadas por inúmeros estudiosos deste ramo do

Direito Penal assim como daquele ramo da Administração Pública Militar.

Contudo, o estudo do Direito Penal Militar, no que concerne aos crimes militares

em tempo de guerra, ainda é uma exceção até mesmo por questões obvias, não se

vislumbra a possibilidade de nosso País envolver-se em um conflito armado, em que

pese, o Brasil ser rico em recursos hídricos, minerais e em fontes de energia, o atual

panorama mundial esta repleto de conflitos de ordem religiosa e étnica.

Existe ainda a possibilidade de que sob o Estado de guerra uma legislação

completamente nova possa surgir. Possibilidades a parte, o presente artigo busca abordar

o tema pelo viés da legislação existente e sem maiores pretensões, apenas como

exercício acadêmico, pretende-se trazer à observação do público interessado pelo

assunto uma singela abordagem do tema.

O que de peculiar pode-se ressaltar neste tema é que condutas exatamente iguais

previstas em lei penal militar, devido ao momento especial em que foram cometidas são

retribuídas com penas completamente diversas, disso resulta o entendimento que tais

condutas geram resultados sociais completamente diferentes. Já quanto à transgressão

disciplinar o assunto é ainda mais escasso, mesmo porque, como já dito anteriormente a

situação de tão excepcional - propiciaria no contexto aqui estudado - a interpretação de

que algumas transgressões disciplinares imediatamente seriam enquadradas como

crimes militares, visto que atualmente a tipificação de alguns delitos é semelhante à

descrição de algumas transgressões constantes no Anexo I do Regulamento Disciplinar

do Exército, situação que também ocorre com os Regulamentos Disciplinares da Marinha

e Aeronáutica.

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A pergunta de pesquisa estipulada para esta pesquisa bibliográfica teve como

escopo saber:

Como se configuraria e se existiriam mudanças necessárias para o regulamento

disciplinar em utilização na PMPR com declaração de Guerra pelo Brasil.

Com a eventual declaração de Guerra pelo Brasil, haveria a necessidade de alterações no atual regulamento disciplinar em utilização na PMPR, e se houver, quais seriam as mudanças necessárias? (avaliar se está de acordo)

Considerando-se o problema de pesquisa apontado, a hipótese da presente

investigação é de que RDE pode ser adequado às necessidades da PMPR, no que se

refere a adequação da definição do legítimo e fortuito papel desta Instituição no que se

refere às sanções administrativas no cenário de Guerra. (hipótese ajustada)

A postulação em tela intenciona uma adequação da relação das transgressões

disciplinares, as quais, os integrantes do órgão de segurança pública podem incorrer e

que devem ser repreendidas com isso resultando um controle mais adequado do efetivo e

da disciplina, em especial, frente aos novos cenários: como as manifestações

organizadas através de redes sociais e demandas - como as missões de paz da ONU -

que tem surgido na sociedade brasileira.

Portanto, o objetivo geral do presente artigo científico é o de avaliar a necessidade

de alterações no regulamento em estudo, quando do cometimento de transgressões

disciplinares, em tempo de Guerra, no âmbito do Direito Administrativo Disciplinar, na

Polícia Militar do Paraná.

A pesquisa apresentou os seguintes objetivos específicos:

a. Destacar a diferença do Direito Administrativo Disciplinar do Direito Penal

Militar;

b. Identificar os dispositivos legais contidos no Regulamento Disciplinar do

Exército que poderão sofrer alterações no caso de Guerra externa

declarada;

c. Descrever as implicações internas à Corporação referente à eventual

mudança no sistema jurídico disciplinar, do ponto de vista comportamental

do agente público.

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2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 ASPECTOS POLÍTICOS E SOCIOLÓGICOS SOBRE O CONCEITO DE GUERRA

Para o general prussiano Carl Maria von Clauzewitz, citado na obra de Leonard

(ano 1988, p. 12) “A guerra é a continuação da política do estado por outros meios”.

Segundo Keegan (1996, p 19) “A guerra não é a continuação da política por outros

meios”, ainda ressalta que “(...) a guerra precede o Estado, a diplomacia e a estratégia

por vários milênios”. O autor afirma que a guerra é inerente ao ser humano, faz parte do

seu ser e alcança lugares que o próprio homem desconhece, “lugares em que o ego

dissolve os propósitos racionais, onde reina o orgulho, onde a emoção é suprema, onde o

instinto é o rei”.

Para Accioly (1996, p. 443), “A guerra pode ser definida como sendo a luta durante

certo lapso de tempo entre forças armadas de dois ou mais Estados, sob a direção dos

respectivos governos.”

O historiador americano Wright (1988, p.5) diz que a guerra pode ser vista como

“um estado legal, de hostilidade e violência nas relações de grupos humanos

organizados, ou de forma mais simples, como a condição legal que permite igualmente a

dois ou mais grupos hostis empreenderem um conflito através da foça armada”.

O confronto entre Estados, nações, reinos e culturas ocorreu na maioria da vezes

por conta de interesses econômicos, ressaltando também o caráter ideológico, étnico,

religioso e recursos de subsistência. A paz mundial assume um papel de exceção na

história da humanidade, sempre em algum lugar em um dado momento existe uma guerra

em evolução, e isso é uma constatação histórica.

Toffler (1993) destaca que após a segunda guerra mundial, foram destaque a

Guerra da Coréia (1950-1953), a Guerra do Vietnã (1957-1975), as guerras árabe-

israelenses (1967,1973,1982) a Guerra do Golfo Pérsico (1990-1991), contudo existiram

mais de 150 guerras e conflitos civis desde a “paz” pós 1945, estimando a perda de mais

de 7 milhões de vidas de soldados durante os referidos conflitos exceptuando-se os

feridos, torturados, mutilados, bem como os civis que pereceram, é necessário citar que

que após a publicação da obra de Toffler houve as guerras do Iraque e Afeganistão cada

uma delas com inúmeras baixas, que aliás continuam ocorrendo até os dias atuais, pois o

contingente de soldados das forças de ocupação ainda estão no Afeganistão e os reflexos

da desestruturação do Governo Iraquiano tem sido mostrado nos noticiários com

atentados a minorias religiosas, carros bomba explodindo em frente a órgãos

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governamentais e diversos outros malefícios oriundos da referida ocupação.

O direito internacional se desenvolveu a partir das leis de guerra. Os impulsos

fundamentais para a guerra não se alteraram, mas novas técnicas aumentaram seu

impacto sobre a vida das populações; aumentou a separação entre os objetivos dos

líderes e a atitude do povo, e desta forma a condução da opinião tornou-se cada vez mais

importante.

Verifica-se atualmente o empenho de nações com um enorme comprometimento

de seus orçamentos para criar, desenvolver e adquirir armas para enfrentar a guerra em

vigência ou iminente.

A revolução conceitual, provocada pelo advento das organizações internacionais e

que se afirma a partir da segunda metade do século XX, pôs em evidência as leis da

guerra na sua até agora penosa atuação, para disciplinar o solto império dos instintos,

dentro do quadro sombrio dos conflitos armados.

2.2 O TRANSCURSO HISTÓRICO E POSSÍVEIS APROXIMAÇÕES ENTRE O DIREITO

ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E O DIREITO PENAL MILITAR Observa-se que no Brasil as origens do Direito Disciplinar Militar se mesclam com as do Direito Penal Militar. Segundo o arquivo histórico militar do Exército Português, Portugal (2004), por iniciativa do Marques de Pombal e sob conselho da Inglaterra, colocou o exército português sob a disciplina e orientação de um integrante da Marinha Inglesa, pois havia guerra contra Espanha e França.

O Conde de Lippe, militar britânico, experiente em campo de batalha, organizado e disciplinado, profícuo autor produziu diversas obras sobre disciplina e instrução militar, dentre elas: o Regulamento para o exercício e disciplina dos Regimentos de Infantaria, Regulamento para o exercício e disciplina dos Regimentos de Cavalaria, Direçoens que ham de servir para os senhores coronéis e majores....os grande movimentos de tropas, Ordenança que determina as obrigaçoens dos inspectores das tropas, Novo methodo para dispor de um Corpo de Infantaria em Campanha raza, Instrucoens geraes relativas a varias partes essenciais do serviço diario para o Exército, Memória sobre os exercícios de meditação militar.....chefes dos regimentos dos exércitos. Sua gestão frente ao treinamento e organização das forças militares de Portugal durou dois anos e foi fundamental para a historia militar daquele pais, assim como influenciou o nascedouro da legislação castrense no Brasil. (caso for uma citação, deve-se utilizar o padrão de citação longa com a menção do autor-data-página) Segundo Costa (2005), a legislação das, então, futuras terras brasileiras era conduzida pelos bárbaros Artigos de Guerra do Conde de Lippe, aprovados em 1763 e, após a chegada D. João VI, ao Rio de Janeiro em 7 de março de 1808, nota-se como sendo uma das medidas de relevância política e social, a criação do Conselho Supremo Militar e de Justiça pelo Alvará datado de 1º de abril daquele ano. Sendo o primeiro, regularizado pelo Regimento de 22 de dezembro de 1643, pelas Revoluções e Ordens Régias, os quais, já regiam o Conselho de Guerra de Lisboa e pelo Regimento de 26 de outubro de 1796. Já o Conselho de Justiça era determinado e regulado pelos decretos de

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20 de agosto de 1777, de 05 de outubro de 1778 e, ainda, de 13 de agosto de 1790. Ao então, Conselho Supremo Militar, era atribuída, além das funções judiciárias, a função de ser consultado em tudo que se achasse conveniente ao objetivo de melhor economia e disciplina do Exército e da Marinha. Separadamente os crimes militares eram definidos e punidos pelo Alvará de 13 de fevereiro e pelos citados Artigos de Guerra de 12 de julho de 1763, sendo confirmados pelo pelo Alvará de 26 de abril de 1800, enquanto que o crime de deserção era punido pela Ordenança de 09 de abril de 1805. No início do século XIX, segue Costa (2005), o movimento reformista era uma constante primeiramente tentado através da nomeação pelo Decreto de 21 de março de 1802 de uma comissão a qual apresentou o projeto do Código Civil, revisto por uma Junta, em maio de 1816 e aprovado pelo Alvará de 7 de agosto de 1820, que jamais entrou em vigor. Conforme Costa (2005), a aplicação das leis militares em tempo de guerra foi determinada pelo Decreto de 24 de outubro de 1828 e a Provisão de 20 de outubro de 1834 previa os crimes militares. O regulamento nº 23 de outubro de 1838, definiu os casos em que a legislação militar em caso de guerra era aplicada e a Lei de 3 de dezembro 1841 e seu Regulamento nº 120 de 31 de janeiro 1842 disciplinavam rebeliões e sedições envolvendo militares de forma a estabelecer que todos fossem julgados pelas leis e tribunais militares. O procedimento e a forma de punição dos crimes militares foram estabelecidos pela Lei nº 631 de 18 de setembro de 1851 e o Regulamento nº 820 de 30 de setembro daquele ano. E, o aviso de 9 de outubro de 1855, declarou que no caso de inexistência de previsão nos Regulamentos e nos Artigos de Guerra, os Conselhos de Guerra é que deveriam punir os delitos militares com as penas civis. Ainda segundo Costa (2005), no mês de março de 1861 um projeto de Código de Processo Criminal Militar foi apresentado por Magalhães de Castro e, em 18 de dezembro o Governo Provisório baixou um Aviso que determinava a apresentação de um projeto de Código Penal Militar que somente foi efetivado em 10 de setembro 1866. Entretanto, o Governo continuou a utilizar leis especiais tais como a Lei nº 3.615 de 04 de agosto de 1875 a qual, foi regulamentada pelo Decreto 6.934 de 9 de junho de 1878. É obrigatório ressaltar a ação de Benjamin Constant, ainda narrada por Costa (2005) que em 14 de janeiro de 1890, aquele nomeou uma comissão que elaborou um esboço que englobava as legislações penais militares: substantiva, adjetiva e a disciplinar, visando distinguir claramente os crimes militares em tempo de paz e em tempo de guerra. Ou seja, foi Benjamin Constant quem primeiramente no Brasil procurou diferenciar as leis que estabeleciam regras de procedimentos que deveriam ser utilizadas no decorrer dos processos bem como aquelas leis que definiam os direitos aos quais os militares faziam jus, além de abordar o tema disciplinar. Costa (2005), acredita que o regime republicano efetivamente elimina uma existente situação caótica vez que inicialmente, veio o Decreto 328 de 12 de abril de 1890, seguido pelo Decreto 949 de 5 de novembro do mesmo ano (Código Disciplinar da Armada) para só depois, com o Decreto nº 18 de 7 de março de 1891, surgir o Código Penal da Armada, extensivo ao Exército em 1899 conforme a Lei nº 612 de 29 de setembro do mesmo ano. Afirma Costa (2005) que matéria relativa ao processo era disciplinada, na época, pelo Regulamento de Processo Criminal Militar baixado em 16 de julho de 1895 pelo Supremo Tribunal Militar em decorrência da autorização que lhe foi delegada pelo Executivo através do Decreto 149 de 18 de julho de 1893 em seu artigo 5º, § 1º, assim prevalecendo até 1920, quando foi substituído pelo Código de Organização Judiciária e Processo Militar, aprovado em 30 de outubro de 1920, pelo Decreto nº 14.450, o qual, também, foi substituído pelo Decreto nº 15.635 de 26 de agosto de 1922 que foi revogado quando passou a vigorar, em 26 de fevereiro de 1926, o Decreto 17.231-A que

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determinava a observância do Código da Justiça Militar, mais tarde, a 14 de julho de 1934, também, foi modificado, em parte, pelo Decreto 24.803. Surgindo, então, em 2 de dezembro de 1938, o Código de Justiça Militar, aprovado pelo Decreto-Lei nº 925. Finalmente, em 21 de outubro de 1969, surgem respectivamente aprovados pelo Decreto-Lei 1001 e o Decreto-Lei 1.002, o Código Penal Militar e o Código de Processo Penal Militar. Esta enumeração de decretos leis e regulamentos mostra o processo de criação e adaptação da legislação castrense no Brasil; já quanto a legislação destinada ao cidadão comum é forçoso observar conforme Costa (2005) o estudo da Parte Geral do Direito Penal para que exista uma compatibilidade do sistema de regras que une a legislação geral com a especial. Diante do acima exposto nota-se que tanto Direito Penal Militar quanto o Direito Administrativo Disciplinar possuem uma origem comum. O Direito Administrativo Disciplinar pode ser situado dentro do Direito Administrativo Militar, segundo Assis (2012) não se pode isolar o estudo do Direito Administrativo Militar e ainda dentro dele o Direito Disciplinar Militar de todo conjunto de legislação material referente as forças armadas e ai também contidas as polícias militares e corpos de bombeiros militares, objeto do presente artigo. Conforme Assis (2012), existe um entendimento a cerca do estudo da vida castrense dentro do Direito onde três ramos se destacam, eles são distintos e com uma hierarquia de conteúdo onde o Direito Militar (primeiro ramo) estabelece os ditames legais no que tange a atuação do Exército, Marinha e Aeronáutica (forças armadas federais) e policias militares e bombeiros militares (forças estaduais) nas esferas administrativa, civil e penal militar. O segundo ramo é o Direito administrativo Militar e a definição a seguir segue a visão de Direito Administrativo estudado e definido por Hely Lopes Meirelles, Assis (2012, p. 85) assim o descreve:

...DIREITO ADMINISTRATIVO MILITAR, que pode ser definido como o conjunto harmônico de princípios jurídicos próprios e peculiares que regem as instituições militares, seus integrantes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado e fixados na Constituição Federal: a defesa da Pátria e a preservação da ordem pública.

O terceiro ramo ainda conforme Assis (2012, p. 85),sendo que este esta contido no direito administrativo militar.

….DIREITO DISCIPLINAR MILITAR, que é aquele que se ocupa com as relações decorrentes do sistema jurídico militar vigente no Brasil, o qual pressupõe uma indissociável relação entre o poder de mando dos Comandantes, Chefes e Diretores militares (conferido por lei e delimitado por esta) e o dever de obediência de todos os que lhes são subordinados, relação essa tutelada pelos regulamentos disciplinares quando prevê as infrações disciplinares e suas respectivas punições, e controlada pelo Poder Judiciário quando julga as ações judiciais propostas contra atos disciplinares militares.

Assim sendo o Direito Disciplinar Militar se reveste de extrema importância por ser um dos instrumentos através dos quais se conduz a manutenção da hierarquia e disciplina dos efetivos militares estaduais, particularmente no Estado do Paraná através do Regulamento Disciplinar do Exército.

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Pode-se dizer que dentro do Direito Militar existem vários pontos de convergência entre o Direito Penal Militar e o Direito Administrativo Disciplinar, um deles é o Estatuto dos Militares, Lei 6880 de 09 de Dezembro de 1980. É importante observar a lição de Assis (2012, p. 86)

...sem entender a estrutura e a organização das Forças Armadas, das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, seu modus vivendi próprio, os usos e costumes militares e os valores que lhes são caros, difícil é a compreensão do que seja o direito disciplinar militar o qual, em última análise é a manifestação do Estado na delimitação da conduta dos integrantes das instituições militares, visando uma melhor prestação de serviço na consecução das missões constitucionalmente fixadas para as Forças Armadas e Forças Auxiliares.

Em contrapartida Lobão (2004) esclarece que o Direito Penal Militar não se valeu do direito administrativo para estabelecer a definição de militar, pois ela pode ser encontrada no artigo 22 do Código Penal Militar; “É considerado militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às forças armadas para nelas servir em posto graduação, ou sujeito à disciplina militar.” Em que pese os Policiais Militares e Bombeiros Militares não serem mencionados pelo art. 22 do referido Código, eles se encontram sob a égide do Código Penal Militar e Código de Processo Penal Militar por força constitucional.

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação da EC 18/1998) § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação da EC 20/1998)

É possível afirmar que o Direito Penal Militar e o Direito Administrativo Militar têm muitos pontos de convergência, além do Estatuto dos Militares segundo Assis (2012, p. 82)

Referindo-se ao Direito Administrativo Disciplinar Militar, aduzem Cícero Robson Coimbra Neves e Marcello Streinfinger, pode-se asseverar que o Direito Penal Militar e o Direito Administrativo (Militar) se relacionam de forma intensa justamente por ter a hierarquia e a disciplina como base de toda a estrutura jurídica construída, de sorte que se pode afirmar que nem todo ilícito disciplinar se configura delito, porém todo delito reclama, residualmente, a existência de uma transgressão disciplinar.

Logo, entende-se que tanto o Direito Penal Militar quanto o Direito Administrativo Militar protegem os mesmos bens jurídicos, restando a cada um, a intensidade da lesão, o divisor de competência. Com intuito de exemplificar a afirmação acima deve-se observar o contido no art. 160 do Código Penal Militar.

Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Desrespeito a comandante, oficial general ou oficial de serviço Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante da unidade a que pertence o agente, oficial-general, oficial de dia, de serviço ou de quarto, a pena é aumentada da metade.

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O bem jurídico tutelado aqui é a disciplina, Nucci (2013) ao comentar o referido artigo afirma que é obrigatório que ocorra diante de outro militar, e que haja o dolo de desrespeitar, não configurando o delito através de gracejos ou brincadeiras tolas, o que ficaria adstrito a esfera disciplinar pois o Regulamento Disciplinar do Exército (regulamento em estudo) em seu anexo I número 86 prevê: Desconsiderar ou desrespeitar autoridade constituída. Destarte, o limite entre crime e transgressão foi a intensidade da lesão ao bem jurídico tutelado. Quanto a manutenção da hierarquia e da disciplina vale destacar algumas lições contidas nos Estatuto dos Militares bem como as oriundas do meio civil encontradas nas manifestação de diversos segmentos da Justiça sobre as vigas mestras das corporações militares. A Lei 6880 de 09 de Dezembro de 1980 - O estatuto dos Militares - em seu art. 14 estabelece:

Art. 14. A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico. § 1º A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura das Forças Armadas. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou graduação se faz pela antigüidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à seqüência de autoridade. § 2º Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo. § 3º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias da vida entre militares da ativa, da reserva remunerada e reformados.

Segue no mesmo diapasão a manifestação de Mario Pimentel Albuquerque, Procurador da República, em parecer constante do HC 2.217/RJ – TRF/2ª Região – Rel. Des. Federal Sérgio Correa Feltrin – j. Em 25.04.2001.

A Ideal coexistência entre a justiça e a peculiar vida militar (creio que tenha faltado texto) A hierarquia e a disciplina constituem, por assim dizer, a própria essência das forças armadas. Se quisermos, portanto, preservar a integridade delas devemos começar pela tarefa de levantar um sólida obstáculo às pretensões do Judiciário, se é que existem, de tentar traduzir em conceitos jurídicos experiências vitais da caserna. Princípios como os da isonomia e da inafastabilidade do Judiciário têm pouco peso quando se trata de aferir situações específicas à luz dos valores constitucionais da hierarquia e da disciplina. O quartel é tão refratário àqueles princípios, como deve ser um família coesa que se jacta de ter à sua frente um chefe com suficiente e acatada autoridade. E seria tão desastroso para a missão institucional das forças armadas que as ordens de um oficial pudessem ser contraditadas nos tribunais comuns, como para a coesão da família, se a legalidade do pátrio poder dependesse, para se exercido, do plebiscito da prole. Princípios democráticos são muito bons onde há relação sociais de coordenação, mas não em situações específicas, em que a subordinação e a obediência são exigidas daqueles que, por imperativo moral, jurídico ou religioso, as devem aos seus superiores, sejam aqueles, filhos, soldados ou monges. Se o judiciário, por uma hipersensibilidade na aplicação dos aludidos princípios constitucionais, estimular ou der ensejo a feitos como as da espécie, pronto: os quarteis se superpovoaram de advogados e despachantes; uma continência exigida será tomada como afronta à dignidade do soldado e, como tal, contestada

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em nome da Constituição; uma mera advertência, por motivo de desalinho ou má conduta, dará lugar a pendengas judiciais intermináveis, e com elas, a inexorável derrocada da hierarquia e da disciplina. Da mesma forma que a vocação religiosa implica o sacrifício pessoal e do amor próprio – e poucos são os que a têm por temperamento – a militar requer a obediência incontestada e a subordinação confiante às determinações superiores, sem o que vã será a hierarquia, e inócuo o espírito castrense. Se um indivíduo não está vocacionado à carreira das armas, com o despojamento que ela exige que procure seus objetivos no amplo domínio da vida civil, na qual a liberdade e a livre-iniciativa constituem virtudes. Erra rotundamente quem pretende afirmar valores individuais onde, por necessidade indeclinável, só os coletivos têm a primazia. Comete erro maior, porém quem, colimando a defesa dos primeiros, busca a cumplicidade do Judiciário para, deliberadamente ou não, socavar os segundos, ainda que aos nossos olhos profanos, lídimo possa parecer tal expediente e constitucional a pretensão através dele deduzida.

Isto posto, fica clara que tanto em tempo de paz quanto na eventualidade da declaração de guerra entre nações, os bens jurídicos não se alteram, mas sim a proteção e respectiva sanção oriunda do Estado sob aqueles que deixam de observar o contido em seus texto legais. 2.3 POSSÍVEIS ALTERAÇÕES DE DISPOSITIVOS LEGAIS CONTIDOS NO

REGULAMENTO DISCIPLINAR DO EXÉRCITO APLICADOS NA PMPR É primordial esclarecer que o Regulamento Disciplinar do Exército é utilizado na Polícia Militar do Paraná por força da Lei Estadual 1943 de 23 de Junho de 1954, assim descrito:

Art. 1 A Polícia Militar do Estado, Corporação instituída pela Lei n.° 7, de 10 de agosto de 1854, para a segurança interna e manutenção da ordem no território estadual, é subordinada à Secretaria de Estado dos Negócios do Interior e Justiça e considerada, de acordo com a legislação federal, força auxiliar, reserva do Exército Nacional, situação esta que a obriga a atender à convocação do Governo Federal, em caso de guerra externa ou grave comoção intestina. […] § 5° Consideram-se subsidiários deste Código os regulamentos da Corporação e os R.D.E. e Regulamentos de Continências, Honras e Sinais de Respeito das Forças Armadas

Para enquadrar as condutas passíveis de responsabilização disciplinar existe um rol de transgressões transgressões disciplinares e ele é descrito no anexo I do Decreto 4346 de 26 de agosto de 2002: (sugiro que seja mencionado apenas o que há de interesse para a argumentação, caso contrário, basta apenas mencionar o Anexo I, sem a necessidade de inscrevê-lo)

1. Faltar à verdade ou omitir deliberadamente informações que possam conduzir à apuração de uma transgressão disciplinar; 2. Utilizar-se do anonimato; 3. Concorrer para a discórdia ou a desarmonia ou cultivar inimizade entre militares ou seus familiares; 4. Deixar de exercer autoridade compatível com seu posto ou graduação;

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5. Deixar de punir o subordinado que cometer transgressão, salvo na ocorrência das circunstâncias de justificação previstas neste Regulamento; 6. Não levar falta ou irregularidade que presenciar, ou de que tiver ciência e não lhe couber reprimir, ao conhecimento de autoridade competente, no mais curto prazo; 7. Retardar o cumprimento, deixar de cumprir ou de fazer cumprir norma regulamentar na esfera de suas atribuições. 8. Deixar de comunicar a tempo, ao superior imediato, ocorrência no âmbito de suas atribuições, quando se julgar suspeito ou impedido de providenciar a respeito; 9. Deixar de cumprir prescrições expressamente estabelecidas no Estatuto dos Militares ou em outras leis e regulamentos, desde que não haja tipificação como crime ou contravenção penal, cuja violação afete os preceitos da hierarquia e disciplina, a ética militar, a honra pessoal, o pundonor militar ou o decoro da classe; 10. Deixar de instruir, na esfera de suas atribuições, processo que lhe for encaminhado, ressalvado o caso em que não for possível obter elementos para tal; 11. Deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de subordinação e no mais curto prazo, recurso ou documento que receber elaborado de acordo com os preceitos regulamentares, se não for da sua alçada a solução; 12. Desrespeitar, retardar ou prejudicar medidas de cumprimento ou ações de ordem judicial, administrativa ou policial, ou para isso concorrer; 13. Apresentar parte ou recurso suprimindo instância administrativa, dirigindo para autoridade incompetente, repetindo requerimento já rejeitado pela mesma autoridade ou empregando termos desrespeitosos; 14. Dificultar ao subordinado a apresentação de recurso; 15. Deixar de comunicar, tão logo possível, ao superior a execução de ordem recebida; 16. Aconselhar ou concorrer para que não seja cumprida qualquer ordem de autoridade competente, ou para retardar a sua execução; 17. Deixar de cumprir ou alterar, sem justo motivo, as determinações constantes da missão recebida, ou qualquer outra determinação escrita ou verbal; 18. Simular doença para esquivar-se do cumprimento de qualquer dever militar; 19. Trabalhar mal, intencionalmente ou por falta de atenção, em qualquer serviço ou instrução; 20. Causar ou contribuir para a ocorrência de acidentes no serviço ou na instrução, por imperícia, imprudência ou negligência; 21. Disparar arma por imprudência ou negligência; 22. Não zelar devidamente, danificar ou extraviar por negligência ou desobediência das regras e normas de serviço, material ou animal da União ou documentos oficiais, que estejam ou não sob sua responsabilidade direta, ou concorrer para tal; 23. Não ter pelo preparo próprio, ou pelo de seus comandados, instruendos ou educandos, a dedicação imposta pelo sentimento do dever; 24. Deixar de providenciar a tempo, na esfera de suas atribuições, por negligência, medidas contra qualquer irregularidade de que venha a tomar conhecimento; 25. Deixar de participar em tempo, à autoridade imediatamente superior, a impossibilidade de comparecer à OM ou a qualquer ato de serviço para o qual tenha sido escalado ou a que deva assistir; 26. Faltar ou chegar atrasado, sem justo motivo, a qualquer ato, serviço ou instrução de que deva participar ou a que deva assistir; 27. Permutar serviço sem permissão de autoridade competente ou com o objetivo de obtenção de vantagem pecuniária; 28. Ausentar-se, sem a devida autorização, da sede da organização militar onde serve, do local do serviço ou de outro qualquer em que deva encontrar-se por força de disposição legal ou ordem; 29. Deixar de apresentar-se, nos prazos regulamentares, à OM para a qual tenha sido transferido ou classificado e às autoridades competentes, nos casos de comissão ou serviço extraordinário para os quais tenha sido designado; 30. Não se apresentar ao fim de qualquer afastamento do serviço ou, ainda, logo que souber da interrupção; 31. Representar a organização militar ou a corporação, em qualquer ato, sem

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estar devidamente autorizado; 32. Assumir compromissos, prestar declarações ou divulgar informações, em nome da corporação ou da unidade que comanda ou em que serve, sem autorização; 33. Contrair dívida ou assumir compromisso superior às suas possibilidades, que afete o bom nome da Instituição; 34. Esquivar-se de satisfazer compromissos de ordem moral ou pecuniária que houver assumido, afetando o bom nome da Instituição; 35. Não atender, sem justo motivo, à observação de autoridade superior no sentido de satisfazer débito já reclamado; 36. Não atender à obrigação de dar assistência à sua família ou dependente legalmente constituídos, de que trata o Estatuto dos Militares; 37. Fazer diretamente, ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias envolvendo assunto de serviço, bens da União ou material cuja comercialização seja proibida; 38. Realizar ou propor empréstimo de dinheiro a outro militar visando auferir lucro; 39. Ter pouco cuidado com a apresentação pessoal ou com o asseio próprio ou coletivo; 40. Portar-se de maneira inconveniente ou sem compostura; 41. Deixar de tomar providências cabíveis, com relação ao procedimento de seus dependentes, estabelecidos no Estatuto dos Militares, junto à sociedade, após devidamente admoestado por seu Comandante; 42. Freqüentar lugares incompatíveis com o decoro da sociedade ou da classe; 43. Portar a praça armamento militar sem estar de serviço ou sem autorização; 44. Executar toques de clarim ou corneta, realizar tiros de salva, fazer sinais regulamentares, içar ou arriar a Bandeira Nacional ou insígnias, sem ordem para tal; 45. Conversar ou fazer ruídos em ocasiões ou lugares impróprios quando em serviço ou em local sob administração militar; 46. Disseminar boatos no interior de OM ou concorrer para tal; 47. Provocar ou fazer-se causa, voluntariamente, de alarme injustificável; 48. Usar de força desnecessária no ato de efetuar prisão disciplinar ou de conduzir transgressor; 49. Deixar alguém conversar ou entender-se com preso disciplinar, sem autorização de autoridade competente; 50. Conversar com sentinela, vigia, plantão ou preso disciplinar, sem para isso estar autorizado por sua função ou por autoridade competente; 51. Consentir que preso disciplinar conserve em seu poder instrumentos ou objetos não permitidos; 52. Conversar, distrair-se, sentar-se ou fumar, quando exercendo função de sentinela, vigia ou plantão da hora; 53. Consentir, quando de sentinela, vigia ou plantão da hora, a formação de grupo ou a permanência de pessoa junto a seu posto; 54. Fumar em lugar ou ocasião onde seja vedado; 55. Tomar parte em jogos proibidos ou em jogos a dinheiro, em área militar ou sob jurisdição militar; 56. Tomar parte, em área militar ou sob jurisdição militar, em discussão a respeito de assuntos de natureza político-partidária ou religiosa; 57. Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária; 58. Tomar parte, fardado, em manifestações de natureza político-partidária; 59. Discutir ou provocar discussão, por qualquer veículo de comunicação, sobre assuntos políticos ou militares, exceto se devidamente autorizado; 60. Ser indiscreto em relação a assuntos de caráter oficial cuja divulgação possa ser prejudicial à disciplina ou à boa ordem do serviço; 61. Dar conhecimento de atos, documentos, dados ou assuntos militares a quem deles não deva ter ciência ou não tenha atribuições para neles intervir; 62. Publicar ou contribuir para que sejam publicados documentos, fatos ou assuntos militares que possam concorrer para o desprestígio das Forças Armadas ou que firam a disciplina ou a segurança destas; 63. Comparecer o militar da ativa, a qualquer atividade, em traje ou uniforme diferente do determinado; 64. Deixar o superior de determinar a saída imediata de solenidade militar ou civil,

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de subordinado que a ela compareça em traje ou uniforme diferente do determinado; 65. Apresentar-se, em qualquer situação, sem uniforme, mal uniformizado, com o uniforme alterado ou em trajes em desacordo com as disposições em vigor; 66. Sobrepor ao uniforme insígnia ou medalha não regulamentar, bem como, indevidamente, distintivo ou condecoração; 67. Recusar ou devolver insígnia, medalha ou condecoração que lhe tenha sido outorgada; 68. Usar o militar da ativa, em via pública, uniforme inadequado, contrariando o Regulamento de Uniformes do Exército ou normas a respeito; 69. Transitar o soldado, o cabo ou o taifeiro, pelas ruas ou logradouros públicos, durante o expediente, sem permissão da autoridade competente; 70. Entrar ou sair da OM, ou ainda permanecer no seu interior o cabo ou soldado usando traje civil, sem a devida permissão da autoridade competente; 71. Entrar em qualquer OM, ou dela sair, o militar, por lugar que não seja para isso designado; 72. Entrar em qualquer OM, ou dela sair, o taifeiro, o cabo ou o soldado, com objeto ou embrulho, sem autorização do comandante da guarda ou de autoridade equivalente; 73. Deixar o oficial ou aspirante-a-oficial, ao entrar em OM onde não sirva, de dar ciência da sua presença ao oficial-de-dia e, em seguida, de procurar o comandante ou o oficial de maior precedência hierárquica, para cumprimentá-lo; 74. Deixar o subtenente, sargento, taifeiro, cabo ou soldado, ao entrar em organização militar onde não sirva, de apresentar-se ao oficial-de-dia ou a seu substituto legal; 75. Deixar o comandante da guarda ou responsável pela segurança correspondente, de cumprir as prescrições regulamentares com respeito à entrada ou permanência na OM de civis ou militares a ela estranhos; 76. Adentrar o militar, sem permissão ou ordem, em aposentos destinados a superior ou onde este se ache, bem como em qualquer lugar onde a entrada lhe seja vedada; 77. Adentrar ou tentar entrar em alojamento de outra subunidade, depois da revista do recolher, salvo os oficiais ou sargentos que, por suas funções, sejam a isso obrigados; 78. Entrar ou permanecer em dependência da OM onde sua presença não seja permitida; 79. Entrar ou sair de OM com tropa, sem prévio conhecimento, autorização ou ordem da autoridade competente; 80. Retirar ou tentar retirar de qualquer lugar sob jurisdição militar, material, viatura, aeronave, embarcação ou animal, ou mesmo deles servir-se, sem ordem do responsável ou proprietário; 81. Abrir ou tentar abrir qualquer dependência de organização militar, fora das horas de expediente, desde que não seja o respectivo chefe ou sem a devida ordem e a expressa declaração de motivo, salvo em situações de emergência; 82. Desrespeitar regras de trânsito, medidas gerais de ordem policial, judicial ou administrativa; 83. Deixar de portar a identidade militar, estando ou não fardado; 84. Deixar de se identificar quando solicitado por militar das Forças Armadas em serviço ou em cumprimento de missão; 85. Desrespeitar, em público, as convenções sociais; 86. Desconsiderar ou desrespeitar autoridade constituída; 87. Desrespeitar corporação judiciária militar ou qualquer de seus membros; 88. Faltar, por ação ou omissão, com o respeito devido aos símbolos nacionais, estaduais, municipais e militares; 89. Apresentar-se a superior hierárquico ou retirar-se de sua presença, sem obediência às normas regulamentares; 90. Deixar, quando estiver sentado, de demonstrar respeito, consideração e cordialidade ao superior hierárquico, deixando de oferecer-lhe seu lugar, ressalvadas as situações em que houver lugar marcado ou em que as convenções sociais assim não o indiquem; 91. Sentar-se, sem a devida autorização, à mesa em que estiver superior hierárquico; 92. Deixar, deliberadamente, de corresponder a cumprimento de subordinado;

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93. Deixar, deliberadamente, de cumprimentar superior hierárquico, uniformizado ou não, neste último caso desde que o conheça, ou de saudá-lo de acordo com as normas regulamentares; 94. Deixar o oficial ou aspirante-a-oficial, diariamente, tão logo seus afazeres o permitam, de apresentar-se ao comandante ou ao substituto legal imediato da OM onde serve, para cumprimentá-lo, salvo ordem ou outras normas em contrário; 95. Deixar o subtenente ou sargento, diariamente, tão logo seus afazeres o permitam, de apresentar-se ao seu comandante de subunidade ou chefe imediato, salvo ordem ou outras normas em contrário; 96. Recusar-se a receber vencimento, alimentação, fardamento, equipamento ou material que lhe seja destinado ou deva ficar em seu poder ou sob sua responsabilidade; 97. Recusar-se a receber equipamento, material ou documento que tenha solicitado oficialmente, para atender a interesse próprio; 98. Desacreditar, dirigir-se, referir-se ou responder de maneira desatenciosa a superior hierárquico; 99. Censurar ato de superior hierárquico ou procurar desconsiderá-lo seja entre militares, seja entre civis; 100. Ofender, provocar, desafiar, desconsiderar ou procurar desacreditar outro militar, por atos, gestos ou palavras, mesmo entre civis. 101. Ofender a moral, os costumes ou as instituições nacionais ou do país estrangeiro em que se encontrar, por atos, gestos ou palavras; 102. Promover ou envolver-se em rixa, inclusive luta corporal, com outro militar; 103. Autorizar, promover ou tomar parte em qualquer manifestação coletiva, seja de caráter reivindicatório ou político, seja de crítica ou de apoio a ato de superior hierárquico, com exceção das demonstrações íntimas de boa e sã camaradagem e com consentimento do homenageado; 104. Aceitar qualquer manifestação coletiva de seus subordinados, com exceção das demonstrações íntimas de boa e sã camaradagem e com consentimento do homenageado; 105. Autorizar, promover, assinar representações, documentos coletivos ou publicações de qualquer tipo, com finalidade política, de reivindicação coletiva ou de crítica a autoridades constituídas ou às suas atividades; 106. Autorizar, promover ou assinar petição ou memorial, de qualquer natureza, dirigido a autoridade civil, sobre assunto da alçada da administração do Exército; 107. Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em área militar ou sob a jurisdição militar, publicações, estampas, filmes ou meios eletrônicos que atentem contra a disciplina ou a moral; 108. Ter em seu poder ou introduzir, em área militar ou sob a jurisdição militar, armas, explosivos, material inflamável, substâncias ou instrumentos proibidos, sem conhecimento ou permissão da autoridade competente; 109. Fazer uso, ter em seu poder ou introduzir, em área militar ou sob jurisdição militar, bebida alcoólica ou com efeitos entorpecentes, salvo quando devidamente autorizado; 110. Comparecer a qualquer ato de serviço em estado visível de embriaguez ou nele se embriagar; 111. Falar, habitualmente, língua estrangeira em OM ou em área de estacionamento de tropa, exceto quando o cargo ocupado o exigir; 112. Exercer a praça, quando na ativa, qualquer atividade comercial ou industrial, ressalvadas as permitidas pelo Estatuto dos Militares; 113. Induzir ou concorrer intencionalmente para que outrem incida em transgressão disciplinar.

Para que o presente artigo atinja seu escopo é preciso elencar também os crimes militares em tempo de guerra, eles podem ser encontrados no Código Penal Militar, em seu livro II. Nesta excepcionalidade da legislação pátria inúmeros crimes tem como pena a morte como grau máximo e por muitas das vezes como grau mínimo a reclusão de vinte anos. É inevitável observar que tais penas não são exclusivamente aplicadas aos militares, como é peculiar no Direito Penal Militar o civil em caráter excepcional pode também cometer crime militar (situação exclusiva aos militares federais, ou seja, Marinha, Exército e Aeronáutica, com relação às policias militares e bombeiros militares não há

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previsão legal de cometimento de crime militar por parte de civil). São eles: (neste trecho, basta mencionar e contextualizar dois ou três artigos que julgar mais adequados e que tenham correspondência direta com iten(s) do Anexo I do Regulamento Disciplinar) para a argumentação.

TÍTULO I DO FAVORECIMENTO AO INIMIGO CAPÍTULO I DA TRAIÇÃO Traição Art. 355. Tomar o nacional armas contra o Brasil ou Estado aliado, ou prestar serviço nas fôrças armadas de nação em guerra contra o Brasil: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Favor ao inimigo Art. 356. Favorecer ou tentar o nacional favorecer o inimigo, prejudicar ou tentar prejudicar o bom êxito das operações militares, comprometer ou tentar comprometer a eficiência militar: I - empreendendo ou deixando de empreender ação militar; II - entregando ao inimigo ou expondo a perigo dessa conseqüência navio, aeronave, fôrça ou posição, engenho de guerra motomecanizado, provisões ou qualquer outro elemento de ação militar; III - perdendo, destruindo, inutilizando, deteriorando ou expondo a perigo de perda, destruição, inutilização ou deterioração, navio, aeronave, engenho de guerra motomecanizado, provisões ou qualquer outro elemento de ação militar; IV - sacrificando ou expondo a perigo de sacrifício fôrça militar; V - abandonando posição ou deixando de cumprir missão ou ordem: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Tentativa contra a soberania do Brasil Art. 357. Praticar o nacional o crime definido no art. 142: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Coação a comandante Art. 358. Entrar o nacional em conluio, usar de violência ou ameaça, provocar tumulto ou desordem com o fim de obrigar o comandante a não empreender ou a cessar ação militar, a recuar ou render-se: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Informação ou auxílio ao inimigo Art. 359. Prestar o nacional ao inimigo informação ou auxílio que lhe possa facilitar a ação militar: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Aliciação de militar Art. 360. Aliciar o nacional algum militar a passar-se para o inimigo ou prestar-lhe auxílio para êsse fim: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Ato prejudicial à eficiência da tropa Art. 361. Provocar o nacional, em presença do inimigo, a debandada de tropa, ou guarnição, impedir a reunião de uma ou outra ou causar alarme, com o fim de nelas produzir confusão, desalento ou desordem: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. CAPÍTULO II DA TRAIÇÃO IMPRÓPRIA Traição imprópria Art. 362. Praticar o estrangeiro os crimes previstos nos arts. 356, ns. I, primeira parte, II, III e IV, 357 a 361: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de dez anos, grau mínimo. CAPÍTULO III DA COBARDIA Cobardia Art. 363. Subtrair-se ou tentar subtrair-se o militar, por temor, em presença do inimigo, ao cumprimento do dever militar: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Cobardia qualificada Art. 364. Provocar o militar, por temor, em presença do inimigo, a debandada de

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tropa ou guarnição; impedir a reunião de uma ou outra, ou causar alarme com o fim de nelas produzir confusão, desalento ou desordem: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Fuga em presença do inimigo Art. 365. Fugir o militar, ou incitar à fuga, em presença do inimigo: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. CAPÍTULO IV DA ESPIONAGEM Espionagem Art. 366. Praticar qualquer dos crimes previstos nos arts. 143 e seu § 1°, 144 e seus §§ 1º e 2º, e 146, em favor do inimigo ou comprometendo a preparação, a eficiência ou as operações militares: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Caso de concurso Parágrafo único. No caso de concurso por culpa, para execução do crime previsto no art. 143, § 2º, ou de revelação culposa (art. 144, § 3º): Pena - reclusão, de três a seis anos. Penetração de estrangeiro Art. 367. Entrar o estrangeiro em território nacional, ou insinuar, se em fôrça ou unidade em operações de guerra, ainda que fora do território nacional, a fim de colhêr documento, notícia ou informação de caráter militar, em benefício do inimigo, ou em prejuízo daquelas operações: Pena - reclusão, de dez a vinte anos, se o fato não constitui crime mais grave. CAPÍTULO V DO MOTIM E DA REVOLTA Motim, revolta ou conspiração Art. 368. Praticar qualquer dos crimes definidos nos arts. 149 e seu parágrafo único, e 152: Pena - aos cabeças, morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo. Aos co-autores, reclusão, de dez a trinta anos. Forma qualificada Parágrafo único. Se o fato é praticado em presença do inimigo: Pena - aos cabeças, morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Aos co-autores, morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo. Omissão de lealdade militar Art. 369. Praticar o crime previsto no artigo 151: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. CAPÍTULO VI DO INCITAMENTO Incitamento Art. 370. Incitar militar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar: Pena - reclusão, de três a dez anos. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à prática dos atos previstos no artigo. Incitamento em presença do inimigo Art. 371. Praticar qualquer dos crimes previstos no art. 370 e seu parágrafo, em presença do inimigo: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de dez anos, grau mínimo. CAPÍTULO VII DA INOBSERVÂNCIA DO DEVER MILITAR Rendição ou capitulação Art. 372. Render-se o comandante, sem ter esgotado os recursos extremos de ação militar; ou, em caso de capitulação, não se conduzir de acôrdo com o dever militar: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Omissão de vigilância Art. 373. Deixar-se o comandante surpreender pelo inimigo. Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave. Resultado mais grave Parágrafo único. Se o fato compromete as operações militares: Pena - reclusão, de cinco a vinte anos, se o fato não constitui crime mais grave.

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Descumprimento do dever militar Art. 374. Deixar, em presença do inimigo, de conduzir-se de acôrdo com o dever militar: Pena - reclusão, até cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave. Falta de cumprimento de ordem Art. 375. Dar causa, por falta de cumprimento de ordem, à ação militar do inimigo: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Resultado mais grave Parágrafo único. Se o fato expõe a perigo fôrça, posição ou outros elementos de ação militar: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Entrega ou abandono culposo Art. 376. Dar causa, por culpa, ao abandono ou à entrega ao inimigo de posição, navio, aeronave, engenho de guerra, provisões, ou qualquer outro elemento de ação militar: Pena - reclusão, de dez a trinta anos. Captura ou sacrifício culposo Art. 377. Dar causa, por culpa, ao sacrifício ou captura de fôrça sob o seu comando: Pena - reclusão, de dez a trinta anos. Separação reprovável Art. 378. Separar o comandante, em caso de capitulação, a sorte própria da dos oficiais e praças: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Abandono de comboio Art. 379. Abandonar comboio, cuja escolta lhe tenha sido confiada: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Resultado mais grave 1º Se do fato resulta avaria grave, ou perda total ou parcial do comboio: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Modalidade culposa 2º Separar-se, por culpa, do comboio ou da escolta: Pena - reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave. Caso assimilado 3º Nas mesmas penas incorre quem, de igual forma, abandona material de guerra, cuja guarda lhe tenha sido confiada. Separação culposa de comando Art. 380. Permanecer o oficial, por culpa, separado do comando superior: Pena - reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave. Tolerância culposa Art. 381. Deixar, por culpa, evadir-se prisioneiro: Pena - reclusão, até quatro anos. Entendimento com o inimigo Art. 382. Entrar o militar, sem autorização, em entendimento com outro militar ou emissário de país inimigo, ou servir, para êsse fim, de intermediário: Pena - reclusão, até três anos, se o fato não constitui crime mais grave. CAPÍTULO VIII DO DANO Dano especial Art. 383. Praticar ou tentar praticar qualquer dos crimes definidos nos arts. 262, 263, §§ 1º e 2º, e 264, em benefício do inimigo, ou comprometendo ou podendo comprometer a preparação, a eficiência ou as operações militares: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Modalidade culposa Parágrafo único. Se o crime é culposo: Pena - detenção, de quatro a dez anos. Dano em bens de interêsse militar Art. 384. Danificar serviço de abastecimento de água, luz ou fôrça, estrada, meio de transporte, instalação telegráfica ou outro meio de comunicação, depósito de combustível, inflamáveis, matérias-primas necessárias à produção, depósito de víveres ou forragens, mina, fábrica, usina ou qualquer estabelecimento de produção de artigo necessário à defesa nacional ou ao bem-estar da população e, bem assim, rebanho, lavoura ou plantação, se o fato compromete ou pode

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comprometer a preparação, a eficiência ou as operações militares, ou de qualquer forma atenta contra a segurança externa do país: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Envenenamento, corrupção ou epidemia Art. 385. Envenenar ou corromper água potável, víveres ou forragens, ou causar epidemia mediante a propagação de germes patogênicos, se o fato compromete ou pode comprometer a preparação, a eficiência ou as operações militares, ou de qualquer forma atenta contra a segurança externa do país: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Modalidade culposa Parágrafo único. Se o crime é culposo: Pena - detenção, de dois a oito anos. CAPÍTULO IX DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA Crimes de perigo comum Art. 386. Praticar crime de perigo comum definido nos arts. 268 a 276 e 278, na modalidade dolosa: I - se o fato compromete ou pode comprometer a preparação, a eficiência ou as operações militares; II - se o fato é praticado em zona de efetivas operações militares e dêle resulta morte: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. CAPÍTULO X DA INSUBORDINAÇÃO E DA VIOLÊNCIA Recusa de obediência ou oposição Art. 387. Praticar, em presença do inimigo, qualquer dos crimes definidos nos arts. 163 e 164: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de dez anos, grau mínimo. Coação contra oficial general ou comandante Art. 388. Exercer coação contra oficial general ou comandante da unidade, mesmo que não seja superior, com o fim de impedir-lhe o cumprimento do dever militar: Pena - reclusão, de cinco a quinze anos, se o fato não constitui crime mais grave. Violência contra superior ou militar de serviço Art. 389. Praticar qualquer dos crimes definidos nos arts. 157 e 158, a que esteja cominada, no máximo, reclusão, de trinta anos: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Parágrafo único. Se ao crime não é cominada, no máximo, reclusão de trinta anos, mas é praticado com arma e em presença do inimigo: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo. CAPÍTULO XI DO ABANDONO DE PÔSTO Abandono de pôsto Art. 390. Praticar, em presença do inimigo, crime de abandono de pôsto, definido no art. 195: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. CAPÍTULO XII DA DESERÇÃO E DA FALTA DE APRESENTAÇÃO Deserção Art. 391. Praticar crime de deserção definido no Capítulo II, do Título III, do Livro I, da Parte Especial: Pena - a cominada ao mesmo crime, com aumento da metade, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. Os prazos para a consumação do crime são reduzidos de metade. Deserção em presença do inimigo Art. 392. Desertar em presença do inimigo: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Falta de apresentação Art. 393. Deixar o convocado, no caso de mobilização total ou parcial, de apresentar-se, dentro do prazo marcado, no centro de mobilização ou ponto de concentração: Pena - detenção, de um a seis anos.

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Parágrafo único. Se o agente é oficial da reserva, aplica-se a pena com aumento de um têrço. CAPÍTULO XIII DA LIBERTAÇÃO, DA EVASÃO E DO AMOTINAMENTO DE PRISIONEIROS Libertação de prisioneiro Art. 394. Promover ou facilitar a libertação de prisioneiro de guerra sob guarda ou custódia de fôrça nacional ou aliada: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo. Evasão de prisioneiro Art. 395. Evadir-se prisioneiro de guerra e voltar a tomar armas contra o Brasil ou Estado aliado: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Parágrafo único. Na aplicação dêste artigo, serão considerados os tratados e as convenções internacionais, aceitos pelo Brasil relativamente ao tratamento dos prisioneiros de guerra. Amotinamento de prisioneiros Art. 396. Amotinarem-se prisioneiros em presença do inimigo: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. CAPÍTULO XIV DO FAVORECIMENTO CULPOSO AO INIMIGO Favorecimento culposo Art. 397. Contribuir culposamente para que alguém pratique crime que favoreça o inimigo: Pena - reclusão, de dois a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave. TÍTULO II DA HOSTILIDADE E DA ORDEM ARBITRÁRIA Prolongamento de hostilidades Art. 398. Prolongar o comandante as hostilidades, depois de oficialmente saber celebrada a paz ou ajustado o armistício. Pena - reclusão, de dois a dez anos. Ordem arbritária Art. 399. Ordenar o comandante contribuição de guerra, sem autorização, ou excedendo os limites desta: Pena - reclusão, até três anos. TÍTULO III DOS CRIMES CONTRA A PESSOA CAPÍTULO I DO HOMICÍDIO Homicídio simples Art. 400. Praticar homicídio, em presença do inimigo: I - no caso do art. 205: Pena - reclusão, de doze a trinta anos; II - no caso do § 1º do art. 205, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço; Homicídio qualificado III - no caso do § 2° do art. 205: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. CAPÍTULO II DO GENOCÍDIO Genocídio Art. 401. Praticar, em zona militarmente ocupada, o crime previsto no art. 208: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Casos assimilados Art. 402. Praticar, com o mesmo fim e na zona referida no artigo anterior, qualquer dos atos previstos nos ns. I, II, III, IV ou V, do parágrafo único, do art. 208: Pena - reclusão, de seis a vinte e quatro anos. CAPÍTULO III DA LESÃO CORPORAL Lesão leve Art. 403. Praticar, em presença do inimigo, crime definido no art. 209: Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

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Lesão grave § 1º No caso do § 1° do art. 209: Pena - reclusão, de quatro a dez anos. § 2º No caso do § 2º do art. 209: Pena - reclusão, de seis a quinze anos. Lesões qualificadas pelo resultado § 3º No caso do § 3º do art. 209: Pena - reclusão, de oito a vinte anos no caso de lesão grave; reclusão, de dez a vinte e quatro anos, no caso de morte. Minoração facultativa da pena § 4º No caso do § 4º do art. 209, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um têrço. § 5º No caso do § 5º do art. 209, o juiz pode diminuir a pena de um têrço. TÍTULO IV DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO Furto Art. 404. Praticar crime de furto definido nos arts. 240 e 241 e seus parágrafos, em zona de operações militares ou em território militarmente ocupado: Pena - reclusão, no dôbro da pena cominada para o tempo de paz. Roubo ou extorsão Art. 405. Praticar crime de roubo, ou de extorsão definidos nos arts. 242, 243 e 244, em zona de operações militares ou em território militarmente ocupado: Pena - morte, grau máximo, se cominada pena de reclusão de trinta anos; reclusão pelo dôbro da pena para o tempo de paz, nos outros casos. Saque Art. 406. Praticar o saque em zona de operações militares ou em território militarmente ocupado: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. TÍTULO V DO RAPTO E DA VIOLÊNCIA CARNAL Rapto Art. 407. Raptar mulher honesta, mediante violência ou grave ameaça, para fim libidinoso, em lugar de efetivas operações militares: Pena - reclusão, de dois a quatro anos. Resultado mais grave 1º Se da violência resulta lesão grave: Pena - reclusão, de seis a dez anos. 2º Se resulta morte: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Cumulação de pena 3º Se o autor, ao efetuar o rapto, ou em seguida a êste, pratica outro crime contra a raptada, aplicam-se, cumulativamente, a pena correspondente ao rapto e a cominada ao outro crime. Violência carnal Art. 408. Praticar qualquer dos crimes de violência carnal definidos nos arts. 232 e 233, em lugar de efetivas operações militares: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Resultado mais grave Parágrafo único. Se da violência resulta: a) lesão grave: Pena - reclusão, de oito a vinte anos; b) morte: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo. DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 409. São revogados o Decreto-Lei número 6227, de 24 de janeiro de 1944, e demais disposições contrárias a êste Código, salvo as leis especiais que definem os crimes contra a segurança nacional e a ordem política e social. Art. 410. Êste Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1970. Brasília, 21 de outubro de 1969; 148º da Independência e 81º da República. AUGUSTO HAMANN RADEMAKER GRUNEWALD AURÉLIO DE LYRA TAVARES MÁRCIO DE SOUZA E MELLO LUÍS ANTÔNIO DA GAMA E SILVA

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IMPLICAÇÕES INTERNAS À CORPORAÇÃO REFERENTES À EVENTUAL MUDANÇA NO SISTEMA JURÍDICO DISCIPLINAR, DO PONTO DE VISTA COMPORTAMENTAL DO AGENTE PÚBLICO.

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4 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ACCIOLY, H. Manual de Direito Internacional Público. 12ª ed. Saraiva, 1996. ASSIS, J. C. Comentários ao Código Penal Militar. 7. ed. Curitiba: Juruá, 2013.

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ASSIS, J. C. Curso de Direito Disciplinar Militar (Da Simples Transgressão ao Processo Administrativo) 3. ed. Curitiba: Juruá, 2012. ASSIS, J. C. Direito Militar. (Aspectos Penais, Processuais Penais e Administrativos). 3. ed. Curitiba: Juruá, 2012. BADARÓ, R. Comentários ao Código Penal Militar de 1969 (Curso de Direito Penal Militar). Edição Comemorativa ao sesquicentenário da independência do Brasil. São Paulo: Juriscredi, 1972. COSTA, A. M. Crime Militar. 2.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005. COSTA, J. A. Teoria e Prática do Processo Administrativo Disciplinar. 3.ed. Brasília: Brasília Jurídica, 1999. BACELLAR FILHO, R. F. Princípios Constitucionais do Processo Administrativo Disciplinar. São Paulo: Max Limonad, 1998. BACELLAR FILHO, R. F. Processo Administrativo Disciplinar. São Paulo: Saraiva, 2013. LOBÃO, C. Direito Penal Militar. 2.ed. Brasília: Brasília Jurídica, 2004. NUCCI, G. S. Código Penal Militar Comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013. WELZEL, H. O Novo Sistema Jurídico-Penal. Uma introdução à doutrina da ação finalista. (Tradução, apresentação e notas de Luiz Regis Prado). São Paulo: Revista dos Tribunais. ZAFFARONI, E. R, PIERANGELI, J. H. Manual de Direito Penal Brasileiro, Parte Geral. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999. HEYDTE, F. A. V. D. A guerra irregular moderna em políticas de defesa e como fenômeno militar. Tradução de Jaime Taddei. Rio de Janeiro: BiBliex, 1990. HOSBAWM, E. J. A era dos impérios, 1875-1914. Tradução de Sieni Maria Campos e Yolanda Steidel de Toledo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. KEEGAN, J. Uma história da guerra. Tradução de Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. PORTUGAL, Estado Maior do Exército. O Comando do Conde de Lippe, 1762-1768, 1ª Divisão, 8ª Secção, Lisboa: Arquivo Histórico Militar, 2004 TOFFLER, A.; TOFLER, H. Guerra e Antiguerra, sobrevivência na aurora do terceiro milênio. Tradução de Luis Luiz Carlos do Nascimento Silva. Rio de Janeiro: Bibliex, 1995. TUCHMAN, B. W. A prática da História. Tradução de Waltensir Dutra. 2 ed. Rio de Janeiro: Bibliex, 1995. WRIGHT, Q. A guerra. Tradução de Delcy G. Doubrawa. Rio de Janeiro: Bibliex, 1998.

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